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Freios
Automotivos
Índice
Índice ............................................................................... 3
1. História dos Freios ....................................................... 5
2. Introdução .................................................................... 8
3. Fundamentos ............................................................. 13
3.1. Momento ........................................................... 13
3.2. Principio de Pascal ........................................... 14
3.3. Atrito Estático e Atrito Dinâmico........................ 15
3.4. Aderência pneu/solo ......................................... 16
3.5. Esquema simplificado de freio .......................... 17
4. Material de Fricção .................................................... 19
4.1. O Asbesto ......................................................... 24
4.2. Propostas de Substitutos para o Asbesto ......... 25
5. Física da frenagem .................................................... 28
6. Freio a Disco .............................................................. 30
6.1. Componentes.................................................... 31
6.2. Dimensionamento ............................................. 32
6.3. Roteiro sugerido para dimensionamento .......... 35
6.4. Recomendações de Projeto .............................. 35
6.5. Tipos de Disco .................................................. 36
6.6. Exemplos de Disco ........................................... 38
6.7. Cuidados com a Instalação e Manutenção ....... 38
7. Freio a Tambor .......................................................... 40
7.1. Componentes e funcionamento ........................ 40
7.2. Tipos de Freio a Tambor ................................... 41
7.2.1. Freio Hidráulico Simplex .......................... 41
3
7.2.2. Freio Hidráulico Duo-Servo ...................... 42
7.3. Dimensionamento ............................................. 43
7.4. Roteiro sugerido para dimensionamento .......... 44
7.5. Cuidados com a Instalação e Manutenção ....... 45
8. Comparações entre Freio a Disco e a Tambor .......... 47
9. Defeitos mais comuns................................................ 48
10. Cilindro Mestre ......................................................... 51
10.1. Componentes.................................................. 51
10.2. Funcionamento ............................................... 53
11. Servo Freio .............................................................. 56
12. ABS (Anti-lock Brake System) ................................. 57
12.1. Componentes.................................................. 57
12.1.1. Sensores de Velocidade nas rodas e
Rotores Dentados .............................................. 58
12.1.2. Atuador Hidráulico.................................. 58
12.1.3. Módulo de Controle ................................ 59
12.2. Operação do ABS ........................................... 59
12.3. O ABS como Item de Segurança .................... 60
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1. História dos Freios
Os primeiros sistemas eram muito precários em
relação aos atuais, que em compensação são muito mais
complexos. Séculos atrás, quando surgiram as primeiras
bicicletas, o método utilizado para frear era colocando o
calçado entre o garfo e a roda. Em 1838, Kirkpatrick
Macmillan, um ferreiro escocês, criou o conceito de
pinçar contra a roda – spoon brake – onde a alavanca
exercia compressão em um bloco de madeira com
eventuais tiras de couro contra o pneu da bicicleta,
atualmente é contra o aro.
Os primeiros veículos utilizavam este conceito,
com variações de como colocar o bloco em contato com
as roldanas de transmissão. Porém havia problemas,
pois o atrito era concentrado em uma pequena superfície,
forçando a roda ou as roldanas e retardando em muito a
parada do veículo.
Os sistemas seguintes a surgir eram externos,
envolvendo os cubos de roda com correias ou cabos de
aço, com ou sem blocos de atrito, aumentando a área de
contato.
Em meados de 1900, uma significativa melhora foi
introduzida pelo francês Louis Renault, o freio a tambor
por expansão interna, ainda usado atualmente.
Inicialmente, os tambores eram de aço estampado (havia
problemas de flexão e alto nível de ruído), pequenos e as
sapatas eram de ferro. Rapidamente o material passou a
ser aço fundido.
Herbert Frood e Ferodo, ingleses, foram os
primeiros a estudar os materiais de atrito sendo
responsáveis pela sua evolução. Em 1908, eles
apresentaram um material contendo resina, impregnado
de amianto e reforçado com arames de latão,
5
melhorando significativamente o desempenho em
frenagem.
Os primeiros carros só tinham freios traseiros, pois
se acreditava que freios dianteiros causariam
instabilidade e desvio. Mas na verdade ocorre o oposto e
na década de 1920 surgem freios nas quatro rodas.
Também nesta época surgiram vários dispositivos para
ampliar e assistir a força muscular do condutor para
acionar os freios. Dentre elas, surgiu a idéia de
assistência gerada pelo vácuo do motor, utilizada
atualmente. Além disso, foi montado os primeiros carros
com assistência hidráulica em 1921 pela Dusenberg e
depois pela Chrysler.
Os freios a tambores apesar de serem
revolucionários, tinham problemas com a dissipação de
calor em altas velocidades e perda de eficiência em
poças de água.
Assim, surgem os freios a discos montados
inicialmente no Crosley em 1948. Seu conceito inicial foi
idealizado em meados de 1890, e em 1898, umas das
primeiras versões foram utilizadas por Elmer Ambrose
Sperry num carro elétrico onde a pastilha era forçada
contra o disco por meio eletromagnético.
Os carros ingleses e franceses começaram a
serem produzidos com discos de freio em escala
industrial nos anos de 1950 e os americanos em 1960.
A atual combinação de discos na dianteira e
tambores na traseira trouxe melhorias para o
desempenho da frenagem e foi seguida de um dispositivo
para controlar de modo variável a pressão exercida nos
freios traseiros de acordo com a distancia entre chassi e
eixo. Este conceito, denominado de válvula sensível a
carga, foi introduzido nos anos de 1970 pela Fiat.
6
Por último, um conceito que melhorou
significativamente a frenagem em carros comuns foi o
ABS (Anti-lock Braking System). Originalmente
desenvolvido para aviões, a patente da versão mecânica
foi apresentada nos anos 1920 e nos anos 1970 surgiram
as versões eletrônicas que monitoram a velocidade de
cada roda, e quando uma delas reduza a velocidade são
acionados pulsos de pressão hidráulica prevenindo o
travamento da roda.
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2. Introdução
Freios automotivos possuem três funções básicas:
parar o carro rapidamente, fazer com que fique
estacionado na ausência do condutor e diminuir/manter
constante a velocidade num declive.
O funcionamento do freio hidráulico tem por base
a aplicação da "Lei de Pascal". O motor desenvolve uma
potência que leva o veículo do estado de repouso até a
respectiva velocidade. Essa potência precisa ser
transformada quando se deseja diminuir a velocidade do
veículo ou pará-lo totalmente, tarefa que cabe ao freio. O
freio atua no sentido de transformar a energia cinética do
veículo em calor, através do atrito.
8
Figura 3 – Esquema de freio geralmente utilizado num
veículo.
9
Há dois tipos de sistemas de freio a disco: fixos
(possuem pistões em ambos os lados, que quando
acionados encostam as pastilhas no disco) e flutuantes
(empurra o pistão e encosta a pastilha interna contra o
disco de freio e ao mesmo tempo a pinça movimenta-se
para trás do pistão. Apresenta construção mais
compacta).
A pressão hidráulica para acionamento do sistema
é gerada através do cilindro mestre, acionado pelo
condutor. O reservatório de fluido garante o fornecimento
de fluido quando aumenta a absorção devido ao
desgaste das pastilhas. O equilíbrio da pressão quando
não é aplicado o freio é dado pelo furo de compensação
(0,7mm de diâmetro). Há dois tipos de cilindro mestre:
simples e duplo.
Logo há vários tipos de circuito de freio:
com cilindro mestre simples: a saída do
cilindro alimenta todos os freios
simultaneamente, logo um vazamento
acarreta a perda total do freio.
com cilindro mestre duplo por eixo: cada
saída alimenta um eixo.
com cilindro mestre duplo cruzado: uma
saída alimenta a roda dianteira esquerda e
a traseira direita e a outra saída alimenta as
rodas restantes. Neste caso o pistão
primário do cilindro tem curso útil igual ao
secundário e o raio de rolagem deverá ser
negativo na suspensão dianteira.
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servo freio utiliza como fonte de energia o vácuo
existente na admissão do motor.
Resumindo temos o quadro abaixo:
Cilindro Mestre:
Cilindro Mestre é acionado através do pedal de
freio do veículo, cuja função é transmitir
pressão hidráulica para acionar as pastilhas
contra o disco e parar as rodas do veículo.
Servofreio:
O Servofreio é um equipamento destinado ao
motorista para um maior conforto no
acionamento do pedal de freio, podemos dizer
que o Servofreio é um multiplicador de forças.
Ele se ultiliza da pressão atmosférica
combinada com o vácuo gerado pelo motor.
Válvulas Equalizadoras de Pressão:
Atuam como reguladoras de pressão entre as
rodas dianteiras e traseiras. São as
responsáveis pelo equilíbrio do veículo no
momento da frenagem.
Cilindro de Roda:
Sua função é transformar a pressão vinda do
cilindro mestre através do fluído em força
mecânica aplicada sobre as sapatas de freio.
Freio a Disco:
Para proporcionar uma melhor frenagem foi
desenvolvido o Sistema de Freio a Disco onde
os principais componentes são: Disco,
Conjunto de Pinça e Pastilha.
Freio a Tambor:
A dois tipos: Simplex e Duo-servo.
O tambor faz atrito com as lonas no momento
da frenagem.
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Fluido de Freio
Responsável pela transmissão de pressão
gerada no cilindro mestre para os freios das
rodas.
Sistema ABS:
Com esse sistema se obtém algumas
vantagens como:
Melhor dirigibilidade - controle sobre as rodas
dianteiras;
Melhor estabilidade - controle sobre as rodas
traseiras;
Menores distâncias de paradas no ato da
frenagem.
Material de Fricção
Geram atrito suficiente para diminuir ou parar a
roda de um veículo.
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3. Fundamentos
Para fazer com que o sistema de freios tenha a
eficiência necessária, dois princípios de Física são
aplicados em um sistema básico:
Momento
Multiplicação hidráulica
3.1. Momento
13
relações de comprimento ao invés disso, fossem de 3
para 1, a força aplicada ao lado maior, seria 3 vezes
maior do outro lado e, assim sucessivamente.
Porém mesmo usando uma alavanca no pedal de
freio, o tamanho da alavanca teria que ser muito grande.
Outro inconveniente vem do fato que o curso seria
igualmente grande para gerar a força necessária a
frenagem adequada do veículo, já que o deslocamento
do lado mais longo é tantas vezes maior que o presente
do outro lado, quantas vezes um braço é maior que o
outro.
14
Figura 5 – Esquema demonstrativo o Princípio de Pascal.
a = b I g (a = % g) m = G I g FR = G .b I g = G .a = Fed +
Fet
16
não é realizável principalmente pelo ponto máximo da
curva de aderência não ser estável, pois a
escorregamento relativo pneu-solo.
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Figura 6 – Esquema simplificado de freio.
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Introdução a Freios Automotivos – Guilherme Rossi Zangarini
4. Material de Fricção
O material de fricção é um aglomerado de
matérias, submetidos a mistura em proporção o conforme
formulação.
Este é prensado quando é pó, calandrado quando
é massa, manufaturado seu formato, acabamento e
secagem em fornos. No caso de utilização em freios,
deve estar capacitado para suportar as seguintes
condições:
Resistência ao impacto, tendo uma
determinada dureza;
Flexibilidade, com o objetivo de
acompanhar as deformações;
Resistência térmica, devido a necessidade
de suportar temperaturas sem grandes
modificações físicas;
Baixo coeficiente de desgaste;
Baixo nível de ruído;
Não ser excessivamente agressivo;
Boa estabilidade em seu coeficiente de
atrito.
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dureza confiável e uma boa resistência ao desgaste nas
mais variadas condições de uso.
Os primeiros freios foram eitos de couro e de
tecidos de algodão impregnados com asfalto/borracha. A
partir de 1905 o asbesto (ou amianto) foi usado como
material de fricção de guarnições, lonas de freios e
discos de embreagem para automóveis, caminhões,
tratores..., devido a suas excelentes características
térmicas as quais lhe conferem boas propriedades, como
material de reforço, mas devido ao efeito cancerígeno em
seres humanos o asbesto está sendo proibido em
diversos países. Logo, procura fibras para substituir o
asbesto como material de reforço.
Segundo LIMBERT (1999), a composição básica
das pastilhas de freio é descrita da seguinte maneira:
Reforços (Fibras): Provêm a resistência e
rigidez necessária para as pastilhas. No
caso de ressecamento as fibras mantêm a
forma prévia do material. Para altas
temperaturas no material de fricção as
fibras proporcionam estabilidade térmica.
Os materiais de fibra incluem asbesto (ou
outras fibras) e palha de aço.
Modificadores de fricção: geralmente são
elastômeros que proporcionam
propriedades mecânicas e resistência ao
desgaste, agentes de cura e outros que
afetam a uniformidade da fricção. Latão,
zinco ou outros metais são adicionados
para controlar as propriedades abrasivas e
para limpesa total da superfície do disco.
Alguns tipos de elastômeros são:
o Borracha natural: caiu em desuso
devido ao seu alto custo e ao fato de
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que exala um forte cheiro quando
aquecida.
o Borracha de estireno butadieno:
usada em combinação com resinas
fenólicas, oferece rigidez e
resistência mecânica adicional.
o Borracha de acrilonitrila butadieno:
oferece melhor resistência ao calor
que outras borrachas, auxilia na
eficiência e melhora a compressão
contra a superfície oposta.
o Ligantes (Matrizes): São os materiais
aglutinantes que mantém os
materiais da pastilha juntos. Os
ligantes mais comunmente usados
são os fenolformaldeídos e podem
ser de dois tipos:
o Resina crisol: São duras e
quebradiças mais resistem ao calor.
o Novolak: precisa de um agente para
completar a cura. Outras resinas
alternativas são:
o Resinas de óleo modificado (de
linhaça, de rícino, de soja) –
oferecem flexibilidade e aumentam
as cargas de fricção.
o Resinas de óleo de castanha de caju
– Aumentam a eficiência e ternam o
freio mais silencioso.
o Resinas fenólicas modificadas por
elastômeros – oferecem flexibilidade
e altos coeficientes de fricção.
o Resinas fenólicas modificadas por
óxidos metálicos – aumentam a
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resistência ao calor e reduzem os
tempos de cura.
o Resinas fenólicas modificadas por
ácido bórico – melhoram a
resistência ao calor e diminuem o
desgaste.
Material de preenchimento (Recheio ou
Cargas Minerais): São minerais
indispensáveis para aumentar a vida da
pastilha, preenchendo os espaços e
minimizando os custos. Tais materiais
podem ser:
o Sulfato de bário: Famoso pelo baixo
custo, embora possus grande
densidade específica. Aumenta um
pouco o desgaste e reduz o nível de
fricção. Tem alta estabilidade
térmica.
o Carbonato de cálcio: Tem menor
densidade específica entretanto é
menos resistente ao calor que o
sulfato de bário.
o Sílica (dióxido de silício): É um
abrasivo suave e pode aumentar o
peso do material de fricção em até
5%.
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misturada com uma solução de resina
fenólica é usada para pintar a superfície
final da pastilha. Dessa forma é possível
polir e moldar a superfície do disco durante
os 100 primeiros quilômetros de uso,
combatendo a baixa fricção inicial sem
reduzir a vida da pastilha.
Óxido de cromo: aumenta a fricção mas
não é usado devido ao alto custo.
Óxido de zinco: tem algum efeito
lubrificante e oferece resistência ao
desgaste, porém pode causar o desgaste
do disco.
Cal (hidróxido de cálcio): oferece dureza e
combate a ferrugem em fórmulas contendo
palha de aço e partículas de ferro.
Óxido de cobre: aumenta o nível de fricção
mas não garante a qualidade da superfície
do disco.
Óxido de ferro: os diferentes tipos são
usados para aumentar o nível de fricção e
dar alguma estabilidade térmica.
Óxido de ferro vermelho (hematita): é um
suave abrasivo, usado como agente polidor
da superfície.
Óxido de ferro preto (magnetita): em
fórmulas semi-metálicas é usada para
elevar a fricção à frio.
Óxido de magnésio: usado para aumentar a
estabilidade térmica das resinas. No estado
fundido aumenta o nível da fricção.
Grafite: reduz o nível de fricção e evita o
superaquecimento instantâneo com
redução do atrito conhecido como “fade”.
23
Lascas de latão: até 4% em peso é
suficiente para controlar o “fade”.
Pó de cobre: Aumenta a eficiência, é bom
condutor, em altas quantidades provoca
desgaste.
Chumbo: oferece estabilidade friccional em
altas temperaturas é altamente tóxico.
4.1. O Asbesto
24
4.2. Propostas de Substitutos para o Asbesto
25
Fibras de celulose: tornam o freio mais
silencioso e o material mais elástico.
Poliéster: é uma fibra orgânica, mas possue
desempenho inferior ao da poliacrilonitrila.
Fibra de vidro: tem tido sucesso em
substituir o asbesto mas possui ponto de
fusão baixo.
Fibras de algodão: presentes em muitos
materiais de fricção em veículos pesados.
Fibras de aramida: possui propriedades que
oferecem resistência mecânica e ao calor,
além de facilitar a manufatura das fórmulas
sem asbesto. Entretanto seu custo fez com
que as fórmulas tivessem seu teor
reduzidos.
Carbono: apresenta peso reduzido, boa
condutividade térmica, alto calor específico,
possui resistência mecânica e é
termicamente estável.
27
5. Física da frenagem
Consideremos um veículo tipo automóvel, de
massa m em movimento no plano horizontal
desacelerado por ação das forças de atrito F1 e F2
atuando nas rodas dianteiras e traseiras,
respectivamente. A figura abaixo apresenta o esquema
das forças atuantes:
N1 N 2 P m g (5.1)
F1 F2 m (5.2)
N1 a N2 b F1 F2 h 0 (5.3)
28
A expressão empírica para as forças de atrito
fornece as condições subsidiárias:
F1 1 N1 (5.4a)
F2 2 N 2 (5.4b)
g 2 a 1 b
a b 1 2 h
(5.5)
29
6. Freio a Disco
O freio a disco recebe pressão hidráulica gerada
pelo cilindro mestre, transformando-a em força mecânica
através dos êmbolos, que pressiona as pastilhas contra o
disco.
Por causa de sua concepção, não está sujeito a
certos tipos de defeitos que normalmente ocorrem nos
sistemas de freio a tambor, por efeitos como sujeiras,
lama, água, etc.
Por ser mais exposto que o freio a tambor, a sua
refrigeração é muito maior, principalmente quando o
veículo está em movimento, dissipando o calor
rapidamente e dificultando que o material de atrito
(pastilhas de freio) venha a perder sua eficiência por
excesso de calor, quando o freio for muito solicitado.
Os freios a disco foram projetados para equipar os
freios das rodas dianteiras dos veículos, mas devido a
sua eficiência, praticidade e baixo custo de manutenção
estão sendo também, largamente empregados nos freios
das rodas traseiras dos veículos, como também em
veículos de médio e grande porte.
30
6.1. Componentes
31
7. Pastilhas de Freio: São comprimidas pelo êmbolo,
se atritando ao disco.
8. Parafuso Sangrador: Adequadamente, elimina o ar
do sistema hidráulico.
9. Coifas: Revestem as partes devidas protegendo-
as da contaminação por sujeiras.
10. Coifas dos pinos deslizantes: Revestem as partes
devidas protegendo-as da contaminação por
sujeiras.
6.2. Dimensionamento
V 2 Vo2 2 X (6.1)
onde:
32
V = Velocidade final
Vo = Velocidade máxima
α = Desaceleração do veículo
X =Espaço máximo para frenagem
m
Feixo ( g (d a) h) (6.2)
d
onde:
Feixo = Reação normal no eixo em situação dinâmica
m = Massa do veículo
d = Distância de entre eixos
a = Distância horizontal do eixo ao C.G.
h = Altura do C.G.
33
Pascal); e que, na dianteira, o torque produzido pelo freio
é igual ao torque das duas rodas, chega-se à equação:
F R pneu A
pinça
eixo solo 2 μ past l F R
2 pedal Ac.mestre disco
(6.3
)
onde:
solo = Atrito com o solo sem derrapagem
Rpneu = Raio do pneu
pastilha = Coeficiente de atrito entre a pastilha e o disco
de freio.
l = Razão de alavanca do pedal de freio
Fpedal = Força aplicada ao pedal de freio
Apinça = Área do pistão da pinça
Ac.mestre = Área do pistão do cilindro mestre
Rdisco = Raio efetivo do disco de freio (distância da linha
de centro dos pistões até o centro do disco)
A
pinça
F R pneu 2 μ past l F R (6.4
eixo solo pedal A disco
c.mestre )
34
6.3. Roteiro sugerido para dimensionamento
35
O disco deve ser o mais leve possível para ter
menor inércia girante. Veja a seção 9 para a escolha do
melhor tipo de disco para a aplicação requerida.
Os discos devem ser usinados a partir de tarugos
(e nunca de chapas!) devido as suas características
metalográficas para não empenarem.
Escolha o fluido de freio que suporte altas
temperaturas e que tenha especificações de acordo com
a exigência do projeto.
36
também passam a ter um local para sair e quanto mais
"limpa" for a superfície de contacto melhor será a
eficiência do freio. Com chuva, eles têm um
comportamento muito melhor, pois permitem escoar a
água muito mais rapidamente. Em uso off road serve
também para a eliminação de lama.
37
6.6. Exemplos de Disco
Stock car
38
Na troca de pastilhas sempre substitua ou
retifique os discos de freio;
A espessura dos discos de freio do mesmo
eixo deve ser igual;
Troque sempre os discos de freio e as
pastilhas de freio do mesmo eixo;
Lave os discos de freio com desengraxante
antes de ser montado no veículo;
Limpe as faces de contato entre o disco de
freio e o cubo;
Depois de retirada, a pinça de freio não deve
ser fixada apenas pelo flexível. O correto é
pendurá-la de forma que não force o flexível,
evitando assim possíveis vazamentos e
formação de bolsas;
Não use alavancas ou chaves de fenda para
recuar as pastilhas e êmbolos. Deve-se abrir o
sangrador para evitar que o fluído contido nas
pinças não retorne para o reservatório;
O ideal é usar o "sargento" para o recuo das
pastilhas e êmbolos da pinça, com o sangrador
aberto, recua-se até o fim do curso do êmbolo.
39
7. Freio a Tambor
O calor produzido durante a frenagem precisa se
dissipar rapidamente na massa de material do tambor de
freio e se transfira imediatamente ao ar ambiente para
limitar o aumento da temperatura no freio a tambor. O
tambor de freio deve ter suficiente condutibilidade térmica
e deve ainda resistir à fadiga causada pela diferença de
temperatura entre a superfície interior e a exterior. A
superfície interna do tambor serve de contato para a lona
de freio. Para uma frenagem eficiente, é necessário que
este contato seja superior a 90% da área de trabalho da
lona.
40
principalmente na parte superior desta, fazendo com que
a pressão de contato seja maior nessa região.
41
resulta na centralização automática das sapatas no
tambor.
Este tipo tem uma menor razão torque por força
exercida pelo pedal de freio. Quando o veículo se
movimenta para frente, a sapata primária é mais
solicitada do que a sapata secundária, com isso damos à
sapata primária o nome de sapata energizada e para a
sapata secundária damos o nome de sapata
desenergizada. Com o veículo se movimentando à ré, a
atuação das sapatas se inverte.
42
de regulagem automática, adicionando-se a força
aplicada pelo cilindro de freio.
Isto resulta numa multiplicação de forças e,
conseqüentemente, numa diminuição do esforço por
parte do motorista ao frear o veículo, daí a denominação
servo.
7.3. Dimensionamento
Fcm F
Ph (7.1)
Acm Acr
Pmax w r d
Mn 2 2 1 sen2 2 sen21 (7.2)
4 sen max
Pmax r w
r cos 1 cos 2 cos 2 2 cos 21
b
Mf (7.3
sen max 4
)
43
Com a soma dos momentos é possível obter a
força aplicada F:
F c Mn M f 0 (7.4)
Pmax
T w r2 cos 1 cos 2 (7.5)
sen max
44
7.5. Cuidados com a Instalação e Manutenção
45
destas impurezas reduz o atrito entre as lonas
e o tambor, tornando a frenagem ineficiente;
Freadas contínuas ou carregamento impróprio
do veículo causam o superaquecimento dos
freios, comprometendo sua performance;
Verifique o sistema de freio a cada 5.000 km.
46
8. Comparações entre Freio a Disco e a
Tambor
Freios a tambor são muitos sensíveis às
mudanças no coeficiente de fricção que varia conforme a
razão da força de fricção com a força atuante definindo a
efeciência do freio. Uma pequena mudança no
coeficiente de fricção requer uma força normal bem maior
na sapata para o mesmo torque. Já o freio a disco não
tem esse problema, porque seu torque desenvolvido é
linearmente proporcional ao coeficiente de fricção e uma
pequena mudança no coeficiente não o afeta tanto.
Contudo, o principal problema do freio a disco é a falta da
auto-energização. Devido a esse problema o freio a disco
necessita de maior potência.
47
9. Defeitos mais comuns
Alavanca ou pedal de freio sem resistência (Freio a
Disco)
Bolhas de ar ou vazamentos no sistema
hidráulico.
Pastilha/disco contaminados com óleo.
Retentor do pistão da pinça gasto.
Reparo do cilindro mestre gasto.
Pastilha de freio e/ou disco gastos.
Pinça de freio não desliza adequadamente.
Nível de fluido de freio baixo.
Passagem de fluido obstruída.
Disco de freio empenado ou gasto.
Pistão da pinça gasta.
48
Cabo de freio prendendo.
Excêntrico do freio gasto.
Sapatas de freio instaladas incorretamente.
49
o Pastilha gasta.
o Problemas no reparo do burrinho.
o Ar no sistema.
o Nível do fluido de freio baixo.
o Fluido de freio contaminado com água.
Freio a Tambor
o Ajuste incorreto do freio.
o Lona de freio gasta.
o Tambor de freio gasto.
o Excêntrico do freio gasto.
o Sapatas de freio instaladas
incorretamente.
o Cabo de freio prendendo.
o Lonas de freio contaminadas.
o Sapata de freio gasta na área de contato
com o excêntrico.
50
10. Cilindro Mestre
Através do cilindro mestre se inicia a "Hidráulica
do Freio", introduzindo e controlando o processo de
frenagem, injetando e comprimindo o óleo, gerando a
pressão necessária para todo o Sistema de Freios. Sua
função é gerar uma pressão hidráulica em todo o sistema
de freios.
Existem vários tipos de cilindro mestre. Os mais
utilizados são:
10.1. Componentes
51
5. Gaxeta Primária: Veda a câmara geradora de
pressão na condição de acionamento.
6. Arruela Protetora: Protege a gaxeta primária,
evitando que ela se danifique.
7. Êmbolo: Sua ação deslizante é responsável pela
alimentação e drenagem do óleo.
8. Gaxeta Secundária: Veda o fluído sem pressão.
9. Arruela Trava: Age como topador de mola de
retorno.
10. Anel Trava: Impede que a Arruela Trava se solte.
11. Coifa: Proteção envolvente da gaxeta primária.
52
10.2. Funcionamento
53
Com o pedal do freio liberado, o êmbolo retorna
rapidamente ao repouso, empurrado pela pressão
hidráulica do circuito e mola de retorno do próprio
cilindro.
À medida que o êmbolo do cilindro mestre retorna,
a pressão do circuito diminui. E ao mesmo tempo as
molas de retorno das sapatas empurram de volta os
êmbolos dos cilindros das rodas. Dessa forma, ocorre o
retorno do fluido para o cilindro mestre.
No conjunto do cilindro mestre são encontrados
pequenos orifícios, que dificultam o retorno do fluido para
o seu interior, mesmo com a mola de retorno do cilindro
forçando o recuo do fluido. Note que foi representado
que, em situação de retorno, o êmbolo volta rapidamente.
O fluido presente no sistema, devido à sua inércia,
não volta com a mesma velocidade, pois isso acarretaria
uma pressão negativa na câmara geradora de pressão.
Nessa situação, a pressão na câmara geradora de
pressão diminui, ficando inferior à pressão atmosférica.
Na câmara anelar, a pressão é igual à atmosférica, pois o
fluido está ligado ao reservatório pelo furo de
alimentação.
Essa diferença de pressão faz com que a gaxeta
primária permita que o fluido, que se encontra na câmara
anelar com pressão atmosférica, atravesse, por um
orifício do êmbolo, facilmente pelo lado externo dos
lábios e passe para a câmara geradora de pressão.
Nesse estágio de retorno observa-se as seguintes
características:
Evita que numa segunda freada o condutor
sinta uma sensação de vazio, o que
causaria insegurança.
Que numa segunda freada o pedal fique
mais alto, devido ao excesso de fluido.
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Com o êmbolo em posição de repouso,
esse excesso de fluido retorna ao
reservatório pelo furo de compensação.
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11. Servo Freio
A função do servo de freio é reduzir a força
aplicada pelo motorista no pedal de freio, o processo se
dá através da diferença de pressão entre o vácuo gerado
pelo motor ou bomba de vácuo e a pressão atmosférica,
amplificando a força de atuação sobre o cilindro mestre e
proporcionando maior conforto ao motorista. Ele é
acionado mecanicamente através do pedal de freio em
conjunto com o vácuo (produzido pelo motor do veículo
ou pela bomba de vácuo), mais a pressão atmosférica.
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12. ABS (Anti-lock Brake System)
O sistema ABS evita que, durante uma frenagem,
a roda trave e comece a deslizar no chão. Em resumo, o
sistema de antitravamento de freios é a mais sofisticada
tecnologia, em se tratando de sistema de freios, que
proporciona ao veículo a máxima eficiência na frenagem,
sem considerar as condições do piso, para que o veículo
mantenha sua trajetória mesmo em situações críticas.
Foi criado pela empresa alemã Bosch, tornando-se
disponível para uso em 1978, com o nome "Anti-lock
Brake System", embora houvesse tipos de ABS
mecânicos desde os anos 1950.
O sistema hidráulico do freio atua reduzindo a
pressão a fim de evitar o travamento das rodas,
mantendo o atrito entre as rodas e a pista num valor
ótimo. Já o sistema eletrônico do ABS age recebendo
sinal dos sensores e enviando sinais de comando para o
atuador hidráulico.
12.1. Componentes
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12.1.1. Sensores de Velocidade nas rodas e Rotores
Dentados
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um conjunto convencional cilindro mestre/bomba é
usado.
Alguns veículos são equipados com atuadores que
utilizam motores elétricos ao invés de válvulas hidráulicas
para regular a pressão do freio.
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solenóide, e, a pressão do freio, na roda afetada, é
mantida constante.
Quando o módulo de controle detecta um
bloqueamento completo, ele comanda o atuador a
diminuir a pressão na roda afetada. Para realizar isso, a
válvula solenóide no atuador move-se para interromper a
pressão de fluido vinda do cilindro mestre e permite que
o fluido, atuando no freio, escoe para o reservatório do
acumulador. No mesmo instante, a bomba contida dentro
do atuador, força o fluido do acumulador de volta ao
cilindro mestre. Quando isso ocorre, a pressão atuante
na roda diminui.
Quando todas as rodas estão girando
normalmente, a válvula solenóide no atuador retorna à
sua posição original e o sistema de frenagem
convencional volta a funcionar.
Se for necessário, um sistema típico anti-
bloqueamento pode repetir esse ciclo por volta de 15
vezes por segundo.
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comando impedirá este bloqueio, dando um conjunto de
sinais ao comando hidráulico, que regulará a pressão do
óleo de freio individualmente, em cada roda.
Assim, o motorista poderá frear o veículo ao
máximo, sem que trave as rodas, proporcionando assim,
uma boa dirigibilidade com tranqüilidade e segurança. O
ABS permite que se aplique o freio com o máximo de
força sobre o pedal ao contornar uma curva em alta
velocidade mesmo com a pista molhada ou escorregadia,
mantendo o total controle do veículo. O ABS é um
importantíssimo avanço tecnológico rumo à segurança
total dos condutores de veículos.
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