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2017 Desenvolvimento Energético do Território Oeste do Paraná 2017.
Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação dos direitos autorais. (Lei nº 9.610).

ITAIPU

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Diretor Geral de Itaipu Binacional Brasil

Paulo Schimitt
Superintendente da Assessoria de Energias Renováveis

CIBIOGAS

Rodrigo Régis de Almeida Galvão


Diretor Presidente

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Diretor de Desenvolvimento Tecnológico

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Gerente de Projeto

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Engenheiro Eletricista

SEBRAE Paraná

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Diretor Superintendente

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Diretor de Operações

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Diretor Financeiro

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Gerente Regional

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Gestora de Projeto
EQUIPE TÉCNICA

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Daniel Vasconcellos de Sousa Stilpen


Bolsista

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Milton Ernesto Barrios Aguilar


Bolsista

Natalí Nunes dos Reis da Silva


Bolsista

Newmar Wegner

Pamela Rugoni Belin


Bolsista

Thiago Rhode
Bolsista

Willian Marcel Ronconi


Bolsista

Consultoria Ad Hoc

Honorato Marketing & Consultores Associados


Gilson Honorato
Consultor Sênior
SUMÁRIO

5 APRESENTAÇÃO

8 CAPÍTULO I - CENÁRIO ENERGÉTICO 2017

22 CAPÍTULO II - ANÁLISE DE QUALIDADE DE ENERGIA

42 CAPÍTULO III - POTENCIAL ENERGÉTICO DE FONTES RENOVÁVEIS

68 CAPÍTULO IV - PROJEÇÃO DE CENÁRIO 2017 – 2026

84 CAPÍTULO V - ESTUDO ENERGÉTICO

98 CONSIDERAÇÕES FINAIS

105 REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS


APRESENTAÇÃO

O atual do cenário energético do território Oeste do Paraná, considerando os setores


rural, agroindustrial e industrial, induz à profundas reflexões embasadas na qualidade da
energia elétrica ofertada, na otimização do potencial e nos desafios do crescimento da
demanda, motivados pela instalação de novas agroindústrias no horizonte de 2026.

O território Oeste do Paraná, é privilegiado quando se trata de fontes de energia


renováveis.

O potencial energético formado por fontes hidráulica, biogás e fotovoltaica, proporciona


maior capilaridade à sua matriz energética e possibilita melhorar a segurança energética
regional.

Paralelamente, novos conceitos como Smart Grid ou Redes Elétricas Inteligentes - REI e
Geração Distribuída - GD permitem que a energia elétrica gerada por fontes de biogás ou
fotovoltaica, seja conectada à rede, sedimentando as novas oportunidades de
desenvolvimento regional tanto na geração como na criação de uma cadeia produtiva de
novos fornecedores de produtos e serviços.

Diante destes fatos, a palavra de ordem é planejamento para nortear as ações de longo
prazo que envolvam o setor energético do território e, assim estabelecer um plano
energético regional em consonância com as estratégias de desenvolvimento do Oeste
paranaense, que poderá tornar-se referência no tema.
5

Com este direcionamento, fruto de debates promovidos pelo Programa Oeste em


Página

Desenvolvimento (POD), por meio da Câmara Técnica de Energia, da qual CIBiogás,


Itaipu e Sebrae são participantes, formulou-se a proposição deste estudo, pautado na
análise do conjunto de dados e informações pontuados neste documento, a fim de
formatar uma proposta para discussão e consolidação pelo território.
Didaticamente, o estudo apresenta-se em cinco capítulos:

 Capítulo I - Cenário energético 2017;

 Capítulo II - Análise de qualidade de energia;

 Capítulo III - Potencial energético de fontes renováveis;

 Capítulo IV - Projeções de cenários 2017 - 2026;

 Capítulo V - Estudo energético.


VISÃO GERAL

Nesse capítulo, apresenta-se um panorama de temas importantes para melhor


entendimento do cenário energético regional, além de fornecer informações necessárias
para a identificação da matriz energética do território Oeste do Paraná.

O presente capítulo, está dividido em cinco temas:

1. Consumo de energia;

2. Oferta de energia;

3. Análise da infraestrutura de distribuição de energia;

4. Principais consumidores de energia; e

5. Balanço Energético Regional.

8
Página
1. BALANÇO ENERGÉTICO REGIONAL

1.1 CONSUMO DE ENERGIA

Para a elaboração de um balanço energético regional, é necessária a obtenção de dados


de consumo setorial de energia dentro do limite geográfico estipulado.

A partir de dados extraídos de um balanço energético tradicional, agrupados em nível


municipal, consolida-se informes em escala federal e possibilita a elaboração de mapas
temáticos para representar a cadeia da proteína animal, pautado nos dados de abate de
suínos, bovinos, frangos e a produção de leite, ovos de galinha e peixes, além dos
principais cultivos agrícolas desenvolvidos na região de interesse do estudo: milho, soja,
mandioca, trigo e feijão.

1.2 OFERTA DE ENERGIA

Baseado no conjunto de dados sobre usinas de geração elétrica de grande porte em


operação no estado listadas no Banco de Informações da Geração (BIG), da Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) a partir de 09/06/2017, foram avaliadas as usinas
hídricas (UHE, PCH e CGH) localizadas no território oeste paranaense, abrangendo
9
apenas as localizadas na região de fronteira e considerando uma fração da capacidade
Página

instalada (Quadro 1). Observa-se que 51,2% da capacidade de geração elétrica do estado
do Paraná provêm da região Oeste. Este montante justifica-se pela localização da usina
de Itaipu, a maior do mundo, em Foz do Iguaçu, que proporciona uma distorção amostral.
USINAS ELÉTRICAS EM OPERAÇÃO NO OESTE DO PARANÁ EM 09/06/2017
Tipo Quantidade Potência (kW) %
1
Hidrelétrica (UHE) 3 8.491.333,3 99,66

Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) 2 17.700,0 0,21

Termelétrica (UTE) 11 7.817,6 0,09

Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH) 4 3.047,0 0,04

TOTAL 20 8.519.897,9 100,00

Fonte: ANEEL, 2017.

No que tange à geração distribuída (GD), as centrais geradoras de energia elétrica com
até 75 kW de potência instalada e que utilizem cogeração qualificada ou fontes
renováveis de energia são denominadas microgeração. Se a potência for superior a 75
kW e menor ou igual a 5 MW e utilizar cogeração qualificada ou fontes renováveis de
energia trata-se de minigeração distribuída (ANEEL, 2015 e ANEEL, 2017).

A ANEEL acompanha a evolução da microgeração e da minigeração em todo o Brasil, o


que permite no quadro abaixo apresentar o somatório, por classe e por fonte, para o
conjunto dos 54 municípios do território oeste paranaense.

MICRO E MINIGERAÇÃO NO OESTE DO PARANÁ EM JULHO DE 2017 (KW)


Potência (kW) Residencial Comercial Público Rural Indústria Total

Biogás (UTE) 0 0 184,00 162,20 0 346,20

Solar Fotovoltaica (UFV) 943,11 625,27 12,00 14,32 122,90 1.717,60

TOTAL 943,11 625,27 196,00 176,52 122,90 2.063,80


10

Fonte: ANEEL, 2017.


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1
A usina hidrelétrica Governador José Richa (Salto Caxias) tem potência outorgada de 1.240 MW e está
localizada no rio Iguaçu, pertencendo a três municípios: Capitão Leônidas Marques, Realeza e Salto do
Lontra. Tendo em vista que somente o primeiro está dentro da região de interesse do projeto, foi
considerada no Quadro 2 apenas 1/3 da potência indicada para esta usina no BIG da ANEEL.
Os dados apresentados revelam que o mercado de minigeração e microgeração nos
municípios do Oeste do Paraná já superou 2,0 MW de capacidade instalada. A maior
parcela está no setor residencial (45,7%), seguida pelo setor comercial (30,3%). Os
segmentos público, rural e industrial completam o total, com fatias de mercado de 9,5%,
8,6% e 5,9%, respectivamente.

1.3 ANÁLISE DA INFRAESTRUTURA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

Na análise da infraestrutura de distribuição de energia elétrica no território, são


consideradas as subestações e as linhas de transmissão da rede básica.

1.3.1. SUBESTAÇÕES DE ENERGIA EXISTENTES

O território Oeste do Paraná com seus 54 municípios, possui atualmente nove


subestações.

SUBESTAÇÕES DE ENERGIA ELÉTRICA EXISTENTES NO OESTE DO PARANÁ EM 10/10/2017

Nome da subestação Município Data de entrada em operação

Guaíra Guaíra 01/01/1984

Cascavel Cascavel 01/10/1986

Foz do Chopim Quedas do Iguaçu 01/10/1998

Margem Direita Itaipu Binacional (Paraguai) 02/06/2000

Foz do Iguaçu 50 Hz Foz do Iguaçu 02/06/2000


11
Foz do Iguaçu 60 Hz Foz do Iguaçu 02/06/2000
Página

Cascavel Oeste Cascavel 22/04/2001

Foz do Iguaçu Norte Foz do Iguaçu 09/08/2009

Cascavel Norte Cascavel 15/07/2014

Fonte: ONS, 2017.


1.3.2. LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EXISTENTES

As linhas de transmissão de energia elétrica (LT) em operação que passam pela área de
interesse do Estudo Energético podem ter origem ou destino em alguma das subestações
do território ou simplesmente cruzarem algum dos 54 municípios da mesorregião.

Conforme definição legal apresentada na Resolução Normativa nº 67/2004 da ANEEL


(ANEEL, 2004), integram a Rede Básica do SIN - Sistema Interligado Nacional as
instalações de transmissão que atendem aos seguintes critérios:

1. Linhas de transmissão, barramentos, transformadores de potência e equipamentos de


subestação em tensão igual ou superior a 230 kV; e

2. Transformadores de potência com tensão primária igual ou superior a 230 kV e


tensões secundária e terciária inferiores a 230 kV, bem como as respectivas
conexões e demais equipamentos ligados ao terciário, a partir de 1° de julho de 2004.

As que não integram a Rede Básica, são classificadas como Demais Instalações de
Transmissão (DIT).

É importante ressaltar que, segundo o SINDAT (ONS, 2017), as linhas de 230 kV e 525
kV fazem parte da rede básica, enquanto que as demais (500 kV, 600 kV e 765 kV), estão
na rede complementar, sendo apresentados três parâmetros técnicos acerca da
capacidade das linhas de transmissão: resistência de sequência positiva, reatância de
sequência positiva e susceptância de sequência positiva.
12
1.4. PRINCIPAIS CONSUMIDORES DE ENERGIA
Página

A identificação dos principais consumidores de energia elétrica nos setores industrial e


agropecuário é de fundamental importância para a elaboração do Balanço Energético
Regional e a construção do Cenário de Consumo Elétrico para os próximos 10 anos.
Os quadros abaixo apresentam os dados de consumo de energia elétrica referentes a
2016, depurados por classe consumidor, ressaltando que a parcela de consumo referente
às agroindústrias encontra-se na classe “rural”, enquanto que a classe “industrial” se
divide em consumo cativo e livre2. No território Oeste do Paraná só foram identificados
consumidores livres no segmento industrial.

CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA POR CLASSE NO OESTE DO PARANÁ EM 2016 (MW H)


Industrial Industrial Outras
Residencial Comercial Rural TOTAL
(cativo) (livre) classes
934.688 812.494 386.831 849.637 584.669 363.283 3.931.605

Fonte: IPARDES, 2017.

A indústria é a classe que registra maior consumo de eletricidade no território Oeste do


Paraná em 2016, com 30,5% do total (sendo cerca de 2/3 no mercado cativo e 1/3 no
mercado livre). Na segunda posição aparecem as residências, com 23,8%, enquanto que
a atividade comércio e serviços totaliza 21,6%. A classe rural, na qual estão inseridas as
agroindústrias, ocupa a quarta posição no ranking, somando 14,9% da consumo elétrica.

CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICO INDUSTRIAL (MERCADOS CATIVO E LIVRE) NO OESTE DO PARANÁ EM 2016
Quantidade de Consumo industrial cativo
Consumo industrial cativo
consumidores Média/mês 2016
em 2016 (MWh)
industriais cativos (kWh/mês/consumidor)
812.494 10.791 6.274,5

Quantidade de Consumo industrial livre


Consumo industrial livre em
consumidores Média/mês 2016
2016 (MWh)
industriais livres (kWh/mês/consumidor)
386.831 66 488.423,0

Fonte: IPARDES, 2017, adaptado.


13
Página

2
Segundo Resolução ANEEL nº 414/2010, “consumidor cativo” é aquele cujo fornecimento é integralmente
realizado pela concessionária de distribuição da área onde o mesmo está situado, ao passo que o
“consumidor livre” é um agente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) que adquire
energia elétrica no ambiente de contratação livre, com preços negociados diretamente com os
geradores.
Há uma tendência em todo o território nacional, no sentido de haver uma acelerada
migração dos grandes consumidores industriais para o mercado livre, em busca de
menores tarifas de energia elétrica para reduzir seus custos operacionais, em especial os
segmentos de consumo intensivo.

Cascavel é a cidade com a maior quantidade de consumidores livres no segmento


industrial (23). No entanto, o destaque do território oeste paranaense é o município de
Toledo, que registrou pouco mais da metade do consumo de eletricidade no mercado
livre. Juntas, as cidades de Toledo e Cascavel somam 85,9% do total.

No quadro abaixo, ilustra-se o consumo de energia elétrica do setor rural e a média


mensal por consumidor.

CONSUMO ELÉTRICA RURAL NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ EM 2016


Quantidade de Consumo médio mensal
Consumo rural em
Município consumidores rural em 2016
2016 (MWh)
rurais (kWh/mês/consumidor)
Total 584.669 55.469 878,4

Fonte: IPARDES, 2017, adaptado.

Em 2016 as dez cidades do território Oeste do Paraná com maior consumo médio por
consumidor rural foram: Cafelândia, Nova Aurora, Palotina, Quatro Pontes, Entre Rios do
Oeste, Maripá, Nova Santa Rosa, Mercedes, Toledo e Iracema do Oeste.

No que se refere à geração própria de eletricidade nas indústrias e agroindústrias,


segundo o BIG da ANEEL, os números ainda são relativamente modestos, tanto nos
14
Autoprodutores de Energia Elétrica - APE quanto nos registros (REG)3 em operação na
Página

indústria desta região em 31/12/2016.

3
Segundo a EPE (2016), as usinas sujeitas a registro (REG) são aquelas com capacidade reduzida (até 1
MW para hidráulicas e até 5 MW para demais fontes). A usina pode gerar energia para consumo próprio
ou pode vender no mercado livre, conforme seu interesse e possibilidade.
O quadro abaixo, ilustra a existência de apenas dois sistemas geradores, ambos movidos
a biogás oriundos da pecuária, totalizando 200 kW.

CAPACIDADE INSTALADA DE AUTOPRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NA INDÚSTRIA NO OESTE PARANÁ


Tipo de energia Quantidade de empreendimentos Potência outorgada (kW)

Biogás (pecuária) 2 200

Fonte: ANEEL, 2017.

A microgeração e a minigeração distribuídas no país são acompanhadas pela ANEEL,


que consolida as informações acerca da eletricidade injetada no Sistema Interligado
Nacional, para posterior compensação do consumo das unidades geradoras, de acordo
com as regras estipuladas pela Resolução nº 482/2012.

Considerando os segmentos rural e industrial na região de interesse do estudo, consolida-


se 16 sistemas de geração própria (autoprodução) e geração distribuída.

Os sistemas de geração própria (autoprodução) são predominantes, com 95% da


capacidade instalada, além disso a capacidade instalada da agroindústria é
aproximadamente 18 vezes maior que a capacidade existente na indústria como mostra o
quadro resumo.

QUADRO RESUMO DA AUTOPRODUÇÃO E GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO OESTE DO PARANÁ


Autoprodução Geração Distribuída
Classe Total
(kW) (kW)
Rural (agroindústria) 5.630,00 170,52 5.800,52
15
Industrial 200,00 108,90 308,90
Página

TOTAL 5.830,00 279,42 6.109,42

Fonte: ANEEL, 2017.

No quadro à seguir são apresentados dados sobre sistemas de geração distribuída


observados na classe industrial do oeste do Paraná, do tipo solar fotovoltaicos.
CAPACIDADE INSTALADA DE MINIGERAÇÃO E MICROGERAÇÃO NA INDÚSTRIA NO OESTE DO PARANÁ
Quantidade de
Tipo de energia Potência outorgada (kW)
empreendimentos
Fotovoltaica 8 108,9

Fonte: ANEEL, 2017.

A capacidade instalada de mini e microgeração associadas as unidades agroindustriais no


território Oeste, é constituída por três unidades da agroindústria, sendo os dois maiores
empreendimentos movidos a biogás (162,2 kW), enquanto o terceiro utiliza energia solar
fotovoltaica conforme quadro a seguir.

CAPACIDADE INSTALADA DE MINIGERAÇÃO E MICROGERAÇÃO NA AGROINDÚSTRIA NO OESTE PARANÁ


Quantidade de
Município Potência outorgada (kW)
empreendimentos
Palotina 1 87,2

São Miguel do Iguaçu 1 75,0

Palotina 1 8,32

TOTAL 3 170,52

Fonte: ANEEL, 2017.

1.5. BALANÇO ENERGÉTICO TERRITORIAL

De acordo com as boas práticas recomendadas pela Agência Internacional de Energia -


IEA - (2005), a elaboração de um Balanço Energético deve seguir uma hierarquia. O
ponto de partida é a base de dados do Balanço Energético Nacional que subsidia a base
de dados do Balanço Energético Estadual e, por conseguinte, subsidia a base de dados
do Balanço Energético Regional.
16

Para contextualizar a área do estudo, utilizaram-se dados do IBGE e IPARDES, os quais


Página

consideram a mesorregião Oeste do Paraná constituída por 50 cidades. Todavia, no


âmbito deste estudo considerou-se que a o território Oeste do Estado do Paraná seja
formada por 54 municípios. As quatro cidades acrescentadas são: Brasilândia do Sul (da
mesorregião noroeste), Nova Laranjeiras e Quedas do Iguaçu (ambas da mesorregião
centro-sul), além de Ubiratã (da mesorregião centro-ocidental).
A região estudada que apresenta área de 25.853,515 km² (12,9% do total do estado) e
população estimada em 1.364.268 pessoas (12,1% do Paraná), perfaz uma densidade
populacional de 53,4 habitantes/km². O grau de urbanização é de 85,6% e as mulheres
compõem 50,9% da sociedade local. A divisão política da área de interesse desta
atividade, de acordo com a convenção adotada, passa a ser a fronteira geográfica para
análise de importações e exportações.

Embora tenha sido utilizada a mesma metodologia do Balanço Energético Estadual para
este estudo, há algumas diferenças que merecem destaque:

1. Os dados de entrada foram do Balanço Energético do Paraná, ao invés do Balanço


Energético Nacional;

2. Em razão da menor disponibilidade de dados locais, fato já previsto desde o início do


estudo, foi necessário realizar uma análise do tipo “top down”, ou seja, uma
decomposição dos dados estaduais levando-se em consideração parâmetros aplicados
a cada linha da matriz4; e

3. Foi aplicado um filtro lógico booleano5 em cada linha da matriz energética, visando
excluir do rateio regional as fontes de energia, centros de transformação e setores
consumidores inexistentes no território Oeste do Paraná.

Os resultados da matriz energética do território Oeste do Paraná são apresentados nos


oito quadros à seguir. No quadro de oferta de energia, observa-se que a matriz
energética em questão tem preponderância das fontes renováveis de energia, com 55,4%
de participação.

4
Durante a elaboração da matriz energética estadual foi usado o método “bottom up”, o que significa que
existiam mais informações para a construção da matriz energética paranaense, portanto não houve
necessidade de desagregar a matriz energética brasileira. Todavia, cabe esclarecer que a abordagem
bottom up não gera, necessariamente, resultados mais precisos que o método top down. Em outras
17
palavras, a fidelidade da matriz final será em decorrência da qualidade das informações que servem de
entrada em cada modelo;
Página

5
Filtro seletor do tipo “0/1” ou “não/sim”. Neste projeto, a pergunta feita era: existe tal fonte de energia,
centro de transformação ou setor consumidor no território Oeste do Paraná? Caso negativo, o valor de
saída era “0” (zero) e caso afirmativo o resultado seria “1” (um). Por exemplo, não existe nenhuma
refinaria de petróleo na região de interesse. Então, o filtro lógico retorna “0” e a linha “refinarias” é
integralmente zerada, uma vez que não há produção de derivados de petróleo nas 54 cidades (toda
demanda será atendida por importação). No setor transporte, modal aéreo, ocorre o oposto: existem dois
aeroportos com voos comerciais regulares na região, então o filtro booleano retorna valor “1” e a linha
transporte aéreo participa do rateio de combustíveis.
OFERTA DE ENERGIA NO OESTE DO PARANÁ EM 2016
Oferta de energia (10³ tep) %

Eletricidade 652 31.4%

Lenha e carvão vegetal 257 12.4%

Produtos da cana-de-açúcar 237 11,4%

Outras renováveis 2 0,1%

Fontes renováveis 1.148 55,4%

Petróleo e derivados 877 42,3%

Carvão e derivados 48 2,3%

Fontes não renováveis 925 44,6%

TOTAL 2.073 100,0%

Fonte: elaboração própria.

O consumo de energia no quadro abaixo, é impulsionada pelo setor de transportes, com


cerca da metade do consumo. Em seguida, as indústrias e a atividade agropecuária
somam 33,0% de participação.

CONSUMO DE ENERGIA NO OESTE DO PARANÁ EM 2016


Consumo de energia (10³ tep) %

Transportes 835 46,1%

Indústrias 363 20,1%

Agropecuária 233 12,9%

Residências 165 9,1%

Setor energético 87 4,8%


18
Comércio e serviços 58 3,2%
Página

Usos não energéticos 52 2,9%

Setor público 18 1,0%

TOTAL 1.811 100,0%

Fonte: elaboração própria.


A oferta e o consumo de energia são razoavelmente equilibrados, não apresentando
concentração excessiva (dependência ou vulnerabilidade) em nenhuma fonte ou setor.

No quadro de oferta de eletricidade. Em decorrência da usina hidrelétrica binacional de


Itaipu estar localizada dentro da área estudada, ocorre uma nítida distorção em prol das
fontes renováveis, que totalizam 99,9% da matriz elétrica do território.

OFERTA DE ELETRICIDADE NO OESTE DO PARANÁ EM 2016


Oferta de eletricidade (GWh) %
Hidrelétricas 60.146 99,9%
Solar fotovoltaica + biogás 2 0,004%

Fontes renováveis 60.148 99,9%

Petróleo e derivados (óleo diesel) 46 0,1%


Fontes não renováveis 46 0,1%

TOTAL 60.194 100,0%

Fonte: elaboração própria.

Uma vez que produz muito mais eletricidade do que consome, o território Oeste do
Paraná injeta no SIN, um excedente significativo de aproximadamente 92% do consumo
conforme quadro abaixo.

CONSUMO DE ELETRICIDADE NO OESTE DO PARANÁ EM 2016


Consumo de eletricidade (GWh) %

Exportação 52.567 91,5%

Indústrias 1.121 2,0%

Agropecuária 1.037 1,8%

Setor energético 1.011 1,8%


19

Residências 873 1,5%


Página

Comércio e serviços 617 1,1%

Setor público 198 0,3%

TOTAL 57.425 100,0%

Fonte: elaboração própria.


Nos quatros quadros a seguir, serão apresentados os detalhamentos de três setores:
residencial, transportes e industrial.

Inerente ao setor residencial, observa-se que mais da metade da energia nos domicílios
do oeste paranaense são destinadas à cocção de alimentos ou aquecimento de água
(54,4%). A fração complementar, 45,6%, explica-se pelo consumo de eletrodomésticos
em geral.
CONSUMO DE ENERGIA NAS RESIDÊNCIAS NO OESTE DO PARANÁ EM 2016
Setor residencial (10³ tep) %

Eletricidade 75 45,6%

Lenha e carvão vegetal 40 24,1%

Fontes renováveis 115 69,7%

Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) 50 30,3%

Fontes não renováveis 50 30,3%

TOTAL 165 100,0%

Fonte: elaboração própria.

Quanto ao setor de transportes, tem-se um consumo majoritário de fontes não renováveis


de energia (84,1%). Os veículos leves representam cerca de 40% do total, enquanto que
ônibus, caminhões e outras categorias automotivas pesadas totalizam 56,8% da matriz do
segmento. Os modais ferroviário, aquaviário e aéreo tem participação diminuta, da ordem
de 3%.
CONSUMO DE ENERGIA NOS TRANSPORTES NO OESTE DO PARANÁ EM 2016
Setor transportes (10³ tep) %

Etanol 132 15,9%


Fontes renováveis 132 15,9%
Óleo diesel 474 56,8%
20

Gasolina 205 24,5%


Página

Querosene de aviação 21 2,5%


Óleo combustível 3 0,4%
Fontes não renováveis 703 84,1%
TOTAL 835 100,0%

Fonte: elaboração própria.


No que se refere à indústria do oeste paranaense as fontes renováveis predominam, com
75% do portfólio. Bagaço de cana e eletricidade, juntas, superam metade da matriz .

CONSUMO DE ENERGIA POR FONTE NAS INDÚSTRIAS DO OESTE DO PARANÁ EM 2016


Setor industrial (10³ tep) %
Bagaço de cana-de-açúcar 103 28,3%
Eletricidade 96 26,5%
Lenha e carvão vegetal 72 19,85
Outras renováveis 1 0,4%
Fontes renováveis 273 75,1%
Carvão e derivados 46 12,8%
Derivados de petróleo 44 12,1%
Fontes não renováveis 90 24,9%

TOTAL 363 100,0%

Fonte: elaboração própria

CONSUMO DE ENERGIA POR SEGMENTO NAS INDÚSTRIAS DO OESTE DO PARANÁ EM 2016.


Setor industrial (10³ tep) %

Alimentos e bebidas 193 53,2%

Ferro-gusa e aço 62 17,1%

Química 44 12,0%

Outras indústrias 40 11,1%

Cerâmica 24 6,6%

TOTAL 363 100,0%


21

Fonte: elaboração própria


Página
VISÃO GERAL

A Qualidade de Energia Elétrica - QEE está relacionada a promoção do desenvolvimento


regional, podendo ser tratada como um indicador diferencial (CRUZ, 2017), este
parâmetro é essencial para o desenvolvimento deste estudo energético. Desta forma,
verificando dados a respeito deste assunto é possível quantificar e classificar o cenário
atual do fornecimento de energia elétrica do território, identificando eventuais divergências
e necessidades percebidas pelos consumidores.

A abordagem deste capítulo , está dividido em três temas:

1. Análise da qualidade do fornecimento de energia a partir dos dados dos indicadores


coletivos de continuidade, DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade
Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade
Consumidora);

2. Análise da qualidade do fornecimento de energia a partir da percepção dos


consumidores rurais; e

3. Comparações entre os dados de qualidade de energia elétrica a partir das informações


de DEC e FEC e percepção dos consumidores rurais. 23
Página
1. ANÁLISE DA QUALIDADE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA
- DADOS DE DEC E FEC -

A abordagem deste tema, tem como ponto central o consumidor do setor rural, cuja
atividade econômica é voltada principalmente à avicultura.

O tempo máximo permissível sem energia elétrica é mínimo, pois pequenas oscilações
podem causar falhas nos equipamentos de resfriamento ou aquecimento dos aviários
ocasionando a morte dos animais por estresse térmico, principal responsável da
mortalidade de aves (35,28%) segunda ADAPAR (2016, p. 29).

As oscilações no fornecimento de energia, estão diretamente relacionadas com a


qualidade do fornecimento de energia elétrica, definida pela continuidade na prestação
deste serviço, podendo ser mensurada por meio de duas dimensões fundamentais – a
duração e a frequências das interrupções. Desta forma, o desempenho das
concessionárias distribuidoras de eletricidade é determinada a partir de metas definidas
por indicadores coletivos e individuais, regulamentados e fiscalizados pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL, 2016).

Para análise da qualidade de energia elétrica das 54 cidades do território Oeste do


Paraná, identificaram-se 21 conjuntos elétricos responsáveis pelo fornecimento da
24
energia elétrica (ANEEL, 2017),
Página

Os dados de DEC e FEC são mensurados contabilizando todas as ocorrências no sistema


elétrico, desta forma, existe uma ponderação das interrupções entre todas as classes de
consumo pertencentes ao conjunto em análise, estabelecendo-se uma média entre todos
os consumidores conforme quadro abaixo. Lembrando que para cada conjunto existe um
limite de DEC e FEC diferenciado, estipulado pela ANEEL, redefinidos no ano
correspondente à revisão periódica das tarifas, por resolução específica (CRUZ, 2007).
COMPILAÇÃO E TABULAÇÃO DOS DADOS DE DEC E FEC DO OESTE DO PARANÁ
FEC
N° Conjunto DEC6 DEC Limite7 FEC8
Limite9
1 Assis Chateaubriand 9,04 14 6,27 11

2 Cascavel 13,6 13 9,81 10

3 Céu Azul 12,74 15 9,3 11

4 Foz do Iguaçu 5,85 8 5,33 9

5 Goioerê 7,75 11 4,86 9

6 Guaíra 10,35 12 6,56 9

7 Laranjeiras do Sul 22,32 22 11,54 13

8 Marechal Cândido Rondon 8,96 13 5,85 11

9 Medianeira 8,64 14 8,42 12

10 Olímpico 2,62 7 2,37 6

11 Palotina 9,64 13 5,6 10

12 Pinheiros 14,07 14 10,09 10

13 Portal 2,17 6 2,18 7

14 Quedas do Iguaçu 14,22 21 9,34 14

15 Realeza 17,44 15 11,94 12

16 Santa Helena 10,63 12 7,58 10

17 São Cristóvão 3,87 6 3,99 5 25


Continua...
Página

6
O indicador DEC refere-se a valores acumulados no período de 01/2016 a 12/2016.
7
O limite do indicador DEC refere-se ao limite anual regulamentado por conjunto, com base no ano final do
período de referência.
8
O indicador FEC refere-se a valores acumulados no período de 01/2016 a 12/2016.
9
O limite do indicador FEC refere-se ao limite anual regulamentado por conjunto, com base no ano final do
período de referência.
...Continuação

18 Toledo 6,68 11 4,9 10

19 Ubiratã 14,14 18 8,27 12

20 Umuarama 8,77 14 8,18 11

21 Vila Yolanda 3,26 5 3,22 6

Fonte: ANEEL (2017); ANEEL (2017a).

A partir da análise dos dados do Quadro acima, é possível estabelecer algumas


conclusões quanto a qualidade de energia elétrica no território Oeste do Paraná, a saber:

1. Dos 21 conjuntos que atendem o território Oeste do Paraná, 01 ultrapassou os limites


estabelecidos de FEC – conjunto Pinheiros;

2. Dos 21 conjuntos que atendem a região Oeste do Paraná, 04 ultrapassaram os limites


estipulados de DEC – conjunto Cascavel, Laranjeiras do Sul, Pinheiros e Realeza;

3. Os conjuntos que ultrapassaram DEC e FEC atendem a 21 municípios pertencentes ao


território Oeste do Paraná, sendo: Braganey, Boa Vista da Aparecida, Cafelândia,
Capitão Leônidas Marques, Campo Bonito, Cascavel, Catanduvas, Céu Azul, Corbélia,
Diamante do Sul, Guaraniaçu, Ibema, Iguatu, Lindoeste, Nova Laranjeiras, Santa Lúcia,
Santa Tereza do Oeste, São Pedro do Iguaçu, Toledo, Três Barras do Paraná e Vera
26
Cruz do Oeste. Este valor representa cerca de 40% dos munícipios atendidos na região
Página

em estudo;

4. Cerca de 80% dos conjuntos pertencentes à região Oeste do Paraná estão sendo
atendidos dentro dos limites de DEC e FEC, isso representa um percentual de cerca de
60% dos municípios atendidos dentro dos padrões estabelecidos pela ANEEL.
INDICADORES DE CONTINUIDADE DEC E FEC NO OESTE DO PARANÁ

Fonte: Adaptado de ANEEL (2017).

27
Página
2. ANÁLISE DA QUALIDADE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA
- PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES RURAIS -

Para dar maior consistência aos resultados das análises dos indicadores de DEC e FEC,
foram analisadas as percepções dos consumidores rurais da região de referência obtidas
por meio de pesquisa realizada no período de 11 de outubro de 2018 à 20 de janeiro de
2018.

Para a coleta dos dados foi utilizado o método survey com a aplicação de questionários
online por amostragem, com produtores rurais de 26 municípios, o que corresponde a
48% dos 54 da área geográfica em referência. A pesquisa considerou os seguintes
parâmetros:

a. Atividade econômica desenvolvida;

b. Faixa de consumo de energia elétrica (kWh);

c. Tempo admissível de interrupção de energia elétrica;

d. Percepção da qualidade no fornecimento de energia elétrica;

e. Causa principal dos distúrbios e falhas no fornecimento de energia elétrica;

f. Impactos causados na propriedade em relação às interrupções de eletricidade;

g. Posse de equipamentos de emergência, tais como: gerador de energia elétrica, 28


nobreaks, baterias, etc.;
Página

h. Finalidade dos equipamentos de emergência;

i. Frequência e duração das interrupções nos últimos 12 meses; e

j. Principais distúrbios que ocorrem na unidade consumidora durante/após as falhas e


interrupções de energia elétrica.
MUNICÍPIOS PARTICIPANTES DA PESQUISA DE QUALIDADE ENERGÉTICA REGIONAL
No. Municípios No. Municípios

1 Anahy 14 Missal

2 Assis Chateaubriand 15 Nova Aurora

3 Capitão Leônidas Marques 16 Nova Laranjeiras

4 Cascavel 17 Nova Santa Rosa

5 Diamante D'Oeste 18 Palotina

6 Formosa do Oeste 19 Santa Helena

7 Iracema do Oeste 20 Santa Terezinha de Itaipu

8 Itaipulândia 21 São José das Palmeiras

9 Jesuítas 22 São Miguel do Iguaçu

10 Marechal Cândido Rondon 23 Serranópolis do Iguaçu

11 Maripá 24 Toledo

12 Matelândia 25 Três Barras do Paraná

13 Medianeira 26 Vera Cruz do Oeste

Fonte: elaboração própria.

Os municípios relacionados no quadro à seguir, pertencem a 16 conjuntos de municípios


participantes da pesquisa
29
CONJUNTO DE MUNICÍPIOS PARTICIPANTES DA PESQUISA
Página

No. Municípios No. Municípios

1 Cascavel* 9 Pinheiros**

2 Céu Azul 10 Quedas do Iguaçu

3 Foz do Iguaçu 11 Realeza*

Continua...
...Continuação

4 Laranjeiras do Sul* 12 Santa Helena

5 Medianeira 13 Santa Helena

6 Marechal Candido Rondon 14 São Cristóvão

7 Olímpico 15 Toledo

8 Palotina 16 Ubiratã

Fonte: elaboração própria.


* Ultrapassou limite de DEC
** Ultrapassou limite de DEC e FEC

2.1. ATIVIDADE ECONÔMICA

A atividade econômica é
ATIVIDADE ECONÔMICA DAS UNIDADES CONSUMIDORAS
um fator de grande influência
4%
na análise e resultados dos
12%
Suinocultura impactos sofridos, pois
26% Bovinocultura leitera possibilita a comparação e
23%
Bovinocultura de corte correlação entre consumido-
Avicultura res com características se-
Piscicultura melhantes em relação aos
9%
Cultivo de grãos diversos problemas percebi-
8%
Outros
18% dos na qualidade do forneci-
mento. 30
Fonte: elaboração própria. Com base nos dados, veri-
Página

ficou-se que 26% das


unidades consumidoras desempenham atividade econômica relacionada ao cultivo de
grãos, 23% à bovinocultura leiteira, 18% à avicultura, 12% à suinocultura, 9% à
piscicultura, 8% à bovinocultura de corte e 4% pertencem a outras atividades não
definidas na pesquisa.
2.2. FAIXA DE CONSUMO

Assim como os dados de


FAIXA DE CONSUMO
atividade econômica, os
dados sobre o forneci-
mento de energia são
20%
importantes, pois possi-
36% 0 à 200 kWh
200 kWh à 500 kWh bilitam a classificação do
11%
500 kWh à 1000 kWh consumo de energia elé-
1000 kWh à 2000 kWh
trica. Inerente a este
Acima de 2000 kWh
21%
12% aspecto, os resultados da
pesquisa indicam que
36% de unidades perten-
cem a faixa de consumo
Fonte: elaboração própria.
acima de 2.000 kWh,
21% de 500 kWh à 1.000 kWh, 20% de 0 à 200 kWh, 12% de 1.000 kWh à 2.000 kWh e
11% de 200 kWh à 500 kWh.

2.3. TEMPO ADMISSÍVEL DE INTERRUPÇÃO 31


Página

Quanto ao tempo de interrupção, constatou-se que 37% dos consumidores toleram


interrupções de 5 minutos a 1 hora sem que causem prejuízos, 30% de 3 a 5 minutos,
14% de 1 a 3 minutos, 10% de 1 à 60 segundos e 9% menos de 1 segundo.
TEMPO ADMISSÍVEL DE INTERRUPÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NAS UNIDADES
9%

10%
Menos de 1 seg
37%
1 seg à 60 seg

14% 1 min à 3 min


3 min à 5 min
5 min à 1 h

30%
Fonte: elaboração própria.

2.4. QUALIDADE PERCEBIDA PELO CONSUMIDOR

O fornecimento de energia elétrica pela concessionária atende parcialmente os requisitos


de qualidade para 61% das unidades consumidoras pesquisadas, 33% afirmaram que a
qualidade da energia atende totalmente as necessidades da propriedade e 6%
declararam que o fornecimento de energia elétrica não atende os requisitos almejados.

QUALIFICAÇÃO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA


6%

32
33%
Página

Atende totalmente
Atende parcialmente
Não atende

61%

Fonte: elaboração própria.


2.4.1. BENEFÍCIOS COM A MELHORIA DA QUALIDADE NA ENERGIA ELÉTRICA

Melhor qualidade na energia elétrica fornecida pela concessionária, gera benefícios na


percepção de 84% dos respondentes, o que reflete diretamente na produtividade, 9%
declaram ter poucos benefícios com melhorias no sistema elétrico que atende o território,
enquanto apenas 2% afirmaram que os benefícios são inexistentes.

BENEFÍCIOS COM A MELHORA NA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA

5% 9%
2%

Poucos
Muitos
Nenhum
Não soube responder

84%

. Fonte: elaboração própria

2.4.2. CONTRIBUIÇÃO FINANCEIRA PARA MELHORA NA QUALIDADE


DE ENERGIA ELÉTRICA
33
Página

Ao abordar o tema qualidade, faz-se necessário investimentos. Indagados sobre a

possibilidade de participação financeira nos investimentos para a melhoria do sistema

elétrico, 82% dos consumidores manifestaram-se desinteressados em contribuir,

enquanto 18% demonstraram interesse, pagando a mais nas faturas de energia elétrica

em percentuais entre 5% e 15%.


CONTRIBUIÇÃO FINANCEIRA PARA MELHORA NA QUALIDADE DE
ENERGIA ELÉTRICA

15% 2%
1% Até 5% acima do valor pago atualmente

Até 10% acima do valor pago atualmente

Até 15% acima do valor pago atualmente

82%
Não pretende contribuir

Fonte: elaboração própria.

2.5. MOTIVOS PARA INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO

Com relação aos motivos


PRINCIPAIS MOTIVOS PARA INTERRUPÇÃO NO da interrupção no forneci-
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA
1% mento de energia elétrica,
6%
64% dos consumidores
29% consideram causas natu-
Concessionária
rais decorrentes de intem-
Causas naturais 34
péries climáticas o motivo
Problemas internos
principal das falhas no
Página

Outros

64% sistema elétrico, 29% res-


ponsabilizam a concessio-
nária e 6% atribuem à
outras causas e 1% à pro-
Fonte: elaboração própria.
blemas internos.
2.6. IMPACTOS DA INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO

A interrupção no fornecimento de energia, causa impacto direto na economia,


principalmente nas propriedades rurais. Os prejuízos ocasionados pelas interrupções, são
considerados médios para 43% dos consumidores, 35% consideram altos; 20%
consideram baixos e apenas 2% afirmam não sofrerem prejuízos.

.
IMPACTO DA INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO DE
ENERGIA ELÉTRICA NAS PROPRIEDADES

2%

20% Alto

35% Médio

Baixo

Não causa nenhuma


consequência

43%

Fonte: elaboração própria

35
2.7. EQUIPAMENTOS DE EMERGÊNCIA
Página

Quanto a este tema, foi possível identificar que, 48% dos respondentes possuem um
gerador de emergência para mitigar problemas na propriedade devido a falhas na rede
elétrica e 52% não possuem.
PERCENTUAL DE PROPRIEDADES QUE POSSUEM
EQUIPAMENTOS DE EMERGÊNCIA

Possui gerador
48%
Não possui gerador
52%

Fonte: elaboração própria.

Dos 48% dos consumidores que possuem geradores de emergência, 79% utilizam diesel
como fonte energética, 7% biogás e 14% outras fontes.

FONTE ENERGÉTICA DOS GERADORES DE EMERGÊNCIA NAS


PROPRIEDADES

14%

7%
Diesel
36
Página

Biogás
Outra

79%

Fonte: elaboração própria.


2.8. FINALIDADE DOS EQUIPAMENTOS DE EMERGÊNCIA

Considerando a finalidade da geração de energia elétrica nas propriedades pesquisadas,


28% destes equipamentos destina-se à refrigeração, 23% ao bombeamento de
água/aeração, 19% à segurança (iluminação de emergência, alarmes, etc.), 14% à
manutenção de máquinas, 13% ao aquecimento e 4% à outras funções não mencionadas.

FINALIDADE DOS GERADORES DE EMERGÊNCIA NAS PROPRIEDADES

4%
Refrigeração

23% 28% Aquecimento

Manutenção de máquinas

Segurança

18% 13% Bombeamento de


água/aeração
Outro
14%

Fonte: elaboração própria.

2.8.1. AUTOPRODUÇÃO E GERAÇÃO DISTRIBUÍDA


37
Página

No que tange à autoprodução e geração distribuída, 83% das unidades consumidoras


não produzem energia elétrica, 7% produzem energia por meio de geração distribuída em
uma proporção de até 25% do valor total consumido, 7% estão gerando de 26% a 50% da
eletricidade utilizada na propriedade por meio de GD, 2% geram acima de 75% do
consumo na unidade, e 1% gera de 51% a 75% do consumo total.
PERCENTUAL DE PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS DE
EMPREENDIMENTOS DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA
2% 1%

7%

7%
Não produz

0 a 25%

26 a 50%

Mais de 75%

51 a 75%

83%

Fonte: elaboração própria.

2.9. FREQUÊNCIA E DURAÇÃO DAS INTERRUPÇÕES NO FORNECIMENTO DE ENERGIA

Considerando os últimos 12 meses, 35% dos respondentes afirmam sofrer em média 5


interrupções por mês, 21% sofrem 1 interrupção ao mês, 13% não souberam responder,
9% indicaram outra frequência de interrupção mensal e cerca de 22% dos consumidores
indicaram a ocorrência de 10 ou mais interrupções mensais.

FREQUÊNCIA DE INTERRUPÇÕES/MÊS NAS PROPRIEDADES

9%
21%
13% 1 por mês
5 por mês
38
Página
10 por mês
11% Mais de 10 por mês
Não soube responder
Outros
11% 35%

Fonte: elaboração própria.


Destes consumidores, 40% indicam sofrer interrupções com duração de 1 à 4 horas,
34% interrupções de duração de 4 horas ou mais, e 15% de interrupções de 5 minutos à 1
hora e 10% informaram que sofrem interrupções com menos de 5 minutos de duração.

1%
2% 2% TEMPO MÉDIO DA DURAÇÃO
DAS INTERRUPÇÕES DE
6% ENERGIA ELÉTRICA

34% 15% 1 seg à 60 seg


1 min à 3 min
3 min à 5 min
5 min à 1h
1h à 4h
4h ou mais
Não soube responder
40%

Fonte: elaboração própria.

2.10. TIPOS DE DISTÚRBIOS QUE OCORREM NAS PROPRIEDADES

Segundo os respondentes, dentre os principais distúrbios gerados pelas interrupções de


energia destacam-se os danos em motores que representam 18%, variação de
luminosidade 17%, inicialização e desligamento de motores 17%, variações inesperadas
39
Página

11%, danos em computadores 11%, fechamento de disjuntores e falhas em processos


automatizados 8%, não souberam responder 2% e 2% consideram outras características
não citadas.

Como resultado desta análise, é possível afirmar que os maiores danos causados aos
consumidores são decorrentes por variações e desequilíbrio de tensão em motores
elétricos.
TIPOS DE DISTÚRBIOS QUE OCORREM
NAS PROPRIEDADES Variação luminosidade

Fechamento de disjuntor
1% 2%
Perda de dados

11% 17%
Falhas em processos
automatizados
Inicialização e deslig.
7% Motores
18% Variações inesperadas

8%
Danos em motores

8% Danos em computadores
11%
Outros
17%

Não soube responder

Fonte: elaboração própria.

40
Página
3. COMPARAÇÕES DOS DADOS DE QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA
- DADOS DE DEC E FEC E PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR -

De acordo com os dados da ANEEL, 4 dos conjuntos elétricos que atendem a 21


municípios do território Oeste do Paraná, estão fora do limite estabelecido de DEC e FEC.

Confrontando essas informações com o resultado das pesquisas com consumidores


sobre percepção qualidade de energia, observa-se que 28 respostas são de
consumidores dos 21 municípios com problemas de DEC e FEC, o que representa 30%
do total de respostas recebidas. Essas 28 respostas serviram de base para a realização
das próximas análises. Assim, verificou-se que cerca de 29% das unidades consumidoras
apresentam-se dentro da faixa de consumo de 500 kWh à 1.000 kWh e 25% pertencem a
faixa acima de 2.000 kWh .

FAIXA DE CONSUMO DAS UNIDADES CONSUMIDORAS

41
Página

Fonte: elaboração própria.

Dentre os respondentes da pesquisa, 53% afirmam que a qualidade da energia elétrica na


região atende apenas parcialmente as necessidades da propriedade, 36% consideram
que atende totalmente e 11% que não atende os anseios mínimos.
QUALIFICAÇÃO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA

Fonte: elaboração própria.

Quanto à existência de geradores nas propriedades pesquisadas, 50% dos consumidores


possuem gerador de emergência e outros 50% não possuem.

PERCENTUAL DE PROPRIEDADES RURAIS


QUE POSSUEM GERADOR DE EMERGÊNCIA

42
Página

Fonte: elaboração própria.

Relacionado à frequência de interrupções de energia, 36% das unidades consumidoras


sofrem 5 interrupções ao mês e 18% mais de 10 interrupções ao mês , 18% mais de 10
interrupções ao mês, outros 18% apenas 1 interrupção, 14% contam com 10 interrupções
mensais e mais 14% contam com outra frequência de ocorrências ou não souberam
responder.

FREQUÊNCIA DE INTERRUPÇÕES/MÊS NAS


UNIDADES CONSUMIDORAS PESQUISADAS

Fonte: elaboração própria.

O tempo médio das interrupções está apresentado no Gráfico 28 onde, 54% das
interrupções tem duração de 4 horas ou mais, 28% de 1 horas à 4 horas, 11% de 5
minutos à 1 hora e 7% de 3 à 5 minutos.

TEMPO MÉDIO DA DURAÇÃO DAS


INTERRUPÇÕES DE ENERGIA

43
Página

Fonte: elaboração própria.


VISÃO GERAL

Em paralelo ao crescimento rural, urbano e industrial, está o aumento da demanda de


energia que, considerando as fontes convencionais, provoca grande impacto ambiental e
insegurança energética associada às mudanças climáticas. Assim, a implantação e o uso
de energias renováveis se faz necessário para reverter este cenário associado ao
desenvolvimento sustentável.

Neste contexto, a abordagem desse capítulo, está centrada na estimativa do potencial


energético de fontes renováveis no território Oeste do Paraná, dividido em quatro temas:

1. Potencial hidroenergético de pequeno porte;

2. Potencial de energético de biomassa;

3. Potencial enérgico de fonte fotovoltaica; e

4. Potencial de energia renovável no território Oeste do Paraná.

45
Página
1. POTENCIAL HIDROENERGÉTICO

A geração hídrica representa a fonte de maior importância e exploração no território Oeste


do Paraná. Esse modal energético é caracterizado pelo uso de recursos renováveis e
geração de energia de baixo custo.

Atualmente, os locais com potencial para hidrelétricas de grande porte já estão escassos,
por esta razão, este estudo considera a exploração de potenciais menores, onde
enquadram-se as Pequenas Centrais Hidrelétrica e Centrais Geradoras Hidrelétricas.

As PCH e CGH apresentam vantagens para o gerador, para o consumidor final e às


concessionárias de energia, principalmente quando instaladas em locais próximos ao
consumo. Estes empreendimentos podem oferecer maior estabilidade na distribuição de
energia, redução das perdas de energia elétrica em decorrência da transmissão em
menores distâncias e riscos no planejamento, além de suprir a demanda de energia local.
As características que causam maior interesse a novos investidores são o custo de
construção e operação da planta e a possibilidade de implantação em rios com baixa
vazão.

1.1. ÚLTIMAS MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO DO SETOR HIDRELÉTRICO

Para simplificar os procedimentos de implementação das CGH e PCH, a ANEEL realizou


46
Página

mudanças nas leis e normativas destinadas a esta finalidade. As mais expressivas para o
setor hidrelétrico foram as Resoluções Normativas nº 672 e nº 673, ambas de 4 de agosto
de 2015 e nº 675, de 25 de agosto de 2015.

Por meio da Lei no 13.097, de 19 de janeiro de 2015 foi alterada a capacidade mínima
instalada para uma PCH de 1MW para 3MW. Os empreendimentos com potência
instalada inferior a 3MW passaram a ser classificados como CGH, tornando sua
implantação mais rápida e menos burocrática, uma vez que essa categoria dispensa os
documentos de concessão, permissão ou autorização, devendo apenas comunicar sua
construção ao poder concedente.

Também houve modificações nos limites da produção independente ou autoprodução,


onde a capacidade máxima instalada permitida passou de 30MW para 50MW,
independentemente de ter ou não características de pequena central hidrelétrica.

Com a publicação da Resolução Normativa nº 786/2017, as unidades de até 5 MW de


fonte hídrica foram autorizadas a participarem do sistema de compensação de energia
elétrica, que é descrito pela Resolução Normativa nº 482/2012, alterada pela nº
687/2015, permitindo geração compartilhada e outros modelos de autoprodução.

Quanto ao processo para obtenção de outorga para exploração de aproveitamento de


potencial hidráulico com características de Centrais Geradoras Hidrelétricas e Pequena
Central Hidrelétrica , deve-se observar:

1. DRI: Registro de Intenção à Outorga de Autorização;

2. DRS: Despacho de Registro da Adequabilidade do Sumário Executivo;

3. Eixo Inventariado: Ponto identificado com potencial hidrelétrico disponível para


elaboração dos estudos de viabilidade e projeto básico; 47
Página

4. PB Aceito: Projeto Básico Aceito;

5. PB em Elaboração: Projeto Básico em Elaboração; e

6. Outorga e autorização: Outorga para autorização de geração e comercialização da


energia.
1.2. POTENCIAL HIDROENERGÉTICO REGIONAL

As informações sobre o potencial hidroenergético dos rios e empreendimentos que


atualmente se encontram em fase de estudo foram obtidos pelo Sistema de Informações
Georreferenciadas do Setor Elétrico (SIGEL), plataforma virtual da ANEEL que reúne
informações dos rios inventariados e dados geográficos do setor elétrico brasileiro.

O levantamento resultou na identificação de 66 pontos com aproveitamento hídrico


totalizando potencial de 332,23 MW.

O destaque é a micro bacia do Rio Piquiri por apresentar o maior potencial de geração de
energia hidrelétrica, contemplando 6 usinas em fase PB Aceito, que totalizam 132 MW de
potência instalada.

O aproveitamento hidroenergético classificado como Centrais Geradoras Hidrelétricas –


CGH compreende 27 locais que totalizam 45,11 MW de potencial hídrico.

O aproveitamento hidroenergético classificado como Pequena Central Hidrelétrica


abrange 39 locais que totaliza 287,12 MW de potencial hídrico.

No quadro a seguir, apresenta-se uma síntese do potencial por fase de instalação.

POTENCIAL POR FASE DE INSTALAÇÃO


Estágio Quantidade Capacidade (MW)

DRI 1 7,70

DRS 11 62,75
48
Página

Eixo Inventariado 43 111,13

PB Aceito 10 147,00

PB em Elaboração 1 3,65

Fonte: Aneel, 2017.

O potencial hidroenergético dos rios inventariados do território, está no quadro abaixo,


onde o Rio Piquiri é o curso d`água com maior potencial hidroenergético, totalizando 132
MW de potência em seis locais, o que representa aproximadamente 40% do potencial
hidroenergético do território.

POTENCIAL HIDROENERGÉTICO DOS RIOS INVENTARIADOS DO TERRITÓRIO


N° Aproveitamentos Capacidade Representatividade
Curso D`Água
energéticos (MW) %

Arroio Guaçu 10 15,03 4,52%

Rio Adelaide 2 10,37 3,12%

Rio Andrada 12 59,00 17,76%

Rio Arquimedes 6 11,88 3,58%

Rio Guarani 3 12,69 3,82%

Rio Piquiri 6 132,00 39,73%

Rio São Francisco Falso 6 7,37 2,22%

Rio São Francisco Verdadeiro 5 16,90 5,09%

Rio Sapucaia 9 34,44 10,37%

Rio Tamanduá 1 3,15 0,95%

Rio Tormenta 2 9,80 2,95%

Rio Tourinho 4 19,60 5,90%

Fonte: Aneel, 2017.

1.3. LOCALIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS HIDROENERGÉTICOS


49
Página
A fim de detalhar os locais que apresentam potencial hidroenergético dos rios
inventariados no território, foram criados seis quadrantes evidenciando os rios.

1.3.1. PRIMEIRO QUADRANTE - RIO ARROIO GUAÇU

Apresenta dez locais com potencial hidroenergético, totalizando 15,03 MW de


capacidade hidrelétrica. O empreendimento PCH Jataí, com potência de 3,70 MW; é o
local com maior potencial de geração e sua fase de estudo encontra-se em PB Aceito.
1.3.2. SEGUNDO QUADRANTE - RIOS SÃO FRANCISCO VERDADEIRO E SÃO FRANCISCO FALSO

Respectivamente com potencial de 16,90 MW e 7,37 MW, totalizando 24,27 MW de


potência. O empreendimento PCH Cinco Cantos possui o maior potencial do Rio São
Francisco Verdadeiro, com capacidade de 7,00 MW e encontra-se na fase DRS.

No Rio São Francisco Falso, o empreendimento com maior potencial é a CGH Vila Bonita,
com 1,95 MW de potência e, atualmente se encontra na fase Eixo Inventariado, localizado
no município de Quatro Pontes.

1.3.3. TERCEIRO QUADRANTE - RIO TAMANDUÁ

Localizado no município de Foz do Iguaçu, esse rio apresenta apenas um local com
potencial de geração hidráulica, com capacidade inventariada de 3,15 MW de potência,
com nome PCH Novo Horizonte e encontra-se na fase DRS.

1.3.4. QUARTO QUADRANTE - RIOS ANDRADA, ARQUIMEDES, ADELAIDE, TORMENTA E GUARANI

Esse conjunto de rios, totaliza 24 aproveitamentos energéticos, com potencial


hidroenergético de 102,57 MW.

No Rio Andradas, os destaques são os empreendimentos PCH Dona Amélia II com


potência de 9,90 MW, a PCH Dom Antônio com potência de 9,50 MW, ambos em fase
DRS e a PCH Aliança na fase PB em Elaboração, com potência de 3,65 MW. 50
Página

No Rio Arquimedes destaca-se a CGH Alívio em fase de Eixo Inventariado, com potência
de 2,80 MW.

O Rio Adelaide possui dois empreendimentos, PCH Recomeço e PCH Dr. José Maria,
ambos com 4,6 MW de potência, na fase Eixo Inventariado.
O Rio Tormenta possui dois locais com potencial hidroenergético, a PCH Tempestade e
PCH Três Vileiros ambos em fase Eixo Inventariado, com potência de 5,20 e 4,60 MW,
respectivamente.

Quanto ao Rio Guarani, há três locais com potencial hidroenergético, destacando-se a


PCH Santa Terezinha em fase Eixo Inventariado, com potência de 4,89 MW.

1.3.5. QUINTO QUADRANTE - RIOS SAPUCAIA E TOURINHO

Esses dois rios, apresentam 13 empreendimentos energéticos, totalizando 54,04 MW de


potência.

No Rio Sapucaia destaca-se a PCH Fazenda do Salto na fase Eixo Inventariado, com
potência de 9,85 MW, e no Rio Tourinho a PCH Tourinho também na fase de Eixo
Inventariado apresenta potência de 7,50 MW.

1.3.6. SEXTO QUADRANTE – RIO PIQUIRI

Apresenta seis empreendimentos energéticos totalizando 132,00 MW de potência. É o


curso d`água que possui o maior potencial de geração hidrelétrica no território. Os seis
empreendimentos estão sendo estudados e sua implantação está na fase PB Aceito. O
empreendimento PCH Porto da Bota possui o maior potencial hidroenergético, com
capacidade de 29,60 MW. 51
Página

1.4. DISTRIBUIÇÃO DO POTENCIAL DOS EMPREENDIMENTOS HIDROENERGÉTICOS NO


TERRITÓRIO

O território oeste paranaense possui o potencial hidroenergético de aproximadamente


1.530.148 MWh/ano de energia elétrica.
O destaque do território é o município de Cascavel, que apresenta o maior potencial de
geração hidrelétrica (50.300 MW) e registra o maior potencial na fase Eixo Inventariado,
(27.600 MW). O município de Nova Laranjeiras possui o segundo maior potencial de
geração hidrelétrica do território, com potência de 43.750 MW, porém, todo seu potencial
já se apresenta em fase de estudo, descartando a possibilidade de novos
empreendimentos neste trecho.

Os potenciais hidrelétricos, estão majoritariamente concentrados na região Centro-Leste


da área do território. A microrregião de Toledo, Marechal Cândido Rondon e entorno,
possuem um potencial relevante, além de apresentar alto consumo de energia elétrica.

1.5. EFICIÊNCIA DA GERAÇÃO HIDRELÉTRICA

As PCH e CGH são sensíveis ao ciclo hidrológico, pois seus reservatórios são pequenos
em relação a grandes hidrelétricas, desse modo, com um período mais longo de
estiagem, a geração hidrelétrica pode ficar comprometida e o empreendimento perder
eficiência na geração. Para estimar o potencial de geração de energia elétrica, adota-se
nestes casos como parâmetro a eficiência operacional de 65% da capacidade instalada
do empreendimento.

52
Página
\

2. POTENCIAL ENERGÉTICO DA BIOMASSA

Com a alta nos preços dos derivados do petróleo e a crescente preocupação com fatores
ambientais, a biomassa passou a ser vista como um recurso energético viável com
grande potencial para reduzir a dependência dos derivados do petróleo.

Entre as tecnologias para o aproveitamento energético da biomassa, a digestão


anaeróbica, vem sendo cada vez mais utilizada. Além da diminuição da carga orgânica,
esse sistema de tratamento permite a recuperação de energia por meio da utilização do
biogás.

A tecnologia de digestão anaeróbica vem sendo explorada em várias configurações, o


que demonstra capacidade de tratar diferentes efluentes constituídos principalmente de
matéria orgânica de origem agroindustrial e agropecuária. Além disso, permitem a
reciclagem dos nutrientes a fim de reutilizá-los como biofertilizantes.

A expressiva produção agropecuária e agroindustrial do território Oeste Paranaense,


forma um volume de oferta de biomassa dos abatedouros e frigoríficos de suínos, frangos,
bovinos; da indústria de transformação da mandioca e das propriedades rurais de
produção animal (suinocultura, avicultura e bovinocultura de leite) de extrema relevância
para a produção de biogás, e, por conseguinte, no fornecimento de energia para contribuir
com o desenvolvimento sustentável.

2.1. EXTRAPOLAÇÃO DOS DADOS DE DENSIDADE POPULACIONAL 53


Página

Para definir a densidade populacional para a região, relacionou-se as estruturas


identificadas com os dados de produção animal contidos no banco de dados do CIH, com
o intuito de associar a produção animal à área dos barracões identificados. Para as
granjas de aves de corte, a média obtida foi de 10,98 cabeças/m², superior ao mínimo
encontrado em literatura (10 cabeças/m²), por essa razão, adotou-se o valor de 10
cabeças/m².
Para os suínos, o valor de 0,7 cabeças/m² foi mantido, uma vez que o valor é inferior ao
citado em literatura (1 cabeça/m²).

A partir da concentração de animais por metro quadrado, calculou-se a estimativa do total


de cabeças e, utilizando os fatores de conversão do CIBiogás (2018), foi possível estimar
a produção de dejetos e de biogás gerados por granja de suínos e aves.

No levantamento das granjas, via gestão territorial, encontrou-se 11.985 telhados


destinados à produção de proteína animal no Território Oeste do Paraná, sendo 5.170
utilizados para suinocultura e 6.815 para avicultura.

LEVANTAMENTO VIA GESTÃO TERRITORIAL


Granja Telhados

Suinocultura 5.170

Avicultura 6.815

TOTAL 11.985

Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática (CIH).

No quadro à seguir, apresenta-se os parâmetros utilizados para estimar o potencial de


produção de dejeto e biogás na suinocultura e avicultura.

PARÂMETROS DA PRODUÇÃO DE BIOGÁS NA SUINOCULTURA E AVICULTURA

Classe Tipo
Dejetos
(m³/cabeça/dia)
Biogás
(m³/cabeça/dia)
54
Página

Terminação 0,0070 0,213

Matriz 0,0270 0,107

Suinocultura Leitão creche 0,0014 0,053

Leitão maternidade 0,0014 0,019

Reprodutor 0,0070 0,107

Continua...
...Continuação
Dejetos Biogás
Classe Tipo
(m³/cabeça/dia) (m³/cabeça/dia)

Corte 0,0001 0,002


Avicultura
Poedeiras 0,0001 0,010

Fonte: CIBiogás.

Inerente à estimativa do potencial de produção de biomassa na bovinocultura leiteira foi


utilizado como referência o estudo de Bieger (2010), realizado com produtores de leite do
município de Toledo de acordo com o Quadro abaixo.

PARTICIPAÇÃO DO REBANHO NO SISTEMA DE PRODUÇÃO


Participação do rebanho
Sistema de criação
(%)

Pastagem 85,33

Semiconfinamento 11,55

Confinamento 3,12

Fonte: Elaborado a partir do estudo de Bierger, 2010.

No quadro à seguir, apresenta-se os parâmetros utilizados para estimar o potencial de


produção de dejeto e biogás na bovinocultura leiteira.

PARÂMETROS DA PRODUÇÃO DE BIOGÁS NA BOVINOCULTURA LEITEIRA


Dejetos Biogás
Classe Tipo
(m³/cabeça/dia) (m³/cabeça/dia) 55
Página

Vaca 0,00267 0,037

Bezerro 0,00158 0,018

Bovinocultura Novilha 0,00158 0,018

Touro 0,00267 0,029

Bovino de Corte 0,00183 0,029

Fonte: CIBiogás.
2.2. CONVERSÃO DE BIOGÁS EM ENERGIA ELÉTRICA

Os parâmetros utilizados para estimar o potencial de produção de energia elétrica, com


base nos efluentes agropecuários da avicultura e suinocultura, são apresentados no
Quadro abaixo, que dispõe parâmetros da produção de energia elétrica levando em
consideração a energia a ser utilizada em projetos de geração distribuída com 80% da
capacidade nominal, poder calorífico do biogás de 5.100 kcal/m³ e energia contida em 1
m³ de biogás de 5,93 kW.

PARÂMETROS DA PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA


Escala de Produção de Fator de conversão Rendimento
biogás (m³/dia) (kWh/m³) (%)

0 – 300 1,24 20,91

301 – 1000 1,40 23,60

1001 – 1500 1,44 24,33

1501 – 3000 1,77 29,99

3001 – 7000 2,01 34,00

7001 2,25 37,93

Fonte: SGANZERLA (1983).


56
Página

2.3. POTENCIAL DOS ABATEDOUROS E FRIGORÍFICOS

O abate de frangos de corte, suínos, bovinos de corte e pescados no território Oeste do


Paraná é apresentado no Quadro abaixo.
PRODUÇÃO DE BIOMASSA NOS ABATEDOUROS
Cabeça/ano¹ Efluente Biogás Energia Relação
Abate
Tonelada/ano² (m³.ano) (m³.ano) Elétrica (MWh/ano) OP/PR

Frango 575.915.754¹ 18.717.262 11.374.336 16.265 29%

Suínos 6.142.516¹ 9.023.356 6.004.002 8.585 68%

Bovinos 161.035¹ 942.055 621.756 889 13%

Pescado 47.632² 333.430 174.813 249 52%

Fonte: Elaborado pela equipe técnica do estudo com base nos dados do IBGE, 2015 e 2016.

No total, o território Oeste do Paraná possui o potencial de produção de biogás no abate


de frango, suíno, bovino e pescado de aproximadamente 18 milhões de metros cúbicos
de biogás e potencial de produção de energia elétrica de 25 mil MWh ao ano.

Na cadeia de abate do frango, o município com maior número de abates é Toledo,


superando 50 milhões de cabeças abatidas no ano de 2016 e potencial de produção de
aproximadamente 1 milhão de metros cúbicos de biogás. Na sequência, aparecem os
municípios Palotina, Assis Chateaubriand, Cafelândia e Cascavel, respectivamente com o
potencial de produção de 780.755, 747.699, 659.811 e 617.152 metros cúbicos de biogás
ao ano.

A média do potencial de produção de biogás por meio do tratamento dos resíduos do


abate de frangos destes municípios é de 210.636 metros cúbicos ao ano. No total, estes
municípios possuem a capacidade de produção de efluente de aproximadamente 18
milhões de metros cúbicos e o potencial de produção de biogás supera os 11 milhões de
metros cúbicos ao ano.
57
Página
O município com maior potencial de produção de energia elétrica é Toledo, com potencial
de produção de 1.430 MWh/ano. Na sequência, aparecem os municípios Palotina, Assis
Chateaubriand, Cafelândia e Cascavel.

A média do potencial de produção de energia elétrica por meio da conversão do potencial


de biogás em energia elétrica no abate de frango nos municípios é de 301 MWh/ano. No
total, os municípios possuem a capacidade de produção de energia elétrica de
aproximadamente 16 mil MWh/ano.
No abate do suíno, o território Oeste do Paraná representa 68% do total de abates no
estado. O município com maior número de abates é Toledo, com 1.646.563 cabeças por
ano e potencial de produção de biogás de 1.609.433 metros cúbicos ao ano. Na
sequência, aparecem Marechal Cândido Rondon, Nova Santa Rosa, Santa Helena e
Entre Rios do Oeste, respectivamente, com o potencial de produção de biogás de
475.041, 433.368, 336.572, 253.242 metros cúbicos ao ano.

A média do potencial de produção de biogás através do tratamento dos resíduos do abate


de suíno nos municípios é de 111.185 metros cúbicos ao ano. No total, os municípios
possuem a capacidade de produção de efluente de aproximadamente 9 milhões de
metros cúbicos por ano e o potencial de produção de biogás supera os 6 milhões de
metros cúbicos ao ano.

A média do potencial de produção de energia elétrica na utilização do biogás do abate de


suíno nos municípios é de 159 MWh ao ano. No total, os municípios possuem a
capacidade de geração de energia elétrica de aproximadamente 8.500 MWh/ano.

No abate do bovino de corte, o território Oeste do Paraná apresenta pouca


representatividade em comparação ao restante do estado, com aproximadamente 13%
dos abates realizados. O município com maior número de abates é Guaraniaçu com
15.590 cabeças abatidas ao ano e potencial de produção de biogás de 60.193 m3/ano. Na
sequência, aparecem os municípios Cascavel, Nova Laranjeiras, Três Barras do Paraná e
Matelândia, respectivamente com o potencial de produção de biogás de 40.255, 38.031,
30.178 e 26.564 metros cúbicos ao ano.
58
Página
A média do potencial de produção de biogás por meio do tratamento dos resíduos do
abate de bovinos nos municípios é de 11.514 metros cúbicos ao ano. No total, os
municípios possuem a capacidade de produção de efluente de aproximadamente 900 mil
metros cúbicos ao ano e o potencial de produção de biogás supera os 600 mil metros
cúbicos ao ano.

No abate do pescado, o município com maior produção de tilápias é Nova Aurora, com
9.067 toneladas por ano e potencial de produção de biogás de 33.279 metros cúbicos ao
ano. Na sequência, os municípios Assis Chateaubriand, Toledo, Maripá e Palotina tem o
potencial de produção de biogás de 25.690, 21.286, 17.066, 11.744 metros cúbicos de
biogás ao ano, respectivamente.

A média do potencial de produção de biogás através do tratamento dos resíduos do abate


do pescado nos municípios é de 3.237 metros cúbicos ao ano. No total, os municípios
possuem a capacidade de produção de efluente de aproximadamente 300 mil metros
cúbicos ao ano e o potencial de produção de biogás supera os 174 mil metros cúbicos ao
ano.

O município com maior potencial de produção de energia elétrica é Nova Aurora, com
potencial de 48 MWh/ano, seguidos por Assis Chateaubriand, Toledo, Maripá e Palotina.

A média do potencial de produção de energia elétrica do abate do pescado é de 4,63


MWh/ano. No total, os municípios da região possuem a capacidade de produção de
energia elétrica de aproximadamente 249 MWh/ano.

De acordo com o quadro abaixo, a avicultura possui a maior representatividade no


potencial de produção de biogás dos abatedouros e frigoríficos do território Oeste do
Paraná; é responsável por 61% do potencial. Na sequência, aparecem o abate de suíno
com 32%, de bovino com 4% e pescado com 3%.

3% 4%
REPRESENTATIVIDADE NA
PRODUÇÃO DE BIOGÁS
32% ENTRE OS ABATEDOUROS

Pescado
59
Página
Bovino
Frango
Suíno

61%
Fonte: Elaboração própria.
A média do potencial de produção de biogás com o tratamento dos resíduos dos
abatedouros e frigoríficos nos municípios da região é de 333.335 metros cúbicos ao ano.

Toledo é o município com maior potencial de produção de energia elétrica, com 3.981
MWh/ano. Na sequência, aparecem Marechal Cândido Rondon, Palotina, Santa Helena e
Assis Chateaubriand.

O território Oeste do Paraná possui o potencial de produção de biogás de


aproximadamente 18.174.907 metros cúbicos ao ano, considerando o potencial dos
abatedouros e frigoríficos de pescados, bovinos de corte, frango e suínos, já o potencial
de produção de energia elétrica é de aproximadamente 29.631 MWh/ano.

2.4. POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ENERGIA EM FECULARIAS

O efluente das fecularias, também chamado de manipueira, é caracterizado pela alta


carga orgânica e, se não tratado e disposto de forma correta, pode ser danoso ao meio
ambiente.

Para realizar o estudo do potencial de produção de biogás na indústria de transformação


da mandioca, foi utilizado informações da produção de mandioca destinada à indústria e,
considerou-se que toda a mandioca produzida é processada no próprio município.

O município de Marechal Cândido Rondon apresenta o maior potencial de produção de


biogás proveniente do processo de transformação da mandioca, 1.968.000 metros 60
Página
cúbicos ao ano, o que representa em energia elétrica um potencial de cerca de 2.814
MWh/ano, seguido por Terra Roxa, Assis Chateaubriand, Jesuítas e Anahy.

A média do potencial de produção de energia elétrica com resíduos da transformação da


mandioca nos municípios do Oeste do Paraná é de 335 MWh/ano. No total, o território
possui a capacidade de produção de energia elétrica de 18.104 MWh/ano.
2.5. POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ENERGIA NA AGROINDÚSTRIA

A indústria é caracterizado pelo elevado consumo de água e energia elétrica em seus


processos de transformação e pela elevada quantidade de resíduos orgânicos. No
entanto, parte da energia utilizada pode ser recuperada utilizando o biogás produzido a
partir de sistema de tratamento de efluente eficiente.

A agroindústria no território Oeste do Paraná, possui potencial representativo de


produção de efluente em seu processo produtivo, alcançando produção superior a 12
milhões de metros cúbicos de efluente ao ano, que, somado ao potencial das fecularias,
totaliza aproximadamente 30 milhões de metros cúbicos de biogás ao ano.

POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NA AGROINDÚSTRIA

Fecularias

Abatedouros e Frigoríficos

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000


61
Página

MWh/ano

Fonte: Elaboração própria.

O potencial de biogás da agroindústria do território, transformado em energia elétrica


representa 44.094 MWh/ano.
2.6. POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ENERGIA DA BOVINOCULTURA LEITEIRA

O município com maior representatividade da bovinocultura leiteira no território Oeste


do Paraná é Cascavel, com 31.801 animais e potencial de produção de biogás de
1.216.161 metros cúbicos ao ano seguidos por Marechal Cândido Rondon, Toledo,
Catanduvas e Três Barras do Paraná, com o potencial de produção de biogás de 899.358,
742.485, 577.467, 539.224 metros cúbicos ao ano, respectivamente.

A média do potencial de produção de biogás por meio do aproveitamento energético dos


resíduos da bovinocultura leiteira nos municípios é de 241.965 metros cúbicos ao ano.

No total, os municípios do território possuem a capacidade de produção de efluente da


bovinocultura leiteira de aproximadamente 13 milhões de metros cúbicos ao ano.

A média do potencial de produção de energia elétrica através do aproveitamento


energético do biogás na bovinocultura leiteira nos municípios é de 13.192 m3. No total,
os municípios da região possuem a capacidade de produção de energia elétrica através
da bovinocultura leiteira de aproximadamente 18.684 MWh/ano.

2.7. POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ENERGIA DA SUINOCULTURA E AVICULTURA

62
Página
Para estimar o potencial de produção de biogás na avicultura e suinocultura foi
realizado o levantamento pontual das granjas de suínos e aviários do território Oeste do
Paraná. Esse levantamento foi realizado pelo Centro Internacional de Hidroinformática
(CIH) utilizando técnicas de interpretação visual de imagens provenientes de satélites, a
fotointerpretação.

Na avicultura, o município com maior representatividade no território é Toledo, com


capacidade instalada de aproximadamente 12 milhões de animais e potencial de
produção de biogás superior a 9 milhões de metros cúbicos ao ano, que representa
potencial de produção de energia elétrica superior a 11 mil MWh/ano. O município de
Toledo é seguido por Cascavel, Palotina, Cafelândia e Santa Helena, com o potencial de
produção de biogás de 8,1, 5,2, 4,7 e 4,6 milhões de metros cúbicos ao ano,
respectivamente.

A média do potencial de produção de biogás por meio do aproveitamento energético dos


resíduos da avicultura nos municípios é superior a um milhão de metros cúbicos ao ano.
No total, os municípios possuem a capacidade de produção de efluente na avicultura de
aproximadamente 4 milhões de metros cúbicos ao ano e o potencial de produção de
biogás próximo a 89 milhões de metros cúbicos ao ano.

A média do potencial de produção de energia elétrica por meio do aproveitamento


energético dos resíduos da avicultura nos municípios é superior a 2 mil MWh/ano. No
total, os municípios possuem a capacidade de produção de energia elétrica de 110.288
MWh/ano.

Na suinocultura, o município com maior representatividade no território Oeste do Paraná,


também é Toledo, com capacidade instalada de aproximadamente 900 mil animais e
potencial de produção de biogás superior a 70 milhões de metros cúbicos ao ano, que
representa potencial de produção de energia elétrica superior a 88 mil MWh/ano. Na
63
Página

sequência estão Marechal Cândido Rondon, Nova Santa Rosa, Santa Helena e Entre
Rios do Oeste, com o potencial de produção de biogás de 26,7, 17,4, 14,6 e 10,9 milhões
de metros cúbicos ao ano, respectivamente.

A média do potencial de produção de biogás através do aproveitamento energético dos


resíduos da suinocultura nos municípios é superior a 5 milhões de metros cúbicos ao
ano, representando potencial de produção de energia elétrica superior a 6 mil MWh/ano.
No total, os municípios possuem a capacidade de produção de efluente na suinocultura
de aproximadamente 9 milhões de metros cúbicos e o potencial de produção de biogás
próximo a 273 milhões de metros cúbicos ao ano. No total, os municípios possuem a
capacidade de produção de energia elétrica de aproximadamente 345 mil MWh/ano.

2.8. POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ENERGIA NA AGROPECUÁRIO

Dentre as fontes de origem animal, a suinocultura possui maior representatividade no


potencial de produção de biogás no território Oeste do Paraná, é responsável por 73% do
potencial, seguida pela avicultura com 24% e a bovinocultura leiteira com 3%.

POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE
3%
BIOGÁS NA PECUÁRIA

24 %

Bovinocultura
leiteira
Avicultura

Suinocultura

73 % 64
Página

Fonte: Elaboração própria.

Considerando todo o aproveitamento energético da suinocultura, avicultura e


bovinocultura leiteira, Toledo é o município com maior potencial de produção de biogás,
superior a 80 milhões de metros cúbicos ao ano equivalente ao potencial de produção de
energia elétrica de 100 mil MWh/ano, seguido por Marechal Cândido Rondon, Santa
Helena, Nova Santa Rosa e Cascavel com potencial de produção de biogás em torno de
30, 19, 19 e 18 milhões metros cúbicos ao ano, respectivamente.

A média do potencial de produção de biogás com o tratamento dos resíduos da criação


animal nos municípios do território é próximo a 7 milhões de metros cúbicos ao ano,
equivalente ao potencial de produção de energia elétrica por meio do aproveitamento
energético dos resíduos da criação de animal de 8 mil MWh/ano.

O território Oeste do
POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Paraná apresenta po-
400.000
tencial de produção de
350.000 biogás na agropecuá-
ria de 375.862.176
300.000
m3/ano. Deste total, a
250.000 avicultura é responsá-

200.000
vel por cerca de
89.942.583 m3/ano (e-
150.000
quivalente a 110 mil
100.000 MWh/ano), a suinocul-
tura 273.862.176 mi-
50.000
lhões m3/ano (equiva-
- lente a 345 mil
65
Página
Bovinocultura leiteira Avicultura Suinocultura
MWh/ano) e a bovino-
Fonte: Elaboração própria. cultura 13 milhões
m3/ano (18 mil MWh/
ano), o que possibilita estimar a produção de energia elétrica, o território Oeste do
Paraná possui o potencial de produção na pecuária de aproximadamente 473 MWh/ano.
Em síntese, o território Oeste do Paraná possui expressiva produção de biomassa, tanto
na produção agroindustrial (9%), quanto na agropecuária (91%), com destaque ao
município de Toledo, que apresenta maior potencial de produção de energia elétrica,
superior a 104 mil MWh/ano, seguido por Marechal Cândido Rondon, Santa Helena,
Cascavel e Nova Santa Rosa. No total, a região apresenta potencial de gerar mais de
518 mil MWh/ano.

9% REPRESENTAÇÃO DO
POTENCIAL DA BIOMASSA

Agropecuário
Agroindústria

91%
Fonte: Elaboração própria.

66
Página
3. POTENCIAL FOTOVOLTAICO

O território Oeste do Paraná possui alto potencial de geração fotovoltaica com pouca
variação no potencial de geração, em torno de 4.660 a 5.210 kWh/m², em decorrência da
irradiação solar no plano inclinado na latitude. Esta pouca variação no potencial da
geração está relacionada com a área de estudo ser pequena e possuir clima idêntico.

Na abordagem do potencial fotovoltaico, serão considerados o potencial inerentes aos


prédios públicos, das indústrias e propriedades rurais.

3.1. POTENCIAL DOS PRÉDIOS PÚBLICOS

No levantamento do potencial de geração fotovoltaica dos prédios públicos, foram


considerados somente as áreas de telhados das prefeituras municipais dos 54 municípios
do território.

A área possui potencial para instalação de 3,85 MW e potencial de geração de energia


elétrica superior a 5 mil MWh/ano.

POTENCIAL
FOTOVOLTAICO
DAS PREFEITURAS

Oeste do Paraná
67
Página

0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000


Fonte: CIH.
MWh/ano
Os municípios de Cascavel e Foz do Iguaçu possuem os maiores potenciais de geração
fotovoltaica nos prédios públicos com capacidade superior a 900 kWh/dia.

3.2. POTENCIAL DAS INDÚSTRIAS

A estimativa do potencial fotovoltaico foi realizada utilizando a localização das indústrias e


suas respectivas áreas de telhados que contemplam o banco de dados do CIH,
totalizando 90 indústrias na região.

A região possui potencial para potência instalada de 67,63 MW e produção de energia


elétrica superior a 105 mil MWh/ano.

POTENCIAL FOTOVOLTAICO DA INDÚSTRIA

Indústria

- 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000


MWh/ano
Fonte: CIH. 68
Página

O município de Cascavel possui o maior potencial de geração fotovoltaica na indústria,


com capacidade de produção de energia elétrica superior a 40.000 kWh/dia. Os
municípios de Marechal Cândido Rondon, Toledo e Palotina apresentam potencial de
produção de energia entre 20.000 e 40.000 kWh/dia.
3.3. POTENCIAL DAS PROPRIEDADES RURAIS

O levantamento do potencial de produção fotovoltaico nas propriedades rurais considerou


somente as granjas de suínos e aves. A suinocultura possui potencial para instalar 177
MW e para gerar 273.000 MWh/ano de energia elétrica. A avicultura possui o potencial
para instalar 420 MW e para gerar mais de 650.000 MWh/ano de energia elétrica,
totalizando a potência instalada de 597 MW e potencial de geração de energia elétrica de
923.000 MWh/ano.

POTENCIAL FOTOVOLTAICO NAS PROPRIEDADES RURAIS

Avicultura

Suinocultura

-100.000,00 100.000,00 300.000,00 500.000,00 700.000,00


Fonte: Elaboração própria.

69
O potencial fotovoltaico dos municípios do Oeste do Paraná, considerando avicultura,
Página

suinocultura, prédios públicos e indústrias, apresenta potencial de capacidade instalada


de 670 MW equivalente a geração fotovoltaica de 1.000.000 MWh/ano.

O município de Toledo possui o maior potencial do território, com capacidade instalada


de 96 MW, seguido pelo município de Cascavel, com capacidade instalada de 56 MW,
Marechal Cândido Rondon com 38 MW e Palotina 35 MW.
4. POTENCIAL DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

O território Oeste do Paraná demonstra grande potencial para energias renováveis,


conforme abordagem anterior.

No conjunto das fontes de energias renováveis, a parcela referente ao potencial da


energia fotovoltaica representa 33% do potencial da região, o maior potencial renovável
do território Oeste do Paraná, a hidroenergia apresenta 50% do potencial da região e o
biogás representa 17% do potencial total de produção das energias renováveis
apresentadas pelo estudo.

REPRESENTAÇÃO DO POTENCIAL DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS

33%

Fotovoltaica
50%
Biogás
Hidroenergia
70
Página

17%
Fonte: Elaboração própria.

O potencial de geração de energia elétrica de energias renováveis no território Oeste do


Paraná, corresponde aproximadamente à 3.083.977,70 MWh/ano, fracionado entre
energia hidrelétrica com potencial de geração de 1.530.148 MWh/ano, a energia
fotovoltaica de 1.035.361 MWh/ano e o biogás de 518.468 MWh/ano.

O município de Cascavel, apresenta o maior potencial de energias renováveis do


Território Oeste do Paraná, com potencial hidroenergético de 286.408 MWh/ano,
energia fotovoltaica de 98.908 MWh/ano e biogás de 25.656 MWh/ano.

O município de Toledo é destaque na capacidade de produção na energia fotovoltaica,


com potencial de geração de 174.028 MWh/ano, seguido pelo biogás com potencial de
104.476 MWh/ano e energia hidrelétrica é 25.907 MWh/ano.

Nova Laranjeiras é o terceiro município com maior potencial de produção elétrica


utilizando fontes de energias renováveis, caracterizado principalmente pela energia
hidrelétrica, que representa 97% do seu potencial, com capacidade de gerar 249.112
MWh/ano, o biogás apresenta o potencial de 2.057 MWh/ano e a energia fotovoltaica
de 2.758 MWh/ano.

71
Página
Página
72
VISÃO GERAL

Considerando as abordagens anteriores, este capítulo terá como tema central a


formulação de cenários realistas contendo as futuras demandas de energia dos
municípios estudados e a evidencia das alternativas de expansão da oferta de energia no
território.

As projeções descritas a diante são referentes ao consumo de energia elétrica


diferenciadas por classe consumidora e servirão de subsídios para a elaboração do Plano
Desenvolvimento Energético para o território Oeste do Paraná no Horizonte de 2016 a
2026.

O presente capítulo, está dividido em seis temas:

1. Projeção populacional do território Oeste do Paraná;

2. Projeção de consumo de energia elétrica por atividade;

3. Projeção do crescimento da demanda de energia dos principais consumidores


agroindústrias e indústrias;

4. Conclusão sobre a projeção consumo de energia elétrica;


73
5. Projeção de crescimento da oferta de energia por fonte; e
Página

6. Conclusão sobre a projeção da oferta de energia elétrica.


1. PROJEÇÃO POPULACIONAL

A projeção da população para os 54 municípios do território no horizonte de planejamento


(2016-2026) foi pautada na base de dados do IPARDES inerente ao Paraná Projeção
Populacional 2017-2040. Estima-se que a população dos municípios que compõem o
território Oeste do Paraná, aumente de 1,37 milhões de habitantes no ano de 2016 para
1,42 milhões no ano 2026. No entanto, o aumento populacional não se apresentas em
todos os municípios, contabiliza-se que metade dos municípios apresenta aumento no
número de habitantes, enquanto a outra metade apresenta redução, decorrente da
diminuição da taxa anual medida de crescimento, relacionada, segundo o IBGE com
fecundidade, mortalidade e de migração nesta parte do país.

O aumento do número de habitantes do território Oeste do Paraná como um todo, atribui-


se principalmente ao incremento populacional dos municípios de Cascavel e Toledo que,
além de ter uma população numericamente superior ao restante dos municípios, tem uma
taxa de aumento populacional maior.

74
Página
2. PROJEÇÃO DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA POR ATIVIDADE

Para a elaboração das projeções, foram consideradas como base as diferenciações por
tipos de consumidores - Resolução Normativa nº 414/2010 da ANEEL -, que estratifica as
seguintes classes: residencial, comercial, industrial (cativo e livre), rural (inseridas as
agroindústrias e frigoríficos) e outras classes.

Pelas projeções, é possível identificar a demanda total do território e por município sob a
ótica de três cenários:

 Conservador: São consideradas situações menos favoráveis ao desenvolvimento;

 Provável: São consideradas as tendências no ano de 2016; e

 Próspero: São consideradas situações favoráveis para o desenvolvimento.

2.1. PROJEÇÃO DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA: RESIDENCIAL

O consumo energético do consumidor residencial, tem estreita relação com o número de


habitantes e com o nível socioeconômico do mesmo. No cenário conservador, o
aumento da população mantem-se estável durante a década em estudo e o consumo de
energia elétrica é diretamente proporcional ao número de habitantes de cada município e,
portanto, do território. Este cenário poderia acontecer no caso da continuação e
aprofundamento da crise econômica e de um estancamento econômico do território. 75
No cenário provável, o consumo está relacionado à população e ao aumento do nível
econômico das pessoas. Este cenário seria o mais plausível devido ao desenvolvimento
Página

do Oeste do Paraná, impulsionado pelas indústrias e agroindústrias, o aumento das


exportações e do consumo interno.

O cenário próspero, foi pautado nas mesmas premissas do cenário provável,


considerando no entanto uma melhoria no nível socioeconômico da população.
Partindo do consumo de 934.588 MWh em 2016, a projeção da classe de consumo
residencial eleva o consumo para 968.137 MWh (3,46%), 1.069.024 MWh (12,57%) e
1.122.934 MWh (16,77%) nos cenários “conservador”, “provável” e “próspero”,
respectivamente, sem considerar uma possível diminuição da taxa de aumento na
segundo metade da década, atribuída à eficiência dos novos equipamentos lançados no
mercado.

PROJEÇÃO CONSUMO RESIDENCIAL


1.170.000

1.120.000
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (MWH)

1.070.000

1.020.000

970.000

920.000
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
ANO

Cenário Conservador Cenário Provável Cenário Próspero


76
Fonte: Elaboração própria.
Página

Considerando o consumo atual e projetado por município, Foz do Iguaçu, Cascavel,


Toledo, Marechal Candido Rondon e Medianeira são os maiores consumidores.
2.2. PROJEÇÃO DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA: COMERCIAL

Para o cenário conservador manteve-se a mesma tendência atual de consumo


comercial proporcional ao número de habitantes (cenário sem variação do PIB). No
provável adotou-se a premissa da retomada dos investimentos, a melhora no ambiente
institucional e político, bem como, a recuperação de confiança; este cenário pensado
como mais possível de acontecer é determinado pelos grandes investimentos
agroindustriais e o consequente aumento no PIB regional. Finalmente, no cenário
próspero, considerou-se um aumento ainda em relação às demais premissas.

Partindo do consumo de energia elétrica comercial do território no ano 2016 de 849.637


MWh, projetou-se para 2026 o consumo nos cenário conservador, provável e próspero
de 894.079 MWh (4,97%), 958.313 MWh (11,34%) e 1.006.707 MWh (15,60)%
respectivamente.

PROJEÇÃO CONSUMO COMERCIAL


1.020.000

1.000.000
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (MWH)

980.000

960.000

940.000

920.000

900.000 77
880.000

860.000
Página

840.000
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
ANO

Cenário Conservador Cenário Provável Cenário Próspero

Fonte: Elaboração própria.


No consumo comercial atual por município, Foz do Iguaçu, Cascavel, Cafelândia,
Toledo, Marechal Candido Rondon são os maiores consumidores. Com os dados
projetados para 2026, Cascavel apresenta consumo maior que Foz do Iguaçu, mantendo-
se os demais municípios nas mesmas proporções.

2.3. PROJEÇÃO DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA: INDUSTRIAL

O setor industrial divide-se em Cativo e Livre, no entanto, nesta abordagem serão


apresentadas sem discriminação do tipo de compra.

Segundo EPE (2016), o setor industrial, tem alto nível de ociosidade, assim o
crescimento do consumo depende do reaproveitamento dessa capacidade ociosa.

Foram projetadas para o setor, considerando suas principais atividades, o crescimento


de 1%, 1,9% e 2,8% para os cenários conservador, provável e próspero,
respectivamente de acordo com gráfico abaixo.

PROJEÇÃO CONSUMO INDUSTRIAL


1.700.000
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (MWH)

1.600.000

1.500.000

1.400.000

1.300.000
78
1.200.000
Página

1.100.000
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
ANO

Cenário Conservador Cenário Provável Cenário Próspero

Fonte: Elaboração própria.


Quanto ao consumo de energia elétrica, o segmento industrial no ano 2016 registrou
uma demanda de 1.199.325 MWh com projeção para 2026 de 1.330.057 MWh (9,83%),
1.453.393 MWh (17,48%) e 1.594.662 MWh (24,79%), para os cenários conservador,
provável e próspero, respectivamente.

No consumo industrial atual e projetado por município, Toledo, Cascavel, Palotina,


Medianeira, Marechal Candido Rondon e Matelândia são os maiores consumidores.

2.4. PROJEÇÃO DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA: RURAL

O Programa Oeste em Desenvolvimento conta com 55.469 produtores, dentre os quais


foram pesquisados 141, com erro amostral de 8,24%.

Constatou-se uma expectativa de crescimento nas atividades dos produtores.

Com relação à expectativa de crescimento dos produtores, constatou-se que a maior


parte (39%) pretende incrementar entre 5% e 10% sua atividade, 14% não tem
perspectivas de crescimento e o restante tem expectativa de crescimento inferior à 5%.

EXPECTATIVA DE CRESCIMENTOS DOS PRODUTORES DO


TERRITÓRIO

Até 1%
12% 7%
15% Entre 1% e 3%
15%
Entre 3% e 5%
79
18%
Entre 5% e 10 %
Página

Não há expectativa de
33%
crescimento
outros

Fonte: Elaboração própria.


Com o propósito de observar a perspectiva de incremento, foram consideradas duas
opções: incremento constante (53%) ou em forma de degrau (47%). Constata-se a
existência da tendência de aumento em forma degrau, com pretensão de aumento da
produção em intervalo de dois anos por parte de 56% dos respondentes.

Abordados sobre empecilhos para o crescimento da produção regional, os produtores


apontaram dois problemas centrais: limitações de financiamento (29%) e as falhas de
fornecimento de energia elétrica por parte da concessionária.

Quanto a autoprodução de energia, constatou-se que apenas 22% dos produtores já


inseriram em suas propriedades.

No entanto, observa-se a predisposição de 95% dos respondentes em investir em


autoprodução em futuro próximo, e destes, 58% tem intenções de investir em geração
solar-fotovoltaica, 28% em geração a biogás.

PRETENSÃO DE INVESTIMENTO
EM GERAÇÃO DE ENERGIA

2% Diesel
5% 7%

Biogás

28%
Solar Fotovoltáica
80

Outras Fontes
Página

58%

Não prentende investir na


geração de energia elétrica
nos próximos 10 anos
Fonte: Elaboração própria.
Considerando as premissas setoriais, as informações sobre os investimentos das
grandes empresas que se enquadram na divisão rural, principalmente agroindústrias e
frigoríficos, e os coeficientes de consumo por atividade10 , foi realizada a projeção do
cenário energético para o território Oeste Paranaense sob o prisma conservador,
próspero e provável.

O cenário conservador, foi pautado na persistência dos problemas que afetam os


produtores, dentre eles a continuação da crise econômica, as dificuldades na exportação,
no consumo interno e a implantação de projetos com pequena capacidade produtiva. O
cenário provável, por sua vez, fundamentou-se na solução parcial dos impedimentos de
crescimento, melhoria dos indicadores da crise econômica, além do início da operação
das agroindústrias com os níveis de produtividade esperados. Por fim, no cenário
próspero espera-se a solução dos problemas para o aumento da produção,
principalmente com relação a produtividade das agroindústrias e a retomada do
crescimento econômico, além dos vultosos investimentos que as agroindústrias estão
realizando no território, e que levará à um forte aumento do consumo de energia elétrica
na classe rural. A perspectiva é de que haja a instalação de mais de 20 novas
agroindústrias de grande porte nos 54 municípios do território até 2026, com destaque à
suinocultura e avicultura.

Neste contexto, a projeção do consumo rural no território, sinaliza um forte aumento no


consumo, alcançando em 2026 a marca de 3.090.029 MWh (81,13%) , 3.353.149 MWh
(82,62%) ou 3.773.974 MWh (82,62%) para os cenários conservador, provável e
próspero, respectivamente. Estes números representam um aumento de 81,13%; 82,62%
ou 84,56% com relação ao ano de 2016 em cada cenário. No gráfico a seguir é possível
observar que as curvas não exibem um aumento constante ano a ano, ou seja, que tem
degraus de aumento. Este fato é motivado principalmente pela entrada em operação das
81
plantas agroindustriais e o aumento da produção a ser fomentada pela a maioria dos
Página

produtores.

10
Suinocultura =6.23 kWh/animal abatido; bovinocultura de corte = 60 kWh/animal abatido; bovinocultura
leiteira = 0,05253 kWh/l; tilápias = 0,094 kWh/kg e avicultura =climatização negativa: 0,19 kWh/ave,
climatização positiva = 0,106 kWh/ave e climatização convencional = 0,0931 kWh/ave (Embrapa, 2015;
UNEP; DEPA; COWI, 2000 e Conab, 2015).
PROJEÇÃO CONSUMO RURAL DE ENERGIA

São Miguel do Iguaçu

Maripá

Cafelândia

Média (54 Municípios)

Medianeira

Matelândia

Marechal Cândido…
Ano 2026 Próspero
Município

Santa Tereza do Oeste


Ano 2026 Provável
Lindoeste Ano 2026 Conservador
Nova Aurora Ano 2016

Santa Helena

Palotina

Ubiratã

Toledo

Assis Chateaubriand

Cascavel

0 200.000 400.000 600.000 800.000


Consumo de Energia Elétrica (MWh)

Fonte: Elaboração própria.

No consumo rural atual por município, Toledo, Cascavel, Palotina, Marechal Candido
Rondon e Santa Helena são os maiores consumidores. Com os dados projetados para
2026, a ordem é alterada; Cascavel, Assis Châteaubriant, Toledo, Ubiratã, Palotina
82
,Santa Helena e Nova Aurora, em decorrência da instalação de novas plantas
Página

agroindustriais nestes municípios.

2.5. PROJEÇÃO DE DEMANDA/CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA: OUTRAS CLASSES

A última classe consumidora abrange todos os tipos de consumidores não enquadrados


nas categorias anteriores, podendo destacar: poder público, iluminação pública e serviço
público, para as quais também foram consideradas os três cenários e a diferenciação
destes foram centradas na estreita relação com taxas histórias de crescimento e, em
menor proporção, no crescimento do território.

Para o cenário conservador foram observadas as linhas de tendência históricas em


épocas de crises juntamente com as tendências populacionais. Para o cenário provável
levou-se em consideração as taxas de aumento em anos economicamente regulares
para os órgãos públicos do território. E para o cenário próspero o crescimento em
épocas de expansão da cidade (área urbana).

No ano de 2016 o consumo energético anual foi de 363.283 MWh com projeção para o
ano de 2026 de 378.501 MWh; 407.771 MWh e 444.807 MWh para os três cenários,
respectivamente. Constituindo um aumento de 4,02%, 10,91% e 18,33%.

PProjeção Consumo
ROJEÇÃO CONSUMO Outras
OUTRAS Clases
CLASSES

450.000

440.000

430.000
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (MWH)

420.000

410.000

400.000

390.000

380.000
83
370.000

360.000
Página

2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

ANO
Cenário Conservador Cenário Provável Cenário Próspero

Fonte: Elaboração própria.


2.6. PROJEÇÃO DEMANDA/CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA:
TOTAL DO TERRITÓRIO

Para melhor percepção dos grandes números, serão apresentados, a soma das
demandas, dos cenários e tipos de consumo detalhados anteriormente.

No gráfico abaixo, apresenta-se o consumo no território Oeste do Paraná de 2016 à


2026.

PROJEÇÃO CONSUMO ELÉTRICO REGIONAL


8.500.000

8.000.000

7.500.000
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (MWH/ANO)

7.000.000

6.500.000

6.000.000

5.500.000

5.000.000

4.500.000
84
4.000.000
Página

3.500.000
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
ANO

Cenário Conservador Cenário Provável Cenário Próspero

Fonte: Elaboração própria.


A projeção dos quinze municípios com maior consumo e a média do território
comparando o ano de 2016 com o ano de 2026, onde observa-se a tendência de
aumento do consumo no território para a próxima década. No ano 2016, foi registrado um
consumo de 3.929.702 MWh, para o ano de 2026 projeta-se para 6.660.802 MWh;
7.241.652 MWh ou 7.943.083 MWh nos cenários conservador, provável e próspero,
correspondendo a um aumento de 69%, 84,28% e 102,13% c.om relação ao ano base,
respectivamente.

PROJEÇÃO CONSUMO POR MUNICÍPIO

85
Página

Fonte: Elaboração própria.


3. PROJEÇÃO DO CRESCIMENTO DA DEMANDA DE ENERGIA:
AGROINDÚSTRIA E INDÚSTRIA

Vários municípios destacados no segmento rural também apresentam representatividade


no setor industrial. Por conta da importância destes municípios, a demanda rural e
industrial de cada um deles será detalhado a seguir. Inclui-se também a cidade de
Medianeira, devido a sua importância no segmento Industrial. A ordem de apresentação
é dada pelo consumo elétrico do setor Rural no horizonte final do projeto (ano 2026).

Projeção do crescimento da demanda de energia: agroindústria e indústria


Demanda 2026 - Cenário
Tipo de Demanda
Município Conservador Provável Próspero
Demanda 2016
(MWh) (MWh) (MWh)
Rural 45.248 535.119 576.551 628.427
1. Cascavel
Industrial 208.107 230.792 252.193 276.706
(7)
Rural 20901 410.597 434.775 516.766
2. Assis
(17)
Industrial 10.304 11.427 12.487 276.706

Rural 58.887 300.349 327.491 423.674


3. Toledo
Industrial 311.267 345.197 377.207 413.871

Rural 10.875 281.508 299.126 358.741


4. Ubiratã
Industrial 43.229 47.941 52.387 57.479

Rural 34.510 171.472 185.319 233.991


5 Palotina
Industrial 118.537 131.458 143.648 157.611 86
(5)
Rural 25.905 211.874 221.708 228.574
6 Santa Helena
(12)
Industrial 14.906 16.531 18.064 19.820
Página

(7)
Rural 24.247 154.522 163.794 168.664
7 Nova Aurora
Industrial 7.529 8.350 9.124 10.011
(14)
Rural 12.198 77.447 83.620 91.377
8 Medianeira
(4)
Industrial 88.834 98.517 107.653 118.117

Fonte: Elaboração própria.


Para o segmento industrial, Toledo continuará sendo o maior consumidor regional.
Embora não exista a expectativa de construção de alguma grande indústria, seu
incremento deve-se à retomada da utilização da capacidade instalada das indústrias já
existentes.

Para o setor industrial, Palotina continuará sendo um grande consumidor regional,


embora seu crescimento esteja atrelado apenas ao aumento da produção, pois não há
registros de implantação de novas unidades fabris no município.

O município de Santa Helena encontra-se entre dos cinco maiores consumidores no


segmento rural e décimo segundo no industrial, no ano de 2016. Espera-se um aumento
do consumo elétrico para ambos os setores, no entanto, pelas projeções dos demais
municípios referenciados no estudo, Santa Helena assumirá o posto de sexto maior
consumidor rural do território.

87
Página
4. PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO DA OFERTA DE ENERGIA ELÉTRICA

Segundo a EPE (2016), não há previsão de construção de fontes de energia termoelétrica,


gasodutos tampouco derivados do petróleo.

Neste sentido, a atenção será destinada à fontes hidrelétrica, biogás e solar-fotovoltaica,


sem apontar no entanto, as empresas geradoras.

4.1 CRESCIMENTO DA OFERTA DE ENERGIA: HIDRELÉTRICA

No território, há uma Usina Hidrelétrica em construção, entre os municípios de Capanema


e Capitão Leônidas Marques, com o início das operações prevista entre o final de 2018 e
início de 2019. Como somente o município de Capitão Leônidas Marques faz parte da
área em estudo, será considerada 50% da capacidade geradora desta hidrelétrica,
equivalente a 175,1 MW, podendo gerar no município até 997.019,4 MWh/ano.

O estado do Paraná é o maior gerador de energia hidroelétrica do país, mas é apenas o 7º


gerador se tratando de Pequenas Centrais Hidrelétricas. A geografia favorável do estado,
o potencial hidroenergético e a Resolução Normativa 673/2015 da ANEEL que acelera a
outorga para implantação e exploração de PCH, formam um importante conjunto de
fatores para maximizar a oferta desta fonte energética.

POTENCIAL PCH NO TERRITÓRIO


88
Município Energia (MWh/ano)
Página

 Anahy 13.096,2

 Braganey 12.811,5

 Cascavel 6.263,4

...Continuação
 Corbélia 19.074,9

 Diamante do Sul 177.368,1

 Iguatu 13.096,2

 Marechal Cândido Rondon 10.533,9

 Nova Laranjeiras 249.112,5

 Nova Santa Rosa 10.533,9

Fonte: Elaboração própria.

No entanto, existem somente nove PCH com projeto básico (PB Aceito) e não há PCH
leiloadas na região em estudo.

Com relação à implantação dessas PCH no território, admite-se a possibilidade de todas


estarem em operação até o horizonte de 2026, as principais são as localizadas em Anahy-
Iguatu e Marechal Cândido Rondon-Nova Santa Rosa. Porém pelo quadro de incerteza
quanto ao início das operações destes empreendimentos, formularam-se três cenários no
horizonte de 2026.

No cenário conservador, estima-se que nenhuma PCH será instalada até o início das
operações da Usina Hidrelétrica localizada em Capitão Leônidas Marques em 2019. Para
o cenário provável, considera-se que somente as PCH localizadas em Anahy-Iguatu e
Marechal Cândido Rondon-Nova Santa Rosa, entrem em operação no ano 2023. E para o
cenário próspero, a estimativa é que todas as PCH estejam operando em 2026
89
juntamente com a hidrelétrica de Capitão Leônidas Marques.
Página

Neste contexto, é possível projetar o aumento da oferta de energia hidrelétrica em


997.019 MWh, 1.044.280 MWh e 1.508.910 MWh, no ano de 2026 no cenário
conservador, provável e próspero, respectivamente.
PROJEÇÃO ENERGIA ELÉTRICA: HIDROENERGIA (ANOS 2026)

Próspero

Provável

Conservador

0 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.0001.200.0001.400.0001.600.000


Energia Elétrica (MWh/ano)

Fonte: Elaboração própria.

4.2. CRESCIMENTO DA OFERTA DE ENERGIA: BIOGÁS

Segundo dados da ANEEL, foram contabilizadas apenas dois geradores instalados ao


longo do ano de 2016 na área em estudo. Porém, de acordo com os resultados da
pesquisa realizada com os produtores do território oeste, 28% dos respondentes
manifestaram interesse em investir na geração de energia elétrica a partir do biogás.
90
A região tem potencial de gerar 518.468,34 MWh/ano de energia elétrica a partir do
Página

biogás. A quantidade de biogás gerada em 2016 foi de 364 MWh (ANEEL), que projetada
para 2026, estima-se gerar 25.923 MWh no cenário conservador com poucas novas
conexões por ano; 51.847 MWh no cenário provável duplicando o número de novas
conexões do cenário anterior e 77.000 MWh no cenário próspero com a triplicação de
novas conexões em relação ao primeiro cenário.
Os números projetados, representam de 5% à 15% do potencial da território Oeste do
Paraná. Portanto, observa-se muito potencial inexplorado.

PProjeção EnergiaDE
ROJEÇÃO OFERTA Elétrica:
ENERGIA Biogás
: BIOGÁS
90.000,0

80.000,0
Energia Elétrica (MWh/ano)

70.000,0

60.000,0

50.000,0

40.000,0

30.000,0

20.000,0

10.000,0

-
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Ano
Conservador Provável Próspero

Fonte: Elaboração própria

4.3. CRESCIMENTO DA OFERTA DE ENERGIA: SOLAR-FOTOVOLTAICA


91
Tanto no Brasil quanto no Oeste do Paraná há uma forte tendência de investimentos na
Página

geração distribuída e especialmente em geração solar.

Em 2016 foram contabilizados no território oeste paranaense, 174 geradores solares,


com projeção para o final de 2018 de 371, o que representa um incremento em dois anos
de 113,22% na geração desta fonte energética.
Associado à estes números, os resultados da pesquisa de intenção de investimento em
autoprodução de energia apontam o interesse de 58% dos produtores do território em
investir na geração solar-fotovoltaica, ratificam o grande potencial de oferta de energia
solar-fotovoltaica. Além disso, a região apresenta baixa exploração desta fonte (944
MWh, em 2016) em relação ao potencial estimado (1.035.361,36 MWh/ano), cerca de
0,09%.

Para realizar as projeções dos três cenários, considerou-se também a pesquisa


realizada pela ANEEL em 2017 (Nota Técnica n° 0056/2017-SRD/ANEEL). Nessa são
avaliados aspectos como: tarifas de energia de cada distribuidora, estimativas de custos
dos sistemas fotovoltaicos, número de consumidores e mercados (MWh), projeções de
crescimento dos mercados e normativas técnicas. Com isso, obteve-se para 2026 a
projeção de gerar 159.025 MWh, 228.277 MWh e 326.477 MWh para o cenário
conservador, provável e próspero, respectivamente (Gráfico abaixo). Esses valores
correspondem a 13%, 19% e 27% do potencial local, de acordo com o cenário.

Projeção
PROJEÇÃO Energia Elétrica:
OFERTA DE ENERGIA Solar-Fotovoltaica
: SOLAR-FOTOVOLTAICA
350.000

300.000
Energia Elétrica (MWh/ano)

250.000

200.000

150.000

100.000
92
50.000
Página

0
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Ano

Conservador Provável Próspero


.
Fonte: Elaboração própria
VISÃO GERAL

A abordagem deste capítulo, tem como propósito apresentar uma análise da capacidade
da rede básica atual e identificar o seu comportamento em consonância com as projeções
feitas no capítulo anterior, possibilitando assim a construção de planos de ação para
inserção de fontes renováveis e qualidade de energia elétrica.

Neste sentido, o presente capítulo está dividido em dois temas:

1. Análise da capacidade da infraestrutura elétrica atual; e

2. Análise da capacidade da infraestrutura elétrica considerando a demanda projetada.

94
Página
1. ANÁLISE DA CAPACIDADE DA INFRAESTRUTURA
ELÉTRICA ATUAL

Pautado em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica, da Empresa de Pesquisa


Energética, do Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS -, da Companhia
Paranaense de Energia - COPEL e do Sistema Interligado Nacional - SIN, foram
realizadas as análises iniciais do perfil elétrico do território Oeste do Paraná, que
permitiram a elaboração de estudos inerentes ao fluxo de potência, que refletem distintas
condições operativas, como: cargas pesada, média e leve; carga mínima; sábado dia e
noite e domingo dia e noite.

Para efeito do estudo, foram identificadas LT com níveis de tensão 69kV, 138 kV, 230 kV,
e 525kV respectivamente, considerando: capacidade em condições normais de operação;
capacidade em condições emergenciais e capacidade dos equipamentos conectados à
linha de acordo com quadro abaixo.

CAPACIDADE DE CARREGAMENTO DA LINHA DE TRANSMISSÃO EXISTENTE EM 08/2017


Capacidade de carregamento em (MVA)
Da barra para a barra Equipamentos
Condições Condições de
presentes na
normais emergência
linha
69 kV PINHEI-PR069 UBIRAT-PR069 31 39 39
95
ACHATE-PR138 PALOTI-PR138 111 159 159
Página

ACHATE-PR138 CAFELA-PR138 125 159 159

138 kV CASCAV-PR138 CEUAZU-PR138 159 166 166

CASCAV-PR138 PINHEI-PR138 151 179 179

CASCAV-PR138 PINHEI-PR138 151 179 179


Continua...
...Continuação

Capacidade de carregamento em (MVA)

Da barra para a barra Condições Equipamentos


Condições
de presentes na
normais
emergência linha

CASCAV-PR138 TOLEDO-PR138 120 120 120

CASCAV-PR138 OLIMPI-PR138 125 135 135

CEUAZU-PR138 MEDIAN-PR138 159 166 166

FIGUAC-PR138 VYOLAN-PR138 125 143 143

FIGUAC-PR138 FIGUAN-PR138 193 226 226

FIGUAC-PR138 CFACAR-PR138 111 124 124

GUAIRA-PR138 MCROND-PR138 125 159 159

GUAIRA-PR138 PALOTI-PR138 135 166 166

GUAIRA-PR138 ALTONI-PR138 135 166 166

FCHOPI-PR138 QIGUAC-PR138 135 166 166

FCHOPI-PR138 SCRIST-PR138 125 159 159

FCHOPI-PR138 COOPAV-PR138 125 159 159

MCROND-PR138 TOLEDO-PR138 97 123 123


138 kV
MEDIAN-PR138 FIGUAN-PR138 135 166 166

MEDIAN-PR138 SHELEN-PR138 135 166 166

PALOTI-PR138 CVALE--PR138 183 183 183


96
PINHEI-PR138 SADIA--PR138 97 123 123
Página

PINHEI-PR138 OLIMPI-PR138 125 135 135

PINHEI-PR138 CASNOR-PR138 174 225 225

TOLEDO-PR138 SADIA--PR138 97 123 123

PORTAL-PR138 VYOLAN-PR138 193 282 282

PORTAL-PR138 FIGUAN-PR138 193 282 282


...Continuação

Capacidade de carregamento em (MVA)

Da barra para a barra Condições Equipamentos


Condições
de presentes na
normais
emergência linha
CASNOR-PR138 PINHEI-PR138 159 173 173

CASNOR-PR138 COPACO-PR138 159 173 173

CASCAV-PR230 FIGUAN-PR230 284 349 349

CASCAV-PR230 FCHOPI-PR230 323 378 378

CASCAV-PR230 SOSORI-PR230 323 379 379

CASCAV-PR230 CASCOE-PR230 357 410 410

CASCAV-PR230 CASCOE-PR230 357 410 410

230 kV GUAIRA-PR230 GUAI-F-PR230 9999 9999 9999

FIGUAC-PR138 CFACAR-PR138 111 124 124

CASC-E-PR230 CASCAV-PR230 350 378 414

GUAI-F-PR230 CASCOE-PR230 350 378 378

CASCOE-PR230 FIGUAN-PR230 284 284 383

CASCOE-PR230 CASC-E-PR230 350 378 414

CASCNO-PR230 CASCOE-PR230 319 372 372

CASCNO-PR230 CASCOE-PR230 319 372 372


97
CASCNO-PR230 UMUSUL-PR230 319 372 372
Página

UMUSUL-PR230 GUAI-F-PR230 319 372 372

CASCOE-PR525 SCAXIA-PR525 1637 1637 2062


525
CASCOE-PR525 IVAIPE-PR525 2273 2273 2273
kV
FOZIGU-PR525 CASCOE-PR525 3455 4114 4114

Fonte: ONS (2017).


2. ANÁLISE DA CAPACIDADE DA INFRAESTRUTURA ELÉTRICA DA
DEMANDA PROJETADA

Os resultados do fluxo de potência com os valores de demanda projetada, são


apresentados adiante, considerando o cenário de consumo mais elevado.

2.1.TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

O quadro a seguir, mostra os valores de carregamento dos transformadores de potência,


para cada ano do estudo, considerando a demanda projetada.

EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE UTILIZADA EM MVA, DOS TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA


Da barra
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Para a barra
CASCAV-PR230
78,1 81,8 86,7 91,9 97,4 103,4 110,3 117,8 126,2 137,7
CASCAV-PR138

CASCAV-PR230
82,6 86,5 91,7 97,1 102,9 109,3 116,5 124,5 133,3 145,5
CASCAV-PR138

CASCAV-PR230
77,5 81,1 86,0 91,2 96,7 102,6 109,4 116,9 125,2 136,5
CASCAV-PR138

GUAIRA-PR230
76,6 79,4 82,1 85,5 89,2 93,2 98,1 103,5 109,4 115,9
GUAIRA-PR138

GUAIRA-PR230
74,8 77,5 80,2 83,5 87,2 91,1 95,9 101,1 106,9 113,3
GUAIRA-PR138

FCHOPI-PR230
78,7 60,0 61,2 62,3 63,5 64,9 66,4 68,0 69,8 72,5
98
FCHOPI-PR138
Página

FCHOPI-PR230
57,3 58,2 59,4 60,5 61,6 62,9 64,4 66,0 67,7 70,3
FCHOPI-PR138

CASCNO-PR230
72,3 75,9 80,3 85,2 90,5 96,4 103,1 110,9 119,8 129,6
CASNOR-PR138

CASCNO-PR230
73,1 75,9 80,3 85,2 90,5 96,4 103,1 110,9 119,8 129,6
CASNOR-PR138

Continua...
...Continuação
FIGUAN-PR138
77,3 79,2 81,2 83,4 85,9 88,4 91,2 94,2 84,3 101,5
FIGUAN-PR230

FIGUAN-PR138
77,3 80,4 82,5 84,7 87,2 89,8 92,7 95,7 99,1 103,1
FIGUAN-PR230

CASCOE-PR525
417,4 469,1 468,3 461,3 457,6 454,1 450,5 447,6 445,6 440,9
IVAIPE-PR525

CASCOE-PR230
264,3 271,0 271,8 289,3 300,1 312,0 325,8 341,8 360,1 380,9
CASCOE-PR525

CASCOE-PR230
274,6 281,6 282,3 300,6 311,7 324,1 338,5 355,1 374,1 395,8
CASCOE-PR525

CASCOE-PR230
263,8 263,8 271,2 288,8 299,4 311,3 325,1 341,2 359,3 380,1
CASCOE-PR525

PINHEI-PR138
5,8 7,0 8,2 10,4 12,9 15,9 19,5 24,0 30,1 44,4
PINHEI-PR069

Fonte: Elaboração própria.

No quadro abaixo, apresentam-se os valores de carregamento dos transformadores de


potencial referente ao quadro anterior em percentual.

Foram avaliados os transformadores de seis subestações distintas: Cascavel; Cascavel


Oeste e Cascavel Norte, ambas contidas no conjunto Cascavel; Guaíra; Foz do Chopin e
Foz do Iguaçu Norte, contidas respectivamente nos conjuntos Guaíra, Foz do Chopin e
Foz do Iguaçu.
99
EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE UTILIZADA EM PORCENTAGEM, DOS TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA
Página

Da barra
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Para a barra

CASCAV-PR230
52,1% 54,5% 57,8% 61,2% 64,9% 69,0% 73,5% 78,5% 84,1% 91,8%
CASCAV-PR138

CASCAV-PR230
55,0% 57,6% 61,1% 64,7% 68,6% 72,9% 77,7% 83,0% 88,9% 97,0%
CASCAV-PR138

Continua...
...Continuação

CASCAV-PR230
51,7% 54,1% 57,3% 60,8% 64,4% 68,4% 72,9% 77,9% 83,4% 91,0%
CASCAV-PR138

GUAIRA-PR230
51,0% 52,9% 54,7% 57,0% 59,4% 62,2% 65,4% 69,0% 72,9% 77,3%
GUAIRA-PR138

GUAIRA-PR230
49,9% 51,7% 53,5% 55,7% 58,1% 60,8% 63,9% 67,4% 71,3% 75,5%
GUAIRA-PR138

FCHOPI-PR230
40,0% 40,8% 41,5% 42,3% 43,3% 44,3% 45,3% 46,5% 48,3% 52,4%
FCHOPI-PR138

FCHOPI-PR230
38,2% 38,8% 39,6% 40,3% 41,1% 41,9% 42,9% 44,0% 45,1% 46,9%
FCHOPI-PR138

CASCNO-PR230
48,2% 50,6% 53,5% 56,8% 60,3% 64,3% 68,7% 74,0% 79,9% 86,4%
CASNOR-PR138

CASCNO-PR230
48,7% 50,6% 53,5% 56,8% 60,3% 64,3% 68,7% 74,0% 79,9% 86,4%
CASNOR-PR138

FIGUAN-PR138
51,6% 52,8% 54,1% 55,6% 57,2% 58,9% 60,8% 62,8% 56,2% 67,7%
FIGUAN-PR230

FIGUAN-PR138
51,6% 53,6% 55,0% 56,5% 58,1% 59,9% 61,8% 63,8% 66,1% 68,8%
FIGUAN-PR230

CASCOE-PR230
44,1% 45,2% 45,3% 48,2% 50,0% 52,0% 54,3% 57,0% 60,0% 63,5%
CASCOE-PR525

CASCOE-PR230
45,8% 46,9% 47,1% 50,1% 51,9% 54,0% 56,4% 59,2% 62,3% 66,0%
CASCOE-PR525

CASCOE-PR230
44,0% 44,0% 45,2% 48,1% 49,9% 51,9% 54,2% 56,9% 59,9% 63,4%
CASCOE-PR525
100
PINHEI-PR138
29,0% 35,0% 41,1% 51,9% 64,3% 79,4% 97,3% 110% 150% 222%
PINHEI-PR069
Página

Fonte: Elaboração própria.

Em 2017, o carregamento de todos os transformadores está abaixo de 60%. Segundo


KOSOW (2005), “o rendimento máximo ocorre a meia carga”, ou seja, equipamento
carregado com 50% da carga nominal. Dentre os 15 equipamentos analisados, 13 operam
em torno do ponto ótimo de carregamento, e dois operam com carregamento abaixo dos
40%, indicando um baixo rendimento.
Para o ano de 2018, o cenário começa a ser alterado. Os transformadores passam a
operar com o carregamento acima dos 30%. A previsão para o ano é que 13 dos 15
equipamentos analisados apresentem rendimento acima dos 80%, enquanto o rendimento
do transformador da subestação Pinheiros (PINHEI-PR138 PINHEI-PR069) tende a
melhorar em relação ao ano anterior.

Para 2019, a tendência é que apenas um equipamento opere abaixo dos 40%, porém
próximo ao limite; 5 operem com carregamento entre 40 e 50% e 9 operem carregados
acima de 50%, portanto acima da média.

No ano de 2020, destacam-se três situações:

1. Todos os transformadores passam a operar com carregamento superior a 40%;

2. Aumento nos valores do carregamento dos transformadores, com maior


intensidade no PINHEI-PR138 PINHEI-PR069 da subestação Pinheiros, conjunto
Cascavel, acima dos 50% de carregamento;

3. Dentre os 3 transformadores da Subestação Cascavel, os transformadores de 230 /


138 kV, o carregamento superará 60%.

Uma eventual saída de operação de um dos três transformadores resultará na sobrecarga


dos demais transformadores em operação, cujos impactos serão abordados
oportunamente.

Para 2021, novamente há aumento expressivo no carregamento do transformador


PINHEI-PR138 PINHEI-PR069, da subestação Pinheiros, conjunto Cascavel,
ultrapassando desta vez a marca dos 60% de carregamento.
101
Dentre os equipamentos analisados, 4 deverão operar com carregamento entre 40 e 50%;
Página

5 com carregamento entre 50 e 60% e 6 com carregamento entre 60 e 70%.

A média dos carregamentos registra a marca de 56,2%, sendo que 10 dos equipamentos
analisados operarão com carregamento superior a este valor.

Nas análises do ano de 2022 destacam-se duas outras situações:


1. O aumento expressivo no carregamento do transformador PINHEI-PR138 PINHEI-
PR069, da subestação Pinheiros, conjunto Cascavel, chegando a marca próxima
de 80%;

2. Um dos transformadores da Subestação Cascavel (CASCAV-PR230 CASCAV-


PR138), ultrapassará a marca dos 70% de carregamento.

A limitação da capacidade de carregamento dos 3 transformadores CASCAV-PR230


CASCAV-PR138, da subestação Cascavel, conjunto Cascavel, é um dos destaques em
2023 ao apresentar carregamento superior à 70%.

O outro destaque é o aumento expressivo no carregamento do transformador PINHEI-


PR138 PINHEI-PR069, da subestação Pinheiros, conjunto Cascavel que atingirá 97,3%
da capacidade, representando tecnicamente o limite para condições normais de
operação.

Dentre os equipamentos analisados: 5 estarão com carregamento entre 40 e 60% e 10


estarão com carregamento acima dos 60%.

Em 2024, observa-se o contínuo e expressivo aumento no carregamento do


transformador PINHEI-PR138 PINHEI-PR069, da subestação Pinheiros, conjunto
Cascavel, registrando a marca próxima de 120% do carregamento máximo sob condições
normais de operação.

Na Subestação Cascavel (CASCAV-PR230 CASCAV-PR138) dos três transformadores,


um operará acima dos 80% enquanto os outros dois operarão com o carregamento 102
próximo.

A média dos carregamentos chegará a marca de 63%. Dentre os equipamentos


Página

analisados: 5 operarão com carregamento entre 40 e 60%; 8 operarão com carregamento


entre 60 e 80% e 2 com carregamento acima dos 80%.

Para o ano de 2025 os destaques novamente são a Subestação Cascavel (CASCAV-


PR230 CASCAV-PR138) onde todos os transformadores apresentam carregamento
acima dos 80% e a Subestação Pinheiros cujo transformador PINHEI-PR138 PINHEI-
PR069 atingirá 150% de carregamento. É importante ressaltar que 4 transformadores
estarão com carregamento entre 40 e 60%; 7 entre 60 e 80% e 4 estarão carregados
acima dos 80%.

Para o ano de 2026, a previsão é de uma situação extremamente crítica no transformador


PINHEI-PR138 PINHEI-PR069 pela sua excessiva sobrecarga, pois operará acima dos
220% de sua capacidade.

Como este é o único equipamento que alcança níveis muito superiores a 100%, optou-se
por representá-lo separadamente no gráfico à seguir, evidenciando sua condição de
sobrecarga indicada pela linha vertical vermelha.

EVOLUÇÃO DO CARREGAMENTO DO TRANSFORMADOR DA SUBESTAÇÃO PINHEIROS


CONJUNTO CASCAVEL

103
Fonte: Elaboração própria
Página

A partir destas análises de projeção de capacidade de carregamento de


transformadores, é importante tecermos algumas considerações:
1. De acordo com o cenário apresentado, a partir de 2022, a interrupção da operação
de algum dos transformadores da subestação Cascavel (CASCAV), comprometerá
o fornecimento de energia aos consumidores conectados à ela; e

2. O sistema de transformação operará sem capacidade de reserva, assim, se


eventualmente ocorrer uma falha no sistema de potência abastecido pelos
transformadores, forçando os esquemas de proteção a desligar um dos
equipamentos, resultará na sobrecarga dos transformadores que continuam
operando.

2.2. LINHAS DE TRANSMISSÃO

Em 2017, o sistema elétrico de potência de 69 a 525 kV encontrava-se com capacidade


ociosa apontando para um cenário otimista, quanto ao atendimento da demanda futura.
Dentre as linhas analisadas constatou-se que 8 linhas operavam com menos de 10% da
capacidade; 13 operavam com carregamento entre 10 e 20%; 11 operavam com
carregamento entre 20 e 30%; 9 operavam com o carregamento entre 30 e 40%; 4
operavam com carregamento entre 40 e 50% e apenas 1 operava com carregamento
acima dos 50%.

Novas cargas conectadas ao sistema elétrico em 2018, provocaram alterações no


cenário. Do total de linhas analisadas, 8 linhas operam com menos de 10%; 8 linhas
operam com carregamento entre 10 e 20%; 15 operam com carregamento entre 20 e
104
30%; 10 operam com carregamento entre 30 e 40%; as mesmas 4 linhas operam na faixa
entre 40 e 50% e a linha PINHEI-PR138 SADIA-PR138, permanece operando acima dos
Página

50%.

A simulação para o ano de 2019, aponta para maiores alterações em relação aos anos
anteriores. Observou-se que 8 linhas operarão abaixo dos 10% de carregamento; 8 linhas
operarão com carregamento entre 10 e 20%; 13 linhas operarão com carregamento entre
20 e 30%; 11 linhas operarão agora entre 30 e 40%; 4 linhas operarão com carregamento
entre 40 e 50%; uma linha operará com carregamento entre 50 e 60 % e uma linha
passará a operar com carregamento superior a 60%.

No ano de 2020, em relação a 2019, não foram observadas discrepâncias significativas,


sendo que 1 linha superará os 30% de carregamento (14,5%) de crescimento em relação
ao ano anterior), 1 linha ultrapassará 20% de carregamento e 1 linha passará a operar
com carregamento superior a 10%.

No ano de 2021, observou-se que 2 linhas ultrapassarão os 40% e 1 linha ultrapassará


os 50% de carregamento. No restante não foi observado um impacto significativo.

Para 2022, observam-se algumas alterações significativas dentre elas:

1. A linha PINHEI-PR069 UBIRAT-PR069 que interliga os conjuntos Cascavel e


Ubiratã ultrapassará a casa dos 50% apresentando um crescimento de 10% em
relação ao ano anterior;
2. A linha PINHEI-PR138 SADIA-PR138, ultrapassará a marca de 70% de
carregamento;

3. A linha CASCAV-PR138 TOLEDO-PR138, que interliga os conjuntos Cascavel e


Toledo ultrapassará o valor de 60% de carregamento;

4. Nas linhas TOLEDO-PR138 SADIA--PR138, GUAIRA-PR138 PALOTI-PR138,


MEDIAN-PR138 FIGUAN-PR138, CASCAV-PR230 CASCOE-PR230 e GUAI-F-
PR230 CASCOE-PR230 o carregamento será superior a 40%; 105
5. As linhas CASNOR-PR138 PINHEI-PR138 e CEUAZU-PR138 MEDIAN-PR138
ultrapassarão à barreira dos 30% de carregamento;
Página

6. As linhas s CASCAV-PR138 PINHEI-PR138 ultrapassarão o valor de 20% de


carregamento;

7. Na linha CASCNO-PR230 CASCOE-PR230 o carregamento superará a marca de


50% e na linha ACHATE-PR138 CAFELA-PR138, a marca atingirá 30% acima da
capacidade utilizada.
8. A linha CASCOE-PR525 IVAIPE-PR525 decairá em percentagem de utilização,
indicando aumento de demandada da linha FOZIGU-PR525 CASCOE-PR525,
que terá um acréscimo de 0,3% ou da linha CASCOE-PR525 SCAXIA-PR525 que
aumentará 1% a capacidade utilizada.

Em 2023, haverá aumento expressivo na linha de 69kV que interliga a subestação


Pinheiros (conjunto Cascavel) e a subestação Ubiratã. O aumento será de 11,6%,
chegando a 62,8% de utilização da capacidade da linha.

Para o ano de 2024, as principais alterações registradas são:

1. A linha PINHEI-PR069 UBIRAT-PR069 terá 77,3% de sua capacidade utilizada;

2. A linha PINHEI-PR138 SADIA--PR138 superará 80%;

3. As linhas GUAIRA-PR138 PALOTI-PR138 e CASNOR-PR138 COPACO-PR138


superarão a marca dos 50%;

4. As linhas CASNOR-PR138 PINHEI-PR138 e GUAIRA-PR138 MCROND-PR138


operarão com mais de 40% de capacidade utilizada;

5. As linhas PINHEI-PR138 CASNOR-PR138 e MEDIAN-PR138 SHELEN-PR138


operarão acima de 30% de capacidade utilizada;

6. A linha CASCOE-PR525 SCAXIA-PR525 chegará a mais de 20% de capacidade


utilizada;

7. A linha FCHOPI-PR138 SCRIST-PR138 chegará a mais de 10%.


106
Concernente ao ano de 2025 observa-se que a linha PINHEI-PR069 UBIRAT-PR069,
aproxima-se de seu limite, operando com 97,1% da capacidade utilizada. Outros
Página

aumentos significativos foram observados, como segue:

1. A linha CASCAV-PR138 TOLEDO-PR138 passará a operar acima dos 70%;

2. A linha CASCAV-PR138 CEUAZU-PR138 operará acima dos 60%;


3. As linhas TOLEDO-PR138 SADIA--PR138 e MEDIAN-PR138 FIGUAN-PR138
operarão acima dos 50%;

4. A linha CASCNO-PR230 CASCOE-PR230 operará acima dos 40%;

5. As linhas CASCAV-PR138 OLIMPI-PR138 e CASCAV-PR230 FIGUAN-PR230


operarão acima dos 30%.

Ao final, em 2026 as previsões de capacidade utilizada das linhas de transmissão


mostram que apenas 3 das 61 linhas analisadas contam com um carregamento superior a
70%.

No entanto, há importantes considerações a serem feitas:

1. A linha PINHEI-PR138 SADIA--PR138 contará com menos de 8% de capacidade


restante, enquanto a PINHEI-PR069 UBIRAT-PR069, apresentará sobrecarga de
1,3%.

2. Sete linhas operarão com menos de 10% de capacidade utilizada: UMUSUL-


PR230 GUAI-F-PR230; ACHATE-PR138 PALOTI-PR138; FIGUAC-PR138
VYOLAN-PR138; GUAIRA-PR138 ALTONI-PR138; CASCAV-PR230 SOSORI-
PR230 e GUAIRA-PR230 GUAI-F-PR230.

3. Seis linhas operarão com a capacidade utilizada entre 10 e 20%: CASCOE-PR525


IVAIPE-PR525; FCHOPI-PR138 COOPAV-PR138; PORTAL-PR138 VYOLAN-
PR138; FCHOPI-PR138 SCRIST-PR138; PINHEI-PR138 OLIMPI-PR138; PALOTI- 107
PR138 CVALE--PR138 e CASCAV-PR230 FCHOPI-PR230;

4. Sete linhas operarão com a capacidade utilizada entre 20 e 30%: duas linhas
Página

CASCAV-PR138 PINHEI-PR138; FIGUAC-PR138 FIGUAN-PR138; CASCNO-


PR230 UMUSUL-PR230; MCROND-PR138 TOLEDO-PR138; CASCOE-PR525
SCAXIA-PR525 e FCHOPI-PR138 QIGUAC-PR138;

5. Seis linhas operarão com a capacidade utilizada entre 30 e 40%: PINHEI-PR138


CASNOR-PR138; MEDIAN-PR138 SHELEN-PR138; ACHATE-PR138 CAFELA-
PR138; CEUAZU-PR138 MEDIAN-PR138; CASCAV-PR138 OLIMPI-PR138 e
CASCAV-PR230 FIGUAN-PR230;

6. Sete linhas operarão com a capacidade utilizada entre 40 e 50%: GUAIRA-PR138


MCROND-PR138; CASCAV-PR230 CASCOE-PR230; GUAI-F-PR230 CASCOE-
PR230; CASCNO-PR230 CASCOE-PR230; FOZIGU-PR525 CASCOE-PR525;
CASCOE-PR230 FIGUAN-PR230 e PORTAL-PR138 FIGUAN-PR138;

7. Seis linhas operarão com a capacidade utilizada entre 50 e 60%: TOLEDO-PR138


SADIA--PR138; MEDIAN-PR138 FIGUAN-PR138; CASNOR-PR138 COPACO-
PR138; CASC-E-PR230 CASCAV-PR230; CASCOE-PR230 CASC-E-PR230;
CASNOR-PR138 PINHEI-PR138; CASCAV-PR230 CASCOE-PR230;

8. Três linhas operarão com a capacidade utilizada entre 60 e 70%: CASCAV-PR138


CEUAZU-PR138; GUAIRA-PR138 PALOTI-PR138 e CASCNO-PR230 CASCOE-
PR230;

9. Uma linha operará com a capacidade igual a 79,8%, CASCAV-PR138 TOLEDO-


PR138;

10. Uma linha operará com a capacidade igual a 92,6%, PINHEI-PR138 SADIA--
PR138

11. Uma linha operará com a capacidade igual a 101,3%, PINHEI-PR069 UBIRAT-
PR069.

108
Página
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente documento apresenta uma abordagem regional a respeito do fornecimento de


energia elétrica no oeste paranaense, mostrando diagnósticos e potencialidades dentro
da particularidade de cada município. Essa configuração possibilita aos gestores da
região um novo grupo de informações para tomada de decisões e planejamento de ações.

O diagnóstico referente a qualidade de energia elétrica avaliou o fornecimento da


eletricidade na área rural, agroindustrial e industrial do oeste do Paraná. Nele, verificou-se
a situação do atendimento do serviço, dando subsídio para construção de um plano de
ação para melhoria da qualidade da energia elétrica regional.

Com base nas análises dos indicadores coletivos, constatou-se que existem quatro
conjuntos que ultrapassaram os limites de DEC e FEC no ano de 2016. No entanto, o
valor desses indicadores expressa a média de todos os setores da sociedade (área
urbana e rural), o que possibilita o distanciamento da situação real, principalmente nas
áreas mais afastadas atendidas pela concessionária.

Como solução de avaliação, os valores de DEC e FEC levantados foram confrontados


com os dados coletados na pesquisa junto aos consumidores pertencentes à área rural. 110
Desta forma, verificou-se que a inconsistência de fornecimento de eletricidade é muito
mais ampla e foi identificada não somente nos quatro conjuntos que registraram falhas no
Página

DEC e FEC, mas em toda a região. Os resultados refletem o ponto de vista dos
consumidores e, na maioria dos casos, permanecem dentro dos limites sugeridos pela
ANEEL às concessionárias.

A disposição dos dados desta publicação demonstra a importância do desenvolvimento


de indicadores segmentados de acordo com as atividades produtivas de uma região.
Esses novos indicadores poderão tornar a avaliação da qualidade do fornecimento de
energia, realizada pela ANEEL, mais fidedigna. Atualmente os indicadores são vinculados
apenas aos conjuntos elétricos de cada concessionária, exibindo a média de todos os
setores atendidos por ele.

O potencial de produção de energia elétrica para a região oeste do Paraná foi


desenvolvido considerando três fontes distintas de energias renováveis: geração
hidráulica de pequeno porte, biogás e energia solar. Os potenciais das hidrelétricas
consideraram os dados regionais registrados pela ANEEL para cada fase de projeto, já os
potenciais da geração solar e à biogás foram estimados com base no diagnóstico regional
e apresentados por setor e por município da região.

Os empreendimentos hidroenergéticos de pequeno porte, em um cenário crítico de


atendimento da demanda, podem reduzir os riscos de racionamentos e apagões,
direcionando a região ao desenvolvimento sustentável. A região oeste paranaense
apresenta 66 empreendimentos com potencial hidroenergético inventariado, totalizando
332,23 MW de capacidade, com estimativa de gerar 1.530.148 MWh/ano de energia
elétrica.

A existência de vários empreendimentos hidroenergéticos próximos aos grandes centros


de consumo possibilita a inserção dessas centrais hidrelétricas como fonte de energia
descentralizada.
111
Com relação ao biogás, a região oeste do Paraná possui elevado potencial, cerca de
Página

406.000.000 m3/ano, o que representa potencial de geração de energia elétrica superior à


518.000 MWh/ano. A região é caracterizada principalmente pela produção de animais em
propriedades rurais e pelas agroindústrias.
O setor agropecuário destaca-se na região, contendo o maior potencial de biomassa e
energia, aproximadamente 375.000.000 m 3/ano de biogás e 474.000 MWh/ano de energia
elétrica. O sistema de produção intensivo encontra-se em vasta expansão, com isso, as
granjas estão aumentando a densidade e o número de animais nos pontos de engorda,
resultando na ampliação do volume de resíduos agropecuários. Esses resíduos podem
ser tratados por um sistema de digestão anaeróbica, possibilitando a geração de energia
e recuperação dos nutrientes para o local de produção.

A geração de energia proveniente de painéis fotovoltaicos é uma alternativa que ganha


mercado com velocidade em todo país, especialmente em pequenas gerações. A região
oeste do Paraná conta com potencial de geração fotovoltaica de 670 MW e capacidade de
produzir cerca de 1.035.361,36 MWh/ano de eletricidade, considerando apenas as
granjas de produção animal, prédios públicos e indústrias. A estimativa do potencial de
geração tomou como base a disponibilidade de telhados nestas estruturas.

As granjas de aves possuem o maior potencial de geração fotovoltaica, com potência


instalada de 424 MW e capacidade de produzir 651.424,16 MWh/ano de energia. A
energia fotovoltaica na avicultura é responsável por aproximadamente 63% do potencial
da região, em comparação com as demais fontes apresentadas.

O município com maior potencial de geração fotovoltaica na região é Toledo, devido ao


elevado número de granjas de produção animal, onde ocorre a maior parte desta geração. 112
Após a apresentação do potencial de geração das três fontes energéticas, projetou-se o
Página

consumo de energia elétrica dos municípios da região oeste paranaense, segregado por
classe consumidora (rural e industrial), e apontaram-se as alternativas de expansão da
oferta de energia.

A rápida expansão dos sistemas de energia com base em fontes renováveis exigirá ações
para estimular o mercado, como: incentivos governamentais, parcerias para implantação
de sistemas compartilhados, políticas públicas de incentivo à fonte renovável e a criação
de novas linhas de financiamento. Será especialmente importante o desenvolvimento de
novos modelos de negócios a partir destas fontes de energias, como projetos
cooperativos e consórcios.

O incremento no consumo de energia elétrica no setor rural da região oeste do Paraná,


compreendido entre os anos 2016 e 2026, foi projetado considerando investimentos
previstos para o segmento e o consequente aumento da demanda desse setor. Existem
importantes empreendimentos com perspectiva de implantação no território que
impactarão direta e indiretamente o aumento no consumo de energia.

No segmento industrial, o crescimento foi atribuído à retomada da utilização da


capacidade instalada e não à disposição de novas plantas de produção, já que no ano de
2016 não houve previsão de novas plantas dentro do horizonte de planejamento.

Entre os municípios da região, Assis Chateaubriand foi o que mais se destacou em


relação a ampliação de demanda para os próximos anos, fato decorrente da futura
implantação de um grande frigorífico para o abate de suínos.

Para suprir o aumento da demanda da região oeste paranaense, identificaram-se as


principais fontes de energia projetadas para o aumento da oferta na próxima década.

A expansão da oferta de energia solar e à biogás exibe um cenário muito favorável na 113
região. O grande potencial inexplorado e a representatividade de solução para problemas
de destinação adequada de resíduos dos produtores, são fatores que propiciam projeções
Página

elevadas dessas duas fontes renováveis.

O aumento da oferta de energia hidrelétrica, por outro lado, exibe um comportamento com
maiores incertezas, principalmente em relação a entrada de novas PCH, porém tem-se
forte interesse por parte do estado no aumento desta fonte de energia.
Por fim, avaliou-se a situação da rede básica de transmissão de energia do oeste do
Paraná, analisando o fluxo de carga do sistema elétrico de potência responsável por
abastecer a região e mensurando a capacidade de transporte de energia ainda disponível.

Para essa análise foi considerada a infraestrutura disponível atualmente e a demanda


estimada até 2026. Mesmo com informação de investimentos pela concessionária na
região, não é possível identificar, de forma precisa, quais são os impactos positivos
destes investimentos.

Determinou-se então a capacidade remanescente que conseguirá atender a demanda


futura, no horizonte de planejamento de 10 anos. A análise considerou o aumento anual
de demanda, avaliando se a atual infraestrutura elétrica, que opera com folga, irá suportar
o aumento no consumo de energia elétrica.

Com base nos resultados obtidos, vários pontos do sistema elétrico mostraram-se
susceptíveis a impactos com o aumento da demanda. Os transformadores analisados
demonstraram que a capacidade de fornecimento de algumas subestações estará
comprometida em caso de uma eventual falha ou condição anormal de operação do
sistema, ao final do horizonte de planejamento (2026). Os principais casos de defasagem
de capacidade dos transformadores foram: Subestação Cascavel, Subestação Cascavel
Norte e Subestação Guaíra.

A sobrecarga excessiva em transformadores reduz o rendimento dos equipamentos e


causa aumento das perdas elétricas. Com isso, pode ocorrer redução de tensão no 114
secundário dos equipamentos, sensibilizando proteções de subtensão (Tabela ANSI: 27),
térmica (Tabela ANSI: 26), sobrecarga por imagem térmica (Tabela ANSI: 49RMS) e
Página

sobrecorrente instantânea e/ou temporizada de fase ou neutro (Tabela ANSI: 50 / 51 ou


50N / 51N).

Com relação a capacidade de transporte, foi observado que a linha de transmissão de 69


kV, que interliga os conjuntos Cascavel e Ubiratã, é a que mais sofrerá os impactos da
expansão de demanda. A figura abaixo, mostra a evolução de seu carregamento, onde a
linha vermelha indica o limite de 100%, considerando condições normais de operação. O
resultado sugere que até o ano de 2026 a linha estará com sua capacidade máxima de
carregamento ultrapassada.

EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE UTILIZADA DA


LINHA DE TRANSMISSÃO EM 69 KV (2017-2026).

Fonte: Elaboração própria

Em relação à subestação Pinheiros, constatou-se que tanto o transformador quanto a 115


própria linha de 69 kV estarão com as capacidades excedidas até o ano de 2026. Neste
caso, sugere-se as seguintes intervenções no sentido de solucionar o problema
Página

observado:

 Adicionar um novo transformador entre os barramentos de 138 kV e 69 kV, em


paralelo ao equipamento existente;
 Construir uma nova linha de transmissão em 69kV;

 Aumentar a tensão nominal da linha de transmissão existente, de 69 kV para 138 kV


ou 230kV; e

 Construir uma linha de transmissão em 138kV.

O planejamento da construção de novas linhas de transmissão para a região oeste do


Paraná, com previsão de execução entre os anos de 2018 e 2022, mostra a redução no
carregamento das linhas existentes e a melhora no intercâmbio energético de toda região.

A sobrecarga excessiva em linhas de transmissão resulta no aumento das perdas


elétricas e eleva a possibilidade de queda de tensão ao longo do circuito, possibilitando a
redução da tensão no barramento receptor alimentado pela linha. Além disso, a operação
contínua de uma linha em condição de sobrecarga, permite a sensibilização de
dispositivos de proteção, como o relé de proteção contra subtensão (Tabela ANSI: 27).

O território Oeste Paranaense recebe, a partir da publicação deste documento, dados e


informações organizadas sobre a questão energética e sua relação com o
desenvolvimento regional. Novas iniciativas e projetos deverão partir do conhecimento
desta realidade e das potencialidades desta região.

116
Página
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