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Ditado de proposições lógicas

Diogo R. Miranda* Sueli Cunha**


Departamento de Matemática Aplicada, IME, UERJ
20550-013, Campus Maracanã, Rio de Janeiro, RJ
E-mail: diogorangel.m@hotmail.com / sueli.cunha@ime.uerj.br

RESUMO

Neste trabalho, apresentamos uma atividade que objetiva mostrar que a linguagem
simbólica da matemática pode ser compreendida por alunos do ensino médio. A atividade em
questão foi desenvolvida no contexto de uma monografia de pós-graduação lato sensu. O
objetivo geral dessa monografia consiste em elaborar atividades para o ensino médio com
intuito de ensinar as regras da lógica matemática, isto é, de seus conectivos lógicos "não", "e",
"ou", "se ... então" e "se, e somente se", bem como dos quantificadores universal e existencial.

A atividade foi realizada por 10 alunos do 1º ano do ensino médio de uma escola
estadual da cidade de São Gonçalo, Rio de Janeiro. Para a realização da atividade, pediu-se
inicialmente para os alunos considerarem três proposições simples. Em seguida, ditou-se dez
proposições compostas, formadas a partir dessas três proposições simples e dos conectivos
lógicos, para que os alunos as escrevessem em linguagem matemática (simbólica). Não utilizou-
se os quantificadores universal e existencial na elaboração das proposições compostas.

Após a realização do ditado, foram observados alguns erros mais frequentes, dos quais
destacamos dois: erros de pontuação e erros relacionados à palavra “mas”. Os erros de
pontuação são os que surgem somente pela ausência de parênteses ou pelo posicionamento
incorreto destes, não havendo outro tipo de erro presente na simbolização. A pontuação, feita
através de parênteses na lógica, tem por objetivo eliminar ambiguidades, deixando claro qual é o
conectivo principal da proposição. Por exemplo, (𝑝 ∧ 𝑞) ∨ 𝑟 e 𝑝 ∧ (𝑞 ∨ 𝑟) têm significados
distintos; na primeira, o conectivo principal é "ou" (isto é, é uma disjunção) e, na segunda, o
conectivo principal é "e" ( isto é, trata-se de uma conjunção). Já os erros relacionados à palavra
"mas" são os que surgem quando não se utiliza o conectivo "e", normalmente seguido de um
“não”, para representar a palavra "mas".

Os altos percentuais de acertos ocorreram nas simbolizações das proposições que não
contém a expressão "não é verdade que", nem sua equivalente "é falso que", que representam o
conectivo não, isto é, exprimem a negação de proposições. Nas proposições que contém essas
expressões, quase todos os erros foram de pontuação.

O erro mais frequente foi o de pontuação. Algumas omissões de pontuação ocorreram


em uma proposição na qual isso, devido a associatividade do conectivo "e", não torna incorreta
sua escrita em linguagem matemática. Porém, os mesmos alunos que não pontuaram essa
proposição também não pontuaram outra cujo significado fica alterado ao se omitir a pontuação.
Isso é um forte indício de que a ausência de parênteses na simbolização da primeira proposição
não está relacionada ao fato de saberem que a omissão destes, nesse caso, não altera o
significado da proposição. Esse fato, juntamente com os dados numéricos contidos nos
resultados, comprova que as atividades realizadas em sala de aula, para o ensino da lógica,
foram insuficientes na abordagem da pontuação.

Mas, apesar de algumas falhas na abordagem do conteúdo em sala de aula, a atividade


analisada mostra que os alunos apresentam um relativo domínio da linguagem simbólica da
lógica.

Palavras-chave: lógica matemática, linguagem matemática, Matematiquês.

* Pós-graduando do curso de Especialização em Aprendizagem em Matemática.


** Professor Orientador
Referências

[1] SALMON, W. C. Lógica. Tradução de Álvaro Cabral. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2010. 108 p.
[2] FILHO, E. A. Introdução à lógica matemática. 16. ed. São Paulo: Nobel, 1986. 209 p.
[3] CUNHA, S. Introdução à lógica matemática. Rio de Janeiro: UGF, 2008. Apostila. 109 p.
[4] CUNHA, S. Considerações sobre a Aprendizagem Contínua do Matematiquês – a Linguagem
Matemática. In MAIA, M. et al. (Org.). ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA - Perspectivas
Atuais. Curitiba: Editora CRV – a publicar.

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