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Dissertativos – Lista 1 – Com Gabarito De acordo com o texto, a identificação do leitor com o que
lê ocorre sobretudo quando
1) (FGV-2005) a) ele sabe reconhecer na obra o valor consagrado pela
A última das três abordagens, entre as teorias idealistas, é a tradição da crítica literária.
que considera cultura como sistemas. simbólicos. Esta b) ele já conhece, com alguma intimidade, as experiências
posição foi desenvolvida nos Estados Unidos representadas numa obra.
principalmente por dois antropólogos: o já conhecido c) a obra expressa, em fórmulas sintéticas, a sabedoria dos
Clifford Geertz e David Schneider. O primeiro deles busca antigos humanistas.
uma definição de homem baseada na definição de cultura. d) a obra o introduz num campo de questões cuja vitalidade
Para isto, refuta a idéia de uma forma ideal de homem, ele pode reconhecer.
decorrente do iluminismo e da antropologia clássica, perto e) a obra expressa convicções tão verdadeiras que se furtam
da qual as demais eram distorções ou aproximações, e tenta à discussão.
resolver o paradoxo (...) de uma imensa variedade cultural
que contrasta com a unidade da espécie humana. Para isto, 3) (Fuvest-2002) - Mandaram ler este livro...
a cultura deve ser considerada “não um complexo de Se o tal do livro for fraquinho, o desprazer pode significar
comportamentos concretos mas um conjunto de um precipitado mas decisivo adeus à literatura; se for
mecanismos de controle, planos, receitas, regras, instruções estimulante, outros virão sem o peso da obrigação.
(que os técnicos de computadores chamam programa) para As experiências com que o leitor se identifica não são
governar o comportamento”. Assim, para Geertz, todos os necessariamente as mais familiares, mas as que mostram o
homens são geneticamente aptos para receber um quanto é vivo um repertório de novas questões. Uma leitura
programa, e este programa é o que chamamos cultura. E proveitosa leva à convicção de que as palavras podem
esta formulação - que consideramos uma nova maneira de constituir um movimento profundamente revelador do
encarar a unidade da espécie - permitiu a Geertz afirmar próximo, do mundo, de nós mesmos. Tal convicção faz
que “um dos mais significativos fatos sobre nós pode se caminhar para uma outra, mais ampla, que um antigo
finalmente a constatação de que todos nascemos com um pensador romano assim formulou: Nada do que é humano
equipamento para viver mil vidas, mas terminamos no fim me é alheio.
tendo vivido uma só!” (Cláudio Ferraretti, inédito)
Roque de Barros Laraia. Cultura, um conceito
antropológico. 16. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., O sentido da frase Nada do que é humano me é alheio é
2003, p. 62. equivalente ao desta outra construção:
a) O que não diz respeito ao Homem não deixa de me
O texto introduz parágrafos duas vezes com a expressão interessar.
“Para isto” . Assinale a alternativa correta em relação a essa b) Tudo o que se refere ao Homem diz respeito a mim.
expressão no texto. c) Como sou humano, não me alheio a nada.
a) Na primeira ocorrência, isto significa definição de d) Para ser humano, mantenho interesse por tudo.
cultura. e) A nada me sinto alheio que não seja humano.
b) Na primeira ocorrência, isto significa cultura.
c) Na segunda ocorrência, isto significa resolver o 4) (Fuvest-2002) - Mandaram ler este livro...
paradoxo. Se o tal do livro for fraquinho, o desprazer pode significar
d) Na segunda ocorrência, isto significa refutar uma forma um precipitado mas decisivo adeus à literatura; se for
ideal de homem. estimulante, outros virão sem o peso da obrigação.
e) Na segunda ocorrência, isto significa a cultura deve ser As experiências com que o leitor se identifica não são
considerada um programa. necessariamente as mais familiares, mas as que mostram o
quanto é vivo um repertório de novas questões. Uma leitura
proveitosa leva à convicção de que as palavras podem
2) (Fuvest-2002) - Mandaram ler este livro... constituir um movimento profundamente revelador do
Se o tal do livro for fraquinho, o desprazer pode significar próximo, do mundo, de nós mesmos. Tal convicção faz
um precipitado mas decisivo adeus à literatura; se for caminhar para uma outra, mais ampla, que um antigo
estimulante, outros virão sem o peso da obrigação. pensador romano assim formulou: Nada do que é humano
As experiências com que o leitor se identifica não são me é alheio.
necessariamente as mais familiares, mas as que mostram o (Cláudio Ferraretti, inédito)
quanto é vivo um repertório de novas questões. Uma leitura
proveitosa leva à convicção de que as palavras podem De acordo com o texto, a convicção despertada por uma
constituir um movimento profundamente revelador do leitura proveitosa é, precisamente, a de que
próximo, do mundo, de nós mesmos. Tal convicção faz a) sempre existe a possibilidade de as palavras serem
caminhar para uma outra, mais ampla, que um antigo profundamente reveladoras.
pensador romano assim formulou: Nada do que é humano b) as palavras constituem sempre um movimento de
me é alheio. profunda revelação.
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.
32) (Fuvest-2002) A característica da relação do adulto com 34) (Fuvest-2002) A característica da relação do adulto com
o velho é a falta de reciprocidade que se pode traduzir numa o velho é a falta de reciprocidade que se pode traduzir numa
tolerância sem o calor da sinceridade.Não se discute com o tolerância sem o calor da sinceridade.Não se discute com o
velho, não se confrontam opiniões com as dele, negando- velho, não se confrontam opiniões com as dele, negando-
lhe a oportunidade de desenvolver o que só se permite aos lhe a oportunidade de desenvolver o que só se permite aos
amigos: a alteridade, a contradição, o afrontamento e amigos: a alteridade, a contradição, o afrontamento e
mesmo o conflito. Quantas relações humanas são pobres e mesmo o conflito. Quantas relações humanas são pobres e
banais porque deixamos que o outro se expresse de modo banais porque deixamos que o outro se expresse de modo
repetitivo e porque nos desviamos das áreas de atrito, dos repetitivo e porque nos desviamos das áreas de atrito, dos
pontos vitais, de tudo o que em nosso confronto pudesse pontos vitais, de tudo o que em nosso confronto pudesse
causar o crescimento e a dor! Se a tolerância com os velhos causar o crescimento e a dor! Se a tolerância com os velhos
é entendida assim, como uma abdicação do diálogo, melhor é entendida assim, como uma abdicação do diálogo, melhor
seria dar-lhe o nome de banimento ou discriminação. seria dar-lhe o nome de banimento ou discriminação.
(Ecléa Bosi, Memória e sociedade - Lembranças de velhos) (Ecléa Bosi, Memória e sociedade - Lembranças de velhos)
Na avaliação da autora, o que habitualmente caracteriza a A frase em que a palavra sublinhada preserva o sentido com
relação do adulto com o velho é que foi empregada no texto é:
a) o desinteresse do adulto pelo confronto de idéias, a) Na mais sumária relação das virtudes humanas não
expressando uma tolerância que atua como discriminação deixará de constar a sinceridade.
do velho. b) Sobretudo os pobres sentem o peso do que seja
b) uma sucessão de conflitos, motivada pela baixa banimento ou discriminação.
tolerância e pela insinceridade recíprocas. c) É por vezes difícil a discriminação entre tolerância e
c) a inconseqüência dos diálogos, já que a um e a outro menosprezo.
interessa apenas a reiteração de seus pontos de vista. d) Enfrentar a contradição é sempre um grande passo para
d) o equívoco do adulto, que trata o velho sem considerar as o nosso crescimento.
diferenças entre a condição deste e a de um amigo mais e) Se traduzir é difícil, mais difícil é o diálogo entre
próximo. pessoas que se mascaram na mesma língua.
e) a insinceridade das opiniões do adulto, nas quais se
manifestam sua divergência e sua impaciência. 35) (ESPM-2007) A dança das palavras
O professor [e crítico] Antonio Candido contou há vários
33) (Fuvest-2002) A característica da relação do adulto com anos, numa roda de amigos, uma curiosa história. Se não
o velho é a falta de reciprocidade que se pode traduzir numa estou enganado, o protagonista era um português, dono de
tolerância sem o calor da sinceridade.Não se discute com o uma pensão no Rio de Janeiro, chamada de “Península
velho, não se confrontam opiniões com as dele, negando- Fernandes”.
lhe a oportunidade de desenvolver o que só se permite aos Intrigado e ao mesmo tempo curioso, Antonio Candido
amigos: a alteridade, a contradição, o afrontamento e perguntou ao homem qual a razão daquele título. “É que eu
mesmo o conflito. Quantas relações humanas são pobres e me chamo Fernandes”, foi a resposta. “Bom, mas e
banais porque deixamos que o outro se expresse de modo ‘península’”?. “‘Península’ é porque eu acho a palavra
repetitivo e porque nos desviamos das áreas de atrito, dos bonita.”
pontos vitais, de tudo o que em nosso confronto pudesse [...]
causar o crescimento e a dor! Se a tolerância com os velhos Palavras feias, aliás, não são necessariamente os chamados
é entendida assim, como uma abdicação do diálogo, melhor “palavrões”, alguns até, se não bonitos, certamente bem
seria dar-lhe o nome de banimento ou discriminação. expressivos.
(Ecléa Bosi, Memória e sociedade - Lembranças de velhos) Deixo as questões estéticas, para lembrar que os signos têm
vida e, portanto, nascem, vivem, alguns morrem, ficam
Considerando-se o sentido do conjunto do texto, é correto congelados ou se transfiguram. Embora tenha atração por
afirmar que seu nascimento, deixo de lado a etimologia e me fixo no
a) as palavras “crescimento” e “dor” são utilizadas de modo congelamento e na transfiguração.
a constituírem um paradoxo. [...]
b) as palavras “alteridade”, “contradição”, “afrontamento” e Vamos aos signos congelados.
“conflito” encadeiam-se numa progressão semântica. Como continuamos a ler pelos anos afora o maior nome das
c) a expressão “abdicação do diálogo” tem significação nossas letras, Machado de Assis é uma boa referência.
oposta à da expressão “tolerância sem o calor da O que era Escobar para Bentinho, no romance “Dom
sinceridade”. Casmurro”? Seu comborço, diz Machado, ou seja, o amante
52) (ESPM-2006) A morte do livro A partir da leitura, sobretudo dos dois últimos parágrafos,
FERREIRA GULLAR pode-se dizer que as “obras literárias de qualidade” são
A morte do livro como veículo da literatura já foi aquelas que resistem no imaginário coletivo, mesmo com o
profetizada várias vezes na chamada época moderna. E não passar do tempo. Idéia similar a essa pode ser lida em:
por inimigos da literatura, mas pelos escritores mesmos. a) “[Literatura] é toda escrita imaginativa no sentido de
Até onde me lembro, o primeiro a fazer essa profecia foi ficção, escrita que não é literalmente verídica.” (EAGLETON,
nada menos que o poeta Guillaume Apollinaire, no começo Terry. Teoria da Literatura: uma introdução)
do século 20. b) “Tudo é, não é e pode ser que seja literatura. Depende do
Entusiasmado com a invenção do gramofone (ou vitrola), ponto de vista, do significado que a palavra tem para cada
acreditou que os poetas em breve deixariam de imprimir um, da situação na qual se discute o que é literatura.”
seus poemas em livros para gravá-los em discos, com a (LAJOLO, Marisa. Literatura: Leitores e Leitura )
vantagem — segundo ele, indiscutível — de o antigo leitor, c) “A arte [por extensão, a literatura] é visão ou intuição. O
tornado ouvinte, ouvi-los na voz do próprio poeta. [...] artista produz uma imagem ou fantasma; e quem aprecia a
De qualquer modo, Apollinaire, que foi um bom poeta, arte dirige o olhar para o ponto que o artista lhe apontou,
revelara-se um mau profeta, já que os poetas continuaram a olha pela fresta que ele lhe abriu e reproduz em si aquela
se valer do livro para difundir seus poemas enquanto o imagem.”
(CROCE, Benedetto. Breviário de Estética)
disco veio servir mesmo foi aos cantores e compositores de
d) “Erudição, ciência, notícia das boas letras, e
canções populares, [...].
humanidades. Conjunto das produções literárias de uma
O mais recente profeta do fim do livro é o romancista norte-
nação, de um país, de uma época.”
americano Philip Roth, que, numa entrevista, fez o (SILVA, Antonio de Moraes. Dicionário da Língua Portuguesa)
prenúncio. Na verdade, ele anunciou o fim da própria e) “Os clássicos [literários] são aqueles livros que chegam
literatura e não por falta de escritores, mas de leitores. até nós trazendo consigo as marcas das leituras que
Certamente, referia-se a certo tipo de literatura, pois obras precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na
de ficção como “O Código Da Vinci” e “Harry Potter” cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais
alcançam tiragens de milhões de exemplares em todos os simplesmente na linguagem ou nos costumes).”
idiomas. (CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos )
53) (ESPM-2006) A morte do livro [...] será possível medir a literariedade (o poder, o prestígio,
FERREIRA GULLAR o volume de capital lingüístico-literário) de uma língua não
A morte do livro como veículo da literatura já foi pelo número de escritores ou de leitores dessa língua, mas
profetizada várias vezes na chamada época moderna. E não pelo número de poliglotas literários (ou protagonistas do
por inimigos da literatura, mas pelos escritores mesmos. espaço literário, editores, intermediários cosmopolitas,
Até onde me lembro, o primeiro a fazer essa profecia foi descobridores cultos...) que a praticam pelo número de
nada menos que o poeta Guillaume Apollinaire, no começo tradutores literários [...] que fazem os textos circularem a
do século 20. partir dessa língua literária ou em sua direção.
Entusiasmado com a invenção do gramofone (ou vitrola), (CASANOVA, Pascale. A República Mundial das Letras)
acreditou que os poetas em breve deixariam de imprimir Comparando o excerto acima ao texto “A morte do livro”,
seus poemas em livros para gravá-los em discos, com a seria possível afirmar que a expressão “poliglotas literários”
vantagem — segundo ele, indiscutível — de o antigo leitor, encontra seu correspondente, no texto de Ferreira Gullar, na
tornado ouvinte, ouvi-los na voz do próprio poeta. [...] seguinte opção:
De qualquer modo, Apollinaire, que foi um bom poeta, a) “veículo da literatura” (1º- parágrafo).
revelara-se um mau profeta, já que os poetas continuaram a b) “núcleo social irradiador de idéias” (6º- parágrafo).
se valer do livro para difundir seus poemas enquanto o c) “visão simplificadora” (6º- parágrafo).
disco veio servir mesmo foi aos cantores e compositores de d) “fatores que estão ocultos” (6º- parágrafo).
canções populares, [...]. e) “best-sellers de nossa época” (7º- parágrafo).
O mais recente profeta do fim do livro é o romancista norte-
americano Philip Roth, que, numa entrevista, fez o
prenúncio. Na verdade, ele anunciou o fim da própria 54) (ESPM-2006) A morte do livro
literatura e não por falta de escritores, mas de leitores. FERREIRA GULLAR
Certamente, referia-se a certo tipo de literatura, pois obras A morte do livro como veículo da literatura já foi
de ficção como “O Código Da Vinci” e “Harry Potter” profetizada várias vezes na chamada época moderna. E não
alcançam tiragens de milhões de exemplares em todos os por inimigos da literatura, mas pelos escritores mesmos.
idiomas. Até onde me lembro, o primeiro a fazer essa profecia foi
Outro fenômeno que contradiz a tese de que as pessoas nada menos que o poeta Guillaume Apollinaire, no começo
lêem cada vez menos é o crescente tamanho dos “best- do século 20.
sellers”: ultimamente, os volumes ultrapassam as 400 ou Entusiasmado com a invenção do gramofone (ou vitrola),
500 páginas, havendo os que atingem mais de 800. Tais acreditou que os poetas em breve deixariam de imprimir
dados põem em dúvida, mais uma vez, as previsões da seus poemas em livros para gravá-los em discos, com a
morte do livro e da literatura. [...] vantagem — segundo ele, indiscutível — de o antigo leitor,
A visão simplificadora consiste em não levar em conta tornado ouvinte, ouvi-los na voz do próprio poeta. [...]
alguns fatores que estão ocultos, mas atuantes na sociedade De qualquer modo, Apollinaire, que foi um bom poeta,
de massa: fatores qualitativos que a avaliação meramente revelara-se um mau profeta, já que os poetas continuaram a
quantitativa ignora. Começa pelo fato de que são as obras se valer do livro para difundir seus poemas enquanto o
literárias de qualidade, e não as que constituem mero disco veio servir mesmo foi aos cantores e compositores de
passatempo, que influem na construção do universo canções populares, [...].
imaginário da época. É indiscutível que tais obras atingem, O mais recente profeta do fim do livro é o romancista norte-
inicialmente, um número reduzido de leitores, mas é americano Philip Roth, que, numa entrevista, fez o
verdade também que, através deles, com o passar do tempo, prenúncio. Na verdade, ele anunciou o fim da própria
influem sobre um número cada vez maior de indivíduos — literatura e não por falta de escritores, mas de leitores.
e especialmente sobre aqueles que constituem o núcleo Certamente, referia-se a certo tipo de literatura, pois obras
social irradiador das idéias. de ficção como “O Código Da Vinci” e “Harry Potter”
Costumo, a propósito desta discussão, citar o exemplo de alcançam tiragens de milhões de exemplares em todos os
um livro de poemas que nasceu maldito: “As Flores do idiomas.
Mal”, de Charles Baudelaire, cuja primeira edição, em Outro fenômeno que contradiz a tese de que as pessoas
reduzida tiragem, data de 1857. Naquela mesma época lêem cada vez menos é o crescente tamanho dos “best-
havia autores cujos livros alcançavam tiragens sellers”: ultimamente, os volumes ultrapassam as 400 ou
consideráveis, que às vezes chegavam a mais de 30 mil 500 páginas, havendo os que atingem mais de 800. Tais
exemplares. Esses livros cumpriram sua missão, divertiram dados põem em dúvida, mais uma vez, as previsões da
os leitores e depois foram esquecidos, como muitos “best- morte do livro e da literatura. [...]
sellers” de nossa época. Enquanto isso, o livro de poemas A visão simplificadora consiste em não levar em conta
de Baudelaire — cuja venda quase foi proibida pela Justiça alguns fatores que estão ocultos, mas atuantes na sociedade
—, que vem sendo reeditado e traduzido em todas as de massa: fatores qualitativos que a avaliação meramente
línguas, já deve ter atingido, no total das tiragens, muitos quantitativa ignora. Começa pelo fato de que são as obras
milhões de exemplares. O verdadeiro “best-seller” é ele ou literárias de qualidade, e não as que constituem mero
não é? [...] passatempo, que influem na construção do universo
55) (ESPM-2006) A morte do livro No trecho: “...Apollinaire, que foi um bom poeta, revelara-
FERREIRA GULLAR se um mau profeta, já que os poetas continuaram a se valer
A morte do livro como veículo da literatura já foi do livro para difundir seus poemas...”, o conector em
profetizada várias vezes na chamada época moderna. E não negrito só não possui o mesmo valor semântico de:
por inimigos da literatura, mas pelos escritores mesmos. a) porque.
Até onde me lembro, o primeiro a fazer essa profecia foi b) conquanto.
nada menos que o poeta Guillaume Apollinaire, no começo c) visto que.
do século 20. d) uma vez que.
Entusiasmado com a invenção do gramofone (ou vitrola), e) como.
acreditou que os poetas em breve deixariam de imprimir
seus poemas em livros para gravá-los em discos, com a
vantagem — segundo ele, indiscutível — de o antigo leitor,
tornado ouvinte, ouvi-los na voz do próprio poeta. [...]
De qualquer modo, Apollinaire, que foi um bom poeta,
revelara-se um mau profeta, já que os poetas continuaram a
se valer do livro para difundir seus poemas enquanto o
disco veio servir mesmo foi aos cantores e compositores de
canções populares, [...].
O mais recente profeta do fim do livro é o romancista norte-
americano Philip Roth, que, numa entrevista, fez o
22) Alternativa: A
2) Alternativa: D
24) Alternativa: D
4) Alternativa: A
34) Alternativa: D
10) a) “Precisamos de um novo ‘software’ para acessar o
mundo.” (Este é o único trecho em que “a autora utiliza 35) Alternativa: D
alguns elementos da tecnologia para traduzir seu
pensamento”, embora a formulação da pergunta - 36) Alternativa: C
“transcreva um trecho” - implique a existência de outros
trechos.)
37) Alternativa: A
b) No mundo presente, a vida não mais é moldada por
valores e modelos (“padrões”) tradicionais.
38) a) Embora ainda passe por dificuldades, a economia
argentina está superando momentos de grandes
dificuldades.
11) Alternativa: D
b) Na guerra o homem liberta seu lado mais condenável
(criminoso, traidor, assassino...) escondido no dia-a-dia.
12) Alternativa: D
39) Alternativa: C
13) Alternativa: A
40) Alternativa: A
14) Alternativa: A
41) Alternativa: D
15) Alternativa: C
42) Alternativa: A
16) Alternativa: B
43) Pelo fato de conseguir estabelecer relações entre as
17) Alternativa: A informações recebidas e a partir delas resolver problemas.
47) Alternativa: D
48) Alternativa: C
49) Alternativa: D
50) Alternativa: C
51) Alternativa: B
52) Alternativa: E
53) Alternativa: D
54) Alternativa: sem resposta
55) Alternativa: B