Vous êtes sur la page 1sur 4

Trabalho sobre o capítulo 6 do livro “Economia Política”

de José Paulo Netto e Marcelo Braz.

Na análise que estamos fazendo do Modo de Produção capitalista, vemos que o objetivo
principal do capitalista, que é o representante do capital, é a obtenção do lucro. No
capítulo 6 as contradições desse modo de produção são reforçadas para que possamos
adentrar em novos problemas e aspectos, como a tendência à queda da taxa de lucro.

A rotação do capital representa o movimento do capital, onde o capital monetário, na


esfera da circulação, torna-se capital produtivo, quando está no processo de produção, e
torna a ser capital monetário quando a mercadoria é comercializada e realiza o processo
de obtenção da mais-valia. Entretanto, o movimento do capital não está preso apenas a
sua rotação.

A mais-valia, formada na produção a partir da exploração da força de trabalho, sob


forma de lucro, é dividida entre industriais, banqueiros e comerciantes. O capital total é
então separado em capitais específicos: industrial, bancário e comercial. Esses
possuidores do capital formam os grupos que compõem a burguesia, e cada um
desempenha um papel importante na produção capitalista, já que seria inviável apenas
um desenvolver todas as atividades na movimentação do capital.

A função do capitalista industrial é investir no processo de produção, transformando o


capital monetário em capital produtivo, aumentando assim o capital variável para,
consequentemente, aumentar a mais-valia. A função dos capitalistas comerciais está em
transformar o capital produtivo que está nas mercadorias em capital monetário. A
função dos banqueirosé desenvolver o capital monetário inicial para o investimento na
produção. Como o objetivo de todos esses capitalistas é o lucro, existe sempre uma
ampla concorrência, seja entre esses três grupos, ou entre os componentes de cada
grupo. Não existe o MPC sem a concorrência, sem a disputa da mais-valia produzida
pelos trabalhadores.

Entretanto, o lucro não é a mesma coisa que a mais-valia. A taxa de lucro(p) é calculada
considerando a relação entre a taxa de mais-valia(m’) e o investimento total, que é a
soma do capital constante e capital variável (c +v):

𝑝= 𝑚′𝑐+𝑣
Isto quer dizer que, a taxa de lucro é sempre inferior à taxa de mais-valia, pois dela
ainda é levado em conta o capital investido no processo de produção. Então, a taxa de
lucro que realmente determina a renda final do capitalista.

Para um resultado mais rentável, o capitalista investe o seu capital no ramo produtivo ou
na empresa em que a taxa de lucro é mais alta, pois ela pode variar entre empresas do
mesmo ramo e de ramos diferentes. Essa oscilação é explicada pelos diferentes graus de
mecanização e pelas formas variadas de se produzir, fazendo com que iguais
investimentos resultem em diferentes taxas de lucro.

Um exemplo, no entanto, que nos mostra que o comportamento do capitalista em


relação à aplicação de um capital em empresas não se baseia apenas na taxa de lucro é o
seguinte: tomemos duas empresas, A e B, ambas com taxa de mais-valia igual e máxima
(100%). Em A, a composição orgânica é C= R$ 5.000.000,00 e V= R$ 5.000.000,00 e
em B, C= R$ 8.000.000,00 e V= R$ 2.000.000,00. Considerando então que os produtos
sejam vendidos pelo seu respectivo valor, teremos distintas taxas de lucro, em A 50% e
em B 20%. Pela lógica anteriormente apresentada, se teria um processo de migração de
capital para as empresas menos avançadas, com respectivo capital variável maior, como
a empresa A. Entretanto, a concorrência gerada no modo de produção capitalista faz
com que o preço do produto seja determinado não apenas pelo seu valor enquanto
mercadoria, e sim pelo preço socialmente determinado, que é o tempo socialmente
necessário para produção da mercadoria. Logo, à longo prazo será a empresa que mais
se avançou e, portanto, consegue produzir mais rapidamente, que terá um maior lucro e
atrairá mais capital a ser investido.

De forma a dar um exemplo que nos mostre a concorrência entre empresas de ramos
diferentes, tomemos X, uma empresa têxtil, Y, metalúrgica e Z, de produção de bens de
capital. Todas com a taxa de mais-valia igual, 100%, porém, com composição orgânica
diferenciada, na qual a de X é C= R$ 7.000.000,00 e V= R$ 3.000.000,00; em Y, C=
R$8.000.000,00 E V= R$ 2.000.000,00 e em Z, C= R$ 9.000.000,00 e V= R$
1.000.000,00. No caso, se as mercadorias fossem vendidas a seu preço, teríamos as
respectivas taxas de lucro: X= 30%, Y= 20% e Z= 10%. Mais uma vez observamos que
a migração de capital não ocorre no sentido óbvio, de onde se tem uma maior taxa de
lucro para uma onde se tenha uma menor e sim de onde se tem um maior índice de
modernização, portanto, menor capital variável investido e menor o tempo socialmente
necessário à produção, para a menos moderna.

A concorrência no MPC é tão grande que acaba por gerar uma onda de modernização
nas empresas mais atrasadas, de forma a alcançar o ganho das mais avançadas. Esse
processo, por ser interminável, sucumbe muitas empresas e fortalece outras. Desse
modo, podemos detectar uma tendência ao nivelamento da taxa de lucro de tal forma
que se poderia criar uma taxa média de lucro.

O preço é uma expressão monetária do valor, entretanto os dois não são categorias
idênticas. Nos exemplos anteriores, das empresas A,B e X,Y,Z nota-se que há uma
afirmação da frase anterior, ou seja, os preços não correspondem aos seus valores.

No caso das empresas A e B, apesar de A ter obtido um maior lucro, o capital não
mudou de B para A, porque na concorrência, os preços de tecidos produzidos por A
inviabilizaram, sua venda, uma vez que, para o mercado não interessa o tempo de
produção desperdiçado, e sim o trabalho socialmente necessário. Por isso, entende-se
que o mercado penaliza as empresas que não se modernizam, pois a produção da sua
mercadoria leva mais tempo do que o considerado “necessário”. Essa ´penalização se
expressa através do nivelamento da taxa de lucro, sendo assim reduzirá a da empresa A
e elevará a da empresa B.
Quando o movimento do capital estabelece uma taxa media de lucro(p’), a mercadoria
deixa de ser vendida pelo seu valor(v) e passa a ser vendida pelo seu preço de
produção(pp):

v=c+v+m → pp=c+v+p’
É isso que ocorre nos exemplos das empresas A e B.

Duas anotações são importantes para a compreensão desses fatores, uma diz respeito à
relação entre preço e produção de valor. O fato do preço de produção não expressar o
valor de uma mercadoria não descaracteriza a lei do valor, pois visto que alguns
capitalistas vendem suas mercadorias por preços superiores, ou inferiores aos
correspondentes haverá a equivalência entre a soma dos preços das produções e a soma
dos valores de todas as mercadorias. A outra anotação está relacionada ao papel do
mercado, esta é popularmente chamada de “lei da oferta e da procura”. Apesar de ser
considerada superficial e ideológica(pois as próprias ofertas e procuras só são possíveis
a partir da produção e destinação do excedente econômico e das suas bases sociais), ela
interfere no preço mediante o qual as mercadorias se realizam, isto é, preço de mercado,
e este nem sempre coincide com o preço de produção. Em geral é possível afirmar que
“a lei” tende a alinhar o preço da mercadoria ao preço de produção.

A sociedade é o sistema de relações que seus membros estabelecem entre si. Por meio
de uma análise social, busca-se o conjunto de tendências que estão contidas no
movimento social e que, por alguma razão, resultam em coisas que não estavam
inseridos na vontade dos indivíduos sociais.

Trazendo essa concepção para o universo capitalista, percebe-se a sua pertinência, visto
que muitas vezes, os desejos e motivações de um sujeito acabam gerando consequências
que colidem completamente com os interesses do conjunto capitalista. Um exemplo
disso é a tendência à queda da taxa de lucro.
Um capitalista inovador, por exemplo, com o objetivo de minimizar os seus custos,
investe em métodos produtivos que reduzem o tempo de trabalho socialmente
necessário. Ao vender sua mercadoria, estabelece um preço de mercado e há uma
redução do valor. A concorrência, por não possuir a tecnologia, mantém os preços de
mercado acima daquele valor. Porém, ao ver que está em desvantagem, adota o novo
meio, equilibrando novamente o preço de mercado e a vantagem que antes existia,
desaparece. Na medida em que o capitalista tenta maximizar seus lucros, a taxa de lucro
tende a cair. Ou seja, ao introduzir novos métodos produtivos em busca de mais lucro, o
capitalista se beneficia individualmente. Mas, a partir do momento em que todos fazem
isso, a queda da taxa de lucro afeta a classe inteira.
Porém, essa é a apenas uma tendência que serve de obstáculo ao capitalismo. Ao longo
da história desse método de produção, desenvolveram-se meios de reverter essa
situação, como o barateamento do capital constante, a elevação da intensidade de
exploração, reduções salariais, o exército industrial de reserva, o comércio exterior e o
capitalismo monopolista.

Vous aimerez peut-être aussi