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EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21

Testes Diagnósticos
PERGUNTAS
1) O Ministério da Saúde, através da Portaria nº 59, Em uma primeira etapa, denominada triagem soro-
de 28 de janeiro de 2003, padronizou o conjunto de lógica (etapa I), a amostra deve ser submetida a
procedimentos seqüenciados para detecção de an- um imunoensaio, como por exemplo, o ELISA (en-
ticorpos contra o vírus da imunodeficiência huma- saio imunoenzimático). Caso a amostra apresente
na (anti-HIV) com o objetivo de realizar o resultado reagente, deverá ser submetida à etapa
diagníóstico laboratorial da infecção pelo HIV em de confirmação sorológica. Esta etapa pode ser
indivíduos com idade acima de dois anos (Fig. 21.1). realizada de duas maneiras:

Fluxograma para detecção e anticorpos anti-HIV em indivíduos com idade acima de 2 anos

AMOSTRA
(SORO OU PLASMA) Etapa 1

EIA 1

(–) (+)/(Ic)

Amostra negativa EIA 2 e IFI ou IB


para HIV

EIA 2 (–) e EIA 2 (–) e EIA 2 (–) e EIA 2 (–) e


Etapa 2
IFI (–) IFI (–) IFI (–) IFI (–)
ou ou ou ou
IB (–) IB (–) IB (–) IB (–)

Amostra positiva
Amostra negativa para HIV -1/HIV(*)
para HIV -1
Coletar nova amostra
Legenda: Repetir a etapa 1
EIA = Ensino imunoenzimático
EFI = Imunofluorescência Western Blot
indireta
IB = Imunoblot
Etapa 3

(–) (I) (+)


Ic = Inconclusivo Amostra negativa Amostra indeterminada Amostra positiva
I = Indeterminado para o HIV -1 para o HIV -1 para o HIV - 1
(–) = Não-reagente
(+) = reagente
* - De acordo com o ensaio Investigar soroconversão e/ou Coletar nova amostra e repetir etapa
realizado (IFI ou IB) pesquisar HIV -2 1

Fig. 21.1 — Fluxograma da rotina para execução de testes anti-HIV..

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21 93

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I. por meio de um segundo imunoensaio (p. ex., ELI- Aplicou os dois exames nas 100 amostras e encon-
SA) juntamente com o teste de Imunofluorescência trou os seguintes resultados de sensibilidade e espe-
Indireta (IFI) para HIV-1 ou ao teste de Imunoblot cificidade para diferentes pontos de corte, conforme
(IB) para o HIV (etapa 2). É importante ressaltar a tabela abaixo:
que o segundo imunoensaio deverá ter princípio me-
todológico e/ou antígenos distintos do primeiro imu- Exame A Exame B
noensaio utilizado. Ponto Sensibilidade Especificidade Sensibilidade Especificidade
II. por meio do teste de Western Blot (WB) – etapa3. de corte (%) (%) (%) (%)
Se ao final da etapa 2 ou da etapa 3 todas as amos- 50 mg% 10 100 10 97,5
tras resultarem positivas, o resultado é considerado
60 mg% 30 99 20 97
como AMOSTRA POSITIVA PARA HIV, sendo obri-
gatória a coleta de uma segunda amostra para con- 70 mg% 70 97,5 50 90

firmar a positividade da primeira amostra, 80 mg% 80 91 70 78


preferencialmente em um intervalo de até 30 dias 90 mg% 82 90 80 67
após a emissão do resultado referente à primei- 100 mg% 90 82 90 40
ra amostra.
110 mg% 95 70 92,5 20
Supondo que você trabalhe em um hospital que dis- 120 mg% 97 60 93 15
ponha de dois testes ELISA com princípio metodoló-
130 mg% 100 30 95 7,5
gico distinto para detecção de anti-HIV, um teste de
Imunofluorescência Indireta (IFI) e um teste confir- 140 mg% 100 10 97,5 0,5
matório de Western Blot, e sabendo-se que os valo-
res de sensibilidade e especificidade para os quatro
a) No gráfico abaixo, construa a curva ROC (re-
exames são, respectivamente:
ceiver operator curve) para cada exame:
• primeiro ELISA: 99% e 99%;
• segundo ELISA: 99% e 99%;
• IFI: 99,3% e 99,5%;
• Western Blot: 99,6% e 99,9%.
Responda:
a) Tomando-se por base uma população de 1.000.000
doadores de sangue, com uma prevalência de so-
ropositividade para HIV de 0,3%, descreva e in-
terprete a evolução dos Valores Preditivo Positivo
(VPP) e Negativo (VPN) para cada uma das
duas situações determinadas pelo Ministério da
Saúde para a confirmação da soropositividade
para HIV, ou seja, para a etapa 1 + etapa 2 e
para a etapa 1 + etapa 3.

b) Descreva e interprete agora a evolução dos VPP


e VPN, tomando-se por base uma população de b) Qual dos exames é o melhor para o diagnóstico
1.000.000 pacientes de uma Clínica de Doenças de diabetes mellitus ? Justifique:
Sexualmente Transmissíveis (DST), com sinto-
matologia sugestiva de Síndrome de Imunodefi- 3) Um inquérito soroepidemiológico para a detecção de
ciência Adquirida e uma prevalência de anticorpos IgM contra o antígeno da rubéola foi rea-
soropositividade para HIV de 40%. lizado em 100 pacientes. O médico assistente diag-
nosticou clinicamente a doença em 60% dos
2) Um pesquisador, interessado em avaliar dois novos pacientes. O exame sorológico resultou positivo em
exames de glicemia de jejum para o diagnóstico de 90 pacientes. Dentre estes pacientes, contatou-se
diabetes mellitus, realizou o seguinte estudo: cole- que, em 55, os médicos haviam diagnosticado a do-
tou amostras de sangue de 50 pacientes com diabe- ença. Não houve erro no diagnóstico laboratorial da
tes confirmado e 50 amostras de pacientes normais. doença. Com base nestas informações:

94 EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21

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a) Construa a tabela 2x2 e calcule a sensibilidade, a c) Comente os efeitos sobre a sensibilidade e a es-
especificidade e os valores preditivos do diagnós- pecificidade do teste ELISA das três decisões
tico do médico assistente, considerando o exame relatadas acima:
sorológico como padrão-ouro:
d) Qual delas você escolheria para realizar testes
b) Comente os resultados: de screening em doadores de sangue?

4) Um estudo realizado com 200 pacientes portadores 6) Cooke et al. (1992)* realizaram um estudo para com-
de Doença de Chagas revelou que 60% deles afirma- parar o valor do exame sorológico do antígeno prós-
vam a existência de “barbeiros” nas suas respectivas tatico específico (PSA) com o da fosfatase ácida
habitações. Uma equipe de técnicos visitou as 200 prostática (ACP) no diagnóstico do câncer de prós-
moradias e encontrou os referidos insetos em 140 de- tata. Foram selecionados 349 homens que realiza-
las. Dentre estas, contatou-se que em 112 moradias ram biópsia prostática ou prostatectomia entre maio
os insetos haviam sido vistos pelos doentes. de 1990 e abril de 1991. Foi feita uma comparação
cega entre os resultados da dosagem sérica do PSA
a) Construa a tabela 2x2 e calcule a sensibilidade, a e do ACP com os achados histológicos de amostras
especificidade e os valores preditivos da infor- de tecido prostático. A análise histológica foi feita
mação prestada pelos pacientes: por um patologista do aparelho genitourinário que não
conhecia o resultado das dosagens séricas. As amos-
b) Admitindo-se os mesmos valores de sensibilida- tras séricas para a dosagem de PSA e ACP foram
de e especificidade encontrados no estudo ante- coletadas antes do toque retal. A partir dos dados do
rior, calcule os valores preditivos da informação artigo, foram calculadas as propriedades dos testes
prestada pelos pacientes, quando aplicados em de PSA e ACP para vários pontos de corte, que são
uma situação na qual a proporção de casas infes- apresentadas na Tabela 21.1.
tadas é de 10%:

c) Qual a relação dos valores preditivos positivo en- Tabela 21.1


contrados com as respectivas prevalências de in- Propriedades dos Testes de Antígeno Prostático
Específico (PSA) e Fosfatase Ácida Prostática (ACP)
festação? no Diagnóstico de Câncer de Próstata

d) Admita agora a adoção de uma estratégia de bor- Pontos de corte


(ng/mL) Sensibilidade Especificidade RV+ a RV- b
rifação domiciliar em todos os domicílios onde os
pacientes informavam a presença de “barbeiros”. PSA = 1,0 93% 26% 1,27 0,27
Em qual situação ocorreria menor desperdício?
PSA = 4,0 73% 73% 2,70 0,37
Justifique:
PSA = 10,0 61% 93% 8,71 0,42
5) Resultados do teste anti-HIV pelo método de ELISA
PSA = 23,0 48% 98% 24,0 0,53
mostraram que 72 de 88 pacientes com AIDS eram
positivos, 14 entre 88 eram borderline (limítrofe) e ACP = 0,2 95% 10% 1,06 0,5
dois eram negativos. Em contraste, entre 297 indiví-
ACP = 0,4 79% 44% 1,41 0,48
duos sem AIDS, quatro foram positivos ao teste ELI-
SA, 18 foram borderline e 275 foram negativos. ACP = 0,8 48% 90% 4,8 0,58

a) Inicialmente os autores calcularam a sensibilida- ACP = 1,5 30% 98% 15,0 0,71
de e a especificidade excluindo os resultados bor-
a RV+ = Razão de verossimilhança para o teste positivo
derline. O que eles encontraram? b RV- = Razão de verossimilhança para o teste negativo

b) Em seguida, os autores assumiram duas decisões.


Na primeira, os resultados borderline foram con- *Cooke RR, Nacey JN, Beeston RE, Delahunt B. The efficacy
siderados positivos e na segunda foram conside- of serum prostate specific antigen as a tumour marker in prosta-
rados negativos. Qual a sensibilidade e a tic carcinoma: a comparison with serum acid phosphatase. N Z
especificidade para cada uma dessas situações? Med J. Sep 9;105:345-7, 1992.

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21 95

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Baseado nessas informações, responda: 7) Joseph L. Lion, utilizando os relatos de sensibilidade
e especificidade do PSA contidos no artigo de Cooke
a) Por que neste desenho de estudo a comparação
et al (1992) e a prevalência de câncer de próstata
entre PSA e ACP séricas foi cega?
na população em geral dos EUA, constatou que, para
níveis de PSA > 23 ng/mL, o valor preditivo positivo
b) Qual foi o padrão-ouro utilizado neste estudo?
do exame nesta população era de 1,7%. Entretanto,
Joseph L. Lion afirma que o valor preditivo positivo
c) Poderia haver diferença entre o diagnóstico fir- deste mesmo exame é alto para homens com evi-
mado por biópsia de próstata ou por prostatecto- dência de doença prostática. Com base nessas in-
mia? Justifique: forções, responda:
d) No gráfico abaixo, construa a curva ROC para o a) Por que o valor preditivo positivo do PSA é tão
PSA e para o ACP. Comente as diferenças en- baixo (1,7%) nesta população, mesmo para um
contradas: ponto de corte elevado (especificidade = 98%):

b) O que ocorreria caso o ponto de corte do PSA


fosse diminuído nesta mesma simulação?

c) Por que ambos os testes possuem alto valor pre-


ditivo para detectar câncer de próstata em ho-
mens com evidência da doença?

96 EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21

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GABARITO

1) a) O aluno deve calcular os valores solicitados para HIV


cada uma das duas situações determinadas pelo Mi- Presente Ausente Total
nistério da Saúde: etapa 1 + etapa 2 e etapa 1 +
Positivo 2.970 9.970 12.940
etapa 3 ELISA
Negativo 30 987.030 987.060
Etapa 1 + etapa 2:
Total 3.000 997.000 1.000.000
Neste caso, utiliza-se primeiramente um exame de
ELISA e, caso ele seja reagente, utiliza-se outro exa- Sensibilidade = 99%
Especificidade = 99%
me de ELISA juntamente com um exame de IFI. As- Valor Preditivo Positivo ≅ 22,95%
sim, devem ser calculados os valores de VPP e VPN Valor Preditivo Negativo ≅ 99,99%
Total de falso positivo = 9.970
para a etapa 1. A seguir, os indivíduos que resultaram Total de falso-negativo = 30
positivo nesta etapa devem ser testados, utilizando-se
a sensibilidade e a especificidade combinadas do ELI- • Etapa 2
SA com o IFI, pois eles serão aplicados na mesma Tendo em vista que, neste caso, o resultado será con-
amostra sorológica. Posteriormente, calculam-se os siderado positivo somente se o ELISA e o IFI resul-
valores de VPP e VPN para a etapa 2: tarem positivos, a sensibilidade combinada é calculada
da seguinte forma: Sc = SELISA x SIFI
• Etapa 1 onde,
Sc = sensibilidade combinada
Considerando-se a população com uma preva-
SELISA = sensibilidade do ELISA
lência de 0,3%, a tabela 2x2 pode ser construída
SIFI = sensibilidade do IFI
da seguinte forma:
Assim:
1º. Calcula-se o número total de pessoas com HIV Sc = 0,99 x 0,993 = 0,9831 ≅ 98,31%
positivo (a+c):
1.000.000 x 0,3% = 3.000 A especificidade é calculada da seguinte forma:
Conseqüentemente, o número total de pessoas Ec = EELISA + EIFI - EELISA x EIFI
HIV negativa (b+d) será: onde,
1.000.000 – 3.000 = 997.000 Ec = especificidade combinada
EELISA = especificidade do ELISA
2º. Conhecendo-se a sensibilidade do primeiro ELI- EIFI = especificidade do IFI
SA (99%), é possível calcular o número de ver-
Assim:
dadeiros positivos (a) e de falsos negativos (c):
Ec = 0,99 + 0,995 - 0,99 x 0,995 ≅ 99,995%
a
S=
a+c
∴ 0,99 = ∴ O exame de ELISA, juntamente com o IFI, é realiza-
do nos 12.940 doadores que tiveram o exame positivo
a = 0,99 x 3.000 a = 2.970 (2.970 verdadeiros positivos e 9.970 falsos positivos).
Conseqüentemente, c = 30. Assim, a tabela 2 x 2 é construída da seguinte forma:

3º. Da mesma forma, conhecendo-se a especifici- HIV


Presente Ausente Total
dade do primeiro ELISA (99%), é possível calcu-
lar o número de verdadeiros negativos (d) e de Positivo 2.920 0 2.920
falsos positivos (b): Testes combinados
Negativo 50 9.970 10.020
E= ∴ 0,99 = ∴ Total 2.970 9.970 12.940

d = 0,99 x 997.000 d = 987030 Sensibilidade ≅ 98,31%


Especificidade ≅ 99,995%
Conseqüentemente, b = 9970. Valor Preditivo Positivo = 100%
Valor Preditivo Negativo ≅ 99,50%
4º. Assim, é possível construir a tabela 2x2 e calcu- Total de falso positivo = 0
lar os valores preditivos: Total de falso negativo = 50

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21 97

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O valor preditivo positivo aumentou substancialmen- HIV
te e o valor preditivo negativo diminuiu pouco. Esse Presente Ausente Total
fenômeno ocorreu em função do aumento da proba-
Positivo 2.958 10 2.968
bilidade pré-teste (ou “prevalência”) na etapa 2 da Western Blot
rotina proposta, já que a probabilidade pré-teste na Negativo 12 9.960 9.972
etapa 1 foi de 0,3% e na etapa 2 aumentou para
Total 2.970 9.970 12.940
22,95% (=2.970/12.940). Além disso, contribuiu para
que o VPP fosse igual a 100%, a elevada especifici- Sensibilidade = 99,6%
dade combinada (99,995%) nesta etapa. Note que Especificidade = 99,9%
ao final dessa etapa, mesmo após a realização de Valor Preditivo Positivo ≅ 99,66%
todos esses exames, ainda existirão 50 doadores que, Valor Preditivo Negativo ≅ 99,88%
Total de falso positivo = 10
embora portadores do HIV, seus exames resultarão
Total de falso negativo = 12
negativos. Esse é um dos motivos para que não se
preconize exame de rastreamento para HIV para O valor preditivo positivo aumentou substancialmen-
toda a população, além dos motivos éticos, de custo- te e o valor preditivo negativo diminuiu muito pouco.
efetividade etc. Esse fenômeno ocorreu em função do aumento da
probabilidade pré-teste (ou “prevalência”) na etapa
Etapa 1 + etapa 3: 2 da rotina proposta, já que a probabilidade pré-teste
Neste caso, utiliza-se o exame de ELISA na etapa 1 na etapa 1 foi de 0,3% e na etapa 2 aumentou para
e, caso ele seja reagente, utiliza-se o exame de Wes- 22,95% (=2.970/12.940). Note que utilizando esse
tern Blot na etapa 3. Assim, os procedimentos para procedimento (etapa 1 + 3 ), mesmo após a realiza-
o cálculo dos valores de VPP e VPN da etapa 1 são ção de todos esses exames, ainda existirão 10 doa-
idênticos, pois se trata da mesma etapa. A seguir, os dores que, embora positivos, não são portadores do
indivíduos que resultaram positivo nesta etapa de- HIV (falso positivo) e 12 doadores portadores do
vem ser testados, utilizando-se o Western Blot. Pos- HIV, cujos exames resultarão negativos (falso nega-
teriormente, calculam-se os valores de VPP e VPN tivo). Assim, mesmo após a realização de todos os
para a etapa 3: exames dessa etapa serão classificados erroneamen-
te 22 doadores.
• Etapa 1
Ressalta-se que uma bolsa de sangue testada para
Os procedimentos são os mesmos da etapa 1 ante- HIV não garante totalmente que a mesma está
rior, assim a tabela 2x2 é exatamente a mesma: livre do vírus. Assim, deve-se adotar sempre uma
conduta mais conservadora em relação à transfusão
HIV
sangüínea, reservando-a para casos em que houver
Presente Ausente Total risco de morte iminente para o paciente receptor.
Positivo 2.970 9.970 12.940
ELISA
Negativo 30 987.030 987.060 b) O aluno deve calcular os valores solicitados para
cada uma das duas situações determinadas pelo
Total 3.000 997.000 1.000.000 Ministério da Saúde: etapa 1 + etapa 2 e etapa 1
Sensibilidade = 98,01% + etapa 3
Especificidade = 99,99%
Valor Preditivo Positivo ≅ 99,98% Etapa 1 + etapa 2:
Valor Preditivo Negativo ≅ 98,69%
Total de falso-positivo = 60 Neste caso, utiliza-se primeiramente um exame de
Total de falso-negativo = 7.960
ELISA e, caso ele seja reagente, utiliza-se outro exa-
me de ELISA juntamente com um exame de IFI.
• Etapa 3 Assim, devem ser calculados os valores de VPP e
O teste de Western Blot é realizado nos 12.940 doa- VPN para a etapa 1. A seguir, os indivíduos que re-
dores que tiveram o exame positivo (2.970 verdadei- sultaram positivo nesta etapa devem ser testados, utili-
ros positivos e 9.970 falsos positivos). Assim, a tabela zando-se a sensibilidade e a especificidade combinadas
2x2 é construída da seguinte forma: do ELISA com o IFI, pois eles serão aplicados na mes-

98 EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21

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ma amostra sorológica. Posteriormente, calculam-se os • Etapa 2
valores de VPP e VPN para a etapa 2:
Tendo em vista que, neste caso, o resultado será con-
siderado positivo somente se o ELISA e o IFI resul-
• Etapa 1
tarem positivos, a sensibilidade combinada é calculada
Considerando-se a população com uma prevalência da seguinte forma: Sc = SELISA x SIFI
de 40%, a tabela 2x2 pode ser construída da seguin-
te forma: onde,
Sc = sensibilidade combinada
1º. Calcula-se o número total de pessoas com HIV
SELISA = sensibilidade do ELISA
positivo (a+c):
SIFI = sensibilidade do IFI
1.000.000 x 40% = 400.000
Conseqüentemente, o número total de pessoas
Assim:
HIV negativa (b+d) será:
Sc = 0,99 x 0,993 = 0,9831 ≅ 98,31%
1.000.000 – 400.000 = 600.000
A especificidade é calculada da seguinte forma:
2º. Conhecendo-se a sensibilidade do primeiro ELI-
SA (99%), é possível calcular o número de ver- Ec = EELISA + EIFI - EELISA x EIFI
dadeiros positivos (a) e de falsos negativos (c):
onde,
S= ∴ 0,99 = Ec = especificidade combinada
EELISA = especificidade do ELISA
a = 0,99 x 400.000 a = 396.000 EIFI = especificidade do IFI
Conseqüentemente, c = 4.000.
Assim:
3º. Da mesma forma, conhecendo-se a especifici- Ec = 0,99 + 0,995 - 0,99 x 0,995 ≅ 99,995%
dade do primeiro ELISA (99%), é possível calcu-
lar o número de verdadeiros negativos (d) e de ∴
falsos positivos (b): O exame de ELISA juntamente com o IFI é realiza-
E= 0,99 = do nos 402.000 doadores que tiveram o exame posi-
tivo (396.000 verdadeiros positivos e 6.000 falsos
d = 0,99 x 600.000 d = 594.000 positivos). Assim, a tabela 2x2 é construída da se-
guinte forma:
Conseqüentemente, b = 6.000.
HIV
4º. Assim, é possível construir a tabela 2x2 e calcu- Presença Ausência Total
lar os valores preditivos: Presença 389.308 0 389.308
Testes combinados
Ausência 6.692 6.000 12.692

HIV Total 396.000 6.000 402.000


Presente Ausente Total
Sensibilidade ≅ 98,31%
Positiva 396.000 6.000 402.000 Especificidade ≅ 99,995%
Testes combinados Valor Preditivo Positivo = 100%
Negativa 4.000 594.000 598.000 Valor Preditivo Negativo ≅ 47,27%
Total de falso positivo = 0
Total 400.000 600.000 1.000.000 Total de falso negativo = 6.692

Sensibilidade = 99%
O valor preditivo positivo, embora tenha atingido
Especificidade = 99%
Valor Preditivo Positivo ≅ 98,51%
100%, aumentou pouco e o valor preditivo negativo
Valor Preditivo Negativo ≅ 99,33%
diminuiu drasticamente. Esse fenômeno ocorreu em
Total de falso positivo = 6.000 função do aumento da probabilidade pré-teste (ou
Total de falso negativo = 4.000 “prevalência”) na segunda etapa da rotina proposta,

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21 99

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já que a probabilidade pré-teste, que já era alta na O valor preditivo positivo, embora tenha atingido um
primeira etapa (40%), aumentou mais ainda na se- valor próximo de 100%, aumentou pouco e o valor
gunda etapa (396.000/402.200 = 98,51%). Com uma preditivo negativo diminuiu, embora de maneira não
probabilidade pré-teste próxima de 100%, a probabi- tão drástica. Esse fenômeno ocorreu em função do
lidade de um teste negativo ser falso é extremamen- aumento da probabilidade pré-teste (ou “prevalên-
te alta (100% - VPN = 52,73%). cia”) na segunda etapa da rotina proposta, já que a
probabilidade pré-teste, que já era alta na primeira
Etapa 1 + etapa 3: etapa (40%), aumentou mais ainda na segunda eta-
pa (396.000/402.200 = 98,51%). Com uma probabi-
Neste caso, utiliza-se o exame de ELISA na etapa I e,
lidade pré-teste próxima de 100%, a probabilidade
caso ele seja reagente, utiliza-se o exame de Western
de um teste negativo ser falso é relativamente alta
Blot na etapa 3. Assim, os procedimentos para o cálcu-
(100% - VPN = 20,90%).
lo dos valores de VPP e VPN da etapa 1 são idênticos,
Note também que, ao se analisar conjuntamente os
pois se trata da mesma etapa. A seguir, os indivíduos
resultados dos itens (a) e (b) verifica-se que:
que resultaram positivo nesta etapa devem ser testa-
dos, utilizando-se o Western Blot. Posteriormente, cal-
1 o com o aumento da prevalência da doença, o valor
culam-se os valores de VPP e VPN para a etapa III:
preditivo positivo aumenta e o valor preditivo negati-
• Etapa 1 vo diminui;
Os procedimentos são os mesmos da etapa 1 ante-
2 o o total de falso-positivo é proporcionalmente maior
rior, assim a tabela 2x2 é exatamente a mesma:
na situação de baixa prevalência e o inverso ocorre
HIV em relação ao falso-negativo;
Presença Ausência Total
3 o comparando as etapas 1 + 2 nas duas situações (pre-
Presença 396.000 6.000 402.000
Testes combinados
valência igual a 0,3% e igual a 40%) percebe-se que
Ausência 4.000 594.000 598.000 a rotina proposta, praticamente, elimina a possibili-
dade de um resultado final falso-positivo, entretanto,
Total 400.000 600.000 1.000.000
não elimina totalmente a possibilidade de um resulta-
Sensibilidade = 99% do falso-negativo, já que existem 50 indivíduos com
Especificidade = 99% esse resultado na primeira situação (prevalência de
Valor Preditivo Positivo ≅ 98,51%
0,3%) e 6.692 indivíduos falsos-negativos na segun-
Valor Preditivo Negativo ≅ 99,33%
Total de falso positivo = 6.000 da situação (prevalência de 40%);
Total de falso negativo = 4.000
4 o comparando as etapas 1 + 3 nas duas situações
• Etapa 3
(prevalência igual a 0,3% e igual a 40%) percebe-
O teste de Western Blot é realizado nos 402.000 do- se que a rotina proposta classifica 10 doadores como
adores que tiveram o exame positivo (396.000 ver- falsos-positivos e 12 doadores como falsos-negati-
dadeiros positivos e 6.000 falsos positivos). Assim, a vos na primeira situação (prevalência = 0,3%). Ao
tabela 2x2 é construída da seguinte forma: se elevar a prevalência para 40% (segunda situa-
ção), a rotina proposta classifica 6 doadores como
HIV
Presença Ausência Total
falsos-positivos e 1.584 doadores como falsos-ne-
gativos.
Presença 394.416 6 394.422
Testes combinados 5o mais uma vez, deve-se destacar que não existe
Ausência 1.584 5.994 7.578 teste diagnóstico com acurácia igual a 100%. Todos
Total 396.000 6.000 402.000 os testes estão sujeitos a erro e a clínica deve sem-
pre prevalecer nos casos de dúvida.
Sensibilidade = 99,6%
Especificidade = 99,9%
Valor Preditivo Positivo ≅ 99,998%
Valor Preditivo Negativo ≅ 79,10%
2) a) O aluno deve construir a curva ROC, plotando os
Total de falso positivo = 6 valores de 1 – especificidade no eixo x e de sen-
Total de falso negativo = 1.584 sibilidade no eixo y. Conforme gráfico a seguir:

100 EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21

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4) a)

Técnicos
Presente Ausente Total

Positiva 112 8 120


Pacientes
Negativa 28 52 80

Total 140 60 200

Sensibilidade = 80%
Especificidade ≅ 86,7%
Valor Preditivo Positivo ≅ 93,3%
Valor Preditivo Negativo = 65%

b)
Técnicos
Presente Ausente Total

Positiva 16 24 40
Pacientes
b) O exame A. Para todos os pontos de corte, o Negativa 4 156 160
exame A apresenta sempre os maiores valores
de sensibilidade e especificidade. Isto pode ser Total 20 180 200
visualizado através da construção da curva ROC. Valor Preditivo Positivo = 40%
Neste caso, a área sobre a curva do exame A é Valor Preditivo Negativo = 97,5%
maior do que a do exame B.
c) Para um mesmo teste, ou seja, com mesma sen-
3) a) sibilidade e especificidade, quanto maior a preva-
lência de infestação de “barbeiros”, maior o valor
Sorologia preditivo positivo da informação prestada pelo
Presente Ausente Total paciente.
Positiva 55 5 60
Médico d) Haveria menor desperdício de inseticida na pri-
Negativa 35 5 40
meira situação, pois a informação prestada pelos
Total 90 10 100 pacientes teve um elevado valor preditivo positi-
vo. Neste caso, estariam sendo borrifados des-
Sensibilidade = 90% necessariamente apenas oito domicílios (6,7% do
Especificidade = 50%
total de domicílios relatados pelos pacientes como
Valor Preditivo Positivo ≅ 91,7%
Valor Preditivo Negativo = 10% tendo “barbeiro”). Enquanto no segundo caso,
seriam borrifados desnecessariamente 24 domi-
cílios (60% do total de domicílios onde os pacien-
b) Esses achados indicam que o médico possui uma tes relataram a presença de “barbeiro”).
boa habilidade para diagnosticar a doença (VPP
alto), entretanto, sua habilidade para afastá-la é 5) a) Excluindo os resultados boderline:
muito baixa (VPN baixíssimo). Uma hipótese
Aids
plausível pode ser explicada devido ao amplo es- Presente Ausente Total
pectro clínico da doença, ou seja, quando o qua-
dro clínico é muito exuberante, fica mais fácil Positiva 72 4 76
ELISA
encontrar uma concordância entre a sorologia e Negativa 2 275 277
o diagnóstico clínico, entretanto, a rubéola pode
se apresentar de maneira pouco específica (oli- Total 74 279 353
gossintomática) em muitos casos, dificultando o
Sensibilidade ≅ 97,3%
diagnóstico clínico. Especificidade ≅ 98,6%

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21 101

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b) Primeira situação – considerando os resultados dos pelo vírus HIV. Já na segunda situação, ape-
boderline como positivos: nas quatro pacientes seriam classificados como
falsos-negativos, com um desperdício menor. En-
Aids tretanto, 16 pacientes seriam classificados como
Presente Ausente Total
falsos-negativos e suas bolsas seriam liberadas para
Positiva 86 22 108 transfusão, gerando um número de pacientes in-
ELISA fectados pós-tranfusão absolutamente insustentá-
Negativa 2 275 277 vel. Finalmente, deve-se ressaltar que no mundo
Total 88 297 385 real, existe uma triagem clínica entre os potenciais
doadores e afasta-se todo aquele que apresentar
Sensibilidade ≅ 97,7% algum risco para HIV, HbsAg etc. Ou seja, pre-
Especificidade ≅ 92,6%
tende-se que a população de doadores tenha a
Segunda situação – considerando os resultados menor prevalência possível de HIV (e de outras
boderline como negativos: doenças selecionadas) de tal forma que após a
realização da triagem laboratorial pelo ELISA, o
Aids número de falso negativo seja próximo de zero.
Presente Ausente Total
Assim, não é verossímil que se utilize pacientes
Positiva 72 4 76 com suspeita de AIDS como potencial doador.
ELISA
Negativa 16 293 309 6) a) Para não ocorrer viés por parte do observador,
Total 88 297 385 ao classificar os casos de acordo com o resulta-
do dos exames e vice-versa.
Sensibilidade ≅ 81,8%
Especificidade ≅ 98,7% b) Biópsia prostática e prostatectomia

c) Os melhores resultados conjuntos de sensibilida- c) Sim. Na biópsia poderia ocorrer a retirada de parte
de e especificidade ocorreram quando foram des- do tecido sem a presença de células malignas,
cartados os resultados boderline. Ao se resultando em falso-negativo. Na prostatectomia,
considerar os resultados boderline como positi- a retirada total do órgão permite uma melhor ex-
vos, há uma perda na especificidade, pois aque- ploração de todo o tecido e maior probabilidade
les resultados boderline que na verdade forem de se detectar células malignas.
negativos, serão considerados como positivos, ou
seja, serão falsos-positivos. Finalmente, ao se con- d) O aluno deve construir a curva ROC, plotando os
siderar os resultados boderline como negativos, valores de 1 – especificidade no eixo x e de sen-
há uma perda na sensibilidade, pois aqueles re- sibilidade no eixo y. Conforme gráfico abaixo:
sultados boderline que na verdade forem positi-
vos, serão considerados como negativos, ou seja,
serão falsos-negativos.

d) Um teste de screening deve se caracterizar pela


alta sensibilidade, assim, o melhor teste seria aquele
em que os resultados boderline são considerados
como positivos (primeira situação), já que neste
caso, o valor da sensibilidade é maior. Note que na
primeira situação, 22 pacientes foram classifica-
dos como falsos-negativos e suas bolsas de san-
gue seriam descartadas, gerando desperdício.
Entretanto, “apenas” 2 pacientes foram classifi-
cados como falsos-negativos e a bolsa de sangue
seria utilizada em doadores (lembre que essa situ-
ação é teórica, pois no mundo real este risco deve
ser minimizado ao máximo), que seriam infecta-

102 EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21

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A curva ROC referente ao PSA é reiteradamente (screening) para doenças na população em ge-
mais elevada que a do ACP. Isso significa que os ral tenderia a classificar muitos indivíduos como
valores de sensibilidade e especificidade são melho- falso-positivo, pois a prevalência da maioria das
res para o PSA em todos os pontos de corte. Os doenças (inclusive do câncer de próstata) na po-
autores calcularam a área sob a curva ROC do PSA pulação em geral é muito baixa.
que foi de 0,81 e a do ACP que foi de 0,72, embora a
significância estatística não tenha sido determinada, b) Ao diminuirmos o ponto de corte, muitos pacien-
existe uma diferença entre elas. Assim, o melhor teste tes com câncer de próstata seriam detectados pelo
para o diagnóstico de câncer de próstata é o PSA. exame (aumentaria a sensibilidade do teste), en-
tretanto, diversos indivíduos normais seriam clas-
7) a) Porque o valor preditivo positivo possui uma rela- sificados como doentes (falso positivo), em função
ção direta com a prevalência da doença em ques- da queda na especificidade.
tão, mesmo para um teste com sensibilidade e
especificidade elevadas. Assim, para um mesmo c) Porque, como já foi dito anteriormente, quanto
teste diagnóstico, quanto maior a prevalência da maior a prevalência da doença, maior será o va-
doença, maior o valor preditivo positivo do teste. lor preditivo positivo do teste.
Neste caso, a utilização de testes de triagem

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 21 103

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