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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUÍ

MÁRCIO ADRIANO PRANTE

ESTRUTURAS AUTOPORTANTES PARA TRAVAMENTO DE


ELEVADORES AGRÍCOLA

Ijuí
2016
MÁRCIO ADRIANO PRANTE

ESTRUTURAS AUTOPORTANTES PARA TRAVAMENTO DE


ELEVADORES AGRÍCOLA

Trabalho de Conclusão de Curso de


Engenharia Civil apresentado como requisito
parcial para obtenção do título de Engenheiro
Civil.

Orientador: Rafael Aésio de Oliveira Zaltron

Ijuí
2016
MÁRCIO ADRIANO PRANTE

ESTRUTURAS AUTOPORTANTES PARA TRAVAMENTO DE


ELEVADORES AGRÍCOLA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro
da banca examinadora.

Ijuí, 21 de dezembro de 2016

Prof. Rafael Aésio de Oliveira Zaltron

Msc. pela UFOP - Orientador

Prof. Lia Geovana Sala

Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Paulo Cesar Rodrigues

Msc. pela UNIJUÍ - Examinador


Dedico este trabalho a minha esposa e filho.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por direcionar os meus passos durante a caminhada e não me deixar desistir;

A minha esposa e filho, pela paciência e compreensão que tiveram nos momentos em
que priorizei os estudos;

A minha mãe, cujo brilho nos olhos diante de minhas pequenas conquistas iluminaram
meu caminho para ir cada vez mais longe;

Aos meus amigos, que proporcionaram momentos de descontração e alegria, ajudando


a aliviar o stress da rotina trabalho/estudos.

Ao meu orientador, por dedicar seu tempo e compartilhar seu conhecimento e


experiência;

Ao engenheiro e amigo Augusto Vincensi, por auxiliar com a tradução do abstract e por
dedicar tempo a leitura do trabalho, apontando sugestões que contribuíram para o
aperfeiçoamento do mesmo.

Ao engenheiro e amigo Marcelo Roberto Jungbeck, por auxiliar no elaboração e análise


do modelo estrutural, além de ter contribuído muito para meu aprendizado compartilhando de
sua experiência.

A Kepler Weber, por permitir a utilização de seus hardwares e softwares para


realização das análises, além de fornecer informações que contribuíram para determinar as
hipóteses consideradas para o objeto de estudo.

A UNIJUÍ, por proporcionar a transformação do aluno em profissional, graças à atuação


ativa de seus colaboradores.
Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o
que você conquista.

Aldo Novak
RESUMO

PRANTE, M. A. Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola.


2016. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2016.

O agronegócio tem participação significativa na composição do PIB brasileiro e o déficit


da capacidade de armazenagem de grãos indica que investimentos massivos serão necessários
para atender a demanda de safras cada vez maiores. Entre os diversos equipamentos que
compõem a infraestrutura das unidades armazenadoras estão as torres destinadas ao travamento
dos elevadores de caçambas. Como o peso dessas estruturas tem importante participação na
composição do seu custo o estudo de soluções que conduzam ao menor peso é indispensável.
Este trabalho apresenta um comparativo de peso resultante do dimensionamento de uma torre
metálica de seção transversal quadrada, com 4m de lado e 28m de altura, avaliada sobre duas
hipóteses: uma constituída de perfis laminados e outra de perfis conformado a frio, considerados
apenas quanto aos esforços axiais de tração e compressão. Para realização deste estudo utilizou-
se o software Strap (2016) na determinação dos esforços nos elementos, os quais foram
utilizados para realizar o dimensionamento dos perfis através de uma planilha em Excel,
elaborada com base no preconizado pelas normas NBR 8800:2008 e NBR 14762:2010. As
cargas de vento oriundas da torre foram determinadas com o uso do software AutoVentos Torre
e as cargas de vento oriundas do elevador foram obtidas por meio de uma planilha em Excel,
sendo que, para ambos os casos, considerou-se o preconizado pela NBR 6123:1988, a exceção
do coeficiente de arrasto na calha do elevador, que foi determinado através do EUROCODE 1
de 2004. Os pesos finais obtidos foram analisados, demonstrando que a solução mais econômica
resultou de uma combinação de perfis laminados e conformados a frio.

Palavras-chave: Estruturas de aço. Perfil conformado a frio. Perfil laminado. Peso.


ABSTRACT

PRANTE, M. A. Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola.


2016. Projeto do Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2016.

The agribusiness has a significant part in the Brazilian GDP and the lack of grain storage
capacity indicates that the massive investments will be needed to supply the demand for even
higher yelds. Among the diverse equipments that compound the infrastructure of the storage
units are the towers destinated to the support of bucket elevators. As the weight of these
structures has an importante role in the composition of its cost the study of solutions that will
lead to the lighter structures are indispensable. This work presents a comparison of weight
resulting from the design of a metal tower with a square section, with 4m wide and 28m heigh,
evaluated on two hypotheses: a constitution of laminated steel profiles and another one of cold-
formed steel profiles, considering only the axial stress of traction and compression. To evaluate
this study it was used the software Strap (2016) in order to determine the stress in the elements,
which were used to design the profiles using a Excel sheet, elaborated according to the
NBR8800:2008 and NBR14762:2010 standards. The wind loads originated from the tower
were determined using the software AutoVentos Torre and the wind loads originated from the
bucket elevator were obtained using an Excel sheet, being considered for both cases the
recommendations of NBR 6123:1988, with exception of the drag coefficient of the elevator
trunk which was determined trough the EUROCODE 1 (2004). The final weights were analised,
showing that the cheaper solution was a combination of rolled steel profiles and cold-formed
steel profiles.

Keywords: Steel structure. Cold-formed steel profile. Laminated steel profile. Weight.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Geometria de seções usuais ..................................................................................... 18


Figura 2 – Coeficiente de arrasto para edificações paralelepipédicas (baixa turbulência) ....... 24
Figura 3 - Isopletas da velocidade básica V0 (m/s) .................................................................. 25
Figura 4 - Valores mínimos do fator estatístico S3 ................................................................... 26
Figura 5 – Coeficiente de arrasto (Ca) ...................................................................................... 27
Figura 6 - Componentes de força de arrasto nas faces da torre ................................................ 27
Figura 7 - Fator de proteção η, para dois ou mais reticulas planos paralelos igualmente afastados
.................................................................................................................................................. 28
Figura 8 - Coeficiente de flambagem por flexão de elementos isolados .................................. 35
Figura 9 - Modelo geométrico adotado para torre .................................................................... 39
Figura 10 - Demanda de elevadores agrícolas entre 05/01/2015 e 24/06/2016........................ 40
Figura 11 - Fluxograma simplificado de uma unidade de armazenagem ................................. 41
Figura 12 - Dimensões do poço em centímetros ...................................................................... 42
Figura 13 - Dimensões da seção transversal da torre ............................................................... 42
Figura 14 - Modulação dos contraventos da torre .................................................................... 43
Figura 15 - Direções consideradas para ações do vento ........................................................... 45
Figura 16 – Ábaco para determinação de Cf,0........................................................................... 46
Figura 17 – Ábaco para determinação de ψλ ............................................................................ 46
Figura 18 - Vista superior do travamento do elevador ............................................................. 47
Figura 19 – Modulação do elevador e as respectivas pressões dinâmicas ............................... 47
Figura 20 - Comparativo entre geometria real e simplificada .................................................. 48
Figura 21 - Detalhe da aplicação das forças de arrasto no Strap .............................................. 49
Figura 22 - Cálculo da força de arrasto no elevador para direção V0°...................................... 49
Figura 23 - Cálculo da força de arrasto no elevador para direção V90° .................................. 50
Figura 24 - Tela com os fatores de cálculo dados pelo software .............................................. 50
Figura 25 - Estimativa da aba média dos perfis ....................................................................... 51
Figura 26 - Força de arrasto nos nós da torre ........................................................................... 51
Figura 27 - Perfis usados na análise do Strap ........................................................................... 52
Figura 28 - Aplicação das cargas no Strap ............................................................................... 52
Figura 29 - Combinações consideradas .................................................................................... 53
Figura 30 - Máximos esforços axiais solicitantes..................................................................... 54
Figura 31 - Força de arrasto nos nós da torre corrigida ............................................................ 55
Figura 32 - Máximos esforços axiais solicitantes corrigidos ................................................... 55
Figura 33 - Dimensionamento dos perfis laminados ................................................................ 56
Figura 34 – Dimensionamento dos perfis conformados ........................................................... 57
Figura 35 - Deslocamentos máximo da estrutura ..................................................................... 58
Figura 36 - Peso total por elemento .......................................................................................... 59
Figura 37 - Percentual de peso dos elementos em relação a estrutura ..................................... 59
Figura 38 - Opções de cantoneiras laminadas para coluna....................................................... 60
Figura 39 - Comparativo da estabilidade do perfil laminado com o conformado .................... 61
Figura 40 - Comparativo da resistência a compressão do perfil laminado com o conformado 61
Figura 41 – Comparativo do percentual de utilização dos perfis ............................................. 62
Figura 42 – Esforços solicitantes nas barras ............................................................................. 62
Figura 43 - Peso da torre para a combinação mais leve de perfis ............................................ 63
Figura 44 - Comparativo das áreas efetivas para os módulos da torre ..................................... 63
Figura 45 - Comparativo das forças nos nós da torre em função da área efetiva final............. 64
Figura 46 - Comparativo do peso próprio ................................................................................ 64
Figura 47 - Comparativo das áreas da seção transversal das colunas ...................................... 65
Figura 48 - Comparativo de custo ............................................................................................ 66
Figura 49 - Comparativo das áreas da seção tranversal dos perfis conformados ..................... 68
LISTA DE SIGLAS

ABCEM Associação Brasileira da Construção Metálica

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AISC American Institute of Steel Construction

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CBCA Centro Brasileiro da Construção em Aço

CDES Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social

EECA Escola de Engenharia Civil e Ambiental

ELS Estados Limites de Serviço

ELU Estados Limites Últimos

IABr Instituto Aço Brasil

LRFD Load and Resistance Factor Design

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

NBR Norma Brasileira

PIB Produto Interno Bruto

SNA Sociedade Nacional de Agricultura

TCC Trabalho de Conclusão de Curso


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
1.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 14
1.2 OBJETIVOS DE PESQUISA .................................................................................... 15
1.3 DELIMITAÇÃO ........................................................................................................ 15
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS .............................................................................. 16
2.1 HISTÓRICO DO AÇO .............................................................................................. 16
2.1.1 Propriedades do aço ................................................................................................. 17
2.1.2 Perfis de aço .............................................................................................................. 17
2.1.3 Campo de aplicação.................................................................................................. 18
2.2 ESTRUTURAS AUTOPORTANTES EM AÇO....................................................... 19
2.2.1 Torres autoportantes ................................................................................................ 19
2.2.2 Torres para travamento de elevador agrícola ....................................................... 20
2.3 SISTEMAS ESTRUTURAIS DAS TORRES PARA TRAVAMENTO .................. 20
2.4 AÇÕES NAS ESTRUTURAS ................................................................................... 21
2.4.1 Ações permanentes ................................................................................................... 22
2.4.2 Ações variáveis .......................................................................................................... 22
2.4.3 Ações excepcionais .................................................................................................... 23
2.4.4 Ação devidas ao vento (NBR 6123) ......................................................................... 23
2.5 COMBINAÇÕES DAS AÇÕES E CARREGAMENTO DAS ESTRUTURAS ...... 28
2.6 SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS ........................................................................ 30
2.7 ANÁLISE ESTRUTURAL ........................................................................................ 31
2.8 DIMENSIONAMENTO DE PERFIS LAMINADOS (NBR 8800) .......................... 32
2.8.1 Elementos tracionados ............................................................................................. 32
2.8.2 Elementos comprimidos ........................................................................................... 33
2.9 DIMENSIONAMENTO DE PERFIS CONFORMADOS A FRIO (NBR 14762) ... 35
2.9.1 Elementos tracionados ............................................................................................. 35
2.9.2 Elementos comprimidos ........................................................................................... 37
3 METODOLOGIA E RESULTADOS..................................................................... 39
3.1 MODELO ADOTADO .............................................................................................. 39
3.1.1 Escolha do elevador a ser travado .......................................................................... 40
3.1.2 Determinação da seção transversal da torre: hipótese de layout......................... 40
3.1.3 Determinação da altura da torre ............................................................................ 43
3.2 PERFIS E MATERIAIS ............................................................................................. 44
3.3 VINCULAÇÕES ........................................................................................................ 44
3.4 CARREGAMENTOS ................................................................................................ 44
3.4.1 Forças devidas ao vento (NBR 6123) ...................................................................... 44
3.4.1.1 Vento no elevador – análise estática .......................................................................... 45
3.4.1.2 Vento na torre – análise dinâmica simplificada ........................................................ 50
3.4.2 Forças devido ao peso próprio da estrutura .......................................................... 52
3.4.3 Forças oriundas da plataforma de manutenção .................................................... 52
3.5 COMBINAÇÕES E COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO .................................... 53
3.6 ANÁLISE ESTRUTURAL ........................................................................................ 54
3.6.1 Análise 1 .................................................................................................................... 54
3.6.2 Análise 2 .................................................................................................................... 54
3.7 DIMENSIONAMENTO ............................................................................................ 55
3.7.1 Perfis laminados (NBR 8800) .................................................................................. 55
3.7.2 PERFIS CONFORMADOS A FRIO (NBR 14762)............................................... 56
3.8 VERIFICAÇÃO DAS DEFORMAÇÕES (ELS) ...................................................... 57
4 ANÁLISE DE RESULTADOS ............................................................................... 59
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES DE ESTUDOS ............................ 66
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 69
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 70
ANEXO A – AÇOS ESPECIFICADOS POR NORMAS BRASILEIRAS PARA USO
ESTRUTURAL ....................................................................................................................... 75
ANEXO B – AÇOS DE USO FREQUENTE ESPECIFICADOS PELA ASTM PARA USO
ESTRUTURAL ....................................................................................................................... 76
13

1 INTRODUÇÃO

O agronegócio representa um importante setor da economia brasileira, sendo


responsável por 46% das exportações, 25% dos empregos e 23% do PIB do país (ABREU,
2016). Com a safra de grãos crescendo ano após ano, exportações aumentando e com um déficit
de armazenagem estática de 58,5 milhões de toneladas, investimentos massivos em
infraestrutura neste setor serão inevitáveis (MAIA et al., 2013; SNA/RJ, 2016).

No que diz respeito a etapa de pós-colheita da cadeia produtiva de grãos, a infraestrutura


inclui “[...] unidades de recebimento, beneficiamento, armazenagem, conservação dos grãos e
expedição” (WEBER, 2005 p. 33). Na lista de equipamentos que compõe estas unidades
encontra-se o elevador de caçambas ou canecas, “[...] que tem a finalidade de elevar os grãos a
uma altura suficiente, para despejá-los em algum ponto pré-determinado através das
tubulações” (MILMAN, 2002 p. 82).

Os elevadores são equipamentos com capacidade de resistir as cargas verticais a que


está sujeito, contudo, dependem de estruturas auxiliares para resistir a ação do vento e conservar
a verticalidade (UNION, 2011; CHIEF, 2016). Usualmente utiliza-se cabos de aço para
estaiamento destes equipamentos, contudo, esta solução resulta em poluição espacial,
propiciando risco de acidente ante o tráfego de veículos (UNION, 2011; SWEET, 2013; CHIEF,
2016).

Uma solução alternativa é o uso de torres de travamento, solução que tem se tornado
cada vez mais popular1 (SWEET, [2007?]). Elas trazem como vantagem a possibilidade de
acumular outras funções, pois quando dimensionadas para tal, permitem que sejam agregadas
a elas escadas de acesso, patamares de manutenção, apoio de passarelas, etc. (SWEET, [2007?];
LEMAR, [2015?]; BROCK, [2016?]).

Ao optar pela solução em torre metálica o projetista precisa escolher entre os diversos
tipos de perfis de aço disponibilizados pelo mercado, os quais se diferenciam pela forma com
que são obtidos, pela geometria de sua seção e por sua composição química (PFEIL; PFEIL,
2014). A escolha do perfil a ser empregado depende de vários fatores, como: custo,

1
Embora a fonte referenciada seja americana, a vivência profissional do presente autor mostra que o uso
de torres tem se popularizado também no Brasil, contudo, não encontrou-se referências bibliográficas que
apresentem o cenário local.
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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
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disponibilidade, prazo de entrega, características estruturais, dentre outros (BELLEI; BELLEI,


2011).

Conforme destaca Bellei (2010), tradicionalmente as estruturas de aço são


comercializadas em peso, consequentemente, o custo da tonelada acabada é um fator
determinante neste tipo de projeto, embora não seja o único aspecto a ser considerado. Como
os diferentes tipos de perfis possuem desempenho estrutural distinto (BELLEI; BELLEI, 2011),
podemos inferir que o uso de determinado perfil resultará em uma estrutura mais pesada do que
outra que utiliza um perfil com propriedades mais adequadas aquela finalidade.

Nesse sentido, a presente pesquisa pretende responder a seguinte questão: qual tipo de
perfil resulta em uma torre mais econômica considerando o peso do material necessário? Para
responde-la será comparado o peso resultante do dimensionamento de uma torre para
travamento de um elevador considerando duas soluções, sendo uma utilizando perfis laminados
e outra perfis conformados a frio.

1.1 JUSTIFICATIVA

A globalização, os meios de comunicação e a facilidade de acesso a informação são


alguns dos fatores que tem tornado o mercado cada vez mais competitivo, exigindo que as
empresas adotem estratégias para a obtenção de produtos com o menor custo (TRENTIN,
[2014]). O uso racional da matéria prima é uma das formas de contribuir para redução dos
custos e assegurar a longevidade do negócio (WEBMAIS, 2015). No caso das estruturas
metálicas, o aço representa uma parcela significativa na composição dos custos (FALEIROS;
JUNIOR; SANTANA, 2012), portanto, observa-se a importância de ter em mãos informações
que conduzam a estruturas leves, justificando a realização desta pesquisa.

Além disso, a escolha do tema teve as seguintes motivações:

a) Contemporaneidade do tema: cada vez mais o aço tem se apresentado como uma
opção de matéria prima principal em soluções de projeto na construção civil;
b) Afinidade com o tema: uma vez que o autor atua como projetista de estruturas
metálicas há cerca de 8 anos e deseja atuar como calculista;
c) Pouca literatura sobre o tema específico: a maioria das obras literárias tratam de
edifícios, galpões, torres de telecomunicações e torres de transmissão, contudo,
não encontrou-se nenhum estudo com o enfoque proposto.

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Márcio A. Prante (marcio.prante@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2016
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1.2 OBJETIVOS DE PESQUISA

A pesquisa tem como objetivo geral apresentar um parâmetro de peso que auxilie a
tomada de decisão do projetista pelo tipo de perfil que resulte em uma estrutura mais leve e,
possivelmente, mais econômica.

Os objetivos específicos são:

a) Familiarizar-se com os métodos de cálculo e com as normas aplicáveis ao


dimensionamento deste tipo de estrutura;
b) Avaliar o desempenho estrutural dos diferentes perfis frente as distintas
solicitações.

1.3 DELIMITAÇÃO

A pesquisa delimita-se ao dimensionamento, segundo as normas brasileiras vigentes, de


uma torre autoportante em aço, de seção quadrada com lado igual a 4m e altura de 28m, para
travamento de um elevador agrícola de caçambas, admitindo sua localização na zona rural do
município de Panambi, região noroeste do Rio Grande do Sul. Para tal, serão considerados
unicamente os esforços normais (tração e compressão) nas barras, sendo desprezados os
momentos e esforços cortantes.

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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
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2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

2.1 HISTÓRICO DO AÇO

Evidências indicam que as primeiras utilizações do ferro ocorreram por volta de 6000
a.C., em civilizações como as do Egito, Babilônia e Índia, limitando-se seu uso a adornos e fins
militares (BELLEI; PINHO; PINHO, 2008). É provável que sua descoberta tenha ocorrido por
acaso, ao observar-se que algumas pedras (minério de ferro) utilizadas para proteger a fogueira,
após aquecidas, transformavam-se em bolinhas brilhantes (IABr, [201-?]).

Ao descobrir-se a forma de extrair o ferro de seu minério foi possível ampliar seu
emprego, levando a exploração regular de jazidas por volta de 1500 a.C., provavelmente no
oriente médio (IABr, [201-?]). Os avanços dos processos industriais, em meados do século XIX,
possibilitaram o uso do ferro em escala industrial, sendo que em 1779 construiu-se a primeira
obra importante deste material, a ponte em arco sobre o Rio Severn em Coalbrookdale, na
Inglaterra (BELLEI; PINHO; PINHO, 2008).

Embora inúmeras obras tenham sido fabricadas em ferro (fundido ou forjado), seu uso
passou a ser questionado devido ao grande número de acidentes nelas registrados, tornando
patente a necessidade de estudos mais aprofundados para obtenção de um material com
melhores características (PFEIL; PFEIL, 2009).

O aço possuía as características procuradas, contudo, a falta de um processo industrial


de fabricação inviabilizava seu uso devido ao alto custo de produção. Porém, em 1856 o inglês
Henry Bessemer inventou um forno que permitiu a produção do aço em larga escala e, em 1864,
os irmãos Martim desenvolveram outro tipo de forno com capacidade ainda maior, levando a
rápida substituição do ferro pelo aço na indústria da construção (PFEIL; PFEIL, 2009).

No Brasil, a indústria siderúrgica começou a desenvolver-se de forma incipiente na


década de 20, com a criação da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira. Mas foi a partir da
década de 40, com a instituição da Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional e, com
a fundação da CSN - Companhia Siderúrgica Nacional, que o país começou a consolidar o
mercado, estabelecendo-o na década de 60, quando entraram em operação a Usiminas e a
Cosipa (BELLEI; PINHO; PINHO, 2008).

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Márcio A. Prante (marcio.prante@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2016
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2.1.1 Propriedades do aço

As propriedades mais importantes do aço são sua alta resistência, se comparada a de


outros materiais e, a ductilidade, que lhe permite sofrer deformações substanciais antes da
ruptura (BELLEI; PINHO; PINHO, 2008). Para efeito de cálculo, na faixa normal de
temperaturas atmosféricas, devem ser adotados em todos os tipos de aço estrutural os seguintes
valores de propriedades mecânicas (ABNT NBR 8800, 2008):

a) Módulo de elasticidade (E) = 200.000 MPa = 20.000 kN/cm²;


b) Coeficiente de Poisson (νa) = 0,3;
c) Módulo de elasticidade transversal (G) = 77.000 MPa = 7.700 kN/cm²;
d) Coeficiente de dilatação térmica (βa) = 1,2 x 10-5 por ºC-1;
e) Massa específica (ρa) = 7.850 kg/m³.

Outras características mecânicas importantes para o projeto de estruturas de aço são o


limite de escoamento e o limite de ruptura, cujos valores são específicos para cada tipo de aço
(BELLEI; PINHO; PINHO, 2008). A NBR 8800 (ABNT, 2008) apresenta os valores nominais
mínimos da resistência ao escoamento (fy) e da resistência a ruptura (fu) dos aços, para uso
estrutural em chapas e perfis, que atendem às condições relacionadas às propriedades mecânicas
por ela exigida, sendo seus valores apresentados nos Anexos A e B.

2.1.2 Perfis de aço

Os perfis estruturais diferenciam-se tanto pela geometria quanto pela forma com que
são produzidos. Quanto a geometria, os perfis podem ser agrupados em três grandes grupos:

a) Barras: são produtos nos quais as dimensões da seção transversal são pequenas
em relação ao comprimento (Figura 1a);
b) Chapas: são produtos nos quais a dimensão referente a espessura é muito menor
que a largura e o comprimento (Figura 1b);
c) Perfis: são produtos de grande eficiência estrutural produzidos com diversas
seções, que podem assumir funções específicas, como no caso dos trilhos, ou ser
empregados em variadas soluções estruturais, de acordo com as propriedades
requeridas. É comum utilizar, para designação dos perfis, uma letra ou símbolo
que elucide a forma de sua seção (L, U, I, H, ∅, etc.) (Figura 1c).

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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
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Figura 1 – Geometria de seções usuais

Fonte: Próprio autor.

Quanto a forma de produção os perfis podem ser (PFEIL; PFEIL, 2009):

a) Laminados: obtidos em laminadores submetendo o aço preaquecido a sucessivos


passes até obter a seção desejada. Exemplos: chapas, barras e perfis I, H, L, U;
b) Trefilados: obtidos puxando uma barra de aço (sem preaquecimento – a frio) por
meio de fieiras com diâmetros decrescentes. Exemplos: barras, tubos e fios;
c) Conformados: obtidos por dobramento de chapas. Exemplos: perfis L, U,
cartola, etc.;
d) Perfis soldados: obtidos pela associação de chapas ou perfis através de solda.
Exemplos: I, H, tubular, etc.

2.1.3 Campo de aplicação

“Atualmente, as estruturas de aço são aplicadas em praticamente todos os setores


construtivos” (BELLEI, 2010, p. 16). Graças aos investimentos em tecnologia e maquinários
realizado nos últimos anos, o setor da construção metálica é o mais industrializado da
construção civil na atualidade (EECA, 2006), fazendo com que as estruturas metálicas surjam
como opção para obras comerciais, industriais e de infra estrutura, as quais têm cada vez mais
optado por sistemas construtivos que tragam maior rapidez na execução, redução das atividades
em canteiros e a racionalização no uso de materiais e mão de obra (CBCA; ABCEM, 2015).

O aço pode estar presente como material principal ou como parte da obra (IABr,
[2010?]). Por questões culturais e pela falta de tradição entre os usuários e os agentes
econômicos, o uso do aço como solução principal ainda é evitado pelos construtores em obras
de pequeno porte (D’AVILA, 2003), no entanto conforme dados de pesquisa realizada pela
CBCA e ABCEM (2015), as estruturas de grande porte, as construções industriais e obras
especiais foram responsáveis pelo consumo de 76% da produção total de aço do país.
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Márcio A. Prante (marcio.prante@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2016
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2.2 ESTRUTURAS AUTOPORTANTES EM AÇO

Estruturas autoportantes são aquelas que, uma vez montadas, possuem a capacidade de
resistir aos esforços (verticais e laterais) e, ao mesmo tempo, manterem-se estáveis sem a
necessidade de interagir com estruturas auxiliares como diafragmas ou cabos de estaiamento,
por exemplo (AISC, 2006). Este tipo de estrutura é proeminente tanto na arquitetura clássica
quanto na contemporânea devido suas vantajosas propriedades estruturais e uso eficiente de
material (DEUSS et al, 2014).

Elas podem ser constituídas de diversos materiais, como: madeira, concreto, alumínio,
etc., contudo, para a presente pesquisa, interessa as estruturas autoportantes construídas em aço.
Existem vários exemplos destas estruturas na construção civil, como: escadas, mezaninos,
coberturas, estruturas de edifícios e, entre outros, as torres metálicas.

2.2.1 Torres autoportantes

O avanço tecnológico iniciado no país na década de 90 impulsionou o crescimento dos


sistemas de telecomunicações, telefonia celular, radiotransmissão, tv a cabo, transmissão de
energia elétrica, internet a rádio, etc., demandando, por consequência, a instalação de uma
quantidade considerável de torres metálicas autoportantes (MACHADO, 2003; VAZ, 2015).
Em sua maioria, estas torres caracterizam-se como estruturas treliçadas e, geralmente, assumem
a forma quadrada ou triangular (PROBST, 2013; VAZ, 2015).

A escolha pelo sistema treliçado é o mais usual pois permite, em um espaço limitado,
obter uma estrutura alta, esbelta, leve e versátil (AGUILERA, 2007; VELOZO, 2010). Quando
desenvolvido considerando a padronização dimensional de seus elementos e o uso de perfis
com disponibilidade comercial, esse sistema estrutural possibilita o desenvolvimento de
projetos com reduzido tempo de fabricação (MOTTA, 2015).

Usualmente, os elementos reticulados destas estruturas são constituídos por cantoneiras


laminadas ou perfis tubulares (AGUILERA, 2007; MELO, et al., 2015). Este último apresenta
vantagens estruturais, devido a maior estabilidade quando submetido à compressão, contudo,
dificultam a execução das conexões, exigindo cuidados especiais (AGUILERA, 2007).

Como no Brasil não há registros de terremotos significativos, a força de arrasto do vento


é o carregamento determinante na elaboração do projeto estrutural de torres metálicas
autoportantes treliçadas (JÚNIOR, 2000; MACHADO, 2003; VAZ, 2015). A ABNT NBR 6123

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20

apresenta as considerações para determinação das ações do vento nas edificações e, entre outros
fatores, considera a altura da edificação para estabelecer os resultados.

As torres autoportantes são fabricadas em alturas diversas, que dependem da finalidade


a qual se destinam, variando entre 10 e 120 metros, podendo atingir alturas maiores (MASUDA,
2009; MARQUES, 2014; ZIN, 2014).

Quando comparadas a torres estaiadas, que necessitam de estais para garantir sua
estabilidade, as torres autoportantes demandam uma área de instalação menor (PROBST,
2013). Além disso, as torres estaiadas apresentam limitações topográficas, necessitando de
terrenos com topografia regular para sua instalação, restrição não apresentada pelas torres
autoportantes (LABEGALIN et al., 2005; SINGH, 2009). Em contrapartida, as torres
autoportantes resultam em um custo final de implantação maior (BMTE, 2015; MELO, et al.,
2015).

2.2.2 Torres para travamento de elevador agrícola

Torres para travamento de elevadores agrícolas são um caso particular das torres
autoportantes. Sua função principal é estabilizar lateralmente o elevador, garantindo a
verticalidade do mesmo, contudo, podem ser projetadas de modo a assumirem outras funções,
como apoio do acionamento, sustentação de escadas e/ou passarelas, etc.

Estas torres podem ser utilizadas para travamento de um ou mais elevadores


simultaneamente, logo, a dimensão de sua base é função das dimensões do elevador e do
espaçamento entre estes, além de particularidades do layout, como a dimensão do poço e
exigências mínimas de acessibilidade, por exemplo. A altura da torre é determinada em função
da altura do elevador, sendo recorrente dimensões entre 10 e 50 metros.

Em sua construção é usual o emprego de perfis laminados, sendo as colunas e vigas em


seção I ou H e os contraventos em perfil L, contudo, em algumas situações, utiliza-se perfis
soldados, conformados a frio e de seção tubular. Para garantir a durabilidade, os perfis recebem
tratamento superficial, sendo recorrente a galvanização a fogo.

2.3 SISTEMAS ESTRUTURAIS DAS TORRES PARA TRAVAMENTO

Um sistema estrutural é definido pela disposição racional e adequada de diferentes


elementos estruturais, de modo a definir o aspecto espacial da estrutura (MARINGONI, 2007;

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SÁLES et al., 2015). Os elementos estruturais podem ser divididos em dois grupos (PFEIL;
PFEIL, 2009):

a) Elementos lineares alongados: possuem dimensões transversais pequenas em


relação ao comprimento. Tirantes, colunas e vigas são exemplos destes
elementos;
b) Elementos bidimensionais: possuem espessura pequena em relação a dimensão
em planta. São constituídos por placas ou chapas, sendo utilizadas isoladamente
ou como elementos constituintes de sistemas planos ou espaciais.

No caso das torres para travamento de elevadores agrícola, os elementos


bidimensionais, ficam limitados basicamente as chapas de ligação, nervuras, reforços e pisos,
quando existentes. Neste tipo de estrutura predominam os elementos estruturais lineares, que
podem ser classificados quanto a sua orientação em:

a) Elementos verticais: denominados colunas. São elementos estruturais cuja


finalidade é levar às fundações as cargas as quais a estrutura está sujeita,
portanto, possuem elevada capacidade para carga axial;
b) Elementos horizontais: denominados vigas ou travessas: são elementos
estruturais conectados as colunas, normalmente sujeitos a cargas axiais, mas em
níveis com piso também são solicitados perpendicularmente ao seu eixo;
c) Elementos inclinados: denominados diagonais ou contraventos: são elementos
que tem por finalidade garantir a estabilidade do conjunto, conferindo rigidez a
estrutura. Basicamente, são solicitados a esforços de tração e/ou compressão.

Estes elementos são caracterizados como barras, e são arranjados de modo a formar uma
estrutura linear tridimensional, onde os elementos são conectados por ligações rígidas ou
flexíveis. O ponto de conexão entre os elementos é denominado nó.

2.4 AÇÕES NAS ESTRUTURAS

“Ação em uma estrutura pode ser entendida como tudo aquilo que provoca tensões e
deformações nos elementos estruturais” (PRAVIA, et al., 2013). A estrutura deve ser
dimensionada de modo a ter resistência para suportar as ações e suas combinações, mantendo
as deformações correspondentes dentro dos limites especificados por norma e ainda manter as
vibrações dentro de níveis compatíveis (BELLEI, et al., 2008 p. 50).

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As normas atuais definem os valores das ações considerando a natureza probabilística,


ou seja, consideram os valores médios de ocorrência mais provável (PRAVIA, et al., 2013). A
NBR 8681 (ABNT, 2003) classifica as ações, segundo sua variabilidade no tempo, em três
categorias: ações permanentes; ações variáveis e ações excepcionais.

2.4.1 Ações permanentes

São as ações impostas pelo peso próprio da estrutura e peso próprio de quaisquer
elementos da construção permanentemente suportados pela estrutura, tais como pisos, paredes,
forros, divisórias, tapamentos, cobertura, escadas, revestimentos e acabamentos. Além do peso
de instalações e equipamentos permanentes, como tubulações, dutos, cabos, etc., ou de
quaisquer outras ações de caráter permanente ao longo da vida da estrutura (BELLEI, et al.,
2008 p. 50).

Ou seja, são aquelas ações que ocorrem com valores praticamente constantes e cuja
variação no tempo de atuação é desprezível em relação ao tempo médio de vida da estrutura
(SÁLES, et al., 2015). A NBR 8681 (ABNT, 2003) sub divide essas ações em duas categorias:

a) Ações permanentes diretas: oriunda do peso próprio da estrutura e qualquer


outra ação (devida ao peso próprio) permanentemente aplicada sobre ela;
b) Ações permanentes indiretas: oriunda dos efeitos da protensão, recalques de
apoio e a retração dos materiais.

2.4.2 Ações variáveis

As ações variáveis são aquelas que apresentam variações significativas de seus valores
durante a vida da construção (SÁLES, et al., 2015). São todas aquelas que podem atuar sobre a
estrutura da edificação em função do seu uso (ABNT NBR 6120, 1980), sendo oriundas das
cargas acidentais e seus efeitos, tais como forças de frenagem, de impacto e centrífugas, efeitos
do vento e das variações de temperatura, atrito nos aparelhos de apoio e das pressões
hidrostáticas e hidrodinâmicas em geral (ABNT NBR 8681, 2003).

A NBR 8681 (ABNT, 2003) classifica as ações variáveis, em função de sua


probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, em normais ou especiais:

a) Ações variáveis normais: são aquelas com grande probabilidade de ocorrência,


de modo que sua consideração é obrigatória no projeto das estruturas de um dado
tipo de construção;
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b) Ações variáveis especiais: são as cargas acidentais de natureza ou de intensidade


especiais, como ações sísmicas por exemplo.

2.4.3 Ações excepcionais

“Ações excepcionais são as que têm duração extremamente curta e muito baixa
probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, mas que devem ser consideradas nos
projetos de determinadas estruturas” (ABNT NBR 8681, 2003, p. 2). É o caso de estruturas
como pontes, barragens, usinas nucleares, plataformas de exploração de petróleo ou qualquer
outra estrutura cujo colapso pode ter consequências catastróficas (PRAVIA, et al., 2013).

Entre as causas de ocorrência destas ações estão as explosões, choques de veículos,


incêndios, enchentes ou sismos excepcionais (ABNT NBR 8681, 2003). Os valores destas ações
são arbitrados e estabelecidos por consenso entre o proprietário da construção e as autoridades
governamentais que nela tenham interesse (SÁLES, et al., 2015).

2.4.4 Ação devidas ao vento (NBR 6123)

O vento age sobre a estrutura de modo a produzir uma ação variável, cuja intensidade
depende das características topográficas, da velocidade básica local e das características da
estrutura (altura, área da face, etc.). No caso de torres treliçadas utilizadas exclusivamente para
o travamento de elevador agrícola, o vento apresenta-se como a principal ação a ser considerada
no projeto, isso devido ao baixo peso próprio da estrutura e a baixa probabilidade de terremotos
e outras ações excepcionais no Brasil.

A norma brasileira que estabelece a metodologia de cálculo para determinação das ações
devidas ao vento é a NBR 6123 (ABNT, 1988). Segundo ela, de forma geral, é possível obter
uma componente qualquer da força global através da Equação (1). Machado (2003) destaca que
essa equação é recomendada pelos principais códigos e normas técnicas do mundo.

= . . (1)

Nela, a pressão dinâmica (q) exercida pelo vento sobre as estruturas, obtida da Equação
(2), considerando as características físicas, topográficas e meteorológicas locais, é multiplicada
pela área frontal de referência (A), que depende da estrutura em análise e, por fim, multiplicada
pelo coeficiente de força e/ou arrasto da estrutura (Cf). Este último depende de fatores
associados a forma e dimensões da edificação, do regime de vento, dentre outros fatores, sendo
que, uma das maneiras de determina-lo é através do ábaco da Figura 2.
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Figura 2 – Coeficiente de arrasto para edificações paralelepipédicas (baixa turbulência)

Fonte: NBR 6123 (1988)

= 0,613. = / ² (2)

Para obter-se a pressão dinâmica (q) é necessário conhecer a velocidade característica


do vento (Vk), determinada por:

= . . . = / (3)

Onde V0 é a velocidade básica do vento, a qual representa a velocidade de uma rajada


de 3s, excedida em média uma vez em 50 anos, 10m acima da cota do terreno, em campo aberto
e plano. Para sua determinação é utilizado o mapa das isopletas fornecido pela NBR 6123
(ABNT, 1988), apresentado na Figura 3.

S1 é o fator topográfico, o qual leva em conta o aumento da velocidade do vento na


presença de morros e taludes. É tomado S1=1,0 para terrenos planos ou fracamente acidentados
e, para locais com presença de taludes e morros deve ser calculado conforme apresentado pela
NBR 6118 (ABNT, 1988) em seu item 5.2. Machado (2003) observa contudo que este fator não
considera a diminuição da turbulência em função do aumento da velocidade do vento, fato
relevante no estudo da resposta dinâmica de estruturas esbeltas.
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Figura 3 - Isopletas da velocidade básica V0 (m/s)

Fonte: ABNT NBR 6123 (1988).

O fator S2, obtido pela Equação (4), considera o efeito combinado da rugosidade do
terreno, da variação da velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da
edificação ou parte da edificação em consideração. A norma brasileira classifica a rugosidade
do terreno em 5 categorias: categoria I, superfícies lisas de grandes dimensões; categoria II,
terrenos abertos com poucos obstáculos isolados; categoria III, terrenos planos ou ondulados
com obstáculos baixos e esparsos; categoria IV, terrenos cobertos por obstáculos numerosos e
pouco espaçados; e categoria V, terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e
pouco espaçados.

O fator S2 também considera o intervalo de duração da rajada para que o vento envolva
convenientemente toda a estrutura, pois quanto maior o intervalo de tempo considerado, tanto
maior será a distância abrangida pela rajada. Nesse sentido, a norma brasileira estabelece 3
classes: classe A, edificações com dimensões inferiores a 20m e unidades de vedação (rajada
de 3s); classe B, edificações com dimensões compreendidas entre 20m e 50m (rajada de 5s); e
classe C, edificações com dimensões maiores que 50m (rajada de 10s).
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"
= . . ! = /
10
(4)

O fator S3 baseia-se em conceitos estatísticos, considerando o grau de segurança


requerido e a vida útil da edificação. A norma brasileira classifica em 5 grupos que relacionam
o tipo de edificação e as consequências de sua ruina, apresentando seus respectivos valores
mínimos (Figura 4), os quais podem ser revisados para outros níveis de probabilidade e/ou
outros períodos de exposição que não os considerados pela norma.

Figura 4 - Valores mínimos do fator estatístico S3

Fonte: ABNT NBR 6123 (1988).

No caso de torres reticuladas de seção quadrada, com reticulados iguais em todas as


faces, a NBR 6123 (ABNT, 1988) indica que a força de arrasto deve ser calculada por:

# = . $. # (5)

Onde Ae refere-se a área frontal efetiva de uma das faces da torre reticulada, definida
pela área da projeção ortogonal das barras contidas nesta face sobre um plano paralelo a esta.
E Ca é o coeficiente de arrasto, que no caso de torres reticuladas constituídas por barras
prismáticas de faces planas, com cantos vivos ou levemente arredondados, para vento incidindo
perpendicularmente a uma das faces, pode ser obtido através do gráfico da Figura 5, onde Φ é
o índice de área exposta, sendo o quociente da área frontal efetiva (Ae) dividida pela área frontal
da superfície limitada pelo contorno do reticulado.

As componentes da força de arrasto (Fa) nas faces da torre são obtidas multiplicando-as
pelos valores dados na Figura 6, onde o fator de proteção (η) deve ser obtido na Figura 7.

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Figura 5 – Coeficiente de arrasto (Ca)

Fonte: ABNT NBR 6123 (1988).

Figura 6 - Componentes de força de arrasto nas faces da torre

Fonte: ABNT NBR 6123 (1988).


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Figura 7 - Fator de proteção η, para dois ou mais reticulas planos paralelos igualmente afastados

Fonte: ABNT NBR 6123 (1988).

2.5 COMBINAÇÕES DAS AÇÕES E CARREGAMENTO DAS ESTRUTURAS

Dificilmente uma estrutura estará sujeita a uma única ação, via de regra elas atuam
simultaneamente, em períodos determinados ou por toda a vida útil da edificação, sendo assim,
o carregamento da estrutura deve ser definido combinando as ações que tem probabilidade não
desprezível de atuarem simultaneamente durante um período de tempo preestabelecido
(PRAVIA, et al., 2013; SÁLES, et al., 2015). Ao longo da vida útil a edificação fica sujeita a
diferentes tipos de carregamento, os quais são classificados pela NBR 8681 (ABNT, 2003) em
quatro tipos:

a) Carregamento normal: decorre do uso previsto para a construção, admitindo sua


duração igual ao período de referência da estrutura, sendo sua consideração na
verificação da segurança obrigatória tanto em relação aos estados limites últimos
quanto aos estados limites de serviço;
b) Carregamento especial: decorre da atuação de ações variáveis de natureza ou
intensidade especiais, cujos efeitos superam em intensidade os efeitos
produzidos pelas ações consideradas no carregamento normal. Sua atuação é

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transitória e de pequena duração, sendo geralmente considerado apenas na


verificação da segurança em relação aos estados limites últimos;
c) Carregamento excepcional: decorre da atuação de ações excepcionais que
podem provocar efeitos catastróficos, sendo considerado apenas no caso de
estruturas para as quais os efeitos dessas ações não possam ser desprezados,
anulados ou atenuados na concepção estrutural. Sua atuação é transitória e de
duração extremamente pequena, sendo considerado apenas na verificação da
segurança em relação aos estados limites últimos através de uma única
combinação última excepcional de ações;
d) Carregamento de construção: decorrem de ações transitórias com duração
definida em cada caso particular. Devem ser considerados apenas nas estruturas
em que haja risco de ocorrência de estados limites já durante a fase de
construção.

Para garantir que o dimensionamento seja realizado considerando o carregamento que


resulta nos efeitos mais desfavoráveis, devem ser realizadas tantas combinações quanto forem
necessárias para que a segurança seja verificada em relação a todos os possíveis estados limites
da estrutura (ABNT NBR 8681, 2003). As ações incluídas em cada uma dessas combinações
devem ser consideradas com seus valores representativos, multiplicados pelos respectivos
coeficientes de ponderação, devendo ser considerados os critérios apresentados pela NBR 8681
(ABNT, 2003) e a seguir apresentados:

a) Ações permanentes devem figurar em todas as combinações de ações, sendo


consideradas em sua totalidade;
b) Ações variáveis, são consideradas apenas as parcelas que produzem efeitos
desfavoráveis para a segurança;
c) Ações variáveis móveis devem ser consideradas em suas posições mais
desfavoráveis para a segurança;
d) Ações variáveis nas combinações últimas normais: em cada combinação última,
uma das ações variáveis é considerada como a principal, admitindo-se que ela
atue com seu valor característico Fk; as demais ações variáveis são consideradas
como secundárias, admitindo-se que elas atuem com seus valores reduzidos de
combinação ψ0 Fk;
e) Ações variáveis nas combinações últimas especiais: nas combinações últimas
especiais, quando existirem, a ação variável especial deve ser considerada com
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seu valor representativo e as demais ações variáveis devem ser consideradas com
valores correspondentes a uma probabilidade não desprezível de atuação
simultânea com a ação variável especial;
f) Ações variáveis nas combinações últimas excepcionais: nas combinações
últimas excepcionais, quando existirem, a ação excepcional deve ser
considerada com seu valor representativo e as demais ações variáveis devem ser
consideradas com valores correspondentes a uma grande probabilidade de
atuação simultânea com a ação variável excepcional.

No caso de estruturas sujeitas a carregamento normal, as combinações últimas das ações


são definidas pela equação (6), dada pela NBR 8681 (ABNT, 2003), onde: γgi é o coeficiente
de ponderação para ações permanentes; FGi,k é o valor característico das ações permanentes; γq
é o coeficiente de ponderação para ações variáveis; FQ1,k é o valor característico da ação variável
considerada como ação principal para a combinação; ψ0j é o fator de combinação; FQj,k é o valor
característico de cada uma das demais ações variáveis.

3 1

& = ' ()* . +*, + (- . . , + (- . ' / 0 . .0,


(6)
*2 02

2.6 SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS

No projeto de uma estrutura, independentemente de seu tamanho ou complexidade, deve


existir a preocupação de que ela desempenhe as funções a que se destina mantendo-se segura,
ou seja, conservando sua capacidade de suportar todas as ações que vierem a solicitá-la desde
a fase da construção até o final de sua vida útil, não apresentando deformações ou
deslocamentos excessivos, trincas, perdas de equilíbrio, colapso ou apresentar qualquer falha
que prejudique ou impeçam a utilização para qual foram concebidas (SÁLES, et al., 2015).

A norma brasileira que estabelece os requisitos a serem verificados e os critérios de


quantificação das ações e das resistências2, com vista na garantia de segurança da estrutura, é a
NBR 8681 (ABNT, 2003), a qual adota o método dos estados limites. O estado limite de uma
estrutura é entendido como o estado a partir do qual a estrutura apresenta desempenho

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Esta norma é aplicável a estruturas e peças estruturais constituídas com quaisquer materiais usualmente
empregados na construção civil, inclusive aço.
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inadequado às finalidades da construção, sendo dividido em estados limites últimos (ELU) e


estados limites de serviço (ELS) (ABNT NBR 8681, 2003).

O método dos estados limites é conhecido na literatura norte-americana pela sigla LRFD
– Load and Resistance Factor Design, que significa projeto com fatores aplicados às cargas e
às resistências (PFEIL; PFEIL, 2009). Os fatores ou coeficientes de ponderação são aplicados
aos valores característicos para determinar o valor de cálculo a ser considerado no
dimensionamento da estrutura.

O valor do coeficiente de ponderação varia em função das peculiaridades dos diferentes


tipos de construção, estrutura, materiais e ações consideradas, de modo que sejam majorados
os valores característicos das ações e minorados os de resistência dos materiais. Isto para
compensar possíveis falhas dos elementos estruturais, erros de avaliação do projetista,
deficiência do método de cálculo empregado ou quaisquer outros aspectos inerentes as
estruturas que possam comprometer a segurança sob risco de perda de vidas humanas e danos
materiais de grande monta.

2.7 ANÁLISE ESTRUTURAL

Segundo Martha (2011), a análise estrutural é uma fase do projeto estrutural, onde
idealiza-se o comportamento da estrutura com o objetivo geral de determinar os esforços
internos e externos e as tensões correspondentes, bem como os deslocamentos e deformações
da estrutura em análise, ou seja, determinar os efeitos das ações na estrutura. Tais efeitos devem
ser verificados segundo os estados-limites últimos e de serviço (ABNT NBR 8800, 2008;
ABNT NBR 14762, 2010).

Nesta fase, a estrutura real é idealizada através do modelo analítico, também chamado
de modelo estrutural ou modelo matemático, utilizado para representar matematicamente a
estrutura e seu provável comportamento, utilizando para tal teorias e hipóteses (sobre a
geometria, apoios, vinculações, solicitações, etc.) baseadas em leis físicas (equilíbrio entre
forças e tensões, por exemplo) e leis constitutivas (relativas aos materiais que compõem a
estrutura) (MARTHA, 2011).

O modelo deve ser idealizado de modo a representar o mais fielmente possível a resposta
da estrutura e dos materiais estruturais, considerando as deformações causadas pelas
solicitações e, quando necessário, a interação solo-estrutura e o comportamento das ligações
devem ser contemplados (ABNT NBR 8800, 2008; ABNT NBR 14762, 2010).
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Para o caso de estruturas reticuladas, o modelo estrutural baseia-se no fato de que os


elementos estruturais possuem um eixo bem definido, fundamentado na teoria de vigas de
Navier, sendo portanto representados por linhas, para as quais atribui-se informações
representativas a geometria do perfil, como a área da seção e momentos de inércia, por exemplo
(MARTHA, 2011). Este modelo pode ser concebido em um plano bidimensional (treliças e
pórticos planos) ou no espaço tridimensional (treliças e pórticos espaciais) (SORIANO, 2003).

As estruturas correntes, via de regra, constituem-se de um sistema tridimensional,


composto de elementos como colunas, vigas, contraventos, etc., contudo, uma vez entendidos
o comportamento e a função de cada componente, o projetista pode simplificar a análise
subdividindo a estrutura real em subsistemas bidimensionais menores (LEET; UANG;
GILBERT, 2010). Essa simplificação permite encontrar soluções mais rápidas e com baixo grau
de sofisticação, contudo, não considerada os efeitos tridimensionais de carregamentos externos
e ligações entre os elementos estruturais (MARTHA, 2011).

Os modelos estruturais, bi ou tridimensionais, tem seu comportamento expresso por


equações diferenciais que possuem soluções analíticas conhecidas apenas para condições
simples de contorno e carregamento, sendo recorrente, portanto, o uso de métodos discretos,
numéricos ou aproximados (SORIANO, 2003). “Esses métodos introduzem aproximações
adicionais aos modelos matemáticos, formando os correspondentes modelos discretos, nos
quais se busca a determinação de incógnitas em um número finito de pontos” (SORIANO, 2003,
p. 3).

A análise de modelos utilizando métodos não analíticos, dentre os quais destaca-se o


método dos elementos finitos, é uma tarefa complexa, mas que é simplificada pelo uso de
programas de computador, os quais permitem executa-la sem grandes dificuldades. Martha
(2011) afirma que atualmente é inconcebível executar uma análise estrutural sem o uso de
programas computacionais, mesmo para o caso de estruturas reticuladas.

2.8 DIMENSIONAMENTO DE PERFIS LAMINADOS (NBR 8800)

2.8.1 Elementos tracionados

O dimensionamento deve atender a condição:

4,5& ≤ 4,7& (7)

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Onde: Nt,Sd é a força axial de tração solicitante de cálculo e Nt,Rd é a força axial de tração
resistente de cálculo.

A força axial de tração resistente de cálculo, Nt,Rd, a ser usada no dimensionamento, é o


menor dos valores obtidos nas equações (8) e (9):

a) para escoamento da seção bruta

) . 89
=
4,7&
(#
(8)

b) para ruptura da seção líquida

$ . 8: 1 . 4 . 8:
= =
4,7&
(# (#
(9)

onde:

Ag é a área bruta da seção transversal da barra;

Ae é a área líquida efetiva da seção transversal da barra;

An é a área líquida da barra (caso não existam furos ou recortes tomar An = Ag);

Ct é um coeficiente de redução da área líquida, cujo valor varia em função das


características da ligação (consultar item 5.2.5 da norma);

fy é a resistência ao escoamento do aço;

fu é a resistência à ruptura do aço.

Além da condição apresentada na Equação (7), as barras solicitadas a tração devem ser
verificadas quanto ao índice de esbeltez, devendo atender a seguinte condição:

;
≤ 300
<
(10)

Onde:

L é o comprimento destravado da barra (comprimento equivalente de flambagem);

r é o raio de giração correspondente da barra.

2.8.2 Elementos comprimidos

O dimensionamento deve atender a condição:


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=,5& ≤ =,7& (11)

Onde: Nc,Sd é a força axial de compressão solicitante de cálculo e Nc,Rd é a força axial
de compressão resistente de cálculo.

A força axial de compressão resistente de cálculo, Nc,Rd, de uma barra, associada aos
estados-limites últimos de instabilidade por flexão, por torção ou flexo-torção e de flambagem
local, deve ser determinada pela equação (12):

>. ?. ) . 89
=
=,7&
(#
(12)

onde:

Q é o fator de redução total associado à flambagem local, determinado conforme


prescrito no Anexo F da NBR 8800 (ABNT, 2008);

Ag é a área bruta da seção transversal da barra;

χ é o fator de redução associado à resistência à compressão, cujo valor é dado por:

@) C@<@ D ≤ 1,5: > = 0,658HI


J
(13)

0,877
) C@<@ D > 1,5: >=
D
(14)

Onde λ0 é o índice de esbeltez reduzido, dado por:

?. ) . 89
D =M
(15)
$

Ne é a força axial de flambagem elástica, obtida conforme o Anexo E da NBR 8800


(ABNT, 2008), a qual depende das características da seção da barra (assimétrica,
monossimétrica, simétrica, etc.).

Além de atender a condição apresentada na Equação (11), as barras submetidas a


esforços de compressão devem ser verificadas quanto ao índice de esbeltez, obedecendo a
seguinte condição:

N. ;
≤ 200
<
(16)

Onde:

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35

K é o coeficiente de flambagem, que no caso de elementos isolados tem seus valores


determinados conforme apresentado na Figura 8;

L é o comprimento destravado da barra;

r é o raio de giração correspondente da barra.

Figura 8 - Coeficiente de flambagem por flexão de elementos isolados

Fonte: NBR 8800 (ABNT, 2008).

2.9 DIMENSIONAMENTO DE PERFIS CONFORMADOS A FRIO (NBR 14762)

2.9.1 Elementos tracionados

O dimensionamento deve atender a condição:

4,5& ≤ 4,7& (17)

Onde: Nt,Sd é a força axial de tração solicitante de cálculo e Nt,Rd é a força axial de tração
resistente de cálculo.

A força axial de tração resistente de cálculo, Nt,Rd, a ser usada no dimensionamento, é o


menor dos valores obtidos nas equações (18), (19) e (20):
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36

a) para escoamento da seção bruta

. 89
= ; QR ( = 1,10
4,7&
(
(18)

b) para ruptura da seção líquida fora da região da ligação

. 8:
= ; QR ( = 1,35
1
4,7&
(
(19)

c) para ruptura da seção líquida na região da ligação

4. 1 . 8:
= ; QR ( = 1,65
4,7&
(
(20)

onde:

A é a área bruta da seção transversal da barra;

An0 é a área líquida da seção transversal da barra fora da região da ligação (por exemplo,
decorrente de furos ou recortes que não estejam associados à ligação da barra);

An é a área líquida da seção transversal da barra na região da ligação, sendo que, no caso
de ligações soldadas deve-se considerar An = A (salvo para ligações com solda de topo, onde
An equivale à área bruta das partes conectadas);

Ct é um coeficiente de redução da área líquida, cujo valor varia em função das


características da ligação (consultar item 9.6.2 da norma);

fy é a resistência ao escoamento do aço;

fu é a resistência à ruptura do aço.

Além da condição apresentada na Equação (17), as barras solicitadas a tração devem ser
verificadas quanto ao índice de esbeltez, devendo atender a seguinte condição:

;
≤ 300
<
(21)

Onde:

L é o comprimento destravado da barra (comprimento equivalente de flambagem);

r é o raio de giração correspondente da barra.

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2.9.2 Elementos comprimidos

O dimensionamento deve atender a condição:

=,5& ≤ =,7& (22)

Onde: Nc,Sd é a força axial de compressão solicitante de cálculo e Nc,Rd é a força axial
de compressão resistente de cálculo, tomada como o menor valor calculado pelas Equações (23)
e (27).

>. $ . 89
= ; QR ( = 1,20
=,7&
(
(23)

onde:

χ é o fator de redução da força axial de compressão, associado à flambagem global, cujo


valor é dado por:

@) C@<@ D ≤ 1,5: > = 0,658HI


J
(24)

0,877
) C@<@ D > 1,5: >=
D
(25)

Onde λ0 é o índice de esbeltez reduzido, dado por:

. 89
,U
D =S T
(26)
$

Ne é a força axial de flambagem global elástica, obtida conforme itens 9.7.2.1, 9.7.2.2
ou 9.7.2.3 da NBR 14762 (ABNT, 2010), a qual depende das características da seção da barra
(assimétrica, monossimétrica, simétrica, etc.).

A é a área bruta da seção transversal da barra;

Aef é a área efetiva da seção transversal da barra, calculada com base no método da
largura efetiva (MLE) ou, no método da seção efetiva (MSE).

Para as barras com seção transversal aberta sujeitas à flambagem distorcional, a força
axial de compressão resistente de cálculo Nc,Rd deve ser calculada por:

>&*V4 . . 89
= ; QR ( = 1,20
=,7&
(
(27)

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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
38

χdist é o fator de redução da força axial de compressão resistente, associado à flambagem


distorcional, calculado por:

>&*V4 = 1 ; C@<@ D&*V4 ≤ 0,561 (28)

0,25 1
>&*V4 = S1 − , T. ; C@<@ D&*V4 > 0,561
D&*V4 D&*V4
, (29)

A é área bruta da seção transversal da barra;

λdist é o índice de esbeltez reduzido associado à flambagem distorcional, dado por:

. 89
,U
D&*V4 = S T
(30)
&*V4

Ndist é a força axial de flambagem distorcional elástica, a qual deve ser calculada com
base na análise de estabilidade elástica. Observa-se aqui que, embora a NBR 14762 (ABNT,
2010) exija o cálculo da força crítica decorrente dos fenômenos de flambagem, ela não fornece
qualquer procedimento para determiná-los (PIERIN; SILVA; ROVERE, 2013).

Além de atender a condição apresentada na Equação (22), as barras submetidas a


esforços de compressão devem ser verificadas quanto ao índice de esbeltez, obedecendo a
seguinte condição:

N. ;
≤ 200
<
(31)

Onde:

K é o coeficiente de flambagem local do elemento;

L é o comprimento destravado da barra;

r é o raio de giração da seção bruta do elemento.

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3 METODOLOGIA E RESULTADOS

O presente capítulo tem como objetivo apresentar os métodos aplicados na definição do


modelo geométrico estrutural adotado, nos carregamentos considerados e no pré-
dimensionamento dos perfis, sendo também apresentadas as hipóteses consideradas quanto aos
materiais, vinculações e tipo de seção transversal adotada. Conjuntamente, serão apresentados
os valores obtidos em cada etapa do estudo, finalizando com o dimensionamento dos perfis.

3.1 MODELO ADOTADO

O modelo adotado para torre (Figura 9) caracteriza-se como uma estrutura treliçada
tridimensional, com seção transversal quadrada, medindo 4 metros de lado e 28 metros de
altura, constituído exclusivamente por perfis L, de seção simples (não composta), denominados
cantoneiras. Tais dimensões foram determinadas em função do modelo de elevador a ser
travado, das dimensões do poço, das dimensões do acionamento do elevador e, de critérios
relativos a padronização de peças, com vista na redução de custos com detalhamento, produção
e montagem.

Figura 9 - Modelo geométrico adotado para torre

Fonte: Próprio autor


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40

3.1.1 Escolha do elevador a ser travado

A escolha do modelo de elevador foi realizada com base em dados estatísticos


fornecidos pela Kepler Weber, empresa que atua no setor de agronegócios, na etapa de pós-
colheita da cadeia produtiva de grãos, sendo líder no mercado de armazenagem na américa
latina. Os dados analisados referem-se ao período de 05/01/2015 à 24/06/2016, totalizando uma
amostra de 217 elevadores, baseada em 5 modelos produzidos pela companhia e destinados ao
mercado agrícola.

Conforme apresentado na Figura 10, o modelo EA-3 representa 55,8% (121 unidades)
do volume de vendas, tendo sido, portanto, o modelo considerado para o escopo do projeto.
Este modelo é disponibilizado em três diferentes versões, com capacidades de 120t/h, 150t/h e
200t/h, considerando produtos com peso específico de 0,75t/m³, como a soja, por exemplo.

Figura 10 - Demanda de elevadores agrícolas entre 05/01/2015 e 24/06/2016

Fonte: Kepler Weber (2016).

3.1.2 Determinação da seção transversal da torre: hipótese de layout

As unidades de recebimento, beneficiamento e armazenagem de grãos podem assumir


diferentes configurações de layout, que variam em função de uma série de condicionantes,
como: topográfica, geográfica (próximas a rios, por exemplo), forma de transporte no
recebimento e expedição (rodoviária, ferroviária, lacustre, etc.), tipo e finalidade do produto,
entre outras. Considerando o fluxograma básico da Figura 11, apresentado por Weber (2005),
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observa-se ser recorrente o uso de elevadores (E1, E2 e E3) posicionados dentro de poços e,
portanto, esta condição foi assumida para o projeto em análise.

Figura 11 - Fluxograma simplificado de uma unidade de armazenagem

Fonte: Weber (2005).

Tal definição é importante pois influência nas dimensões da base da torre, já que a
mesma é posicionada no entorno do poço, que tem suas dimensões determinadas considerando,
além dos aspectos técnicos e de projeto, as condições de acessibilidade exigidas por norma.
Considerando que o poço sirva para atender um único elevador, modelo EA-3, dotado de duas
bicas de entrada, temos que suas dimensões mínimas em planta são: 2,5 metros de largura por
3,2 metros de comprimento, conforme apresentado na Figura 12.

A seção transversal na base da torre deve também considerar o tipo e dimensões da


fundação, a qual depende das cargas, das características do solo, dentre outros fatores de ordem
técnica e econômica, e ainda, deve-se levar em conta a interação do bulbo de tensões da
fundação da torre com as paredes do poço. Já no topo da torre, a seção transversal depende das
dimensões do acionamento do elevador, uma vez que a plataforma de manutenção deve dar
condições de acesso e circulação para equipe de manutenção e seus equipamentos.

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42

Figura 12 - Dimensões do poço em centímetros

Fonte: Kepler Weber (2016)

Considerando tais questões, optou-se por uma seção transversal quadrada, com 4 metros
de lado, a qual garante uma distância entre o ponto de apoio da torre com as paredes do poço,
região considerada para execução da fundação e, ao mesmo tempo, garante condições de acesso
no entorno do acionamento, conforme evidenciado na Figura 13. Além disso, o uso da seção
quadrada permite reduzir o tempo de projeto, detalhamento, fabricação e montagem, graças a
padronização das peças nas faces da torre.

Figura 13 - Dimensões da seção transversal da torre

Fonte: Próprio autor.


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3.1.3 Determinação da altura da torre

A altura da torre foi determinada com base em dados estatísticos, fornecidos pela Kepler
Weber, relativos a uma amostra de 89 estruturas, produzidas no período de 02/01/2012 à
13/06/2016. Os resultados obtidos demonstraram que:

• A torre de menor altura foi de 10 metros;


• A torre de maior altura foi de 51 metros;
• A altura média da amostra foi de 28 metros;
• A altura mediana da amostra foi de 28 metros;
• A moda das alturas foi de 29 metros.

Considerando estes dados optou-se pela altura de 28 metros, a qual, além de ser
representativa da amostra, permite executar o travamento horizontal do elevador no
alinhamento do flange das calhas a cada 4 metros de altura (duas calhas). Logo, a modulação
dos contraventos nas faces da torre será de 4 em 4 metros (Figura 14), resultando em uma
inclinação de 45º da diagonal, estruturalmente desejável.

Figura 14 - Modulação dos contraventos da torre

Fonte: Próprio autor.

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44

3.2 PERFIS E MATERIAIS

Além de levar em conta os perfis e materiais usualmente empregados na fabricação de


torres de travamento, considerando que um dos objetivos do trabalho é comparar o desempenho
de perfis dobrados e laminados, procurou-se adotar aqueles que pudessem ser equiparados, a
fim de não distorcer os resultados. Nesse sentido, optou-se pelo uso de perfil L, denominado
cantoneira, com abas de iguais dimensões, confeccionadas nos seguintes materiais:

Perfil Material fy (MPa) fu (MPa) E (Mpa) G (Mpa)


Dobrado ASTM A-570 Gr50 340 450 200000 77000
Laminado ASTM A-572 Gr50 345 450 200000 77000

3.3 VINCULAÇÕES

O modelo estrutural foi concebido considerando as seguintes hipóteses:

• Ligação das colunas a base com apoio de segundo gênero;


• Travessas e diagonais ligadas a coluna por ligações rotuladas (forças
concorrentes centradas);

3.4 CARREGAMENTOS

Os carregamentos considerados foram os oriundos da ação do vento, do peso próprio


dos elementos e, dos devidos a carga de utilização.

3.4.1 Forças devidas ao vento (NBR 6123)

Na determinação das forças devidas ao vento foram considerados os seguintes


parâmetros:

a) Velocidade básica do vento para região escolhida: V0 = 45m/s.


b) Terreno plano ou fracamente acidentado: S1 = 1,0;
c) Rugosidade do terreno: Categoria II;
d) Dimensões da estrutura: Classe B;
e) Fator de rajada: Fr = 0,98;
f) Fator de ocupação: Baixo; Grupo 3; S3=0,95.

Como a torre está sendo considerada aberta, ou seja, sem fechamentos laterais, o vento
incidira tanto sobre a face desta quanto sobre a face do elevador. Sendo assim, torna-se

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necessário determinar os esforços provocados pelo vento no elevador e, transferi-los para a


torre, a qual necessita suportar também os esforços oriundos da ação do vento sobre ela mesma,
tornando necessário determinar separadamente as forças devidas ao vento para cada caso.

3.4.1.1 Vento no elevador – análise estática

Como a calha do elevador possui áreas distintas em cada uma de suas faces, a ação do
vento foi determinada nas direções V0º e V90º, conforme indicado na Figura 15. Nesse sentido,
faz-se necessário determinar um coeficiente de arrasto Ca para cada uma destas direções, uma
vez que a relação de lados é igualmente distinta.

Figura 15 - Direções consideradas para ações do vento

Fonte: Próprio autor.

Inicialmente pretendia-se utilizar o ábaco da Figura 2, apresentado pela NBR 6123


(1988), para determinar o coeficiente de arrasto (Ca), contudo, como o elevador apresentou para
relação h/l1 valores superiores a 40, portanto, não contemplados, optou-se por utilizar os
critérios apresentados pelo Eurocode 1 (2004). Este, utiliza a equação (32), onde: Cf é o
coeficiente de força para elementos estruturais de seção retangular com vento soprando normal
a uma face; Cf,0 é coeficiente de força para seções retangulares com cantos vivos; / é um fator
de redução para cantos arredondados; e /H é o fator de efeito final.

= , . / . /H (32)

A determinação dos coeficientes , e /H encontram-se, respectivamente, nas Figuras


Figura 16 e Figura 17, tendo sido tomado / = 1 pelo fato dos cantos da calha terem raio de
dobra insuficiente para produzir efeitos de redução. Aplicando os coeficientes determinados na
Equação (32) obteve-se Cf,V0° = 2,17 e Cf,V90° = 1,89, relativos ao cano da calha nas direções de
vento V0° e V90°, respectivamente.

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Figura 16 – Ábaco para determinação de Cf,0

Fonte: Eurocode 1 (2004).

Figura 17 – Ábaco para determinação de ψλ

Fonte: Eurocode 1 (2004).

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A força devida ao vento no elevador será transferida para torre por meio de cantoneiras
denominadas bracing, conforme mostrado na Figura 18, posicionadas a cada nível de travessa
da torre, ou seja, a cada 4 metros de altura.

Figura 18 - Vista superior do travamento do elevador

Fonte: Próprio autor.

Figura 19 – Modulação do elevador e as respectivas pressões dinâmicas

Fonte: Próprio autor.


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48

Portanto, podemos determinar a altura z, utilizada na Equação (4) para o cálculo de S2,
considerando a área de contribuição do elevador para cada nível de travamento. Sendo assim,
dividiu-se o elevador em 7 módulos, com o primeiro compreendido entre z= 0m e z= 6m e, os
6 seguintes entre z= 6m e z= 30m, conforme representado na Figura 19, onde também é possível
observar os resultados obtidos para a pressão dinâmica (q), calculada conforme a Equação (2).

Na Figura 19 também é possível observar um critério geométrico adotado para


simplificar a confecção do modelo no Strap, onde optou-se por substituir a geometria da cabeça
do elevador por uma calha adicional. Esta simplificação conduz a pressões dinâmicas muito
semelhantes, pois a diferença de altura é de apenas 60cm, contudo, devido a diferença de área,
a força de arrasto (Fa) tem significativa variação, conforme demonstrado na Figura 20.

Figura 20 - Comparativo entre geometria real e simplificada

Parâmetros básicos Vento V0° Vento V0°


z Vk q Ae Fa,x Ae Fa,y
Geometria S₂
[m] [m/s] [kN/m² [m²] [kN] [m²] [kN]
Real 29,4 1,080 46,17 1,306 1,863 5,274 3,755 9,266
Simplificada 30,0 1,082 46,25 1,311 1,525 4,334 2,666 6,603
Variação (*) 2,04% 0,18% 0,18% 0,36% -18,12% -17,82% -29,00% -28,74%
(*) Variação negativa indica que a simplificação geometrica reduziu a propriedade.

Fonte: Próprio autor.

Para compensar a variação de área, fez-se a correção do valor da pressão dinâmica


isolando-a na Equação (1), conforme demonstrado na Equação (33). Para tal, considerou-se a
força de arrasto (Fa) referente a situação real e a área efetiva (Ae) igual à geometria simplificada,
obtendo-se os valores corrigidos, a serem utilizados no módulo 7, de qV0°= 1,60 kN/m² e qV90°=
1,84 kN/m², relativos ao cano da calha nas direções de vento V0° e V90°, respectivamente.

=
#

$.
(33)

Para o caso de vento na direção V0°, como a calha apresenta dois canos paralelos, fez-
se necessário considerar os efeitos de proteção do cano a barlavento sobre o cano a sotavento.
Para tanto, utilizou-se do ábaco da Figura 7, obtendo-se uma fator de proteção X= 0,2, o qual
foi multiplicado pela componente de força obtida para o cano a barlavento, resultando nos
valores Fa,s, apresentados na Figura 22.

Para proceder o carregamento no Strap, optou-se por aplicar a força de arrasto (Fa) na
forma de uma carga linear (Figura 21), determinada pela Equação (34), onde b refere-se a
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largura do cano da calha, medida perpendicularmente a direção do vento. Os resultados obtidos


e aplicados no carregamento estão apresentados nas Figuras 22 e 23, relativos aos canos da
calha nas direções de vento V0° e V90°, respectivamente.

# = . . (34)

Figura 21 - Detalhe da aplicação das forças de arrasto no Strap

Fonte: Próprio autor.

Figura 22 - Cálculo da força de arrasto no elevador para direção V0°

z V₀ Vk q d b l Fa,x Fa,s
S₂ d/b Cf,0 ψr l/b λ ϕ ψλ Cf η
[m] [m/s] [m/s] [kN/m²] [m] [m] [m] [kN/m] [kN/m]
6 0,94 45,0 40,0 0,98 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 0,81 0,2 0,16
10 0,98 45,0 41,9 1,08 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 0,89 0,2 0,18
14 1,01 45,0 43,2 1,14 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 0,94 0,2 0,19
18 1,03 45,0 44,2 1,20 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 0,99 0,2 0,20
22 1,05 45,0 45,0 1,24 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 1,02 0,2 0,20
26 1,07 45,0 45,7 1,28 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 1,05 0,2 0,21
30 1,08 45,0 46,2 1,60 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 1,31 0,2 0,26

Fonte: Próprio autor.

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Figura 23 - Cálculo da força de arrasto no elevador para direção V90°

VENTO V90
z V₀ Vk q d b l Fa,y
S₂ d/b Cf,0 ψr l/b λ ϕ ψλ Cf
[m] [m/s] [m/s] [kN/m² [m] [m] [m] [kN/m]
6 0,94 45,0 40,0 0,98 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 0,57
10 0,98 45,0 41,9 1,08 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 0,63
14 1,01 45,0 43,2 1,14 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 0,67
18 1,03 45,0 44,2 1,20 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 0,70
22 1,05 45,0 45,0 1,24 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 0,73
26 1,07 45,0 45,7 1,28 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 0,75
30 1,08 45,0 46,2 1,84 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 1,08

Fonte: Próprio autor.

3.4.1.2 Vento na torre – análise dinâmica simplificada

O cálculo de vento na torre foi realizado utilizando o software AutoVentos Torre,


desenvolvido no programa de iniciação cientifica da UNICAMP pelo bolsista Tiago Luís
Duarte Forti, sob orientação do professor e doutor João Alberto Venegas Requena. Este
software realiza tanto a análise estática quanto a dinâmica simplificada, tendo sido esta última
considerada para fins de carregamentos.

Para realizar a análise dinâmica são necessários dados adicionais aos apresentados no
capítulo 3.4.1, os quais são apresentados pelo próprio software (Figura 24), considerando o
preconizado pela norma. Além disto, para poder determinar a força devida ao vento atuante em
cada nó da estrutura, o software necessita que sejam informados a área efetiva (Ae), o índice de
área exposta (ϕ) e o tipo de barra, que para o caso em análise são barras prismáticas de cantos
vivos ou levemente arredondados.

Figura 24 - Tela com os fatores de cálculo dados pelo software

Fonte: AutoVentos Torre


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Uma vez que os perfis ainda não foram dimensionados, para proceder o cálculo da área
efetiva, estimou-se as dimensões dos perfis considerando o índice de esbeltez limite da
compressão (K.L/r ≤ 200). Contudo, considerando que as colunas estarão sujeitas aos maiores
carregamentos, optou-se em considerá-las uma bitola de aba maior, resultando no apresentado
na Figura 25, onde também é apresentado o valor médio das abas para fins de determinação da
área efetiva.

Figura 25 - Estimativa da aba média dos perfis

Laminado Conformado
Elemento L [cm] n Ltotal [cm] i c Perfil Aba média (*) Perfil Aba média (*)
Coluna 400 2 800 0,34 L 127,0 X 12,70 L 150 X 4,75
Travessa 400 1 400 0,17 L 101,6 X 6,35 98,10 L 125 X 4,75 111,90
Diagonal 280 4 1120 0,48 L 76,2 X 4,75 L 80 X 3,00
Total - - 2320 1,00 - - - -
(*) Considerando o índice de contribuição (ic) relativo ao comprimento de perfil da seção de contribuição.

Fonte: Próprio autor.

Para fins de análise, determinou-se a área efetiva através da Equação (35),


correspondente a média das áreas dos diferentes tipos de perfis. O resultado obtido foi Ae=
2,4m² para cada módulo de 4 metros.

@ éZ[@\#3*1#&] . ;4]4#^ + @ éZ[@_]1 ] 3#&# . ;4]4#^


=
2
(35)
$

Considerando a área efetiva calculada pela Equação (35), calculou-se o índice de área
exposta, determinado como ϕ= 0,15.

Para proceder o carregamento do modelo estrutural no Strap, optou-se por aplicar a força
de arrasto aos nós da estrutura. Os valores, válidos tanto para vento V0° quanto para vento V90°,
uma vez que as quatro faces da torre apresentam as mesmas características geométricas, estão
apresentados na Figura 26.

Figura 26 - Força de arrasto nos nós da torre

Fonte: AutoVentos torre.


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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
52

3.4.2 Forças devido ao peso próprio da estrutura

Para que o peso próprio da estrutura fosse considerado no Strap, fez-se necessário
atribuir propriedades as barras do unifilar, o que foi feito considerando uma estimativa realizada
com base no índice de esbeltez limite da compressão, conforme critérios já apresentados no
capítulo 3.4.1.2, na determinação da área efetiva. Sendo assim apresenta-se na Figura 27 perfis
considerados:

Figura 27 - Perfis usados na análise do Strap

Elemento L [cm] Perfil laminado


Coluna 400 L 127,0 X 12,70
Travessa 400 L 101,6 X 6,35
Diagonal 280 L 76,2 X 4,75
Bracing 230 L 63,5 X 4,75

Fonte: Próprio autor.

Cabe salientar que, para estimar o peso próprio das chapas de ligação (gusset), foi
admitido um coeficiente de majoração do peso próprio de 1,1.

3.4.3 Forças oriundas da plataforma de manutenção

Embora o dimensionamento da plataforma de manutenção, situada no topo da torre, não


pertence ao escopo do presente trabalho, optou-se por considerar, de maneira simbólica, os
carregamentos dela oriundos. Para tal, considerou-se, separadamente, as resultantes das cargas
devidas ao peso próprio e da sobre carga de utilização, aplicando-as sobre as colunas na forma
de uma carga aplicada de compressão (Figura 28).

Figura 28 - Aplicação das cargas no Strap

Fonte: Próprio autor.

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Márcio A. Prante (marcio.prante@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2016
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Para estimar o peso dos pisos, travessas e proteções, considerou-se uma carga de
0,4kN/m², determinando a carga aplicada resultante (F) conforme demonstrado a seguir:

Á<a@ Z@ Cb@c8R< @. dd Z@ Cb@c@8R< @ h4.4). 0,4


= = = 1,6j CR< QRbge@
eú a<R Za QRbge@ 4

Para sobrecarga de utilização considerou-se uma carga de 7,5kN/m², conforme


preconiza a NBR 6120 (ABNT, 1980) para o caso de casa de máquinas, sendo determinada a
carga aplicada resultante (F) conforme demonstrado a seguir:

Á<a@ Z@ Cb@c8R< @. @<k@ Za gc[b[ @çãR h4.4). 7,5


= = = 30j CR< QRbge@
eú a<R Za QRbge@ 4

3.5 COMBINAÇÕES E COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO

Considerando a equação (6), para carregamento normal, foram realizadas sete


combinações no strap, conforme indicado na Figura 29, onde: PP= peso próprio; SC= sobre
carga de utilização; V0= ação dos ventos na direção V0º da Figura 15; V90= ação dos ventos na
direção V90º da Figura 15. Os valores dos coeficientes de ponderação do peso próprio, das ações
variáveis e o fator de combinação foram extraídos das tabelas 1, 4 e 6 da NBR 8681
(ABNT,2003), respectivamente.

Figura 29 - Combinações consideradas

Fonte: Próprio autor.

Nas combinações 1 à 5 admitiu-se o peso próprio com efeito desfavorável (γg= 1,25) e
nas combinações 6 e 7 admitiu-o com efeito favorável (γg= 1,00). Para as ações do vento tomou-
se γq= 1,40, com fator de combinação ψ= 0,6 quando esta foi considerada como ação variável
secundária e, para as ações oriundas da sobrecarga de utilização tomou-se γq= 1,50, com fator
de combinação ψ= 0,5 (por considerar os acionamentos sustentados pelo próprio elevador).

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54

3.6 ANÁLISE ESTRUTURAL

Para obter os esforços nos elementos, utilizando o Strap, realizou-se duas análises linear.
Tendo sido a primeira considerando os carregamentos descritos ao longo do capítulo 3.4, onde
predeterminou-se a seção dos perfis considerando o índice de esbeltez limite e, uma segunda
análise, na qual considerou-se a seção dos perfis pré dimensionados com o auxílio do Strap para
os esforços obtidos na primeira análise.

3.6.1 Análise 1

A análise considerando os carregamentos descritos no capítulo 3.4 resultou nos


máximos esforços axiais solicitantes apresentados na Figura 30.

Figura 30 - Máximos esforços axiais solicitantes

Coluna Travessa Diagonal Bracing


NcSc [kN] 322,001 33,659 59,116 4,069
Combinação 3 7 3 7
NtSc [kN] 269,395 39,120 53,469 5,006
Combinação 7 3 7 2

Fonte: Strap (2016).

3.6.2 Análise 2

Considerando os esforços apresentados na Figura 30, realizou-se o pré


dimensionamento dos elementos utilizando o próprio Strap, obtendo-se os seguintes perfis:

a) Coluna: L 152,4 X 9,50


b) Travessa: L 101,6 X 6,35
c) Diagonal: L 101,6 X 6,35
d) Bracing: L 63,5 X 4,75

Com base nestes perfis recalculou-se os esforços oriundos do vento na torre, levando
em conta a nova área efetiva (2,78m²) e índice de área exposta (n=0,17). Os valores corrigidos
do carregamento nos nós da torre, obtidos com o AutoVentos Torre, são apresentados na Figura
31.

Considerando os novos valores de peso próprio e força de arrasto, recalculou-se os


esforços solicitantes nos elementos, obtendo-se valores apresentado na Figura 32, sendo estes
os valores considerados para efeito de dimensionamento final dos perfis no capítulo 3.7.

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Figura 31 - Força de arrasto nos nós da torre corrigida

Fonte: AutoVentos Torre.

Figura 32 - Máximos esforços axiais solicitantes corrigidos

Coluna Travessa Diagonal Bracing


NcSc [kN] 340,376 45,898 65,829 4,034
Combinação 3 7 3 7
NtSc [kN] 280,214 54,378 56,548 5,863
Combinação 7 3 7 4

Fonte: Strap (2016).

3.7 DIMENSIONAMENTO

O dimensionamento dos perfis foi realizado de modo a atender os esforços solicitantes


apresentados na Figura 32. Lembrando que todos os elementos foram considerados em perfil L
de abas iguais, denominados cantoneira, com seção simples (não composto).

Observa-se ainda que, para ambos os tipos de perfis, admitiu-se o coeficiente de


flambagem K=1. Sendo assim, definiu-se o índice de esbeltez limite como o quociente do
comprimento destravado da barra (L) pelo raio de giração do perfil correspondente (r).

3.7.1 Perfis laminados (NBR 8800)

Para o dimensionamento das barras tracionadas, realizado conforme descrito no capítulo


2.8.1, foram considerados os seguintes:

a) Como as ligações foram consideradas soldadas, sem furos, admitiu-se a área


líquida (An) igual à área bruta da seção transversal (Ag), conforme preconizado
no item 5.2.4.2 da norma;
b) Como o dimensionamento das ligações não pertence ao escopo do trabalho, para
determinar o coeficiente de redução (Ct), considerou-se o valor médio dos
limites apresentados no item 5.2.5.c da norma, logo, Ct = 1-(ec/lc) = 0,75.

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56

Para dimensionamento das barras comprimidas, realizado conforme descrito no capítulo


2.8.2, foram considerados os seguintes:

a) Admitidas todas as barras como cantoneiras simples, considera-se as mesmas no


grupo 3, elementos AL. Logo, para consideração dos efeitos da flambagem local,
conforme Anexo F da norma, temos (b/t)lim determinado pela equação (36) e,
Q= 1, para b/t ≤ (b/t)lim ou, Q= Qs, para b/t > (b/t)lim, com Qs determinado
conforme equação (37) ou (38):

o
h /c)^*3 = 0,45M
89
(36)

89 o
?V = 1,340 − 0,76. . M , C@<@ p q < ≤ 0,91M
c o c ^*3 c 89
(37)

0,53. o o
?V = , C@<@ > 0,91M
c 89
(38)
89 ∗ c !

b) Considerados os efeitos da excentricidade conforme itens E.1.4.1 e E.1.4.2 da


norma;

Dados estes pressupostos, apresenta-se na Figura 33 os perfis dimensionados.

Figura 33 - Dimensionamento dos perfis laminados

Elemento L (cm) Perfil Nt,Sd [kN] Nt,Rd [kN] %U,t L/r Nc,Sd [kN] Nc,Rd [kN] %U,c KL/r kg/m
Coluna 400 L 152,4 X 15,88 280,214 1146,500 24,4% 134,7 ≤ 300 = ok 340,376 375,741 90,6% 134,7 ≤ 200 = ok 36,00
Travessa 400 L 101,6 X 6,35 54,378 312,750 17,4% 200,0 ≤ 300 = ok 45,898 54,383 84,4% 200,0 ≤ 200 = ok 9,81
Diagonal 280 L 88,9 X 6,35 56,548 272,500 20,8% 159,1 ≤ 300 = ok 65,829 68,461 96,2% 159,1 ≤ 200 = ok 8,56
Bracing 230 L 63,5 X 4,76 5,863 145,000 4,0% 185,5 ≤ 300 = ok 4,034 29,403 13,7% 185,5 ≤ 200 = ok 4,57

Fonte: Próprio autor.

3.7.2 PERFIS CONFORMADOS A FRIO (NBR 14762)

Para o dimensionamento das barras tracionadas, realizado conforme descrito no capítulo


2.9.1, foram considerados os seguintes:

a) Área líquida fora da região da ligação (An0) igual à área bruta da seção
transversal (A), por supor a não existência de furos ou recortes ao longo dos
elementos;

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b) Como as ligações foram consideradas soldadas, sem furos, admitiu-se a área


líquida na região da ligação (An) igual à área bruta da seção transversal (A),
conforme preconizado no item 9.6.2 da norma;
c) Como o dimensionamento das ligações não pertence ao escopo do trabalho, para
determinar o coeficiente de redução (Ct), considerou-se o valor médio dos
limites apresentados no item 9.6.2 da norma, logo, Ct = 1-1,2(x/L) = 0,65.

Para dimensionamento das barras comprimidas, realizado conforme descrito no capítulo


2.9.2, foram considerados os seguintes:

a) Método da largura efetiva (MLE);


b) Força axial de compressão resistente de cálculo conforme equação (23)3;
c) Área efetiva (Aef) determinada conforme item 9.2.2.1 da norma, admitindo, para
o cálculo do índice de esbeltez reduzido hD" ), a tensão normal de compressão
dada por u = >. 89 ;
d) Admitida a tensão hu) atuando uniformemente ao longo da largura do elemento
AL, portanto, tomado k= 0,43;
e) Determinada a força de flambagem global elástica (Ne) conforme item 9.7.2.3
da norma;

Dados estes pressupostos, apresenta-se na Figura 33 os perfis dimensionados.

Figura 34 – Dimensionamento dos perfis conformados

Elemento L (cm) Perfil Nt,Sd [kN] Nt,Rd [kN] %U,t KL/r Nc,Sd [kN] Nc,Rd [kN] %U,c KL/r kg/m
Coluna 400 L 170 X 12,5 280,214 701,945 39,9% 125,5 ≤ 300 = ok 340,376 362,732 93,8% 125,5 ≤ 200 = ok 31,08
Travessa 400 L 110 X 6,35 54,378 235,902 23,1% 188,1 ≤ 300 = ok 45,898 54,232 84,6% 188,1 ≤ 200 = ok 10,45
Diagonal 280 L 100 X 6,35 56,548 213,388 26,5% 145,7 ≤ 300 = ok 65,829 81,768 80,5% 145,7 ≤ 200 = ok 9,45
Bracing 230 L 60 X 2,00 5,863 41,380 14,2% 193,7 ≤ 300 = ok 4,034 8,916 45,2% 193,7 ≤ 200 = ok 1,83

Fonte: Próprio autor.

3.8 VERIFICAÇÃO DAS DEFORMAÇÕES (ELS)

A verificação das deformações foi realizada utilizando o auxílio do Strap. Para tanto,
ajustou-se o modelo estrutural do carregamento (capítulo 3.6.2) considerando os perfis
dimensionados (capítulo 3.7), procedendo-se então a análise para cada caso, cujos resultados,
para o topo da torre, apresentam-se na Figura 35.

3
Não utilizou-se a equação (27) por desconhecer métodos de determinação da força axial de flambagem
distorcional elástica, não apresentados pelas NBR’s.
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Figura 35 - Deslocamentos máximo da estrutura

Laminado Conformado
V0°
33,29mm 36,34mm
Comb. 6
V90°
35,83mm 39,13mm
Comb. 7

Fonte: Strap 2016.

Considerando que tanto a NBR 8800 (ABNT, 2008) quanto a NBR 14762 (ABNT,
2010) limitam o deslocamento horizontal no topo dos pilares em relação à base em H/400, onde
H é a altura total da coluna, medida do topo à base, temos que o deslocamento máximo (v^*3 )
admitido para estrutura é dado por:

w 28000
v^*3 = = = 70
400 400

Como os deslocamentos máximos calculados (Figura 35) são menores que o admitido
pelas normas (v^*3 ), temos que a estrutura atende a verificação quanto aos deslocamentos.

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4 ANÁLISE DE RESULTADOS

Considerando a metragem total de cada elemento, necessária para fabricação da torre, e


o peso por metro linear de cada perfil dimensionado, apresenta-se na Figura 36 a relação de
pesos para ambos os casos de perfis estudados. Nela é possível constatar que, em relação ao
peso total da estrutura, a torre em perfil conformado é 376,7kg mais leve que a em perfil
laminado, uma diferença de 5%.

Figura 36 - Peso total por elemento

Laminado Conformado Diferença peso (*)


Elemento Ltotal [m]
Perfil P [kg/m] Ptotal [kg] Perfil P [kg/m] Ptotal [kg] [kg] [%]
Coluna 112,0 L 152,4 X 15,88 36,00 4032,0 L 170 X 12,5 31,08 3481,0 -551,0 -14%
Travessa 112,0 L 101,6 X 6,35 9,81 1098,7 L 110 X 6,35 10,45 1170,4 71,7 7%
Diagonal 313,6 L 88,9 X 6,35 8,56 2684,4 L 100 X 6,35 9,45 2963,5 279,1 10%
Bracing 64,4 L 63,5 X 4,76 4,57 294,3 L 60 X 2,00 1,83 117,9 -176,5 -60%
Total 602,0 8109,4 7732,7 -376,7 -5%
(*) Diferença do conformado em relação ao laminado (conformado/laminado), onde valores positivos indicam
que o laminado é mais leve que o conformado e valores negativos indicam que o conformado é mais leve.

Fonte: Próprio autor.

Essa diferença em muito se deve as colunas, que representam o maior percentual de


peso da estrutura para ambos os perfis, chegando a 49,7% no caso do laminado e 45% para o
conformado (Figura 37). Como a coluna laminada é 4,92kg/m (15,8%) mais pesada que a
coluna conformada, explicasse, em parte, o maior peso próprio da torre em perfis laminados.

Figura 37 - Percentual de peso dos elementos em relação a estrutura

Fonte: Próprio autor.


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O maior peso por metro linear da coluna laminada pode ser explicado por ela apresentar
uma inércia da seção transversal (I) 9,7% menor que a coluna conformada. Como a inércia é
diretamente proporcional a força axial de flambagem elástica (Ne), temos que reduções de
inércia provocam redução da força axial de flambagem e, por consequência, conduz a maiores
valores do índice de esbeltez reduzido (λ0), resultando, por sua vez, em um menor valor do fator
de redução (χ), reduzindo assim a força axial resistente de cálculo da compressão (Nc.Rd),
exigindo um perfil mais pesado para atender à solicitação.

A maior inércia da coluna conformada, associada ao baixo peso próprio, é resultado de


uma melhor relação entre a largura da aba e a espessura, conseguida pela possibilidade de
fabricar-se uma gama muito maior de seções que as disponíveis para os perfis laminados,
garantindo uma seção otimizada para as necessidades da aplicação. Basicamente, as limitações
para escolha das dimensões de uma cantoneira dobrada são: a relação (b/t)máx, imposta pela
NBR 14762 (ABNT, 2010); e as limitações relativas ao processo de fabricação, como
dimensões dos prismas e punções disponíveis, capacidade de força da dobradeira e os raios e
ângulos a serem respeitados para evitar a fissuração da chapa.

Por outro lado, se analisarmos as outras opções de cantoneiras laminadas disponíveis,


capazes de atender simultaneamente os esforços solicitantes e o índice de esbeltez limite (Figura
38), constatamos que não apresentam-se opções vantajosas, pois todas resultam em acréscimo
de peso em relação a cantoneira adotada. Percebesse ainda não ter disponível uma combinação
de abas maiores com menores espessuras que, seguindo o observado no caso do conformado,
conduziria a uma melhor relação de peso e resistência, e tampouco existem opções de abas entre
as faixas de 152,4mm e 203,2mm.

Figura 38 - Opções de cantoneiras laminadas para coluna

DESIGNAÇÃO Nc,Rd KL/r kg/m


Cantoneira 152,4 X 15,88 375,7 134,68 36,0
Cantoneira 152,4 X 19,05 438,5 134,68 42,7
Cantoneira 203,2 X 15,88 683,8 99,75 48,7
Cantoneira 203,2 X 19,05 808,6 100,25 57,9

Fonte: Próprio autor.

A falta de opções de seção também determinou o maior peso da bracing laminada, a


qual teve como fator crítico o índice de esbeltez limite, só atendido para cantoneiras com abas
iguais ou maiores a 63,5mm. Neste caso a dimensão da aba é compatível com a opção adotada
para o perfil conformado, contudo, a menor espessura disponível é de 4,75mm, 2,4 vezes maior
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que a espessura adotada para chapa dobrada, resultando em um perfil 2,74kg/m (149,7%) mais
pesado.

O índice de esbeltez limite também foi determinante no dimensionamento da travessa,


mas nesse caso, a opção em perfil laminado resultou mais leve. Isso porque, para condição
imposta, os perfis laminados disponíveis apresentam uma boa relação dimensional entre aba e
espessura e, graças a forma da sua seção, que resulta em um maior raio de giração mínimo (rz)
quando comparado com um perfil conformado de iguais dimensões (Figura 39), consegue
atender o limite de esbeltez com um peso menor.

Figura 39 - Comparativo da estabilidade do perfil laminado com o conformado

r = rz L
DESIGNAÇÃO KL/r Verificação
[cm] [cm]
Cantoneira laminada 101,6 X 6,35 2,00 200,0 KL/r ≤ 200; Ok!!
400,0
Cantoneira conformada 101,6 X 6,35 1,95 204,7 KL/r > 200; Não ok!!

Fonte: Próprio autor.

No caso da diagonal, elemento onde o perfil laminado apresentou a melhor situação de


peso, resultando 10% mais leve que o conformado, o fator determinante foi o esforço de
compressão. Mais uma vez, para condição imposta, os perfis laminados disponíveis
apresentaram uma boa relação dimensional entre aba e espessura e, outra vez privilegiado pela
forma de sua seção, que conduz a uma maior resistência a compressão (Nc,Rd) quando
comparado com um perfil conformado de iguais dimensões (Figura 40), consegue atender à
solicitação com um peso menor.

Figura 40 - Comparativo da resistência a compressão do perfil laminado com o conformado

Nc,Rd
DESIGNAÇÃO
[kN]
Cantoneira laminada 88,9 X 6,35 68,46
Cantoneira conformada 88,9 X 6,35 56,11

Fonte: Próprio autor.

Observa-se que até aqui as análises vêm sendo apresentadas com referência ao índice
de esbeltez, esforços solicitantes e resistências relativos a compressão. Isso porque para todos
os elementos, nos diferentes tipos de perfil, a compressão foi a solicitação crítica, não tendo as
solicitações de tração influenciado na escolha dos perfis, conforme evidenciado na Figura 41,
onde é possível observar que o percentual de utilização dos perfis na tração (%U,t) não supera

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24,4% para o laminado e 39,9% para o conformado a frio, enquanto que na compressão (%U,c),
os percentuais chegam à 96,2% para o laminado e 93,8% para o conformado a frio.

Figura 41 – Comparativo do percentual de utilização dos perfis

Fonte: Próprio autor.

Em relação aos esforços solicitantes, na Figura 42 é possível observar que as colunas


estão sujeitas as maiores solicitações, com uma força solicitante (Nc,Sd) de 340,4kN, 5,2X maior
que a força solicitante da diagonal, que é o segundo elemento mais solicitado (Nc.Sd = 65,8kN).
É claro que isso já era esperado, pois é ela a responsável por transmitir todas as componentes
do carregamento até a fundação.

Figura 42 – Esforços solicitantes nas barras

Fonte: Próprio autor.

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Uma alternativa avaliada é a combinação de perfis laminados e conformados, utilizando


a opção de perfil que resultou mais leve para cada elemento. Na Figura 43 é possível constatar
que essa alternativa resulta em um peso total de 7381,9kg, ou seja, 727,5kg (9%) mais leve que
a opção em perfil laminado e 350,8kg (5%) mais leve que a opção em perfil conformado.

Figura 43 - Peso da torre para a combinação mais leve de perfis

Elemento Ltotal [m] Perfil P [kg/m] Ptotal [kg]


Coluna 112,0 L 170,0 X 12,50 (conformado) 31,08 3481,0
Travessa 112,0 L 101,6 X 6,35 (laminado) 9,81 1098,7
Diagonal 313,6 L 88,9 X 6,35 (laminado) 8,56 2684,4
Bracing 64,4 L 60 X 2,00 (conformado) 1,83 117,9
Total 602,0 7381,9
Fonte: Próprio autor.

Com relação a área efetiva da face do módulo da torre, considerada para determinação
dos esforços oriundos da ação do vento, observa-se na Figura 44 que, em relação a área utilizada
na análise 2 do capítulo 3.6.2, a área final do perfil laminado dimensionado é 5,4% menor,
enquanto a do perfil conformado é 5,4% maior. Já a opção que combina os perfis mais leves,
entre laminados e conformados, apresenta uma área final 0,4% maior que a considerada para
determinar os esforços nos nós da torre para análise 2 do capítulo 3.6.2, sendo a situação que
melhor representa o dimensionamento, nesse sentido.

Figura 44 - Comparativo das áreas efetivas para os módulos da torre

Diferença
Situação Ae [m²] ф
[m²] [%]
Do dimensionamento 2,78 0,00 0% 0,174
Final para laminado 2,63 -0,15 -5,4% 0,164
Final para conformado 2,93 0,15 5,4% 0,183
Final para combinação 2,77 -0,01 -0,4% 0,173

Fonte: Próprio autor.

Se comparamos a área final da face do módulo da torre laminada com a conformada,


percebemos que esta última é 0,30m² (11,4%) maior. O que, por consequência, resulta em
maiores esforços solicitantes, que não foram considerados no dimensionamento4, uma vez que

4
Observa-se que não foi feita uma reanálise por não dispor de uma licença do Strap. As análises 1
(capítulo 3.6.1) e 2 (capítulo 3.6.2) foram realizadas com uso de hardware e software da empresa Kepler Weber,
sendo que, pela inconveniência, acabou não sendo feita uma análise considerando os perfis finais do
dimensionamento.
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o estudo foi realizado dimensionando ambos os perfis para a mesma carga, obtida conforme
descrito ao longo do capítulo 3.6.

Realizando um comparativo das forças aplicadas aos nós da torre, considerando a área
efetiva final do dimensionamento (Figura 45), observa-se que as forças atuantes a sotavento
(nós A e B) são, aproximadamente, 9,9% maiores no conformado em relação ao laminado,
sendo que a barlavento (nós C e D) essa diferença gira em torno de 6,7%.

Figura 45 - Comparativo das forças nos nós da torre em função da área efetiva final

Fonte: AutoVentos Torre.

Em relação ao peso próprio, também observa-se uma diferença entre o considerado na


determinação dos esforços utilizados no dimensionamento (capítulo 3.6.2) e o peso final da
estrutura. Na Figura 46 apresenta-se um comparativo entre o peso próprio final das torres em
perfil laminado e em conformado com o peso considerado no dimensionamento, constatando
que a em ambos os casos o peso final resultou maior que o considerado na análise, sendo essa
diferença de 1153,6kg (16,6%) no laminado e 776,9kg (11,2%) no conformado.

Figura 46 - Comparativo do peso próprio

Peso [kg] Diferença*


Dimensionamento 6955,8 0,0 0,0%
Laminado 8109,4 1153,6 16,6%
Conformado 7732,7 776,9 11,2%
(*) Em relação ao dimensionamento.
Fonte: Próprio autor.

Embora tais diferenças influenciem na determinação dos esforços, as mesmas não foram
consideradas no presente estudo pelo mesmo motivo já apresentado na análise das áreas, a
saber, a dificuldade relativa a licença do Strap.

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Quanto aos deslocamentos, apresentados na Figura 35, percebe-se que em ambas as


direções do vento, representadas na Figura 15, a torre em perfil conformado apresentou
deslocamentos 9% maiores que a laminada. Isso muito se deve ao fato da coluna laminada
possuir a área da seção transversal 13,7% maior que a do perfil conformado Figura 47,
resultando em uma maior rigidez axial da seção (E*A), utilizada pelo Strap para o cálculo da
deformação através de elementos finitos (matriz de rigidez).

Figura 47 - Comparativo das áreas da seção transversal das colunas

Laminado Conformado Diferença (*)


A [cm²] A [cm²] [cm²] [%]
45,86 39,60 6,26 13,7%
(*) Representa o quanto a área do laminado é maior.

Fonte: Próprio autor.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES DE ESTUDOS

Embora os perfis laminados apresentem maior resistência a compressão e maior raio de


giração, que conduz a índices de esbeltez menores, quando comparados a perfis conformados
de iguais dimensões, o peso final da torre em perfis laminados resultou mais pesada. Isso se
deve a limitação de seções disponíveis no mercado, que acabam forçando o uso de perfis que
muitas vezes ficam subutilizados.

Ao contrário, os perfis conformados a frio permitem adotar seções que apresentam


relação dimensional entre aba e espessura capaz de atender a finalidade de uso com o máximo
de eficiência, compensando suas menores resistências em relação ao laminado. É por esse
motivo que a torre em perfil conformado resultou 5% mais leve que a laminada.

Nesse sentido, a utilização combinada de perfis laminados e conformados mostra-se


uma alternativa atrativa visando a redução do peso final da estrutura. Pois, conforme
apresentado na Figura 43, esta opção resultou na configuração de torre mais leve.

Entretanto, a decisão final deve considerar outros aspectos, como: disponibilidade de


matéria prima, prazo de entrega e custo da mesma; disponibilidade de meios de produção
adequados a cada tipo de perfil, uma vez que o perfil dobrado exige máquinas distintas, como
dobradeira, por exemplo; tempo de fabricação, entre outros. Contudo, considerando uma prática
corrente, que é a compra de estruturas em R$/kg, o peso passa a ser fator decisivo.

Para exemplificar, tomemos o valor de 7,50 reais por quilograma para avaliar o impacto
da redução de peso no custo final. Na Figura 48 observamos que a diferença de custo entre a
torre combinando os perfis mais leves para cada elemento com a torre laminada é de R$5.456,22
(9,9%) mais barata e, em relação a torre conformada, é R$2630,88 (4,8%) mais barata.

Figura 48 - Comparativo de custo

Perfil Peso [kg] Custo


Laminado 8109,4 R$ 60.820,83
Conformado 7732,7 R$ 57.995,49
Combinado 7381,9 R$ 55.364,61

Fonte: Próprio autor.

Se formos considerar ainda que o peso influencia no custo do frete, temos motivos para
afirmar que a estrutura combinando perfis laminados e conformados deva ser considerada uma
solução atraente frente as outras duas opções analisadas.
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Quanto aos deslocamentos, ambas as opções de perfil atenderam as exigências da


norma, embora a torre em perfis conformados a frio apresentou deslocamentos 9% maiores que
a composta por perfis laminados. Nesse sentido, considerando que uma das principais funções
da torre seja garantir a verticalidade do elevador, deve-se realizar uma análise da influência dos
deslocamentos apresentados da funcionalidade deste, o que não foi realizado no presente estudo
por não ter conseguido dados referentes aos limites de deslocamento admitidos para o elevador.

É verdade que, como o dimensionamento foi realizado considerando os mesmos


esforços solicitantes para ambos os perfis estudados, sem considerar as variações do peso
próprio e da ação do vento, esta última devido a variação da área efetiva, os resultados apurados
podem não condizer plenamente com a realidade. Nesse sentido, faz-se a sugestão de estudos
futuros que realizam uma análise interativa, atualizando os carregamentos em função dos perfis
dimensionados para cada caso, e então afira-se os resultados apresentados para confirmar se
globalmente os dados para cada opção de torre serão confirmados ou, apresentar novos valores
de referência.

Contudo, o fato de ter realizado o dimensionamento dos elementos individualmente


permite afirmar que as análises são válidas nos casos em que os efeitos do vento e do peso
próprio possam ser desprezados. Ou seja, as informações são úteis para auxiliar na tomada de
decisão quando se está buscando definir um perfil com a seção mais otimizada possível.

Outra sugestão de estudo seria avaliar o desempenho dos elementos utilizando barras
compostas, formadas por dois ou mais perfis trabalhando em conjunto, arranjando-os de
diferentes formas, buscando determinar qual a melhor solução para cada aplicação. E ainda,
variando-se as dimensões da torre e os carregamentos, verificar como essas seções se
comportam.

Em relação ao dimensionamento dos perfis conformados ter sido realizado desprezando


a verificação quanto a flambagem distorcional, entendesse que tal fato não afetou os resultados
do estudo. Pois, conforme destacado por CHODRAUI (2003), perfis que não possuem
enrijecedores de borda costumam apresentar a flambagem local como fator crítico, considerada
pelo método da largura efetiva por meio da redução de propriedades geométricas efetivas da
seção transversal (NBR 14762, 2010), indicando que o cálculo considerando o modo
distorcional, pela equação (27), apresentaria maiores valores de resistência, os quais seriam
desconsiderados para efeitos de verificação dos perfis.

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Essa ideia é reforçada quando avalia-se a área da seção transversal dos perfis
dimensionados no capítulo 3.7.2, apresentadas na Figura 49. Pois conforme destacado por Silva,
E. e Silva, V. (2008), peças que não apresentam redução das larguras efetivas (peças esbeltas)
costumam ter a tensão crítica determinada pela flambagem global, a qual é calculada por meio
da equação (23), utilizada no presente estudo.

Figura 49 - Comparativo das áreas da seção tranversal dos perfis conformados

Apresenta redução das


Perfil A [cm²] Ae [cm²]
larguras efetivas?
Coluna L 170 X 12,5 39,6 39,6 Não
Travessa L 110 X 6,35 13,31 13,31 Não
Diagonal L 100 X 6,35 12,04 12,04 Não
Bracing L 60 X 2,00 2,33 2,33 Não

Fonte: Próprio autor.

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CONCLUSÃO

O estudo oportunizou perceber as vantagens e desvantagens das cantoneiras laminadas


e conformadas a frio, estabelecendo parâmetros úteis, que tendem a facilitar a tomada de
decisão pelo perfil com a seção mais otimizada possível em cada aplicação. O que inclui a
utilização combinada dos dois diferentes tipos de perfis analisados, buscando extrair o melhor
de cada um deles na composição final da estrutura, visando sempre o menor peso próprio da
mesma.

Nesse processo, deve-se contudo considerar os deslocamentos máximos admitidos, que


podem exigir optar-se por um perfil mais pesado porém menos suscetível as deformações. Tal
verificação deve ser realizada considerando tanto os limites normativos quanto os limites
impostos pelo elevador.

Dentro do cenário analisado, que desprezou as variações de área efetiva e peso próprio,
dimensionando os perfis laminados e conformados sujeitos aos mesmos carregamentos,
conclui-se que a torre em perfis laminados é a mais pesada, porém apresenta menores
deslocamentos, enquanto a torre em perfis conformados é mais leve, porém apresenta maiores
deslocamentos. Visando a otimização do peso próprio, a torre que combinou perfis laminados
e conformados foi a que resultou mais leve dentre as alternativas avaliadas.

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ANEXO A – AÇOS ESPECIFICADOS POR NORMAS BRASILEIRAS


PARA USO ESTRUTURAL

Para limitações de espessura, ver norma correspondente.

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ANEXO B – AÇOS DE USO FREQUENTE ESPECIFICADOS PELA


ASTM PARA USO ESTRUTURAL

Nota: os valores apresentados para resistência ao escoamento e resistência à ruptura são valores nominais mínimos
de alguns aços estruturais, de uso frequente, relacionados pela ASTM, conforme as especificações da própria
ASTM. Nesta Tabela, os dados que constam nas colunas “Produtos” e “Grupo de perfil ou faixa de espessura
disponível” são meramente indicativos (para informações mais precisas, deve ser consultada a ASTM A6).
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