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por Meca
Farpatoon ENVIE AS SUAS SUGESTÕES,
Director: Miguel Correia PROLETÁRIOS DE TODO O MUNDO UNI-VOS!
CRÍTICAS e REFLEXÕES:
pcplordelo@gmail.com Web: pcplordelo.blogspot.com
Telm.: 964783409

Boletim político,
MAGUSTO/ social e cultural
editado pela
CONVÍVIO
Organização da
CDU LORDELO Freguesia de
Lordelo do PCP
OUTUBRO 2010
Série II, N.º 4
06 Novembro 2010
Sábado, a partir das 15 h
Levada do Souto A ADIL- Associação para
Pescando no
rio (esgoto) Aberto à população o Desenvolvimento
Ferreira...
Integral de Lordelo é

Lordelo é obra? uma instituição de refe-

rência da nossa cidade e
da região.
Em entrevista ao nosso
jornal, Duarte Meneses,
presidente da Direcção,
revela-nos as dificulda-
des e os projectos da
instituição e apela a
todos os lordelenses
que se tornem sócios.
Rua dos Cristinas Rua do Fornal

Recordar a nossa terra...

Conjunto musical “Os Lordes” nas antigas Cales da Ferrugenta ADIL: ao serviço da comunidade
2 A FARPA / Outubro 2010 / 2.ª Série / N.º 4
EDITORIAL
Os portugueses têm razão para estarem indignados e
profundamente preocupados com o futuro das suas
vidas e do país. As novas e brutais medidas de auste-
ridade anunciadas pelo governo na passada semana
vão reflectir-se de forma muita séria nas condições de
vida dos trabalhadores e do nosso povo.
Medidas de inquestionável gravidade em cima das
medidas anti-sociais que o governo do PS e o PSD
acordaram e têm vindo a impor ao país através do
famigerado PEC, nestes últimos meses.
Hoje não restam dúvidas sobre a verdadeira motiva-
ção do alarido, da dramatização à volta do défice e da
dívida que o governo do PS, o PSD, o CDS, o conjun-
to dos economistas do sistema e os fazedores de opi-
nião encartados ampliam em doses maciças: pôr os
trabalhadores e o povo a pagar a factura de uma crise
para a qual nada contribuíram.
Mais 2% de IVA que passa para 23%. Menos 5% da
massa salarial da Administração Pública. Mais 500
milhões de cortes no Serviço Nacional de Saúde e na
comparticipação nos medicamentos. Menos 20% para
o Rendimento Social de Inserção. Menos 250 milhões
de contos para as crianças no abono de família.
Enquanto que o sector financeiro continua a somar
lucros fabulosos!...
À ofensiva que está em curso, os trabalhadores e o
povo português têm respondido com o seu protesto e
a sua luta como se verificou no passado dia 29
Setembro, com a importante jornada de luta nacional,
organizada pela CGTP-IN que culminou com duas
grandes manifestações no Porto e em Lisboa, envol-
vendo muitos milhares de pessoas. A CGTP-IN, face
à gravidade do conjunto de medidas apresentadas
pelo governo do PS decidiu uma Greve Geral para o
próximo dia 24 de Novembro. Trata-se de uma deci-
são que tem a nossa inteira solidariedade e que vai
ao encontro da necessidade de dar um amplo comba-
te e uma decidida resposta à brutal ofensiva que aí
está!
A gravidade e a dimensão da ofensiva e dos proble-
mas exige uma forte resposta da luta dos trabalhado-
res, do povo, de todos aqueles que estão ser atingi-
dos pelas medidas e pela políticas anti-sociais e de
desastre nacional que estão em curso.
É no quadro da luta por uma alternativa, por um novo
rumo para o país que as eleições presidenciais que aí
vêm tem uma inegável importância no quadro da
actual situação do País e que a candidatura assumida
por Francisco Lopes assume um ainda maior relevo e
significado na mobilização dos portugueses para a
batalha da ruptura e da mudança.
Francisco Lopes, 55 anos.
Electricista; Funcionário do
PCP. Membro da Comissão
Política e do Secretariado do
Comité Central. Deputado à
Assembleia da República.
Em cima…
USF Salvador Lordelo: A entrada em funcionamento
desta Unidade de Saúde Familiar é um salto qualita-
tivo na melhoria da prestação dos cuidados primá-
rios de saúde aos lordelenses. Estão de parabéns
todos aqueles que contribuíram para que a USF fos-
se uma realidade, designadamente a equipa de pro-
fissionais que a constitui.
A meio…
Câmara Muni-
cipal de Pare-
des: A vinda
ao concelho,
nomeadamen-
te à nossa
cidade, do
Presidente da
República
Democrática
de Timor-
Leste, Ramos
Horta, um dos
rostos da resistência timorense nos tempos da ocu-
pação indonésia e Nobel da Paz, constitui um data
assinalável. Além da honra de termos recebido tão
ilustre personalidade, parte da nossa Zona de Indus-
trial foi alvo de limpeza que há muito necessitava. Só
é pena que estas limpezas se façam só nestas oca-
siões…
Em baixo…
Joaquim Mota: Não sendo novidade o conjunto de
asneiras que consegue proferir nas Assembleias de
Freguesia, destacamos a última de dizer que os
manuais escolares ficam desactualizados de ano
para ano, tendo por isso desvalorizado a proposta da
CDU no sentido da Junta de Freguesia criar um servi-
ço de recolha e troca de manuais escolares. Fica a
saber nosso presidente e seus acólitos que as reco-
mendações do Ministério de Educação apontam
para que as escolas adoptem manuais para pelo
menos 4 anos lectivos. Se assim não fosse, não exis-
tiria autarquias em Portugal com um serviço de
recolha e troca de manuais que são um sucesso.
Vejam o caso do Seixal e aprendam alguma coisa!
Carnaval de Lordelo: A demissão da anterior Comis-
são de Carnaval e a ausência de interessados que
assumam o trabalho de erigir um novo corso carna-
valesco, poderão levar ao fim um acontecimento
que trazia milhares de pessoas à nossa terra.
A FARPA / Outubro 2010/ 2.ª Série / N.º 4
Sessão da Assembleia de Freguesia de 27 Setembro 2010
No período antes da ordem do dia, o eleito da CDU
Miguel Correia enalteceu a data da realização da pre-
sente Assembleia. Uma data importante para Lordelo
porque entrou oficialmente em funcionamento a nova
Unidade de Saúde Familiar Salvador de Lordelo. Por
isso, saudou todos aqueles que lutaram para que este
acontecimento se concretizasse, desejando que os ser-
viços de saúde primários
em Lordelo melhorem
substancialmente.
Depois disto, abordou o
tema do polémico mas-
tro com a bandeira por-
tuguesa prometido para
o cruzeiro de Meda, que
poucos dias depois da
última sessão da Assem-
bleia de Freguesia se
ficou a saber que afinal já
não iria ser construído.
Afirmou que discutir a
A ponte do Lagar foi um dos temas abordados pela CDU
utilidade desta obra é
algo que já não interessa, mas o mais importante é
recordar que as Assembleias de Freguesias foram apro-
veitadas pelo presidente da Câmara para exibir uma
maqueta do famigerado mastro e prometer algo que
não cumpriu. Assim, em nome da CDU repudiou esta
forma de fazer política e apelou ao maior respeito por
aquele órgão, esperando que as obras prometidas para
Lordelo saiam do papel, e se possível sejam concretiza-
das nos prazos prometidos.
Aproveitou ainda para fazer 3 questões ao Executivo:
1) Na sessão desta Assembleia, realizada em 25 de
Abril, foi acordado que haveria uma reunião entre a
Câmara Municipal e a Junta de Freguesia, com a partici-
pação dos representantes dos partidos com assento
nesta Assembleia, para estabelecer os nomes a dar às
novas ruas. Decorridos 5 meses, pergunto quando vai
haver a tal reunião?
2) Na mesma sessão de 25 de Abril, foi aprovado por
unanimidade um protocolo entre a Junta de Freguesia
e uma empresa de recolha de óleos usados. O protoco-
lo já passou à prática? Qual o ponto de situação em
Lordelo no que concerne à recolha dos óleos usados?
3) A ponte do Lagar é um ponto de passagem entre a
nossa cidade e Rebordosa, utilizada por muitos lorde-
lenses e não só. Há muito tempo que esta passagem
necessita de ser requalificada, se possível sem alterar a
traça arquitectónica de uma ponte centenária. Além
disso, é uma ponte estreita sem protecção para auto-
móveis e peões, servida por uma rua – a rua do Rio
Ferreira que une a Rua da Abroeira à rua de Penhas-
Altas – que tem parte do seu percurso em terra batida
e em condições precárias. Quando pensa o Executivo
resolver esta situação? Tem algum projecto de requali-
ficação para esta zona da freguesia?
7
O presidente da Junta reiterou a importância da USF
em Lordelo e prometeu que, apesar do projecto do
mastro ter sido abandonado, a zona do cruzeiro de
Meda vai ser alvo de uma requalificação até final do
presente mandato. Informou ainda que a Torre dos
Alcoforados é propriedade da Junta de Freguesia.
Respondendo às questões colocadas pelo deputado da
CDU, disse que:
1) Os representantes dos
partidos com assento da
AF serão convocados
para a reunião sobre a
toponímia das novas
ruas, sem adiantar uma
data.
2) O protocolo referente
à reciclagem dos óleos
usados está em “banho-
maria” fruto das condi-
ções inviáveis propostas
pela empresa.
3) Não houve cedência
de terrenos para beneficiar a ponte do Lagar e seus
acessos, mas prometeu resolver esta situação até ao
final do mandato.
No período concernente à apresentação do Relatório
de Actividades da Junta de Freguesia do último trimes-
tre, Miguel Correia apresentou duas propostas:
1 - Criação do site ou blogue da Junta de Freguesia na
internet com conteúdos actualizados sobre a freguesia:
dados estatísticos, as actividades promovidas pela Jun-
ta e pelas associações, contactos importantes, pontos
de interesse histórico, turístico e cultural, regulamen-
tos, serviços disponíveis, actas das Assembleia e outros
documentos de interesse público, composição e nome
dos eleitos do Executivo e da Assembleia e, em espe-
cial, a divulgação de toda a informação referente aos
empregos disponibilizados pela Junta de Freguesia e
pela Câmara Municipal de Paredes.
2 - Criação de um serviço de recolha e troca de manuais
escolares, de forma a aliviar a carga financeira que os
pais têm, no início de cada ano lectivo, com o material
escolar.
No período destinado à intervenção do público, inscre-
veu-se Carlos Ferreira, membro da Organização de Fre-
guesia de Lordelo do PCP, para criticar fortemente a
promessa não cumprida do mastro, classificando este
projecto de “estúpido”. Teceu duras críticas ao Executi-
vo pelo seu desleixo em relação à Zona Industrial, afir-
mando que a Junta de Freguesia devia ter vergonha de
receber o presidente de Timor-Leste no estado lastimá-
vel em que se encontra a Zona Industrial de Lordelo.
Num ataque de fúria, próprio quem não está habituado
à crítica, Joaquim Mota considerou vergonhosas estas
afirmações e apelou à participação da população na
inauguração da rua de Baucau, no dia 1 de Outubro.
 6 A FARPA / Outubro 2010 / 2.ª Série / N.º 4
O Operário que Tinha Muitos Nomes - Um Conto
Mesmo depois de ter passado uma vida inteira a fazer
essa coisa e não outra, voltaram a dizer-me, como o dis-
seram sempre, que não o sabia fazer. E quem mo disse
foi o mesmo que mo foi dizendo nos últimos 40 anos,
aquele que em mim mandava e tinha de mandar, a partir
do momento em que manhã cedo cruzasse eu o portão
da fábrica onde trabalhava. E eu, que fui ouvindo inicial-
mente como ensinamentos aquilo que facilmente se
transformou depois em insultos de toda a espécie, ao fim
de 40 anos ainda não conseguia perceber, se calhar por
ser verdade o que sempre me disseram a respeito da
minha falta de inteligência, porque estive tanto tempo
aqui, nesta fábrica, nesta função, sempre sem saber
como fazer bem as tarefas que me eram confiadas. Lá
tenho eu que dar razão, porque não encontro outra, à
ideia que tenho de mim próprio e que nunca me abando-
nou, ou não ecoassem ainda nesta tonta cabecinha cer-
tas palavras de mãe, que são sempre sábias como todos
sabemos, e que um dia me traçaram o fatal destino: “És
burro, não aprendes nada, por isso vais trabalhar”.
E eu lá fui, com 13 anos, trabalhar por ser burro. No iní-
cio, devo dizê-lo, estava convencido que esta burrice de
que a minha mãe falava era apenas não saber todas as
coisas que outros sabiam e demonstravam saber. Aper-
cebi-me então, pela prática, que afinal ser-se burro era
também alombar com fardos dolorosos, uns apenas
pesados outros apenas dolorosos, quando não os dois.
Paguei caro ter sido primeiramente burro na escola, se é
que alguma vez o fui, pois nunca reprovei, tendo voltado
a sê-lo na profissão que viria a ter. No entanto, que eu o
era mo disse minha mãe, que devia ser inteligente, pois
nunca precisou de ir trabalhar. Não saí a ela, devo ter
saído a meu pai, que morreu cedo e que não cheguei a
conhecer.
No meu primeiro dia de trabalho deixei logo à entrada,
numa folha amarelada, o meu nome. Que ali ficou, da
mesma forma que à entrada sempre ficou a minha velha
e cinzenta boina. Assim, nos primeiros anos enquanto
operário daquela fábrica, da porta para dentro não me
chamavam coisa nenhuma. Algum tempo depois, o meu
patrão, achando-se em falta para comigo neste direito
humano que é ter-se nome e identidade, encarregou-se
de me chamar não um, mas muitos nomes. Quando não
também aos meus progenitores, que esses, coitados,
nunca tinham deixado o seu precioso nome em folha
nenhuma, preservaram-no sempre nos lábios e no cora-
ção, até porque nunca souberam escrever.
Quando a repetição da tarefa que foi a minha, numa
hora de menor contentamento, mais me enfadava,
sonhava que em jeito de compensação me acontecesse o
que, segundo um boato que perpassava então por toda a
fábrica, havia a certa altura acontecido com o patrão e
um mais diligente operário. Mandou o chefe, como pré-
mio, ir o subordinado embora uma hora mais cedo. E
parti para a casa que era a minha, para a gente a quem
pertencia, com o nome que era o meu. E nada mais me
importou.
Ninguém sabe quem foi o feliz operário, nunca ninguém
parece ter presenciado a cena, mas todos imaginavam a
pequena grande alegria que deve ter sido passar por
toda a fábrica de sorriso aberto nos lábios, podendo
acima de tudo dizer que recebeu um prémio, mais do
que o que valia o descanso antecipado que ele apenas
significava. Nunca vi este sonho, meu e de todos os
outros, realizado. Havia que me contentar com os dias
em que menos fora chamado pelos nomes todos que
não tinha.
No entanto, porque tudo acontece mais cedo ou mais
tarde, embora como neste caso nem sempre significan-
do a mesma coisa, aconteceu enfim quererem mandar-
me embora, mas não por prémio. Não saí uma hora
mais cedo nem percorri a fábrica de sorriso nos lábios,
pois já sabia, já se sentia no ar e nos rostos de todos, o
que me iria acontecer. Chamaram por mim 5 minutos
antes do soar do maravilhoso toque da campainha, o
mesmo que ao final do dia sempre nos dizia: “ide, ide,
ide para junto das vossas mulheres e filhos, ide, ide, ide
que é hora de liberdade. Até amanhã”, tendo até então
havido sempre esse amanhã.
Chamaram-me à mesma cabine onde eu havia entrado
no primeiro dia, que fica ainda, passados 40 anos, junto
da entrada, já com a minha boina ali à vista, pendurada,
como sempre, no velho cabide. Começaram por me
dizer, sem mais delongas, que a fábrica não ia precisar
mais de mim. Deram-me uma folha para a mão, pedindo
-me apenas que confirmasse se o nome que constava no
topo da mesma era efectivamente o meu, e se estava
correctamente redigido.
Olhei a folha demoradamente. O patrão desconfiou da
demora, e perguntou se queria que mo lesse, insinuan-
do cinicamente que eu não saberia ler. Então, depois de
olhar fixamente o nome que ali estava, que era o meu e
que estava ainda onde o tinha deixado, contemplando a
assinatura de há quatro longas e penosas décadas, apro-
ximei-me da mesa, entreguei a folha, e respondi que
não. Ali nunca havia sido esse o meu nome.
O patrão, de semblante grave, preparava-se para reagir
em fúria, quando a sua relativa inteligência e capacidade
de raciocínio lhe permitiu interpretar fielmente o senti-
do e a razão de ser das minhas palavras. E acabou por
não dizer nada. Não precisava de o fazer. E então, após
um silêncio que disse tudo, perguntei se podia agora
voltar novamente ao meu posto de trabalho.
Respondeu-me, como eu já esperava, que não, que não
voltaria a trabalhar naquela fábrica. Peguei então na
boina, no nome e vim-me embora. E quando me parecia
que naquela fábrica ficava tanto de mim para receber
tão pouco, o que era verdade, vi que era também verda-
de que ali haviam ficado dois conjuntos de coisas que
eram demasiado para quem de mal fizera tão pouco: a
carga que tanto tempo fez de mim burro, e o conjunto
de nomes que tantas vezes, insultuosamente, me
haviam chamado.
Ivo Rafael Silva
A FARPA / Outubro 2010/ 2.ª Série / N.º 4
A Unidade de Saúde Familiar já abriu portas em Lordelo
No passado dia 27 de Setembro, entrou em funciona-
mento a nova USF - Unidade de Saúde Familiar Salva-
dor Lordelo, sita no Centro de
Saúde da nossa cidade.
Em declarações à imprensa,
Miguel Correia, porta-voz do
MUSS-L/R – Movimento de Uten-
tes dos Serviços de Saúde de Lor-
delo e Rebordosa, saudou o acon-
tecimento e desejou que a nova
USF seja a resposta às reivindica-
ções dos utentes. Tal como anun-
ciado em Abril, na edição de A
FARPA, a USF terá como principal
vantagem: a atribuição de médi-
co, enfermeiro e secretário clínico
a cada utente. Assim, deixou de
haver utentes sem Médico de
Família e na ausência de um médico, o utente não dei-
xará de ser consultado.
A USF Salvador de Lordelo passa a funcionar das 8h às
20h e a dispor de uma equipa multidisciplinar constituí-
da por 6 médicos (Beatriz Mendonça – a coordenadora,
Eugénia Toledo, Isabela Carvalho, Lina Ascenção, Timó-
teo Velosa e Tracey Fernandes), 6 enfermeiras
(Ermelinda Coelho, Joana Meneses, Manuela Costa,
Nazaré Gomes, Patrícia Ribeiro e Susana Barbosa) e 5
secretários clínicos (Emília Rocha, Fátima Carneiro, Fer-
nanda Carneiro, José Fraga e Júlia Coelho).
A Saúde em Lordelo e a actividade do PCP
Em 2003, o PCP e a Juventude Comunista Portuguesa
(JCP) de Lordelo avançaram para
uma Avaliação da Situação de Lorde-
lo no Domínio da Saúde. Entre 12 de
Julho e 18 de Agosto contactaram a
população para responder a um
inquérito sobre o grau de satisfação
dos utentes para com os serviços de
saúde públicos e privados. Obtidas
820 respostas nesse inquérito, con-
cluíram que:
- a opinião geral era que a situação
era má (59,3% das respostas), sendo
razoável em 36,3% e boa apenas em
3,1% das respostas;
- havia uma séria preocupação com
a assiduidade dos médicos bem
como o seu desempenho, considera-
do negativo, tal como na avaliação
dos administrativos nos serviços
públicos. Já com os enfermeiros, a
avaliação era mais positiva;
- 1/3 dos utentes não tinham médico de família;
3
Além das consultas programadas, marcadas com ante-
cedência para vigilância de saúde e prevenção de doen-
ça, a nova USF passa a dispor do
serviço de Consulta Aberta, para
atendimento de situações agudas
e marcadas no próprio dia e tam-
bém da Consulta Domiciliária,
destinada aos doentes incapacita-
dos de se deslocarem ao Centro
de Saúde.
Nas situações que não necessitam
de avaliação pelo médico
(renovação de medicação crónica
ou de credencial de fisioterapia e
avaliação de exames complemen-
tares de diagnóstico) o doente
deverá entregar o seu pedido no
secretariado e após 3 dias pode
procurar resposta.
A consultas podem ser marcadas por telefone (22 444
27 20), fax (22 444 50 56) ou email
(usf3972a@csrebordosa.min-saude.pt). Quando a USF
estiver encerrada e em caso de necessidade de consul-
ta urgente o utente deverá recorrer:
- SASU Paredes (Dias úteis das 20h às 22h. Fim-de-
semana e feriados das 9h às 21h);
- Urgência do Centro Hospitalar Tâmega e Sousa
(atendimento contínuo 24h); ou
- INEM (telefone 112 para situações urgentes).
- há uma predominância das consultas no serviço públi-
co, em detrimento do privado, reco-
nhecidos como prioritários em 30%,
talvez pela inexistência de especiali-
dades no Centro de Saúde, mas
igualmente pelas lacunas aí identifi-
cadas.
No dia 27 de Setembro de 2003
decorreu uma sessão/debate no
salão da Cooperativa A Lord com
Cristiano Ribeiro, Miguel Correia,
Luís Campos e José Fraga. Sublinhou
-se a importância de se obter indica-
dores da qualidade de serviços,
melhor acesso aos cuidados, mais
autonomia local, mais médicos de
família e mais motivação.
Os jornais locais e regionais e o bole-
tim A FARPA deram voz a uma inicia-
tiva louvável do PCP e da JCP de Lor-
delo.
http://registosdahistoria-pcp.blogspot.com/
4 A FARPA / Outubro 2010 / 2.ª Série / N.º 4 A FARPA / Outubro 2010/ 2.ª Série / N.º 4 5
Às críticas muitas vezes feitas à instituição e aos seus O problema do desequilíbrio financeiro da ADIL é uma
ADIL - Ao serviço da comunidade dirigentes, Meneses esclarece que “os membros da
Direcção ou dos órgãos sociais não auferem qualquer
das principais preocupações do dirigente. “Estamos a
ter prejuízo na ordem dos 4000 a 5000 euros por mês.
A ADIL – Associação para o Desenvolvimento Integral A instituição, que está actualmente no processo de tipo de rendimento, trabalham gratuitamente”. Estamos a aguentar porque tínhamos um pé-de-meia.
de Lordelo foi a primeira IPSS - Instituição Particular de obtenção de Certificado de Qualidade, dispõe de um Em resultado de um Se todas as pessoas
Solidariedade Social a ser criada em Lordelo. Fundada ATL (Actividades de Tempos Livres), que acolhe diaria- protocolo estabele- de Lordelo dessem
em 12 de Dezembro de 1990, a ADIL começou por mente cerca de duas dezenas de crianças as quais usu- cido entre o Centro um euro por mês
adquirir um autocarro para apoio às instituições da fruem de apoio ao nível dos cuidados básicos de ali- Regional da Segu- resolvíamos este
freguesia e mais tarde construiu o Centro Comunitário mentação e higiene; apoio escolar; actividade desporti- rança Social do Por- problema”. Esta
com duas áreas de actuação: va e lúdica, bem como apoio to e a instituição, preocupação levou
o Centro de Dia e o serviço psicológico e social. A creche desde Junho de o dirigente a fazer
de Apoio Domiciliário. Esta destinada às crianças até aos 2005 funciona nas vários apelos para
obra começou a sua activida- 3 anos está quase pronta, e instalações da ADIL que as pessoas se
de em 2001 e só foi possível só não abriu este ano lectivo o Gabinete de Aten- façam sócias, desig-
pela contribuição financeira porque “não temos inscri- dimento do Rendi- nadamente nas mis-
dos lordelenses, sensíveis ao ções suficientes para abrir, mento Social de sas onde também
problema dos idosos: o isola- só temos 7 inscrições… era Inserção, que acom- convidou todos a
mento, a doença, a solidão e um rombo no orçamento panha mais de 200 visitarem a institui-
a consequente necessidade abrir já porque exigia uma famílias de Lordelo. O refeitório do Lar e Centro de Dia ção. “Ultimamente
de ocupação do tempo. educadora e uma auxiliar As boas relações fui a todas as missas
Com o passar dos anos para tão poucas crianças…” entre a ADIL e as outras instituições de Lordelo são pedir às pessoas para visitarem a instituição, convidar
foram surgindo novas neces- A ADIL fornece apoio domici- motivo de orgulho para Duarte Meneses. Por exemplo, os idosos a passear e conviver com eles, porque eles
sidades pelo que se dá início liário diário a cerca de 40 a LORD disponibiliza as suas exposições à instituição ou estão muitas vezes sós”.
à construção do lar de ido- famílias, servindo-lhes as convites aos utentes para espectáculos organizados Em relação aos projectos futuros, o presidente da
sos, que começou a funcionar em Janeiro de 2006, ao refeições e tratando da limpeza da casa e das suas rou- pela Fundação. E mesmo o Centro Sócio-Educativo de Direcção aponta: um Centro de Cuidados Continuados,
qual foi atribuído o nome de Albano Jesus Amaral, tido pas. Um serviço cada vez mais requisitado, e como Parteira tem boas relações “ algo que nos é muito
como um dos principais impulsionadores da ADIL. adianta o presidente: “Se não fosse as condições de com a ADIL. “Quando eu querido e queríamos ver
Nome envolto ainda em alguma polémica, porque algumas casas esta assistência seria o ideal para os ido- cheguei havia um diferen- realizado o mais breve
alguns lordelenses acham injusto atribuir um nome de sos”. Além disso, trabalha em parceria com o Banco do entre as duas institui- possível”, de forma a dar
uma só pessoa a uma instituição para qual a freguesia Alimentar na distribuição de géneros às famílias caren- ções. Procuramos restabe- resposta àqueles que pre-
ajudou no seu todo, mas Duarte Meneses, o presidente ciadas da nossa terra. lecer relações de amizade cisam de cuidados após
da Direcção da ADIL, acha justo o nome e o busto de Para desenvolver todo este trabalho conta com uma e hoje inclusive participa- terem sido submetidos a
Albano Amaral porque “estou convencido sem ele o Lar vasta equipa constituída por mais de 30 funcionários, mos em actividades uns cirurgias e que não
não teria sido feito. Ele dedicou uma parte da sua vida entre auxiliares, cozinheiras, animadoras, administrati- dos outros”, afiança Mene- podem contar com a pre-
à instituição, especialmente na sua parte final”. vas. Conta ainda com o apoio diário de 2 enfermeiras e ses. sença de técnicos de saú-
O Centro Comunitário e o Lar Albano Amaral foram a visita do médico Luís Campos uma vez por semana. Mais recentemente, a ADIL O “velhinho” autocarro da ADIL de ou familiares; um novo
inaugurados a 12 de Julho de 2008 pela Secretária de A directora técnica da instituição é Dr.ª Mónica Santos. é a parceira do Projecto Lar para a 3.ª Idade (para
Estado Adjunta e da Reabilitação Idália Menezes Moniz. A restante direcção, eleita em 11 de Janeiro 2009 para Governamental CLDS – Centro Local de Desenvolvimen- o qual já foi oferecido um terreno na zona da Igreja
Actualmente, o Lar e Centro de Dia prestam apoio diá- o biénio 2009/11, é formada por Duarte Meneses to Social “Paredes Meias”, que tem como objectivo Matriz e do parque do Rio Ferreira); uma Universidade
rio a cerca de 50 idosos. Estes têm ao seu dispor vários (presidente), Maria Arnaldina Castelo (vice-presidente), identificar as carências do concelho no plano social Sénior e um Centro de Juventude, que “funcionaria
serviços ao nível da actividade física e lúdica e no apoio Maria José Martins (secretária), Carlos Costa Fernandes (desemprego, pobreza, toxicodependência, etc.) e pro- mais à noite e ao fim-de-semana e que pudesse funcio-
psicológico, médico e social. (tesoureiro) e Lúcia Leal e Silva (vogal). curar resolvê-las. Mas, como confessa Meneses: “Está a nar como sede da Universidade Sénior durante o dia”.
funcionar mas a ADIL tem que adiantar as verbas”. MC

O Bar com trabalhos realizados pelos utentes A creche está quase pronta Auditório Ginásio