Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
DIREITO BRASILEIRO
Resumo: Este artigo tem como objetivo fazer um breve resumo acerca do Tribunal do
Júri, instituição prevista na Constituição Federal do Brasil de 1988, destinado a julgar
os crimes dolosos contra a vida. O artigo 5.º, inciso XXXVIII, da Constituição institui a
competência do referido Tribunal e sua regulamentação está presente no Código de
Processo Penal. Assim, através de sintética análise, pretende-se analisar suas origens,
utilidade e fins dentro do direito brasileiro.
1. Introdução
1
Acadêmica do curso de Direito nas Faculdades Integradas IESGO.
2
ARAGÂO, Nancy. Você conhece o Direito Penal? Rio de Janeiro: Editora Rio, 1972. p.26
2. A Origem Histórica do Tribunal do Júri
3
TÁVORA, Nestor. Curso de Processo Penal. Nestor Távora, Rosmar Rodrigues Alencar. 12. Ed. Salvador:
Ed. JusPodivm, 2017. p.1231
4
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 12ª Edição. Rio de Janeiro:
Forense. 2015. p.677
5
ARAGÂO, Nancy. Você conhece o Direito Penal? Rio de Janeiro: Editora Rio, 1972. p.26
6
Id. Ibid. p. 678
No Brasil, em 18 de junho de 1822, o Tribunal do Júri foi disciplinado no
ordenamento jurídico pela primeira vez, através de um decreto do Príncipe Regente,
que limitou sua competência ao julgamento os delitos de abuso da liberdade de
imprensa. Este júri, formado por vinte e quatro cidadãos “bons, honrados, inteligentes
e patriotas”, decidiria sobre tais delitos, porém suas decisões seriam passíveis de
revisão apenas pelo Príncipe 7.
Com a Constituição de 1937, que não fazia menção ao Júri, houve diversos
debates e opiniões divergentes acerca da inclusão ou exclusão do tribunal no
ordenamento jurídico brasileiro. Contudo, o Decreto-lei nº 167 de 1938 acabou por
instituir e regular o Tribunal do Júri. 9
Por fim, em 1988, como retorno da democracia à carta magna brasileira, o júri
voltou a ser previsto no capítulo dos direitos e garantias individuais, trazendo os
princípios da soberania dos veredictos, sigilo das votações e plenitude de defesa,
7
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 12ª Edição. Rio de Janeiro:
Forense. 2015. p.678
8
Id. Ibid. p. 678
9
Id. Ibid. p. 678
10
Id. Ibid. p. 678
sendo disciplinado no artigo 5º, XXXVI como órgão judicial de 1º grau, da justiça comum,
estadual e federal. 11
11
Id. Ibid. p. 679
12
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal comentado. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais.2004.
13
Código de Processo Penal, Decreto Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 out.1941. Artigo 497, VII.
interferências externas prejudiciais ao julgamento. Este princípio configura uma das
exceções à regra da publicidade dos atos jurisdicionais prevista no inciso IX, artigo 93
da Constituição Federal. 14
Soberania pode ser definida como o “poder supremo”16, e neste mesmo sentido a
soberania dos veredictos se apresenta como uma característica fundamental do
Tribunal do Júri. Desta forma, ao analisar este princípio pode-se afirmar que a decisão
proferida pelos jurados não deixa de ter força em instância superior, se da sentença
proferida houver interposição recursal.
Neste cenário o juiz de direito não tem autonomia para substituir a decisão
tomada pelos jurados. Dito isto, o Código de Processo Penal regulamenta que, se a
decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos alegada em sede
de apelação, o Tribunal ad quem deverá sujeitar o réu a novo Júri, anulando o anterior,
14
BRASIL. Constituição Federal do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 05 out.1988.
15
NASSIF, Aramis. O Júri Objetivo.2. Ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.
16
Definição encontrada em https://dicionariodoaurelio.com/soberania. Acesso em: 05/06/2018
não podendo modificar a decisão proferida anteriormente e este fato corrobora o
referido princípio que configura cláusula pétrea na constituição Federal de 1988.17
Nucci ainda afirma que, “soberania quer dizer que o júri, quando for o caso,
assim apontado por decisão judiciária de órgão togado, terá a última palavra sobre um
crime doloso contra a vida”.
Porém, esta competência pode ser ampliada, como fez o Código de Processo
Penal para outros crimes: os conexos. Tal ampliação encontra respaldo também na
jurisprudência, conforme entendimento da primeira turma do Supremo Tribunal
17
Código de Processo Penal, Decreto Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 out.1941. Artigo 593, §3º.
18
Código Penal, Decreto Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 7 dez.1940. Do artigo 121 ao 128.
Federal, com a Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski, por meio do Habeas
Corpus 101.542/SP, julgado aos 4 de maio de 2010.
4. Conclusão
5. Referências
ARAGÂO, Nancy. Você conhece o Direito Penal? Rio de Janeiro: Editora Rio,
1972.
BRASIL. Constituição Federal do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 05 out.1988.
Código Penal, Decreto Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 7 dez.1940.
Código de Processo Penal, Decreto Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13
out.1941.
Definição encontrada em https://dicionariodoaurelio.com/soberania. Acesso
em: 05/06/2018
TÁVORA, Nestor. Curso de Processo Penal. Nestor Távora, Rosmar Rodrigues
Alencar. 12. Ed. Salvador: Ed. JusPodivm, 2017.
NASSIF, Aramis. O Júri Objetivo.2. Ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado,
2001.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal comentado. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais.2004.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 12ª
Edição. Rio de Janeiro: Forense. 2015.