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Para Aristóteles, só havia 4 ciências do discurso: a poética, a retórica, a dialética e a
analítica (hoje denominada lógica). Dessas, 2 lidam com a arte da discussão: a retórica e
a dialética.
Para Aristóteles, a retórica é a arte da persuasão e esta tem 3 fatores: a pessoa do orador,
os fatos de que ele fala e o teor dos argumentos. Para ele, a retórica se concentra nos
argumentos. E a dialética é uma técnica de confrontar os argumentos contraditórios
oferecidos em resposta a uma questão, para encontrar, por baixo deles, os princípios de
base que permitam dar à questão uma resposta mais racional.
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A erística é uma arte da discussão contenciosa, que, utilizando os instrumentos da
dialética, da sofistica, da erística e da retórica aristotélicas, abrange também os aspectos
psicológicos do duelo argumentativo, ao mesmo tempo que deixa de lado as regras de
ordem ética que faziam da dialética aristotélica um instrumento confiável de
investigação.
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Para se compreender um filósofo – dizia Benedetto Croce – é preciso saber contra quem
ele se levantou polemicamente. É uma regra dialética.
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DIALÉTICA ERÍSTICA – TEXTO E COMENTÁRIOS
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Nota: Schopenhauer faz sempre um contraste entre ter razão realmente, estar com a
verdade, e aferrar-se à razão, insistir teimosamente em ter razão quando não se tem.
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Nossa vaidade congênita, especialmente suscetível em tudo o que diz respeito à
capacidade intelectual, não quer aceitar que aquilo que num primeiro momento
sustentávamos como verdadeiro se mostre falso, e verdadeiro aquilo que o adversário
sustentava. (...) Daí vem que, em regra geral, aquele que entabula uma discussão não se
bate pela verdade mas por sua própria tese (...).
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A BASE DE TODA DIALÉTICA
O adversário expôs uma tese. Para refutá-la, há dois modos e dois métodos. Os modos:
a) ad rem (não está de acordo com a natureza das coisas, com a verdade objetivo, ou b)
ad hominem, que não concorda com outras afirmações ou apartes do adversário, isto é,
com a verdade subjetiva, relativa. Os métodos são a) refutação direta, ataca a tese em
seu fundamento ou b) indireta, ataca em suas conseqüências.
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Apagoe – significa a ação de levar, conduzir, arrastar, arrebatar
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ESTRATAGEMAS DIALÉTICOS
2 – Homonímia sutil
3 – Mudança de modo
Nota:
Se a conclusão não for declarada explicitamente em parte alguma, ela terá ainda mais
força pedrsuasiva, porque a v´´itima, ao tirá-la, acreditará estar raciocionando
livremente e assumirá responsabilidade pela crença que lhe foi incutida, passando
mesmo a defendê-la como expressão pura de sua opinião expontânea.
7 – Perguntas em desordem
10 – Pista falsa
11 – Salto indutivo
12 – Manipulação semântica
13 – Alternativa forçada
“Deve-se obedecer ou desobedecer os pais em todas as coisas.”
15 - Anulação do paradoxo.
17 Distinção de emergência
25 – Falsa instância
26 – Retorsio argumenti
27 – Provocar a raiva
28 – Argumento ad auditores
As pessoas são inclinadas ao riso fácil, e os que riem estão do lado daquele que fala.
29 – Desvio
Nota – Daí também que seja quase impossível, num ambiente dominado por jovens, um
debate honesto e sem preconceitos.
Nota: Definição de “homem comum” de Ludwig von Mises – “O homem comum não
especula sobre os grandes problemas. Ampara-se na autoridade de outras pessoas,
comporta-se como um sujeito decente deve comportar-se, como um cordeiro no
rebanho. É precisamente esta inércia intelectual que caracteriza um homem como um
homem comum. Entretanto, apesar disso, o homem comum efetivamente escolhe.
Prefere adotar padrões tradicionais ou padrões adotados por outras pessoas porque está
convencido de que esse procedimento é o mais adequado para atingir o seu próprio
bem-estar. E está apto a mudar sua ideologia e consequentemente, o seu modo de ação,
sempre que estiver convencido de que a mudança servirá melhor a seus interesses.”
De fato, uma vez que a opinião tinha um bom número de vozes que a aceitavam, os que
vieram depois supuseeram que só podia ter tantos seguidores pelo peso concludente de
seus argumentos. Os demais, para não passar por espíritos inquietos que se rebelam
contra opiniões universalmente admitidas e por sabichões que quisessem ser mais
espertos que o mundo inteiro, foram obrigados a admitir o que todo mundo já aceitava.
Neste pornto a concordância torna-se uma obrigação. E, de agora em diante, os poucos
que forem capazes de julgar por si mesmos se calarão, e só poderão falar aqueles que,
totalmente incapazes de teer uma opinião e juízo próprios, sejam o eco das opiniões
alheias. E estes, ademais, são os mais apaixonados e intransigentes defensores dessas
opiniões. Pois estes, na verdade, odeiam aquele que pensa de modo diferente, não tanto
por terem opinião diversa daquela que ele afirma, quanto pela sua audácia de querer
julgar por si mesmo, coisa que eles nunca poderão fazer, sendo por dentro conscientes
disto.
“Eu digo, tudizes e, no fim, o diz também ele; depois de dar-lhe tantas voltas, ninguém
mais vê aquilo que se disse.” - Bayle
31 – Incompetência irônica
32 – Rótulo odioso
36 – Discurso incompreensível
NOTAS FINAIS
Deixemos que digam o que querem porque ser idiota é um dos direitos do homem.
Dialética Erística: a doutrina do procedimento que é inato no homem para pensar que
tem razão.
A dialética parte de premissas que são prováveis ou admitidas como tal; a erística, de
premissas que não são realmente prováveis nem admitidas como tal, mas que apenas o
parecem aos olhos de um determinado público.