Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Com certa freqüência encontramos com alguém que diz com muito fervor: "Você não
precisa interpretar a Bíblia; leia-a, apenas, e faça o que ela diz." Usualmente,
semelhante observação reflete o protesto contra o "profissional", o estudioso, o pastor,
o catedrático ou o professor da Escola Dominical que, por meio de "interpretar," parece
estar tirando a Bíblia do homem ou da mulher comum. É sua maneira de dizer que a
Bíblia não é um livro obscuro. "Afinal das contas," argumenta-se, "qualquer pessoa
com metade de um cérebro pode lê-la e entendê-la. O problema com um número
demasiado de pregadores e professores é que cavam tanto que tendem a enlamear as
águas. O que era claro para nós quando a lemos já não é mais tão claro."
A interpretação que visa a originalidade, ou que prospera com ela, usualmente pode ser
atribuída ao orgulho (uma tentativa de "ser mais sábio" do que o resto do mundo), ao
falso entendimento da espiritualidade (segundo o qual a Bíblia está repleta de verdades
profundas que estão esperando para serem escavadas pela pessoa espiritualmente
sensível, com um discernimento especial), ou a interesses escusos (a necessidade de
apoiar um preconceito teológico, especialmente ao tratar de textos que, segundo
parece, vão contra aquele preconceito). As interpretações sem igual usualmente são
erradas. Não se quer dizer com isto que o entendimento de um texto não possa
freqüentemente parecer sem igual para alguém que o ouve pela primeira vez. O que
queremos dizer mesmo é que a originalidade não é o alvo da nossa tarefa.
Mas, se o significado claro é aquilo sobre o que a interpretação diz respeito, então para
que interpretar? Por que não ler, simplesmente? O significado simples não vem pela
mera leitura? Em certo sentido, sim. Mas num sentido mais verídico, semelhante
argumento é tanto ingênuo quanto irrealista por causa de dois fatores: a natureza do
leitor e a natureza da Escritura.
[Nas próximas semanas, Deus permitindo, iremos reproduzir nesta seção mais princípios da
interpretação dos senhores Fee e Stuart do seu livro “Entendes o Que Lês?”]
O livro de Gordon D. Fee e Douglas Stuart do qual este texto foi extraído,
"Entendes o que Lês?", pode ser encomendado da Edições Vida Nova
selecionando a capa do livro ao lado: