A formação docente: apagando fronteiras e redefinindo territórios,
No segundo capitulo, autora apresenta reflexões sobre a ação/ formação
docente com o objetivo de reconstruir associações entre a teoria e prática
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Destaca a que as ações docentes são organizadas e sustentadas a
partir de dimensões oriundas de parâmetros sociais, demarcados pela modernidade, definido pelo positivismo e pelo pensamento liberal. Atualmente a discussão sobre formação docente ampara-se, entre outras coisas, pelo discurso da qualidade de educação. Conforme a autora, tal juízo frequentemente de cunho positivista confunde formação com treinamento, pois não considera a dinâmica cultural e interação social presente no processo de educação escolar. A idéia de primazia é a de Formação Continuada (FC) como preparação para a atuação – novos instrumentos metodológicos e conhecimento para transformar a pratica e melhorar a qualidade de ensino. O que significa preparar ou estar preparado profissionalmente para atuar como professor? “Surge uma imagem da sociedade como uma construção conflituosa em que grupos se opõem entre si como consequência dos objetivos diferentes. A formação de professores baseada no modelo da racionalidade técnica mostra-se inadequada à realidade da prática profissional docente. As principais críticas atribuídas a esse modelo dizem respeito à separação entre teoria e prática na preparação profissional, a prioridade dada à formação teórica em detrimento da formação prática e a concepção da prática como simples espaço de aplicação de conhecimentos teóricos, ou seja, confunde prática com técnica. Outro limite deste modelo consiste em acreditar que o domínio dos conteúdos específicos que se vai ensinar é suficiente para ser um bom professor. Isso significa, por exemplo, que, para ser um bom professor, basta o domínio dos conhecimentos específicos da área do conhecimento. de sua atuação. “Os pequenos consertos”, em forma de FC não conseguem produzir soluções para as demandas sociais. Surge uma imagem da sociedade como uma construção conflituosa em que grupos se opõem entre si como consequência dos objetivos diferentes. O conhecimento cientifico constituí um instrumento importante para a ação docente na medida em que contribui para a compreensão da realidade. Professores mediadores entre a cultura e seus alunos por meias ações políticos que não se sustentam apenas com conhecimento técnico. Pesquisas apontam que os professores reconhecem a necessidade de novos conhecimentos, mas criticam as formações, dizendo que normalmente essas formações são “sempre a mesma coisa” e pouco contribuem para seu desenvolvimento – indícios de aspiração de conhecimentos que possam trazer novas perspectivas a sua pratica. Movimento, processo, continuidade, reconstrução indagação – FC e ação docente estão estreitamente vinculadas. A escola tem como função atuar para o processo de mudanças sociais, assim sendo, o conhecimento técnico é insuficiente para responder as multiplicidades que compõe a dimensão humana. Reflexão: as experiências é o que são as representações que dela fazem os sujeitos Professor: intelectual transformador capaz de refletir sobre sua pratica. Escola: local de diversas experiências, palavras e compreensões, é vista como um espaço social de luta pelas definições da realidade onde se pode desenvolver o espírito crítico e o respeito pela dignidade humana. Alternativas perpassam por: interação teoria e prática, conhecimento do professor, autonomia. Autonomia: capacidade de criar alternativas para sua ação. A relação teórico/prática é especialmente significativa para a construção da autonomia. Interação teoria e prática: a teoria como instrumento para entendimento da pratica. Conhecimento do professor para agir e sustentar suas reflexões. Transformações necessitam de questionamento: sobre concepções, valores e processo ensino/aprendizagem, de qualificação, de condições de trabalho, de estrutura, de objetivos e organização ( condicionantes externos). sobre crenças, concepções e postura do professor, crenças e concepções do ambiente e comunidade escolar aspectos subjetivos do meio de atuação (condicionantes internos). .Erro: parte do processo de construção de conhecimento. Professores: alguns percebem o erro parte do processo de construção de conhecimento outros como impossibilidade da criança. Construtivismo: embora tenha provocado mudanças, em grande parte do processo serve mais para classificação das crianças em níveis do que instrumento para compreensão do processo de língua escrita, mantendo a perspectiva classificatória da avaliação A possibilidade de interpretar os erros como parte do processo não evitava que os conhecimentos dos alunos e alunas recebessem valores distintos. Trabalho dos alunos é avaliado a partir das referencias do professor. Avaliação da criança vinculada a sua capacidade de atender aos aspectos de valor para o adulto. Professores com concepções distintas avaliam de forma distinta A necessidade de classificar alunos condiciona o seu desenvolvimento. Destaca o empobrecimento do ensino/professor quando prioriza atividades que proporcionem condições para avaliar as “hipóteses “ . Acredita que o construtivismo esta marcado pela idéia de que o processo de ensino /aprendizagem é essencialmente psicológico, isolando as questões sociais, políticas e culturais envolvidas no processo.
No entanto, de acordo com Esteban (2001), a relação teoria/prática é
fundamental para a construção da autonomia docente. Ela é considerada como um dos seus entraves, em especial pelo distanciamento existente entre a reflexão e a ação e pela dificuldade de colocar em prática as discussões teóricas. A idéia de autonomia apresentada pela autora refere-se à capacidade do professor, individual ou coletivamente, criar alternativas para a sua ação. A construção de uma prática nova e de melhor qualidade depende da conquista dessa autonomia.
de sociedade é composta por grupos diversos e antagônicos. Destaca ser o
conhecimento científico um importante instrumento quando este contribui para a apreensão da realidade. Esclarece que uma escola comprometida com a aprendizagem precisa dedicar-se a pesquisa, enfatizando ser a ação docente um processo contínuo e coletivo. Processo esse que incluem e trabalha com a perspectiva da possibilidade, considerando os saberes dos alunos das classes populares.