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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

Curso de Ciências Econômicas


DEYSE TEIXEIRA BARROSO

ECONOMIA INSTITUCIONAL E DESENVOLVIMENTO


SOCIOECONÔMICO

Teófilo Otoni-MG
23/08/2018
DEYSE TEIXEIRA BARROSO

ECONOMIA INSTITUCIONAL E DESENVOLVIMENTO


SOCIOECONÔMICO

Artigo apresentado ao curso de Ciências


Econômicas da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri UFVJM,
como avaliação parcial na disciplina
Economia Institucional e Desenvolvimento
Socioeconômico,ministrada pela professora
Alana Carvalho Ferreira no primeiro
semestre letivo de 2018.

Teófilo Otoni-MG
2018
VISÕES E PERSPECTIVAS PARA O DESENVOLVIMENTO E
SUBDESENVOLVIMENTO NO PÓS II GUERRA MUNDIAL.

BARROSO, Deyse Teixeira

RESUMO

A temática a respeito do desenvolvimento e subdesenvolvimento tem provocado


inúmeros debates na sociedade; tendo em vista como as transformações que este implica
nas economias das regiões. Visando este contexto, o artigo procura discutir o
desenvolvimento econômico e as desigualdades nas nações desenvolvidas e
subdesenvolvidas, ou seja, busca-se comparar as contribuições das principais teorias à
economia nas discussões a respeito do desenvolvimento, como Myrdal, Hirchman,
Perroux e partindo para uma concepção mais atual, utilizando dos conceitos de Celso
Furtado.

Palavras-chave: Desenvolvimento, subdesenvolvimento, disparidades.

ABSTRACT
The theme of development and underdevelopment has provoked numerous
debates in society; taking into account the changes that this implies in the economies of
the regions. In this context, the project seeks to discuss economic development and
inequality in developed and underdeveloped nations, that is, to compare the
contributions of the main theories to the economy in the discussions about development.

Keywords: Development, underdevelopment, disparities.

INTRODUÇÃO

No período pós-II Guerra, a problemática do desenvolvimento foi bastante


discutida por diversos teóricos, cujas ideias influenciaram fortemente o planejamento
econômico regional nos países periféricos, especialmente na América Latina. Este
trabalho descreve as principais características de algumas teorias sobre a dinâmica
regional desenvolvidas neste período.
Diversos teóricos propuseram-se a estudar a dinâmica econômica, especialmente
no período iniciado após a Segunda Guerra Mundial, com o intuito de esclarecer sua
problemática, indicando, inclusive, as possíveis soluções para a superação do
subdesenvolvimento. Entre os vários estudiosos desta área pode-se destacar François
Perroux, Gunnar Myrdal, Albert O. Hirschman e Celso Furtado.

OBJETIVO GERAL
O artigo tem como objetivo geral, analisar a problemática do desenvolvimento e
subdesenvolvimento entre os países no pós-segunda guerra, através de importantes
correntes de pensamento da época como de Myrdal, Hirchman, Perroux e partindo para
uma concepção mais atual, utilizando dos conceitos de Celso Furtado.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I. Extrair o sentido de desenvolvimento e subdesenvolvimento, com as


correspondentes implicações e mecanismos, das principais teorias
decorrentes do assunto.
II. Discernir os termos do debate a respeito do desenvolvimento.

JUSTIFICATIVA

As crises econômicas e as desigualdades entre os países e regiões fizeram surgir


algumas correntes de pensamento para explicar o desenvolvimento econômico com
bastante força, principalmente a partir do século XX, no pós Segunda Guerra Mundial.
Com base nas principais teorias de desenvolvimento de François Perroux,
Gunnar Myrdal, Albert Hirschman, que analisaram precisamente o período pós Segunda
Guerra, surgiu Celso Furtado que além de analisar o desenvolvimento através de
grandes contribuições de importantes autores como os fisiocratas, Smith, Ricardo, Mill,
Marx, também ultiliza da Teoria Neoclássica, como de Myrdal, Hirschman, Perroux;
onde utiliza livremente delas para construir sua análise sobre o desenvolvimento
econômico.
Perroux teve forte influência de Schumpeter, afinal, ele buscou explicar os
efeitos desse processo através do papel das inovações no mercado. O ponto principal na
teoria de Perroux é que o crescimento não acontece de forma homogênea. Primeiro o
desenvolvimento acontece em determinados pontos chamados de pólos de crescimento,
posteriormente expandindo para as demais localidades. Esse crescimento é
proporcionado pela chamada indústria motriz e indústria movida. A motriz pode ser
considerada indústrias inovadoras que possuem capacidade de aumentar suas vendas e
compras de insumos de outras. A movida são indústrias que sobrevivem em função das
motrizes, ou seja, não possuem capacidade de inovação e dependem das motrizes para
aumentar suas vendas. Porém para ele desenvolvimento não surge simplesmente pela
introdução de polos de desenvolvimento, pois muitas vezes provoca desequilíbrios
econômicos e sociais, uma vez que transfere salários e rendimentos adicionais, sem
necessariamente aumentar a produção de bens de consumo locais, transfere mão-de-
obra sem gerar um novo enquadramento social, concentra investimentos e inovações
sem necessariamente aumentar a vantagem de outros locais,em que, o desenvolvimento
pode estar retardado. (PERROUX, 1967). Os países subdesenvolvidos, em que as
economias são desarticuladas,padecem de escassez de moradia, saúde e educação; onde
seria necessário ações que estimulem o trabalho, a poupança e a inovação, que
alavancassem o desenvolvimento a ser atingido, ou seja, é essencial realizar
transformações para estimular a propensão a poupar, o investimento, o trabalho, a
inovação e a elaboração e a execução de planos de desenvolvimento.
O crescimento e o desenvolvimento dum conjunto
de territórios e de populações não serão, por
conseguinte, conseguidos senão através da
organização consciente do meio de propagação dos
efeitos do polo de desenvolvimento. São órgãos de
interesse geral que transformam o crescimento duma
indústria ou duma atividade em crescimento duma
nação em vias de formação e os desenvolvimentos
anárquicos em desenvolvimento ordenado
(PERROUX, 1967, P.194).
A proposta de Myrdal se baseava na causação circular e acumulativa. O modelo
de Myrdal se desenvolve como um surto de crescimento em uma determinada região
por uma razão ocasional, onde após esse crescimento os recursos produtivos de tal
região passariam a atrair os recursos de outras regiões. Onde há dois fatores que são os
“efeitos de retroação” e os “efeitos de difusão”. Para Myrdal os ‘efeitos de retroação’
são considerados os maus resultados que o desenvolvimento de uma determinada região
exerce sobre as outras, por outro lado os “efeitos de difusão” ou centrífugos levariam ao
transbordamento do desenvolvimento para outras regiões. Ele ainda aponta que a
explicação do desenvolvimento e subdesenvolvimento estão envolvidos inúmeros
fatores econômicos e também fatores não econômicos. Utilizando-se do Círculo Vicioso
da Pobreza para explicar o processo circular negativo das economias
O conceito envolve, naturalmente, uma constelação
de forças, que tendem a agir e a reagir
interdependentemente,de sorte a manter um país
pobre em estado de pobreza. [...]. Assim, um homem
pobre talvez não tenha o bastante para comer; sendo
subnutrido, sua saúde será fraca; sendo fraco, sua
capacidade de trabalho será baixa, o que significa
que será pobre o que por sua vez, implica dizer que
não terá o suficiente para comer; e assim por
diante.Uma situação dessas, aplicada a todo um país,
pode reduzir-se a uma proposição truística: “um país
é pobre porque épobre”.(MYRDAL,1965,p.32)

Para Myrdal deve haver uma política intervencionista onde a principal mudança
nas políticas adotadas em países subdesenvolvidos é o entendimento comum que os
mesmos necessitam de um plano de desenvolvimento e integração nacional. Este plano
deve ser concebido para intervir nas forças de mercado e desse modo condicioná-las a
impulsionar o processo social. É fundamental e indispensável a ação estatal para
controlar as forças de mercado e evitar a ação concentradora das mesmas, apesar das
dificuldades de aplicação das mesmas, devido às disparidades dentro e entre países, que
são causa e efeito uma da outra em um processo de causação circular cumulativa
Se as forças de mercado não fossem controladas por
uma política intervencionista, a produção industrial,
o comércio, os bancos, os seguros, a navegação e, de
fato, quase todas as atividades econômicas que, na
economia em desenvolvimento, tendem a
proporcionar remuneração bem maior do que a
média, e, além disso, outras atividades como a
ciência, a arte, a literatura, a educação e a cultura
superior se concentrariam em determinadas
localidades e regiões, deixando o resto do pais de
certo modo estagnado. (MYRDAL, 1965 p. 51 e 52)

Assim como Myrdal, o autor Hirschman também identificou efeitos positivos e


negativos proporcionado pelo desenvolvimento de uma região sobre as outras. Ele
utiliza os conceitos de “efeitos para frente” e dos “efeitos para trás”. O primeiro é
resultado de uma indústria ou setor produtivo que produz insumos para outras indústrias
ou setores que estão localizados a jusante, estimulando o crescimento desses demais
setores que podem estar localizados em regiões próximas. Os “efeitos para trás”
funcionam de forma semelhante, nesse caso o setor a montante será beneficiado por
uma maior produção de uma determinada indústria situada em determinada localidade.
Hirschman, diferentemente de Myrdal, considera a desigualdade importante para
o processo de crescimento, ele considera que, no final, os efeitos positivos prevalecem
e, dessa forma, as desigualdades são amenizadas, papel do governo seria de suma
importância para fornecer a infraestrutura social, bem como elaborar estratégias de
desenvolvimento, principalmente nas nações subdesenvolvidas onde nestes países,
poupança e investimento são relativamente interdependentes.
No entanto, o diagnóstico tem uma característica
especial: não se preocupa com a falta de um ou
mesmo de vários fatores ou elementos necessários
(capital, educação, etc.) que devem ser combinados
com outros elementos para produzir o
desenvolvimento econômico, mas com a deficiência
no próprio processo de combinação. Nosso
diagnóstico é simplesmente que os países não
conseguem tirar proveito do seu potencial de
desenvolvimento porque, por razões amplamente
relacionadas à sua imagem de mudança, acham
difícil tomar as decisões necessárias para o
desenvolvimento no número desejado e na
velocidade requerida (HIRSCHMAN, 1958, p. 25).

O crescimento inicia-se nos setores líderes e transfere-se para os seguintes de


forma irregular e desequilibrada. Hirschman discute como o crescimento é transmitido
de uma região (ou país) para outra, evidenciando que, dada sua irregularidade, o
processo de desenvolvimento implica diferenças nos níveis de crescimento regionais e
internacionais. O desenvolvimento de uma localidade gera pressões e tensões em
direção às localidades subseqüentes, o que resulta em áreas desenvolvidas e
subdesenvolvidas (sejam países, regiões, estados, etc.). Há obstáculos ao
desenvolvimento, alguns como a insuficiência de serviços públicos, infraestrutura
logística, regulação bancária, etc.: como na América Latina, de países cujo processo de
desenvolvimento foi interrompido, dando origem a vários entraves que dificultam o
processo, o que demonstra a dificuldade em manter a regularidade do crescimento.
Myrdal e Hirschman apresentam a ideia de externalidade positivas e negativas
das firmas localizadas em determinadas regiões, sendo o resultado dessas externalidades
importantes para o processo de crescimento das regiões, principalmente aquelas
localizadas próximo dos “pólos” que concentram um maior número de fatores
produtivos. Outra característica é a presença do estado, nas três obras citadas os autores
consideram que a intervenção do estado é de fundamental importância para que haja o
crescimento em determinadas regiões.
O discurso teórico de Celso Furtado acerca da temática do desenvolvimento e
subdesenvolvimento tem fortes influências dos debates econômicos surgidos
principalmente no período do pós-guerra, quando, pela primeira vez, as economias
subdesenvolvidas, sobretudo as latino americanas começaram a ser abordadas sob um
enfoque conceitual diferente. Debates esses que foram superados e reformulados por
Furtado numa concepção mais atual.

Segundo Bresser Pereira (2001)

A independência teórica de Furtado permite que ele


use as teorias que julgar relevantes para resolver os
problemas de interpretação dos fatos econômicos
que tenha pela frente. [...] As teorias econômicas
existem, para ele, para resolver problemas reais [...].
Usar os instrumentos de análise econômica sem
perder sua própria liberdade de pensar e de criar, que
é seu bem maior. Conforme observa Francisco
Iglésias, “é absurdo apontá-lo como neoclássico,
marxista, keynesiano, rótulos que freqüentemente
lhe dão. Ele tira de cada autor ou corrente o que é, a
seu ver, correto ou adaptável à realidade brasileira
ou latino-americana. Adota os modelos que lhe
parecem corretos, sem tentar aplicá-los
mecanicamente a casos diversos, sem ortodoxia”.
Com isso Furtado não está pretendendo reconciliar
essas teorias, nem sendo indefinido, como
pretendem aqueles que querem uma visão única e
integrada da teoria econômica: está apenas nos
dizendo que, dependendo do problema enfrentado,
uma ou outra escola de pensamento pode ser mais
útil. (BRESSER PEREIRA, 2001, p. 20-21)
Para Furtado a industrialização é a via principal, para superar o
subdesenvolvimento. No entanto, a industrialização somente produz desenvolvimento,
quando ela é fomentada pelo mercado interno e é conduzida por um critério social. Um
projeto de desenvolvimento que se assenta em tais bases, promove, além de crescimento
econômico, bem estar social, liberdade, cidadania e integração nacional. Nas palavras
de Celso Furtado

“O que caracteriza o desenvolvimento é o projeto


social subjacente. O crescimento, tal qual o
conhecemos, funda-se na preservação dos
privilégios das elites que satisfazem seu afã de
modernização. Quando o projeto social dá prioridade
à efetiva melhoria das condições de vida da maioria
da população, o crescimento se metamorfoseia em
desenvolvimento. Ora, essa metamorfose não se dá
espontaneamente. Ela é fruto da realização de um
projeto, expressão de uma vontade política.” Na
concepção de Celso Furtado, um desenvolvimento
auto determinado e auto sustentado, somente se
realizam com a participação estatal. Ou seja, o
Estado é o instrumento responsável pela promoção
do desenvolvimento, à medida que é o único, capaz
de identificar e perseguir as necessidades
sociais.(Sampaio Júnior, 1999, pág.171)

Nessas circunstâncias, Celso Furtado considera que o Estado deve ser


reformulado institucionalmente, para que assim possa desempenhar com eficiência a
função de promotor do desenvolvimento econômico. Para Furtado o desempenho do
mercado esta associado à presença do Estado, pois no processo de industrialização,
aeconomia de mercado tende ao equilíbrio automático e a eficiência máxima. Sem a
presença do Estado, o mercado é ineficiente, pois, além, de não ser capaz de promover
as mudanças estruturais necessárias ao desenvolvimento, visa beneficiar exclusivamente
o grande capital. Em suas palavras
“Essa visão global do capitalismo industrial levou-
me à conclusão de que a superação do
subdesenvolvimento não se daria das simples forças
do mercado, exigindo um projeto político voltado
para a mobilização de recurso sociais que permitisse
empreender um trabalho de reconstrução de certas
estruturas.”(FURTADO Celso,1998, pág.76)

No caso do Brasil, por exemplo, a superação do subdesenvolvimento, implica


principalmente na realização de reformas; com a reforma fiscal que visa modificar a
forma anti-social como se financia os investimentos realizados através do setor público.
A reforma administrativa com a finalidade de alterar a forma como os órgãos públicos
são dirigidos, ou seja, ela deverá substituir o interesse privado pelo social. E
principalmente uma reforma agrária, substituindo a concentração de terra pela
redistribuição de terra. Porém embora, tenha citado as diretrizes para a superação ao
subdesenvolvimento, reconhece que este não pode ser superado, pelo contrário nos dias
atuais, os vínculos de dependência foram aprofundados, em decorrência do processo de
globalização.

CONCLUSÃO

Diversos autores desenvolveram estudos, especialmente na segunda metade do


século XX, cujo objetivo principal era analisar a questão da dinâmica econômica entre
os países e suas regiões, ou seja, como ocorrem os processos migratórios do capital
entre as diversas regiões do globo. Entre estes vários teóricos pode-se destacar François
Perroux, cujo trabalho foi fortalecido pelos estudos de Gunnar Myrdal e Albert O.
Hirschman, e reformulados por Celso Furtado.
As particularidades de cada autor são realizadas a partir de algumas
recomendações de políticas econômicas que constituem as bases teóricas para o
surgimento de atividades industriais e urbanas nos países periféricos, cujo principal
objetivo deve ser a integração da economia nacional.
O Estado, que na visão de Hirschman, é grande propulsor do crescimento
econômico, precisa também conduzir políticas que visem melhorar a distribuição de
renda e aumentar a qualidade de vida da população, pois o sistema capitalista tende a
homogeneizar o consumo e concentrar a renda. Nas palavras do autor “encareceu-se
muitas vezes a urgência do Estado assumir a responsabilidade no domínio econômico,
não para dar maior ímpeto ao desenvolvimento, através da elevação de todos os lucros,
mas para incluir alguns dos custos sociais no cálculo econômico e, assim, moderar a
implacabilidade e poder de destruição do desenvolvimento capitalista”. (HIRSCHMAN,
1961 p. 93)

REFERÊNCIAL TEÓRICO

BRESSER-PEREIRA, L. C. Método e Paixão em Celso Furtado. 2001 .In Bresser


Pereira e José Márcio Rego, orgs. A Grande Esperança em Celso Furtado. São Paulo:
Editora 34. 2001.
FURTADO, C. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundo de
Cultura. 1961.

FURTADO, Celso. O Capitalismo Global. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

HIRSCHMAN, A. “Estratégia do Desenvolvimento Econômico”. Rio de Janeiro:


Editora Fundo de Cultura S.A

MYRDAL, G. Teoria econômica e regiões subdesenvolvidas. Rio de Janeiro: Saga,


1965.

PERROUX, François. A Economia do século XX. Porto: Herder, 1967.

SAMPAIO JÚNIOR, Plínio de Arruda. Entre a Nação e a Barbárie. Rio de Janeiro:


Vozes,
1999. 254 p. Cap. 5: Progresso Técnico e desenvolvimento em Celso Furtado.

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