Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
sexual. Eu posso afirmar que pelo contrário, os terapeutas continuam tratando mais pacientes
do que nunca. Embora os medicamentos tenham ajudado inúmeros casais, assim como todos
os "remédios milagrosos", esses medicamentos têm suas limitações. Ereções firmes e
lubrificação adequada nem sempre levam a um relacionamento sexual satisfatório. Casais
com problemas de comunicação, atitudes negativas e crenças falsas com relação à função
sexual podem descobrir que um comprimido não faz tudo o que eles esperavam.
Antes que se possam identificar as opções adequadas de tratamento, é necessário, é claro,
determinar a natureza do problema sexual em questão.As disnfunções sexuais mais comuns
são:
AS DISFUNÇÕES SEXUAIS DEFINIDAS
A "disfunção sexual" pode ser definida como uma perturbação nas fases de
desejo, da excitação ou do orgasmo, ou ainda uma dor associada à relação sexual. A maioria
das pessoas sente falta ocasional de interesse na atividade sexual, dificuldades de se excitar
ou problemas relacionados ao orgasmo. O diagnóstico de disfunção está reservado para casos
em que as dificuldades com o funcionamento sexual ocorrem de forma persistente e causam
aflição significativa ou problemas para o indivíduo ou casal.
A educação pode ser um dos componentes mais importantes da terapia sexual. Crenças
equivocadas, expectativas fora da realidade e falta de informação com relação à fisiologia, à
anatomia e ao funcionamento sexual cumprem papéis centrais no surgimento e na
manutenção da disfunção sexual. Por exemplo, homens que não sabem que há um período
refratário depois da ejaculação ficam muito aliviados de saber que sua "insuficiência erétil"
após o orgasmo é normal. Da mesma maneira, as mulheres ficam aliviadas ao descobrir que a
falta de lubrificação é uma consequência natural da menopausa e pode ser resolvida
facilmente com um lubrificante.
Infelizmente, nós vivemos em uma cultura que promove uma série de mitos
com relação a vida sexual, fazendo com que as crenças equivocadas e expectativas fora da
realidade estejam às vezes muito arraigadas no pensamento das pessoas
Vejamos inicialmente os principais mitos em relação à sexualidade masculina:
Mitos da sexualidade masculina
EJACULAÇÃO
PRECOCE
Os pacientes que chegam ao orgasmo durante a masturbação, mas não na atividade sexual
com parceiros, podem demonstrar a estes o tipo de estimulação que consideram excitante.
Os que não chegam ao orgasmo na masturbação nem na relação sexual com um parceiro
podem fazer exercícios como os da Tabela 15.2, para descobrir mais sobre o que
consideram excitante. Em ambos os casos, o terapeuta pode ajudar o indivíduo a
questionar qualquer pensamento negativo ou que funcione como distração, que possa
estar ocorrendo na atividade sexual com um parceiro. Por fim, o casal pode aumentar a
excitação com o uso de fantasias. Roupas íntimas sensuais, brinquedos sexuais e
vibradores, bem como comportamentos, posições ou ambientes diferentes.
Embora o casal esteja trabalhando para aumentar a excitação do
paciente, o terapeuta deve tomar cuidado para não reforçar uma abordagem da
atividade sexual que esteja voltada ao desempenho. O terapeuta pode explicar ao casal
que o orgasmo não é essencial para a satisfação da atividade sexual e relembrar que há
momentos em que as interações sexuais mais satisfatórias não envolvem o orgasmo e
as mais decepcionantes, sim.
TABELA 15.2 Tarefas de casa para o tratamento de transtornos orgásmicos
● Instrua o paciente e seu parceiro a elaborar uma lista de boas e más condições para a
atividade sexual. Isso ajuda ambos a começar a refletir sobre as condições em que se
excitam.
● Recomende que o paciente leia, olhe revistas assista a vídeos ou veja arte que
considere excitante. Esse material pode ser usado para ajudá-lo na formulação de
fantasias sexuais. Normalize e encoraje o uso da fantasia sexual dentro e fora da
atividade sexual.
● Recomende uma série de exercícios de autoestimulação. O indivíduo deve realizar
esses exercícios diariamente, por cerca de 10 a 20 minutos dependendo do exercício.
O propósito do exercício é aumentar o conforto do paciente com seu próprio corpo e
aprender mais sobre o que o excita, O objetivo não é especificamente chegar ao
orgasmo e sim aumentar o prazer com a atividade sexual em termos mais gerais. Os
exercícios específicos variam dependendo do nível de conforto do paciente, Uma
progressão típica é como segue:
● O paciente vê seu próprio corpo nu no espelhos
● O paciente observa seus genitais nus no espelho
● O paciente estimula áreas de seu corpo que não os genitais.
● O paciente estimula seus genitais, (O terapeuta deve se certificar de que o paciente
entende que tipo de estimulação genital costuma excitar as pessoas; não se deve
pressupor que as pessoas saibam o que quer dizer "masturbação”)
● Exercícios no espelho são repetidos até que o indivíduo se sinta confortável com eles,
Os exercícios de estimulação são repetidos até que o indivíduo esteja confortável e
tenha aprendido que tipo de estimulação pode ser prazeroso ele ("prazerosa" pode
querer dizer relaxante, excitante ou positiva de alguma maneira.
● O paciente demonstra para o parceiro o tipo de estimulação que considera prazeroso,
Estratégias que abordar fatores que podem contribuir para a redução do desejo
Tédio
Estimule ambos os parceiros a acrescentar novidade e variedade a sua relação sexual: novos
lugares, novas atividades sexuais, novas posições, acrescentar estímulos diferentes (por
exemplo, brinquedos sexuais, roupa íntima). Mostre que é normal e recomende o uso da
fantasia sexual durante a atividade sexual e fora dela. Peça que cada parceiro desenvolva
uma "lista de desejos"de atividades, condições ou cenários que gostaria de acrescentar a seu
repertório sexual. Os parceiros devem compartilhar essas listas e decidir quais itens seriam
prazerosos ou agradáveis a ambos. Instrua cada pessoa a fazer uma lista de boas e más
condições para a atividade sexual. O casal pode usar essas listas para criar situações mais
propícias à atividade sexual prazerosa.
Falta de atração sexual pelo parceiro
Fale da importância da atração física em um relacionamento. Estimule os pacientes a
discutir fatores que os ajudem a se sentir atraídos um pelo outro, como usar perfume ou
colônia, usar o cabelo de alguma maneira, barbear-se, manter a porta fechada ao usar o
banheiro, vestir determinadas coisas durante o dia ou na cama, à noite. Recomende que
prestem atenção a esses fatores e se esforcem para estar atraentes um para o outro. Enfatize
a relação entre saúde física e forma física, e funcionamento sexual. Recomende que o casal
tenha uma alimentação saudável e faça exercícios regularmente. Essas mudanças de estilo
de vida podem ser particularmente úteis aos pacientes que estejam insatisfeitos com seu
próprio peso ou com o de seus parceiros, mas podem ajudar a todos os casais.
Atitudes negativas ou equivocadas
Aborde os pensamentos mal-adaptativos com psicoeducação e reestruturação cognitiva,
como descrito no capítulo.
Insatisfação com aquilo que o parceiro faz ou deixa de fazer durante a atividade sexual
Normalize e encoraje a comunicação das preferências durante a atividade sexual. Explique
que as preferências por determinadas atividades sexuais variam não apenas entre parceiros,
mas também em cada indivíduo de uma ocasião para outra. Dessa forma, sem
comunicação, é muito difícil para um parceiro saber o que o outro quer ou gosta. Ajude os
parceiros a discutir de forma construtiva o que não lhes agrada durante a atividade sexual,
Essa discussão deve acontecer fora da atividade sexual e ser tratada de maneira sensível e
não punitiva.