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Direito aplicado às empresas – 25 HORAS

Formador: CIDALIA MOCHO ALVES AREIAS

Cruz Vermelha Portuguesa


Delegação de Chaves
Formadora: Cidália Mocho Alves

Objetivos do Manual
- O presente Manual visa o alcance dos seguintes objetivos:

- Utilizar documentação específica do setor no desempenho da atividade


profissional .

Metodologia de Aplicação e/ou Exploração Pedagógica


A elaboração do presente Manual obedeceu às seguintes opções
metodológicas:

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• Conteúdos apresentados em suporte papel para possibilitar ao formando a
sua consulta quer em sala, quer em casa, quer como guia no trabalho de
forma a nele coligir anotações;
• Os conteúdos estão organizados na mesma sequência que figura no
Referencial de Formação, para facilitar a sua consulta e exploração à medida
que as temáticas vão sendo abordadas.
• Os conteúdos integram notas explicativas e glossário de termos técnicos para
uma melhor aquisição e compreensão de conhecimentos.
• O manual será entregue na sessão nº 1 apelando para a sua lógica de
sistematização e localização de informação no final de cada sessão,
promovendo assim o seu manuseamento orientado pelo formador.
• O Manual integra um conjunto de questões de avaliação e algumas
aplicações práticas, fundamentais no apoio à preparação da Avaliação da
Mobilização de Competências no final da UFCD.

Objetivos

 Identificar contratos comerciais especiais.


 Reconhecer legislação de proteção à propriedade industrial.
 Identificar processos de recuperação e de insolvência de
empresas.

Recursos Didáticos

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Conteúdos

 Contratos comerciais especiais


o O contrato de agência
o O contrato de concessão
o O contrato de franquia (franchising)
o O contrato de leasing
 Propriedade industrial
o Protecção das empresas
o Propriedade industrial
o Direito da Concorrência
 Insolvência
o Processos de recuperação
o Processos de insolvência

Referenciais de Formação

345033 - Técnico/a de Apoio à Gestão

 Insolvência
o Processos de recuperação
o Processos de insolvência

A insolvência

O que é a insolvência pessoal?

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O ponto número um do artigo nº 3 do CIRE explica que uma pessoa é
considerada insolvente quando se encontra impossibilitada de cumprir com as
suas obrigações vencidas. Ou seja, quando os seus ativos são inferiores aos
seus passivos. Para uma pessoa ser considerada insolvente tem que existir
uma sentença do tribunal a declará-la como tal. Com a sentença e o pedido de
exoneração do passivo restante, todos os bens da pessoa insolvente são
apreendidos e vendidos com o objetivo de amortizar as dívidas contraídas
junto dos credores.

Em que situações se pode pedir?

O pedido de insolvência é considerado como o último recurso na resolução de


uma situação de sobre-endividamento. Antes de chegarem a este mecanismo,
os consumidores devem primeiro tentar resolver a sua situação através de
outros meios. “O pedido de insolvência é mais adequado para as pessoas que
deixam a sua situação financeira evoluir, têm um grande rol de dívidas já
tentaram negociar com o banco e não há qualquer possibilidade de entrega do
imóvel. E como não conseguiram chegar a um acordo, então aí o melhor
mesmo é apresentar a insolvência”. Por isso, antes de uma pessoa singular
pedir a insolvência deve primeiro tentar negociar uma solução com o banco e
os restantes credores ou até mesmo recorrer ao PER (Plano Especial de
Revitalização) que está disponível tanto para empresas, como para os
particulares. “A grande vantagem no PER é que não há uma apreensão dos
bens. Há sim, um plano de pagamentos acordado que tem de ser cumprido
pelo requerente do PER”.

Que tipos de insolvência existem?

O pedido de insolvência de pessoas singulares pode ser feito duas formas:


pode ser pessoal ou conjugal. “Uma insolvência pessoal não tem de abranger

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toda a família. Pode referir-se apenas a uma pessoa. Tudo depende do regime
de casamento que vigorar”. Assim, o pedido de insolvência conjugal (que
abrange os dois membros do casal), só pode ser requerido quando estão em
causa casais unidos em regime de comunhão geral de bens ou em regime de
adquiridos. No caso de duas pessoas que estejam casadas em regime de
separação de bens só pode ser requerida a insolvência pessoal. “Nesta
situação cada membro do casal é visto à luz da lei de forma independente,
com património autónomo e, como tal, a sua liquidação também tem de ser
gerida de forma autónoma”.

Além desta distinção é também importante lembrar que o pedido de


insolvência pode ter dois caminhos distintos: a liquidação (que implica a venda
dos bens) ou a elaboração de um plano de insolvência. No entanto, esta última
modalidade raramente é requerida. “A criação do PER veio diminuir em muito o
número de apresentação de planos de insolvência. Porque as pessoas quando
querem apresentar um plano de recuperação recorrem antes ao PER. Portanto,
na maioria dos casos, quando as pessoas dão entrada a um pedido de
insolvência o objetivo é proceder à liquidação dos bens.”

Quais são as consequências deste processo?

Nos processos de insolvência que passam pela liquidação, todos os bens do


insolvente ficam apreendidos. Isto inclui perda da casa. Mas as consequências
não ficam por aqui, “com a exoneração do passivo restante, a pessoa
insolvente fica durante cinco anos com o rendimento mensal equivalente a um
salário mínimo por cada pessoa singular e meio salário mínimo por cada
dependente para fazer face às suas despesas. Todo o rendimento excedente (e
aqui está incluído também o subsídio de desemprego) será entregue ao
administrador de insolvência para pagar aos credores”.

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Todas as dívidas ficam extintas após o prazo de cinco anos?

Não. As dívidas fiscais; à Segurança Social ou as dívidas relativas pensões de


alimentos não são extintas com o fim do processo de insolvência. “A
insolvência pode ser requerida por pessoas que têm dívidas ao Estado. O que
acontece é que a estas dívidas não se aplica a exoneração do passivo restante.
Ou seja, estas dívidas nunca deixam de existir”,

O que pode acontecer é que no período de cinco anos as Finanças ou a


Segurança Social suspendem ou interrompem a cobrança dos valores.

Insolvência Procedimento

Primeiro que tudo tem de encontrar um advogado que acompanhe o processo.


Isto porque o Código do Processo Civil refere que, para as ações com um
montante superior a 5.000 euros, é necessária a constituição de um
mandatário para a sua representação. E tendo em conta que, regra geral, os
processos de insolvência abarcam ações de elevado montante, em quase todos
os casos é necessária que a pessoa insolvente contrate os serviços de um
advogado ou que lhe seja nomeado um defensor oficioso.

Tem que ser apresentado um requerimento de insolvência em tribunal, com o


pedido de exoneração do passivo restante. Com o requerimento, o cidadão tem
que juntar uma série de informações e de documentos sobre a sua situação
financeira. Por exemplo, tem de indicar os credores, a data de incumprimento,
a morada dos credores, se é ou não casado e qual o regime de bens, quais são
os bens que possui e tem também de incluir o registo criminal. Se todas as
condições estiverem reunidas, o tribunal profere uma declaração de
insolvência. No fundo, o juiz declara que aquele cidadão é insolvente e nomeia
um administrador de insolvência para acompanhar o caso (que pode ser
indicado pela pessoa insolvente).

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A sentença de declaração de insolvência é publicada para que todos os
credores que tenham créditos sobre essa pessoa possam reclamá-los. É ainda
comunicada a declaração de insolvência ao Banco de Portugal e o nome do
insolvente é inscrito na central de riscos de crédito.

O administrador de insolvências começa a receber as reclamações de créditos


por parte dos credores. Havendo lugar à liquidação (o caminho mais comum
nas insolvências), o administrador faz a apreensão de todos os bens da pessoa
insolvente, atribui-lhes um valor e elabora um relatório onde está a relação
entre os ativos e os passivos da pessoa insolvente.

É realizada a assembleia de credores para análise do relatório. Embora os


credores não tenham poder de veto em relação à decisão do tribunal eles têm
uma palavra a dizer no processo. “Os credores podem obstar à exoneração do
passivo restante se considerarem que houve uma má atuação por parte do
insolvente. Quem for considerado como culposo na insolvência (por exemplo,
tenha dissipado património antes da apresentação do pedido de insolvência), a
lei não permite que essa pessoa tenha acesso à exoneração do passivo
restante”.

Votado o relatório, o administrador da insolvência dá início à liquidação dos


bens para o pagamento aos credores (seguindo uma ordem de graduação de
créditos).

Decorridos cinco anos, se tudo for cumprido, o administrador da insolvência


dá conhecimento ao tribunal do cumprimento das obrigações. Daqui resulta um
despacho pelo juiz, no qual se concede à pessoa insolvente a exoneração do

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passivo que não foi pago no processo de insolvência. Com este despacho as
dívidas ficam perdoadas. “Embora o seu nome esteja inscrito no registo civil
em como esteve insolvente, a partir de agora a pessoa pode voltar a fazer a
sua vida normalmente e a receber o seu salário a 100%. “É uma oportunidade
para as pessoas fazerem um ‘reset’ nas suas vidas”. No entanto, é importante
que saiba que nem todas as dívidas são perdoadas com a insolvência.

Insolvência pessoal: Como pedir? Quando compensa?

Sabia que os particulares, à semelhança das empresas, também podem pedir


falência? Conheça os prós e contras deste mecanismo legal.

O saldo da conta bancária que logo no início do mês fica a zeros; os envelopes
com avisos e alertas que não param de chegar lembrando as contas que estão
por pagar há meses; os telefonemas constantes das entidades credoras a
fazerem pressão para que as prestações em falta sejam pagas. As noites mal
dormidas. Estas são algumas das situações mais comuns que os consumidores
sobre-endividados enfrentam. Quando as dívidas se avolumam e os
rendimentos não são suficientes honrar os compromissos, a última solução
para muitas famílias passa por pedir a insolvência, junto do tribunal.

Os últimos números disponíveis na Direção Geral da Política de Justiça,


mostram que atualmente 70% das sentenças de insolvência decretadas pelos
tribunais referiam-se a processos que envolviam pessoas particulares. Antes
essa percentagem não ia além dos 27%.

Os rostos que estão por trás destas estatísticas e refere que a generalidade
das pessoas que pedem insolvência não tem um perfil de “caloteiro”. São
pessoas que sempre foram cumpridoras, mas que por questões pontuais
viram-se numa situação de sobre-endividamento. “É frequente um casal em
que o marido tem uma empresa que acabou por correr mal, acabou por fazer

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encaixes financeiros pessoais e arrastou toda a família também para uma
situação de insolvência”.

Apesar de ainda muitos consumidores desconhecerem que, à semelhança das


empresas, também as pessoas singulares podem solicitar a sua insolvência
pessoal, a verdade é que o Código da Insolvência e da Recuperação de
Empresas (CIRE) também prevê procedimentos específicos para as pessoas
singulares recorrem ao mecanismo. Para os consumidores, a grande vantagem
de pedir insolvência tem a ver com a possibilidade de passados cinco anos,
através do pedido de exoneração do passivo, ficarem livres de parte das
dívidas acumuladas no passado e poderem recomeçar do zero as suas vidas.

Saiba então como se faz o pedido de insolvência pessoal e quais são as


suas consequências.

As novas regras de penhora que entraram em vigor em setembro de 2013


trouxeram algumas novidades no que diz respeito às penhoras.

No mínimo, o trabalhador tem de ficar com o valor equivalente ao salário


mínimo (505 euros) e não pode ficar com mais do que o equivalente a três
salários mínimos, ou seja, 1.515 euros. Tudo o resto é penhorável. “Por regra,
penhora-se um terço do salário, em casos excecionais pode-se penhorar mais:
se lhe assegurar três salários mínimos, tudo o que vier acima é penhorável.

De referir ainda que para apurar o valor que o executado recebe mensalmente
tudo conta: salário, comissões, prémios, subsídio de almoço, de férias e de
Natal.

Saldo bancário, salário, bens móveis ou imóveis: Tudo pode ser penhorável e
é o agente de execução que decide o que vai apreender. “A ordem é

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relativamente ambígua, mas determina que o agente deve penhorar o que
melhor se adequa à dívida. Um caso simples: Se há uma dívida de 500 euros
não vamos penhorar um imóvel de 100 mil euros”. Assim, em primeiro lugar
penhora-se o que é mais fácil realizar e que não se vai deteriorar na venda, ou
seja, dinheiro. “Primeiro os saldos bancários seguem-se os salários, créditos e
só depois passamos aos bens, porque há uma desvalorização inerente”. “O
automóvel do devedor pode ser fraco, mas é o que lhe serve, e para o credor
vale muito pouco. Mesmo os imóveis têm de ser muito bem ponderados: Até
que ponto compensa penhorar quando não se consegue colocar esse imóvel no
mercado.

Como se processa a penhora de salários

Atualmente o processo é todo feito através de uma plataforma eletrónica:


“Consultamos a Segurança Social ou a Caixa Geral de Aposentações para saber
onde é que a pessoa trabalha, se tem imóveis ou bens móveis, mas não
sabemos qual é o salário. Nessa altura, mando uma carta à entidade patronal
a dizer que a partir de agora passa a reter uma percentagem do salário”.

No mínimo, o trabalhador tem de ficar com o valor equivalente ao salário


mínimo (ou seja, 485 euros) e não pode ficar com mais do que o equivalente a
três salários mínimos, ou seja, 1.455 euros. Tudo o resto é penhorável. Esse
valor é apreendido até que a dívida esteja integralmente paga. “Por regra,
penhora-se um terço do salário, em casos excecionais pode-se penhorar mais.
Se lhe assegurar três salários mínimos, tudo o que vier acima é penhorável.
Por exemplo, uma pessoa que ganhe cinco mil euros líquidos, só lhe ia deixar
1.455 euros”.

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Para apurar o valor que o executado recebe mensalmente tudo conta: Salário,
comissões, prémios, subsídio de almoço, de férias e de Natal. Neste caso,
quem recebe o salário mínimo nacional e recebe os subsídios em duodécimos é
penalizado, porque o agente só tem que lhe deixar 485 euros por mês. Quem
não receber em duodécimos só é penhorado em Julho e Dezembro.

Se o devedor tiver várias dívidas também pode ter várias penhoras, porém
ficam em lista de espera. “É por ordem de chegada. Posso ter um processo de
2010, mas se a notificação é depois de 2013, o que conta é a data de
notificação. A única exceção são as dívidas relacionadas com pensões de
alimentos, que passam sempre à frente das outras. Mas nem as dívidas fiscais
têm esse privilégio”.

Quando se extingue o processo?

Um trabalhador que receba o ordenado mínimo ou que trabalhe em part-time


não é penhorado e se não houver bens, o processo extingue-se. “Nós só
cobramos se houver dinheiro, caso contrário não há forma de o agente de
execução cobrar e termina o processo por impossibilidade de cobrança”,
explica o presidente dos agentes de execução.

Isto não implica que, mais tarde, o credor não possa reabrir o processo para
averiguar se aquela pessoa já tem rendimentos.

Mas estas situações raramente se concretizam, “porque o patrão tende a


proteger o trabalhador. É normal recebermos respostas a dizer que o
trabalhador ganha 485 euros e a partir daí nunca mais é aumentado pois a
entidade patronal acaba por fazer os ajustamentos por fora”, esclarece.

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Nos casos em que o executado emigra o processo também ‘morre’. “Pese
embora tenhamos uma união económica, não há união na justiça e é
extremamente difícil recuperar uma dívida fora do país onde foi constituída”,
explica. O processo também se extingue em caso de desemprego, pois deixa
de haver rendimentos. “Se entretanto ficar desempregado é provável que o
exequente volte à procura de bens para penhorar”.

Dívidas privadas vs do Estado

Os agentes de execução apenas cobram dívidas aos privados e nada têm a ver
com as dívidas do Estado. “A Segurança Social e a Autoridade Tributária (AT)
têm mecanismos próprios”, . “A AT tem um sistema informático bastante
avançado, o da Segurança Social é menos avançado, mas têm regras
diferentes. Desde logo, a AT tem acesso a um manancial de informação .

As regras de penhora também são diferentes. Por exemplo, no que diz respeito
à penhora de saldos bancários, os agentes de execução apenas penhoram a
conta por um dia. Se não tiver dinheiro nesse dia, mas tiver no outro, já não
pode ser penhorado. As finanças penhoram a conta bancária no presente e
futuro. Sempre que cair dinheiro é penhorado. “Depois têm regras
simplificadas de tramitação, o processo é mais célere, desenhado para ser
tratado informaticamente”.

Situações impenhoráveis

Para além de não se poder penhorar ordenados abaixo do salário mínimo


existem outras situações impenhoráveis. Nos bens móveis, não se pode
penhorar bens essenciais à sobrevivência ou que possa ofender os bons
costumes. Os objetos de culto também são impenhoráveis. “Por exemplo, não
vou penhorar a prótese de um deficiente ou o ‘piercing’ de alguém, mas isso é
analisado caso a caso”, explica. “Não penhoramos a cama, o frigorífico, temos

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sempre que deixar uma televisão, mas se for um plasma de cinco mil euros, já
pode ser penhorável”.

Também não se penhora o que não tenha valor comercial. Aliás, segundo
Armando Oliveira a penhora de bens móveis nem sempre é rentável: “Se se
fizer uma análise puramente economicista dos resultados obtidos, acabava-se
com a penhora dos bens móveis, porque é muito difícil vender bens móveis
penhorados. Agora o medo que as pessoas têm que se leve os móveis de casa
faz com que paguem”.

Nota: Em 2016 o salário mínimo aumentou para 530 euros. Assim, o valor
mínimo impenhorável passou para 530 euros e o limite máximo com que pode
ficar passou para 1.590 euros.

Desde setembro de 2013, quando entrou em vigor o novo Código de Processo


Civil, que as cobranças de dívidas privadas tornaram-se mais rápidas. Com a
introdução das novas regras deixa de ser necessário recorrer ao juiz para
penhorar contas bancárias, passando a ser suficiente uma ordem por
comunicação eletrónica do agente de execução. Outra mudança muito
importante prende-se com a impossibilidade de penhorar mais do que um
terço do salário, bem como retirar da conta bancária o montante equivalente à
remuneração mínima (atualmente 505 euros).

Não é admissível que esta situação (nos moldes em que foi apresentada) se
verifique, mas, quando ocorra, o executado deve suscitar, em primeiro lugar, a
intervenção do agente de execução, no sentido de este impor, à entidade
patronal, a correção do comportamento, sem prejuízo de o poder fazer
também junto do juiz do processo. Segundo o novo Código de Processo Civil,

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deverá ser assegurado ao executado um valor líquido de 505,00 € (equivalente
ao salário mínimo nacional).

“Esta regra do devedor ter de ficar com o salário mínimo, aplica-se aos
trabalhadores a recibos verdes? É legal deixar o devedor sem rendimentos?
Por trabalhar a recibos verdes podem tirar-me todo o ordenado, deixando-me
sem nada, sendo esta a minha única fonte de rendimentos?”

Com o novo Código de Processo Civil, entrado em vigor em 1 de setembro de


2013, passou a ser claro que esta regra (limite de impenhorabilidade) é
aplicável, não só aos recibos verdes, mas também a qualquer rendimento que
“assegure a subsistência do executado” – conferir artigo 738º do Código de
Processo Civil.

O valor passível de penhora é calculado sobre o salário líquido. Naturalmente,


se existe um complemento de salário pago em espécie, também este deve ser
tido em consideração no cálculo.

Central de Responsabilidades de Crédito: O que saber?

A famosa “lista negra” do Banco de Portugal não é tão assustadora como a


maior parte dos portugueses pensa. Conhecida como a Central de
Responsabilidade de Crédito (CRC), tem como principal objetivo apoiar as
entidades bancárias e de financiamento na avaliação do risco de concessão de
crédito. Assim, todos os clientes bancários que tiverem um crédito de valor
igual ou superior a 50 euros têm o seu nome inscrito na CRC de forma a que
todas as instituições possam analisar o risco de conceder mais um crédito.

Nesta lista encontram-se todos os clientes que possuem informação positiva


(situação regulada) e informação negativa (incumprimento) no que toca ao
crédito. Consta também na CRC, informação relativa aos encargos efetivos

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como é o caso do crédito à habitação, crédito ao consumo, descobertos
bancários ou montantes já utilizados e não regularizados no cartão de crédito.
Contudo, também informação relativa das responsabilidades de crédito
potenciais como montantes disponíveis mas não utilizados nos cartões de
crédito, garantias prestadas e não executadas, fianças e avales estão
presentes na lista centralizada do Banco de Portugal.

De acordo com a informação do caderno do Banco de Portugal sobre este


tema, a maior parte da informação presente na CRC é de caráter positivo.

O que é a Central de Responsabilidade de Crédito (CRC) do Banco de


Portugal?

A CRC é um sistema de informação gerido pelo Banco de Portugal, onde se


encontra informação sobre as responsabilidades de crédito concedidas pelas
instituições de crédito. Na CRC encontram-se informações relativas a
particulares e empresas, comunicadas ao Banco de Portugal pelas instituições
bancárias e de crédito. Entre as informações que aqui constam encontra-se a
identificação do cliente, o montante das suas responsabilidades de crédito
classificadas de acordo com a responsabilidade, o produto financeiro, o prazo
original, o prazo residual, a situação de crédito e outro tipo de informação.
Além disso, o Banco de Portugal é também informado sobre o tipo e valor das
garantias dadas e sobre as características específicas de algumas operações de
crédito, se existirem. Se o cliente for um particular com crédito à habitação,
automóvel ou consumo, é também recolhida informação sobre o montante
mensal a pagar.

Dentro do quadro legal que regula o funcionamento da CRC, existem quatro


princípios importantes:

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– A obrigatoriedade de comunicação mensal ao Banco de Portugal por parte
das entidades participantes das responsabilidades de créditos dos seus
clientes;

– A confidencialidade no tratamento e na divulgação da informação individual


de cada cliente de crédito;

– A reciprocidade de informação entre entidades bancárias das


responsabilidades agregadas dos seus clientes;

– O direito de acesso à informação presente na CRC por cada cliente nela


presente e o direito de solicitação à entidade bancária da sua atualização ou
retificação.

A CRC serve para avaliar o risco de concessão de crédito por parte das
entidades bancárias e fornece informação positiva e negativa a estas
entidades. E mesmo que esteja numa situação de incumprimento isso não
significa obrigatoriamente que não possa aceder a um regime de crédito, já
que pode existir uma negociação entre o cliente e a entidade financeira para a
concessão de um empréstimo. No entanto, em termos práticos, a
probabilidade de conseguir aceder a um crédito estando numa situação de
incumprimento é muito reduzida.

Todos os meses, as entidades bancárias e de crédito enviam ao Banco de


Portugal informação referente ao saldo das operações de crédito realizadas por
empresas, particulares e outras entidades. O Banco de Portugal centraliza a
informação e envia mensalmente a cada entidade participante o total das
responsabilidades de crédito do cliente no sistema financeiro.

Se a aquisição a prestações de um determinado bem como o automóvel,


eletrodomésticos, mobiliário e até serviços como viagens ou cursos de

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formação, estiverem associados a um financiamento através de uma instituição
bancária ou financeira, a comunicação ao Banco de Portugal pode acontecer.
Isto porque a instituição atua como intermediário neste negócio: primeiro paga
ao comerciante ou prestador de serviços e de seguida fica com um crédito
sobre quem adquiriu o bem ou serviço, o que é comunicado à CRC até o seu
pagamento total ser efetuado.

A informação sobre o mapa de responsabilidades de crédito é fornecida ao


próprio ou a quem tenha poderes para o representar. Mas se pretende verificar
a informação referente às suas responsabilidades pode consultá-la no website
do Banco de Portugal através do espaço destinado a Serviços ao Público. De
seguida, selecione a opção Central de Responsabilidades de Crédito e escolha
Obter Mapa. Será necessário o seu número de contribuinte e a senha utilizada
no Portal das Finanças para o fazer.

Se detetar erros, omissões ou desatualizações na informação presente no


mapa de responsabilidades de crédito, deve dirigir-se à instituição que
transmitiu tal informação ao Banco de Portugal e solicitar a sua atualização ou
correção. Sempre que uma entidade verifica que existiu uma omissão ou lapso
na informação transmitida ao Banco de Portugal fica obrigada a proceder à sua
retificação.

Tendo em conta que a informação transmitida à CRC é mensal e que as


entidades participantes são obrigadas a comunicar ao Banco de Portugal os
saldos das operações de crédito no fim de cada mês, a situação das
responsabilidades de crédito do cliente reflete este período. Assim, os registos
na CRC de situações de incumprimento acontecem devido à comunicação das

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entidades financeiras que existiu um atraso no pagamento. Quando o
pagamento é efetuado, a situação de incumprimento continua registada no
mês em que ocorreu mas deixa de estar presente no mapa de
responsabilidades a partir da centralização de informação no mês em que a
situação foi regularizada.

A partir do momento que a instituição que as reportou deixar de as comunicar


ao Banco de Portugal. No mês seguinte a ter pago o total da dívida, ela já não
deverá constar da informação centralizada do Banco de Portugal.

A informação sobre fiadores e/ou avalistas também é comunicada à CRC uma


vez que as responsabilidades dos fiadores e avalistas respondem
solidariamente com o devedor principal pelo cumprimento das obrigações.
Além disso, se o crédito concedido ao devedor principal se encontrar em
situação regular, as responsabilidades dos fiadores ou avalistas são
comunicadas à CRC como crédito potencial. Se o crédito concedido ao devedor
principal entrar em incumprimento, as instituições devem dar a conhecer a
situação aos fiadores e avalistas. Caso os pagamentos não sejam efetuados
dentro do prazo previsto, as instituições deverão comunicar à CRC as
responsabilidades dos fiadores ou avalistas em situação de incumprimento.

DL n.º 53/2004, de 18 de Março regula o CÓDIGO DA INSOLVÊNCIA E


DA RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS.

CONTRATOS COMERCIAIS

 Contratos comerciais especiais


o O contrato de agência
o O contrato de concessão
o O contrato de franquia (franchising)
o O contrato de leasing

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CONTRATO DE AGÊNCIA

O direito privado tem sido desde as suas origens romanísticas confrontado com
a acelerada evolução económico-social, motivo pelo qual tem havido uma
adaptação jurídica contínua.
Essa adaptação, alicerçada pela liberdade contratual para as partes
estabelecerem contratos atípicos tendentes às relações comerciais/contratuais
necessárias a cada momento.
O contrato de agência/representação comercial, outrora atípico, com a ainda
recente integração de Portugal na Comunidade Europeia, impulsionou a poder
legiferante do legislador quanto à definição dos termos do contrato de agência.

Como breve resenha histórica do seu surgimento, o contrato de agência tem


na sua base a necessidade de sedimentação dos mercados já existentes assim
como a procura de novos mercados, muitas vezes distantes da zona de
produção, inicialmente através de um Contrato de Comissão.

Directriz 86/653/CEE

1) O contrato de agência tomado, para mais, como matriz dos diversos


contratos de distribuição, tem um papel importante nas relações comerciais
internacionais.
2) À luz destas considerações, compreende-se que as instâncias europeias
tenham procurado uma certa uniformização dos regimes da agência. Assim,
surgiu a presente directriz oriunda do Conselho, relativa à coordenação do
Direito dos Estados-Membros sobre os agentes comerciais. Trata-se da única
directriz sobre matéria comercial nuclear.

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Esta directriz tem um cuidado especial em subordinar as partes à Lealdade e à
Boa fé, cfr os artigos 3º/1 e 4º/1.

O contrato de agência, de todos os contratos de distribuição, é o único que o


legislador definiu as bases essenciais do seu regime.

É regulado pelo DL 178/86, de 3 de Julho, com as alterações introduzidas pelo


DL 118/93, de 13 de Abril, devido às alterações impostas pela Directiva do
Conselho 86/653/CEE, de 18 de Dezembro de 1986, que procurou uma certa
uniformização dos regimes nacionais do contrato de agência.

A noção de agência vem referida no art. 1 do DL 178/86, versando ser o


contrato pelo qual uma das partes se obriga a promover por conta de outra a
celebração de contratos, de modo autónomo e estável e mediante retribuição,
podendo-lhe ser atribuídas certas zonas ou determinado círculo de clientes.

A agência será pois uma prestação de serviços, mais particularmente uma


modalidade de mandato, tratando-se de um contrato oneroso.

Possui, como referido, como principais características autonomia, estabilidade,


pagamento de uma retribuição e a assunção, pelo agente, de uma obrigação
de promover a celebração de contratos por conta e no interesse da outra
parte.

É uma actividade material e não jurídica, na qual o agente deve procurar


clientes e fazer publicidade aos bens ou serviços do principal, apresentando as
condições de venda e pagamento.

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As características de autonomia e estabilidade são as que permitem distinguir
o contrato de agência do contrato de trabalho.

O agente tem autonomia, actuação e vinculação estrita ao principal, é ele que


determina os clientes que vai visitar, a que horas, com que meio, sendo
geralmente ele que assume as despesas relacionadas com a sua actividade.

Relativamente à diferença entre agentes e mediadores, esta prende-se com o


facto de o mediador destinar-se a aproximar as partes no potencial contrato de
uma forma esporádica, enquanto que o agente procura aproximar as partes de
uma forma tendencialmente continuada.

Como atrás mencionado, o contrato de agência parece não estar, à partida,


sujeito a qualquer forma. Contudo o art. 1º n.º 2 do DL 178/86, atribui o
direito a qualquer das partes de exigir da outra um documento assinado com o
conteúdo do contrato, visando-se a protecção do agente, que desta forma
nunca se verá confrontado com a nulidade do contrato por falta de forma.

Existem porém, diversas cláusulas que devem necessariamente assumir a


forma escrita:
- A que confira ao agente poderes de representação – art. 2º n. 1;
- A que lhe permita cobrar créditos – art. 3º n.º 1;
- A que lhe estabeleça uma proibição de concorrência pós eficaz – art. 9º;
- A concessão exclusiva ao agente do direito de exercício de actividade numa
determinada zona ou círculo de clientes – art. 4º;
- A convenção del credere – art.º 9 – na qual o agente garante o cumprimento
das obrigações de terceiro, desde que respeitante a contrato por si negociado
ou concluído;
- A cessação por mútuo acordo – art. 25º;

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- A declaração de resolução – art. 31º.

Geralmente, os contratos de agência assumem a forma escrita, sendo


frequente que derivem da simples adesão a cláusulas contratuais gerais.
Como referido, a agência pode ser celebrada com ou sem representação – art.
2º n.º 1. Se existir, presume-se que o agente está autorizado a cobrar os
créditos do principal – art. 3º n.º 2, o que de outra maneira exigiria
autorização escrita.

As cobranças não autorizadas são reguladas pelo artigo 770º do Código Civil,
nas quais:
- ou o agente contrato em nome próprio devendo depois retransmitir para o
principal a posição adquirida;
- ou é celebrado, pelo cuidado do agente, directamente entre o principal e o
terceiro.

A agência pode ser celebrada com vista à celebração de contratos num círculo
pré-determinado, seja circunscrição geográfica ou delimitação pessoal, ou
ambos.

Num paralelo com o disposto para o mandato – art. 1165.º Cód. Civil - o
agente pode recorrer a auxiliares e substitutos, designadamente sub-agentes,
aplicando-se a estes, com as necessárias adaptações, as normas aplicadas ao
agente.

DIREITOS E OBRIGAÇÕES DAS PARTES

O agente, na celebração de contratos, deve proceder de boa fé, zelando pelo


interesse do principal e desenvolver as actividades adequadas à realização

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plena do fim contratual. Estando obrigado a respeitar as clausulas previstas
nos art. 7º a 11º, nos quais, numa enumeração meramente exemplificativa,
temos o dever:

- Respeitar as instruções da outra parte que não ponham em causa a sua


autonomia;
- Prestar as informações pedidas e necessárias, esclarecendo ainda o principal
sobre a situação do mercado e suas perspectivas;
- Prestar contas;
- Dever de segredo, mesmo após a cessação do contrato;
- Obrigação de não concorrência pós-eficaz, se for acordado por escrito, não
podendo, no entanto, ultrapassar o período de 2 anos;
- Dever de avisar de imediato o principal de qualquer impossibilidade sua de
cumprir o contrato.

Quanto a direitos, o agente desfruta da enumeração prevista nos art. 12º a


20º, assim cabem-lhe:

- Direito de receber do principal os elementos necessários ao exercício da sua


actividade (concretização do art. 1167 a) do CC);
- O direito de receber sem demora a informação da aceitação ou recusa dos
contratos concluídos sem poderes;
- O direito de receber periodicamente a relação dos contratos celebrados e das
comissões devidas;
- Uma compensação pela obrigação de não concorrência, após a cessação do
contrato.

Quanto à remuneração, a lei específica o pagamento de uma retribuição nos


termos acordados pelas partes ou, na falta deste, pelos usos e pela equidade,

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não existindo nenhum obstáculo em que a retribuição consista simplesmente
em comissões pelos contratos celebrados.

O agente adquire o direito à comissão quando ocorra uma de duas


circunstâncias:
- ou o principal cumpra ou deva ter cumprido o contrato ou o terceiro o haja
cumprido.

Tendo o principal executado a sua obrigação e tendo o terceiro cumprido o


contrato ou devesse fazê-lo, o agente adquire o direito à comissão, mesmo
que existam cláusulas em contrário.
A comissão deve ser paga até ao último dia do mês seguinte ao trimestre em
que o direito tiver sido adquirido.

Havendo convenção del credere, o agente pode exigir as comissões devidas,


uma vez celebrado o contrato, dado ele garantir o cumprimento pelo terceiro.

Se o contrato não for cumprido por causa imputável ao principal, mantém-se o


direito à comissão por parte do agente.

Além das retribuições e das comissões, acima referidas, o agente tem ainda o
direito a uma comissão especial pelo encargo de cobranças ou pela convenção
del credere – art. 269.º, 2º parágrafo do Cod. Comercial.

O agente deve ainda ser avisado de qualquer diminuição da actividade do


principal.

PROTECÇÃO DE TERCEIROS

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O contrato de agência visa celebrar negócios entre o principal e terceiros. Dado
o especial interesse que o principal retira da actuação dos agentes e visto o
valor geral que a confiança nos negócios representa, dentro da sociedade, a lei
estabeleceu diversos mecanismos para a protecção de terceiros, presentes nos
art. 21º a 23º do DL 178/86.
Art. 21º - Dever de informação
Seguindo o princípio geral da Liberdade de Forma, o contrato
de agencia, fica sujeito a registo na exacta medida da vontade
das partes. A razão de ser deste instituto, reside
na maior ameaça ao consumidor, neste tipo de negócios jurídicos,
que é a celebração de contratos sem que o agente tenha
poderes para tal. Assim a norma protege o consumidor, obrigando o agente a
fazer transparecer o conteúdo da relação interna que o liga ao principal. No
fundo trata-se de assegurar os direitos do consumidor.

Art. 22º - Representação sem poderes


Este instituto vem-se debruçar sobre o valor do silêncio enquanto declaração
negocial. Requer que um negócio jurídico celebrado através de representação
sem poderes, seja ratificado pelo principal, sob pena de ser sobre este
considerado ineficaz.
Impõe ao principal o ónus de comunicar ao terceiro a sua intenção de não
ratificar o negócio, pois caso não o faça e o terceiro tenha actuado de boa fé,
tem-se por ratificado o negócio jurídico., nos termos do art. 218º do código
civil.

Art. 23º - Representação Aparente


Versa sobre um problema geral de direito, que se resume ao facto do terceiro
negociar com um agente, que negoceia e actua como se tivesse poderes para

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tal, sendo facto que não os tinha, sem que esse conhecimento seja imputável
ao terceiro. È ao nível do direito privado civilista que nos aparece a solução,
cfr. artigos 268º/1 e 770º do Código Civil por remissão do art. 22º/1 e art.
3º/3 do Decreto-Lei 178/86.

Não obstante de soluções específicas, num sentido mais lato e abrangente, o


legislador introduziu uma cláusula que visa tutelar a boa fé dos terceiros, que
para ser plenamente eficaz requer requisitos objectivos e subjectivos.

Desde logo, o agente deve informar quais os poderes que possui, através de
letreiros afixados nos locais de trabalho e em todos os documentos em que se
identifica como agente de outrem, devendo sempre constar se tem ou não
poderes representativos e se pode ou não efectuar cobrança de créditos.

Quando não tenha poderes de representação, o agente contrata em nome


próprio, funcionando as regras do mandato sem representação ou proporciona
uma contratação directa entre o principal e o terceiro.

Se porém contratar em nome próprio, caímos na representação com poderes,


prevista no art. 268º n.º 1 do CC, conforme previsão do art. 22º n.º 1 do DL
178/86.

Porém, o negócio considera-se ratificado se o principal, tendo conhecimento da


sua celebração e do seu conteúdo e estando o terceiro de boa fé, não lhe
manifestar no prazo de 5 dias após o seu conhecimento, a sua oposição.

O art. 23º estabelece por fim uma hipótese muito particular de representação
aparente, havendo representação sem poderes e o agente contratar em nome

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do principal, acreditando o terceiro de boa fé na existência deles, desde que
essa confiança seja objectivamente justificada devido a contribuição do
principal nesse sentido, o negócio é eficaz, é a hipótese do agente, com
conhecimento e sem reacção do principal, se proclamar publicamente seu
representante. Este dispositivo é aplicável à cobrança de créditos para agente
não autorizado.

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE AGÊNCIA

A cessação do contrato de agência encontra-se regulada nos art. 24º a 36º,


existindo quatro formas de cessação: por acordo das partes, por caducidade,
denúncia ou resolução.

O mútuo acordo corresponde ao acordo pelo qual as partes decidem por termo
à relação contratual, devendo constar de documento escrito.

A caducidade tem a ver com a existência de um facto extintivo, o art. 26º,


refere como extintivos o termo do prazo, a condição, a morte ou extinção do
agente tratando-se este de pessoa colectiva.

Se as partes não tiverem convencionado prazo, o contrato presume-se


celebrado por tempo indeterminado, assim como acontece com aquele em que
se tenha convencionado prazo mas continue a ser executado pelas partes para
além deste.

A denúncia é o acto unilateral, discricionário que se destina a fazer cessar um


contrato de duração indeterminada, conforme consta do art. 28º.

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Deve ser comunicada à outra parte com determinada antecedência, sendo os
prazos crescentes em consonância com a duração do contrato. Assim:
- Se o contrato durar há menos de 1 ano – aviso prévio de 1 mês
- Se já tiver iniciado o segundo ano de vigência - 2 meses
- Nos restantes casos – 3 meses

O termo do prazo deve, salvo convenção em contrário, coincidir com o último


dia do mês.

As partes podem ainda fixar prazos de pré-aviso mais longos, contudo o prazo
a observar terá de ser igual para ambas as partes.

A denúncia sem pré-aviso é eficaz, mas obriga o denunciante a indemnizar a


outra parte pelos danos causados, conforme consta do art. 29º n.º 1.

Contudo, dadas as dificuldades de prova com que o agente se poderá deparar,


ou porque a indemnização poderá não ser significativa, o n.º 2, oferece ao
agente, em alternativa, a possibilidade de exigir uma quantia calculada com
base na remuneração média mensal auferida no decurso do contrato.

Quanto à resolução, esta implica um acto recipiendo, assente em determinada


justificação que faça cessar imediatamente o contrato de agência, tenha ele ou
não prazo.

O art. 30º do DL 178/86 especifica as hipóteses de resolução, uma subjectiva


e outra objectiva. Assim, a resolução pode concretizar-se:

- se uma parte faltar ao cumprimento das suas obrigações, previstas nos art.
6º e seguintes para o agente e 12º e seguinte para o principal, quando, pela

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sua gravidade ou reiteração, não seja exigível a subsistência do vinculo
contratual. Temos aqui a hipótese de incumprimento culposo, que por ter a ver
com o sujeito diz-se subjectiva.

Ou então,

- se ocorrerem circunstâncias que tornem impossível ou prejudiquem


gravemente a realização do fim contratual, em termos de não ser exigível que
o contrato se mantenha até expirar o prazo convencionado ou imposto em
caso de denúncia. Temos neste caso um fundamento objectivo, baseado em
circunstâncias respeitantes ao próprio contraente ou à contraparte que decide
resolver o contrato (ex: perda de mercado dos bens ou serviços que
constituem objecto da agência, por razões alheias ao respeito, por qualquer
das partes, das respectivas obrigações).

Trata-se, em suma, de uma situação de justa causa, não por força de qualquer
violação dos deveres contratuais, mas por força de circunstâncias não
imputáveis a qualquer das partes, que impossibilitem ou comprometam
gravemente a realização do fim visado.

A resolução deve ser comunicada por escrito, com indicação das razões e no
prazo de um mês após o seu conhecimento, ultrapassado esse prazo caduca o
direito à resolução, restando a denúncia para cessar o contrato.

Independentemente do direito à resolução, qualquer das partes, tem o direito


de ser indemnizada pelos danos resultantes do incumprimento da outra parte,
conforme previsto no art. 32º

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Sem prejuízo de qualquer outra indemnização a que haja lugar, nos termos
anteriormente expostos, o agente pode ter o direito, após a cessação do
contrato, a uma indemnização de clientela, com o intuito de o compensar pelo
enriquecimento que proporcionou à outra parte com a angariação de novos
clientes que se manterão após o termo do contrato de agência.

Este é o sentido da indemnização prevista no art. 33º do DL 178/86, exigindo


para tal cumulativamente:

a) Que o agente tenha angariado novos clientes para o principal ou aumentado


substancialmente o volume de negócios com a clientela já existente;

b) O principal venha a beneficiar consideravelmente, após a cessação do


contrato, da actividade desenvolvida pelo agente;

c) O agente deixe de receber qualquer retribuição por contratos negociados ou


concluídos, após a cessação do contrato, com os clientes angariados ou cujos
negócios tenham sido aumentados.

A indemnização de clientela pode ser exigida pelos herdeiros, não sendo


devida se o contrato tiver cessado por razões imputáveis ao agente ou se tiver
cedido por acordo com outra parte, a sua posição contratual a terceiro.

A intenção de exercer o direito de clientela deve ser comunicada ao principal


no prazo de um ano a contar da cessação do contrato, devendo a acção judicial
ser proposta dentro do ano subsequente a esta comunicação.

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A indemnização será calculada nos termos previstos no art. 34º, ou seja, a
partir da média anual das remunerações recebidas pelo agente durante a
duração do contrato.

No termo do contrato, cada contraente deve restituir os objectos, valores e


demais elementos que pertençam ao outro, gozando o agente do direito de
retenção sobre eles, pelos créditos da sua actividade.

O CONTRATO DE CONCESSÃO - DIREITO COMERCIAL

Noção de concessão:
É um contrato quadro que faz surgir entre as partes uma relação obrigacional
complexa, por força do qual uma delas, o concedente,se obriga a vender à
outra, o concessionário, e esta a comprar-lhe, para revenda, determinada
quota de bens, aceitando certas obrigações (normalmente no que diz respeito
à sua organização, à política comercial e a assistência a prestar aos clientes) e
sujeitando-se a um certo controlo e fiscalização do concedente.
(contrato-quadro – é um contrato de concessão comercial que funda uma
relação de colaboração estável, de conteúdo múltiplo, cuja execução implica,
designadamente, a celebração de futuros contratos entre as partes, pelos
quais o concedente vende ao concessionário, para revenda, nos termos
previamente fixados, os bens que este se obrigou a distribuir).
• Concessão: é um contrato de distribuição com um perfil característico.
Geralmente, opera em áreas que exigem investimentos significativos e que o
produtor dos bens ou serviços a distribuir não queira ou não possa ele próprio
efectuar. Corresponde a esquemas destinados a distribuir produtos de elevado
valor. Aqui, um produtor fixa com um distribuidor mediante um quadro de
distribuição que se baseia pelas seguintes características:

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- Um comerciante insere-se na rede de distribuição de um produtor;
-Adquire o produto em jogo, junto do produtor e obriga-se a vendê-lo, em seu
próprio nome, na área do contrato.
É frequente o contrato de concessão implicar uma distribuição a nível
internacional. Se tal se verificar, ele é ainda complementado com elementos
internacionais privados.
Um exemplo clássico deste tipo de contratos, é o ramo dos veículos
automóveis.
Pelo prisma do Professor M. Januário C. Gomes “através do contrato de
concessão, que o concessionário se obriga a adquirir mercadorias a um
concedente, industrial ou produtor, pelas quais pagam preço e que venderá em
nome próprio, por ser mercadoria sua, assumindo por inteiro os riscos da
operação”.

Elementos caracterizadores:

1  o carácter duradouro do contrato (estabilidade do vínculo);


2  actuação autónoma do concessionário em nome próprio e por conta própria
( transferindo-se o risco do produtor para o distribuidor);
3  Objecto mediato: bens produzidos ou distribuidos pelo concedente;
4 Obrigação do concedente celebrar, no futuro, sucessivos contratos de venda
(o dever de venda dos produtos e cargo do concedente);
5 Obrigação do concessionário celebrar, no futuro, sucessivos contratos de
compra (o dever de aquisição independente sobre o concessionário);
6 o dever de revenda por parte do concessionário dos produtos que
constituem o objecto do contrato, na zona geográfica ou humana a que o
mesmo se refere;
7 obrigação do concessionário orientar a sua actividade empresarial em

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função das finalidades do contrato e do concedente fornecer ao concessionário
os meios necessários ao exercício da sua actividade,
8 exclusividade (na maioria dos casos).
Daqui resulta a constatação de que a concessão distancia o produtor da
comercialização dos seus produtos. O concedente vende os produtos por si
fabricados ao concessionário para este os revender no mercado. O
concessionário é o intermediário na cadeia produção – consumo. No entanto,
ao adquirir os bens do concedente para os revender em seu nome e por sua
conta, o concessionário liberta o concedente do risco da comercialização. Será
ele a actuar no mercado, sujeitando-se aos seus ditames, bem como a toda a
gama de vicissitudes provenientes da contratação com terceiros consumidores,
segundo o prof. José Alberto Vieira.

• Regime da concessão

O contrato de concessão não base legal directa. É uma figura assente na


autonomia privada, e que à partida se trata de um contrato que não está
sujeito a qualquer forma solene. Pode ser verbal, ou pode resultar de condutas
concludentes. O seu regime resultará da interpretação e da integração do texto
que tenha sido subscrito pelas partes.
No que as partes tenham deixado em aberto, haverá que recorrer à analogia. É
habitual o Direito Comparado recorrer ao regime da agência.
Assim no D.L.: 178/86 de 3 de Julho, no art.4º depois de se mencionar o
contrato de concessão, vem dizer que relativamente a este, detecta-se no
direito comparado uma certa tendência para o manter como contrato atípico,
ao mesmo tempo que se vem pondo em relevo a necessidade de se lhe aplicar
por analogia o regime da agência, sobretudo em matéria de cessação do
contrato.

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A doutrina: a analogia com a agência é um instrumento fundamental para
acudir a lacunas que surjam em concretos contratos de concessão.
As mais relevantes são as regras relativas à cessação do contrato. A norma
relativa à indemnização de clientela – art.33º do D.L. 178/76 – tem aplicação
certa no contrato de concessão. Contudo, deve-se verificar caso a caso, para
ver se existe analogia ou não.
No regime deste contrato de distribuição, devemos ainda atender às regras
sobre cláusulas contratuais gerais (CCG). Muitas vezes os grandes produtores
ou fabricantes recorrem a CCG, para uniformizar os diversos contratos de
distribuição que celebrem. As CCG daí derivadas sujeitam-se às regras
jurídicas gerais e em particular ao regime específico que para elas exista.

O contrato de concessão regula “os termos das vendas do concedente ao


concessionário, nomeadamente o tempo de duração (que pode ser
indeterminado), as quantias (mínimas, fixas

ou máximas) de aquisição pelo concessionário a que podemos chamar o fluxo


de fornecimento e o próprio preço máximo de revenda pelo concessionário;
mas sobretudo, (…) a questão da exclusividade (…) unilateral ou bilateral.”

• Especificidades

A nível nacional, é possível encontrar algumas especificidades no tocante ao


regime e ao funcionamento prático da concessão.
Assim, quanto ao conteúdo entende-se que:
- a concessão postula uma relação de confiança, não se justifica a aplicação de
prazo admonitório do art. 808º/1, 2p. do Código Civil (C.C.);
- O regime de exclusividade não é necessário, devendo , para existir, ser
acordado; a exclusividade não é contrária às regras da concorrência, tão pouco

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é suficiente para provar a concessão;
- Ela pode envolver a formação profissional do pessoal do concessionário.

Elementos:
 quanto á sua duração:

- não havendo prazo, ela só pode ser denunciada com um pré-aviso, sob pena
de dar azo a um dever de indemnizar;

- havendo culpa do concedente na cessação do contrato, pode este ser


condenado a retomar os stocks antes vendidos ao concessionário; não há,
todavia, qualquer fundamento jurídico para, em qualquer caso, limitar as
indemnizações ao dano negativo: pelo direito português, todos os danos
devem ser sempre indemnizados;
- a denúncia ilegal é eficaz, mas obriga a indemnizar.

Relativamente à indemnização de clientela a doutrina exprime cautela quanto à


transposição automática do regime da agência: analogia teria de ser
verificada. A indemnização de clientela é uma compensação prevista pela
clientela angariada, desde que se verifiquem os demais pressupostos da lei e
haja analogia. Havendo lei, não se aplicam as regras do enriquecimento sem
causa. As normas sobre a indemnização de clientela na agência não têm
aplicação autom+atica: há sempre, que ponderar os requisitos e a analogia.

• Jurisprudência:

Os nossos tribunais não devem ter receio em arbitrar indemnizações, quando

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se justifiquem. Além da indemnização de clientela, a interrupção abrupta de
uma concessão pode obrigar à retoma dos stocks, como já vimos; pode haver
danos não patrimoniais; pode impor-se uma indemnização por investimentos
feitos pelo concessionário, incluindo em formação profissional e que se venham
a perder; finalmente, caberá indemnizar pelas maiores despesas:
despedimentos colectivos, restituição de subsídios ao Estado e incumprimentos
ocasionados junto dos fornecedores. O direito tem de reagir aos problemas do
nosso tempo.
Figuras Afins:
Contrato de Agência - Pelo qual “ uma das partes se obriga a promover por
conta da outra a celebração de contratos em certa zona ou determinado círculo
de clientes, de modo autónomo

e estável mediante retribuição”-art.1º do DL 178/86 de 3 de Julho; Na


concessão, o concessionário age por conta própria.
Contrato de Mandato - pelo qual”… uma das partes se obriga a praticar um ou
mais actos jurídicos por conta de outrem”( art.1157ºC.C.); O concessionário
actua por conta própria, além disso ele adstringe - se a múltiplas actividades
materiais e não jurídicas.
Contrato de Sociedade - pelo qual”… duas ou mais pessoas se obrigam a
contribuir com bens ou serviços para o exercício em comum de certa
actividade económica, que não seja de mera fruição, a fim de repartirem os
lucros resultantes dessa actividade ( art.980º C.C.); na concessão não há
propriamente uma actividade comum – o concessionário age por si e para si -
nem afluxo de bens para um acervo comum, nem, por fim, pelo menos como
elemento essencial, um quinhoar nos lucros.
Contrato de Consórcio – pelo qual duas ou mais pessoas se obrigam, entre si,
a realizar certa actividade de forma concertada; na concessão, não há

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propriamente, uma actividade comum, antes se verificando que os
beneficiários agem por si.

O Contrato de Locação Financeira

O leasing ou locação financeira consiste numa modalidade de financiamento


através da qual o locador (empresa de leasing), concede ao seu cliente
(locatário), de acordo com as suas instruções, um bem, móvel ou imóvel,
mediante o pagamento de uma renda, por determinado prazo, ficando o cliente
com uma opção de compra no final do mesmo prazo, perante o pagamento de
valor residual.

Logo, está claro que em linguagem corrente, um leasing não é nada mais
senão um contrato de arrendamento com opção de compra no final, onde
estão estipuladas as rendas e o valor da venda, com a particularidade de
durante a vigência do contrato de leasing as viaturas são propriedade da
entidade financeira.

Assim sendo, uma vez terminado o contrato, o leasing permite uma de duas
opções:

 Devolver o bem móvel à empresa de locação financeira;


 Exercer o direito de opção de compra, adquirindo o bem móvel mediante
o pagamento do respectivo valor residual pré-estabelecido no acordo de
locação financeira.

No que concerne ao valor do financiamento é possível financiar o bem adquirir


até 100% e ainda, com alguma regularidade e com o objectivo de amenizar o
peso da renda é possível contratar um leasing com valor residual até 30% do
capital financiado.

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A QUEM SE DESTINA

 Empresas;
 Empresários em nome individual;
 Profissionais liberais;
 Particulares.

 O contrato de locação financeira assume a forma de documento


particular;

 É necessário o reconhecimento notarial presencial das assinaturas das


partes no caso dos imóveis;
 Os bens móveis e imóveis sujeitos a registo deverão ser inscritos nas
conservatórias competentes, donde constará a locadora como
proprietária e o cliente como locatário.

Na generalidade das operações de leasing, apenas na negociação da taxa de


juro associada se poderá obter alguns benefícios, sendo que os restantes
parâmetros são intervalos de opção.

Assim sendo, mesmo com a possibilidade de optar por um valor residual


superior e assim assegurar uma menor prestação, a poupança em termos de
juros só é possível obter na negociação da taxa de juro e na aceitação do valor
residual mínimo

Normalmente, a operação que esta figura contratual encerra pressupõe a


intervenção de três sujeitos: o fornecedor do bem (vendedor ou empreiteiro);
o que o pretende utilizar; e aquele que financia a utilização.

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O contrato de locação financeira é, portanto, actualmente, objecto de uma
específica regulamentação, aplicando-se-lhe o regime previsto no Decreto-Lei
n.º 149/95, de 24 de Junho, tendo alguns dos artigos deste diploma sofrido
alterações com a entrada em vigor do Decretos-Lei n.º 265/97, de 2 de
Outubro e, mais recentemente, do Decreto-Lei n.º 285/2001, de 3 de
Novembro e do Decreto-Lei n.º 30/2008, de 25 de Fevereiro.

Refira-se ainda, por revestir especial importância, o Regime Geral das


Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF), aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de Dezembro (e alterado pelos Decretos – Leis
nºs 246/95, de 14 de Setembro, 232/96, de 5 de Dezembro, 222/99, de 22 de
Junho, pelo Decreto-Lei n.º 250/2000, de 13 de Outubro e, mais
recentemente, pelo já referido Decreto-Lei n.º 285/2001), para o qual remete
o artigo 2º do Decreto-Lei n.º 72/95.

Enquanto negócio jurídico bilateral, aplicar-se-ão à locação financeira, em


todos os aspectos que não se encontrem especialmente regulados no Decreto-
Lei n.º 149/95, também as normas do Código Civil sobre os contratos em geral
(artigos 405º e seguintes) e, por analogia, as normas que regulam o contrato
de locação simples (artigos 1022º e seguintes).

Em qualquer dos casos, dever-se-á recusar a aplicação das normas que se


revelarem incompatíveis com a específica feição da locação financeira (cf. o
artigo 9º, n.º 2, 1ª parte do Decreto-Lei n.º 149/95).

O contrato de locação financeira pode ainda integrar-se no âmbito de aplicação


do regime jurídico das cláusulas contratuais gerais (RJCCG), aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 446/85, de 25 de Outubro (e alterado pelos Decretos-Lei nºs
220/95, de 31 de Agosto e 249/99, de 7 de Julho).

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Na verdade, com frequência, os locadores financeiros elaboram prévia e
unilateralmente cláusulas contratuais gerais que se destinam a ser incluídas
em todos os futuros contratos de locação financeira que vierem a celebrar,
com vista a que, em cada caso concreto, apenas se negocie o tipo de bem
locado, as rendas a pagar e o prazo do contrato.

Para que haja um contrato de locação financeira previsto e regulado pelo


Decreto-Lei n.º 149/95, nos termos de cujo n.º 1 “locação financeira é o
contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante retribuição, a ceder à
outra o gozo temporário de uma coisa, móvel ou imóvel, adquirida ou
construída por indicação desta, e que o locatário financeiro poderá comprar,
decorrido o período acordado, por um preço nele determinado ou determinável
mediante simples aplicação dos critérios nele fixados”, é necessário que se
reúnam cumulativamente os seguintes pressupostos:

 • O locador financeiro tem que ser um banco ou uma sociedade de


locação financeira (SLF) constituída nos termos do Decreto-Lei n.º
72/95, entidades que estão sujeitas ao rigoroso e imperativo (artigo 4º
do Decreto-Lei n.º 72/95 e artigo 4º, n.º 1, alínea b) do RGICSF), que
passa pela concessão de autorização pelo Banco de Portugal, tendo em
conta a particular natureza da actividade financeira que tais entidades
desenvolvem.
 • O locador financeiro assume a obrigação de adquirir ou mandar
construir o bem indicado pelo locatário financeiro (cf. o artigo 9°, n.º 1,
alínea a) do Decreto-Lei 149/95).
 • Por força desta obrigação, o locador financeiro vai celebrar um negócio
aquisitivo, sendo a compra e venda e a empreitada os mais frequentes,
normalmente com um terceiro.

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 • O locador financeiro assume a obrigação de conceder o gozo do bem ao
outro contraente (cf. o artigo 9°, n.º 1, alínea b) do Decreto-Lei 149/95).
 • O locatário financeiro obriga-se a pagar uma renda (cf. o artigo 10°,
n.º 1, alínea a) do Decreto-Lei 149/95).
 • A cedência do gozo e o pagamento da renda, e, portanto, o contrato de
locação financeira, têm um prazo (cf. o artigo 6º do Decreto – Lei
149/95).
 • O contrato deve prever a opção de compra pelo locatário financeiro, no
final do contrato, por um determinado preço.
 • O locador financeiro fica com a propriedade do bem, a qual vai
desempenhar uma função de garantia do seu investimento

É habitual apontar à locação financeira as seguintes vantagens principais


relativamente a outras fontes de financiamento: permite ultrapassar certas
dificuldades de concessão de crédito bancário às pequenas e médias
empresas; representa um financiamento integral (até 100% do preço de
aquisição); possibilita o estabelecimento de planos de pagamento adaptados
às necessidades do locatário financeiro, mediante desenhos ou esquemas
operativos “feitos à medida” (flexibilidade); normalmente apresenta taxas de
juro efectivas (TAEG) inferiores às do crédito bancário; evita a prestação de
garantias reais, não acarretando os custos a estas relativas.

Entre as principais desvantagens da locação financeira é frequente indicarem-


se as seguintes: a locação financeira não fornece o direito de propriedade do
bem, durante o período contratual, ao locatário financeiro, limitando a
possibilidade de dele dispor antes do final do prazo; as despesas associadas à
celebração do contrato de locação financeira são elevadas (comissões, imposto
de selo, valor referente ao seguro do bem locado, etc.); na locação financeira
de bens imóveis não se aplica o regime de crédito bonificado, daí que, em se
visando o uso particular do bem locado, esteja direccionada principalmente

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para uma classe etária mais jovem, com rendimentos um pouco acima da
média; os efeitos fiscais da locação financeira são em tudo idênticos aos
efeitos do financiamento bancário, por força do princípio contabilístico da
prevalência da substância sobre a forma, de acordo com o qual as operações
devem ser contabilizadas atendendo à sua substância e à realidade financeira
e não apenas à sua forma legal.

O locador financeiro não se obriga a assegurar o gozo da coisa para os fins a


que ela se destina (cf. o artigo 1031º, alínea b) do Código Civil com o artigo
9º, n.º 1, alínea b) do Decreto-Lei n.º 149/95), com a eventualidade de o
locatário financeiro ter que pagar a renda mesmo sem ter o gozo efectivo e
sem a expectativa de o retomar; o locador financeiro não responde pelos vícios
da coisa ou pela sua inadequação aos fins do contrato (cf. o artigo 1032º,
alínea b) do Código Civil com o artigo 12º do Decreto-Lei n.º 149/95), o que se
afigura razoável, pois que o locador financeiro não intervém na escolha nem do
fornecedor nem do bem locado; tal como na compra e venda, o risco de perda
ou deterioração do bem corre por conta do locatário financeiro, salvo
estipulação em contrário (cf. O artigo 1044º do Código Civil com o artigo 15º
do Decreto-Lei n.º 149/95); o locatário financeiro está obrigado a efectuar o
seguro do bem locado, contra o risco da sua perda e deterioração e dos danos
por ela provocados (artigo 10º, n.º 1, alínea j) do Decreto-Lei n.º 149/95); as
despesas de transporte e respectivo seguro, montagem, instalação e reparação
do bem locado, bem como as despesas necessárias para a sua devolução ao
locador financeiro, incluindo as relativas aos seguros, ficam a cargo do
locatário financeiro, salvo estipulação em contrário (cf. o artigo 1030º do
Código Civil com o artigo 14º do Decreto-Lei n.º 149/95); o locador financeiro
tem direito a fazer suas, sem compensações, as peças ou outros elementos
acessórios incorporados no bem pelo locatário (cf. os artigos 1046º e 1273º do
Código Civil com o artigo 9º, n.º 2, alínea c) do Decreto-Lei n.º 149/95); a

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resolução do contrato de locação financeira não está sujeita ao formalismo a
que está a do contrato de locação simples (cf. os artigos 1047º e 1048º do
Código Civil com o artigo 17º do Decreto-Lei n.º 149/95) – caracterizam a
locação financeira como nova modalidade contratual, designadamente face à
locação simples.

Restringido o contrato de locação financeira àqueles contratos em que se


descortina um sujeito específico a desempenhar o papel de financiador e em
que a concessão do gozo é instrumental desse fim e não o fim do contrato em
si mesmo, cabe fazer uma breve referência à frequente classificação do
contrato de locação financeira em duas modalidades: mobiliária, quando tenha
por objecto bens móveis; e imobiliária, quando tenha por objecto bens
imóveis.

Habitualmente, o contrato de locação financeira desencadear-se-á por um


contacto estabelecido entre o futuro locatário financeiro e o fornecedor, em
que aquele escolhe o bem que poderá vir a ser objecto do contrato de locação
financeira e negoceia preliminarmente as condições da sua aquisição por um
locador financeiro; nesta hipótese, o legislador entende que o interessado age
por sua conta e risco, não podendo o locador financeiro ser responsabilizado,
pelo fornecedor ou pelo próprio interessado, por prejuízos eventuais
decorrentes da não conclusão do contrato (cf. o artigo 22° do Decreto-Lei n.º
149/95).

Depois de ter chegado a acordo nessa negociação preliminar com o fornecedor,


o futuro utilizador dirige-se à SLF ou ao banco, apresentando uma proposta
contratual em que deve indicar o fornecedor, o bem e as suas características,
os prazos de entrega e demais cláusulas do contrato de locação financeira.

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Aceite a proposta, a SLF ou o banco e o futuro utilizador celebram o contrato
de locação financeira, precisando nas respectivas cláusulas as obrigações de
um e de outro.

Formalizado o contrato, proceder-se-á normalmente à aquisição do bem,


sendo que é o locador financeiro que contrata com o fornecedor, ainda que
muitas vezes, não o faça pessoalmente mas antes se faça representar pelo
próprio locatário financeiro.

Perante este quadro – é o locatário financeiro que, na maior parte das vezes,
negoceia e adquire o bem locado, ainda que em nome do banco ou da SLF,
estabelecendo uma relação directa com o fornecedor, também depois da
compra, caso venha a fazer uso da respectiva opção –, o nosso legislador
contemplou, no artigo 13º do Decreto-Lei n.º 149/95, as relações entre o
locatário financeiro e o fornecedor, atribuindo àquele o direito de “exercer,
contra o vendedor ou o empreiteiro, quando disso seja caso, todos os direitos
relativos ao bem locado ou resultantes do contrato de compra e venda ou de
empreitada”, possibilidade que, na falta desta norma, competiria ao locador
financeiro/proprietário.

OS DIREITOS E AS OBRIGAÇÕES DOS SUJEITOS DO CONTRATO

As obrigações do locador financeiro restringem-se a adquirir ou a mandar


construir o bem a locar; a conceder o gozo do bem para os fins a que se
destina-se de qualquer acto perturbador; e a vender o bem ao locatário
financeiro, caso este exerça a opção de compra findo o contrato (artigo 9º, n.º
1, alíneas a), b) e c) do Decreto-Lei n.º 149/95), daí que a posição do locador
financeiro se aproxime, quer no plano económico, quer no plano jurídico, da
posição do credor detentor da propriedade a título de garantia.

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No que concerne aos direitos do locador financeiro, cumpre referir o de
defender a integridade do bem, nos termos gerais de direito; o de examinar o
bem, sem prejuízo da actividade normal do locatário financeiro; e o de fazer
suas, sem compensações, as peças ou outros elementos acessórios
incorporados no bem pelo locatário financeiro (artigo 9º, n.º 2, alíneas a), b) e
c) do Decreto-Lei n.º 149/95).

Do artigo 11°, n.º 4 do Decreto-Lei n.º 149/95 resulta também que o locador
financeiro pode transmitir a sua posição contratual sem dependência de
autorização do locatário financeiro, regime fundado na mera função de
financiador que o locador financeiro desempenha e na consequente sua
relativa despersonalização.

Por força do n.º 2 do artigo 9º do Decreto-Lei n.º 149/95, a posição jurídica do


locador financeiro fica ainda marcada por todos os direitos e deveres gerais
previstos no regime da locação simples que não se mostrem incompatíveis
com o disposto no Decreto-Lei n.º 149/95 (cf. artigo 1031º do Código Civil).

São, por seu turno, obrigações do locatário financeiro, entre outras, a de pagar
as rendas; a de facultar ao locador financeiro o exame do bem locado; a de
não aplicar o bem a fim diverso daquele a que ele se destina ou movê-lo para
local diferente do contratualmente previsto, salvo autorização do locador
financeiro; a de assegurar a conservação do bem e não fazer dele uma
utilização imprudente; a de realizar reparações, urgentes ou necessárias, bem
como quaisquer obras ordenadas pela autoridade pública; a de não
proporcionar a outrem o gozo total ou parcial do bem por meio da cessão
onerosa ou gratuita da sua posição jurídica, sublocação ou comodato, excepto
se a lei o permitir ou o locador financeiro autorizar; a de comunicar ao locador
financeiro, dentro de quinze dias, a cedência do gozo do bem, quando
permitida ou autorizada; a de avisar imediatamente o locador financeiro,

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sempre que tenha conhecimento de vícios no bem ou saiba que o ameaça
algum perigo ou que terceiros se arrogam direitos em relação a ele, desde que
o facto seja ignorado pelo locador financeiro; a de efectuar o seguro do bem
locado, contra o risco da sua perda ou deterioração e dos danos por ela
provocados; e a de restituir o bem locado, findo o contrato, em bom estado,
salvo as deteriorações inerentes a uma utilização normal, quando não opte
pela sua aquisição (artigo 10º, n.º 1, alíneas a), c) e d), e), f), g), h), i), j) e
k) do Decreto-Lei n.º 149/95).

Quanto aos direitos que assistem ao locatário financeiro, destacam-se o de


usar e fruir o bem locado; de defender a integridade do bem e o seu gozo, nos
termos do seu direito; de usar das acções possessórias, mesmo contra o
locador financeiro; de onerar, total ou parcialmente, o seu direito mediante
autorização expressa do locador financeiro; de exercer, na locação de fracção
autónoma, os direitos próprios do locador, com excepção dos que, pela sua
natureza, somente por aquele possam ser exercidos; e o de adquirir o bem
locado, findo o contrato, pelo preço estipulado (artigo 10º, n.º 2, alíneas a),
b), c), d), e) e f) do Decreto-Lei n.º 149/95).

O artigo 11°, n.º 1 do Decreto-Lei n.º 149/95 estabelece ainda que o direito do
locatário financeiro pode ser transmitido se o contrato de locação financeira
incidir sobre bens de equipamento e houver trespasse de estabelecimento, nos
termos do artigo 115º do Regime do

Arrendamento Urbano (RAU), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 321-B/90, de 15


de Outubro, ou por morte, a título de sucessão legal ou testamentária, se o
sucessor prosseguir a actividade profissional do ex -locatário financeiro. Em
qualquer dos casos, o locador financeiro poderá opor-se à transmissão da
posição contratual, provando que o cessionário não oferece garantias
bastantes à execução do contrato (artigo 11°, n.º 3 do Decreto-Lei 149/95).

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Quanto aos restantes bens (que não sejam bens de equipamento), o artigo
11º, n.º 2 remete para o artigo 1059º do Código Civil, cujo n.º 2 remete, por
sua vez, para os artigos 424º e seguintes do mesmo Código, dos quais resulta
que a transmissão da posição contratual do locatário financeiro carece, nestes
casos, de consentimento do locador financeiro (cf. o artigo 424º, n.º 1 in fine
do Código Civil).

A posição jurídica do locatário financeiro fica, também ela, em virtude do


disposto neste artigo 10º, n.º 2 do Decreto-Lei n.º 149/95, marcada por todos
os direitos e deveres previstos no regime geral da locação que não se mostrem
incompatíveis com o disposto no Decreto-Lei n.º 149/95 (cf. o artigo 1038º do
Código Civil).

O PRAZO DO CONTRATO

Actualmente, não se estabelece qualquer prazo mínimo do contrato de locação


financeira, dando-se prevalência ao que as partes, no exercício da liberdade de
conformação do conteúdo contratual, estabeleçam nas cláusulas “que melhor
se acomodem aos objectivos que visam prosseguir” (cf. o preâmbulo do
Decreto-Lei n.º 285/2001), o que tem como consequência a possibilidade de
se celebrarem contratos de locação financeira por qualquer prazo, mesmo por
um dia. Ademais, o prazo máximo do contrato é de 30 anos, considerando-se
reduzido a este limite quando superior.

AS RENDAS E O VALOR RESIDUAL

Sabemos que o locatário financeiro se obriga, pelo contrato de locação


financeira, a pagar uma retribuição que assume a forma de renda (cf. o artigo
10º, n.º 1, alínea a) do Decreto-Lei 149/95) ou, mais rigorosamente, de
contrapartidas financeiras que garantam ao locador financeiro o reembolso do

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investimento feito, juro calculado sobre o capital investido, custo de
amortização dos bens adquiridos e margem de lucro da operação incluídos.

Por ser com o investimento feito pelo locador financeiro que se estabelece, em
rigor, a correspectividade, enquanto na locação simples as rendas são
prestações periódicas, correspondentes a períodos sucessivos, dependentes da
duração do contrato, na locação financeira há uma obrigação única do locatário
financeiro que existe desde a celebração do contrato, embora o seu
cumprimento seja fraccionado. Trata-se, assim, de uma obrigação dividida,
fraccionada ou repartida quanto ao cumprimento, mas unitária em si mesma,
pois que a renda se encontra fixada desde o momento da celebração do
contrato em função do preço de aquisição, dos encargos e da margem de lucro

FRANCHISING.

O que é o franchising ?

O Franchising moderno, denominado "Business Format Franchise" é uma forma


de fazer negócio em "parceria" onde uma empresa com sucesso comprovado,
concede a terceiros o direito de explorar os seus produtos e serviços, marca
comercial e ainda usar os seus métodos de gestão, recebendo em troca
contrapartidas financeiras. A "empresa-mãe" é chamada de franchisadora e a
empresa que recebe os direitos de franchisada.
O sucesso dessa fórmula é associar a experiência de uma empresa instalada e
de sucesso no mercado com a motivação e o capital de pessoas interessadas
em ter o seu próprio negócio.
Para o franchisador permite uma expansão rápida com recursos financeiros e
humanos de terceiros. Para o franchisado é a oportunidade de ter um negócio
próprio com menos risco e contar com uma marca e sistema consagrados no

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mercado.
Vantagens e Desvantagens para o Futuro Franchisado:

Inicia um negócio com menos risco Deve seguir as regras Recebe apoio
operacional O seu sucesso depende também de terceiros Usufrui de uma
marca conhecida Paga taxas e outras contrapartidas financeiras Está mais
protegido da concorrência

Como Franchisado - quando uma pessoa ou empresa compra o direito para a


abertura de uma loja/unidade individual.

Como "Master" Franchisado - quando uma pessoa ou empresa compra os


direitos para todo um país ou para uma região e além de abrir unidades
próprias pode sub-franchisar certos territórios.

Como Area Developer - quando uma pessoa ou empresa compra os direitos


para uma região ou mesmo um país e pretende explorá-la exclusivamente
através de lojas próprias. Muitas empresas portuguesas que a princípio são
chamadas de "master franchisadas" optaram na verdade por actuar dentro
desta estratégia.

Direito de Entrada ("Franchise/Initial Fee").

É o valor que se paga na altura da adesão à rede, normalmente na data da


assinatura do contrato. Em parte, esta taxa cobre os custos que o franchisador
teve para atrair, seleccionar e formar o candidato, bem como outros custos
que ele terá até abertura da loja. Além disto, o Direito de Entrada funciona
como uma espécie de "jóia" paga pelas vantagens de se tornar membro de
uma cadeia já estabelecida no mercado e pelo direito ao uso da marca.

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Royalties/Taxa Administrativa.

É o valor pago mensalmente, normalmente através de uma percentagem da


facturação, pelo uso contínuo da marca e pelos serviços de apoio prestados
pelo franchisador.

Taxa de Publicidade/Promoção.

É uma contribuição que todas as lojas fazem para um fundo comum a ser
aplicado na promoção da marca e produtos da cadeia. Não deve ser visto como
uma fonte de lucro pelo franchisador que deve gerí-lo e justificar sempre a sua
correcta utilização.

Serviços.
Uma das principais vantagens que justificam o sucesso internacional do
franchising é a possibilidade de obter todo o know-how e apoio de empresas
experientes e com sucesso no mercado.
É justamente através dos diversos serviços que o franchisador passa ao
franchisado todo o conhecimento acumulado. Este é um factor fundamental a
ser analisado, tão importante ou mais do que os aspectos financeiros.

Os serviços prestados pelos franchisadores dividem-se ao longo das


seguintes fases:

Antes da abertura da loja - pode incluir a elaboração do projecto da loja,


indicação de equipamentos e fornecedores, formação inicial, apoio na obtenção

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de financiamento, ou mesmo um projecto completo tipo "chave na mão" no
qual o franchisador entrega ao franchisado a loja pronta a operar.

Na altura da inauguração - a maior parte dos franchisadores dão toda a


orientação para a elaboração de uma campanha de inauguração da
unidade/loja e ainda "emprestam" alguns dos seus funcionários durante os
primeiros dias de actividade.

Após a abertura da Loja - são os chamados serviços contínuos que incluem


entre outros a assessoria empresarial, controlo de qualidade, pesquisa e
desenvolvimento de produtos, negociação com fornecedores, gestão do fundo
de publicidade/promoção.

Apesar do franchising permitir ao franchisado iniciar um negócio com menos


riscos e com uma série de vantagens, nem todas as pessoas se adaptam às
exigências do sistema.
Analise com cuidado e sinceridade as considerações feitas a seguir e avalie se
está disposto(a) a aceitar as "regras do jogo".

Ser franchisado significa ter um negócio próprio o que traz inúmeras


implicações :

 todo negócio envolve riscos que podem pôr em jogo as suas economias.
 como empresário terá que trabalhar muito, em geral vários horas a mais
do que num emprego e muitas vezes durante sábados, domingos e
feriados.
 é fundamental ter o apoio da família.

Ser franchisado implica seguir rigidamente regras.

 apesar de ser o dono do negócio é o franchisador quem determina a sua


forma de trabalhar.

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 em muitas situações será preciso pedir autorização ao franchisador - a
sua autonomia será limitada em favor da coesão da rede.
 mesmo depois de estabilizada, a sua loja/unidade deverá continuar a
pagar as taxas devidas ao franchisador.

O passo seguinte é dentro das dezenas de oportunidades existentes no


mercado seleccionar aquelas com maior interesse e potencial para passar a
uma análise mais profunda.

O instrumento básico para esta pré-selecção é exactamente o Directório de


Oportunidades em Franchising. Aqui estão reunidas as principais ofertas do
mercado de franchising o que permite uma rápida comparação entre as
propostas. Caso a ficha de alguma empresa que tenha interessa não esteja no
Directório consulte o IF, pois a base de dados está em constante actualização
ao longo do ano.

Critérios para limitar a selecção.

 escolha o(s) sector(es) com que realmente se identifica e que as suas


características pessoais sejam compatíveis .
 lembre-se das exigências especiais de cada tipo de negócio quanto a
carga de trabalho, horários, aptidões técnicas necessárias e escolha
aqueles que se adaptam ao seu ritmo de vida e obrigações familiares..
 faça um levantamento do capital próprio que dispõe. Considere por
segurança um máximo de 50% de financiamento para o negócio.
 Seleccione dentro do grupo de empresas escolhidas nos tópicos
anteriores apenas aquelas que estejam dentro do seu limite de
investimento.

Apesar de esta ser a etapa mais difícil e mais importante vamos limitar-nos a
destacar alguns pontos fundamentais.

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Naturalmente os tópicos abaixo servem apenas de check-list. É preciso ter
sensibilidade para saber a altura certa de fazer as perguntas. O processo de
selecção é uma espécie de namoro, onde tanto franchisador como franchisado
terão oportunidade de se conhecerem melhor.

Informações gerais a obter sobre a empresa.

 histórico da empresa, curriculum dos sócios e a actual estrutura física e


humana.
 se for internacional peça os dados da empresa no exterior e o contacto
da "casa-mãe".
 evolução das lojas próprias e franchisadas.
 estratégia futura e planos de crescimento e divisão dos territórios.
 numa fase avançada poderá inclusivé pedir referências bancárias e
contactos de fornecedores. Este é um procedimento pouco usado, mas
essencial
 obtenha mais informações em empresas e entidades externas tais como
o próprio IF, a Associação Portuguesa da Franchise (APF), associações
sectoriais, empresas de informação comercial, bancos…

Serviços

Como referido anteriormente os serviços prestados pelo franchisador são a


essência do franchising moderno.

São eles quem garantem a absorção da fórmula de sucesso desenvolvida pelo


franchisador.

 faça uma lista detalhada de cada um dos serviços que o franchisador


disponibiliza antes, durante e após a abertura da loja.

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 de importância fundamental é a formação inicial, apoio na instalação da
loja, manuais e o acompanhamento empresarial.
 não se esqueça de perguntar quais os serviços incluídos no direito de
entrada e nos royalties/taxa administrativa e quais devem ser pagos à
parte.
 conheça as pessoas que estão directamente ligadas ao apoio a rede
franchisada.

Aspectos Financeiros.

Só este ponto seria suficiente para gerar um livro completo. Resumidamente o


conselho mais importante a ser passado é nunca confiar plenamente nos dados
fornecidos pelo franchisador. Faça as suas próprias contas e sempre que
possível confira com os actuais franchisados a veracidade dos números
apresentados. Alguns pontos a não esquecer:

 política da empresa e valores para as seguintes taxas, direito de entrada,


royalties/taxa administrativa, taxa de marketing/publicidade.
 descrição detalhada do investimento. Confirme com algum franchisado
se não falta nada.
 estimativa de receitas de vários padrões diferentes de loja baseada em
dados reais.
 lista de todos os custos de uma loja e explicação de como variam com a
actividade.
 custo dos produtos e serviços e margem geral de comercialização.
 com todos estes elementos desenvolva uma simulação de resultados.
 peça auxílio a algum amigo ou de preferência a um contabilista,
economista ou consultor para analisar as fórmulas financeiras.

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Aspectos Operacionais.

 quem fornece a mercadoria e em que condições.


 quem faz a distribuição e quem suporta esse custo.
 como é feito o controlo de qualidade sobre as unidades da rede.
 qual a zona de exclusividade territorial e como está protegida. Consta no
contrato

Contacto com Franchisados

Esta é talvez a etapa mais importante do processo. Afinal ninguém melhor do


que os actuais franchisados para julgar a competência do franchisador. Apesar
disto, apenas um número ínfimo de candidatos realiza esta pesquisa.

Lembre-se que alguns franchisados podem mostrar-se relutantes em falar.


Seja sempre transparente e explique as suas intenções.

 peça uma lista completa dos actuais franchisados.


 peça o contacto de franchisados que se desligaram da rede.

O Contrato.

O Contrato de Franchise é a peça final que deve espelhar com exactidão a


relação franchisado-franchisador. Entretanto, é geralmente um documento
extenso, com vocabulário às vezes pouco acessível a quem não está habituado
e repleto de detalhes.
O principal conselho a ser dado nesta etapa é pedir sempre o apoio de um
advogado. Por mais experiência que tenha em negócios há sempre coisas que
passam despercebidas.

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 desconfie de empresas cujo contrato não contempla uma parte
substancial do que o franchisador prometeu como serviços.
 nunca assine um contrato sob pressão sem que tenha sido dado tempo
para uma analise cuidadosa e assessoria de um advogado.

Financiamento.

Se tudo parece encaminhar para a assinatura do contrato com o franchisador


não se esqueça de antes elaborar um plano financeiro e apresentá-lo ao banco.
Não são raros os casos de franchisados que assinam contratos, pagam taxas e
depois não conseguem obter o financiamento necessário.
Há múltiplas formas de financiar um negócio. Mas lembre-se sempre quanto
mais recorrer a terceiros maior será o seu custo financeiro e
consequentemente o seu volume mínimo de negócio (ponto de equilíbrio). A
prática tem demonstrado que entrar num negócio de franchising com menos
de 35% do capital é extremamente arriscado. O ideal é ter pelo menos 60% do
total do investimento.

O Local.

Caso ainda não tenha o local para exercer a actividade aconselhamos procurá-
lo antes da assinatura de qualquer contrato. Excepção feita no caso de redes
que tratam da escolha e indicação do local.

Em muitos grandes centros é extremamente difícil encontrar lojas comerciais


com as características exigidas pelo franchisador ou pelo menos a um preço
não proibitivo. Esta pesquisa anterior evita que se incorra no erro de se
comprometer com um franchisador e depois descobrir que o custo da loja
significa um aumento do investimento de duas ou até três vezes o estimado.

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Propriedade Industrial

Missão
Assegurar a proteção e promoção da Propriedade Industrial, quer a nível
nacional, quer internacional, de acordo com a política de modernização e
fortalecimento da estrutura empresarial do país, nomeadamente em
colaboração com as organizações internacionais de que Portugal é membro.

Visão
Ser reconhecido como modelo de boas práticas, em especial pela excelência do
serviço prestado, tanto pelos parceiros do Sistema Científico e Tecnológico
Nacional como pelos Organismos congéneres e Organizações Internacionais
relevantes.

Valores
Isenção, imparcialidade e legalidade no tratamento dos intervenientes do
Sistema de Propriedade Industrial;
Preocupação com o utente, quer a nível da qualidade do serviço prestado, quer
nas condições de acolhimento e relacionamento com o INPI;

Valorização das competências profissionais e da motivação dos colaboradores,


adequando os perfis profissionais de acordo com a missão e os objetivos do
INPI.

A criação do INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial em 1976


visava instituir um organismo mais eficaz e eficiente, que privilegiasse a
qualidade de serviço público e as parcerias com as empresas, apoiando um
esforço competitivo suportado na inovação.

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Criado no âmbito do Ministério do Comércio Externo em 28 de Julho de 1976,
através do Decreto-Lei nº 632, por reforma da antiga Repartição da
Propriedade Industrial, o INPI assume atualmente a forma de Instituto Público
Autónomo, dotado de personalidade jurídica com autonomia administrativa,
financeira e património próprio, executando a sua atividade sob a
superintendência e tutela do Ministro da Justiça, no que se refere à definição
das políticas específicas da propriedade industrial bem como do
acompanhamento da sua execução (Decreto-Lei n.º 123/2011, de 29 de
Dezembro de 2011).

O INPI rege-se pela sua Lei Orgânica (Decreto-Lei n.º 147/2012, de 12 de


Julho), e pelos seus estatutos (Portaria n.º 386/2012, de 29 de novembro).

A atividade do INPI centra-se na atribuição e proteção de direitos de


Propriedade Industrial, a nível interno e externo, em colaboração com as
organizações internacionais de que Portugal é membro; na difusão da
informação técnica e científica patenteada e, na promoção da utilização do
Sistema de Propriedade Industrial, visando o reforço da capacidade inovadora
e competitiva do país, a lealdade da concorrência e o combate à contrafação.

O INPI é o organismo a quem compete a aplicação da legislação nacional,


nomeadamente o Código da PI, aprovado pelo Decreto-Lei nº 36/2003, de 5 de
Março, e alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 318/2007, de 26 de Setembro, n.º
360/2007, de 2 de Novembro, n.º 143/2008, de 25 de Julho, e pela Lei n.º
16/2008, de 1 de Abril, que contêm disposições fundamentais ao nível dos
Direitos de Propriedade Industrial e, ainda, das Convenções, Tratados e
Acordos internacionais que Portugal ratificou.

O CPI foi ainda alterado pela Lei nº 52/2008, de 28 de Agosto e pela Lei nº
46/2011, de 24 de Junho de modo a prever a criação do Tribunal da

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Propriedade Intelectual que, entre outras matérias, é competente para julgar
os litígios que envolvam direitos de propriedade industrial.

Propriedade Industrial - O que é?

As criações intelectuais podem ser objeto de um direito de propriedade – um


direito de propriedade industrial.

Este direito permite assegurar o monopólio ou o uso exclusivo sobre uma


determinada invenção, uma criação estética (design) ou um sinal usado para
distinguir produtos e empresas no mercado.
A Propriedade Industrial (PI), em conjunto com os Direitos de Autor e os
Direitos Conexos, constituem a Propriedade Intelectual.

Enquanto a Propriedade Industrial tem por objeto a proteção das invenções,


das criações estéticas (design) e dos sinais usados para distinguir produtos e
empresas no mercado, o Direito de Autor visa a proteção das obras literárias e
artísticas (incluindo as criações originais da literatura e das artes).

Porquê proteger ou registar

O recurso à proteção ou ao registo não é obrigatório para os cidadãos ou para


as empresas que pretendam desenvolver ou explorar uma invenção, uma
criação estética ou assinalar produtos e serviços no mercado.

É, no entanto, aconselhável, dadas as múltiplas vantagens que oferece:

Assegura um monopólio legal

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Este monopólio permite impedir que alguém utilize, sem consentimento, uma
marca, uma patente ou um desenho ou modelo (ou outras modalidades),
habilitando o titular a acionar todos os mecanismos legais para fazer cessar ou
punir qualquer conduta usurpadora.

Atenção! Em Portugal, a propriedade e o uso exclusivo apenas se adquire por


via da proteção ou do registo junto do INPI, não através do mero uso no
mercado.

Concede o direito de utilizar símbolos que dissuadem a violação (®) (Pat.n.º)


(D M n.º)
O uso destes símbolos é apenas permitido para quem obtenha, efetivamente, o
registo ou a proteção, prevenindo ou evitando eventuais condutas lesivas dos
direitos.

 Proporciona maior segurança aos investimentos que a empresa realiza

O registo/proteção implica a presunção de que não existem marcas, patentes,


desenhos ou modelos (ou outras modalidades) anteriores que o inviabilizem.
Minimiza, por essa via, um risco de conflito com detentores de direitos
anteriores que possa conduzir a uma eventual obrigação de retirada de todo o
investimento realizado, no desenvolvimento e na implementação de um
determinado sinal ou invenção.

O direito de propriedade obtido através da proteção ou do registo é livremente


disponível, podendo o titular transmitir ou conceder licenças de exploração das
suas marcas, patentes ou desenhos ou modelos, rentabilizando dessa forma os
investimentos realizados.

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O que pode ser protegido ou registado

As Invenções

Os resultados da atividade inventiva em todos os domínios tecnológicos podem


ser protegidos, a título temporário, através de:

 Patentes
 Modelos de Utilidade
 Certificados Complementares de Proteção (CCP)
 Topografias de Produtos Semicondutores

Os Sinais

Um elemento gráfico, como uma figura ou uma palavra, que sirva para
identificar no mercado produtos ou serviços, estabelecimentos ou entidades
pode ser protegido através de:

 Marcas
 Logótipos
 Recompensas
 Denominações de Origem
 Indicações Geográficas

O Design

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A aparência ou o design de um objeto (a configuração estética resultante da
atividade criativa das empresas e dos designers) pode ser protegido através
de:

 Desenhos ou Modelos

Onde proteger ou registar

O registo e a proteção obtida em Portugal – junto do INPI – apenas produz


efeitos no território nacional, não protege a marca, a patente, ou o design em
nenhum outro país.
Os direitos de propriedade industrial (as marcas, as patentes, os desenhos ou
modelos, entre outros) são direitos territoriais, sendo o exclusivo apenas
garantido no país que lhes conferiu proteção.
Por exemplo, se uma marca apenas estiver registada em Portugal, o seu titular
só poderá fazer valer os seus direitos em território nacional, não podendo
impedir que alguém em Espanha utilize sinal igual ou semelhante.

Se a estratégia de uma empresa passar por exportar produtos ou alcançar


novos mercados, o Sistema de Propriedade Industrial oferece múltiplas vias
que permitem assegurar a proteção das várias modalidades de propriedade
industrial noutros países.

Reivindicação de prioridade

Caso pretenda optar por qualquer uma das vias de proteção no estrangeiro,
saiba que o pedido de registo ou de proteção efetuado em Portugal permite-lhe
beneficiar, num prazo de 6 ou 12 meses, de um direito de prioridade para

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apresentar o pedido noutro território: em qualquer Estado Membro da
Organização Mundial do Comércio (O.M.C.) ou da Convenção da União de Paris
para a Proteção da Propriedade Industrial (C.U.P).

Se este prazo for respeitado, o pedido que efetuar no estrangeiro beneficiará


da data do pedido que efetuou inicialmente em Portugal (o que se designa por
“reivindicação de prioridade”), o que poderá constituir uma enorme vantagem.

Código da Propriedade Industrial

Novas Medidas de Simplificação

Foi publicado o Decreto-lei n.º 143/2008, de 25 de Julho, que introduz no


Código da Propriedade Industrial medidas de simplificação e de acesso à
propriedade industrial.

Projeto GAPI 2ª Geração

A implementação de uma rede de Gabinetes de Apoio à Promoção da


Propriedade Industrial (GAPI) teve início em 2001 como uma iniciativa do INPI,
com vista a promover e divulgar a importância do uso da Propriedade
Industrial. Esta iniciativa foi desenvolvida em parceria com 22 entidades
(Centros Tecnológicos, Associações Empresariais e Parques de Ciência e
Tecnologia e Universidades) e foi objeto de apoio, entre 2001 e 2007, no
âmbito de projetos de “Valorização do Sistema de Propriedade Industrial
(SPI)”, cofinanciados pelos programas POE (Programa Operacional da

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Economia) e PRIME (Programa de Incentivos à Modernização da Economia) do
III Quadro Comunitário de Apoio.

Os resultados obtidos com a criação desta rede foram objeto de


reconhecimento, quer a nível nacional quer internacional, tendo,
inclusivamente, a Rede GAPI sido considerada como um modelo de boas
práticas, replicado a nível internacional.

Atendendo ao impacto das atividades desenvolvidas pela rede GAPI no nível de


utilização da Propriedade Industrial em Portugal, o INPI considerou ser
extremamente relevante assegurar a manutenção e desenvolvimento das
atividades desta rede.

Nesse sentido, foi aprovado o projeto GAPI 2ª Geração, a decorrer entre


Outubro de 2009 e Setembro de 2011, com financiamento de fundos próprios
do INPI. Com este projeto pretende-se consolidar a valorização do Sistema de
Propriedade Industrial, reforçando as competências da rede e dotando-a de
novas valências que vão ao encontro das necessidades identificadas nas
anteriores fases do projeto.

A mudança estratégica centra-se na reorientação da atividade dos GAPI,


evoluindo de uma lógica de formato comum a todas as intervenções, para uma
intervenção em função das suas competências e áreas de atuação mais
prementes, tendo em conta o seu público-alvo.

Numa lógica de competências genéricas, a rede mantém a vocação para a


promoção e disseminação da Propriedade Industrial, através da organização de
um conjunto de iniciativas direcionadas para a sensibilização e para a aquisição
de conhecimentos e competências em matéria de Direitos da Propriedade
Industrial.

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Numa lógica de competências específicas, os gabinetes, de acordo com a sua
tipologia, têm como áreas privilegiadas de intervenção as seguintes:

 GAPI Conhecimento (Universidades e Interfaces U-E)


 Sensibilizar professores, alunos e investigadores, no sentido de
potenciar a utilização do SPI;
 Especializar em Direitos de Incidência Tecnológica;
 Adquirir competências no domínio da avaliação de tecnologias e de
ativos intangíveis;
 Conferir maior enfoque às atividades relacionadas com o marketing
de tecnologias;
 Apostar na disseminação de mecanismos de transferência de
conhecimento (investigação aplicada, licenciamentos e spin-offs);
 Promover a introdução dos temas de PI nos curricula
universitários,
 Desenvolver competências em “soft IP” (acordos de
confidencialidade, acordos de transferência de materiais, segredo
de negócio).

 GAPI Tecnologia (Centros Tecnológicos)


 Promover uma maior aproximação e sensibilização das PME em
matérias de PI, apostando em novas metodologias que privilegiem
os contactos de proximidade (ex.: Pré-Diagnósticos);
 Implementar atividades de suporte ao “enforcement”;
 Levar a PI a públicos complementares, desenvolvendo materiais e
atividades específicas, por exemplo para escolas;
 Desenvolver competências em “soft IP” (acordos de
confidencialidade, acordos de transferência de materiais, segredo
de negócio).

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 GAPI Inovação (COTEC)
 Estreitar os laços de cooperação com as grandes empresas
nacionais e com a rede de PME´s Inovadoras, contribuindo para o
reforço do Sistema da Propriedade Industrial;
 Promover a utilização e valorização da PI de cariz tecnológico,
fomentar o seu registo por parte das grandes empresas e das
PME´s Inovadoras e definir um conjunto de boas-práticas neste
domínio;
 Contribuir para o desenvolvimento de competências profissionais
na área da PI, em recursos humanos altamente qualificados da
área da investigação, melhorando as qualificações existentes;
 Definir estratégias de avaliação de tecnologias e ativos intangíveis
e de gestão de portfolios de PI.

Marca

A marca é um sinal que identifica no mercado os produtos ou serviços de uma


empresa, distinguindo-os dos de outras empresas.

Se a marca for registada, passa o seu titular a deter um exclusivo que lhe
confere o direito de impedir que terceiros utilizem, sem o seu consentimento,
sinal igual ou semelhante, em produtos ou serviços idênticos ou afins (ou seja,
o registo permite, nomeadamente, reagir contra imitações).
Atenção! Em princípio, o registo apenas protege a marca relativamente aos
produtos e aos serviços especificados no pedido de registo (ou a produtos ou
serviços afins).
Isto significa, por exemplo, que uma empresa que detenha um registo de
marca para assinalar computadores pode reagir contra o uso de uma marca
igual ou semelhante por uma empresa que preste serviços de reparação de

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computadores, mas já não o poderá fazer, em princípio, contra a utilização
dessa marca por outra empresa que fabrique aspiradores.

Tipos de Marca

As marcas podem assumir múltiplas configurações:

Marcas nominativas: Compostas apenas por elementos verbais,


nomeadamente palavras, incluindo nomes de pessoas, letras ou números.

Marcas figurativas: Compostas apenas por elementos figurativos, como


desenhos, imagens ou figuras

Marcas mistas: Compostas por elementos verbais e figurativos

Marcas sonoras: Compostas por sons

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Marcas tridimensionais: compostas pela forma do produto ou da respetiva
embalagem

Marcas compostas por slogans: constituídas por frases publicitárias,


independentemente da sua proteção pelo Direito de Autor

 VÁ PELOS SEUS DEDOS


 QUEM TEM PÁGINAS AMARELAS TEM TUDO

As Marcas coletivas

Para além das marcas que se destinam a identificar e distinguir produtos ou


serviços, existem também as marcas coletivas, que podem ser de associação
ou de certificação.
O registo da marca coletiva confere ao seu titular o direito de disciplinar a
comercialização dos respetivos produtos, nas condições estabelecidas na lei,
nos Estatutos ou nos Regulamentos internos.

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Uma marca de associação é um sinal pertencente a uma associação de pessoas
singulares ou coletivas, cujos membros o usam, ou têm intenção de usar, para
produtos ou serviços relacionados com o objeto da associação.

Uma marca de certificação é um sinal pertencente a uma pessoa coletiva que


controla os produtos ou os serviços, ou estabelece normas a que estes devem
obedecer. Este sinal serve para ser utilizado nos produtos ou serviços
submetidos àquele controlo, ou para os quais as normas foram estabelecidas.

Nem todas as marcas podem ser registadas

O que não pode ser registado

Não podem ser registadas as marcas compostas exclusiva ou essencialmente


por elementos que descrevam o produto/serviços (as suas características,
qualidades, proveniência geográfica, entre outros aspetos), por elementos
usuais na linguagem do comércio, por determinadas formas (forma imposta
pela própria natureza do produto, forma do produto necessária à obtenção de
um resultado técnico ou forma que lhe confira um valor substancial) ou por
uma única cor.

Exemplos:

 Sapatos (para identificar calçado)


 Cinema Tickets (para serviços de venda de bilhetes)
 Hidratação Creme (para produtos cosméticos)
 Reparação 24H (para serviços de reparação)
 Lava Mais (para detergentes de roupa)
 Super Crédito (para serviços financeiros e de crédito)

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Atenção! Uma marca composta exclusiva ou essencialmente por estes
elementos (com exceção das cores) apenas pode ser registada se tiver
adquirido, na prática comercial, eficácia distintiva.

Sempre que estes elementos - não registáveis por si só - estejam combinados


com outros que sejam distintivos (palavras ou figuras, por exemplo), a marca
pode ser registada, ainda que os aspetos descritivos, genéricos ou usuais não
fiquem de apropriação exclusiva do respetivo titular.

Exemplos:

 Sapatos by SpaciX - (“SpaciX” é o elemento distintivo)


o termo descritivo “sapatos” não fica de uso exclusivo)
 LKH Cinema Tickets - (“LKH” é o elemento distintivo)
(“Cinema tickets” não fica de uso exclusivo)

As marcas suscetíveis de induzir o consumidor em erro

Não podem ser registadas as marcas que possam causar enganos ao


consumidor, nomeadamente a respeito da natureza, das qualidades, da
utilidade ou da proveniência do produto ou do serviço.

Exemplos:

 ASTRAL – like silk - (para assinalar vestuário de algodão)


 ZEUS Fitness Center - (para assinalar serviços de engomadoria)

As marcas contrárias à lei e à ordem pública ou que ofendam a moral e os


bons costumes

Exemplo:

 DRINK & DRIVE

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As marcas que contenham símbolos de Estado, emblemas de entidades
públicas ou estrangeiras, brasões, medalhas, nomes ou retratos de pessoas,
sinais com elevado valor simbólico, nomeadamente símbolos religiosos, entre
outros (salvo autorização das entidades competentes).

Exemplos:

As marcas que constituam infração de direitos alheios ou que possam


favorecer a prática de atos de concorrência desleal

Não podem ser registadas as marcas constituídas por sinais que representem
uma reprodução ou imitação de outros já existentes (salvo consentimento do
titular destes últimos).

Exemplos:

Atenção! Por este motivo, e de modo a evitar potenciais infrações, aconselha-


se sempre uma pesquisa prévia nas bases de dados do INPI, a fim de aferir se
a marca que se pretende registar ainda se encontra disponível.

Quais as vantagens da proteção

O registo não é obrigatório. Todavia, é altamente aconselhável, dadas as


múltiplas vantagens que oferece:

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 Permite valorizar o esforço financeiro e intelectual utilizado na conceção
de novas marcas;
 Confere um direito exclusivo que permite impedir que terceiros, sem o
consentimento do titular, produzam, fabriquem, vendam ou explorem
economicamente a marca registada;

Atenção! A propriedade e o exclusivo sobre marcas adquire-se apenas por via


do registo, não através do simples uso no mercado.

 Impede que outros registem sinal igual ou semelhante para produtos ou


serviços idênticos ou afins;
 Possibilita ao titular do registo a utilização das indicações "marca
registada", "MR" ou ®, de modo a dissuadir potenciais infrações.

Atenção! O uso destes símbolos por quem não tenha efetivamente promovido
o registo da sua marca é proibido, constituindo um ilícito contraordenacional.
No entanto, enquanto o registo não tiver sido concedido e o requerente
pretender de alguma forma divulgar a marca, pode sempre indicar que se
encontra pendente o respetivo registo.

 Garante a possibilidade de transmitir o registo ou de conceder licenças


de exploração a favor de terceiros, a título gratuito ou oneroso.

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 Pedido de registo

Se estiver interessado num registo de marca, terá que apresentar


um pedido de registo.
Todavia, ainda antes dessa apresentação, são aconselháveis
alguns cuidados, de modo a que não venha a investir num pedido
que, à partida, não tem viabilidade.

 1.º PASSO - Procurar saber o tipo de marcas que não podem ser
registadas
 Sendo certo que nem todos os sinais podem ser registados como marca,
deve ter em atenção as regras que regem a sua constituição.
 2.º PASSO - Averiguar se existem sinais iguais ou semelhantes àquele
que pretende registar
 É importante que verifique se existem sinais anteriores que sejam iguais
ou semelhantes àquele que pretende registar, quer se trate de uma
marca, de um nome ou de uma insígnia de estabelecimento, ou de um
logótipo.
Deve, para isso, realizar pesquisas de anterioridade nas bases de dados
que se encontram disponíveis, gratuitamente, neste Portal.
Concluídos estes passos, deve formalizar o seu pedido.

Como pedir

O pedido de registo pode ser feito online, de um modo simples e imediato. Os


pedidos efetuados por esta via beneficiam de uma redução no valor das taxas
a pagar.

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Os pedidos podem também ser entregues diretamente nos Serviços do INPI ou
enviados por correio. Junto dos Centros de Formalidades de Empresas (CFE),
de algumas Conservatórias do Registo Comercial e do Registo Nacional de
Pessoas Coletivas (RNPC) existem balcões onde pode igualmente apresentar os
seus pedidos.

Para registar uma marca deve:

 Apresentar o pedido online (ou, se pretender submeter o pedido em


papel, preencher em duplicado o formulário de “Pedido de Registo de
Sinais Distintivos do Comércio” (M1), e “Folha de Continuação” se
necessário (M2), disponibilizados pelo INPI),
 Proceder ao pagamento das taxas respetivas*.

Pode ainda ter que apresentar documentos comprovativos de declarações


inscritas no pedido, como por exemplo a reivindicação do direito de prioridade,
declarações de consentimento ou autorização de utilização de elementos que
figuram na marca.

Atenção! Se não estiver estabelecido ou domiciliado em Portugal, pode agir


diretamente junto do INPI sem ter que constituir um mandatário. Deve, no
entanto, indicar uma morada em Portugal, um endereço eletrónico ou número
de fax, para efeitos de envio das notificações.

Atenção! No caso de se fazer representar por Advogado, Solicitador ou


procurador autorizado é necessário anexar procuração.

 Exame do pedido
 O registo de uma marca não é um ato automático. Implica um processo
que se inicia após a apresentação do pedido e que envolve a realização

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de um exame do sinal à luz das regras que regem a constituição das
marcas.

 Apresentado o pedido, o mesmo é submetido a um exame formal e


publicado online no Boletim da Propriedade Industrial. Abre-se depois um
prazo para apresentação de reclamação por quem se sinta lesado com a
eventual atribuição do direito.
Decorrido o prazo de oposição (ou, se apresentada reclamação, findo o
prazo de contestação), o processo é submetido a um exame substancial,
sendo depois proferido um despacho final.
 Concluído este processo - e se não forem detetados fundamentos de
recusa -, a sua marca está protegida!
 Das decisões do INPI cabe recurso para o Tribunal de Propriedade
Intelectual, no prazo de dois meses após a publicação do despacho no
Boletim da Propriedade Industrial. O tribunal arbitral que funciona junto
do centro de arbitragem ARBITRARE detém também competência para
apreciar os recursos das decisões do INPI que sejam interpostos no
prazo de dois meses, podendo representar uma alternativa ao tribunal
judicial. Para mais informações sobre o modo de funcionamento e as
vantagens do tribunal arbitral, consulte www.arbitrare.pt.
 Atenção! Os procedimentos acima descritos apenas permitem obter um
registo nacional, ou seja, a proteção de uma marca para o território
português.

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Marca na Hora - O que é?

Depois do êxito alcançado pelo projeto “Empresa na Hora”, pretendeu-se


que o esforço de modernização que levou à possibilidade de constituição
imediata de empresas se refletisse também na atribuição de registos de
marcas.
Com vista à concretização deste objetivo, o Instituto Nacional da
Propriedade Industrial e o Instituto dos Registos e do Notariado
envidaram esforços no sentido de disponibilizar uma bolsa conjunta de
firmas e marcas previamente aprovadas, atualmente disponível no site
da Empresa na Hora.
No âmbito deste sistema, podem ser adotadas marca e firma
correspondente, ou apenas marca, de uma forma imediata, online ou
num único balcão, e com toda a segurança jurídica.

Duração e Manutenção

A duração do registo é de 10 anos, contados a partir da data de concessão.


Este prazo é indefinidamente renovável por períodos iguais.

As renovações devem ser requeridas nos últimos seis meses de validade do


registo ou, após esse período (mas não excedendo novo prazo de seis meses),
mediante o pagamento de uma taxa adicional.
O pagamento das taxas de renovação pode ser efetuado diretamente online,
de um modo simples e imediato, beneficiando os atos praticados por esta via
de uma redução no valor das taxas a pagar.

Inalterabilidade da marca

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Durante a vigência, a marca não pode ser alterada nos seus elementos
essenciais. Qualquer mudança destes elementos fica sujeita a um novo registo.

Excetuam-se deste princípio:

 As simples modificações que não prejudiquem a identidade da marca;


 Aa alteração das suas proporções, do material em que tiver sido
cunhada, gravada ou reproduzida, da tinta ou da cor (se esta não tiver
sido expressamente reivindicada como uma das características da
marca);
 A inclusão ou a supressão da indicação expressa do produto ou do
serviço a que se destina, do ano de produção ou do domicílio/local em
que o titular se encontra estabelecido.

A marca nominativa encontra-se sujeita ao princípio da inalterabilidade apenas


no que respeita aos seus elementos nominativos. Pode ser usada com qualquer
aspeto figurativo que não ofenda direitos de terceiros.

Obrigatoriedade de uso da Marca

O registo fica sujeito à caducidade se a marca não for objeto de uso sério
durante cinco anos consecutivos (salvo justo motivo).

Considera-se uso sério da marca:

 O uso da marca tal como se encontra registada (ou que dela não difira
senão em elementos que não alterem o seu carácter distintivo);
 O uso da marca para produtos destinados apenas a exportação;
 A utilização da marca por um terceiro, desde que sob o controlo do
titular e para efeitos da manutenção do registo.

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Fim de Vigência

O registo de marca caduca automaticamente por falta de renovação.

Nestes casos, o titular poderá se assim o entender, proceder à revalidação do


seu registo, no prazo de um ano a contar da data de publicação do aviso de
caducidade no Boletim da Propriedade Industrial. A revalidação implica o
pagamento da respetiva taxa e só será autorizada sem prejuízo de direitos de
terceiros.

O registo de marca pode ainda caducar:

 Por ausência de uso sério durante cinco anos consecutivos, salvo justo
motivo;
 Se a marca se tiver transformado na designação usual do produto ou do
serviço para que foi registada;
 Se a marca se tornar suscetível de induzir o público em erro,
nomeadamente acerca da natureza, qualidade e origem geográfica dos
produtos ou serviços.

O registo pode também extinguir-se por vontade do próprio titular (renúncia)


ou ser sujeito a processos judiciais de declaração de nulidade e de anulação,
nos casos legalmente previstos.

Uma patente e um modelo de utilidade são direitos exclusivos que se obtêm


sobre invenções (soluções novas para problemas técnicos específicos).

Ou seja, é um contrato entre o Estado e o requerente através do qual este


obtém um direito exclusivo de produzir e comercializar uma invenção, tendo
como contrapartida a sua divulgação pública.

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As invenções podem proteger-se através de duas modalidades de propriedade
industrial:

 Patentes;
 Modelos de Utilidade.

Podem obter-se patentes para quaisquer invenções em todos os domínios da


tecnologia, quer se trate de produtos ou processos, bem como para os
processos novos de obtenção de produtos, substâncias ou composições já
conhecidos.

No caso dos modelos de utilidade, embora os requisitos de proteção sejam


muito semelhantes, não é possível proteger invenções que incidam sobre
matéria biológica ou sobre substâncias ou processos químicos ou
farmacêuticos.

Se a patente ou o modelo de utilidade forem concedidos, passa o seu titular a


deter um exclusivo que lhe confere o direito de impedir que terceiros, sem o
seu consentimento, fabriquem artefactos ou produtos objeto de patente,
apliquem os meios ou processos patenteados, importem ou explorem
economicamente o produtos ou processos protegidos.

Quais as invenções que podem ser protegidas

As invenções que cumpram cumulativamente os três requisitos


seguintes:

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A invenção tem que ser nova, neste âmbito, a expressão “ser novo” significa
não fazer parte do estado da técnica.

O estado da técnica inclui tudo o que, dentro ou fora do País, foi divulgado ou
tornado acessível ao público por qualquer meio, antes da data do pedido ou da
sua data de prioridade.

Considera-se igualmente como compreendido no estado da técnica o conteúdo


de pedidos de patente e de modelo de utilidade, apresentados no país onde se
solicita proteção, mesmo que ainda não tenham sido publicados.

Não se considera que a invenção foi divulgada ao público se tiver havido um


abuso evidente em relação ao inventor ou uma publicação indevida efetuada
pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Considera-se ainda que não
existe divulgação ao público nas exposições internacionais reconhecidas, desde
que estejam preenchidas três condições:

- Tem que ser efetuada pelo próprio requerente/inventor;

- Tem que ser efetuada no prazo improrrogável de 6 meses que


antecede o pedido;

- Tem que ser indicada no requerimento do pedido de patente ou


modelo de utilidade (referindo a data em que tal situação ocorreu) e
comprovada através da junção de documento que ateste essa divulgação. Se
não puder ou não dispuser ainda desse documento, dispõe de um prazo de 1
mês para o juntar ao processo, podendo ser prorrogado, uma única vez, por
igual período.

A prova da divulgação deve consistir num “Certificado” emitido pela entidade


responsável pela exposição, que exiba a data em que a invenção foi pela

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primeira vez exposta ou divulgada nessa exposição, bem como a identificação
da invenção em causa.

Atenção! Se pretender estender a proteção da sua invenção a outros países,


deverá apurar se neles se admite, e em que termos, a divulgação antes do
pedido, pois existem legislações nacionais e internacionais que não
contemplam este procedimento.

A invenção deve possuir atividade inventiva

No caso das patentes, considera-se que uma invenção envolve atividade


inventiva se, tendo em conta o estado da técnica, não for óbvia para uma
pessoa especializada na matéria técnica em questão.

No caso dos modelos de utilidade, considera-se que a invenção possui


atividade inventiva se não resultar de uma maneira evidente do estado da
técnica ou se apresentar uma vantagem prática, ou técnica, para o fabrico ou
utilização do produto ou do processo em causa.

Deste modo, invenções que não podem ser protegidas por patente, por se
apresentarem como evidentes para um perito, poderão, eventualmente, ser
protegidas por modelo de utilidade, caso descrevam a referida vantagem
prática ou técnica.

A invenção deve ter aplicação industrial

Uma invenção é considerada como susceptível de aplicação industrial se o seu


objeto puder ser fabricado ou utilizado em qualquer tipo de indústria, incluindo
a agricultura.

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O que não pode ser protegido

Não podem ser objeto de patente:

 As descobertas, assim como as teorias científicas e os métodos


matemáticos;
 Os materiais ou as substâncias já existentes na natureza e as matérias
nucleares;
 As criações estéticas;
 Os projetos, os princípios e os métodos do exercício de atividades
intelectuais em matéria de jogo ou no domínio das atividades
económicas, assim como os programas de computadores, como tais,
sem qualquer contributo;
 As apresentações de informação;
 Os métodos de tratamento cirúrgico ou terapêutico do corpo humano ou
animal e os métodos de diagnóstico aplicados ao corpo humano ou
animal, podendo contudo ser protegidos os produtos, substâncias ou
composições utilizados em qualquer desses métodos.

Não é igualmente possível proteger:

As invenções cuja exploração comercial seja contrária à lei, à ordem pública, à


saúde pública e aos bons costumes, nomeadamente:

 Os processos de clonagem de seres humanos;


 Os processos de modificação da identidade genética germinal do ser
humano;
 As utilizações de embriões humanos para fins industriais ou comerciais;
 Os processos de modificação de identidade genética dos animais que lhes
possam causar sofrimentos sem utilidade médica substancial para o

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homem ou para o animal, bem como os animais obtidos por esses
processos;
 O corpo humano, nos vários estádios da sua constituição e do seu
desenvolvimento, bem como a simples descoberta de um dos seus
elementos, incluindo a sequência ou a sequência parcial de um gene,
sem prejuízo dos casos especiais de patenteabilidade;
 As variedades vegetais ou as raças animais, assim como os processos
essencialmente biológicos de obtenção de vegetais ou animais.

Direito ao Registo

O direito à patente ou ao modelo de utilidade pertence ao inventor ou


aos seus sucessores. Sendo dois ou mais os autores de uma invenção,
qualquer um poderá requerer a patente em benefício dos restantes.

Se a patente não for requerida em nome do inventor, este tem o direito


de ser mencionado no pedido e no título.

Atenção! Em Portugal vigora a regra do “first to file” – primeiro a pedir (e


não “first to invent” – primeiro a inventar), o que significa que a
proteção será conferida àquele que primeiro apresentar um pedido
regular junto do INPI.

Regras especiais

Se a invenção for realizada durante a execução de um contrato de


trabalho e essa atividade estiver nele prevista, o direito à patente
pertence à entidade patronal. Se o pedido de patente ou modelo de

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utilidade for solicitado no ano seguinte à saída do trabalhador, a
invenção considera-se efetuada durante o contrato de trabalho ou da
prestação de serviços.

Se se tratar de uma encomenda, o direito pertence a quem encomenda,


salvo acordo em contrário.

Quais as Vantagens da Proteção

A proteção de uma invenção por patente ou modelo de utilidade não é


obrigatória. Todavia, é altamente aconselhável, dadas as múltiplas vantagens
que oferece:

 Permite valorizar o esforço financeiro e o investimento em capital


humano e intelectual utilizado na conceção de novos produtos ou
processos.
 Confere um direito exclusivo que permite impedir que terceiros, sem o
consentimento do titular da patente ou do modelo de utilidade,
produzam, fabriquem, vendam ou explorem economicamente a invenção
protegida.

Atenção! A propriedade e o exclusivo sobre uma invenção adquire-se apenas


por via da patente/modelo de utilidade, não através da simples utilização no
mercado.

 Impede que outros protejam o mesmo produto ou processo ou utilizem


os meios ou processo objeto de patente/modelo de utilidade concedido.
 Permite ao titular da patente ou do modelo de utilidade aplicar nos
produtos uma menção de que se encontram protegidos, de modo a

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dissuadir potenciais infrações (através das expressões “patenteado” ou
“patente nº” ou das iniciais “Pat n.º”; “Modelo de utilidade n.º” ou “M.U.
n.º”).

Atenção! A utilização destes símbolos por quem não tenha efetivamente


promovido a proteção da sua invenção é proibida, constituindo um ilícito
contraordenacional. No entanto, enquanto a proteção não for obtida e o
requerente pretender de alguma forma divulgar a invenção, pode sempre
indicar que se encontra pendente o pedido de patente ou de modelo de
utilidade.

 Garante a possibilidade de transmitir o direito ou de conceder licenças de


exploração a favor de terceiros, a título gratuito ou oneroso.

Se desenvolveu um design inovador para os seus produtos e pretende obter


um exclusivo sobre o mesmo, a modalidade de Propriedade Industrial
adequada é o Desenho ou Modelo.
O desenho ou modelo protege as características da aparência da totalidade, ou
de parte, de um produto. Essas características podem respeitar a aspectos,
como linhas, contornos, cores, forma, textura ou os materiais do próprio
produto ou da sua ornamentação.

Os produtos que podem ser objecto de um Desenho ou Modelo


Entende-se por “produto” qualquer artigo industrial ou de artesanato, podendo
incluir, por exemplo:

 Os componentes para montagem de um produto complexo – produto


composto por componentes múltiplos susceptíveis de serem deles
retirados para o desmontar e nele recolocados para o montar novamente
(ex.: caixas multibanco, painéis publicitários/mupis, automóveis,
telemóveis, impressoras, mobiliário, entre outros);

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 As embalagens;
 Os elementos de apresentação (ex.: grafismo de painéis de publicidade,
layouts de apresentações de computador);
 Os símbolos gráficos (ex.: ícones de computador, elementos de
sinalética, sinais identificativos, simbologia diversa);
 Os caracteres tipográficos (ex.: fontes de letra ou lettering).

O que pode ser registado

Podem ser protegidos os desenhos ou modelos que preencham,


cumulativamente, as duas condições seguintes:

O desenho ou modelo tem que ser novo.

Um desenho ou modelo é novo se antes da data do pedido de registo nenhum


desenho ou modelo idêntico tiver sido divulgado ao público.

É necessário que estejam preenchidas três condições para que a divulgação


não obste ao registo:

 Tem que ser efectuada pelo próprio criador do desenho ou modelo;


 Tem que ser efectuada no prazo improrrogável de 12 meses que
antecede o pedido de registo;
 Tem que ser indicada no requerimento do pedido.

O desenho ou modelo tem que ter um carácter singular.

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Para que um desenho ou modelo possa ser registado não pode ser confundível
com qualquer outro produto anterior.

Atenção! Podem ser registados os desenhos ou modelos que, não sendo


inteiramente novos, realizam combinações novas de elementos já conhecidos.

Atenção! O INPI só realiza exame quanto aos requisitos de novidade e carácter


singular quando invocados por terceiros em reclamação.

O que não pode ser registado

Não podem ser objecto de registo como desenho ou modelo:

 Programas de computador;
 Produtos ditados exclusivamente pela sua função técnica;
 Produtos de interconexões;
 Produtos com um design contrário à ordem pública ou aos bons
costumes;
 Design que não respeite as condições de protecção, que são a novidade
e o carácter singular.

 Direito ao registo

O direito ao registo de um desenho ou modelo pertence ao criador.


Tratando-se de dois ou mais criadores, o direito pertencerá, em comum,
à equipa.
Se o registo não for requerido em nome do criador, este tem o direito de
ser mencionado no pedido e no título de registo.

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 Regras especiais
Se o design for criado durante a execução de um contrato de trabalho e
essa actividade estiver nele prevista, o direito ao registo pertence, em
princípio, à entidade patronal. Se o registo for solicitado no ano seguinte
à saída do trabalhador, o design considera-se criado durante o contrato
de trabalho ou da prestação de serviços.
Se se tratar de um encomenda, o direito pertence a quem encomenda,
salvo acordo em contrário.

Quais as vantagens da proteção

O registo não é obrigatório. Todavia, é altamente aconselhável, dadas as


múltiplas vantagens que oferece:

 Permite valorizar o esforço financeiro e o investimento em capital


humano e intelectual utilizado na concepção de novos produtos;
 Confere um direito exclusivo que permite impedir que terceiros, sem o
consentimento do titular do registo, produzam, fabriquem, vendam ou
explorem economicamente o produto protegido;

Atenção! A propriedade e o exclusivo sobre desenhos ou modelos


adquire-se apenas por via do registo, não através do simples uso no
mercado.

 Impede que outros registem o mesmo design ou design idêntico para


outro produto;
 Possibilita ao titular do registo apor nos produtos uma menção de que se
encontram protegidos, de modo a dissuadir potenciais infracções
(através das expressões “desenho ou modelo n.º” ou das iniciais “D M
n.º”);

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Atenção! O uso destes símbolos por quem não tenha efectivamente
promovido o registo do seu desenho ou modelo é proibido,
constituindo um ilícito contra-ordenacional. No entanto, enquanto o
registo não tiver sido concedido e o requerente pretender de alguma
forma divulgar o produto, pode sempre indicar que se encontra
pendente o respectivo registo.

 Garante a possibilidade de transmitir o registo ou de conceder licenças


de exploração a favor de terceiros, a título gratuito ou oneroso.

Pedido de registo

Se estiver interessado num registo de Desenho ou Modelo deve apresentar, em


primeiro lugar, um pedido de registo.

Todavia, antes de apresentar o pedido deve ter em atenção alguns cuidados


prévios que, embora não sejam obrigatórios, devem ser cumpridos, de modo a
que não venha a gastar tempo e dinheiro num pedido que, à partida, não tem
viabilidade.

1.º PASSO - Deve procurar saber que tipo de design está vedado a registo.
Sendo certo que nem todos os produtos podem ser registados como Desenho
ou Modelo, deve ter em atenção as regras que regem a sua constituição .

2.º PASSO - Deve averiguar se existem desenhos ou modelos iguais ou


semelhantes àquele que pretende proteger.

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É importante que identifique se existem desenhos ou modelos anteriores que
sejam iguais ou semelhantes ao que pretende registar.

Deve, para isso, realizar pesquisas de anterioridade nas bases de dados que se
encontram disponíveis, gratuitamente, neste Portal.

3.º PASSO - É ainda importante ter em conta se o desenho ou modelo que


pretende registar já foi objecto de algum tipo de divulgação ao público.

Se já tiver divulgado publicamente o seu desenho ou modelo, saiba que essa


divulgação só não inviabilizará o registo se tiver ocorrido no período de 12
meses que antecede o pedido de registo (período de graça). Se tiver excedido
este prazo, o desenho ou modelo requerido não será passível de registo, por
carecer de novidade.

Tipos de pedido

Os pedidos de Desenho ou Modelo podem ser simples ou múltiplos.

O pedido simples é composto por um único produto ou por um conjunto de


produtos indissociáveis (como, por exemplo, um jogo de damas ou cartas).

Um pedido múltiplo pode incluir até 100 produtos, desde que pertençam todos
à mesma classe da Classificação Internacional de Locarno.

Num registo múltiplo cada um dos produtos nele incluídos tem que respeitar os
requisitos de concessão. Os vários produtos são independentes entre si,

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podendo transmitir-se ou renunciar-se apenas a alguns dos produtos que
compõem um pedido múltiplo.

Como pedir

Poderá efectuar o pedido de registo via on-line beneficiando de uma redução


de taxas.
Em alternativa, poderá igualmente pedir um registo em suporte papel. Para tal
necessita de apresentar:

 O formulário de pedido de registo de Desenho ou Modelo” (DesMod1) em


duplicado e a Folha de continuação (DesMod2), em duplicado,
devidamente preenchidos em lingua portuguesa e que se encontram
disponíveis neste portal, para download;
 Opcionalmente uma descrição do Desenho ou Modelo com o máximo de
50 palavras por produto;
 Representações gráficas ou fotográficas do Desenho ou Modelo;
 Figura(s) para publicação;
 Pagamento das taxas de pedido.

Atenção! Para beneficiar de uma eventual divulgação que tenha ocorrido antes
da apresentação do pedido, tem de o mencionar no formulário de pedido
DesMod2, referindo a data e o local onde tal situação decorreu e juntando
documento comprovativo dessa divulgação. Se não puder ou não dispuser
ainda desse documento, dispõe de um prazo de 1 mês para o juntar ao
processo.

Atenção! Se não estiver estabelecido ou domiciliado em Portugal, pode agir


directamente junto do INPI sem ter que constituir um mandatário. Deve, no
entanto, indicar uma morada em Portugal, um endereço de correio electrónico

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ou número de fax, para efeitos de envio de notificações. No caso de se fazer
representar por advogado ou solicitador é necessário anexar procuração.

Exame do pedido

O registo de um desenho ou modelo não é um acto automático. Implica um


processo que se inicia após a apresentação do pedido e que envolve a
realização, ou não, de um exame à luz das regras que regem a constituição
dos desenhos ou modelos.

No acto do pedido, o requerente pode solicitar o adiamento da publicação (até


30 meses) se pretender manter o segredo até ao lançamento do desenho ou
modelo no mercado.
Após a publicação do pedido tem inicio um período de dois meses para
oposição de quem se sentir prejudicado com a eventual concessão do registo.

Das decisões do INPI cabe recurso para o Tribunal de Propriedade Intelectual,


no prazo de dois meses após a publicação do despacho no Boletim da
Propriedade Industrial. O tribunal arbitral que funciona junto do centro de
arbitragem ARBITRARE detém também competência para apreciar os recursos
das decisões do INPI que sejam interpostos no prazo de dois meses, podendo
representar uma alternativa ao tribunal judicial. Para mais informações sobre o
modo de funcionamento e as vantagens do tribunal arbitral, consulte
www.arbitrare.pt.

Atenção! Os procedimentos acima descritos apenas permitem obter um registo

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nacional, ou seja, a protecção de um desenho ou modelo (design) para o
território português.

Se desejar o registo do seu Desenho ou Modelo (Design) noutros países,


consulte a Protecção no Estrangeiro.

Bibliografia

Código das Sociedades Comerciais Anotado António Menezes Cordeiro


Direito dos Contratos Comerciais José A. Engrácia Antunes

Catalogo.anqep.gov.pt

INPI - Instituto Nacional da Propriedade


Industrial
www.marcasepatentes.pt

João Cruz - Administrador de


DL n.º 53/2004, de 18 de Março- Código da
Insolvência
insolvência e da recuperação de empresas

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