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Testes Diagnósticos
PERGUNTAS
1) O Ministério da Saúde, através da Portaria nº 59, Em uma primeira etapa, denominada triagem soro-
de 28 de janeiro de 2003, padronizou o conjunto de lógica (etapa I), a amostra deve ser submetida a
procedimentos seqüenciados para detecção de an- um imunoensaio, como por exemplo, o ELISA (en-
ticorpos contra o vírus da imunodeficiência huma- saio imunoenzimático). Caso a amostra apresente
na (anti-HIV) com o objetivo de realizar o resultado reagente, deverá ser submetida à etapa
diagníóstico laboratorial da infecção pelo HIV em de confirmação sorológica. Esta etapa pode ser
indivíduos com idade acima de dois anos (Fig. 21.1). realizada de duas maneiras:
Fluxograma para detecção e anticorpos anti-HIV em indivíduos com idade acima de 2 anos
AMOSTRA
(SORO OU PLASMA) Etapa 1
EIA 1
(–) (+)/(Ic)
Amostra positiva
Amostra negativa para HIV -1/HIV(*)
para HIV -1
Coletar nova amostra
Legenda: Repetir a etapa 1
EIA = Ensino imunoenzimático
EFI = Imunofluorescência Western Blot
indireta
IB = Imunoblot
Etapa 3
EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21 93
94 EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21
4) Um estudo realizado com 200 pacientes portadores 6) Cooke et al. (1992)* realizaram um estudo para com-
de Doença de Chagas revelou que 60% deles afirma- parar o valor do exame sorológico do antígeno prós-
vam a existência de “barbeiros” nas suas respectivas tatico específico (PSA) com o da fosfatase ácida
habitações. Uma equipe de técnicos visitou as 200 prostática (ACP) no diagnóstico do câncer de prós-
moradias e encontrou os referidos insetos em 140 de- tata. Foram selecionados 349 homens que realiza-
las. Dentre estas, contatou-se que em 112 moradias ram biópsia prostática ou prostatectomia entre maio
os insetos haviam sido vistos pelos doentes. de 1990 e abril de 1991. Foi feita uma comparação
cega entre os resultados da dosagem sérica do PSA
a) Construa a tabela 2x2 e calcule a sensibilidade, a e do ACP com os achados histológicos de amostras
especificidade e os valores preditivos da infor- de tecido prostático. A análise histológica foi feita
mação prestada pelos pacientes: por um patologista do aparelho genitourinário que não
conhecia o resultado das dosagens séricas. As amos-
b) Admitindo-se os mesmos valores de sensibilida- tras séricas para a dosagem de PSA e ACP foram
de e especificidade encontrados no estudo ante- coletadas antes do toque retal. A partir dos dados do
rior, calcule os valores preditivos da informação artigo, foram calculadas as propriedades dos testes
prestada pelos pacientes, quando aplicados em de PSA e ACP para vários pontos de corte, que são
uma situação na qual a proporção de casas infes- apresentadas na Tabela 21.1.
tadas é de 10%:
a) Inicialmente os autores calcularam a sensibilida- ACP = 1,5 30% 98% 15,0 0,71
de e a especificidade excluindo os resultados bor-
a RV+ = Razão de verossimilhança para o teste positivo
derline. O que eles encontraram? b RV- = Razão de verossimilhança para o teste negativo
EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21 95
96 EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21
EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21 97
98 EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21
Sensibilidade = 99%
O valor preditivo positivo, embora tenha atingido
Especificidade = 99%
Valor Preditivo Positivo ≅ 98,51%
100%, aumentou pouco e o valor preditivo negativo
Valor Preditivo Negativo ≅ 99,33%
diminuiu drasticamente. Esse fenômeno ocorreu em
Total de falso positivo = 6.000 função do aumento da probabilidade pré-teste (ou
Total de falso negativo = 4.000 “prevalência”) na segunda etapa da rotina proposta,
EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21 99
Técnicos
Presente Ausente Total
Sensibilidade = 80%
Especificidade ≅ 86,7%
Valor Preditivo Positivo ≅ 93,3%
Valor Preditivo Negativo = 65%
b)
Técnicos
Presente Ausente Total
Positiva 16 24 40
Pacientes
b) O exame A. Para todos os pontos de corte, o Negativa 4 156 160
exame A apresenta sempre os maiores valores
de sensibilidade e especificidade. Isto pode ser Total 20 180 200
visualizado através da construção da curva ROC. Valor Preditivo Positivo = 40%
Neste caso, a área sobre a curva do exame A é Valor Preditivo Negativo = 97,5%
maior do que a do exame B.
c) Para um mesmo teste, ou seja, com mesma sen-
3) a) sibilidade e especificidade, quanto maior a preva-
lência de infestação de “barbeiros”, maior o valor
Sorologia preditivo positivo da informação prestada pelo
Presente Ausente Total paciente.
Positiva 55 5 60
Médico d) Haveria menor desperdício de inseticida na pri-
Negativa 35 5 40
meira situação, pois a informação prestada pelos
Total 90 10 100 pacientes teve um elevado valor preditivo positi-
vo. Neste caso, estariam sendo borrifados des-
Sensibilidade = 90% necessariamente apenas oito domicílios (6,7% do
Especificidade = 50%
total de domicílios relatados pelos pacientes como
Valor Preditivo Positivo ≅ 91,7%
Valor Preditivo Negativo = 10% tendo “barbeiro”). Enquanto no segundo caso,
seriam borrifados desnecessariamente 24 domi-
cílios (60% do total de domicílios onde os pacien-
b) Esses achados indicam que o médico possui uma tes relataram a presença de “barbeiro”).
boa habilidade para diagnosticar a doença (VPP
alto), entretanto, sua habilidade para afastá-la é 5) a) Excluindo os resultados boderline:
muito baixa (VPN baixíssimo). Uma hipótese
Aids
plausível pode ser explicada devido ao amplo es- Presente Ausente Total
pectro clínico da doença, ou seja, quando o qua-
dro clínico é muito exuberante, fica mais fácil Positiva 72 4 76
ELISA
encontrar uma concordância entre a sorologia e Negativa 2 275 277
o diagnóstico clínico, entretanto, a rubéola pode
se apresentar de maneira pouco específica (oli- Total 74 279 353
gossintomática) em muitos casos, dificultando o
Sensibilidade ≅ 97,3%
diagnóstico clínico. Especificidade ≅ 98,6%
c) Os melhores resultados conjuntos de sensibilida- c) Sim. Na biópsia poderia ocorrer a retirada de parte
de e especificidade ocorreram quando foram des- do tecido sem a presença de células malignas,
cartados os resultados boderline. Ao se resultando em falso-negativo. Na prostatectomia,
considerar os resultados boderline como positi- a retirada total do órgão permite uma melhor ex-
vos, há uma perda na especificidade, pois aque- ploração de todo o tecido e maior probabilidade
les resultados boderline que na verdade forem de se detectar células malignas.
negativos, serão considerados como positivos, ou
seja, serão falsos-positivos. Finalmente, ao se con- d) O aluno deve construir a curva ROC, plotando os
siderar os resultados boderline como negativos, valores de 1 – especificidade no eixo x e de sen-
há uma perda na sensibilidade, pois aqueles re- sibilidade no eixo y. Conforme gráfico abaixo:
sultados boderline que na verdade forem positi-
vos, serão considerados como negativos, ou seja,
serão falsos-negativos.