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Publicado na I Conferência Latino-Americana de Construção Sustentável/10º Encontro Nacional de Tecnologia

do Ambiente Construído. São Paulo. 2004.

GESTÃO ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES UNIVERSITÁRIAS

Rubem Cesar Rodrigues Souza (1); Márcia Drumond Sardinha (2);


(1) Núcleo de Eficiência Energética (NEFEN)/Univ. Fed. Amazonas (UFAM), rcsouza@internext.com.br
(2) Núcleo de Eficiência Energética (NEFEN)/Univ. Fed. Amazonas (UFAM), marcia_sardinha@hotmail.com

RESUMO
Este trabalho apresenta os resultados parciais da implantação de um sistema de gestão energética no
campus da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), desenvolvido pelo Núcleo de Eficiência
Energética (NEFEN). O projeto contempla a substituição de equipamentos e a setorização de
iluminação, a substituição de sistemas de ar condicionado central por unidades individuais, a
instalação de um sistema de supervisão em tempo real de subestações, a implantação de um software
desenvolvido pelo NEFEN para gestão energética e a adoção de várias medidas administrativas e de
conscientização. A metodologia de gestão incorpora preceitos de gestão de qualidade e da gestão
ambiental. O projeto está sendo financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), no
âmbito do EDITAL CT-INFRA/Institucional: FINEP 02/2001-2ª Etapa.
Palavras-chave: eficiência energética – diagnóstico energético - gerenciamento de energia

1. INTRODUÇÃO

Este artigo apresenta resultados parciais da implantação do sistema de gestão para eficientização
energética da Universidade Federal do Amazonas, cujas ações estão sendo financiadas pela
Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), no âmbito do EDITAL CT-INFRA/Institucional: FINEP
02/2001-2ª Etapa, através do projeto “Implantação do sistema de gestão para eficientização energética
da Universidade Federal do Amazonas”. No referido projeto foram estabelecidas metas referentes ao
monitoramento da carga, reforma das instalações elétricas, ações de eficiência nos usos finais
(iluminação e climatização), correção de fator de potência, campanha de divulgação e conscientização
na comunidade universitária e implantação do sistema de gerenciamento de energia elétrica a serem
implementadas em um período de 18 meses.
O referido projeto tem como finalidade principal implementar um programa de gestão energética de
caráter institucional. Desta forma pode-se garantir a manutenção, atualização e melhorias no referido
programa. Um programa de gestão energética, além da implementação e monitoramento das ações de
eficiência energética, estabelecerá as rotinas referentes ao uso racional e eficiente da energia dentro da
Instituição, desde a entrada de energia fornecida pela concessionária até os usos finais (climatização,
iluminação, e demais cargas). Desta forma serão necessários infra-estrutura, recursos humanos, agente
gestor e principalmente o comprometimento do dirigente da institucional.
Em decorrência do caráter da Universidade de formadora de profissionais e, portanto, de formadores
de opinião, parece ser obrigação de todos os usuários da Universidade “vestir a camisa” e colaborar
para um gerenciamento de energia, mostrando que a universidade além de indicar a teoria, ela executa
esta e mostra à sociedade que seus usuários assumem seus papéis de participantes do processo
deixando de ser meros expectadores.
Nos tópicos seguintes será mostrado o estágio atual da implementação das metas citadas.
2. METODOLOGIA

2.1 Caracterização da Universidade Federal do Amazonas (UFAM)


Conforme UFAMAM (2004), a Universidade Federal do Amazonas foi fundada em 17 de janeiro de 1909,
sendo a primeira instituição de ensino superior do País. Atualmente são oferecidas 2.517 vagas para 39
cursos com funcionamento na sede em Manaus e em alguns municípios do Amazonas. A UFAM
possui 11 unidades acadêmicas, a maioria localizada na Avenida General Rodrigo Octávio Jordão
Ramos, nº 3000, Campus Universitário – Coroado – Manaus/AM.
O campus universitário possui uma área de 6,7 milhões de m2, o que a torna a maior área
ár verde urbana
do País. Sendo encontradas várias espécies da fauna, tais como preguiças, pacas, sauins-de-coleira,
sauins e
da flora, em meio a uma grande porção de mata virgem. A parte construída corresponde a cerca de
35% do projeto arquitetônico original (excluída
(excluída a Faculdade de Estudos Sociais).
De acordo com a Pró-Reitoria
Reitoria de Planejamento (2002), a comunidade universitária da UFAM é
constituída por 1.365 técnicos-administrativos,
técnicos administrativos, 962 docentes, 11.389 discentes, além dos serviços
terceirizados.
A estrutura daa UFAM é dividida em administrativa e acadêmica. A administrativa é composta pela
Reitoria, Pró-Reitorias
Reitorias e Órgãos Suplementares. A estrutura acadêmica é composta por Faculdades,
Institutos e Escola, conforme especificados a seguir: a) Faculdades: Ciências Agrárias (FCA), Ciências
da Saúde (FCS), Direito (FD), Educação (FACED), Educação Física (FEF), Estudos Sociais (FES),
Tecnologia (FT); b) Institutos: Ciências Biológicas (ICB), Ciências Exatas (ICE), Ciências Humanas e
Letras (ICHL); c) Escola de Enfermagem
Enferma (EEM).
Excluindo-sese a FCS e a EEM, as demais unidades acadêmicas estão localizadas no campus
universitário, estando as demais localizadas em regiões centrais da cidade de Manaus. A figura 1
mostra o croqui do campus universitário.

Figura 1 – Croqui do campus universitário

2.2 Situação Energética


Os prédios da UFAM, localizados em Manaus, são consumidores que recebem energia elétrica da
empresa Manaus Energia S/A, classificados em 2 grupos relacionados a seguir:
Grupo A: ligados em tensão igual ou inferior a 2.300 V. Suas faturas são relativas ao consumo de
energia elétrica e demanda de potência.
Grupo B: ligados em tensão superior a 2.300 V. Suas faturas são relativas somente ao consumo de
energia elétrica. Os principais custos da fatura devem-se
devem à cobrança sobre a demanda e sobre o
consumo. Vale salientar que outros custos concorrem para o valor final da fatura, quais sejam
demanda de potência reativa, custo de reativo excedente, multas e taxas. É oportuno ainda ressaltar
que os prédios públicos sãoo isentos em 4,847% sobre o importe consumo, de acordo com a lei
9.430/96.
As faturas de energia elétrica da UFAM eram pagas pela Prefeitura Municipal de Manaus, porém
em janeiro/2001 esta comunicou a UFAM que não mais poderia disponibilizar recursos para o
pagamento das faturas, em virtude do atendimento à Lei de Responsabilidade Fiscal. Isto significou
incorporar o custo operacional da ordem de R$ 150.000,00/mês em um orçamento da ordem de R$
450.000,00/mês, representando um custo com energia elétrica de 33,33%. Conforme dados da
PROPLAN (UFAM, 2004) o orçamento mensal de 2003 foi da ordem de R$ 762.308,79 e o custo
com energia elétrica no mesmo ano foi de R$ 137.533,38, representando um custo com energia de
18,04%. No entanto, não se pode considerar uma redução de 15,29% dos custos com energia elétrica
pois durante este período houve crescimento tanto do orçamento da UFAM quanto das faturas de
energia. As tarifas de consumo e demanda, referente ao período de 2001 a 2003, foram estabelecidas
pelas Resoluções nº 421/2000, 466/2001 e 595/2002-ANEEL.
Não obstante o fato da incorporação de um custo operacional elevado não previsto em orçamento, a
realização de diagnósticos energéticos por profissionais da UFAM evidenciou a necessidade de
implantação de m programa de Gestão Energética na UFAM, face ao grande desperdício verificado
em diversos usos finais. Pode-se desta alguns fatos constatados quando da realização do diagnóstico,
a saber:
a) As instalações elétricas apresentando desbalanceamento de carga, precariedade na proteção,
distribuição de carga de forma que viabiliza o gerenciamento por uso final, falta de setorização da
iluminação;
b) Falta de projeto de instalações elétricas;
c) Equipamentos com vida útil ultrapassada;
d) lnfra-estrutura precária: portas e janelas danificadas, levando à fuga de ar frio;
e) Falta de manutenção preventiva e corretiva nos diversos usos finais (iluminação, climatização e
equipamentos elétricos);
f) Comportamento inadequado dos usuários.
No levantamento de dados das faturas de energia elétrica referente aos períodos de janeiro a
dezembro/2001 verificaram-se irregularidades que estão ocasionando aumento nas faturas, tais como:
a) Baixo Fator de Potência: todas as unidades consumidoras estão com Fator de Potência (FP)
abaixo de 92%. Ocasionando uma multa anual de R$ 178.327,46;
b) Atraso no pagamento das Faturas: todas as unidades consumidoras, em alguns meses
apresentaram multa por atraso de pagamento, ocasionando uma multa anual de R$ 60.440,50;
c) Demanda contratada excedida: a maioria das unidades consumidoras excedeu a demanda, sendo
que algumas unidades excederam em todos os meses. No entanto, neste período a concessionária
não cobras as multas.
Baseado nos dados mostrados acima se verificou que a UFAM teve um custo com energia elétrica
de R$ 238.767,96 que poderia ser evitado através de melhorias nas condições atuais das instalações
e implantação do sistema de gerenciamento de energia, podendo este recurso ser utilizado para
viabilizar ações para corrigir deficiências em equipamentos elétricos, microcomputadores, material
de expediente, entre outros.
O perfil da demanda de energia por uso final na UFAM, de uma forma geral, pode ser distribuído
por ar condicionado (60%), iluminação (18%) e outras cargas (22%). Verifica-se que o campus
universitário representa 71,24% do consumo da UFAM.
A partir do levantamento de campo realizado em algumas unidades pode-se verificar a demanda por
uso final conforme mostra a tabela 1. Ressalta-se que para as unidades em que não foi possível
realizar o levantamento de campo e ainda não foi possível instalar equipamentos para realizar o
monitoramento da carga, considerou-se a mesma participação percentual devido ao comportamento
similar das cargas e dos usuários.

Tabela 1 – Carga instalada por uso final na UFAM


Ano Potência (kW)
Climatização Iluminação Outras cargas Total
2001 5.137,19 1.541,16 1.883,63 8.561,98
2003 6.146,13 1.843,84 2.253,58 10.243,55

No período de de 2001 a 2003 foi verificado um crescimento da demanda média de 19,64%. Tal
crescimento deve-se à construção de laboratórios e aquisição de equipamentos.

2.3 Histórico das faturas de energia


De acordo com Roméro (1994) para a análise energética de um campus universitário necessita-se de
uma série histórica mínima de 12 (doze) meses. Desta forma é possível se fazer uma avaliação
considerando as sazonalidades ocorridas ao longo do ano, como períodos escolares, recesso escolar,
feriados e as épocas de verão e de inverno.
Romero (1994) recomenda, ainda, que sejam analisadas séries históricas mais prolongadas,
abrangendo períodos de 5, 10 ou 20 anos, permitindo desta forma, que se faça a comparação dos dados
energéticos com a evolução da população equivalente, área construída ou de qualquer outra grandeza.
A tabela 2 mostra os principais indicadores energéticos verificados nas faturas de energia elétrica.

Tabela 2 – Indicadores energéticos da UFAM


Ano
2001 2002 2003
Indicadores
Consumo anual (kWh) 9.914.204 8.433.057 8.592.205
Demanda mensal média (kW) 327 408 407
FP (%) 73,94 76,60 79,71

O crescimento do FP é decorrente da correção feita em janeiro de 2002 com a instalação de banco de


capacitores na unidade consumidora do campus universitário. Somente nesta unidade consumidora o
FP verificado está com o limite mínimo de 92%, portanto de acordo com a Resolução nº 456/2000 –
ANEEL que trata das Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica.
A UFAM possui 7 (sete) unidades consumidoras no grupo A e 9 (nove) unidades consumidoras no
grupo B. A concessionária local realiza medição referente ao fator de potência somente nas unidades
consumidoras que fazem parte do Grupo A.
Todas as unidades consumidoras analisadas necessitam de ações corretivas, a fim de conseguir atingir
o limite mínimo de 92%. No entanto, algumas destas estão em situações extremamente críticas, tais
como a Farmácia, cuja contribuição com o baixo fator de potência representa 30% do custo total da
fatura, como valor de 50,39% (mês de janeiro de 2003), portanto muito abaixo do limite de 92%.

2.4 Execução das obras e instalações


O referido projeto tem duração de 18 meses, sendo iniciado em dezembro de 2002. A tabela 3
apresenta as metas físicas contempladas no projeto e a situação atual.

Tabela 3 – Metas físicas


Meta física Situação
1. Monitoramento da carga Implementado na FT. Em fase de contratação de empresa
para implementar no ICHL, FACED e Reitoria.
2. Reforma das instalações elétricas Implementado na FT. Em fase de contratação de empresa
para implementar no ICHL, FACED e Reitoria.
3. Substituição de lâmpadas e reatores Implementado na FT. Em fase de contratação de empresa
para implementar no ICHL, FACED e Reitoria.
4. Substituição do sistema de ar condicionado Realizada a avaliação da carga térmica. Em fase de
compra de equipamentos.
5. Correção do fator de potência Em execução desde o início de março de 2003.
6. Campanha de divulgação do programa e Material da campanha em processo de reprodução.
conscientização na comunidade universitária Aguardando o lançamento da campanha.
7. Implantação do sistema de gerenciamento de Em execução.
energia elétrica

A execução das obras foi implementada de acordo com a liberação dos recursos, cujos desembolsos
realizaram-se em duas etapas. Na 1ª etapa foram executadas as metas na Faculdade de Tecnologia
(FT). Atualmente está em processo de contratação das empresas para a execução das metas da 2ª
etapa, cujos locais a serem atendidos são: ICHL, FACED, Reitoria, Hospital Universitário “Getúlio
Vargas”, EEM e Curso de Farmácia e mini-campus.
Na FT funcionam Cursos de Graduação (Desenho Industrial, Engenharias Civil e Elétrica) e Pós-
graduação (especialização, mestrado e doutorado), além disto ainda funcionam aos sábados os cursos
de Língua Estrangeira (Inglês, Francês e Espanhol) oferecidos pelo Departamento de Línguas
Estrangeiras do Instituto de Ciências Humanas e Letras da UFAM.
Os prédios da FT foram inaugurados em dezembro de 1988, cujas instalações são constituídas por 129
ambientes distribuídos em salas de aula, laboratórios, salas de professores, departamentos acadêmicos,
escritórios administrativos, biblioteca setorial, núcleos, auditórios, agência bancária, agência dos
correios, centros acadêmicos, sala de reprografia e restaurante. Embora este último ambiente não
pertença à FT, também consome energia elétrica e água desta. A faculdade está dividida basicamente
por 11 pavilhões (Rio Juruá, Rio Tapauá, Rio Canumã, Rio Nhamundá, Rio Tefé, Rio Aripuanã, Rio
Trombetas, Rio Xingu, Rio Madeira, Rio Japurá). As figuras 2 e 3 mostram alguns ambientes típicos
da FT.

Figura 2 – Sala de aula típica Figura 3 – Hall/Restaurante

Os pavilhões da FT são constituídos de somente 1 andar, com exceção do pavilhão Rio Aripuanã que
possui 2 andares. Quanto ao horário de uso dos ambientes, pode-se considerar para as salas de aula o
período de 2ª à 6ª feira, de 7 às 22 h, e aos sábados de 8 às 17 h; para os demais ambientes considera-
se de 2ª à 6ª feira, de 8 às 18 h. Ressalta-se que os auditórios são utilizados eventualmente.
2.4.1 Execução das metas
Foi contratada uma empresa especializada para executar as metas físicas 1 – Monitoramento da Carga,
2 – Reforma das instalações elétricas e 3 – Substituição de lâmpadas e reatores. As metas físicas 2 e 3
foram implementadas no período de 04 de agosto a 20 de dezembro de 2003. Em decorrência de
atrasos no processo de contratação, a implementação da meta física 1 foi posterior às metas físicas 2 e
3, sendo o período de execução foi de 16 de novembro a 20 de dezembro de 2003.
Dada a necessidade de cumprimento de contrato celebrado com a empresa decidiu-se iniciar a reforma
e posteriormente utilizar blocos similares para realizar a simulação do monitoramento da carga a fim
de verificar os parâmetros energéticos a serem avaliados tais como: energia (ativa, reativa e aparente),
demanda (ativa, reativa e aparente), fator de potência, tensão e corrente. Ressalta-se que os blocos da
FT são similares com relação aos padrões arquitetônicos, tipos de equipamento e uso, entendendo-se
assim, que isto não trará prejuízos para a avaliação do referido projeto.
Os blocos contemplados nas metas física 2 e 3 são separados por tipo de atividade desenvolvida tais
como: 3 blocos de salas de aula, 7 blocos de laboratórios, 1 bloco de atividades administrativas e
biblioteca setorial (o único com 2 andares), além destes blocos ainda serão contemplados a cantina, 2
anfiteatros e áreas diversas (halls, corredores).

2.4.1.1 Meta 1 – Monitoramento da carga


Atualmente o monitoramento em tempo real da carga está sendo realizado somente na FT, conforme
especificado na tabela 3. Os equipamentos auxiliares necessários para o monitoramento foram
instalados na subestação da FT, onde foram identificados os blocos a serem monitorados.
Este monitoramento está sendo realizado através de um software de gerenciamento que permite a
verificação de corrente, tensão, consumo, demanda, FP, fator de carga, entre outros. O mesmo permite
a verificação dos parâmetros por subestação e por blocos, com a opção de se escolher o dia ou período
que se deseja analisar tais como período letivo, recesso, feriados e finais de semana. A figura 4
apresenta uma das telas do software.

Figura 4 – Software de gerenciamento

Desta forma é possível que sejam monitorados os principais parâmetros, e a verificação real do uso
por bloco. Assim é possível questionar, por exemplo, o consumo de energia nos blocos de aula em
horários e dias em que não se tenham atividades discentes.

2.4.1.2 Meta 2 – Reforma das instalações elétricas


A referida meta contempla a setorização da iluminação, separação dos circuitos de iluminação, ar
condicionado e outras cargas, e a instalação de quadros de comando nos corredores. A seguir faz-se
um detalhamento das atividades realizadas.

• Setorização da iluminação, separação dos circuitos de iluminação, climatização e outras


cargas

O Sistema de Iluminação em cada ambiente é composto por 2 lâmpadas por luminárias, com a uma
quantidade de 15 luminárias e 30 lâmpadas de 40 W, utilizando reatores convencionais. A figura 5
mostra uma sala de aula destacando-se a disposição das luminárias e lâmpadas.

Figura 5 – Sistema de iluminação da sala de aula

O acionamento das lâmpadas era realizado por filas verticais e de forma alternada. No entanto,
verificou-se que o sistema de iluminação seria mais eficiente se as lâmpadas fossem acionadas por
filas horizontais, pois o mais recomendável é que sejam ligadas as lâmpadas de acordo com a
ocupação da sala e com os recursos utilizados, ou seja, ocupando seqüencialmente da 1ª fila até a
última fila (figura 6). Portanto, foi realizada esta modificação na setorização, no entanto, é necessário
que os usuários sejam conscientizados a fim de efetivamente utilizarem somente a iluminação
necessária.

1ª fila
Última fila

Figura 6 – Sistema de iluminação da sala de aula

Foi verificado que nestes blocos havia separação dos circuitos de iluminação, tomada e ar
condicionado. No entanto, em alguns casos a instalação elétrica se mostrava precária, sendo realizada
a substituição de fios, cabos e tomadas.

• Instalação de quadros de comando nos corredores


Nos blocos Rio Tapauá e Rio Juruá os quadros de comando estão localizados externamente e no
início dos blocos. Existem 2 quadros, sendo 1 para o comando geral e climatização e o outro é
destinado aos usos finais em Iluminação e tomadas de uso geral.
Nestes quadros foram substituídos os disjuntores e a fiação que se encontravam danificados, além da
identificação dos quadros e circuitos (ver figura 7), pois anteriormente os mesmos não eram
identificados ou quando muito possuíam uma identificação precária e não confiável (ver figura 8),
pois não existiam registros nas modificações feitas nos quadros de comando.

Figura 7 – Identificação do quadro e Figura 8 – Identificação dos circuitos de iluminação e


circuitos tomadas

Nos blocos Rio Canumã, Rio Nhamundá e Rio Purus os quadros de comando são localizados externa
e internamente, de acordo com o tipo de carga a ser utilizada nos laboratórios. Verificou-se que na FT
existem de 30 quadros, sendo 23 internos e 7 externos.

2.4.1.2 Meta 3 – Substituição de lâmpadas e reatores


A referida meta contempla a substituição do sistema de iluminação composto por lâmpadas
fluorescentes de 40 W com reatores convencionais pelo sistema composto por lâmpadas fluorescentes
de 32 W com reatores eletrônicos. Esta meta foi realizada seguindo o procedimento de retirada das
luminárias para limpeza, instalação da luminária com as lâmpadas de 32 W e reatores eletrônicos e
recolhimento do material substituído pelo Setor de Serviços Gerais da Prefeitura do Campus
Universitário. A seguir faz-se o detalhamento das atividades realizadas.
• Retiradas das lâmpadas, reatores e luminárias
As lâmpadas, reatores e luminárias são retiradas para ser realizado o processo de limpeza das
luminárias e a substituição das lâmpadas e reatores.
Conforme foi observado as luminárias e as lâmpadas, desde sua instalação, provavelmente nunca
foram submetidas a um processo de limpeza, dado que não existe manutenção preventiva das
mesmas, verificando-se um estado precário, apresentando um acúmulo de poeira em todas as
luminárias retiradas, o que contribui para a diminuição progressiva da iluminância do Sistema de
Iluminação.
• Substituição de lâmpadas fluorescentes de 40 W por lâmpadas fluorescentes de 32 W e de
reatores convencionais por reatores eletrônicos
Após o processo de limpeza das luminárias foi realizada a substituição de 2.527 lâmpadas
fluorescentes de 40 W por lâmpadas fluorescentes de 32 W, e de 1.318 reatores convencionais por
reatores eletrônicos. Foi substituída a fiação das instalações elétricas e em alguns ambientes
(corredores, halls, salas administrativas) houve redução do número de lâmpadas, pois o sistema estava
superdimensionado. Ressalta-se que foi mantida a mesma disposição das luminárias existentes. A
redução do consumo de energia elétrica após a substituição foi de 20%.
De acordo com a medição realizada nos ambientes, com a utilização do luxímetro, e com todas as
lâmpadas ligadas verificou-se que antes da limpeza e substituição o nível de iluminação médio era de
350 lux e após a substituição foi medido 660 lux. Ressalta-se que este é um valor médio verificado em
alguns ambientes.
• Recolhimento do material do Sistema de Iluminação substituído
A equipe técnica solicitou ao Setor de Serviços Gerais da Prefeitura do Campus Universitário/UFAM
que fosse realizado o recolhimento das lâmpadas fluorescentes de 40 W, reatores convencionais,
luminárias, relés e fiação decorrentes da substituição realizado no Sistema de Iluminação. Ressalta-se
que alguns materiais poderão ser aproveitados em outras unidades acadêmicas que não foram
contemplados neste projeto, e que ainda utilizam lâmpadas de 40 W.

2.4.1.4 Meta 4 – Substituição do Sistema de Climatização


A referida meta contempla a substituição de 5 centrais de ar condicionado de 15 TR´s por mini
centrais (Split), adequando-se o ambiente para eficientização térmica nos prédios da FT, sendo
proposta a substituição de centrais de ar condicionado por 14 mini centrais a serem instaladas nos
blocos Rio Juruá, Rio Purus e Rio Nhamundá. Na época em que foi feita a proposta do referido projeto
estes três blocos eram climatizados somente pelas Centrais de Ar Condicionado, no entanto, o sistema
de climatização foi modificado, sendo atualmente constituído por 8 equipamentos centrais de ar
condicionado, 14 mini centrais e 2 tipo “janela”. Avaliou-se a carga térmica atual e a que será
instalada nestes blocos, utilizando-se softwares específicos. A substituição está prevista para o mês de
março, estando atualmente em fase de aquisição de equipamentos.

2.4.1.5 Meta 5 – Correção do Fator de Potência


A referida meta contempla a Instalação de banco automático de capacitores a fim de reduzir as perdas
de parâmetros energéticos que acarretam prejuízos monetários para a UFAM, dado o pagamento de
multas por baixo fator de potência.
De acordo com o referido projeto as unidades consumidoras a serem contempladas são especificadas
a seguir: Hospital Universitário Getúlio Vargas – Subestação "A", Hospital Universitário Getúlio
Vargas – Subestação "B", Curso de Farmácia, Escola de Enfermagem e Campus Universitário.
Conforme citado anteriormente foi realizada a correção do FP no campus universitário antes da
implementação deste projeto. Esta meta está em fase de implementação desde o início de março de
2004.

2.4.1.6 Meta 6 – Campanha de divulgação do programa e conscientização da


comunidade universitária
A referida meta contempla uma campanha de divulgação do programa de eficientização energética no
âmbito da UFAM e a conscientização da comunidade universitária. Será realizado um cronograma
para reuniões com os diretores de unidades acadêmicas da UFAM como uma forma de divulgar o
programa e buscar a colaboração dos dirigentes por unidade, a fim de facilitar e agilizar a divulgação
das informações à comunidade universitária.
Está sendo preparada a campanha em parceria com a Comissão Interna de Conservação de Energia
(CICE) da UFAM. Foi lançado o concurso “Conservação de Energia” para ser definida a Marca
Institucional para a CICE, slogan e mascote para a campanha de conscientização de energia da
UFAM, com a participação dos discentes da UFAM para ser definida a logomarca da CICE. Após a
seleção destes trabalhos ficou definido como marca final a mostrada na figura 9.

Figura 9 – Marca institucional, slogan e mascote da CICE/UFAM


A principal característica a ser analisada com relação à Marca é a conexão entre a CICE e a UFAM, a
elipse representa o universo tanto da UFAM quanto da importância e complexidade da energia. Com
relação às cores, o verde representa a região juntamente com a ecologia e o destaque em amarelo no
tipo “E” representa o potencial de energia.
Ressalta-se que a partir destes elementos estão sendo elaborados os materiais a serem utilizados na
campanha de divulgação. As atividades realizadas para a campanha são descritas a seguir:
• Data do Lançamento da campanha: Acontecerá em dois momentos: para os técnicos-
administrativos, serviços terceirizados (segurança, limpeza, alimentação, manutenção); para os
docentes e discentes.
• Apresentação da campanha: Apresentação do projeto no lançamento da campanha (apresentação
do projeto, cronograma geral de atividades, metas atingidas e previstas, análise das faturas atual e
prevista, ressaltar as unidades consumidoras críticas (EEM, Farmácia, HUGV, FCS, etc),
apresentação do material a ser utilizado (mascote, slogan, folders, cartazes, adesivo).
• Material de divulgação: Folder: definir o texto; Adesivo: definir por tipo de uso final (iliuminação,
climatização e equipamentos); Cartazes: definir o texto por etapa de execução; Outdoor; Camiseta;
Premiação com kit (camiseta, adesivo para carro e adesivo para interruptor).
•Divulgação da campanha: Informativos, jornal; Site (página da CICE); TV UFAM –
possibilidade de gravar a implementação das obras, gravar entrevistas com Reitor e Vice-Reitora.
•Site da CICE: Criar o site; Disponibilizar as informações sobre o projeto através do site da
CICE.
•Palestras: Metodologia para as palestras (análise das faturas, levantamento de carga, etc) –
utilizar camisetas com a logomarca do Projeto.
• Concurso para criação do nome do mascote: Concurso via internet para criar o nome do mascote
da campanha. Premiação para o vencedor e divulgação do nome durante a campanha.
•Premiação: Verificar possíveis doações: computador, retroprojetor, luxímetro, multímetro,
calculadora e conjunto de ferramentas, livros.
• Atuação do Centro Acadêmico: Definir papel do Centro Acadêmico.
• Patrocínio para a campanha: Verificar possibilidades de patrocínio com a UFAM, concessionária
local, Eletrobras/PROCEL.
Antes mesmo do lançamento da campanha na instituição já foram divulgação através de reportagem
mostrada na Revista Design Gráfico (2002).

2.4.1.7 Implantação do sistema de gerenciamento de energia elétrica


A referida meta contempla a implantação do sistema de gestão energética na UFAM, sendo utilizada
uma metodologia voltada para a universidade pública, procurando-se mapear todas as áreas
relacionadas e as atividades necessárias para a implementação, manutenção e atualização permanente
deste sistema de gerenciamento.
O Sistema de Gestão para Eficientização Energética (SGEE) na UFAM busca garantir o uso racional
e eficiente de energia elétrica e a segurança das instalações elétricas no âmbito da instituição, além de
contribuir para a conscientização da comunidade externa. O referido sistema ainda não foi concluído,
no entanto, a seguir será mostrada a uma visão geral sobre o referido sistema.
O SGEE deverá possuir caráter de programa institucional permanente, com a participação do dirigente
da instituição, assegurando este gerenciamento através de infra-estrutura adequada (administrativa,
física e de suporte técnico) e de mudanças de hábitos da comunidade universitária.
A estrutura administrativa será composta por setores já existentes tais como Prefeitura do Campus,
Pró-Reitoria de Planejamento, Departamento de Marketing, entre outros, necessitando somente de
inclusão e organização de atividades voltadas para o SGEE. Além das instalações físicas serão
necessários equipamentos e materiais. O suporte técnico será composto por recursos humanos
especializados.
A metodologia deverá garantir um processo rápido e eficiente, evitando que as decisões sejam
burocráticas e lentas, podendo prejudicar inclusive a utilização de recursos, que na maioria das vezes
possuem um período específico para sua aplicação. Para tanto, não basta apenas o empenho da alta
administração e da equipe executora do SGEE, é necessário o comprometimento de toda comunidade
universitária, principalmente daqueles ligados diretamente ao gerenciamento energético como a
prefeitura do campus, diretoria de unidades acadêmicas, diretoria de setores administrativos, Comissão
Interna de Conservação de Energia (CICE), entre outros.
Para a implantação, manutenção e o êxito do SGEE é necessário que a direção da instituição esteja
comprometida com o gerenciamento, pois várias ações a serem implementadas precisarão do apoio,
determinação e aprovação da alta administração, pois o gerenciamento abordará diversas mudanças
administrativas e comportamentais da comunidade universitária que, pelo menos a princípio, só serão
cumpridas a partir da exigência pela alta administração da instituição.
A metodologia poderá ser utilizada independente de possuir profissionais e setores especializados em
eficiência energética, e do estágio construtivo das edificações, ou seja, enquadrado em uma das
situações a seguir: a) o edifício será construído, b) o edifício está construído e as ações de
eficientização não foram implementadas, e c) o edifício está construído e as ações de eficientização
foram implementadas.
A fim de se obter recurso financeiro para implementar as ações necessárias, além destas contempladas
por este projeto, o SGEE também identificará projetos de P & D e aqueles específicos para
eficientização no âmbito das instituições de ensino e pesquisa, amparados pelos instrumentos legais
que se enquadram na área de Eficiência Energética.
O funcionamento do SGEE exigirá que se tenha uma estrutura responsável pelo levantamento,
tratamento, análise e divulgação das informações e resultados ocorridos no SGEE. Esta estrutura será
denominada de Gestão da Informação.
Um dos primeiros aspectos a serem verificados no SGEE será a situação energética atual da
Instituição, isto é, a “radiografia” da forma como está sendo usada a energia elétrica. Isto será possível
através da realização de diagnóstico energético, atividade esta somente necessária na etapa inicial.
Estes diagnósticos serão de responsabilidade da Gestão de Diagnósticos Energéticos.
A realização destes diagnósticos provavelmente não se dará em todos os edifícios ao mesmo tempo, a
não ser que se disponha de um número elevado de recursos humanos. Portanto, deve-se planejar a
realização destes diagnósticos de acordo com uma verificação prévia e superficial de quais edifícios
estão em situação mais críticas, bem como, aqueles que mais contribuem para o consumo de energia
elétrica, condições das instalações elétricas precárias, entre outras. Sendo o SGEE executado com
êxito, haverá somente a necessidade constante de atualização das informações.
Paralelamente deverá ser verificada a adequação de aquisição de produtos e de serviços prestados tais
como contratos de manutenção, compras de equipamentos, serviços de limpeza, segurança, e a
verificação de novos projetos da Instituição. Estas atividades estarão centradas na Gestão da
Adequação de Produtos e Serviços.
Considera-se fundamental a interação com o ambiente externo, pois desta forma será possível a
obtenção de informação, a busca de conhecimentos e negociação fora da Instituição, inerentes ao
SGEE, tais como: reciclagem do suporte técnico, revisão de contratos de demanda, entre outros. Esta
interação está vinculada diretamente à Gestão da Informação.
A partir da Gestão da Informação, dos Diagnósticos Energéticos, e da Adequação de Produtos e
Serviços, e também da interação com o ambiente externo será possível a proposição de melhorias
contínuas, sendo o SGEE um processo de ciclo fechado e realimentado constantemente.
Deverá ser realizado o planejamento das atividades a serem executadas e o estabelecimento de metas,
especificando para implantação, execução, avaliação e melhorias do sistema de gerenciamento: a) o
que fazer; b) como fazer; c) quando fazer; e d) quem faz. Todas estas atividades executadas deverão
ser documentadas.

• Gerenciamento do SGEE
O SGEE deverá ter como agente gestor a Prefeitura do Campus Universitário (PCU), pois a mesma
possuí o perfil adequado, dado o suporte técnico existente, pelo menos parcialmente, e atividades
rotineiras relativas à elaboração, execução e manutenção das obras da instituição.
A PCU ficará responsável pela equipe executora do SGEE, cujas atividades estarão em grande parte
diretamente relacionadas às já executadas pela PCU. O SGEE contemplará, além das novas atividades
a serem implementadas, as atividades rotineiras atualmente executadas pela instituição, que, deve-se
salientar, não estão sendo sistematizadas e analisadas.
A PCU contribuirá para implementação e manutenção do SGEE, através do suporte técnico,
disponibilizando informações técnicas, e de técnico para acompanhar os serviços das empresas
contratadas, quando necessário. Deverá apoiar as ações da CICE também através da disponibilização
de informações e de um técnico como membro da referida Comissão.

• Infra-estrutura do SGEE
É desejável que se tenha uma infra-estrutura específica para realização das atividades, composta por
recursos humanos, local de funcionamento, equipamentos (medição, informática, proteção individual,
comunicação – telefone, fax e acesso à Internet), material de consumo e serviço de reprografia. A fim
de garantir o suporte técnico será necessária a implementação de bancadas de ensaio de lâmpadas e
reatores, aquisição de softwares, entre outros.
Ressalta-se que as bancadas de ensaio para lâmpadas fluorescentes e reatores previstas no referido
projeto poderão também ser utilizadas como ferramenta de estudo para os discentes dos cursos de
Engenharia Elétrica.
Existem diversas ferramentas computacionais que poderão auxiliar o acompanhamento e análise do
uso da energia elétrica, muitas destas distribuídas gratuitamente na Internet e por órgãos como o
PROCEL. É importante ressaltar que a maioria destes softwares é de fácil entendimento,
processamento rápido, além de serem desenvolvidos para serem executados em qualquer computador.
Os softwares auxiliam no processo de adequação de edificações ao clima local, projetos de conforto
ambiental, dimensionamento de sistemas de aterramento elétrico, projetos de instalações elétricas e
telefônicas de edificações, economia de energia em motores elétricos, análise das faturas de energia,
projeto de iluminação e de climatização, e diagnóstico energético. No gerenciamento energético deve
ser considerado também o aspecto de segurança das instalações. Existem também softwares
específicos para o dimensionamento do sistema de proteção contra descargas elétricas atmosféricas.
A equipe do referido projeto está utilizando um software de gerenciamento desenvolvido pelo
NEFEN no período de 2002 a 2003. Este software é denominado de “Sistema de Gerenciamento de
Energia e Instalações (SGEI)” e foi desenvolvido para ser uma ferramenta de apoio à metodologia de
gestão energética, auxiliando no gerenciamento do uso da energia elétrica em edificações,
contemplando aspectos de luminotécnica, climatização, segurança e uso racional de energia elétrica.
Ressalta-se que apesar desta ferramenta ser desenvolvido para aplicação em edificações industriais, a
mesma pode ser aplicada em qualquer outro tipo de edificação.
Atualmente está sendo realizado o cadastramento das informações referentes aos quadros de
comandos e circuitos, além dos dados referentes aos Sistemas de Iluminação e Climatização,
prioritariamente nos blocos da FT que já foram e estão sendo contemplados nesta etapa. A figura 10
mostra uma tela típica de cadastramento dos dados iniciais a serem cadastrados.

Figura 10 – Tela inicial do SGEI


• Recursos humanos para o SGEE
Para a manutenção do sistema é desejável que se tenha uma equipe permanente e especializada, no
entanto, quando não for possível pode-se buscar profissionais fora da Instituição.
Além da equipe executora, outros agentes institucionais já existentes na estrutura administrativa da
Instituição deverão ser envolvidos para a execução do SGEE, com atuações definidas, tais como:
Reitoria/Vice-Reitoria, Diretor de Unidade, Prefeitura do Campus, Pró-Reitoria de
Administração/Departamento Financeiro, Pró-Reitoria de Planejamento, Pró-Reitoria
Comunitária/Departamento de Marketing e CICE.

• Estrutura de Suporte Técnico


O NEFEN auxiliará no suporte técnico necessário à implementação do sistema de gestão a ser
implantado.

• Atributos principais do SGEE


A fim de facilitar o entendimento e funcionamento do SGEE, o mesmo será desagregado em sub-
sistemas, que estarão inter-relacionados continuamente, conforme os atributos principais do
gerenciamento energético estudado. Os sub-sistemas foram denominados de: a) Gestão da informação;
b) Gestão de diagnósticos energéticos; c) Gestão da adequação de produtos e serviços, e d) Gestão
para a melhoria contínua.
a) Gestão da informação
A Gestão da Informação será responsável pela garantia da atualização e disponibilidade das
informações referentes ao SGEE. Para isto será necessária uma infra-estrutura composta por
procedimentos administrativos e por ferramentas computacionais. O tratamento das informações pode
ser considerado como um ponto estratégico para o funcionamento do SGEE, pois a partir delas serão
traçados os cenários energéticos da instituição nos períodos antes, durante e após a implantação do
SGEE.
Caso as informações não sejam atualizadas conforme a realidade todo o gerenciamento será
comprometido, pois estarão sendo avaliadas condições que não representam a realidade da instituição.
Serão necessários diversos procedimentos para que seja possível o êxito da Gestão da Informação,
conforme especificados abaixo:
- Procedimentos para garantia da obtenção e atualização das informações: cadastramento das unidades
consumidoras; levantamento de dados energéticos, de construção, e de utilização; monitoramento
através da análise das faturas, softwares específicos;
- Procedimentos para se disponibilizar as informações adequadamente: divulgação para a comunidade
universitária e para a comunidade em geral através de informativos, jornais locais, televisão, internet,
publicação, entre outros; emissão de relatórios para o dirigente da instituição; coordenação de
campanhas educativas;
- Procedimentos para a análise dos parâmetros da Fatura de Energia: avaliação dos parâmetros
energéticos e monetários, através da análise de faturas, contratos de demanda e atualização constante
do histórico dos parâmetros energéticos. O setor de manutenção deverá ser comunicado sempre que
forem detectados valores de parâmetros atípicos;
- Procedimentos para a documentação das informações: deverão abranger todas as etapas desde os
novos projetos de construção, compra de materiais e equipamentos, energia elétrica, manutenção,
relatórios, documentos diversos, entre outros.
b) Gestão de diagnósticos energéticos
Deverá ser avaliada a situação energética da instituição, o que poderá ser realizado através do
diagnóstico energético, onde serão indicados quais os componentes que estão contribuindo para o
desperdício de energia elétrica no âmbito da instituição.
O uso de energia nos prédios públicos está associado à tecnologia e à eficiência energética dos vários
sistemas e equipamentos instalados, ao clima do local, às características físicas e à atividade ao qual se
destina.

O diagnóstico energético constitui-se por um conjunto de dados coletados por intermédio de pesquisa
direta de campo, executada por uma equipe treinada, submetidos a processos computadorizados de
análise e avaliação.

As oportunidades de conservação de energia apresentam-se na implementação de sistema de


iluminação mais eficientes (luminárias, lâmpadas e reatores), substituição de motores
superdimensionados, uso mais racional e melhor manutenção das redes de distribuição interna de
eletricidade, manutenção adequada dos sistemas de ar condicionado, entre outros.

c) Gestão da adequação de produtos e serviços


A Gestão da adequação de produtos e serviços ficará responsável principalmente pelos seguintes itens:
- Avaliar a aquisição e/ou substituição dos materiais e equipamentos;
- Avaliar os contratos de manutenção;
- Realizar o controle da qualidade de lâmpadas fluorescentes e reatores;
- Realizar o controle da qualidade de serviços realizados por técnicos da prefeitura ou serviço de
terceiros;
- Apoiar a concepção de novos projetos (novas edificações);
- Avaliar a contribuição para o consumo de energia decorrentes da execução de projetos de pesquisa.
d) Melhoria contínua
Qualquer sistema de gerenciamento deve avaliar constantemente suas ações e resultados obtidos a fim
de se buscar melhorias contínuas ao sistema de gerenciamento, seja em decorrência de falhas no
sistema ou pela atualização da tecnologia disponível no mercado. Como itens considerados relevantes
para o processo de melhorias contínuas neste SGEE se destacam os seguintes:
- Garantir o aperfeiçoamento e reciclagem da equipe técnica, vislumbrando oportunidades dentro e
fora da instituição;
- Manter o constante acompanhamento de sites que tragam informações de novas oportunidades para
redução de custos
- Interagir com grupos de pesquisa buscando novas oportunidades de melhoria das instalações e uso
racional de energia elétrica
- Interagir com a concessionária estudando alternativas para reduzir custos e melhorar a aquisição e
controle de dados
- Implementação de programas que estimulem as ações de conservação de energia: Integrar a
comunidade universitária ao SGEE, através de concurso sobre temas relacionados com o uso racional
de energia ou por sugestões de melhoria do programa, sendo utilizados como estímulo premiações
(computadores, livros, equipamentos elétricos, etc); Criar grupos vinculados ao departamento de artes
da Instituição para a realização de apresentações (música, dança, teatro, etc) com temas relativos ao
SGEE para alunos dos ensinos fundamental, médio e superior.
- Avaliação constante do SGEE.
Pode-se utilizar como estratégia para a garantia de melhorias contínuas a implementação de projetos
voltados para o uso eficiente e racional de energia elétrica (desde a proposição de softwares auxiliares
até o gerenciamento energético), exercícios dos acadêmicos de engenharia elétrica tais como a
proposição de melhorias ao gerenciamento de energia, proposição de dissertações e teses, entre outros.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar das barreiras comportamentais, financeiras e até mesmo institucionais, verifica-se a real
necessidade de se implementar um programa de gestão energética. Portanto, considera-se o mesmo
como um desafio estratégico e extremamente necessário. Entende-se que o uso racional e eficiente de
energia elétrica é um dos vetores para o desenvolvimento da UFAM, dado que através do
gerenciamento pode-se recomendar qual o equipamento mais eficiente a ser adquirido, além do
registro e controle dos mesmos, acompanhamento da manutenção preventiva e corretiva, entre outros.
Verifica-se que a redução do consumo de energia elétrica passa a ser uma conseqüência “natural” das
ações implementadas pelo programa de gestão. Um dos pontos fundamentais de um programa de
gerenciamento em uma instituição é que apesar da resistência inicial e do processo lento de
conscientização por parte dos usuários, no que diz respeito ao entendimento da importância do
programa, devido ao caráter institucional será possível expandir esta conscientização para fora da
instituição, atingindo a comunidade em geral.
Em decorrência do avanço da tecnologia, atualmente é possível implementar ações de eficiência
energética com um nível de automação bastante expressivo, no entanto isto gera custos elevados. Por
outro lado, observa-se que várias medidas possuem custo “zero”, permitindo que as mesmas sejam
implementadas no momento, tais como: desligamento de lâmpadas e equipamentos quando não
utilizados, adequação de carga térmica através do remanejamento, uso de iluminação natural, entre
outros.
A fim de assegurar a manutenção e atualização deste programa deve-se buscar estratégias para
captação de recursos internos e externos. A Instituição deverá criar programas de captação de recursos
internos, justificando-se pela considerável parcela de contribuição de energia elétrica no orçamento
mensal.
De acordo com as melhorias propostas serão necessários recursos financeiros para a implementação
destas melhorias, pode-se considerar como fontes de captação de recursos os projetos via
concessionárias e também a realização de contratos de performance, com uso ainda restrito no país.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL. Resolução nº 456 de 29 de novembro
de 2000. Estabelece, de forma atualizada e consolidada, as condições gerais de fornecimento de
energia elétrica. Brasília.
_____. Resolução nº 421 de 31 de outubro de 2000. Homologa as tarifas de fornecimento de energia
elétrica e fixa os valores da Taxa de Fsicalização dos Serviços de Energia Elétrica – TFSEE, referentes
à Manaus Energia S.A. - MANAUS. Brasília.
_____. Resolução nº 466 de 31 de outubro de 2001. Homologa as tarifas de fornecimento de energia
elétrica e fixa os valores da Taxa de Fsicalização dos Serviços de Energia Elétrica – TFSEE, referentes
à Manaus Energia S.A. - MANAUS. Brasília.
_____. Resolução nº 595 de 30 de outubro de 2002. Homologa as tarifas de fornecimento de energia
elétrica e fixa os valores da Taxa de Fsicalização dos Serviços de Energia Elétrica – TFSEE, referentes
à Manaus Energia S.A. - MANAUS. Brasília.
ROMÉRO, Marcelo de Andrade. Método de avaliação do potencial de conservação de eneriga
elétrica em campi universitários: o caso da cidade universitária Armando de Salles Oliveira. São
Paulo: USP, 1994. Tese, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, 1994.
SOUZA, R.C.R., SARDINHA, M.D. Projeto “Implantação do Sistema de Gestão para
Eficientização Energética da Universidade Federal do Amazonas”. Manaus, 2003. 2º Relatório de
Acompanhamento das Atividades dos Projetos do CT-INFRA.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS. Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento
Institucional. UFAM em dados. 2002.
_____. Disponível na Internet. URL: http://www.ufam.edu.br/instituição. 18.02.2004.
VITRINES para designers. Design Gráfico, São Paulo, ano 7, v. 68, p.40-46, dez. 2002.

AGRADECIMENTOS
À Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

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