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O direito prevê causas que excluem a antijuridicidade do fato típico. São Obs.: Não está incluído o perigo iminente, todavia o estado de
normas permissivas, também chamadas tipos permissivos, que excluem a necessidade abrange o perigo prestes a ocorrer. O que não abrange é a
antijuridicidade por permitirem a pratica de um fato típico. lesão possível em futuro remoto, ou se o perigo já está evitado.
Todavia, a exclusão da antijuridicidade não implica o desaparecimento da Não se pode confundir, também, o estado de necessidade, com o estado
tipicidade e, por conseguinte, deve-se falar em “conduta típica justificada”. de precisão. É insuficiente a alegação de dificuldades de ordem econômica
para justificar o furto, por exemplo.
Existem normas permissivas na Parte Geral (artigo 23), bem como na Para ser acolhida a excludente, mister se torna que o agente não tenha
Parte Especial (ex.: artigo 128). outro meio ao seu alcance, senão lesando o interesse de outrem.
3. Elementos objetivos e subjetivos Como o artigo se refere a situação não provocada voluntariamente, a
doutrina entende que não está excluída a justificativa quando o agente
causou culposamente o perigo.
Para que o agente atue juridicamente é necessário, além dos elementos
objetivos das descriminantes, preencha, também, o elemento subjetivo.
Há estado de necessidade não só no sacrifício de um bem de menor valor,
Ou seja, para praticar fato típico não antijurídico, deve agir no
pra salvar um de maior valor, mas também no sacrifício de um bem de
conhecimento da situação de fato justificante e com fundamento em uma
valor idêntico ao preservado.
autorização que lhe é conferida através disso.
Todavia, presente os demais requisitos legais, é facultado ao juiz a
redução da pena em casos de sacrifício de um bem de maior valor do que
4. Causas supralegais de exclusão da antijuridicidade o protegido.
O ônus da prova, no transcorrer da ação penal, pertence ao réu que alega
Sustentam, a doutrina e a jurisprudência, que além das causas de o estado de necessidade.
justificativas expressamente autorizadas a lei, existem outras, supralegais,
não explicitas. Tratando-se de um mesmo fato típico, a justificativa estende-se a todos
co-autores ou participes.
6. Exclusão do estado de necessidade Pode-se reagir contra uma agressão culposa.
§ 1º, art. 24. Atual é a agressão que está desencadeando-se, iniciando-se ou que ainda
está desenrolando-se porque não se concluiu.
Dever legal é aquele previsto em uma norma jurídica. Exemplo: obrigação
funcional do policial, do bombeiro etc. Responderão eles pelo crime Iminente é a que está prestes a ocorrera, a que existe quando se
praticado para salvar direito próprio. Todavia, os limites da exigência de apresenta um perigo concreto, que não permita demora à repulsa. Não há
sacrifício devem coincidir com os limites legais ou sociais do exercício de legitima defesa contra uma agressão futura, remota, incerta, que pode ser
sua profissão. evitada por outro meio.
Defende-se, porem, que existe legitima defesa antecipada, nos casos de
agressão futura e certa.
7. Excesso
Não age em legitima defesa aquele que pratica o fato típico após uma
Excedendo o agente na conduta de preservar o bem jurídico, responderá agressão finda que já cessou.
por ilícito penal se atuou dolosa ou culposamente.
Injusta é a agressão não autorizada pelo Direito.
8. Estado de necessidade putativo
11. Direito próprio ou alheio
Supondo o agente, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,
estar no meio de um incêndio, não responderá pelas lesões corporais ou Qualquer Direito pode ser preservado pela legitima defesa.
morte que vier a causar para salvar-se. Todavia, é controvertida a possibilidade de legitima defesa da honra. A
maioria da doutrina e da jurisprudência entendem que não há legitima
9. Legitima Defesa defesa nesses casos.
Artigo 23, II, regulado pelo artigo 25. É admissível a legitima defesa de terceiro, desde que a defesa seja feita a
bens indisponíveis, mesmo que o terceiro tenha consentido com a
Teoria subjetiva: confere licitude ao ato de quem se defende, pela agressão.
perturbação de animo da pessoa agredida.
12. Uso moderado dos meios necessários
Teoria objetiva: fundamenta-se na existência de um direito primário do
homem de defender-se, na retomada de uma faculdade de defesa que Na reação deve o agente utilizar moderadamente os meios necessários
cedeu ao Estado. para repelir a agressão atual ou iminente e injusta, levando-se em
consideração as circunstâncias do fato, o bem jurídico defendido e o tipo
Requisitos: de crime em que a repulsa enquadraria.
- reação a uma agressão atual ou iminente e injusta HUMANA; No caso de flagrante desproporção entre a ofensa e a reação, desnatura-
- defesa de um direito próprio ou alheio; se a legitima defesa.
- moderação no emprego dos meios necessários à repulsa; e
- elemento subjetivo.
13. Inevitabilidade da agressão
10. Agressão atual ou iminente e injusta Embora não se obrigue o homem a ser covarde, deverá evitar o confronto
se, sem desonra, puder evitar a agressão a ele dirigida.
A reação deverá ser contra aquele que se está praticando uma agressão.
Embora, em geral, implique violência, nem sempre esta estará presente
14. Elemento subjetivo
(reação a carcereiro que não cumpre o alvará de soltura).
Como em todas as justificativas, o elemento subjetivo, ou seja, o
conhecimento de que está sendo agredido, é indispensável. Reconhecendo-se para o autor, estende-se para o co-autor ou participe.
Deve estar presente, aqui, também, o elemento subjetivo.
15. Excesso
21. Exercício regular de direito
O excesso pode decorrer do uso inadequado do meio, quando o sujeito
podia utilizar meio menos vulnerante, ou de falta de moderação na Artigo 23, III, segunda parte.
repulsa. Qualquer pessoa pode exercitar um direito subjetivo ou faculdade previsto
em lei. Exemplo: prisão em flagrante por particular.
16. Legitima defesa recíproca
Não é um dever, e sim uma FACULDADE.
Não há ERD quando um cônjuge agride outro por se recusar à prestar
Pressupondo uma agressão injusta, não é possível falar-se em legitima
débito conjugal.
defesa recíproca. Um dos contentores estará agindo ilicitamente quando
tomar a iniciativa da agressão.
É necessário obedecer às condições objetivas do direito, seus limites
traçados em lei. Fora deles, haverá abuso.
17. Provocação e desafio
Deve haver elemento subjetivo, também.
A provocação do sujeito que alega a legitima defesa, em si, não afasta a
possibilidade da justificativa, desde que não consista em agressão. Porem, Ofendículos = caco de vidro no muro, arame farpado, cerca elétrica, etc.
caso a provocação visava justamente desencadear a agressão do = ERD.
provocado, desconsiderar-se-á a legitima defesa.
Violência esportiva = autorizada em lei (ex.: lei pelé) = ERD (desde que
18. Legitima defesa putativa não haja excessos)