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O processo de briquetagem como alternativa de sustentabilidade para

as indústrias madeireiras do município de Aripuanã-MT

Elio Sandro Zago (UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso) eliozago@hotmail.com


Anderson Gheller Froehlich (UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso) andergf@gmail.com
Pedro Henrique Pelegrini (UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso) camus_ph_88@hotmail.com
Marcos Aurélio Sifuentes (UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso)
marcos_sifuentes@hotmail.com

Resumo:
Este estudo trata-se do processo de reaproveitamento de resíduos das indústrias madeireiras do
município de Aripuanã-MT, enfocando os aspectos ambientais como estratégia para redução de
queimadas e outros danos ecológicos. O objetivo central foi verificar se as indústrias do setor utilizam
de práticas ambientalmente corretas em relação aos resíduos dessas madeireiras. Através de pesquisa
de campo, com entrevistas informais aos gerentes e responsáveis pela área de produção dessas
empresas, constatou-se que das 27 empresas legalizadas nos órgãos de fiscalização estadual e federal,
apenas 2 fazem o reaproveitamento, principalmente para produzir energia, através do processo de
biomassa. As demais madeireiras despejam esses resíduos no próprio terreno, ficando mais susceptível
a outros danos ambientais, como as queimadas. Pela enorme quantidade de resíduos gerados pelas
madeireiras do município, a pesquisa demonstrou que há demanda suficiente para implantação de um
fábrica de briquetes, contribuindo para a redução dos resíduos e para práticas mais sustentáveis do
setor madeireiro.
Palavras chave: Reaproveitamento de resíduos, Indústria madeireira, Briquetagem.

The process of briquette as an alternative for sustainable timber


industries in the municipality of Aripuanã-MT

Abstract
This study deals with the process of reusing waste from wood industries in the municipality of
Aripuanã-MT, focusing on environmental issues as a strategy to reduce fires and other ecological
damage. The main objective was to determine whether the industry-wide use of environmentally
sound practices in relation to such waste timber. Through field research, informal interviews with
managers responsible for the production of these companies, found that of 27 companies legalized in
the surveillance state and federal governments are just 2 reuse, especially for energy, through the
process biomass. The other loggers dump their waste on the spot, becoming more susceptible to
environmental damage, such as burning. The enormous amount of waste generated by logging in the
municipality, the research shows that there is enough demand for deployment of a briquetting plant,
helping to reduce waste and more sustainable practices for the timber sector.
Key-words: Reuse of waste, Timber industry, Briquetting.

1 Introdução
Atualmente, há uma crescente preocupação com o processo de produção e com produtos
ecologicamente corretos, que são pré-requisitos para garantir sua sustentabilidade. A
necessidade de se promover o desenvolvimento sustentável através de fontes renováveis de
energia terá uma participação cada vez mais relevantes na matriz energética global. Em cima
de bases sustentáveis, o governo vem estimulando a realização de pesquisas de
desenvolvimento tecnológico que vislumbrem a incorporação dos efeitos da aprendizagem e a
consequente redução dos custos de geração dessas tecnologias.
O contínuo debate mundial sobre o aumento da segurança no fornecimento de energia,
impulsionado pelos efeitos de ordem ambiental e social da redução da dependência de
combustíveis fósseis, contribui para despertar o interesse de todo o planeta por soluções
sustentáveis por meio da geração de energia oriunda de fontes limpas e renováveis.
Uma dessas alternativas de energia renovável é o processo de briquetagem, que é considerado
uma grande fonte de energia renovável, atendendo a exigência da sociedade contemporânea
sobre responsabilidade, ética, qualidade, redução do impacto ambiental e garantindo o
compromisso com um mundo melhor.
O presente artigo aponta estudo realizado no município de Aripuanã – MT, com o intuito de
promover e viabilizar o aproveitamento de resíduos das indústrias madeireiras, tendo como
base o processo de briquetagem, levando em consideração que há uma grande quantidade de
resíduos produzidos pelas madeireiras, torna-se relevante o investimento em processos de
energia renováveis, que tragam benefícios ao município e à população, gerando maior
rentabilidade para essas indústrias. Dessa forma, compreende-se que ações mais responsáveis
com o meio ambiente, além de aquecer a economia, podem servir de exemplo para outros
municípios que são fortemente produtores de madeira.
2 Revisão da literatura
2.1 O sistema de briquetagem
A briquetagem é o processo de fabricação de briquete, produto de alto teor calórico, obtido
pela compactação dos resíduos de madeira como pó de serragem e as cascas vegetais,
geralmente provenientes do desdobramento da tora, considerado uma lenha ou um carvão
ecológico e de alta qualidade, devido que no processo de briquetagem ocorre a destruição da
elasticidade natural das fibras do mesmo. Esta destruição pode ser realizada por dois
processos: alta pressão e/ou alta temperatura. O processo provoca a "plastificação” da lignina,
substância que atua como elemento aglomerante das partículas dos resíduos de madeira, uma
razão muito importante da não necessidade de adicionar produtos aglomerantes (resinas,
ceras, dentre outros). Para que esta aglomeração tenha sucesso, necessita da presença de uma
quantidade de água, compreendida entre 8 a 15% de umidade, e que o tamanho da partícula
esteja entre 5 a 10 mm (BIOMAX, 2010).
O resíduo muito seco e o acima da umidade indicada prejudicam o empacotamento do
material ou produzem um briquete sem estabilidade, desfazendo-se quando estocado ou
transportado.
De acordo com Quirino (1991), a briquetagem é uma forma bastante eficiente para concentrar
a energia disponível da biomassa, pois 1,0 m3 de briquetes contém de 2 a 5 vezes mais energia
que 1,0 m3 de resíduos. Isso levando-se em consideração a densidade a granel e o poder
calorífico médio desses matérias.
O briquete pode ser utilizado para queima como lenha, gerando calor ou vapor, a exemplo de
termoelétricas para produção e comercialização de energia elétrica e queimadores de
partículas como ocorre nas indústrias de cerâmicas e indústrias que utilizam caldeiras ou
forno, dentre outras.
2.2 Características dos briquetes
As características fundamentais dos briquetes não variam muito de um resíduo para outro. De
acordo com as informações da Nacbriquetes a tabela abaixo relaciona as principais
características dos briquetes.

Características Valor
Umidade 10 a 12%
Carbono Fixo 13,6%
Cinzas 2%
Materiais Voláteis 84,4%
Poder Calorífico 4650 Kcal/Kg
Densidade 1.000 a 1300 Kg/m3
Fonte: Nacbriquetes, 2010.
Tabela 1 - Características dos briquetes

A umidade de um material está relacionada com o seu teor de água, no caso do briquete o
valor de 10 a 12% de umidade é considerado baixo em relação à lenha convencional que é de
30 a 40%. Com relação ao carbono fixo tem-se que quanto maior este valor maior o calor
gerado, já os materiais voláteis quanto menor o valor mais lentamente será a queima do
material, apesar dos valores encontrados nos briquetes para estes dois parâmetros está em
desacordo com o conceito, o alto poder calorífico do briquete, que é a quantidade de calor que
desprende 1 kg de combustível quando de sua combustão completa, supera esta questão já que
este valor é bem superior ao da lenha (2.000 a 2.500 Kcal/Kg), (NACBRIQUETES, 2010).
Com relação à densidade, que é definida como a relação entre a sua massa e o seu volume, ela
informa se a substância de que é feito um corpo é mais ou menos compacta, no caso
especifico a densidade da lenha (280 kg/m3) é bem menor do que do briquete, portanto o
briquete é mais compacto do que a lenha (BIOMACHINE, apud. Silveira, 2007).
2.3 Vantagens do uso de briquetes
Os briquetes são fabricados para atender os estabelecimentos e indústrias que possuam
fornalhas, fornos, caldeiras e que utilizam lenha para gerar energia, eles substituem com
vantagem a lenha à medida que diminui custos, facilita o transporte, a manipulação e o
armazenamento. Seu formato cilíndrico padronizado reúne uma alta densidade de resíduos
prensada, sem a adição de produtos químicos ou componentes com alto poder calorífico. Os
briquetes contribuem para o controle do desmatamento e da poluição já que uma grande
quantidade de resíduo que seria descartado pode ser aproveitada.
De acordo com os dados das empresas Lippel, Nacbriquetes, Eco Industrial e Biomax (2010),
as principais vantagens do uso de briquetes em relação à lenha são:
a) Devido a baixa umidade a temperatura se eleva rapidamente, produzindo menos fumaça,
cinza e fuligem;
b) Maior temperatura de chama e queima regular;
c) Não danifica a fornalha no manuseio de abastecimento;
d) Menor manutenção das grelhas e fornalhas;
e) Menor custo;
f) São fornecidas em embalagens padronizadas;
g) Produto 100% reciclado e ecológico;
h) Menor necessidade de estoque, já que o produto é seco e pronto para o uso;
i) Maior higiene e melhor aparência, ideal para indústria alimentícia;
j) Formato geométrico que facilita o transporte, manipulação e armazenamento;
k) Redução do impacto, principalmente sobre as florestas nativas, para retirada da lenha;
l) Menor índice de poluição, pois se trata de um combustível renovável;
m) Não há necessidade de Regulamentação ambiental pelos órgãos Federal, Estadual e
Municipal;
n) Menor espaço para armazenamento (01 tonelada de briquete ocupa 25 m2 que equivale a 90
m3 de lenha)
o) Permite o aproveitamento de resíduos das indústrias de base florestal, agro-agrícolas, agros
alimentares, dentre outras de origem vegetal;
p) Maior densidade;
q) Maior Poder Calorífico;
r) 01 tonelada de briquete pode substituir aproximadamente 1,96 toneladas de lenha.
2.4 Mercado Consumidor
Os consumidores finais ocupam um lugar de destaque na comercialização do briquete. Além
da melhoria da qualidade de vida, produtores e consumidores, o briquete esta associado à
preservação ambiental.
A maior parte da demanda do briquete no Brasil é feita pelas indústrias e agroindústrias para
uso em fornalhas para calor e caldeiras para vapor. Algumas serrarias principalmente dos
Estados do Pará e do Mato Grosso que acumulam elevados volumes de serragem, estão
briquetando este material para uso próprio em fornalhas ou caldeiras, fazendo carvão ou ainda
vendendo este material (BIOMASSA E BRIQUETES, 2010).
O mercado consumidor de briquetes é bem amplo já que ele pode ser utilizado em residências,
churrascarias, padarias, olarias, frigoríficos, pizzarias, lareiras dentre outros.
A Tabela abaixo apresenta o consumo mensal de briquetes em relação à lenha em alguns tipos
de estabelecimentos.

Consumo Mensal (t)


Estabelecimento
Briquetes Lenhas
Padarias forninho 1,5 3,08
Pizzaria forno 06 pizzas 2,0 3,92
Lareiras média 1,0 1,96
Caldeiras 2 15 29,4
Caldeiras 4 30 58,8
Fogões a lenha 1,0 1,96
Fonte: NACBRIQUETES, 2010
Nota: valores aproximados.
Tabela 2 – Consumo mensal de briquetes em relação à lenha

Como pode ser observado na tabela acima, o consumo de lenha é maior do que o de briquetes,
devido ao seu maior poder calorífico se gasta menos briquetes do que lenha na queima.
2.5 Tecnologia empregada no processo de briquetagem
O Brasil possui 60 indústrias de briquetagem entre pequenas, médias e grandes com uma
produção mensal de 51,7 mil toneladas de briquetes comercializados e uma quantidade de 350
briquetadeiras mecânicas de pistão em funcionamento parcial ou total. Cerca de 70% das
indústrias de briquetagem trabalham independentes, compram descartes de terceiros,
industrializam este material e vendem briquetes para o mercado industrial ou de serviços
como agroindústrias, padarias, pizzarias e restaurantes, (PEREIRA, 2006; GROVER;
MISHRA, 1996; BIOMASSA E BRIQUETES, 2010; O PROCESSO DE BRIQUETAGEM,
2010).
Na fabricação de briquete, as matérias-primas utilizadas podem ser: serragem, maravalha,
casca de arroz, palha de milho, sabugo, bagaço de cana-de-açúcar, casca de algodão, café
entre outros, obtendo-se briquetes com qualidade superior (Quirino, 1991).
O diâmetro do briquete quando de madeira para queima em caldeiras, fornos e lareiras é de 70
mm a 100 mm e com comprimento de 250 mm a 400 mm. Outras dimensões com diâmetros
de 28 mm a 65 mm são usadas em estufa, fogão de alimentação automática, grelha e
churrasqueira, (O PROCESSO DE BRIQUETAGEM, 2010).
A máquina que produz o briquete é um equipamento mecânico denominado prensa
briquetadeira de pistão, geralmente movido a motor elétrico, pesando de seis a dez toneladas,
constituído de um pistão de aço horizontal pulsante de movimentos alternativos e ligados
excentricamente a um virabrequim. Este fica acoplado a um volante duplo com diâmetro que
pode ter 1 metro e massa de duas toneladas. Tem uma bica superior por onde entra a serragem
seca, uma câmara intermediária para onde a serragem é conduzida por um motor redutor de
eixo vertical em hélice, uma câmara de briquetagem onde a serragem é comprimida a
elevadas pressões e por fim uma guia de resfriamento horizontal externa (BRIQUETES NO
BRASIL, 2010).
2.6 Fontes de energia renováveis através do processo de briquetagem
A partir dos anos 70, a conscientização ambiental baseou-se necessariamente nas denuncias
sobre a contaminação industrial, resíduos tóxicos, agrotóxicos, vestígios envolvendo todo o
procedimento final da produção de qualquer indústria. A legislação decorrente foi marcada
por atribuir o tratamento dos resíduos no final do processo produtivo, entendidas pelas
empresas como mais um entrave que envolveria um aumento de custos e a ampliação de
procedimentos administrativos de controle e acompanhamento da legislação (REIS, 2008).
Um dos aspectos mais importantes da gestão ambiental empresarial nos últimos anos foi à
admirável compreensão de medidas que visam a uma maior eficiência na prevenção da
contaminação é mais vantajosa não só do ponto de vista de se evitarem problemas ambientais,
mas também porque resultam em aumento da competitividade
Em se tratando de resíduos de produção o processo de briquetagem traz grandes artifícios de
aproveitamento como fonte renovável de energia, em ampla parte substituindo fontes de
energia utilizadas no processo produtivo.
O briquete pode ser esse grande artifício de energia renovável, direcionado a biomassa,
substituindo outras fontes de energia.
Biomassa é uma matéria orgânica utilizada na produção de energia. Nem toda a produção
primaria do planeta passa incremental a biomassa vegetal, pois parte dessa energia acumulada
é empregada pelo ecossistema na sua própria manutenção. As vantagens do uso da biomassa
na produção de energia são o baixo custo, o fato de ser renovável, permite o aproveitamento
de resíduos e ser bem menos poluente que outras fontes de energia como petróleo e carvão
(LIPPEL, 2010).
3 Metodologia
Quanto à metodologia proposta no trabalho, realizou-se um estudo de campo para a
quantificação de resíduos gerados na indústria madeireira do município de Aripuanã-MT,
tendo como ponto de referência empresas legalizadas e certificadas pelo IBAMA e SEMA,
totalizando 27 indústrias, determinando uma quantidade considerável de resíduos produzidos
pelas madeiras. Durante estudo de campo foram realizadas visitas nas empresas, nas quais
eram realizadas entrevistas informais com os gerentes e/ou responsáveis pelo setor de
produção e em algumas com o próprio gestor. A pesquisa bibliográfica sustentou o
embasamento da literatura, alicerçando o estudo quanto aos temas propostos ligados à área
ambiental e ao processo de briquetagem.
4 Resultados e discussão
Após pesquisa realizada no setor madeireiro, pôde-se diagnosticar que há uma grande
quantidade de resíduos produzidos no beneficiamento da madeira, os resíduos são despejados
a céu aberto, provocando a poluição e a emissão de gases que afetam e agridem o solo e o
meio ambiente, considerando que são grandes agentes de incêndio. Por ficarem expostos a céu
aberto, possuem um índice elevado na temperatura, o que facilita o risco de incêndio.
Constatou-se que não há localidade especifica para descartar os resíduos, os mesmos são
acondicionados no próprio pátio das madeireiras, gerando acumulo e tomando lugares que
serviriam para armazenar matéria-prima, madeira em “tora”, e até mesmo produtos acabados.
A maioria das empresas pesquisadas, correspondendo a 25 do total, afirmaram que retiram
uma mínima quantidade dos resíduos produzidos no processo de beneficiamento, citam que o
custo para a remoção dos resíduos é alto, e não há disponibilidades de máquinas, como
caminhão caçamba e pás-carregadeira o suficiente para transportar do pátio para outras
localidades. Devido a esses pontos elencados, de não ter local especifico para descartar os
resíduos, os entrevistados alegam que a única saída é deixar no pátio, e de vez em quando
queimar, ou quando possível a retirada para outros locais.
Em apenas duas das empresas pesquisadas, os resíduos são aproveitados e utilizados para
sustentar caldeiras e estufas de secagem da madeira, utilizando como fonte de sustento para
sua própria produção. Sendo que o volume de resíduos aproveitados ainda é considerado
baixo e boa parte dos resíduos gerados por essas empresas acabam sendo despejados em local
especifico, mas ainda dentro do pátio.
4.1 Caracteristicas das principais madeireiras do município de Aripuanã
Atualmente no município de Aripuanã, o número de madeiras legalizadas e certificadas
seguindo todas as normas do IBAMA e SEMA são apenas de vinte e sete empresas, dados
disponíveis junto ao sindicado dos madeireiros do município, o número de empresas são
poucas, mas em compensação o volume de resíduos produzidos são enormes. Após visitas e
entrevistas com proprietários dessas empresas pode-se constatar que cada uma em média tem
sua produção de 400 a 500 m³ mensal, vale ressaltar que são de produtos acabados.
Análises juntos as empresas pode se constatar que o percentual de aproveitamento da madeira
“tora”, é de 40%, os outros 60% são de resíduos, levando em conta que varia da espécie da
madeira, e também se a mesma é para comercialização no exterior, o percentual de
aproveitamento diminui, pois recebem um tratamento diferenciado, mas em se tratando da
comercialização no próprio país o percentual se caracteriza em 40% tendo uma variação tanto
para mais quanto para menos.
4.2 Destinação dos resíduos
Os principais resíduos gerados nas diversas etapas do processamento primário (serrarias e
laminadoras) e secundário (beneficiamento e fábrica de compensado) da madeira são
representados basicamente por cascas, costaneiras, pó-de-serra, pó-de-lixa, refilos, destopos e
peças desclassificadas.
Fontes (1994) classifica resíduo como sendo tudo aquilo que sobra de um processo de
produção industrial ou exploração florestal. Para o autor, o extinto IBDF (Instituto Brasileiro
de Desenvolvimento Florestal) e a Universidade Federal do Paraná classificaram os resíduos
em três tipos distintos:
a) serragem - resíduo originado da operação de serras, encontrado em todos os tipos
de indústria, à exceção das laminadoras.
b) cepilho - conhecido também por maravalha, resíduo gerado pelas plainas nas
instalações de serraria/beneficiamento e beneficiadora (indústrias que adquirem a
madeira já transformada e a processam em componentes para móveis, esquadrias,
pisos, forros, etc.).
c) lenha - resíduo de maiores dimensões, gerado em todos os tipos de indústria,
composto por costaneiras, aparas, refilos, resíduos de topo de tora, restos de lâminas.

Como no município não há um destino desses resíduos, os mesmos são depositados no


próprio pátio das madeireiras, ocasionando o acúmulo do mesmo em tempo muito curto. Um
grande problema para as mesmas além de tomar um enorme espaço físico, acabam sendo
grandes agentes e provocadores de incêndios.
Algumas empresas, um número muito baixo ainda conseguem escoar seus resíduos para as
áreas urbanas, como chácaras e pequenos sítios que ficam nas proximidades da cidade,
servindo como adubo orgânico, esses pequenos locais o espaço físico é pequeno e não a como
estar acondicionando uma abundancia dos mesmos, pois ocupam um grande espaço para estar
sendo desejado.
4.3 Importância e viabilidade de uma empresa de briquetagem no município
Após relato da destinação dos resíduos das empresas madeireiras do município, torna-se
importante buscar meios favoráveis que venham minimizar esse grande numero produzido
pelas beneficiadoras de madeira, buscando uma tecnologia de viabilidade para aproveitar
esses resíduos para fins lucrativos e ecologicamente corretos.
Uma alternativa para esses resíduos seria o processo de briquetagem, onde os resíduos
produzidos pelas madeireiras são compactados e transformados em briquetes, servindo como
lenha para alimentar caldeiras, fornos e outras fontes que necessitam da energia do fogo para
estar produzindo ou geradas.
Adotando esse processo de briquetagem, as empresas madeireiras ganhariam, pois todos os
resíduos produzidos teriam um destino, aliviando a preocupação da mesma com questões
ambientais. Assim, essas organizações seriam vistas como empresas com responsabilidade
ambiental e cientes de seu papel na soceidade.
Os resíduos podem ser considerados fontes de energia e, dependendo do processo, podem ser
considerados como produtos ecologicamente corretos, pois além de não agredir o meio
ambiente, traz benefícios as empresas e a sociedade, visto que no processo de briquetagem
todos os resíduos produzidos no beneficiamento da madeira são transformados em outros
produtos que serviram como fonte de energia para outras empresas. Para o meio ambiente será
favorável, pois através do processo de briquetagem haverá a remoção do mesmo do solo e
para a sociedade trará beneficios do sentido de não haver mais “ar poluído”, devido a queimas
feitas pelas empresas dos resíduos e também limitado seu destino aos córegos do municipio.
Para iniciar o processo de implantação de uma usina de briquetagem, é necessário estudar a
região para implantação da fábrica de briquetes e verificar a demanda de matéria-prima para
abastecer essa indústria, além de verificar o mercado consumidor para destinação do produto
final (NACBRIQUETES, 2010).
5 Considerações finais
Analisando as características das indústrias madeireiras do município de Aripuanã-MT quanto
ao reaproveitamento dos resíduos, evidência-se que a maioria não adota práticas
ambientalmente corretas, visto que despejam os resíduos das indústrias madeireiras no interior
da própria empresa, tornando suscetível a queimadas e outras conseqüências danosas ao meio
ambiente.
Como as empresas consideram os altos custos como fator impeditivo para introduzirem novas
posturas quanto ao reaproveitamento dos resíduos, verificou-se que a quantidade produzida de
resíduos somente das indústrias devidamente legalizadas junto aos órgãos fiscalizadores do
governo estadual e federal, pode atender a demanda de uma indústria de briquetagem. Esse
elo a mais na cadeia produtiva da madeira geraria um valor agregado importante para
alternativas econômicas da região. No entanto, novos estudos devem ser realizados para
demonstrar a viabilidade econômico-financeira desse negócio, importando nesse estudo, a
confirmação de que o processo de briquetagem contribui significativamente para uma gestão
ambiental mais prudente em relação ao atual modelo de fabricação de madeira do município.
Além do mais, vale frisar que a briquetagem representa, dentre outras vantagens, uma opção
real para uma nova visão empresarial que se configura em um modelo mais sustentável e que
priorize a otimização dos recursos disponíveis.
Referências
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BIOMAX. Briquetes. Disponível em: http://www.biomaxind.com.br/site.html. Acessado em: 18/05/2010
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Resíduos”, dissertação de Mestrado do curso de Pós- Graduação em Engenharia Florestal da Universidade
Federal do Paraná, Curitiba.
GROVER, P. D.; MISHRA, S. K. Biomass briquetting: technology and practises. FAO, April 1996.
Disponível em: http://www.rwedp.org. Acesso em: 11/05/2010.
LIPPEL. Briquetadeira. Disponível em: http:// www.lippel.com.br/ Acesso em: 17/05/2010.
NACBRIQUETES. Briquetes. Disponível em: http:// www.nacbriquetes.com.br/. Acesso 16/ 05/2010.
O PROCESSO DE BRIQUETAGEM. Disponível em: http://www.komarek.com.br/process /index.html. Acesso
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PEREIRA, M. Prevenção e manutenção de máquinas na Eco Industrial. Trabalho de Graduação. Faculdade
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SILVEIRA. Monica Silva, Aproveitamento Das Cascas De Coco Verde Para Produção De Briquete Em
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http://www.teclim.ufba.br/site/material_online/dissertacoes/dis_monica_silveira.pdf. Acesso em: 16/05/2010

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