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APOSTILA DE

INTRODUÇÃO AOS
CIRCUITOS ELÉTRICOS

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


CENTRO TECNOLÓGICO (CTC)
ESCOLA DE ENGENHARIA (TCE)
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA (TEE)

AUTOR: Professor ERIC SERGE SANCHES

MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS DEDICATÓRIA
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À minha família

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UFF/CTC/TCE/TEE i MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS PREFÁCIO
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PREFÁCIO

Esta apostila aborda os tópicos da disciplina Introdução aos Circuitos Elétricos (TEE 02065).

A apostila contém uma parte teórica, incluindo alguns exemplos característicos, com solução
passo a passo, e uma parte final (anexos) de exercícios com respostas sobre os tópicos
abordados. Ela trata basicamente de leis e teoremas aplicados aos circuitos puramente
resistivos.

A parte teórica é dividida em três partes. A primeira parte aborda aspectos gerais dos
sistemas elétricos de potência. A segunda parte trata de conceitos preliminares de circuitos
elétricos: corrente, tensão, potência e energia de elementos passivos (resistor, indutor e
capacitor); elementos ativos (fontes de tensão e fontes de corrente); as duas leis de
Kirchhoff aplicada aos circuitos resistivos; resistência equivalente e associações série e
paralelo de resistores, indutores e capacitores. A última parte engloba leis e teoremas de
circuitos elétricos aplicados aos circuitos resistivos: teorema da máxima transferência de
potência; teorema da superposição; teorema de Thèvenin; teorema de Norton; equações
das malhas e equações dos nós.

Esta coletânea de assuntos teve origem nas notas de aula da disciplina, baseadas em vários
livros sobre os assuntos.

O objetivo principal desta apostila é orientar os estudos dos alunos, tornando-se uma
referência para o entendimento dos assuntos abordados, visando facilitar estudos mais
aprofundados dos livros textos.

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UFF/CTC/TCE/TEE ii MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS INDÍCE
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1.1
1.1 ENGENHARIA ELÉTRICA ....................................................................................... 1.1
1.2 SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA ................................................................. 1.2
1.2.1 GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ............................................................... 1.3
1.2.2 TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ....................................................... 1.6
1.2.3 DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ........................................................ 1.7
1.3 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA ELETRICIDADE ................................................ 1.8
1.4 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS GERADORES ......................................... 1.9
1.5 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS TRANSFORMADORES .........................1.11
1.6 LINHAS DE TRANSMISSÃO.................................................................................. 1.13
1.7 UNIDADES DE MEDIDAS DAS GRANDEZAS ELÉTRICAS .................................. 1.14

2. CONCEITOS PRELIMINARES .................................................................................... 2.1


2.1 ANÁLISE, LINEARIDADE E CIRCUITOS ................................................................. 2.1
2.2 CORRENTE, TENSÃO, POTÊNCIA E ENERGIA..................................................... 2.2
2.3 ELEMENTOS DE CIRCUITOS ................................................................................. 2.3
2.3.1 Elementos Passivos .......................................................................................... 2.4
2.3.2 Elementos Ativos............................................................................................... 2.7
2.3.3 Elementos não Lineares.................................................................................... 2.8
2.4 LEIS DE KIRCHHOFF.............................................................................................. 2.9
2.5 RESISTÊNCIA EQUIVALENTE ................................................................................ 2.9
2.6 ASSOCIAÇÃO SÉRIE / PARALELO....................................................................... 2.10

3. FUNDAMENTOS ......................................................................................................... 3.1


3.1 DIVISOR DE TENSÃO E DIVISOR DE CORRENTE ............................................... 3.1
3.2 CONSEQÜÊNCIAS DA LINEARIDADE.................................................................... 3.2
3.3 TEOREMA DA MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA .................................... 3.2
3.4 TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO............................................................................. 3.3
3.5 TEOREMAS DE THÈVENIN E DE NORTON ........................................................... 3.6
3.6 EQUAÇÕES DAS MALHAS ....................................................................................3.11
3.7 EQUAÇÕES DOS NÓS ......................................................................................... 3.13
3.8 CIRCUITOS DUAIS................................................................................................ 3.15

ANEXO A - EXERCÍCIOS SOBRE CONCEITOS PRELIMINARES DE CIRCUITOS


ELÉTRICOS

ANEXO B - EXERCÍCIOS SOBRE FUNDAMENTOS DE CIRCUITOS ELÉTRICOS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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UFF/CTC/TCE/TEE iii MAIO/2002
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO AOS
CIRCUITOS ELÉTRICOS
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
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1. INTRODUÇÃO

1.1 ENGENHARIA ELÉTRICA

A grande aplicação atual da eletricidade é conseqüência de certas propriedades


únicas da energia elétrica, que outras formas de energia não possuem. Por exemplo, a
energia elétrica pode ser transmitida quase que instantaneamente pelo espaço ou ao longo
de uma linha de transmissão para os lugares em que ela se faça necessária, lá ela pode ser
imediata e eficientemente transformada em formas de energia mais úteis, tais como calor,
som e energia mecânica. Além disso, a energia elétrica e as variáveis com ela relacionadas
podem ser usadas para representar informação, que pode ser transmitida e processada com
grande velocidade e precisão. Se não fosse por essas características únicas, o uso da
eletricidade seria provavelmente hoje de menor importância.

A Engenharia Elétrica compreende desde a geração de energia elétrica até a entrega


desta energia aos consumidores industriais, comerciais, rurais e residenciais. Incluí também
as comunicações, a eletrônica, o processamento de dados, o controle automático e a
automação.

Um curso de Engenharia Elétrica, com ênfase em sistemas elétricos de potência,


deve dar a formação necessária ao futuro profissional para habilitá-lo ao mercado de
trabalho nas áreas de projeto, consultoria, instalações prediais e industriais, manutenção
industrial e pesquisa, além de permitir continuidade nos cursos de pós-graduação e
formação para o desenvolvimento de atividades do magistério. Esse tipo de engenheiro
eletricista pode atuar no planejamento, operação e manutenção de sistemas elétricos,
desenvolver estudos e projetos, supervisionar a fabricação de materiais e equipamentos
elétricos, bem como atuar na área de pesquisa e ensino das universidades.

A atuação desse engenheiro eletricista se faz nas empresas concessionárias de


serviços públicos de eletricidade, em órgãos governamentais de planejamento, nas
empresas de consultoria quer na área de projetos quer na de supervisão e fiscalização de
unidades de geração ou linhas de transmissão e distribuição, na indústria de equipamentos
e materiais elétricos, nos laboratórios de pesquisas e nas universidades, atuando como
professor e pesquisador.

As duas matérias que fornecem a base teórica para a maior parte da Engenharia
Elétrica são a teoria de circuitos e a teoria do campo. A teoria do campo é necessária para
explicar o comportamento de transistores, indutores e outros dispositivos e para analisar a
propagação da energia no espaço. A teoria de circuitos trata dos efeitos das interligações de
componentes cujas características já são conhecidas e não com as razões que motivam os
comportamentos dos componentes individuais.

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APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
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No nosso curso serão vistos os principais conceitos básicos da teoria de circuitos


elétricos aplicados aos circuitos puramente resistivos.

1.2 SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

Basicamente os sistemas elétricos de potência se dividem em três partes:

a) susbsistema de geração;

b) subsistema de transmissão;

c) subsistema de distribuição.

Os diagramas unifilares (1 fio) dos sistemas elétricos existentes são apresentados


nas figuras abaixo. Note que a principal diferença entre ambos está na parte relativa a
transmissão da energia elétrica.

GERAÇÃO TRANSMISSÃO DISTRIBUIÇÃO


CA CA CA

SUBESTAÇÃO SUBESTAÇÃO
ELEVADORA ABAIXADORA
CARGA

GERAÇÃO TRANSMISSÃO DISTRIBUIÇÃO


CA CC CA

ESTAÇÃO ESTAÇÃO
RETIFICADORA INVERSORA

CARGA
CA – Corrente Alternada
CC – Corrente Contínua

O fornecimento de energia elétrica, em bases comerciais, foi constituído inicialmente,


por geradores de corrente contínua, alimentando cargas específicas como iluminação
pública, galerias e teatros. Depois surgiram as usinas em corrente alternada.

Devido especialmente à invenção do transformador, os defensores da corrente


alternada prevaleceram, e iniciou-se o desenvolvimento de usinas geradoras locais; com
cada grande cidade ou centro de carga operando sua própria usina. Posteriormente,
houveram interligações entre sistemas.

Existem três características principais do fornecimento de energia elétrica que


influem nos métodos de engenharia a serem utilizados nos projetos e na operação do
sistema:

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a) a eletricidade, ao contrário do gás e da água, não pode ser armazenada, e o


fornecedor tem pequeno controle sobre o valor da carga em cada instante. É
necessário manter, a cada instante, a potência fornecida pelos geradores igual à
da carga ligada com tensão e freqüência em valores especificados;

b) existe um contínuo aumento na demanda de energia, isto é, adição de carga ao


sistema. Assim, os circuitos são ampliados periodicamente, ao invés de serem
projetados, instalados e mantidos inalterados;

c) as usinas hidroelétricas estão situadas em áreas, que não são necessariamente


os grandes centros de consumo de energia elétrica, analogamente, às usinas de
carvão (usinas térmicas). Assim, o problema da localização da usina em função
da distância de transmissão, envolve aspectos econômicos. A maior utilização do
óleo combustível (usinas térmicas) e de energia nuclear modifica o padrão de
fornecimento.

1.2.1 GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

A energia elétrica é gerada em tensões até 20kV, na freqüência de 50 ou 60Hz,


dependendo do país. No caso brasileiro, a freqüência utilizada é a de 60Hz.

O termo geração de energia elétrica não exprime a realidade do fenômeno, pois o


que ocorre é a transformação das diversas formas de energia existentes na natureza em
energia elétrica.

As fontes naturais de energia, já aproveitadas ou utilizáveis em teoria, podem ser


classificadas em duas categorias:

a) renováveis periodicamente:

• energia hidráulica de cursos d’água;

• energia das mares;

• energia eólica;

• energia radiante do sol.

b) não renováveis:

• energia química dos combustíveis sólidos (carvão), líquidos (destilados do


petróleo) e gasosos (metano);

• energia geotérmica dos vapores endógenos, das águas subterrâneas


aflorando naturalmente à superfície e dos extratos profundos da crosta
terrestre;

• energia nuclear (reações nucleares).

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A energia disponível na natureza pode ser transformada em energia elétrica, através


de um processo apropriado de conversão.

As fontes mais largamente utilizadas para a produção de energia elétrica são os


combustíveis e a hidráulica. Já é notável a contribuição da energia nuclear, embora muito
ainda deva ser feito neste campo, para tornar seu emprego ainda mais econômico. A energia
dos ventos e das mares já é utilizada em parte, mas no momento, sua importância é restrita
ao âmbito das economias de regiões isoladas. A energia solar, captada diretamente ou
através de coletores solares, encontra atualmente aplicações limitadas, mas provavelmente
em um futuro muito próximo possa ser aproveitada, com o uso de baterias solares, por
exemplo, para as zonas rurais com baixa densidade populacional.

Os principais tipos de usinas de geração comercial de energia elétrica são:

I) Usinas Hidroelétricas
São usinas geradoras de energia elétrica cuja fonte de energia utilizada é a água. A
geração é obtida através da transformação da energia potencial da água em energia cinética
de movimento, daí em energia mecânica na turbina e, a seguir, em energia elétrica no
gerador.

Apesar da energia nestas usinas ser obtida livre de qualquer custo, existe o
inconveniente do elevado custo inicial da instalação, devido principalmente as vultuosas
obras de engenharia civil.

Existem três principais tipos de turbinas hidráulicas utilizadas nas usinas


hidroelétricas, de acordo com a altura de queda do reservatório, que representa a diferença
em altura, medida na vertical, entre a parte superior do reservatório e o nível da turbina:

a) Kaplan - utilizada em usinas a fio d’água ou com pequenos reservatórios e altura


de queda até 70m, apresentando uma eficiência de 92%;

b) Francis - utilizada em altura de queda entre 70 e 500m, apresentando uma


eficiência de 92%;

c) Pelton - utilizada em altura de queda entre 500 e 1700m, apresentando uma


eficiência de 90%.

II) Usinas Térmicas


São usinas que geram energia elétrica a partir da energia calorífica gerada pela
queima de combustível (carvão ou óleo combustível), através de várias transformações de
formas de energia.

Os principais componentes de uma usina térmica são:

• caldeira (basicamente constituída do gerador de calor e dos trocadores de calor);

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• turbina a vapor;

• gerador elétrico.

Apesar dos progressos no projeto de caldeiras e a utilização de materiais de


características mais apropriadas, a natureza do ciclo térmico é tal que o rendimento é
comparativamente baixo e grandes quantidades de calor se perdem. A despeito desses
progressos, o rendimento térmico máximo é de cerca de 40%.

III) Usinas Nucleares


Uma usina nuclear é semelhante a uma usina térmica convencional, pois ambas
utilizam vapor para acionar um gerador que produz a eletricidade. É na fonte produtora do
vapor que reside a principal diferença entre essas usinas.

Nas usinas nucleares utiliza-se a fissão nuclear para produzir calor que é transferido
para a água que irá produzir vapor direta ou indiretamente. A fissão nuclear ocorre quando
um nêutron e um núcleo de urânio chocam-se tornando o núcleo instável e dividindo-o em
dois núcleos menores, havendo liberação de nêutrons e de energia para reaver a
estabilidade.

Em termos comparativo uma tonelada de urânio produz energia equivalente a


queima de 50.000 toneladas de carvão.

O urânio é composto de três isótopos: U234 (0,0056%), U235 (0,72%) e U238


(99,27%). Somente o U235 tem a propriedade de se fissionar. O U238 é denominado
material fértil, ou seja, pode ser transformado em físsil mediante a captura de um nêutron.

O reator nuclear é o dispositivo onde se mantém sob controle uma reação em


cadeia. As partes essenciais de um reator são:

• núcleo combustível – que se fissiona produzindo nêutrons e liberando energia;

• elementos que são utilizados no controle do número de nêutrons livres e,


consequentemente, da taxa de fissão e da energia liberada;

• moderador de nêutrons – material que auxilia o processo de fissão, diminuindo a


velocidade dos nêutrons, aumentando assim a probabilidade deste colidir com o
Urânio;

• fluído refrigerante – que remove o calor gerado no núcleo;

• blindagens térmicas e radiológicas.

Basicamente os reatores são divididos em dois grupos:

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• reatores térmicos – usam moderadores que reduzem, através de choques, a


velocidade do nêutron. São os mais utilizados atualmente em termos comerciais.
Os reatores de Angra são desse tipo.

• reatores rápidos – utiliza-se do aumento das proporções de átomos físseis para o


uso direto dos nêutrons rápidos resultantes da fissão.

1.2.2 TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Com o advento das instalações elétricas, a transmissão a distância da energia é


feita, essencialmente, com dois sistemas: transporte de combustíveis (energia em estado
potencial) e “transporte” de energia elétrica (energia sob a forma real de utilização).

O transporte de combustível oferece as seguintes vantagens:

• possibilidade de armazenamento;

• pode ser transportado a grandes distâncias, com facilidade de escolha do meio de


transporte mais econômico (via marítima, fluvial, ferroviária, etc.).

A transmissão de energia elétrica tem as seguintes prerrogativas:

• como a energia elétrica não pode ser acumulada, as instalações de produção e de


transmissão devem ser dimensionadas para a máxima solicitação;

• o usuário pode regular, com grande flexibilidade, o fluxo de energia;

• a distância que pode ser transmitida com conveniência econômica é limitada, e


depende da tensão de operação da linha de transmissão.

Os subsistemas de transmissão de energia elétrica podem ser de corrente alternada


(CA) ou de corrente contínua (CC), sendo que neste último caso a tensão não varia no
tempo, como é o caso da CA. A transmissão de energia elétrica é efetuada atualmente em
tensões até 750kV (CA) ou 600kV (CC). O tipo de subsistema de transmissão a ser utilizado
depende de aspectos técnicos e econômicos.

A energia é transmitida em alta tensão (138 kV ou mais) para reduzir as perdas por
efeito Joule (R . I2) nos condutores, pois para a mesma potência (V . I) a ser transmitida,
quanto maior a tensão menor será a corrente. Em outras palavras, o objetivo é maximizar a
potência entregue ao subsistema de distribuição.

Na transmissão em CA, os dispositivos chamados transformadores são utilizados nas


subestações para elevar (subestação elevadora) ou diminuir (subestação abaixadora) as
tensões.

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Na transmissão em CC, existe uma subestação retificadora onde a energia elétrica,


além de ter o valor de sua tensão aumentado, ela é também retificada, ou seja, convertida
de CA para CC. Na outra extremidade da linha de transmissão, existe uma subestação
inversora que abaixa a tensão e converte a energia de CC para CA.

1.2.3 DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Um subsistema de distribuição possui subtransmissão, subestações, alimentadores


primários, transformadores de distribuição, circuitos secundários e ramais de serviço,
quando completo. Há subsistemas de distribuição sem uma ou mais dessas partes.

Atualmente as concessionárias de energia elétrica procuram padronizar as tensões


dos equipamentos e subsistemas envolvidos na distribuição de energia elétrica com o
objetivo de reduzir os custos e fazer um estoque de sobressalentes bem flexível. Os casos
mais usuais são:

• subtransmissão - 138 / 69 / 34,5 / 13,8 kV

• alimentação primária – 34,5 / 13,8 kV

• alimentação secundária - 380 / 220 V e 220 / 127 V, em redes trifásicas a quatro


fios e 230 / 115 V em redes trifásicas a três fios

A qualidade de um subsistema de distribuição de energia elétrica mede-se por dois


fatores:

• tensão de suprimento adequada – tensão cujos valores são mantidos entre limites
estreitos com relação à tensão normal de suprimento;

• alta continuidade de serviço – permitir a redução ao mínimo dos desligamentos de


circuitos, tornando menor possível, quando isso ocorre, o tempo de desligamento.

Os tipos mais importantes de subsistemas de distribuição são:

• radial – é aquele em que a corrente vai aos pontos de consumo (carga) por um só
caminho. Este tipo é o que oferece a mais baixa continuidade de serviço, mas
também, é o que requer mais baixo custo de investimento;

• reticulado – é aquele em que a corrente vai aos pontos de consumo (carga) por
dois ou mais caminhos . No caso de apenas dois caminhos denomina-se anel.
Este tipo oferece uma alta continuidade de serviço, mas em compensação, é o de
custo de investimento geralmente mais elevado; podendo ter custo global mais
baixo, já que se costuma calcular este, pela soma das quatro parcelas
componentes do custo de um subsistema: investimento, manutenção e operação

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APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
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anual, perdas anuais de energia e energia anual que se deixa de vender em


conseqüência de defeito no subsistema.

Quanto à sua localização, estes circuitos podem ser aéreos ou subterrâneos. Os


aéreos podem ser em condutores singelos espaçados ou condutores reunidos em cabo
isolado. Os subterrâneos são em cabo isolado.

Os circuitos subterrâneos têm as seguintes vantagens sobre os aéreos:

• oferecem serviço mais contínuo, pois tempestades, ventanias, furações,


abalroamentos e objetos estranhos não os atingem;

• dispensam os cortes de árvores e estão protegidos de suas quedas;

• têm custo de manutenção mais baixo;

• dão maior segurança contra acidentes, às empresas distribuidoras de energia e


ao público;

• não congestionam as vias públicas e nem lhes prejudicam a estética.

• Os inconvenientes deles com relação aos aéreos são:

• custo elevado de implantação ou de investimento;

• remoção de defeitos demorada.

Quanto ao custo de implantação, novas técnicas têm sido desenvolvidas de modo a


reduzi-lo, aproximando-o dos custos dos aéreos. Seu custo chega, em certos casos, a ser
10 vezes o destes. Nos EUA, em áreas residenciais, já houve caso da proporção cair a 1,64
vezes.

1.3 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA ELETRICIDADE

A notável influência da eletricidade na vida econômica-social de uma população e


nas exigências particulares de conforto, é tão evidente que dispensa quaisquer argumentos
para acentuar sua crescente importância.

Nenhuma cidade, por pequena que seja, poderia atualmente prescindir da energia
elétrica, para seus serviços de luz, transporte, suprimento de água, elevadores,
comunicações, força, etc..

Os automóveis tornar-se-iam ineficientes, sem a contribuição da energia elétrica na


ignição, no aranque e nas luzes.

Há diversos fatores que tornam a eletricidade tão útil quanto indispensável.

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APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
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É uma forma de energia que pode ser imediata e eficientemente transformada em


qualquer outra, tal como em energia térmica, luminosa, mecânica e química, tendo a
faculdade de ser produzida nas mais favoráveis situações; junto, por exemplo, a cascatas
nas quais a força hidráulica nos é oferecida em amplas disponibilidades; perto de minas de
carvão ou mesmo distante, nas usinas termo-elétrica.

A energia elétrica é transportável, com vantagens econômicas, a longas distâncias,


até regiões nas quais possa ser mais bem utilizada, como em núcleos populosos, estradas
de ferro eletrificadas, engenhos e centros industriais. A conveniência do emprego da energia
elétrica é notória pela facilidade de sua aplicação nos mais numerosos e variados fins; por
exemplo: acionar elevadores, energizar fornos elétricos e, em vasta escala, para iluminação.
É facilmente concentrável, a fim de produzir as elevadas temperaturas necessárias em velas
de ignição, arcos voltáicos, soldagem e fornos elétricos, ademais de caracterizar-se pela
facilidade e rapidez de controle.

Além disto, na sua associação com o efeito dos imãs, a eletricidade pode ser
utilizada para acionamento de relés, telefones, campainhas e eletromagnetos de tração, com
a vantagem, nos locais de aproveitamento, de estar isenta dos sub-produtos da combustão,
tais como fumaça, cinzas e gases.

Os numerosos empregos da energia elétrica só podem ser satisfatoriamente obtidos


mediante um cabal conhecimento das leis que regem seu fluxo no circuito, sua correlação
com o magnetismo, bem como sua produção e efeitos eletromagnéticos.

1.4 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS GERADORES

A indução eletromagnética é o princípio básico de funcionamento dos geradores


eletromecânicos. A lei de Faraday diz que surgirá uma fem no circuito que é atravessado por
um campo magnético se houver movimento relativo entre os mesmos.

O valor da tensão induzida em um condutor é proporcional a velocidade de variação


das linhas de força que o atravessam.

l ENTREFERRO
PLANO A
 I
PÓLO N + x xx PÓLO S
PÓLO S
e
- dx x xx 
LINHAS DE FORÇA
x xx

l
PLANO A

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APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
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B, l ,  - são mutuamente perpendiculares.

e =  / t (valor instantâneo)

 = B . S = B . l . x = B . l .  . t

e = B.l.

onde: e - força eletromotriz (fem) induzida (V);

B - indução magnética ou densidade de fluxo, igual valor ao longo do condutor


dentro do entreferro (T ou Wb/m2);

l- comprimento do condutor, dentro da largura do pólo (m);

 - velocidade de deslocamento do condutor, constante (m/s).

Caso o condutor não se desloque perpendicularmente à direção das linhas de força


do campo magnético, temos:

N O  S

e = B . l .  . sen()

onde:  - ângulo formado entre B e , tomando  como referência.

Para se identificar o sentido da fem induzida, basta utilizar a regra da mão direita de
Fleming (triedo): apontar o dedo indicador no sentido das linhas de força e o polegar no
sentido do movimento do condutor, o dedo médio dará o sentido da fem. Uma outra maneira
de se determinar a direção da fem é segundo a regra da mão direita: coloca-se a palma da
mão de tal forma que as linhas de força que saem do pólo norte a atravesse, o dedo polegar
apontado para a direção do movimento do condutor, os outros quatro dedos estendidos
indicarão o sentido da fem.

Abaixo é ilustrado um gerador elementar de corrente alternada, constituído de


apenas uma espira (2 condutores). A figura abaixo também mostra a força eletromotriz (e)
gerada.

A v e B
N  S
D C
B
 A t
C
D
+/- -/+

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Note que o condutor ao se movimentar (A  B  C  D  A) tem tensão induzida


variando senoidalmente pois o ângulo  varia da seguinte forma:

• 0 na posição A;

• 90 na posição B;

• 180 na posição C;

• 270 na posição D.

Abaixo é ilustrado um gerador elementar de corrente contínua, constituído de apenas


uma espira (2 condutores). A figura abaixo também mostra a força eletromotriz (e) gerada
entre escovas.

A v e B D
N  S
D
B
 A C A t
C

+ -

Note que o condutor ao se movimentar (A  B  C  D  A) tem tensão induzida


variando senoidalmente, como anteriormente, mas a forma como essa tensão é conectada
ao circuito externo, através do anel coletor bipartido e das escovas, faz com que a tensão
nos terminais das escovas seja unidirecional (“contínua”), pois quando a polaridade da
tensão no condutor varia, ele se conecta à outra escova que possui a mesma polaridade .

1.5 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS TRANSFORMADORES

O transformador, embora não sendo propriamente um dispositivo de conversão de


energia, ele é um componente indispensável em muitos sistemas de conversão de energia.
Ele é uma das principais razões que permitem a utilização tão difundida de sistemas de
energia elétrica de corrente alternada, pois torna possível tanto a geração de energia elétrica
na tensão mais econômica, como a transmissão de energia na tensão mais econômica, e
finalmente a utilização da energia na tensão mais apropriada ao dispositivo de utilização. O
transformador é também amplamente utilizado em diversas outras aplicações.

O transformador é um equipamento destinado a transportar energia elétrica de um


circuito para outro, ambos de corrente alternada, sem mudança no valor da freqüência.

O enrolamento onde entra energia elétrica é chamado de primário (1) e de


secundário (2) o enrolamento do qual sai energia elétrica. Qualquer enrolamento pode servir
como primário ou secundário, dependendo de como estiver conectado ao circuito elétrico.

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APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
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Seja o transformador ideal (sem indutância) com carga, mostrado na figura abaixo.
Os enrolamentos do primário (1) e do secundário (2) são mostrados na figura em "pernas"
separadas para melhor visualização, mas na realidade eles são sobrepostos na mesma
"perna" a fim de reduzir o fluxo disperso.


I2
 .
I1
+
+
N N2
~ v1 e1 1 e2 v
2 CARGA
_
_

onde: I1 - corrente no primário (lado da geração);

I2 - corrente no secundário (lado da carga);

N1 - número de espiras do primário;

N2 - número de espiras do secundário;

v1 - tensão no primário;

v2 - tensão no secundário;

e1 - força eletromotriz (fem) induzida no primário;

e2 - força eletromotriz (fem) induzida no secundário;

 - fluxo mútuo.

v1 = e1 = N1 .  / t (desprezando a resistência do enrolamento)

v2 = e2 = N2 .  / t (desprezando a resistência do enrolamento)

v1 / v2 = e1 / e2 = N1 / N2 = n (relação de transformação)

A relação de transformação (n) é definida por norma como sendo a razão da tensão
do enrolamento de maior número de espiras pela tensão do enrolamento de menor número
de espiras em vazio (circuito aberto).

N1 . I1 = N2 . I2 ===> N1 / N2 = I2 / I1

v1 / v2 = e1 / e2 = I2 / I1

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UFF/CTC/TCE/TEE 1.12 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
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O transformador elevador de tensão recebe a energia em uma determinada tensão e


a entrega em uma outra tensão mais elevada; enquanto que o transformador abaixador
recebe a energia em uma determinada tensão e a entrega em outra mais baixa. Existe
também o transformador um para um que recebe energia em uma determinada tensão e a
entrega em uma outra tensão de mesmo valor, sendo utilizado para isolar eletricamente dois
circuitos.

1.6 LINHAS DE TRANSMISSÃO

A transmissão em corrente alternada (CA) firmou-se como um método econômico,


confiável e flexível para ser utilizada no transporte de energia elétrica com baixas ou altas
potências. Entretanto, existem problemas de solução relativamente difícil a medida que o
valor e a distância da potência a ser transmitida aumentam, os quais não existiriam se a
transmissão fosse realizada em corrente contínua (CC).

A questão do uso da transmissão em CC torna-se também promissora junto a


esquemas onde cabos isolados devem ser utilizados. Por exemplo, quando houver
necessidade de passagens em canais marítimos.

Para a transmissão de elevadas potências através de áreas com elevada densidade


populacional, tem-se encontrado inúmeras dificuldades para se estabelecer o caminho certo
para novas linhas aéreas; cabos subterrâneos solucionaram este problema. Em certos
casos, tais cabos, entretanto, somente seriam econômica e tecnicamente projetados para a
transmissão em CC.

Atualmente, com o crescente desenvolvimento tecnológico, os sistemas de


transmissão em CC, diminuíram consideravelmente de preço, ou seja, baixaram o custo do
kW transmitido, tornando muitos projetos economicamente viáveis.

Para se ter uma idéia de vantagens e desvantagens dos dois sistemas de


transmissão de energia elétrica, a seguir são apresentadas algumas análises:

• supondo o mesmo tipo de material para os condutores, bem como seção e


comprimento, para a mesma potência transmitida, o sistema de transmissão em
CC utiliza apenas dois condutores, enquanto o sistema de transmissão em CA
utiliza três condutores, implicando no uso de torres menores e mais baratas,
menor quantidade de isoladores e conectores, menor faixa de servidão, menores
perdas totais (2/3), etc.;

• a inexistência de disjuntores constitui uma desvantagem para os sistemas de


transmissão em CC, mas espera-se que com os avanços tecnológicos,
principalmente na extinção de arcos utilizando plasma, sejam desenvolvidos
disjuntores para CC tão eficientes quanto os que são usados atualmente para CA.

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UFF/CTC/TCE/TEE 1.13 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
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Em determinados sistemas de transmissão em CC, o curto é eliminado através do


circuito de controle que interrompe os pulsos.

A distribuição de custos para transmissão em CA e em CC a longas distâncias é


diferente. Numa transmissão em CA, a linha aérea é o item dominante nos custos totais, e o
equipamento terminal (subestações) contribui com uma parcela consideravelmente menor.
Já na transmissão por CC, o custo das estações conversoras (retificadoras ou inversoras) é
da mesma ordem de grandeza do custo da linha de CA. A faixa de distância estimada,
encontrada na literatura técnica, para que os custos dos dois métodos de transmissão de
energia (CA e CC) se equivalam é entre 500 e 1500 km.

Um fator que afeta esta distância é o modo de crescimento dos preços dos
equipamentos. Os custos tem apresentado um rápido crescimento para os equipamentos
componentes da linha de alta tensão, devido à inflação. Os custos dos equipamentos de
transformação, manobras, compensação e conversão, por outro lado, têm apresentado
menor taxa de crescimento nos últimos anos, graças ao contínuo desenvolvimento
tecnológico, especialmente para os conversores.

Atualmente a transmissão de energia da usina de Itaipu (12.600 MW), gerados por


18 grupos turbina-gerador, cada uma com 700 MW de potência, sendo metade delas a 50
Hz e a outra metade a 60 Hz, incluí linhas de CA (750 kV) e linhas de CC (600 kV). Outros
dois grupos turbina-gerador estão entrando em operação.

1.7 UNIDADES DE MEDIDAS DAS GRANDEZAS ELÉTRICAS

As principais grandezas e as respectivas unidades de medidas, no Sistema


Internacional (SI), usadas em circuitos elétricos são:

GRANDEZA SÍMBOLO UNIDADE ABREVIATURA OBSERVAÇÃO


Admitância Y siemens (*) S Y=1/Z
Capacitância C farad F
Carga q coulomb C q=C.v
Condutância G siemens (*) S G=1/R
Corrente i ampère A
Energia E joule J E=P.t
fluxo  weber Wb =L.i
freqüência F hertz Hz (ciclos/segundo)
freqüência angular  radiano/segundo rad/s  = 2 . f
impedância Z ohm  Z=R+jX
indutância L henry H

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UFF/CTC/TCE/TEE 1.14 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
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período T segundo s T=1/f


potência aparente N volt-ampère VA
potência ativa P watt W
potência reativa Q volt-ampère VAr
reativo
reatância capacitiva XC ohm  XC = 1 / ( . C)
reatância indutiva XL ohm  XL =  . L
resistência R ohm 
susceptância capacitiva BC siemens (*) S BC =  . C
susceptância indutiva BL siemens (*) S BL = - 1 / ( . L)
tempo t segundo s
tensão v volt V

(*) alguns autores utilizam como unidade de medida o mho.

Nas aplicações em engenharia, alguns fatores, múltiplos ou submúltiplos das


unidades acima, são comumente empregados como prefixos, sendo os principais:

FATOR DE PREFIXO SÍMBOLO


MULTIPLICAÇÃO
10+12 tera T
10+9 giga G
10+6 mega M
10+3 kilo k
-3
10 mili m
10-6 micro 
-9
10 nano n
10-12 pico p

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CAPÍTULO 2
CONCEITOS
PRELIMINARES DE
CIRCUITOS ELÉTRICOS
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 2 – CONCEITOS PRELIMINARES
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2. CONCEITOS PRELIMINARES

2.1 ANÁLISE, LINEARIDADE E CIRCUITOS

Um sistema é um conjunto de componentes interligados que é sujeito a uma entrada


(estímulo ou excitação) e que produz uma saída (resposta).

Os sinais de entrada considerados serão funções reais do tempo; a resposta a um


sinal de entrada, será outra função real do tempo e dependerá tanto da entrada como das
características do sistema.

Em um problema de análise, o sistema e a entrada são conhecidos e a saída deve


ser determinada. Embora o problema de análise seja, em si, o tipo de problema de
engenharia menos importante, ele tem que ser dominado antes que problemas mais
desafiadores possam ser resolvidos.

Algumas vezes será conveniente admitir, como uma etapa intermediária na análise,
que a entrada e a saída são funções complexas. Não obstante, a solução final representará
a a resposta a um sinal de entrada real.

A relação entrada-saída é uma de causa e efeito; portanto, o valor da saída y(t) em


um instante qualquer to não pode ser influenciado pelos valores da entrada x(t) para t > to, ou
seja, a saída atual pode depender da entrada passada e da entrada atual, mas não da
entrada futura. Se a resposta de um sistema proposto a todas as entradas reais não é real,
ou se a resposta viola as relações normais de causa e efeito, o sistema é dito irrealizável.

Se y1(t) e y2(t) denotarem as respostas a duas entradas independentes x1(t) e x2(t),


então um sistema será linear se, e somente se, a resposta a x(t) = k1 . x1(t) + k2 . x2(t) for:

y(t) = k1 . y1(t) + k2 . y2(t)

para todas as entradas e para todos os valores das constantes k1 e k2.

Exemplos: a) y = dx/dt é linear pois

y1(t) = dx1(t)/dt

y2(t) = dx2(t)/dt

d[k1 . x1(t) + k2 . x2(t)]/dt = k1 . dx1(t)/dt + k2 . dx2(t)/dt = k1 . y1(t) + k2 . y2(t)

b) y = x2 não é linear pois

y1(t) = x12(t)

y2(t) = x22(t)

[k1 . x1(t) + k2 . x2(t)]2 = k12 . x12(t) + k22 . x22(t) + 2 . k1 . k2 . x1(t) . x2(t) =

= k12 . y1(t) + k22 . y2(t) + 2 . k1 . k2 . [y1(t) . y2(t)]

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UFF/CTC/TCE/TEE 2.1 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 2 – CONCEITOS PRELIMINARES
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c) y = t . dx/dt é linear pois

y1(t) = t . dx1(t)/dt

y2(t) = t . dx2(t)/dt

t . d[k1 . x1(t) + k2 . x2(t)]/dt = k1 . t . dx1(t)/dt + k2 . t . dx2(t)/dt =

= k1 . y1(t) + k2 . y2(t)

2.2 CORRENTE, TENSÃO, POTÊNCIA E ENERGIA

Sendo q a quantidade de carga passando por um determinado ponto de um condutor


elétrico, a taxa na qual a carga se move passando pelo ponto é definida como a corrente i.

I = dq / dt

Como o efeito da corrente depende do tipo e da direção da carga móvel, esta


equação necessita de certos complementos. A figura abaixo apresenta um condutor,
representado por uma linha, e uma seta, que indica a direção positiva estipulada para a
corrente i(t).

i(t)

A direção positiva da figura acima representa o movimento das cargas positivas, ou a


direção contrária ao movimento das cargas negativas (corrente eletrônica). Em outras
palavras, a direção da seta na figura representa a corrente convencional (cargas positivas),
contrária à corrente verdadeira ou corrente eletrônica (cargas negativas).

Uma corrente é uma função do tempo e, em geral, é positiva durante alguns períodos
e negativa durante outros, conforme ilustrado na forma de onda de corrente da figura
abaixo.
i(t) (A)
4

1 2 3 t (s)

-4
A seta de referência da corrente pode ser fixada em qualquer sentido, desde que a
forma de onda seja coerente com a direção escolhida. Para melhor entendimento, abaixo é
feito um exemplo.
i1(t) (A) i2(t) (A)
i1(t) i2(t) 4 4
3
1 2 3 t (s) 1 2 t (s)
i1(t) = - i2(t)
-4 -4

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UFF/CTC/TCE/TEE 2.2 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 2 – CONCEITOS PRELIMINARES
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A tensão ou diferença de potencial (v) entre os terminais de um elemento de circuito


representa a queda ou elevação de tensão entre os terminais desse elemento, dependendo
da direção considerada. O potencial elétrico de um ponto é comumente definido como o
trabalho necessário para mover uma unidade de carga positiva de um ponto de referência
até o ponto em questão. Na figura abaixo, se considerarmos a tensão vAB (= vA – vB)
positiva, a tensão na direção oposta (B  A), representada por vBA (= vB - vA), será negativa;
sendo que nestes casos, o elemento de circuito é passivo, ou seja, absorve energia (queda
de tensão).

i(t) i(t)
A B A B
vAB = - vBA
 
v(t)
v(t)

A energia absorvida por um elemento de circuito, quando uma quantidade diferencial


de carga dq se move através do elemento de A para B, ou seja, do mais para o menos da
referência de tensão é:

dw(t) = v(t) . dq(t)

Um valor negativo de dw indica que a energia estará realmente sendo fornecida pelo
elemento para outra parte do circuito, ou seja, o elemento é ativo (fonte).

A potência absorvida por um elemento de circuito é:

p(t) = dw(t) / dt = v(t) . dq(t) / dt = v(t) . i(t) . dt / dt = v(t) . i(t)

Se quisermos calcular a energia a partir da potência temos:

dw(t) = p(t) dt =  e(t) . i(t) . dt

t
w(t) = w(to) +  p(t) . dt
to

2.3 ELEMENTOS DE CIRCUITOS

Um elemento de circuito é dito passivo se a energia líqüida total fornecida a ele pelos
outros componentes for sempre não negativa. A potência entregue a um elemento passivo
de circuito pode ser dissipada sob a forma de calor (resistor), quando será perdida, ou pode
ainda ser armazenada nos campos elétricos (capacitor) e magnéticos (indutor) vizinhos. Um
elemento ativo, por outro lado, pode fornecer energia para o resto do circuito, sendo
constituídos por fontes de tensão ou corrente dependentes ou independentes.

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UFF/CTC/TCE/TEE 2.3 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 2 – CONCEITOS PRELIMINARES
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2.3.1 Elementos Passivos

Os principais elementos passivos de circuitos são: resistor, indutor e capacitor,


caracterizados, respectivamente, pela resistência (R), indutância (L) e capacitância (C).
Esses elementos são todos lineares. A menos que definido em contrário, a resistência, a
indutância e a capacitância são constantes reais não negativas.

A seguir são estudados esses elementos passivos.

I) RESISTOR
vR(t)
iR(t)

+ -

R
vR(t) iR(t)
0

vR(t) = R . iR(t)

iR(t) = vR(t) / R = G . vR(t)

G = 1 / R (condutância é o inverso da resistência)

p = vR(t) . iR(t) = R . iR2(t) = vR2(t) / R = G . vR2(t)

As formas de onda da tensão e da corrente em um resistor têm o mesmo formato,


diferindo apenas na amplitude, uma vez que a tensão é obtida multiplicando-se por R o valor
da corrente. É claro que se a resistência R for 1 as duas formas de onda são iguais.

A resistência igual a zero é denominada um curto-circuito e a condutância de valor


zero (resistência infinita) é denominada circuito aberto. No primeiro caso a tensão vR(t) é
zero e, no segundo, a corrente iR(t) é zero, conforme ilustrado abaixo.

iR(t) iR(t) = 0

curto circuito vR(t) = 0 circuito aberto vR(t)

II) INDUTOR

O indutor é um dispositivo físico que consiste de uma série de voltas de um fio


condutor bobinado. Uma corrente passando pelo fio produz um campo magnético que é
capaz de armazenar energia. Se o campo magnético se alterar com o tempo ele induzirá
uma tensão na bobina. O comportamento externo deste dispositivo é aproximado pela auto-
indutância, ou simplesmente indutância, que é definida por vL(t) = L di/dt.

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APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 2 – CONCEITOS PRELIMINARES
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vL(t)
iL(t)
+ -
vL(t) = L . diL(t) / dt
L
vL(t)
0 d iL(t) / dt

t
iL(t) = iL(0) + (1 / L)  vL(t) . dt
0

As formas de onda da tensão e da corrente em um indutor não são as mesmas, pois


a forma de onda da corrente é obtida basicamente integrando-se a forma de onda da tensão
(o fator 1/L apenas varia a amplitude da forma de onda resultante). Da mesma maneira, a
forma de onda da tensão é obtida derivando-se a forma de onda da corrente. Exemplos:

vL(t) iL(t)

1 1 L = 1H

1 2 t 2 t

A potência para um indutor pode ser escrita como:


p(t) = vL(t) . iL(t) = L . iL(t) . diL(t)/ dt
Supondo que para o indutor antes do tempo to não fossem fornecidas corrente ou
energia de maneira que iL(to) = wL(to) = 0, a energia total recebida pelo indutor até o instante
t é:
t t t
wL(t) =  L . iL(t) . [diL(t) / dt] . dt = L  iL(t) . diL(t) = 0,5 L . iL (t) | = 0,5 L iL2(t)
2

to to to

Como se admite que L seja não-negativa, a energia total líqüida fornecida a mesma
até um instante t qualquer também será não-negativa, portanto, o elemento é passivo.

O indutor, da mesma forma que o capacitor, não dissipa energia elétrica na forma de
calor, ele armazena energia em um campo magnético, quando a amplitude da corrente que
circula por ele aumenta, retornando esta energia ao circuito, quando a amplitude dessa
corrente diminue.

III) CAPACITOR

Um capacitor consiste de duas placas metálicas, separadas por uma fina camada de
material isolante, como mostrado na figura abaixo.

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UFF/CTC/TCE/TEE 2.5 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 2 – CONCEITOS PRELIMINARES
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iC(t)
+q
-q

iC(t)

As cargas elétricas na duas placas devem ter a mesma amplitude mas sinais opostos
e devem produzir na camada isolante um campo eletrostático que seja capaz de armazenar
energia.
vC(t)
iC(t)
+ -
vC(t) = (1 / C)  iC(t) . dt
C vC(0)
vC(t)
0  iC(t) . dt
q(t) = C . vC(t)

iC(t) = dq(t) / dt = C . dvC(t) / dt

vC(t) = q(t) / C = (1 / C)  iC(t) . dt


t
vC(t) = vC(0) + (1 / C)  iC(t) . dt
0

As formas de onda da tensão e da corrente em um capacitor não são as mesmas,


pois a forma de onda da corrente é obtida basicamente derivando-se a forma de onda da
tensão (o fator C apenas varia a amplitude da forma de onda resultante). Da mesma
maneira, a forma de onda da tensão é obtida integrando-se a forma de onda da corrente.
Exemplos: vC(t) iC(t)
C = 1F
1 1

1 t 1 t

iC(t) vC(t)
1 1 C = 1F

2 t 2
t
-1 -1

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A potência para um capacitor pode ser escrita como:


p(t) = vC(t) . iC(t) = C . vC(t) . dvC(t) / dt
Supondo que para o capacitor antes do tempo to não fossem fornecidas tensão ou
energia de maneira que vC(to) = wC(to) = 0, a energia recebida pelo capacitor até o instante t
é:
t t t
wC(t) =  C . vC(t) . [dvC(t) / dt] . dt = C  vC(t) . dvC(t) = 0,5 C . vC (t) | = 0,5 C vC2(t)
2

to to to

Como se admite que C seja não-negativa, a energia total líqüida fornecida ao mesmo
até um instante t qualquer também será não-negativa, portanto, o elemento é passivo.

O capacitor não dissipa energia elétrica na forma de calor como o resistor, ele
armazena energia em um campo elétrico, quando a amplitude da tensão em seus terminais
aumenta, retornando esta energia ao circuito, quando a amplitude dessa tensão diminue.

2.3.2 Elementos Ativos

Fontes são elementos de dois terminais para os quais não há relação direta corrente-
tensão. Portanto, quando uma de suas variáveis for dada, a outra não poderá ser calculada
sem um conhecimento do restante do circuito.

Fontes independentes são elementos para os quais ou a tensão ou a corrente é


sempre dada.

A fonte de tensão independente, mostrada na figura abaixo, tem uma tensão e(t) que
é uma função especificada do tempo e que é independente de quaisquer ligações externas.
A corrente i(t) dependerá das ligações externas e poderá passar em ambas as direções. Se
em algum instante ambos os valores de e(t) e de i(t) forem positivos, a fonte estará
fornecendo e não absorvendo potência. A corrente pode assumir qualquer valor, de maneira
que a fonte de tensão é teoricamente capaz de fornecer uma quantidade ilimitada de
potência e de energia para o resto do circuito.

i(t)

+
e(t)

Uma bateria é uma fonte de tensão independente que fornece uma tensão quase
constante, independentemente da corrente que está sendo solicitada dela, e assim, pode ser
aproximada por uma fonte de tensão de valor constante. Quando e(t) é uma constante e não
uma função do tempo, a fonte é algumas vezes desenhada como mostra a figura abaixo,
onde os segmentos de reta mais curtos sugerem as placas de uma bateria. Uma fonte de
tensão de valor zero é equivalente ao curto-circuito abordado anteriormente.

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UFF/CTC/TCE/TEE 2.7 MAIO/2002
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i(t)

+
e(t) = A

A fonte de corrente independente, mostrada na figura abaixo, produz uma corrente


especificada i(t) independente das ligações externas. Como a tensão nos seus terminais
depende do resto do circuito e pode assumir qualquer valor, a fonte independente de
corrente também pode fornecer uma quantidade ilimitada de potência e de energia. Uma
fonte de corrente de valor zero é equivalente ao circuito aberto, anteriormente visto.

i(t) e(t)

O termo fonte em repouso é freqüentemente usado para denotar uma fonte de valor
zero. Então, uma fonte de tensão em repouso é um curto-circuito e uma fonte de corrente
em repouso é um circuito aberto.

As fontes controladas são aquelas cujos valores de tensão ou de corrente não são
independentes, mas sim proporcionais ao valor de alguma outra tensão ou corrente do
circuito. Por exemplo, na figura abaixo, a fonte de tensão V2, depende da tensão V2, e a
fonte de corrente I1, depende da corrente I1.

I1 I2
RB RE +
RE
V1 V2 I1 V2
RD

De uma certa maneira, uma fonte controlada não é realmente um componente de


dois terminais, pois a tensão ou a corrente da qual ela depende (e que pode estar localizada
em qualquer lugar) deve também ser mostrada para que o elemento fique completamente
caracterizado.

2.3.3 Elementos não Lineares

Como exemplo de dispositivo não linear podemos citar o diodo semicondutor, cuja
curva característica V versus I é mostrada na figura abaixo.
i(t)
i(t)
+ -

D
v(t)
v(t)
0

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UFF/CTC/TCE/TEE 2.8 MAIO/2002
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2.4 LEIS DE KIRCHHOFF

As duas leis de Kirchhoff são extremamente úteis na solução de problemas de


circuitos elétricos, essas leis são assim enunciadas:

a) em qualquer instante, a soma das correntes que entram em um nó de um circuito


é igual a soma das correntes que saem do nó (Lei dos Nós);

b) em qualquer instante, a soma das tensões em uma caminho fechado (malha) de


circuito é igual a soma das quedas de tensão (Lei das Malhas).

Na aplicação das Leis de Kirchhoff deve-se observar os sentidos arbitrados para as


correntes e os sinais das fontes e quedas de tensão correspondentes.

Para ilustrar a aplicação dessas leis, abaixo são apresentadas as equações


correspondentes ao circuito da figura.

I1 RA RC I3 B RE I5
A
+ I2 I4 +
VA VB
RB RD

Pela Lei dos Nós, temos:

nó A ===> I1 = I2 + I3 nó B ===> I3 = I4 + I5

Como temos cinco correntes e apenas duas equações, derivadas da Lei dos Nós,
são necessárias mais três equações quaisquer, derivadas da Lei das Malhas, para resolver
o sistema. Estas equações podem ser as apresentadas abaixo:

VA = RA . I1 + RB . I2

0 = RC . I3 + RD . I4 - RB . I2

VB = - RE . I5 + RD . I4

2.5 RESISTÊNCIA EQUIVALENTE

Dois circuitos são equivalentes quando não podem ser distinguidos por medidas de
corrente e de tensão efetuadas em seus terminais acessíveis. Os circuitos dentro das caixas
rotuladas A e B na figura abaixo são equivalentes se, e somente se, iA(t) = iB(t) para todas as
escolhas possíveis de fontes de tensão e(t).

iA(t) iB(t)
+ +
e(t) A e(t) B

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UFF/CTC/TCE/TEE 2.9 MAIO/2002
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A resistência equivalente é definida por Req = e(t) / i(t), conforme ilustrado abaixo.

i(t) i(t)

+ +
Resistências
e(t) e fontes e(t) Req
controladas

2.6 ASSOCIAÇÃO SÉRIE / PARALELO

Serão consideradas primeiro as combinações série e paralelo de resistências.

As resistências estão ligadas em série quando a mesma corrente passa através de


todas elas, como ilustrado na figura abaixo.

e1(t) e2(t) e3(t)


i(t)

R1 R2 R3

e(t)

Temos a seguinte relação:

e(t) = e1(t) + e2(t) + e3(t) = R1 . i(t) + R2 . i(t) + R3 . i(t) = (R1 + R2 + R3) . i(t)

Neste caso a resistência equivalente vale:

Req = e(t) / i(t) = R1 + R2 + R3

As resistências estão ligadas em paralelo quando a mesma tensão aparece nos


terminais de cada uma delas, como ilustrado na figura abaixo.

i(t)

+ i1(t) i2(t) i3(t)


e(t) R1 R2 R3

Temos a seguinte relação:

i(t) = i1(t) + i2(t) + i3(t) = G1 . e(t) + G2 . e(t) + G3 . e(t) = (G1 + G2 + G3) . e(t)

Neste caso a condutância equivalente vale:

Geq = i(t) / e(t) = G1 + G2 + G3

Como a condutância é o recíproco de resistência vem:

1/ Req = (1 / R1) + (1 / R2) + (1 / R3)

Para duas resistências em paralelo, o termo R3 pode ser desprezado, resultando:

Req = (R1 . R2) / (R1 + R2)

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UFF/CTC/TCE/TEE 2.10 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 2 – CONCEITOS PRELIMINARES
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No caso de associação de resistências diferente de série e paralelo, podemos ter as


conexões delta (triângulo) e ipsilon (estrela), conforme ilustrado abaixo:

A C A C
RB R1 R3
RA RC R2
triângulo estrela
B D B D

Podemos deduzir as seguintes relações:

• transformação estrela-triângulo

RA = [(R1 . R2) + (R1 . R3) + (R2 . R3)] / R3

RB = [(R1 . R2) + (R1 . R3) + (R2 . R3)] / R2

RC = [(R1 . R2) + (R1 . R3) + (R2 . R3)] / R1

• transformação triângulo-estrela

R1 = (RA . RB) / (RA + RB + RC)

R2 = (RA . RC) / (RA + RB + RC)

R3 = (RB . RC) / (RA + RB + RC)

Resultados semelhantes podem ser obtidos para indutâncias e capacitâncias em


série e em paralelo.

• indutâncias em série

e1(t) e2(t)
i(t)

L1 L2

e(t)

e(t) = e1(t) + e2(t) = L1 . di(t) / dt + L2 . di(t) / dt = (L1 + L2) . di(t) / dt

Leq = e(t) / [di(t) / dt] = L1 + L2

• indutâncias em paralelo

i(t)

+ i1(t) i2(t)
e(t) L1 L2

i(t) = i1(t) + i2(t) = i1 (0) + (1 / L1)  e(t) dt + i2(0) + (1 / L2)  e(t) dt

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APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 2 – CONCEITOS PRELIMINARES
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i(t) = [(1 / L1) + (1 / L2)]  e(t) dt

(1 / Leq)  e(t) dt = [(1 / L1) + (1 / L2)]  e(t) dt  (1 / Leq) = [(1 / L1) + (1 / L2)]

• capacitâncias em série

e1(t) e2(t)
i(t)

C1 C2

e(t)

e(t) = e1(t) + e2(t) = e1(0) + (1 / C1)  i(t) dt + e2(0) + (1 / C2)  i(t) dt

e(t) = [(1 / C1) + (1 / C2)]  i(t) dt

(1 / Ceq)  i(t) dt = [(1 / C1) + (1 / C2)]  i(t) dt  (1 / Ceq) = [(1 / C1) + (1 / C2)]

• capacitâncias em paralelo

i(t)

+ i1(t) i2(t)
e(t) C1 C2

i(t) = i1(t) + i2(t) = C1 de(t) / dt + C1 de(t) / dt = (C1 + C2) de(t) / dt

i(t) = Ceq de(t) / dt = (C1 + C2) de(t) / dt  Ceq = C1 + C2

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CAPÍTULO 3
FUNDAMENTOS DE
CIRCUITOS ELÉTRICOS
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 3 - FUNDAMENTOS
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3. FUNDAMENTOS

3.1 DIVISOR DE TENSÃO E DIVISOR DE CORRENTE

O divisor de tensão pode ser deduzido a partir da figura abaixo, como se segue.

+ RA I RB
+
VA VB

I = V / (RA + RB)

VA = RA . I = V . RA / (RA + RB)

VB = RB . I = V . RB / (RA + RB)

Prova do divisor de tensão:

VA + VB = [V . RA / (RA + RB)] + [V . RB / (RA + RB)] = V . (RA + RB)/(RA + RB) = V

O divisor de corrente pode ser deduzido a partir da figura abaixo, como se segue.
+
I I1 I2
V R1 R2

V = V1 = V2

V = R1 . I1 = R2 . I2 ==> I1 = I2 . R2 / R1

I = I 1 + I2

I = I2 . (R2 / R1) + I2 ==> I = I2 . [(R1 + R2) / R1]

I2 = I . [R1 / (R1 + R2)]

Analogamente:

I1 = I . [R2 / (R1 + R2)]

Prova do divisor de corrente:

I = I1 + I2 = [I . R2 / (R1 + R2)] + [I . R1 / (R1 + R2)] = I . (R1 + R2) / (R1 + R2) = I

A regra do divisor de corrente só é válida se, nos dois ramos em que a corrente total
se divide, não existir fontes de tensão. Abaixo é apresentado um exemplo de cálculo das
correntes nos ramos, em que um deles contém uma fonte de tensão.
+
5A I1 I2
V 2 5

+ 5V
-

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UFF/CTC/TCE/TEE 3.1 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 3 - FUNDAMENTOS
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a) cálculo em que se aplica erroneamente a regra do divisor de corrente, desprezando a


fonte de tensão

I1 = 5 . 5 / (2 + 5) = 25 / 7 A

I2 = 5 . 2 / (2 + 5) = 10 / 7 A

b) cálculo correto levando em conta a fonte de tensão

5 I2 = 2 (I1) - 5 ==> 5 I2 = 2 (5 - I2) - 5 ==> I2 = 5 / 7 A

I1 = 5 - I2 ==> I1 = 30 / 7 A

3.2 CONSEQÜÊNCIAS DA LINEARIDADE

As fontes controladas e os elementos passivos de circuitos são componentes


lineares e qualquer circuito composto destes elementos será também linear.

Devido a linearidade dos circuitos muitas técnicas foram desenvolvidas para permitir
a obtenção mais fácil de soluções, tais como: teorema da Superposição, teorema de
Thèvenin e teorema de Norton.

3.3 TEOREMA DA MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA

Deseja-se determinar o valor do resistor R, tal que uma fonte de energia (bateria),
com resistência interna r, forneça-lhe a máxima potência.

Note que a bateria só consegue entregar energia ao resistor R sofrendo um


aquecimento interno, devido ao efeito Joule no resistor interno r.

+ r
V R

P = R . I2

I = V / (R + r)

P = V2 . R / (R + r)2

P / R = V2 . [(R + r)2 - 2R . (R + r)] / (R + r)4 = V2 . (r - R) / (R + r)2

O valor máximo ocorre quando P / R = 0, logo:

r–R=0  R=r

Neste caso diz-se que os resistores estão casados.

A potência dissipada no resistor R é:

P = V2 . r / (r + r)2 = V2 / (4r)

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O gráfico da potência entregue ao circuito externo pela bateria, em função do resistor


R, é mostrado na figura abaixo.

V2 / (4r)

R
R=r

No caso real, deve-se procurar uma solução de compromisso entre a máxima


transferência de potência para o exterior e o máximo aquecimento interno permitido.

O rendimento para o caso da máxima transferência de potência é:

 = R . I2 / (R . I2 + r . I2) = r . I2 / (r . I2 + r . I2) = 0,5 = 50%

3.4 TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO

O teorema da Superposição é uma propriedade dos circuitos lineares, que permite o


cálculo de tensões e correntes, em qualquer ponto do circuito, aplicando uma fonte de cada
vez, observando o resultado de cada aplicação e somando esses resultados.

Trata-se de um caso particular das equações das malhas e equações dos nós, que
serão vistas mais tarde. No caso das equações das malhas, se as correntes de malha forem
escolhidas de modo que as fontes fiquem todas em braços não acoplados, seus termos
serão idênticos às correntes devidas a cada fonte, atuando isoladamente.
Semelhantemente, para as equações dos nós, se as fontes de corrente tiverem todas em
um mesmo ponto de retorno, sendo este ponto a referência, seus termos serão idênticos às
tensões de nós que resultam quando cada fonte atua isoladamente.

Ao deixarmos agir apenas uma das fontes, as outras devem ser anuladas, isto é, as
fontes de tensão devem apresentar valor nulo de tensão e as fontes de corrente devem
apresentar valor nulo de corrente; em outras palavras, as fontes de tensão devem ser
substituídas por um curto-circuito e as fontes de corrente por um circuito aberto.

Exemplo: calcular o valor da tensão VAB no circuito abaixo.

8k 2k
A

80V 24k 15mA 12k

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a) anulando a fonte independente de corrente


8k I’ 2k
A
I
80V 24k 12k

R = 8k + (24k . 14k) / (24k + 14k) = 320k / 19

I = 80 / (320k / 19) = (19 / 4) mA

I’ = (19 / 4) m . 24k / (24k + 14k) = 3mA

VAB‘ = 12k . 3m = 36 V

b) anulando a fonte independente de tensão


8k 2k
A

24k 15mA 12k


B
2k
A

R 15mA 12k
I
B

R = (8k . 24k) / (8k + 24k) = 6k

I = 15 m . 6k / (6k + 14k) = 4,5 mA

VAB” = - 12k . 4,5 m = - 54 V

c) superpondo os efeitos

VAB = VAB‘ + VAB“ = 36 - 54 = -18 V

No caso de existirem fontes controladas no circuito, o teorema da Superposição


continua válido, pois o controle é linear; porém, essas fontes não podem ser anuladas, já
que isto desfaria seu controle. Ou seja, é válido em um circuito, mesmo com fontes
controladas, aplicar o teorema da Superposição para as fontes independentes, deixando que
as fontes controladas conservem sua proporcionalidade com a tensão ou com a corrente de
controle.

Exemplo: calcular o valor da corrente no ramo com resistor de 3.


I/2

+ 4A
2
8V 3
I

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a) anulando a fonte independente de corrente


I/2

I A’
+ 2
8V 3
I I B’

I B‘ = I

I/2 + IA‘ = I IA‘ = I/2

- 8 - 3 . I B‘ - 2 . I A‘ = 0

- 8 - 3 . I - 2 . I/2 = 0

I=- 2A

I B‘ = - 2 A

b) anulando a fonte independente de tensão


I/2

I A”

2 4A
3
I I B”

I/2 + IA” = I IA” = I/2

- 2 . IA” = 3 . IB” IB” = - 2/3 . IA” = - 2/3 . I/2 = - I/3

I = I B” + 4 I = - I/3 + 4 I= 3A

IB” = - 3/3 = - 1 A

c) superpondo os efeitos

IB = IB‘ + IB” = - 2 + (- 1) = - 3 A (sentido para cima)

ou IB = 3 A (sentido para baixo)

A potência não pode ser determinada pelo teorema da Superposição, por ser
quadrática a relação entre a potência e a corrente ou a tensão, ou seja:

I = I 1 + I2

P = R . I2 = R . (I1 + I2)2 = R . (I12 + I22 + 2 . I1 . I2)  R . (I12 + I22)

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3.5 TEOREMAS DE THÈVENIN E DE NORTON

São teoremas que resultam em circuitos equivalentes cuja finalidade é simplificar


cálculos elaborados em circuitos mais complexos.

Uma primeira idéia de um circuito equivalente de Thèvenin é uma fonte de tensão


real, isto é, uma fonte de tensão ideal em série com um resistor. Assim é encarada uma
bateria de automóvel e também assim é interpretada uma tomada de energia em nossa
casa.

Nosso problema é estender essa idéia a qualquer circuito, isto é, devemos mostrar
que para efeitos externos de tensão e corrente, portanto de potência, qualquer circuito pode
ser substituído por uma fonte de tensão ideal em série com um resistor.

Consideremos o circuito da figura abaixo, contendo fontes independentes e


resistores, e que esteja entregando energia ao resistor externo R.

A
CIRCUITO COM
FONTES R
INDEPENDENTES

B
Vamos desligar o resistor R dos pontos A e B, aí ligando uma fonte de corrente de
valor I genérico, que vai nos ajudar na demonstração, conforme figura abaixo.

A
CIRCUITO COM
FONTES V I
INDEPENDENTES

B
Vamos raciocinar por superposição para calcular a tensão V entre os pontos A e B da
figura. Primeiro vamos manter ligada a fonte de corrente de valor I, desligando as fontes do
interior do circuito. Nesse momento o circuito se apresenta como um único resistor de
resistência equivalente obtida substituindo cada fonte independente de tensão por um curto-
circuito (tensão nula) e cada fonte independente de corrente por um circuito aberto (corrente
nula). Essa resistência se chama resistência de saída do circuito ou resistência de Thèvenin
(RT), sendo seu produto pela corrente I a primeira parcela da tensão V entre os pontos A e B,
nos extremos da fonte de corrente auxiliar.

Em seguida vamos desligar essa fonte de corrente auxiliar (vamos portanto abrir o
circuito externo) e observaremos como segunda parcela da tensão V, uma tensão que
chamaremos de tensão de Thèvenin (VT). Juntando agora as duas parcelas obtidas por
superposição, temos:

V = RT . I + VT

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Essa expressão sugere o circuito equivalente da figura abaixo.

A
+ RT
VT V I

B
Retirando a fonte de corrente auxiliar e recolocando a resistência externa R, temos a
figura abaixo, ou seja, mostramos que qualquer circuito constituído por qualquer número de
fontes independentes pode ser substituído por uma resistência de saída (obtida anulando as
fontes independentes) em série com uma fonte de tensão (obtida pela tensão entre os
pontos de saída, estando estes em circuito aberto). Este é o teorema de Thèvenin.
A
+ RT +
VT V R

B
Exemplo: no circuito da figura abaixo, calcular a corrente no resistor de 1, aplicando o
teorema de Thèvenin entre os pontos A e B.

+ 2 2
12V A B
4 1 1

a) cálculo da resistência equivalente de Thèvenin

2 2
A B
4 1

RT = (2 // 4) + (2 // 1) = 2 

b) cálculo da tensão equivalente de Thèvenin

I I1 I2
+ 2 2
12V A B
4 1

R = (2 + 4) // (2 + 1) = 2 

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I = 12 / 2 = 6 A

I1 = 6 . 3 / (6 + 3) = 2 A

I2 = 6 . 6 / (6 + 3) = 4 A

VA – 4 . I1 + 1. I2 = VB

VT = VAB = VA - VB = 4 V

c) circuito equivalente de Thèvenin


A
+ I
2
4V V 1

B
I = 4 / (2 + 1) = 4/3 A

Ao mostrar a validade do circuito equivalente de Thèvenin fizemos a restrição de que


o circuito a ser substituído só poderia ter fontes independentes. Esta restrição é
desnecessária, sendo feita apenas para simplificar o raciocínio. O circuito pode ter também
fontes controladas, porém um cuidado é não anular essas fontes ao calcular a resistência de
Thèvenin, pois se assim o fizermos estaremos anulando também a tensão ou a corrente que
controla essa fonte e estaremos modificando o circuito. Assim, com fontes controladas deve-
se aplicar uma fonte externa VE, calcular a corrente de entrada IE, e a relação VE / IE será a
resistência de Thèvenin.

Exemplo: aplicar o teorema de Thèvenin entre os pontos A e B do circuito abaixo.

I A
3
I/3 + R
3
V B

a) cálculo da resistência equivalente de Thèvenin


A
I

I/3 3 V
I1
B
RT = V / I

I1 = I – I/3 = 2I/3

V = 3 . I1 = 3 . 2I/3 = 2I

RT = 2I / I = 2

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b) cálculo da tensão equivalente de Thèvenin

3

3V

VT = VAB = 3 V

O teorema de Norton constitui um dual do teorema de Thèvenin.

É possível substituir qualquer circuito linear por um equivalente composto de uma


fonte de corrente constante e um resistor em paralelo. O valor dessa fonte é igual a corrente
de curto circuito (IN), idêntica ao fluxo que ocorre quando a saída é igual a um curto. O valor
da resistência (RN), por outro lado, é igual à equivalente do circuito, visto pela carga, tendo
sido anuladas todas as fontes independentes internas. O circuito equivalente de Norton é
mostrado na figura abaixo.

IN RN CARGA

Exemplo: no circuito da figura abaixo, calcular a corrente no resistor de 1, aplicando o


teorema de Norton entre os pontos A e B.

+ 2 2
12V A B
4 1 1

a) cálculo da resistência equivalente de Norton

2 2
A B
4 1

RT = (2 // 4) + (2 // 1) = 2 

RT = 2 

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b) cálculo da corrente equivalente de Norton

I I1 I2
+ 2 2
12V A B
4 IN 1
I3 I4

R = (2 // 2) + (4 // 1) = 9/5 

I = 12 / (9/5) = 20/3 A

I1 = I2 = I / 2 = 10/3 A

I3 = (20/3) . 1 / (4 + 1) = 4/3 A

IN = (10/3) - (4/3) = 2 A

c) circuito equivalente de Norton

A
I
2A 2 1

I = 2 . 2 / (2 + 1) = 4/3 A

A mesma observação feita para o teorema de Thèvenin, com relação às fontes


controladas, se aplica ao teorema de Norton.

Exemplo: aplicar o teorema de Norton entre os pontos A e B do circuito abaixo.

I A
3
I/3 + R
3V
B

a) cálculo da resistência equivalente de Norton


A
I

I/3 3 V
I1
B
RN = V / I

I1 = I – I/3 = 2I/3

V = 3 . I1 = 3 . 2I/3 = 2I

RN = 2I / I = 2

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b) cálculo da corrente equivalente de Norton

A
I
3
I/3 IN
3V
I1
B

IN = - I

I1 = I – I/3 = 2I/3

3 + 3 . I1 = 0 3 + 3 . 2I/3 = 0 I = - 1,5 A

IN = 1,5 A

Comparando os circuitos equivalentes de Thèvenin e de Norton obtemos as


seguintes relações:

RT = RN

VT = RN . IN

3.6 EQUAÇÕES DAS MALHAS

Aplicando esse método é possível simplificar a solução de um dado problema pela


escolha conveniente das malhas do circuito, trata-se de uma particularização da lei das
malhas de Kirchhoff.
Para ilustrar a aplicação desse método, abaixo são apresentadas as equações
correspondentes ao circuito da figura (mesma do item 2.4).
RA RC RE
+ +
VA I1 RB RD I3 VB
I2

VA - RA . I1 - RB (I1 - I2) = 0
(RB + RC + RD) I2 - RB . I1 - RD . I3 = 0
(RD + RE) I3 - RD . I2 = - VB

Reescrevendo as equações temos:


(RA + RB) I1 - RB . I2 + 0 . I3 = VA
- RB . I1 + (RB + RC + RD) I2 - RD . I3 = 0
0 . I1 - RD . I2 + (RD + RE) I3 = - VB

Escrevendo na forma matricial obtemos:

 RA + RB - RB 0   I1   VA 
 - RB RB + RC + RD - RD   I2  =  0 
 0 - RD RD + RE   I3   - VB 

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Para se determinar as correntes nos ramos, basta considerar as correntes de malhas


que passam pelos ramos, como por exemplo: a corrente no ramo do resistor RA é I1,
considerando o mesmo sentido de I1; e a corrente no ramo do resistor RB é igual a I1 - I2,
considerando o mesmo sentido de I1.

Note que neste método são necessárias um menor número de equações que no
caso anterior (item 2.4), para resolver o sistema
Pode-se selecionar outras correntes de malha como exemplificado a seguir.

RA RC RE
+ +
VA I2 I3
I1 RB RD VB

(RA + RB) I1 + RA . I2 + 0 . I3 = VA
RA . I1 + (RA + RC + RD) I2 + RD . I3 = VA
0 . I1 + RD . I2 + (RD + RE) I3 = VB

Exemplo: determinar a corrente no ramo de 6 do circuito abaixo, utilizando as


equações das malhas.

3 4

+
+ 24V
60V 6
I1
2
I2

60 – (3 + 6) I1 + 6 I2 = 0

- 24 – (2 + 6 + 4) I2 + 6 I1 = 0

Escrevendo na forma matricial temos:

3+6 -6   I1  =  60 
 -6 2 + 6 + 4   I2  - 24 

Resolvendo obtemos:

I1 = 8 A

I2 = 2 A

I6 = 8 – 2 = 6 A (mesmo sentido de I1)

Não é conveniente utilizar nenhuma malha que contenha uma fonte de corrente, cuja
tensão seja desconhecida. Entretanto, é necessário considerar a influência dessa fonte de
corrente nas equações das malhas, como apresentado no exemplo a seguir.

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Exemplo: determinar as correntes IA, IB, IC e ID no circuito abaixo.


1A

+
1 1A
2V
1 2V 1
+
IC
+
3V I1 1 I2
2V
+ 1
IB

IA ID

3 – (1 + 1) I1 + 1 I2 = 0

4 – (1 + 1 + 1) I2 + 1 I1 + 1 . 1 = 0

Escrevendo na forma matricial, temos:

 2 - 1   I1  =  3 
-1 3   I2   4+1 

Resolvendo, temos:

I1 = 2,8 A

I2 = 2,6 A

IA = I1 = 2,8 A

IB = I1 - I2 = 2,8 – 2,6 = 0,2 A

IC = I2 – 1 = 2,6 – 1 = 1,6 A

ID = I2 = 2,6 A

3.7 EQUAÇÕES DOS NÓS

Aplicando esse método é possível simplificar a solução de um dado problema pelo


tratamento conveniente das correntes do circuito, trata-se de uma particularização da lei dos
nós de Kirchhoff.
Com exceção do nó de referência pode-se escrever equações para todos os nós de
uma estrutura. Assim o número necessário de equações é igual ao número de nós menos
um.
I1 RA 1 RC I3 2 RE I5
+ +
VA I2 RB I4 RD VB

nó 1: I1 + I2 + I3 = 0 ===> [(V1 - VA) / RA] + [(V1 – 0) / RB] + [(V1 - V2) / RC] = 0

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nó 2: - I3 + I4 + I5 = 0 ===> [- (V1 - V2) / RC] + [(V2 – 0) / RD] + [(V2 - VB) / RE] = 0

Logo: [(1 / RA) + (1 / RB) + (1 / RC)] V1 - (1 / RC) V2 = (1 / RA) VA

- (1 / RC) V1 + [(1 / RC) + (1 / RD) + (1 / RE)] V2 = (1 / RE) VB

Escrevendo na forma matricial, temos:


 (1 / RA) + (1 / RB) + (1 / RC) - (1 / RC)   V1  =  VA / RA 
 - (1 / RC) (1 / RC) + (1 / RD) + (1 / RE)   V2   VB / RE 

Para representar as correntes na forma matricial, ou seja, o termo independente,


basta considerá-lo positivo se a polaridade da fonte de corrente ou de tensão for positiva do
lado do nó que se está escrevendo a equação; e negativo, se a polaridade da fonte for
negativa do lado do nó que se está escrevendo a equação.

Exemplo: determinar as tensões dos nós A e B do circuito abaixo, utilizando as


equações dos nós.

2 B
A
I1 I3 I4
I2
5A 4 3 2A 6

nó A: - 5 + I1 + I2 = 0 ===> - 5 + [(VA - 0) / 4] + [(VA – VB ) / 2] = 0

nó B: 2 - I2 + I3 + I4 = 0 ===> 2 - [(VA – VB ) / 2] + [(VB - 0) / 3] + [(VB – 0 ) / 6] = 0

Escrevendo na forma matricial temos:

 (1 / 4) + (1 / 2) - (1 / 2)   VA  =  5 
 - (1 / 2) (1 / 2) + (1 / 3) + (1 / 6)   VB  -2

Resolvendo o sistema obtemos:

VA = 8 V

VB = 2 V

Se a tensão de um dos nós for conhecida, não é necessário escrever a equação para
esse nó.

Exemplo: determinar as tensões dos nós A e B do circuito abaixo, utilizando as


equações dos nós.
12A

I1 I3
B
A C
3 6
6A 3 7V
I2

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE 3.14 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 3 - FUNDAMENTOS
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Neste caso o nó C tem tensão conhecida de 7 V, ou seja, VC = 7 V.

nó A: - 6 + I1 + 12 = 0 ===> - 6 + [(VA - VB) / 3] + 12 = 0

nó B: - I1 + I2 + I3 = 0 ===> - [(VA – VB) / 3] + [(VB - 0) / 3] + [(VB – 7) / 6] = 0

Escrevendo na forma matricial temos:


 1/3 -1/3   VA  =  6 – 12 
-1/3 (1 / 3) + (1 / 3) + (1 / 6)   VB   7/6 

Resolvendo o sistema obtemos:

VA = - 83 / 3 V

VB = - 29 / 3 V

3.8 CIRCUITOS DUAIS

Sistemas análogos podem ter aparências físicas inteiramente diferentes. Por


exemplo, um dado circuito elétrico consistindo de resistores, indutores e capacitores, pode
ser análogo a um sistema mecânico consistindo de uma adequada combinação de êmbolos,
pesos e molas; ou pode ser análogo a um dispositivo acústico consistindo de um arranjo
apropriado de anteparas, tubos e cavidades. Um tipo especial de sistema análogo são os
circuitos elétricos duais que são governados pelas mesmas equações diferenciais.

Não há necessidade de se analisar os dois tipos de circuitos, uma vez que a solução
de um deles automaticamente fornece a solução do outro, através da troca adequada dos
símbolos das quantidades físicas.

A tabela abaixo apresenta as quantidades básicas correspondentes para os circuitos


elétricos duais.

MALHA NÓ

Chave Aberta Chave Fechada

Fonte de Tensão Fonte de Corrente

Resistência Condutância

Indutância Capacitância

Capacitância Indutância

Somente circuitos planares, ou seja, aqueles que podem ser colocados sobre um
plano sem que algum ramo cruze outro ramo, têm duais. Para esses circuitos existe um
método gráfico para se obter os circuitos duais, baseado na correspondência entre as duas

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE 3.15 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 3 - FUNDAMENTOS
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

colunas da tabela anterior, chamado de método do ponto, que pode ser executado de
acordo com o seguinte procedimento, aplicado concomitantemente a um exemplo:

a) colocar um ponto em cada malha independente do circuito. Esses pontos internos


correspondem aos nós independentes do circuito dual;

1 2
1 2
C R
+
V I
L

circuito exemplo circuito dual

b) colocar um ponto externo ao circuito que corresponde ao nó de referência no circuito


dual;

1 2
1 2
C R
+
V

L I
0 0

circuito exemplo circuito dual

c) conectar todos os nós internos de malhas adjacentes, utilizando linhas tracejadas que
cortem os elementos comuns dos ramos. Os elementos duais desses ramos internos
formarão os ramos que conectam os correspondentes nós independentes do circuito
dual;

L 2
1
1 2
C
+ R
V

L I
0 0

circuito exemplo circuito dual

d) conectar todos os nós internos ao nó externo, utilizando linhas tracejadas que cortem os
elementos comuns dos ramos. Os elementos duais desses ramos externos formarão os
ramos que conectam os nós independentes ao nó de referência do circuito dual.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE 3.16 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 3 - FUNDAMENTOS
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

1 L 2
1 2 R
C
+ I C G V
V

L 0
I
circuito dual

0
circuito exemplo

Uma convenção deverá ser estabelecida entre as referências das polaridades das
tensões no circuito dado e as referências das direções das correntes em seus duais, e vice-
versa, a fim de evitar ambigüidades. Pode-se utilizar a seguinte convenção:

a) corrente no sentido horário em uma malha corresponde a uma polaridade positiva da


tensão do nó independente do circuito dual, e vice-versa. Note que no exemplo abaixo, a
corrente I está no sentido anti-horário na malha 2, conseqüentemente, a polaridade
positiva da tensão no circuito dual está no nó de referência “0”.

1 L 2
1 2 R
C
+ I C G V
V +

0
L I
circuito dual

0
circuito exemplo

b) polaridade positiva da tensão no sentido horário em uma malha corresponde a uma


corrente circulando no sentido do nó independente do circuito dual, e vice-versa. Note
que no exemplo abaixo, a tensão V está no sentido horário na malha 1,
conseqüentemente, a polaridade positiva da corrente no circuito dual está no nó
independente “1”.

1 L 2
1 2
C R
+ I C G V
V +

L 0
I
circuito dual

0
circuito exemplo

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE 3.17 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS CAPÍTULO 3 - FUNDAMENTOS
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Caso o circuito tenha energia inicial (t = 0 s) armazenada em capacitores (campo


elétrico) ou em indutores (campo magnético), as referências das polaridades das tensões no
circuito e as direções das correntes em seus duais, e vice-versa, seguem as mesmas
convenções anteriormente estabelecidas para as fontes de tensão e fontes de corrente,
conforme ilustrado abaixo.

a) energia inicial armazenada em um capacitor

+0,1V
0,1A 2H
2F
exemplo dual

b) energia inicial armazenada em um indutor

0,2V
0,2A 2H +
2F
exemplo dual

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE 3.18 MAIO/2002
ANEXO A

EXERCÍCIOS SOBRE
CONCEITOS
PRELIMINARES DE
CIRCUITOS ELÉTRICOS
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS SOBRE CONCEITOS PRELIMINARES
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

A – LINEARIDADE

A.1 - O sistema descrito pela equação dy/dt = 3x é linear ou não linear?

R: Linear

A.2 - O sistema descrito pela equação y = dx/dt + 2x é linear ou não linear?

R: Linear

A.3 - O sistema descrito pela equação y = x . dx/dt é linear ou não linear?

R: Não linear

A.4 - O sistema descrito pela equação (dy/dt)2 + y2 = x2, sendo x a entrada e y a saída é
linear ou não linear?

R: Não linear

B – TENSÃO E CORRENTE EM ELEMENTOS DE CIRCUITOS

B.1 - O pulso de tensão descrito pelas equações abaixo é aplicado aos terminais de um
capacitor de 0,5 F:

v(t) = 0 V t0s

v(t) = 4t V 0t1s

v(t) = 4 e-(t-1) V 1  t   s

a) determine as expressões da corrente, potência e energia no capacitor em função do


tempo;

b) especifique o intervalo de tempo durante o qual o capacitor está armazenando energia;

c) especifique o intervalo de tempo durante o qual o capacitor está fornecendo energia ao


circuito.

R: a) i(t) = 0 A p(t) = 0 W E(t) = 0 J t0s

i(t) = 2 A p(t) = 8t W E(t) = 4t2 J 0t1s

i(t) = -2 e(t-1) A p(t) = -8 e-2(t-1) W E(t) = 4 e-2(t-1) J 1ts

b) 0a1s

c) 1as

B.2 - O pulso triangular de corrente descrito pelas equações abaixo é aplicado aos terminais
de um indutor de 40 mH:

i(t) = 0 A t0s

i(t) = 50t A 0  t  10 ms

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE A-1 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS SOBRE CONCEITOS PRELIMINARES
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

i(t) = 1 – 50t A 10 ms  t  20 ms

i(t) = 0 A 20 ms  t   s

Determine as expressões da tensão, potência e energia no indutor em função do tempo.

R: v(t) = 0 V p(t) = 0 W E(t) = 0 J t0s

v(t) = 2 V p(t) = 100t W E(t) = 50 t2 J 0  t  10 ms

v(t) = - 2 V p(t) = - 2 + 100t W E(t) = 0,02 – 2 t + 50 t2 J 10 ms  t  20 ms

v(t) = 0 V p(t) = 0 W E(t) = 0 J 20 ms  t   s

B.3 - A figura abaixo mostra a corrente i(t) que atravessa uma indutância L. Esboce a tensão
e(t) nesse componente.

i(t) (A)

t (s)
0 2 6 8

R: e(t) (V)
L/2

t (s)
0 2 6 8

- L/2

B.4 - A tensão elétrica, cuja forma de onda é apresentada na figura abaixo (esquerda), foi
aplicada aos terminais de um componente elétrico passivo, invariante no tempo, cuja curva
característica está apresentada na figura abaixo (direita). Desenhe um gráfico esboçando a
forma de onda da corrente resultante que passa pelo componente.

v(t) (V) q(t) (C)

2 2

0 1 5 t (s) 1 v(t) (V)

Dados / Informações técnicas: v(t) = R i(t) q(t) = C v(t) (t) = L i(t) i(t) = dq(t) / dt

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE A-2 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS SOBRE CONCEITOS PRELIMINARES
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

R:
i(t) (A)
4

0
1 5 t (s)
-1

C – LEIS DE KIRCHHOFF

C.1 - Calcule a potência dissipada em cada ramo e a potência total do circuito abaixo.

20V 10 5

R: 40 W / 80 W / 120 W

C.2 - Calcule a corrente I no circuito abaixo, sabendo-se que cada resistência vale 1.

I
3V

R: I= 6A

C.3 - Calcule as tensões nos pontos 1 (V1) e 2 (V2) do circuito abaixo.


2
3
12V 6V 10A
3
1

R: V1 = -3 V V2 = 9 V

C.4 - Calcule a tensão no ponto A (VA) do circuito abaixo.


3 3
A

12V 10A 6V

R: VA = - 6 V

C.5 - Calcule as correntes I1 e I2 no circuito abaixo.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE A-3 MAIO/2002
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--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

6

I1 I2
12V 10A 6

R: I1 = 4 A I2 = 6 A

C.6 - Calcule as correntes I1, I2, I3 e I4 no circuito abaixo.

I1 12A
6 I3

3 +
6A 3 7V
I2 I4

R: I1 = - 6 A I2 = - 29/9 A I3 = - 25/9 A I4 = - 83/9 A

C.7 - Calcule as correntes I1, I2, I3, I4 e I5 no circuito abaixo.

I1 2A
I4

2 2 I5
+ I3 1
3V 4 4V
I2 2V +
+

R: I1 = 2,5 A I2 = - 0,5 A I3 = 0 AI4 = 1 AI5 = 3 A

C.8 - Determine o valor da tensão E no circuito abaixo.

6

E
1 8V 2I1 5
I1

2

R: E = 16 V

C.9 - Determine a tensão EO do circuito abaixo.

1 4
EO
6V
2 2

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE A-4 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS SOBRE CONCEITOS PRELIMINARES
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

R: EO = 2 V

C.10 - Determine a tensão EO do circuito abaixo.

2 2
EO
6V
6 6

R: EO = 0 V

C.11 - Determine o valor da tensão VAB no circuito abaixo.

6 3 6A
36V A B
12 3

R: VAB = 15 V

C.12 - Determine o valor da tensão VAB no circuito abaixo.

I1/3

I1
B
+
3
4 2 10
V
A

R: VAB = - 5 V

C.13 - Determine a tensão de saída eO(t) do circuito abaixo.

2 1

5V 2 3 eO(t)

R: eO(t) = 1,5 V

C.14 - Calcule o valor do resistor R de forma que a fonte de tensão transmita o máximo de
potência para o circuito externo. Determine também o valor dessa potência.
2

8V R

FONTE CARGA

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UFF/CTC/TCE/TEE A-5 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS SOBRE CONCEITOS PRELIMINARES
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

R: 2/8W

D – RESISTÊNCIA EQUIVALENTE

D.1 - Determine o valor da resistência equivalente do circuito abaixo, quando alimentado


através dos terminais indicados (resistência ¨vista¨ pelos terminais).

6 c 5 e
a
4
6 10 5
2
5
b
d f

a) ab b) cd c) ef d) ed e) bd f) ce g) ac

R: a) 2,4 b) 3,6 c) 3,73 d) 4,933 e) 0 f) 3,73 g) 3,6

D.2 - Determine o valor da resistência de entrada (RAB) do circuito abaixo.


15 12
a b

4 9
1

18 5

R: RAB = 10 

D.3 - Determine o valor da resistência nos terminais AB (RAB) do circuito abaixo.

I1 / 3
B
I1
3
A

R: RAB = 2 

D.4 - Determine o valor da resistência de entrada (RAB) do circuito abaixo, usando a


transformação  -Y.
100
A

200 200 600


400
B

R: RAB = 314,3 

D.5 - Determine a resistência medida entre os terminais A e B do circuito abaixo.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE A-6 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS SOBRE CONCEITOS PRELIMINARES
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

A
2
B
todas as resistências
não descriminadas
valem 6
4

R: RAB = 1

D.6 - Determine a resistência medida entre os terminais A e B do circuito abaixo.


A

todas as
resistências valem
1

B
R: RAB = 4/5

D.7 - Determine a resistência medida entre os terminais A e B do circuito abaixo, quando o


número N de seções em "L" tende para infinito.

A
R R R
2R 2R R

B
1o L 2o L No
L
R: RAB = 2 R

D.8 – Determine a resistência medida entre os terminais A e B do circuito abaixo.

A
4 4

R
2 79 2

R: RAB = 3 

D.9 - Determine a resistência medida entre os terminais A e B do circuito abaixo.

12
A
4
8 10
9 6
5 
B
3

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE A-7 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS SOBRE CONCEITOS PRELIMINARES
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

R: RAB = 4,91 

E – ASSOCIAÇÃO DE INDUTORES E CAPACITORES

E.1 - Determine a indutância medida entre os terminais A e B dos circuitos abaixos.

A A
5H 10H 10H
10H 10H
B B

R: LAB = 10/3 H LAB = 15 H

E.2 - Determine a capacitância medida entre os terminais A e B dos circuitos abaixos.


20F
A A
15F
10F 10F
5F
B B

R: CAB = 15/4 F CAB = 10 F

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE A-8 MAIO/2002
ANEXO B

EXERCÍCIOS SOBRE
FUNDAMENTOS DE
CIRCUITOS ELÉTRICOS
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS SOBRE FUNDAMENTOS
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

A – DIVISOR DE TENSÃO E DIVISOR DE CORRENTE

A.1 - Determine os valores das tensões em cada resistência do circuito abaixo.

3 3

2V

R: 1V/1V

A.2 - Determine os valores das tensões em cada resistência do circuito abaixo.

4 6

5V

R: 2V / 3 V

A.3 - Determine os valores das tensões VAB e VCB do circuito abaixo.

10 B 20
C A
6V

R: VAB = - 4 V / VCB = 2V

A.4 - Calcule as correntes nos ramos do circuito abaixo.


+
18A
3 6

R: 12 A / 6 A

A.5 - Calcule a potência dissipada no resistor de 5 .

3A
10 5

R: 20 W

B – TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO

B.1 - Determine o valor de E no circuito abaixo.

4
3V E 6 2A

R: E=-3V

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE B-1 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS SOBRE FUNDAMENTOS
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

B.2 - Determine a potência dissipada em cada resistor do circuito abaixo.

12A
6

3
6A 3 7V

R: 108 W / 46,3 W / 31,1 W

B.3 - Determine o valor de I no circuito abaixo.

2A
3 10V
+
I 1 4 4

R: I=-1/6A

B.4 - Determine o valor de E no circuito abaixo.

2 I1

3
2V I1 4 E 3A

R: E = - 10 V

B.5 - Determine o valor da tensão nos terminais do resistor de 4.

2

3
5A 4 6
6V

R: 8V

B.6 - Determine a tensão VAB no circuito abaixo.


+

A10 35V
+
A
6A 25
15
B

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE B-2 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS SOBRE FUNDAMENTOS
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

R: VAB = 125 V

B.7 - Determine a tensão VAB no circuito abaixo.


3

4 2
A

6V 1A 5

R: VAB = - 26/9 V

B.8 - Determine o valor da tensão VAB no circuito abaixo.

10
6V
A
+
10 10
0,2A

R: VAB = 5 V

B.9 - Determine o valor da tensão VAB no circuito abaixo.

2A
1
A
1/2 1/4
3A 1/3
B

R: VAB = 17/31 V

C – TEOREMA DE THÉVENIN

C.1 - Substitua tudo, exceto a resistência de 6, no circuito abaixo, por um circuito
equivalente de Thèvenin, e então, determine o valor de E.

6

E
1 8V 2I1 5
I1

2

R: E = 16 V

C.2 - Determine o equivalente de Thèvenin para os terminais AB do circuito abaixo.

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UFF/CTC/TCE/TEE B-3 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS SOBRE FUNDAMENTOS
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A
1 4I
2A 2 I 3

R: VT = - 3,2 V RT = 3 

C.3 - Determine o ganho de corrente (I0 / I1) no circuito abaixo (modelo simplificado de um
amplificador com realimentação a transistor).

R2

IB I0
I1 R1  IB R0

R: IO / I1 = (R1 -  R2) / [( + 1) R0 + R1 + R2]

C.4 - Determine o ganho de tensão (E0 / E1) no circuito abaixo (modelo de circuito a
válvulas), quando  = 4.

2
 EG
EG
E0 3

4
E1 4

R: EO / E1 = - 3 / 10

C.5 - Determine E0 no circuito abaixo.

2 1
5V 2 E0 3

R: E0 = 1,5 V

C.6 - Determine a corrente I no circuito abaixo.

3 2

I
6V 6 3 3A

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UFF/CTC/TCE/TEE B-4 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS SOBRE FUNDAMENTOS
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

R: I=5/7A

C.7 - Determine o ganho de tensão (V2 / V1).

I1 2k 40k V2 3k


V1 50I1

R: - 69,8

C.8 - Determine o valor da potência dissipada no resistor situado entre os pontos AB do


circuito abaixo.

1 1A 2V

1 2V 1
3V  1 2V
1
A
B

R: 6,76 W

C.9 - Faça o equivalente Thèvenin para os pontos AB do circuito abaixo e determine o valor
de R em que ocorre a máxima dissipação de potência.

A
I1 2k 40k R
V1 50I1
B

R: VT = - 1000 V1 RT = 40k  R = 40k 

C.10 - Faça o equivalente Thèvenin para os pontos AB do circuito abaixo.

2 E1
A
1/2
4A E1 1/5
1/8
B

R: VT = 0 V RT = 1/7 

C.11 - Faça o circuito equivalente de Thèvenin para os terminais AB do circuito abaixo. Qual
é o valor da resistência a ser conectada nos terminais AB a fim de possibilitar a máxima
transferência de potência ?

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE B-5 MAIO/2002
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS SOBRE FUNDAMENTOS
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

A2 1A
6
A
+
6 6V
+
B

R: VT = - 8 V RT = 5  R=5

D - TEOREMA DE NORTON

D.1 - Repita o exercício C.1, utilizando o Teorema de Norton.

D.2 - Repita o exercício C.3, utilizando o Teorema de Norton.

D.3 - Repita o exercício C.4, utilizando o Teorema de Norton.

D.4 - Repita o exercício C.5 utilizando o Teorema de Norton.

D.5 - Repita o exercício C.6 utilizando o Teorema de Norton.

D.6 - Repita o exercício C.7 utilizando o Teorema de Norton.

D.7 - Determine o valor da corrente I do circuito abaixo.

4 I
A
5 IB
2V 10IB E 1
2E
B

R: I = 6/7 A

D.8 - Determine o valor da potência dissipada no resistor de 6  do circuito abaixo.

12A
6

3 +
6A 3 7V

R: 46,3 W

D.9 - Determine o valor do ganho de corrente (I0 / I1) do circuito abaixo.

50 IB
1
A
50
I1 9 IB 1 I0 10
B

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
UFF/CTC/TCE/TEE B-6 MAIO/2002
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--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

R: I0 / I1 = - 7,09

D.10 - Ache o circuito equivalente Norton visto pelo resistor RL do circuito abaixo.

1A

4 3

6V
6
5 2
RL

R: IN = 0,727 A RN = 2,18 

E – EQUAÇÕES DAS MALHAS

E.1 - Determine o valor de I no circuito abaixo.

2 2

2
2 1A 3 1
2I

1 2
2 1
12V I

1 1
R: I = - 9 / 13 A
E.2 - Determine a tensão E no circuito abaixo, quando  = 10 e  = 2.
4

5 IB
2V IB E 1
E

R: E = 6/7 V

E.3 - Determine o valor da tensão nos terminais do resistor de 1/3 .

2A
1/2

1
3A 1/3 1/4

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R: 17/31 V

E.4 - Determine o valor da tensão nos terminais da fonte de corrente do circuito abaixo.

2 2A

2V 2
8V 4 4V
1

R: 28/9 V

E.5 - Determine as correntes nos ramos do circuito abaixo.


I1

2 I4 I6
100V 26 26
I2 I5
2

100V I3 26
2

R: I1 = 9,38 A I2 = 0,02 A I3 = - 9,40 A I4 = 3,12 A I5 = 3,14 A I6 = - 6,26 A

F – EQUAÇÕES DOS NÓS

F.1 - Escreva o sistema de equações que resolvem o circuito abaixo.

1 2V

1/3  1A
2
1 3

2A ½ 1/4

R:  (1/1) + [1/(1/3)] - 1/(1/3) - 1/1   V1   - (2/1) – 2 


| - 1/(1/3) [1/(1/3)] + [1/(1/2)] 0 | | V2 | = | 1 |
 - 1/1 0 [1/(1/4)] + (1/1)   V3   - 1 + (2/1) 

F.2 - Escreva o sistema de equações que resolvem o circuito abaixo.


5V 2

2
1 2 3
2 2V 2 2V
8A 4 3
1 1

R:  (1/4) + (1/2) + (1/2) - 1/2 - 1/2   V1   8 - 5/2 


| - 1/2 (1/2) + (1/1) + (1/2) - 1/2 | | V2 | = | - 2/1 |
 - 1/2 - 1/2 (1/2) + (1/3) + (1/2) + (1/3)   V3   5/2 + 2/3 

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F.3 - Escreva na forma matricial as equações dos nós do circuito abaixo.


3

4 1A
2
1 3
6V 1 5
2

R:  (1/3) + (1/4) + (1/2) - 1/4 - 1/3   V1   6/2 


| - 1/4 (1/4) + (1/1) 0 | | V2 | = | 1 |
 - 1/3 0 (1/3) + (1/5)   V3  -1 

F.4 - Escreva o sistema de equações que resolvem o circuito abaixo.


3A

0,5

1/7 2 0,2
1 3

2 2V 1/3
I

R:  (1/2) + [1/(1/7)] + (1/0,5) - 1/(1/7) - 1/0,5   V1  -3 


| - 1/(1/7) [1/(1/7)] + 1/0,2 - 1/0,2 || 2 | = | -I |
 - 1/0,5 - 1/0,2 [1/(1/3)] + (1/0,2) + (1/0,5)   V3   3 

F.5 - Repita o exercício E.2, utilizando as equações dos nós.

G – CIRCUITOS DUAIS

G.1 - Determine o dual do circuito abaixo.


4 6

E0 3 I1

R: 1/3 S

I0 ¼S E1 1/6 S

G.2 - Faça o circuito dual do circuito abaixo.

I 2H Eo 5F

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R:
2F
E Io 5H

G.3 - Determine o dual do circuito abaixo.

0,2A 3H
+
+ 0,1V 2F
3V 3
2 5H 4

2A

R:
5F
2H 1/4S

0,1A 3F 2V
3A ½S 1/3S
0,2V + +

G.4 - Faça o circuito dual do circuito abaixo.

I1 3

E1 4 E2
2
5 1

1/4S
R:
I2

1/1S

I1 1/3S ½S E1 1/3S
+

G.5 - Faça o dual do circuito abaixo.


2 +0,1
V
+ 2F
10V 0,2A 2H 5A

1 3

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R:
0,2V 1/1S
1/3S
+
2F
10A ½S 2H 5V
0,1A +

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REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS
APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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[1] Charles M. Close, Circuitos Elétricos, volume 1, Livros Técnicos e Científicos Editora
S.A., 1975.

[2] David K. Cheng, Analysis of Linear Systems, Addison-Wesley Publishing Company Inc.,
1972.

[3] Frederick F. Driscoll, Analysis of Electric Circuits, Prentice-Hall Inc., 1973.

[4] James W. Nilsson e Susan A. Riedel, Circuitos Elétricos, Livros Técnicos e Científicos
Editora S.A., 1999.

[5] Joseph A. Edminister, Circuitos Elétricos, Editora McGraw Hill do Brasil Ltda., 1974.

[6] L. Q. Orsini, Circuitos Elétricos, Editora Edgard Blücher Ltda, 1975.

[7] M. E. Van Valkenburg, Network Analysis, Prentice-Hall Inc., 1974.

[8] Stephen W. Director, Circuitos Elétricos, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.,
1980.

[9] Timothy N. Trick, Introduction to Circuit Analysis, John Wiley & Sons, 1977.

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