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INSTITUTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE ENSINO
Erros e Medidas
Maceió
2016
Sumário
1 Relatório....................................................................................................................................3
2 Objetivos do laboratório............................................................................................................4
3 Elementos da teoria de erros e medidas...................................................................................4
3.1 Introdução...........................................................................................................................4
3.2 Erros e desvios.....................................................................................................................5
3.3 Algarismos significativos......................................................................................................6
3.4 Medidas e incertezas...........................................................................................................7
3.5 Propagação de incertezas..................................................................................................10
3.5.1 Incerteza devido à soma ou subtração........................................................................11
3.5.2 Incerteza devido a outras operações...........................................................................12
3.6 Gráficos..............................................................................................................................13
3.7 Avaliação de incertezas em gráficos...................................................................................15
3.7.1 Coeficiente angular: avaliação de sua incerteza..........................................................15
3.8 Determinação da dependência funcional a partir dos dados experimentais.....................17
3.8.1 Relações lineares.........................................................................................................18
3.8.2 Relações não lineares..................................................................................................19
3.9 Escala regular e escala logarítmica.....................................................................................21
3.9.1 Escala regular..............................................................................................................21
3.9.2 Escala logarítmica........................................................................................................21
3.9.2.1 Algumas características.........................................................................................21
3.9.2.2 Gráfico retilíneo no papel log-log.........................................................................22
3.9.3 Papel mono-log...........................................................................................................23
1 Relatório
2 Objetivos do laboratório
3.1 Introdução
Toda operação de medida exige do experimentador habilidade no
manuseio de instrumentos de medida e a capacidade de efetuar
corretamente a leitura destes instrumentos. Não basta, por exemplo,
determinar o comprimento de uma barra através de uma régua; é preciso
saber expressar corretamente essa medida e avaliar adequadamente a sua
incerteza, que vem das características dos aparelhos usados na sua
determinação e mesmo do próprio experimentador. Assim a experiência
mostra que sendo uma medida repetida várias vezes com as mesmas
precauções pelo mesmo observador ou observadores diferentes, os
resultados achados não são, em geral, idênticos. Muitas vezes efetuam-se
diversas medidas de uma mesma grandeza; neste caso a melhor
maneira de expressar o valor desta grandeza será através do valor médio
dos dados. A incerteza destas grandezas será obtida por um tratamento
estatístico elementar.
Há grandezas ainda que nem sempre podem ser obtidas
diretamente, como áreas, volume, densidade, etc. Assim são feitas
várias medidas e através de fórmulas matemáticas ou físicas,
determina-se a grandeza desejada. É claro que, em geral, cada termo
da fórmula está afetado de uma incerteza e que todas elas interferirão
no valor final da grandeza. Observamos que as incertezas se propagam
e o processo de cálculo para determiná-las denomina-se propagação de
incertezas.
(Valor em módulo)
Quando o valor obtido difere do valor adotado como o melhor (item 2),
dizemos estar afetado de um desvio. Então:
(Valor em módulo)
Embora conceitualmente haja diferença entre erro e desvio,
matematicamente são equivalentes. A partir deles define-se desvio (ou erro)
relativo e percentual, sendo que este último permite avaliar melhor o
resultado de uma experiência.
DESVIO
DESVIO RELATIVO=
VALOR ADOTADO
DESVIO PERCENTUAL = [(DESVIO RELATIVO) x 100] %
Exemplo: Ao determinar a aceleração da gravidade, onde g é 9,80 m/s2
um experimentador obteve 10,04 m/s2. Determine:
DESVIO = __________________
DESVIO RELATIVO = __________________
DESVIO PERCENTUAL = ___________________
Para avaliação dos resultados, qual deles nos dá uma informação mais
objetiva?
7 9 6 ms
A medida é expressa como
(796 ± 1) ms ou (796 ± 1) x 10-3 s
Se for possível avaliar o algarismo duvidoso, a incerteza estimada será
adotada como a metade da menor divisão da escala do instrumento.
Exemplo: Um estudante mede o comprimento de um pêndulo simples,
em relação ao centro de massa, como o indicado abaixo. A medida é
expressa como:
(774,3 ± 1) mm ou (77,43 ± 0,05) cm
S = A + B + C +…
para qual a foram feitas as seguintes medidas:
b = (4,1 ± 0,2) cm
c = (0,842 ± 0,001) cm
d = (1,26 ± 0,03) cm
o perímetro será:
p=a+b+c +d
então,
p=2,03+ 4,1+ 0,842+1,26=8,232 cm
a incerteza será:
Δ p=Δ a+Δ b +Δ c +Δ d
portanto,
Δ p=0,02+ 0,2+ 0,001+ 0,03=0,251 cm
O resultado de perímetro será expresso como:
p = (8,232 ± 0,251) cm ou p = (8,2 ± 0,3) cm
Observe que em nossos cálculos, propositalmente, colocamos
grandezas com números de algarismos significativos diferentes. Como a
incerteza será representada por um e somente um algarismo significativo,
que atua no duvidoso, é ela quem comandará o número de algarismos
significativos no resultado final. Isto é, os algarismos após o primeiro
duvidoso são descartados (contando da esquerda para direita).
Δ V =V∗0,0303=108,0346∗0,0303=3,2734 cm3
Teremos então,
V =(108±3)cm 3
EXERCÍCIO 3: Num tubo capilar de raio r, um líquido de densidade ρ e tensão
superficial Y, devido à capilaridade, ergue-se de uma altura h, tal que,
2
Y =(r×h×ρ×g) , onde g é a aceleração da gravidade. Dados obtidos:
r = (0,030 ± 0,001) cm
h = (5,000 ± 0,005) cm
g = 9,81 (adotado como exato)
Determine a tensão superficial.
3.6 Gráficos
Nas atividades experimentais, muitas vezes, objetiva-se estudar a
maneira de como uma propriedade ou quantidade depende ou varia com
relação à outra propriedade ou quantidade. Por exemplo:
“De que modo a variação do comprimento de um pêndulo simples
afeta o seu período ou como se comporta a força de atrito entre duas
superfícies relativamente à força normal exercida por uma superfície sobre a
outra?”
Tais variáveis podem s e r convenientemente tratadas pelo método
gráfico no sentido de ilustrar e sintetizar suas relações.
As leis físicas expressam relações entre quantidades de grandezas
físicas. Estas relações podem ser expressas de três modos:
a) Em palavras, formando as sentenças conceituais;
b) Em símbolos matemáticos em forma de equações;
c) Em representações pictóricas conhecidas como gráficos.
A escolha do meio (ou meios) para expressar as relações entre
grandezas depende do uso que se pretende fazer destas relações.
Particularmente, analisaremos a terceira representação.
Para representar graficamente a relação entre duas variáveis deve-se
observar os seguintes pontos:
a) No eixo horizontal (abscissa) é lançada a variável independente; no eixo
vertical (ordenada) é lançada a variável dependente. Evite tomar
margens do papel como eixos.
b) Em geral a curva deve cobrir pelo menos três quartos do papel. Em
muitos casos não é necessário ou possível que a interseção dos eixos
represente simultaneamente o valor zero.
c) Escolha as escalas de forma que as divisões principais possam ser
facilmente subdivididas. A escala do eixo vertical não necessita ser a
mesma do eixo horizontal.
d) Se os valores forem excessivamente grandes ou pequenos utilizar um
artifício que permita usar um ou dois dígitos para indicar os valores das
divisões principais. Pode-se usar um fator multiplicativo como 10-2, 10-3,
etc., à direita da escala.
e) Escreva em cada eixo o título, ou seja, o nome da grandeza e sua
unidade, separados por vírgula ou parênteses.
f) Localizar o ponto e não escreva no eixo o valor relativo ao ponto
localizado, se estiver fora da divisão adotada na escala.
g) A representação gráfica de uma grandeza é feita por uma barra de incerteza que é
um pequeno segmento de reta que abrange o intervalo no qual o valor verdadeiro
deve estar contido. Se houver incerteza nos dois eixos a grandeza será
representada por uma cruz cujos braços serão as barras de incertezas, como
mostra a figura.
h) O traçado da curva deve ser suave e contínuo, adaptando-se da melhor forma aos
dados experimentais a menos que não se trate de uma função contínua. Unir
pontos experimentais com traços retos implica em que a relação entre duas
grandezas tenha forma quebrada o que, exceto circunstâncias especiais, é pouco
provável ocorrer.
i) Se for preciso desenhar várias curvas na mesma folha, faça a distinção das curvas
por símbolos diferentes (círculos, quadrados, triângulos, etc.), ou utilize cores
diferentes ou ainda linhas deferentes (pontilhadas, interrompidas, etc.).
ΔY
quociente define a constante a (inclinação da reta) e suas unidades são
ΔX
dadas pelo quociente das unidades de X e Y. Seja (X1, Y1), (X2, Y2) dois
pontos quaisquer da reta, de modo que;
y 2− y 1
a=
x 2−x 1
e
Y 1=aX 1 +b
Quando a reta traçada está sobre uma sucessão de pontos, deve-se escolher o
traçado de modo a deixar alguns pontos acima e outros abaixo. Convêm, entretanto,
tomar o cuidado de não converter a reta em alguma curva suave.
O exemplo a seguir mostra como, a partir de gráficos construídos com dados
experimentais, pode-se obter um a relação matemática entre as variáveis envolvidas no
experimento. A figura abaixo representa o gráfico plotado da velocidade em função do
tempo. A reta mostra a relação linear entre velocidade e tempo.
A equação correspondente é, então, da forma:
Y =aX + b ou V =b+ at
Onde as constantes a e b são:
a = coeficiente angular da reta (inclinação da reta)
b = coeficiente linear da reta (ordenada p/ abscissa zero, X = 0)
A inclinação da reta (a) é obtida dos pontos A e B do gráfico.
Δ v (60−20) 2
a= = =9,8 m/ s
Δ t ( 4,6−0,5)
que é a aceleração da gravidade g, e a constante b é o valor da velocidade
para t = 0, ou seja, a velocidade inicial v0.
b=v 0=15 m/ s
Logo, a equação da reta no gráfico é:
v =b+at=v 0 + g t=15+9,8 t( m/s)
A partir da equação obtida, frequentemente, outras informações podem ser
derivadas, através de processos matemáticos. Por exemplo:
v =15+9,8 t (m/s)
Integrando, tem-se:
1
S=S 0+ v 0 t+ g t 2
2
a
para y = bx que é a função y = f(x) procurada.