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2013
TRINTA DICAS PARA ESCREVER BEM
8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou?? Então valeu!
9. Palavras de baixo calão, po..., podem transformar o seu texto numa merda.
11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição
da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra
repetida.
12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: 'Quem cita os outros não tem
ideias próprias'.
14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta
mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repita a mesma ideia várias
vezes.
18. Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula pois a frase poderá ficar sem sentido
especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação
1
22. Evite mesóclises. Repita comigo: 'mesóclises: evitá-las-ei!'
23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
24. Não abuse das exclamações! Nunca!!! O seu texto fica horrível!!!!!
25. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da ideia nelas
contida e, por conterem mais que uma ideia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo
acessível, forçam, desta forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes de forma
a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura,
hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e
estar causando ambigüidade, com certeza você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar
ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo
este texto, tenho certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus
amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não estar falando desta maneira
irritante.
29. Outra barbaridade que tu deves evitar chê, é usar muitas expressões que acabem por
denunciar a região onde tu moras, lazarento!... nada de mandar esse trem... vixi... entendeu
bichinho?
30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá agüentar já que é
insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar.
2
« Como é mesmo que dizia Riobaldo? Mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é
isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas
vão sempre mudando, tal como a linguagem. »
(ROSA, João Guimarães. Primeiras estórias. 15. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001,
p.42.)
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Como surgiu a nossa língua?
Os romanos têm muita relação com nossa língua. Os antigos romanos habitavam um pequeno
território chamado Lácio, uma planície que era constantemente atacada por povos vizinhos.
Para defendê-lo, seus habitantes construíram cidadelas. Uma delas era Roma, que comandava um
conjunto de cerca de trinta cidades.
Os romanos falavam uma língua chamada latim. Havia um latim falado pelo povo (soldados,
lavradores, comerciantes) que era o latim vulgar, e um latim escrito, usado pelas pessoas instruídas
(oradores, poetas e escritores de Roma), denominado latim clássico. O latim vulgar não era muito
elegante ou bem cuidado.
O Império Romano foi muito poderoso durante séculos e conquistou quase todo o mundo
conhecido da época. Por isso, a língua latina passou a ser o meio de expressão dos mais diversos povos.
Obrigados a falar uma língua nova, os habitantes das regiões conquistadas misturavam a sua língua
original com o latim e acabavam formando uma terceira língua.
Entre as regiões conquistadas estavam a Península Ibérica, onde hoje se localizam Portugal e
Espanha. O latim vulgar foi a língua predominante em toda a região.
Como as regiões habitadas pelo Império Romano eram habitadas por povos diferentes, cada um
com sua própria língua, diversos modos de falar o latim foram se estabelecendo.
Com o tempo, o Império Romano foi entrando em decadência. Assim, os habitantes das
províncias dominadas deixaram de ter contato com os de Roma e, por isso, o latim das províncias foi
sofrendo transformações profundas.
Os povos que invadiram as terras do Império Romano acabaram com as escolas nas quais se
ensinava o latim e destruíram boa parte da cultura dos romanos. Mas não conseguiram impor suas línguas.
Os árabes também dominaram a Península Ibérica e lá ficaram durante setecentos anos.
O domínio árabe contribuiu para aumentar as diferenças entre as várias línguas que haviam se
formado a partir do latim vulgar. Surgiram, assim, as línguas neolatinas ou românicas (línguas
originárias do latim vulgar), como o português, o espanhol, o francês, o italiano e o romeno.
O português é uma língua neolatina, pois originou-se do latim vulgar, o idioma falado pelos
antigos habitantes do Lácio.
(FERREIRA, Luiz Antônio. Lições de Gramática. 1999.)
As línguas modernas como a portuguesa, por exemplo, possuem cerca de 500 mil palavras, e o
homem é capaz de aprender de 3500 a 4000 palavras ao longo da existência. A Língua Portuguesa é falada
por aproximadamente 250 milhões de pessoas e é a sexta língua mas falada no mundo.
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COMUNICAÇÃO
O que é comunicação?
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Podemos definir linguagem como a capacidade que todos os seres vivos têm de trocar ou
de compreender mensagens pelo Princípio da Alteridade: A sociedade não é EU, mas EU +
EUS OU EU + OUTRO(S)
DISCURSO: O conceito de discurso é mais abrangente que o de fala, já que aquele compreende
tanto a modalidade realizada oral (fala) quanto a realizada graficamente (escrita). Então, discurso
é a apropriação da língua na modalidade falada (oral) ou escrita.
O SIGNO LINGUÍSTICO
Dependendo do contexto em que se encontra, uma palavra pode ter uma significação
objetiva, clara, comum a todos, ou seja, a palavra é empregada em sentido real. É o valor
denotativo da palavra (sentido do dicionário)
Exs.:
O leão é o rei dos animais.
Aquele garfo é de inox.
O mel é produzido pelas abelhas.
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EXERCÍCIO
Dê a significação que as palavras abaixo adquirem quando empregadas para atribuir sentido
conotativo aos humanos. Escreva uma frase com sentido figurado para cada uma delas.
a) rato
b) cobra
c) coruja
d) topeira
e) gata
f) víbora
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
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EXERCÍCIOS
b) O pai conversa com a filha ao telefone e diz que vai chegar atrasado para o jantar.
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d) Um motorista ultrapassa o sinal fechado. Do outro lado da rua, o guarda de trânsito aponta-lhe
o sinal vermelho e notifica-o de que foi multado mostrando a ocorrência por escrito.
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Os textos, orais ou escritos, buscam sempre um efeito. Isso nos permite classificá-los com
base nos elementos que eles destacam na situação de comunicação. De acordo com o elemento
destacado, existe uma função presente na situação de comunicação. Portanto, se há seis
elementos de comunicação, consequentemente, há seis funções de linguagem. São elas:
2) Função conativa ou apelativa: Está centrada no receptor, na 2ª pessoa (tu/ você). É dirigida
ao receptor com o objetivo de influenciá-lo a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa. Principais
características:
a) verbos no imperativo:
Exs.: Beba coca cola.
Compre batom.
3) Função poética: Está centrada na própria mensagem. Valoriza a informação pela forma como
é veiculada. A função poética realça a elaboração da mensagem e caracteriza-se pela criação da
linguagem. Percebe-se um cuidado especial na organização da mensagem por meio da exploração
das figuras de linguagem, do ritmo e das sonoridades.
Exs.:
girafas
africanas
como meus avós
quem me dera
ver o mundo
tão do alto
quanto vós.
“Quem cabritos vende, e cabras não tem, de algum lugar lhe vêm.”
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4) Função metalinguística: Está centrada no código. Traz sempre uma explicação, procurando
definir o que não está claro. Toda mensagem que fala sobre a própria linguagem é
metalinguística. Metalinguagem é, portanto, a linguagem sobre a linguagem, a utilização da
linguagem para esclarecer ou explicar o próprio código a alguém.
Ex.: O que significa a palavra “televisão”?
Trata-se de um vocábulo híbrido porque é constituído por dois radicais distintos: um grego e um
latino: tele = a distância + visão = ver. Portanto, significa “visão a distância”.
5) Função fática: Está centrada no canal ou apenas no contato. Ocorre quando o emissor deseja
verificar se o canal de comunicação está funcionando.
Ex.: “Alô, alô, marciano, aqui quem fala é da Terra!”
OBS.: Numa mensagem, podem ser encontradas duas ou mais funções, porém, sempre haverá
predominância de uma delas.
EXERCÍCIOS
Identifique as funções de linguagem presentes nos textos abaixo:
1) Impressão digital a olhos vistos: Vai chegar o dia em que você vai abrir portas com um
simples olhar. É o que pretende a empresa americana Sensar, que criou um sistema de
identificação pela íris, a parte colorida do olho. O processo começa com uma câmera que
fotografa o olho em preto-e-branco. Depois, computadores classificam as áreas escuras que
aparecem na foto e criam uma espécie de código de barras para a íris. Na hora de identificar o
dono do olho, o computador simplesmente puxa o código gravado e compara com a íris do
indivíduo. A Sensar acredita que o novo sistema, chamado Irisdent, estará com uso em caixas
eletrônicos até o final deste ano. Com a promessa de fazer identificações mais confiáveis até que
as tradicionais impressões digitais.
2) – Pois é…
- Então…
- É fogo!
- Ô.
- Nem fale.
- É!
- Ô se é!
3) “(…) Acho, no entanto, que me falta inteligência para explicar essa imagem, mas não me
falta emoção para sentir o remoto e silencioso fascínio de seus segredos. Por isso limito-me a
fixar meus olhos neste quadro de Magritte e, sem saber o que dizer, atino tão-somente com um
vago e contraditório sentimento de atração. (…) Prego mais uma vez meus olhos nesta imagem e
revivo a impressão de que ela fita algum enigma em meu olhar e, sem achar expressão para meu
desconcerto, deixo que estas palavras digam o que realmente sinto e não sei dizer.”
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4) O essencial é saber ver
Saber ver sem estar a pensar.
Saber ver quando se vê.
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.
9) Na propaganda: “um filtro solar em que você poderá ser a musa dos próximos verões”, temos
um exemplo de função de linguagem:
a) ( ) referencial b) ( ) metalinguística
c) ( ) fática d) ( ) emotiva
e) ( ) apelativa
10) A função conativa ou apelativa está centrada no receptor da mensagem e solicita a atenção
dele. É uma função muito utilizada nas propagandas por meio do uso de verbos no imperativo,
usos do pronome possessivo ou do pronome de tratamento “você”. Abaixo, encontramos alguns
dos mais conhecidos slogans; assinale os que apresentam função conativa:
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LÍNGUA – NORMAS CULTA E COLOQUIAL
A língua, conforme já visto, é um código de que se serve o homem para elaborar mensagens,
com o objetivo de se comunicar. Existem basicamente duas modalidades de língua, ou seja, duas
línguas funcionais:
1 – Língua culta ou língua-padrão: é a língua vernácula, ou da Nação. Ela obedece ao padrão
culto, ou seja, segue as regras ditadas pela Gramática Normativa. É utilizada pelo segmento mais
culto e influente de uma sociedade (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas, etc.). Essa
modalidade deve ser preservada porque assegura a unidade da língua nacional. É justamente em
nome dessa unidade, tão importante do ponto de vista político e cultural, que é ensinada nas
escolas e difundida nas gramáticas.
2 – Língua popular, cotidiana ou coloquial: É mais espontânea, mais criativa, mais dinâmica,
mais expressiva e bem menos presa às regras gramaticais. Apresenta altos níveis de variação
(social, cultural, econômica, geográfica, etc.).
Para viver, é preciso conhecer a língua popular com sua espontaneidade, criatividade,
dinamismo e expressividade; para conviver, é preciso conhecer a língua culta. A língua
coloquial garante vivência, a culta garante convivência.
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos econômica, não dispõe de recursos
próprios da língua falada. Existem sociedades ágrafas, ou seja, aquelas em que não existe a língua
escrita, mas sim somente a falada.
A acentuação (relevo da sílaba ou sílabas), a entoação (melodia da frase), as pausas
(intervalos significativos no decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, olhares,
piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade mais expressiva, mais criativa, mais
espontânea e natural, estando, por esse motivo, mais sujeita a transformações/modificações.
Nenhuma, porém, se sobrepõe a outra em importância. Cabe à escola ensinar as duas
modalidades, mostrando as características e as vantagens de uma e de outra, sem deixar
transparecer nenhum caráter de superioridade ou inferioridade, já que, na verdade, não existe.
Isso não significa dizer que se deve admitir tudo na língua falada, pois a nenhum povo interessa a
multiplicação de línguas; a nação alguma interessa o surgimento de dialetos, consequência
natural do enorme distanciamento entre uma modalidade e outra.
A língua escrita é, foi e sempre será mais elaborada que a língua falada, porque é a
modalidade que mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a que faz o pensamento
atravessar o espaço e o tempo.
É importante salientar que a norma a ser empregada deve variar de acordo com a
situação em que se desenvolver o discurso, ou seja, o ambiente sociocultural determina o nível de
linguagem que deverá ser utilizado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a entoação
variam, segundo esse nível.
Portanto, na escrita, deve sempre prevalecer o padrão culto; na fala, o nível coloquial pode
ser empregado, dependendo da situação de comunicação.
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O CONCEITO DE ERRO EM LÍNGUA
GÍRIA: Ao contrário do que muitos pensam, a gíria não constitui um flagelo da linguagem. O
mal maior da gíria reside na adoção dela como forma permanente de comunicação,
desencadeando um processo não só de esquecimento, como de desprezo do vocabulário oficial.
Usada no momento certo, porém, a gíria é um elemento de linguagem que denota expressividade
e revela grande criatividade, desde que, naturalmente, adequada à mensagem, ao receptor e ao
meio. Ainda que criativa e expressiva, a gíria só é admitida na língua falada. A língua escrita não
a tolera, a não ser na reprodução da fala de determinado meio ou época, cuja intenção é apenas
documentar um fato, ou em casos especiais de comunicação entre amigos, familiares, etc.,
caracterizada pela linguagem informal.
JARGÃO: É a gíria das profissões. Visa à precisão técnica e normalmente aparece também na
forma escrita: juridiquês, informatiquês, pedagogês, tecnologês.
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O QUE É TEXTO?
A palavra texto vem do latim TEXTUS e significa tecido. Sem dúvida alguma, a
palavra texto é familiar a qualquer pessoa, mas não há como falar do que seja um texto sem
ter uma ideia do que é a significação e do que é a linguagem.
Não existe texto inocente, ou seja, todo texto tem uma intenção: expressar uma
opinião, informar algo, apresentar um assunto, contar uma história. A essa intenção chama-
se intenção comunicativa ou intenção discursiva.
DEFININDO TEXTO
“Texto é toda a construção cultural que adquire um significado devido a um sistema
de códigos e invenções: um romance, uma carta, uma palestra, um quadro, uma foto, uma
tabela são atualizações desses sistemas de significados, podendo ser interpretados como
textos” (PLATÃO & FIORIN. Lições de texto. p.25).
Podemos considerar um conjunto de palavras um texto? Se as palavras estiverem
ordenadas numa sequência de modo que transmitam uma mensagem e que o conjunto de
frases que formou o texto é afim com o código utilizado pelos falantes e ouvintes, numa
certa situação espaço-temporal e com certas finalidades, sim. Ou seja, não é possível falar
que um conjunto de frases é um texto se este conjunto não mantém relações entre si e com a
situação em que são produzidas. Então, o que um texto significa, tem a ver,
necessariamente, com a situação com a qual as sequências linguísticas estão relacionadas.
No entanto, é possível constatar que não é só a situação imediata que é constitutiva do
sentido de um texto. As condições histórico-sociais e ideológicas são também elementos da
situação discursiva e constituem as chamadas condições de produção do discurso, nas quais
se produz um texto.
Concluindo, podemos dizer que texto é um todo significativo que,
independentemente da sua extensão, transmite uma mensagem, já que um texto pode ser
constituído por uma palavra, uma frase, ou uma sequência de várias frases. Ainda podemos
definir texto como uma unidade global de sentido. O que define um texto não é a sua
extensão, mas o fato de ele ser uma unidade de sentido em relação à situação (contexto).
Para se entender um texto na sua totalidade, três conhecimentos têm que ser
acionados:
● Conhecimento linguístico (domínio do léxico: vocabulário de uma língua)
● Conhecimento textual (diz respeito ao gênero textual)
● Conhecimento prévio, de mundo ou repertório
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A MODERNIDADE CHEGOU E É um filho onde éramos seis
TUDO MUDOU O álbum de fotos agora é mostrado por
email
O rouge virou blush O namoro agora é virtual
O pó-de-arroz virou pó-compacto A cantada virou torpedo
O brilho virou gloss E do 'não' não se tem medo
O rímel virou máscara incolor
O break virou street
A Lycra virou stretch O samba, pagode
Anabela virou plataforma O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O corpete virou porta-seios O piano agora é teclado, também
Que virou sutiã O forró de sanfona ficou eletrônico
Que virou silicone
Fortificante não é mais Biotônico
A peruca virou aplique, interlace, Bicicleta virou Bike
megahair, alongamento Polícia e ladrão virou counter strike
Preciso incluir aqui: Folhetins são novelas de TV
O que era alisamento de cabelos,
Virou chapinha e agora é escova Fauna e flora a desaparecer
definitiva ou progressiva Lobato virou Paulo Coelho
(é um tal de ver a mulherada com cabelos Caetano virou um chato
lisos e, na maioria, maltratados Chico sumiu da FM e TV
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Tipos textuais Gêneros textuais
De acordo com o quadro acima, percebe-se que não existe gênero que não
tenha tipo(s) textuais; todo gênero, materializado em alguma configuração textual,
virá, por conseguinte, ‘encarnado’ em uma ou mais sequências tipológicas.
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TIPOLOGIAS TEXTUAIS
TEXTO DESCRITIVO
No texto descritivo, a intenção do autor é a de caracterizar (por meio de
adjetivos), apresentar aspectos ou atributos dos seres (imaginários ou reais, animados ou
inanimados) retratados. Estilisticamente, as figuras de linguagem que predominam são
as metáforas e as comparações. Linguisticamente, são os substantivos acompanhados de
adjetivos. Normalmente, os verbos estão no pretérito imperfeito do indicativo ou são
verbos de ligação. O texto descritivo pode ser comparado a uma fotografia, com a
diferença de que, aquela utiliza a imagem e este, a palavra.
Quando se descreve apenas um ser, o texto pode ser estruturado num único
parágrafo. E quando se descrevem pessoas, a descrição pode também incluir uma parte
psicológica.
A boa descrição consiste em descrever tão fiel e perfeitamente algo que nem se
faz necessário citar o que foi descrito.
Ex.: “Era grande, branco, com crina brilhante de vento e luz, caída sobre o pescoço
firme. As patas pisavam duras e elegantes, os cascos negros. O peito de músculos
avançava com a certeza de um deus. Os olhos grandes, brilhantes, belos, revelavam a
raça do cavalo. (...) Mexendo a cabeça bruscamente, num belo movimento, ergueu-se
e relinchou com toda a sua força.”
(VASCONCELOS, J. M. Coração Dourado. 1972, p.72)
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TEXTO POÉTICO
SONETO DE SEPARAÇÃO
(MORAES, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986,
p. 226-227.)
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TEXTO INFORMATIVO OU EXPLICATIVO
(Função de linguagem presente: Referencial ou Informativa) É aquele tipo de texto
presente em jornais (texto de imprensa), revistas, livros didáticos, trabalhos científicos,
relatórios. Como o próprio nome diz. Tem a função de informar o leitor sobre algum
acontecimento.
O texto informativo deve ter uma linguagem objetiva e não se confunde com os
textos de natureza artística ou literária. Procura transmitir conhecimentos ou analisar um
fenômeno ou uma teoria.
Ex.: CADERNO TRAZ NOVO DICIONÁRIO DE IDEIAS FEITAS
Quatorze intelectuais apontam os principais clichês do discurso atual, inspirados no
Dicionário de idéias feitas, do escritor francês Gustave Flaubert (1821 – 1880). Entre
os principais lugares-comuns, estão: “Fome Zero”, “globalização”, neoliberalismo”,
e “retomada do cinema brasileiro”.
(Folha de S. Paulo, 21/9/2003)
Aplicação das diferentes formas de composição deste tipo de texto
EDITORIAL
1. Conceito: O editorial veicula a opinião do jornal ou, mais especificamente, da direção
do órgão jornalístico. Consiste em um comentário sobre o mais importante fato noticiado,
seja anteriormente, seja na mesma edição ou até mesmo em outro jornal ou meio de
comunicação.
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c) Lide (lead): É o primeiro parágrafo da notícia e o mais importante. Caracteriza-se
por:
- conter as primeiras informações;
- ser breve: apenas um parágrafo;
- responder às perguntas: QUEM? O QUÊ? QUANDO? ONDE? POR QUÊ? COMO?;
- citar o local de origem da notícia, quando esta não for local.
O redator da notícia deve resumir os fatos no primeiro parágrafo (lide) com o cuidado
de manter o interesse do leitor pelo resto da coluna. Portanto, seleciona os elementos mais
importantes para o lide.
d) Sublead: pode aparecer ou não (2º parágrafo)
e) Restante da notícia: é tudo o que vem depois do primeiro parágrafo.
f) Subtítulo: são pequenos comentários que vêm um pouco acima do lide. Nem todas
as notícias trazem subtítulo.
TEXTO NARRATIVO
No texto narrativo, a intenção do autor é a de narrar/relatar/contar fatos,
acontecimentos reais ou imaginários que se sucedem no tempo (sequência linear),
envolvendo personagens e ação.
a) A estrutura da narração é:
- INTRODUÇÃO
- DESENVOLVIMENTO: → complicação: recurso utilizado pelo narrador para
prender a atenção do leitor, e as tensões provenientes dessa situação de desequilíbrio
devem aumentar gradativamente até atingir o clímax.
→ clímax: é o ponto máximo do conflito, o momento
decisivo. As novelas ou filmes a que assistimos, por exemplo, fazem sucesso porque
apresentam diversos conflitos que se desencadeiam até alcançar o clímax.
- CONCLUSÃO OU DESFECHO: é o final da narrativa.
Normalmente, os verbos estão no pretérito perfeito do indicativo.
b) Os elementos da narração são:
- Personagem (ns): QUEM?
- Tempo: QUANDO?
- Espaço ou lugar: ONDE?
- Enredo: COMO?/QUAL A HISTÓRIA QUE SE CONTA?
- Desfecho ou Conclusão: POR ISSO.
c) O foco narrativo é o ponto de vista que o escritor utiliza para contar a história.
Ele pode ser em 1ª ou 3ª pessoa.
● 1ª pessoa: narrador-personagem: narrador participa da história como personagem,
ou seja, ela não só conta, como também vivencia a história. Os verbos e os pronomes
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são empregados na 1ª pessoa. O narrador se funde com a personagem, que pode ou
não ser a principal.
● 3ª pessoa: narrador observador: o narrador observa os fatos de fora e registra-os.
Nesse caso, os verbos e os pronomes são empregados na 3ª pessoa.
● Narrador onisciente: sempre em 3ª pessoa. Ocorre quando o narrador “invade”o
pensamento das personagens e mostra o que elas pensam ou sentem.
Ex.: “Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro
da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite, ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.”
(BANDEIRA, Manuel. Estrela da manhã. 1974, p. 2)
EXERCÍCIO
No texto narrativo abaixo, indique a estrutura, os elementos constitutivos e o foco
narrativo.
TRAGÉDIA BRASILEIRA
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TEXTO DISSERTATIVO OU ARGUMENTATIVO
A intenção do autor de um texto dissertativo é a de expor e discutir ideias, por
meio de argumentos (exemplos, justificativas, evidências). A palavra “argumento” é de
origem latina “argumentum” em que “argu” significa: fazer brilhar, iluminar, cintilar uma
ideia. Portanto, argumentação é todo procedimento linguístico que visa a convencer, a fazer
o receptor aceitar o que foi comunicado, a levá-lo a crer no que foi dito e a fazer o que foi
proposto.
O texto dissertativo deve ter, pelo menos, três parágrafos:
Estrutura:
- Introdução ou Apresentação: Esta parte consiste na apresentação do tema + argumentos
resumidos.
- Desenvolvimento ou Argumentação: Os argumentos apresentados na primeira parte (na
introdução) são desenvolvidos aqui buscando convencer ou influenciar o leitor.
- Desfecho ou Conclusão: Reafirmação do tema + posicionamento do autor (proposta de
solução).
O texto argumentativo procura convencer, propondo ou impondo ao receptor uma
interpretação particular de quem o produz. Por isso, mesmo, visa a defender uma tese ou
rejeitá-la. O texto argumentativo não se confunde com os textos informativos, pois nestes os
fatos e ideias não são geralmente expostos com o objetivo de convencer o receptor. Em
geral, o desenvolvimento de uma argumentação comporta três etapas:
- uma tese, que enuncia o ponto de vista que será objeto de demonstração;
- os argumentos, elementos abstratos geralmente apresentados em ordem crescente de
importância e que justificam a tese;
- e as provas que sustentam os argumentos e que devem ser elementos concretos (fatos
ocorridos, depoimentos ou citações de intelectuais reconhecidos, fatos históricos).
CONVENCER PERSUADIR
● é um exercício lógico ● é um exercício retórico
● dirige-se unicamente à razão ● procura atingir o sentimento
● possui caráter puramente ● tem caráter ideológico,
demonstrativo e atemporal subjetivo e temporal
● é capaz de atingir um “auditório ● dirige-se a um “auditório
universal” particular”
TÍTULO: Dizemos que o título é particular porque cada autor do texto atribuirá a ele
um título que será criação própria, única.
24
Características do título
Participação do aluno
O aluno tem direito de participar das decisões escolares, pois possui informações, tem
ideias próprias como qualquer pessoa e a vida dele é afetada por aquilo que ocorre na escola.
Hoje, a maioria das crianças e adolescentes têm acesso aos meios de comunicação de
massa. Por meio da televisão, dos jornais, das revistas, das redes informatizadas como a
INTERNET, recebe todo tipo de informação que lhe permite saber o que ocorre no país e no
mundo. Ora, deter informações é um primeiro e importante requisito para tomar decisões
adequadas.
Além de ter informações, o aluno, como qualquer ser humano dotado de inteligência, é
capaz de pensar, de formular ideias originais, de analisá-las, criticá-las e, quando for o caso,
de reformulá-las se lhe apresentam um argumento contrário convincente. Tem, portanto,
mais uma condição necessária à participação.
Em terceiro lugar, o aluno tem um direito legítimo de participar das decisões escolares:
ele é o elemento principal da escola, que só existe para formá-lo, transmitindo-lhe
conhecimentos e valores adequados à vida pessoal e social. Ou seja, a escola tem uma
influência considerável na vida do aluno. Deixá-lo à margem das decisões significa tirar-lhe
o direito de decidir sobre a própria vida.
Por tudo isso, o aluno deve ser solicitado a dar opiniões e a ajudar na solução dos
problemas do cotidiano escolar, não só porque esse é um direito de qualquer pessoa e ele é
capaz de exercê-lo, mas também para que se torne um cidadão habituado a participar das
decisões.
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CONJUNÇÕES – ELEMENTOS DE COESÃO
quando, enquanto, mal, antes que, depois que, sempre que, até que, logo que.
Comparativas – indicam comparação entre dois seres, dois objetos, duas situações.
Como (igual), (menos ... que, mais ... que, melhor ... que, pior ... que, maior ...
que, menor ... que ou do que), (tanto) quanto.
se, caso, desde que, contanto que, sem que, salvo se, exceto se, a menos que.
embora, ainda que, se bem que, conquanto, mesmo que, apesar de que.
porque, como, visto que, já que, que, uma vez que, pois que
26
Consecutivas – expressam ideia de consequência.
Como
Causal - porque
Comparativa - igual
Conformativa - conforme
Causal
Comparativas
Conformativa
Porque
Em orações que expressam um fato que ocorreu após o fato indicado na oração
anterior.
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EXERCÍCIOS – ELEMENTOS DE COESÃO
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4) “Eu assobiava, corria e subia em árvores como os garotos. De modo que a ideia de
libertação das mulheres não chegou a me ocorrer.” Nesse trecho, a relação estabelecida
pelo conector “de modo que” é de:
a) ( ) causa e consequência;
b) ( ) meio e fim;
c) ( ) condição e condicionado;
d) ( ) tempo anterior e tempo posterior;
e) ( ) comparação e comparado.
Assinale:
a) ( ) se todas estão corretas;
b) ( ) se apenas II e III estão corretas;
c) ( ) se apenas I está correta;
d) ( ) se apenas I e II estão corretas;
e) ( ) se apenas I e III estão corretas.
6) O amor é um sentimento tão delicado que, às vezes, a gente se satisfaz apenas com
a ilusão de que ele existe. A oração em destaque expressa:
a) ( ) tempo;
b) ( ) finalidade;
c) ( ) condição;
d) ( ) consequência;
e) ( ) proporção.
29
8) No período a seguir: “A persistirem os sintomas, um médico deverá ser procurado”,
a oração destacada expressa ideia de:
a) ( ) condição;
b) ( ) tempo;
c) ( ) causa;
d) ( ) consequência;
e) ( ) comparação.
30
EXERCÍCIOS
b) Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a
gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao
mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando à força de
embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o
vexame, que é uma sensação penosa, e a hipocrisia, que é um vicio hediondo. (Machado
de Assis)
c) “Estava claro o céu, tépido o ar, e as bouças e montes floridos. O mês era de
dezembro de 1963, em véspera de natal”. (Camilo Castelo Branco)
f) O pardalzinho nasceu
livre. Quebraram-lhe a asa.
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão:
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo, Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
para o céu dos passarinhos! (Manuel Bandeira)
31
g) “As palavras atravessam praticamente todas as dimensões da nossa realidade, que estamos
sempre construindo. Assim, somos todos capazes de linguagem, capazes de expressão com as
palavras, apesar de todos os esmagamentos e de todas as manipulações. Apesar de tudo,
falamos e pensamos.” (Severino Barbosa, Emília Amaral)
h) “Todo homem é machista. Desde pequeno se aprende na família, na escola, nas revistas em
quadrinhos, nos filmes e nas propagandas de tevê que ao homem cabem os principais papéis:
ele é o mais esperto e inteligente nos filmes policiais; o centro das decisões na vida familiar; o
estadista, o chefe de seção, o artista e o gênio na vida social; enfim é sempre o protagonista de
uma narrativa feita por e para homens.” (Ciro Marcondes Filho)
i) Os gregos temiam Morfeu, o deus dos sonhos, porque acreditavam que toda noite, ao
adormecer, a divindade poderia atormentá-los enviando pesadelos aterrorizantes. A ciência,
porém, está conseguindo provar que o sono é um bom professor. Ele organiza as ideias,
ensina a mente a resolver problemas e nos faz aprender o que toda a concentração de um dia
inteiro de vigília é incapaz de conseguir. “Enquanto dormimos, nosso cérebro conecta dados
que acabou de guardar com outros acumulados no decorrer dos anos”, afirmou à Super o
neurologista Robert Stickgold, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
(Superinteressante, novembro/1999)
j) “A Clarinda era uma mulatinha quase branca, cabelo bom, perfil fino e corpo vibrante (...)
Teria seus quatorze ou quinze anos, era um pouco dentuça, ria à toa, gostava de entremear as
tranças com cravinhas e folhas de manjericão – mas logo a Inhá Luísa! Te raspo a cabeça
piolhenta... Ela e as outras recortam-se na minha memória como sombras graciosas, como o
friso de uma jarra antiga, como silhuetas mitológicas descendo a encosta do cabo Sounion, ao
pôr-do-sol, contra céu impassível e mar terrível. Ânfora que ficou da infância, cheia de suas
formas e do forte cheiro daquelas adolescências brunidas pelo suor do trabalho doméstico.
Ancilas... O tal complexo ancilar. Ancilas – servas! Do Sinhô, dos sinhozinhos e faça-se nelas
segundo a sua vontade. Vontade deles, já se vê... A Catita, essa, era menina. Iria pelos seus
sete anos e regulava com meu irmão José. Não se chamava Catita, não. Respondia pela graça
de Evangelista Berta e logo minha avó pulou. O quê? Berta? Como minha filha?
Absolutamente! Isso não é nome de negra. Nome de negra é Balbina, Clemência, Eufrosina,
Porcina, Oportuna, Zerbina ou Catita. Vai ser Catita. A Catita foi posta pela mãe, dormindo,
num trilho da Piau. Fica quieta, bem quietinha, fecha o olho, dorme, que já volto. Mas o
diabinho acordou, levantou, saiu e ainda foi jogado contra o barranco pelo vento da
locomotiva que passava bufando. Vieram entregá-la em nossa casa.” (Nava, 1974, p.5)
32
ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO TEXTO
Um texto pode ser escrito de diversas formas, consoante a sua finalidade ou
funcionalidade. Nunca é demais lembrar que uma redação comporta três partes: introdução
(“é o que não admite nada antes e pede alguma coisa depois”, segundo Aristóteles. Serve para
situar o leitor dentro do assunto a ser desenvolvido, não apresentando fatos ou razões, pois sua
finalidade é predispor o espírito do leitor para o que virá a seguir), desenvolvimento (é o
corpo do trabalho propriamente dito. Nele, são apresentadas as ideias, as razões e os fatos
exigidos pelo que foi anunciado na introdução) e conclusão ou fecho (“é o que pede alguma
coisa antes e nada depois”, segundo Aristóteles. É o conjunto que encerra a redação, de tal
modo que seja desnecessário aduzir-se algo mais).
Um texto pode ser analisado a partir de três elementos fundamentais: estrutura, conteúdo
e expressão.
a) a estrutura compreende: unidade, organicidade e forma.
Unidade: A redação constitui-se de um só assunto; deve organizar-se em função de um só
núcleo temático.
Organicidade: As partes da redação (introdução, desenvolvimento e conclusão) devem ser
organizadas como um todo, articulado de forma coerente e lógica.
Forma: É a maneira de apresentar-se o conteúdo, O tema poderá ser abordado de forma
descritiva, narrativa ou dissertativa. Se se solicitar ao aluno uma descrição, evidentemente
não se pode admitir a forma narrativa; se a solicitação for uma carta comercial, não cabe ao
aluno escrever um poema, um conto ou uma dissertação.
b) O conteúdo exige coesão, coerência e clareza. Etimologicamente, conteúdo é forma
arcaica do particípio passado do verbo conter. Tal forma sobrevive como substantivo e
significa a própria mensagem a ser transmitida.
Coesão (nível microtextual): São elementos como as conjunções, os pronomes, os advérbios
e as preposições que “ligam, unem, conectam” uma palavra à outra, uma oração à outra, um
parágrafo a outro garantindo ao texto a concatenação das ideias.
Coerência (nível macrotextual): A redação deve apresentar um conteúdo em que haja ideias
fundamentais e pertinentes ao tema proposto. As ideias devem ser elaboradas segundo
critérios que possibilitem perfeita redação, visando ao entendimento entre emissor e
receptor. Neste item, a principal observação a ser feita é que não pode haver fuga do tema
proposto, nem inclusão de citações ou informações que não sejam pertinentes ao
desenvolvimento do assunto.
33
Observe os dois textos abaixo. No primeiro, de autoria do escritor cearense Mino, só
existem verbos. No segundo, do escritor Ricardo Tamos, só há substantivos. Entretanto, os
dois são extremamente coerentes.
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete, Água. Escova, creme dental, água, espuma,
creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente,
toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata,
paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa
de fósforo. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros.
Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda,
copo com lápis, canetas, bloco de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso
com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo.
Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone,
papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro,
fósforo, bloco de papel, caneta, projetor de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo,
quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos,
talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforo. Escova de dentes,
pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo,
telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta,
cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara,
jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro, maço de cigarros, caixa de fósforo. Paletó,
gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos,
guardanapos. Xícaras. Cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor,
poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama,
chinelos. Vaso, descarga, pia, água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. Coberta,
cama, travesseiro.
34
Veja este texto abaixo e analise sob o ponto de vista da coerência:
RAPAZ,
Fui à Água Doce Cachaçaria e tomei uma cachaça da boa, mas tão boa que resolvi levar dez
garrafas para casa, mas Dona Patroa me obrigou a jogar tudo fora.
Peguei a primeira garrafa, bebi um copo e joguei o resto na pia.
Peguei a segunda garrafa, bebi outro copo e joguei o resto na pia.
Peguei a terceira garrafa, bebi o resto e joguei o copo na pia.
Peguei a quarta garrafa, bebi na pia e joguei o resto no copo.
Peguei o quinto copo, joguei a rolha na pia e bebi a garrafa.
Peguei a sexta pia, bebi a garrafa e joguei o copo no resto.
A sétima garrafa eu peguei no resto e bebi a pia.
Peguei no copo, bebi no resto e joguei a pia na oitava garrafa.
Joguei a nona pia no copo, peguei na garrafa e bebi o resto.
O décimo copo, eu peguei a garrafa no resto e me joguei na pia.
Não me lembro do que fiz com a patroa!
- Evitar pleonasmos:
Exs.: Parasita que vive às custas dos outros.
Todo machismo masculino.
35
c) Expressão refere-se ao domínio do léxico e estrutura da língua. Para se conseguir boa
expressão, é fundamental a leitura de bons escritores e o manuseio constante, habitual do
dicionário. No item expressão, devem-se considerar os seguintes tópicos: criatividade,
propriedade, concisão e correção.
36
PRONOMES PESSOAIS DE TRATAMENTO
Você
Senhor
Vossa Excelência
Sua Senhoria
Esses pronomes, que são usados na língua formal, são usados no trato cortês a pessoas
que merecem um tratamento especial, porque expressam uma atitude cerimoniosa.
37
Na carta comercial ou no ofício, antes dom texto, o vocativo deve corresponder ao tratamento
devido a cada um:
- Ao Presidente da República, escreve-se por extenso: Excelentíssimo Senhor ou Vossa
Excelência
- Às demais autoridades, escreve-se: Exmo. Sr.
- Aos Reitores de Universidade: Magnífico Reitor
- A um tribunal: Egrégio ou Colendo Tribunal
- A um juiz: Meritíssimo Juiz
FECHOS DE CORTESIA
Atenciosamente.
Respeitosamente.
Cordiais saudações (para pessoas muito amigas; cordial significa sincero, íntimo,
afetuoso).
Saudações.
Saudações atenciosas.
Apreciaremos sua pronta resposta.
Cordialmente (para pessoas muito amigas.)
Um grande abraço.
Abraços.
Eis alguns fechos antiquados:
38
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
39
“Aprendemos no céu o estilo da disposição e também o das palavras.
As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo (...); muito distinto e
muito claro.
E nem por isso temais que pareça o estilo baixo; as estrelas são muito distintas, e muito claras,
e altíssimas.
O estilo pode ser muito claro e muito alto; tão claro que o entendam os que não sabem e tão
alto que tenham muito a entender os que não sabem.”
(Padre Antonio Vieira (1608 – 1697)
CORRESPONDÊNCIA COMERCIAL
Definição:
Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001, p.846), correspondência
significa “ato, processo ou efeito de corresponder, de apresentar ou estabelecer reciprocidade,
intercâmbio de mensagens, cartas, etc., entre pessoas promovido por meio do serviço próprio
(carta comercial, correio eletrônico), conjunto de cartas, mensagens telegramas, etc.,
expedidas ou recebidas [...]”.
Podemos então definir correspondência como uma forma de comunicação escrita que
se estabelece entre pessoas – físicas ou jurídicas – para tratar de assuntos de mútuo interesse.
A correspondência pode ser particular, oficial ou empresarial.
Correspondência particular: é aquela que ocorre entre pessoas físicas, podendo ter ou não
caráter de intimidade.
Correspondência oficial: ocorre entre órgão da administração direta ou indireta do serviço
público civil ou militar, no âmbito municipal, estadual ou federal.
Correspondência empresarial: é aquela por meio da qual as empresas (estabelecimentos
bancários, indústria e comércio) se comunicam com as pessoas físicas ou jurídicas, tendo
em vista variadas finalidades.
40
REDAÇÃO EMPRESARIAL: ASPECTOS MODERNOS X VÍCIOS
ASPECTOS MODERNOS
A EFICÁCIA DE UM TEXTO
41
marketing direto, esquecendo-se de usar os recursos discursivos os quais configuram um
precioso instrumento no relacionamento com o cliente. Estes instrumentos persuasivos que
devem ser elementos constitutivos fundamentais dos textos empresariais são diferentes
daqueles usados nas propagandas.
A redação empresarial deve ser vista como um instrumento relacionado à função
estratégica da empresa sob diversos ângulos: seja na cultura da empresa, seja no aspecto
motivacional, seja no econômico evitando que um texto tenha que ser refeito.
Concluindo: A noção de eficácia aplica-se a todos os textos escritos com a função de
transmitir uma mensagem empresarial.
Coerência: (do latim cohaerentia) Estado, qualidade ou atitude de ser coerente: ligação ou
harmonia entre situações, acontecimentos ou ideias; conexão. Esta característica não é apenas
do texto moderno, mas de toda e qualquer comunicação escrita ao longo dos tempos. A língua
escrita exige um rigor e uma disciplina de expressão muito maiores do que a língua falada,
obrigando o emissor a se expressar com harmonia tanto na relação de sentido entre as palavras
(ater-se à significação de cada uma delas) quanto ao encadeamento lógico de ideias (relações
de tempo, espaço, causa e consequência) dentro do texto.
42
VÍCIOS
Outros exemplos
A média de produção do último ano fiscal foi maior que a do ano anterior. Instalaram-
se novas máquinas hidráulicas, automáticas, de alta velocidade, para estamparia e
introduziram-se novos métodos de economia de tempo e trabalho.
43
Verborragia: Apresentação de ideias em um vocabulário sofisticado e sem a preocupação de
uma pausa que organize melhor a lógica delas.
Ex.: Inolvidável consignar-se que o tema eleito para a disciplina legislativa também se
apresenta insurgente ao interesse público, nos moldes em que foi vazada, eis que
presentemente cometidas as atribuições de planejamento dos serviços de informática, e seus
consectários mediatos e imediatos, ao Centro de Processamento de Dados do Rio de Janeiro –
Proderj, circunstância esta que empresta ao projeto em pauta a nota de indesejável paralelismo
organizacional.
44
Eis alguns exemplos:
CORRESPONDÊNCIA OFICIAL
No serviço público não se podia, até pouco tempo atrás, falar em unidade dos padrões
de correspondência relacionadas aos atos administrativos oficiais.
Porém, em 1991, foi criada pela Presidência da República uma comissão que visava à
uniformização e à simplificação das normas de redação de atos e oficiais. A partir do trabalho
dessa comissão, foi elaborado, em 1992, o Manual de Redação da Presidência da República,
com a finalidade de racionalizar e padronizar a redação das comunicações oficiais.
Desse estudo, resultou a Instrução Normativa nº 4, de 6 de março de 1992, que visa a
consolidar aquelas normas e torná-las obrigatórias no âmbito federal.
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TIPOS E MODELOS
• Correio eletrônico (e-mail)
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CURRICULUM VITAE – CURRÍCULO
Em relação ao papel, utilize o papel sulfite branco A4 com tinta de cor azul ou preta,
nunca se esquecendo de transmitir uma imagem de profissionalismo e formalidade.
As cartas escritas a mão são do passado, pois atualmente é necessário que a Carta de
Apresentação deva ser feita por meio do computador, exceto para os casos em que a empresa
solicita que seja escrita a mão.
Vá direto ao ponto e seja breve, isto é, sua Carta de Apresentação não deverá conter
mais do que 3 ou 4 parágrafos, sendo que no segundo parágrafo, é necessário descrever o
motivo pelo qual você selecionou a empresa, mostrando que você não só conhece a empresa,
como também o setor de futura atuação.
Por fim, solicite de maneira cordial, uma entrevista para que você possa ter a chance
de conversar de forma mais abrangente sobre seus objetivos transcritos na carta.
47
25 ERROS FATAIS NO CURRÍCULO
1 - Fotos inadequadas
2 - Atentado à gramática
3 - Páginas demais
4 – Supercompactação
5 – Referências
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6 - RG, CPF, CTPS...
7 - Cursos inúteis
Cursos que não estão relacionados à posição que o candidato está pleiteando não têm
razão para serem mencionados no currículo. Essa regra deve ser seguida com o máximo rigor
para os que concorrem a postos executivos.
8 – Turista
9 - Frases de (d)efeito
10 – Autógrafo
"Mancada" menos comum hoje do que foi há alguns anos, a mania de assinar o
currículo ainda existe e perdura em aproximadamente 40% dos documentos, dizem os
especialistas. Para garantir a legitimidade da rubrica, alguns candidatos chegam a reconhecer
a firma em cartório. A medida é pura perda de tempo e de dinheiro, pois o currículo não deve
ser assinado.
11 - Hobbies e artes
12 - Salário à vista
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13 - "Tecniquês"
14 - Língua afiada
Parece mentira, mas há quem aproveite o currículo para falar mal do antigo patrão,
"lavar roupa suja" sobre os motivos da demissão ou até incluir informações supostamente
confidenciais da empresa em que trabalhou anteriormente. Esse tipo de erro revela falhas de
postura inadmissíveis.
15 – Pinóquio
A máxima popular já ensina que mentira tem perna curta. E mentira em currículo tem
até hora certa para ir por água abaixo – na entrevista. Entendam-se por mentiras, inclusive,
"exagerinhos" nos resultados obtidos e distorção de funções – que podem ser facilmente
checados com o antigo empregador. Especialistas consideram "gravíssimo" o fato de um
candidato ser "pego na mentira".
16 - Portunhol fluente
Se você não sabe espanhol, não invente de dizer que sabe porque é "parecido com
português". Quem faz isso corre o risco pagar um "mico" arranhando um "portunhol" na
frente do selecionador antes de ser dispensado da seleção. Conhecimentos de idioma pedem
especificação de nível – noções, básico, intermediário ou fluente. E, como a verificação é
simples e rápida, é melhor nunca mentir.
Para fazer um currículo "bem diferente", o candidato escolhe fontes modernas que
acha no menu do computador e cria um layout "superousado". Imaginando que vai fazer
sucesso, imprime o currículo em papel cor de cenoura, por exemplo.
19 - "Conheça-me mais"
É preciso elaborar o currículo tendo sempre em mente que é um documento para fins
profissionais. Portanto, tentar usar esse espaço para transmitir detalhes das suas habilidades
pessoais não é adequado. Destacar que era o primeiro aluno no colegial ou citar as medalhas
recebidas na escola é inútil.
50
20 - Sem objetivo
Em vez de ajudar, um objetivo muito amplo pode diminuir suas chances. Com medo
de perder oportunidades, os candidatos abrem ao máximo esse item usando definições difusas.
21 - Pessoas verbais
22 - Túnel do tempo
Atualização constante. Essa é a uma regra básica para manter a eficiência do currículo.
Enviar um documento desatualizado é um deslize que pode trazer prejuízos. Nem pensar em
incluir novos dados manuscritos, o que é mais errado ainda. Mantenha o arquivo sempre à
mão e insira as mudanças que ocorrem na carreira, como novos cursos, independentemente de
estar empregado ou não.
Como se não bastasse o currículo, há quem goste de encaminhar anexos para fazer
mais "volume". Cópias de diplomas e de certificados, cartas de recomendação e até fotocópias
autenticadas dos documentos. Para completar, decidem encadernar o "livrinho". A lata de lixo
é o destino certo da papelada extra, que não tem utilidade, e o selecionador pode ter o trabalho
de destruir a encadernação.
24 - Mais do mesmo
25 - Cartas e bilhetes
51
CARTA
CARTA DE APRESENTAÇÃO
52
As mensagens linguísticas comportam, às vezes, implícitos que não podem ser
previstos com base apenas no sentido literal. Importantíssimos para a interpretação final da
mensagem, esses implícitos só podem ser descobertos por um trabalho de conjectura feito a
partir de uma avaliação global da situação comunicativa, em que o ouvinte procura recuperar
as intenções do falante. Mensagens que comportam esse tipo de implícito são sempre
interpretadas como indiretas e obrigam, tipicamente, o ouvinte a perguntar: “O que foi que ele
quis dizer com isso?”, Aonde ele quis chegar?”, etc.
O caso mais típico da indireta são as chamadas “implicaturas conversacionais”, cujo
estudo começou pela análise de estórias como esta:
A é um professor de Filosofia recém-formado. Querendo obter emprego em uma
determinada universidade, vai a um de seus antigos professores, B, e pede-lhe
que mande uma carta recomendando-o para o emprego a C, o diretor da tal
universidade. B descreve a carta nos seguintes termos: “A tem excelente
caligrafia e até hoje não foi preso”. C lê a carta e conclui que A não é
aproveitável.
O problema proposto por essa estória consiste em explicar por que C conclui que A é
ruim, quando as informações dadas por B, por si só, não são negativas.
A solução clássica, proposta pelo filósofo norte-americano Peter Grice, consiste em
admitir que os interlocutores estão normalmente empenhados em construir juntos uma
comunicação eficaz e que, para isso, aplicam as seguintes “máximas conversacionais”.
Diga apenas aquilo que você julga ser verdadeiro.
Diga as coisas que você quer dizer da melhor maneira possível (por exemplo: evite ser
prolixo, confuso ou desnecessariamente rebuscado na escolha do vocabulário, etc.);
Diga o máximo que você pode dizer;
Só diga as coisas relevantes para o propósito da comunicação.
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AS CARTAS TROCADAS
PARA O CHEFE:
Chefinho,
Cansei minha beleza! Quinta-feira faço as trouxas e caio na farra. Diz pra Zefinha
terminar aqueles ofícios que estão na minha mesa. Bater ofício, na sexta-feira, eu, heim? Só se
for bater no ofício, com relho e vara de marmelo ... Ah! Se alguém perguntar por mim, diz
que eu fui por aí, ou melhor, pro Guarujá, levando meu gato debaixo do braço ...
PARA O NAMORADO:
Prezado Senhor,
Tenho o prazer de acusar o recebimento de sua mensagem do dia 22 p.p., onde V. Sª.
convida-me para um fim de semana no Guarujá, a iniciar-se no dia 30 do corrente mês. Devo
esclarecer que, na data marcada, estarei à inteira disposição para acompanhá-lo. Considero
altamente desejável o intercâmbio de beijos e abraços que tal encontro, certamente, irá
propiciar.
Outrossim, informo que seria de bom alvitre providenciar com antecedência as
passagens e reservas de acomodações.
Sem mais para o momento, apresento meus protestos de elevada estima e distinta
consideração.
Atenciosamente,
54
A Carta
• Número de expedição
• Data
• Destinatário/Endereçamento
• Referência/Assunto
• Vocativo
• Texto
• Nome e cargo/função
• Anexos
Memorando ou comunicação
interna
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CONVOCAÇÃO
A convocação corresponde ao convite, só que mais no sentido de intimidação,
originando o comparecimento, devendo ser justificado o não comparecimento, enquanto
convite é somente uma solicitação.
Para muitos de nós, ele ainda é uma novidade não completamente dominada, mas o
correio eletrônico já está com 32 anos. O nascimento foi em outubro de 1971, nos Estados
Unidos, com a escolha do símbolo @ (arroba) – em inglês at, como a preposição do lugar –
para separar a identificação de uma caixa postal do nome do local que a hospeda.
Os e-mails continuam, como naquela época, sendo mensagens de texto – mesmo
quando aparecem com fotos, cores e documentos anexos – que vão de um lado a outro em
uma rede de computadores.
Na prática, diferentemente do que se poderia prever, a comunicação eletrônica
popularizou-se a ponto de se tornar muito mais do que simples envio de mensagens de texto.
O e-mail se tornou instrumento de trabalho, de divulgação de notícias e anúncios, de diversão
e até mesmo de realizar transferências monetárias (Grupo Sinos, out. 2002).
O e-mail veio reanimar a comunicação escrita, mas, como toda mensagem virtual, não
consegue passar emoções como as que transmitimos por meio da voz (pelo telefone) e na
comunicação direta (gestos e voz). Além disso, a correspondência tem normas de etiqueta e
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elegância de estilo, seguindo um certo ritual de leitura, releitura. Há uma preocupação com o
estilo do autor.
Características
redigir mensagens breves;
dar respostas rápidas;
organizar textos simples e objetivos.
EMENTA
Ementa significa apontamento, nota, comentário, sumário, súmula. É um comentário
sucinto sobre algum assunto, sumário do que contém uma providencia legal ou do que decidiu
uma autoridade. Faz parte integrante da estrutura de um parecer ou decreto.
Nas universidades, é comum fazer-se ementas de conteúdos programáticos.
57
Requerimento
Definição: segundo o Dicionário Houaiss: 1 - ato ou efeito de pedir por meio de petição
por escrito, segundo as formalidades legais; 2 - qualquer petição verbal ou por escrito; 3 - termo
jurídico, documento que contém uma reivindicação, um pedido.
Apresentação
Na apresentação de um requerimento, há que ter alguns cuidados. Assim, deve-se:
- usar uma folha branca ou uma folha própria para o efeito;
- deixar uma margem superior de 6 cm e uma margem esquerda de 7cm;
- separar os diferentes pontos do requerimento por uma linha em branco;
- adequar as formas de tratamento à entidade a que se destina (começa-se por: Exmo Sr. Ou
Ilmo Sr., e no interior do texto, devemos escrever V. Ex.ª ou, por extenso Vossa Excelência).
Estrutura do requerimento
Um requerimento bem-estruturado contribui para uma melhor compreensão daquilo
que é pedido. Devem, por isso, constar as seguintes partes:
Estrutura:
Deve ser dividido em três partes:
Abertura
Solicitação
Encerramento
58
► Abertura
Contém apenas a indicação do destinatário
O destinatário não é, normalmente, o executor da tarefa, objeto do requerimento. É
ele a autoridade que aprova a solicitação do requerente, para ser executada em
outro nível
Dever conter pronomes de tratamento e invocativos.
► Solicitação
Dados Pessoais (nome completo, profissão, identidade e outras informações
necessárias);
A solicitação é, na verdade, a parte que pode oferecer maior dificuldade ao
redator, uma vez que nela ele terá de comunicar o teor do pedido, de forma clara e
convincente, para obter o deferimento desejado
Documentos em Anexo
► Encerramento
O encerramento consta da seguinte fórmula:
Termo de encerramento
Localidade e Data (esta, por extenso)
Assinatura do requerente
► Termos de encerramento
Ou
“Nestes termos, peço deferimento”
“Nesses termos, espero deferimento”
“Nesses termos, aguardo deferimento”
Obs.: Entre o endereçamento e o corpo do texto, deve-se deixar de sete (7) a dez (10)
espaços para que se obtenha a resposta: solicitação deferida ou indeferida.
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Requerimento
60
OFÍCIO
Conceito:
O ofício é um tipo de correspondência externa muito usado, especialmente quando o
destinatário é do órgão público. Ele serve para informar, encaminhar documentos importantes,
solicitar providências ou informações, propor convênios, ajustes, acordos, etc., convidar alguém
com distinção para a participação em certos eventos; enfim, tratar o destinatário com especial
fineza e consideração
Características
Circula entre Agentes Públicos ou entre um Agente Público e um Particular.
A linguagem deve ser formal sem ser rebuscada.
A finalidade é informar, com o máximo de clareza possível, utilizando-se o padrão culto da
língua.
Forma e estrutura
1. Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:
- Nome do órgão ou setor, Endereço postal, Telefone e endereço eletrônico, Timbre, este deve ser
posto no cabeçalho da página.
2. Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede.
3. Local e data em que foi assinado com alinhamento à direita. O nome do mês escreve-se com
letra minúscula e, após o ano, coloca-se ponto final.
4. Assunto: resumo do teor do documento. Este item é facultativo.
5. Destinatário: o nome, o cargo e o endereço da pessoa a quem é dirigida a comunicação.
Quanto ao endereçamento no envelope, se as comunicações forem dirigidas às
autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:
Excelentíssimo Senhor
Fulano de Tal
Diretor da Fatec de São paulo
Rua ABC, nº 123
01010-000 – São Paulo/SP
Quando ao destinatário não se empregar o tratamento de Excelência, deve-se dirigir a ele
como Vossa Senhoria, e o endereçamento ficará assim:
Senhor
Eduardo Maia
Secretário Municipal de Saúde
Rua XYZ, nº 789
012301-000 – Rio de Janeiro/RJ
6. Texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve
conter a seguinte estrutura:
• Introdução: que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto
que motiva a comunicação. Evite o uso de formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”,
“Cumpre-me informar que”, empregue a forma direta.
• Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre
o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à
exposição.
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• Conclusão; em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada
sobre o assunto.
• As demais autoridades são tratadas pelo vocativo Senhor, seguido do respectivo cargo.
• Identificação do signatário:
• Nome
• Nome do cargo
• Observação: quando o Ofício tiver mais de uma página, a continuação se dará na página
seguinte, com o fecho e a assinatura. O destinatário e o endereçamento ficam sempre na
primeira página.
Forma de diagramação:
O Ofício deve obedecer à seguinte forma de apresentação:
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas
citações, e 10 nas notas de rodapé;
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b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman, poderão ser utilizadas as fontes
Symbol e Wingdings;
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;
f) o campo destinado à margem lateral esquerda deve ter, no mínimo, 3,0 cm de largura;
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo
ou, caso o editor de texto não comporte tal recurso, de uma linha em branco;
i) não deve haver abuso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado,
sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a
sobriedade do documento;
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida
deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações;
k) deve ser impresso em papel de tamanho A-4, ou seja, 297 x 210 mm.
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Memorando Oficial
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Documentos Administrativos
Acordo
ACORDO
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PROCURAÇÃO
INSTRUMENTOS DE PROCURAÇÃO
OBSERVAÇÕES
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FORMATO
OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO
OBRIGAÇÕES DO MANDANTE
EXTINÇÃO DO MANDATO
Pela revogação.
Pela renúncia.
Pela morte de uma das partes.
Pelo término do prazo.
Pela conclusão do negócio.
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► Toda procuração poderá ser redigida em 1ª ou 3ª pessoa. Ambas são corretas. O que não pode
ocorrer é a mistura das pessoas gramaticais, ou seja, começar, por exemplo, em 1ª pessoa e
terminar em 3ª ou vice-versa. A procuração, como qualquer outra redação técnica, deve obedecer
à uniformidade da pessoa gramatical.
Procuração
Recibo
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ATA
DEFINIÇÃO
ELABORAÇÃO
Cuidados
A Ata é documento de valor jurídico. Por essa razão, deve ser lavrada de tal maneira que
não se possam introduzir modificações posteriores. Geralmente é lançada em livro próprio,
devidamente autenticado, cujas páginas são rubricadas por quem redigiu os termos de abertura e
de encerramento, o que lhes dá cunho oficial. Há os que substituem os livros por folhas soltas,
sistema que, embora ofereça algumas vantagens de caráter prático, tem, por outro lado, sérios
inconvenientes, tais como a facilidade de extravio e de acréscimos ou modificações posteriores,
com objetivos fraudulentos.
Na Ata, não se fazem parágrafos ou alíneas: escreve-se tudo seguidamente, para evitar
que, nos espaços em branco, se façam acréscimos. Existem, no entanto, tipos de Atas que, por se
referirem a atos rotineiros e de procedimento padronizado, são lançados em formulários com
espaços a serem preenchidos.
Mesmo nesse tipo de Ata é conveniente, com a finalidade de prevenir qualquer fraude, preencher
os eventuais espaços em branco como pontos ou outros sinais convencionais.
Ressalvas
Na Ata, não se admitem rasuras. Para ressaltar erro constatado durante a redação, usa-se a
palavra digo, depois da qual se repete a palavra ou expressão anterior ao mesmo erro:
Ex.: Aos dezesseis dias do mês de agosto, digo, do mês de setembro de dois mil e dez,
reuniu-se o...
Na data de 2010
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Quando se constata erro ou omissão após a redação, usa-se a expressão em tempo, que é
colocada após o escrito, seguindo-se a emenda ou o acréscimo:
Redações e estilo
A Ata é redigida por um secretário efetivo do órgão ou, na falta desse, por um secretário
“ad hoc”, isto é, eventual, designado na ocasião ou somente para ela.
Como a Ata deve ser um registro fiel dos fatos ocorridos em determinada reunião, sua
linguagem deve ser simples e despretensiosa, clara, precisa e concisa, não se prestando, por isso
mesmo, para a demonstração ou extravasamento de prováveis ou supostos dotes literários do
redator.
Assinatura
Assinam a Ata, geralmente, todas as pessoas presentes à reunião. Às vezes, todavia, ela é
assinada somente pelo presidente e pelo secretário. Não há, sobre este assunto, disposição de
caráter geral.
PARTES DA ATA
As partes de uma ata variam segundo a natureza das reuniões cujos eventos se registram.
Entretanto, as mais importantes e que mais frequentemente aparecem, além do título e das
assinaturas, são as seguintes:
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Ordem do dia (discussões, votações, deliberações, etc.).
Fecho
IMPORTANTE
Não deixe nenhum espaço em branco em nenhum lugar da Ata, para impossibilitar acréscimos
indevidos. Por isso, em Ata só existe um parágrafo, sem espaço inicial. Ao final da Ata, o
espaço restante na linha deve ser completado com um traço.
Os números são sempre grafados por extenso, o que não impede que você repita-os em
algarismos.
Se no decorrer da redação da Ata, houver algum erro, as ressalvas na Ata se fazem pela
partícula “digo”.
Se o erro só for percebido após o término da Ata, procede-se da mesma forma da ressalva,
escrevendo-se “Em tempo” em vez de “Ressalva”.
Se a reunião não teve quorum, o secretário deve lavrar a Ata assim mesmo, para que o fato
fique registrado, sendo que o único fato a registrar é a própria falta de quorum. Ex.: “Por falta
de quorum não houve hoje, cinco de fevereiro de dois mil e onze, reunião do LEO Clube de
Ipatinga. Eu, (nome do secretário), lavro a presente ata que após lida e aprovada, será assinada.
Ipatinga, 10 de fevereiro de 20...------------------“
Entre uma Ata e outra deverá ter apenas o espaço para a assinatura do presidente e do
secretário.
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Ata
Ata Tradicional
Ata Moderna
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Aviso ou comunicado
Bilhete
Convocação
Declaração
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RELATÓRIO
Relatório é a exposição de ocorrências ou da execução de serviços ou, ainda, dos fatos de uma
administração pública ou privada, sendo essa exposição acompanhada, quando necessário, de gráficos,
mapas, tabelas, ilustrações. O relator deve tomar como base um fato real, descrevê-lo cuidadosamente,
interpretá-lo e, com base na descrição e na interpretação do fato, apresentar propostas práticas.
Existem vários tipos de relatórios: desde os mais simples até os mais elaborados.
CLASSIFICAÇÃO:
► O número de signatários:
- individual: um signatário
- coletivo: mais de um signatário
► A periodicidade:
- pesquisa
- jurídico
- econômico
- científico
O primeiro passo para se redigir um bom relatório é determinar e fixar o objetivo do que se vai
escrever.
Fixar o objetivo é selecionar a linha de pensamento que orientará o encadeamento a condução de
ideias. Esse procedimento é fundamental para seleção de ideias pertinentes ao assunto e para não haver
dispersão e confusão quanto às informações a serem transmitidas.
Ao escrever um relatório, procure, antes, determinar os verdadeiros objetivos, evitando, assim,
pormenores inúteis que podem confundir o leitor. Antes de iniciar o trabalho, atente para:
- por que devo escrever esse relatório?
- quem irá lê-lo?
- o que pretendo escrever?
- como irei fazê-lo?
SEGUNDO MOMENTO
Depois de fixar o objetivo, para escrever o seu relatório você pode seguir dois caminhos,
ambos igualmente válidos.
Um deles é simplesmente começar a escrever o texto para trabalhá-lo depois. O outro é listar as
várias ideias que lhe ocorram sobre o assunto para posteriormente estruturá-las em um texto.
Não se pode afirmar que um desses caminhos seja melhor que o outro. É meramente questão de
estilo ou, até mesmo, de momento. Uma pessoa pode sentir mais confortável listando primeiramente
aquilo que pretende escrever ou passando direto para o papel (ou tela) o desenvolvimento de sua ideia.
De qualquer forma, o importante é saber que, qualquer que seja o caminho escolhido, este é
apenas o segundo momento. É daqui que o relatório começará a se definir, exigindo uma organização.
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TERCEIRO MOMENTO
Depois do segundo momento é importante planejar a apresentação das informações. Mesmo que
para quem já escreveu o texto, vale a pena saber que o relatório deve primar pela organização e unidade.
Organização e unidade estão relacionadas à ideia central. Sempre, em qualquer tipo de texto, deve
haver uma ideia central que orienta toda a redação. Além disso, todas as ideias devem ser relevantes e
convergir para a central.
Então, observamos que podemos ter dois grandes grupos: o das causas e o das consequências:
ESTRUTURA
COMPOSIÇÃO DA ESTRUTURA
ELEMENTOS:
Folha de rosto: nela, constarão dados de identificação como: entidade ou empresa, setor ou departamento,
título, autor, local e data.
Sumário: (deverá ser elaborado no final do trabalho) onde devem constar os principais títulos e subtítulos
com as respectivas páginas.
Introdução: apresentação inicial do trabalho, cujo objetivo é levar o leitor à compreensão do assunto,
tomando ciência imediata do conteúdo.
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Desenvolvimento: é o texto propriamente dito com a explanação simples e clara do assunto.
Anexos: material ilustrativo complementar – gráficos, tabelas, etc., não estritamente essenciais à
compreensão do assunto.
Exemplo 1 – Introdução
Apresentação dos itens observados
Comentários
Conclusão
Exemplo 2 - Introdução
Relato cronológico dos acontecimentos
Apresentação dos itens observados
Análise de causas
Proposta de soluções
Conclusão
Exemplo 3 - Cenário
Enumeração de fatos
Relações de consequência
Comentários
Conclusão
Exemplo 4 – Cenário
Aspectos Positivos
Aspectos Negativos
Considerações gerais
Conclusão
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REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Margarida. de, HENRIQUES, Antônio. Língua portuguesa: noções básicas para
cursos superiores. São Paulo: Atlas, 1999.
CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar. Rio de
Janeiro: F.G.V., 2006.
GOLD, Miriam. Redação Empresarial: escrevendo com sucesso na era da globalização. São Paulo:
Prentice Hall, 2005.
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas, SP: 1999.
KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção de sentidos. São Paulo: Contexto, 1997.
KOCH, Ingedore Villaça, TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 1998.
KOCH, Ingedore Villaça, ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo:
Contexto, 2007.
KOCH, Ingedore Villaça, ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São
Paulo: Contexto, 2009.
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MANDRYK, David. FARACO, Carlos Alberto. Língua Portuguesa: prática de redação para estudantes
universitários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
SAVIOLI, Francisco Platão; FIORIN, José Luiz. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática,
2000.
VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. São Paulo:
Martins Fontes, 1998.
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