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frida kahlo: a dor da vida, a dor da arte 23/08/2018 10(55

Frida Kahlo: a dor da vida, a


dor da arte
Alguns artistas ultrapassam a fama adquirida por seu trabalho e
tornam-se sua melhor arte. Esse foi o destino de Magdalena
Carmen Frieda Kahlo y Calderón, ou Frida Kahlo, a mexicana
que transformou sofrimento em arte.

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© Frida Kahlo, "As Duas Fridas" (1939).

Muitos artistas deixaram sua marca no mundo das artes pelo trabalho que
fizeram, pelos quadros que pintaram, pela música que tocaram ou pelo
poema que escreveram. Mas alguns poucos foram além e, mais do que a
marca deixada por sua obra, confundem-se com ela e ficam eternizados
pela sua própria imagem. São esses que se tornam ícones. E foi esse o
destino da mexicana Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón, ou
simplesmente Frida Kahlo.

Simples é obviamente o adjetivo que menos combina com Frida. Sua


complexidade tem origem na sua própria história: nascida em 1907, filha
de um alemão e de uma mexicana, contraiu poliomielite aos seis anos, o
que lhe deixou como sequela uma lesão no pé direito que lhe rendeu o
apelido "Frida pata de palo" (Frida perna de pau). A partir daí começou a
usar calças e saias longas estampadas, que vieram a se tornar uma de suas
referências pessoais. Esse foi só o primeiro marco de como a construção do
ícone Frida Kahlo partiu de sua própria dor. E era também só o primeiro
de uma série de acontecimentos dolorosos de sua vida.

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© Frida Kahlo, "Auto-retrato" (1926).

Aos 18 anos, Frida sofre um grave acidente: o bonde em que seguia colide
com um trem, deixando-a meses entre a vida e a morte devido ao pára-

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choque que atravessou seu pélvis. Foi durante a recuperação que começou
a pintar, usando o material de seu pai, que tinha a pintura como
passatempo. O acidente deixou severas marcas a Frida, que teve que viver a
partir de então com fortes dores no corpo e coletes ortopédicos.

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© Frida Kahlo, "Coluna Rota" (1944).

Porém, talvez nenhum destes dois acontecimentos tenham sido tão


intensos na vida da artista como seu relacionamento com o pintor
mexicano Diego Rivera. A própria Frida resume bem a relação em seu
diário, "Diego, houve dois grandes acidentes na minha vida: o bonde e
você. Você sem dúvida foi o pior deles."

A vida do casal foi marcada pela intensidade, tanto na paixão como nas
calorosas brigas. Rivera e Kahlo dividiam a militância no partido
comunista, o amor pelas artes e uma tendência a relacionamentos
extraconjugais. Frida era bissexual, mas Rivera dizia não se importar com
seus casos com outras mulheres; apenas os casos com outros homens o
incomodavam... Um dos mais famosos, mas já depois da separação, foi
com o revolucionário russo Leon Trótski.

© Frida Kahlo e Diego Rivera (Wikicommons, Carl Van Vechten).

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Mas talvez nenhum dos relacionamentos extraconjugais de Frida a marcou


tanto quanto a descoberta de que Diego tinha um caso com sua irmã
Cristina há anos. Rivera teve 6 filhos com Cristina, e Kahlo nunca perdoou
a irmã. Após saber desta traição, Frida separa-se de Diego, mas voltam a
ficar juntos novamente em 1940, e assim permanecem até 1954, quando
Frida é encontrada morta em sua casa devido a uma forte pneumonia.
"Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar -
Frida" foi a última frase escrita pela artista em seu diário.

Um ano antes de sua morte, Frida precisou amputar uns dos pés devido à
gangrena, "Pés para que os quero, se tenho asas para voar?" escreveu Kahlo
em seu diário, em mais uma demonstração de como era capaz de alterar
sua própria percepção do sofrimento.

Em seus quadros, essa capacidade de transformar dor em belas imagens


fica clara. É o caso de Columna Rota, de 1944, em que Frida se retrata com
a coluna mutilada e o corpo coberto de pregos: a sua dor torna-se tão
visível que é possível ao admirador senti-la. Em A árvore da esperança, de
1946, Kahlo pinta novamente sua dor, agora acrescida da esperança de um
dia ver-se livre do sofrimento que as sequelas causaram, e para isso pinta
duas Fridas: a que convalesce no leito e a que segura um colete agora já
inútil. Frida pintou-se como duas em outro quadro, As duas Fridas, de
1939. Mostra-se aqui como uma mulher dividida pela dor lacerante do
corpo e da instabilidade de seus relacionamentos, e que ao mesmo tempo é
intensa, apaixonada e repleta de esperança. Em seu diário ela ainda
acrescenta ''Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o
assunto que conheço melhor.''

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© Frida Kahlo, "Árvore da Esperança" (1946).

Mais de 50 anos após sua morte, Frida Kahlo ainda continua sendo
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influência para muitos artistas. A personalidade forte que é possível ser


notada no modo como se vestia, nas telas que pintava, na intensidade com
que vivia e na forma como se comprometia com a cultura de seu país
tornaram-na modelo de originalidade.

A casa em que viveu tornou-se um museu em sua homenagem, a Casa Azul.


Sua vida foi retratada em dois filmes: em 1983, em Frida, natureza viva de
Paul Leduc, e em 2002 em Frida, de Julie Taymor, onde foi interpretada
por Salma Hayek.

Frida Kahlo teve na dor sua matéria; sua vida foi um turbilhão de
sentimentos que a artista conseguiu canalizar em um só: paixão. Suas
obras irradiam calor e vivacidade, mas não é só pelo seu trabalho que ela
ainda encanta. Frida teve uma vida que faria muitas mulheres se vestirem
de luto, mas ela preferiu vestir-se de flores.

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© "Frida" de Julie Taymor (2002).

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Bianca vale

Estudante de Arquitetura e Urbanismo, Bianca é apaixonada por Design,


Van Gogh, histórias bem contadas e gentileza. A verdade é que gosta de ler
qualquer coisa que esteja escrita em algum lugar, de Paulo Leminski a bula
de remédio. Tem mania de fazer listas. Pensa em um milhão de coisas ao
mesmo tempo e resolveu começar a escrever para dividir tanta inquietude
com outras pessoas. facebook, blog
Saiba como escrever na obvious.

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