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atributos inerentes ao título, entre meus iguais ou sobre os inferiores. Era o
início da Glória (Ser, finalmente, a coroa da criação do Senhor dos Deuses).
Reconhecido entre os grandes da cidade, convidado a festas dos nobres,
ouvido em questões maiores, obsequiado a todo momento, logo ao passo de
alguns anos meus proventos se multiplicaram ao ponto de investir em
novidades, pagar o preço (do possível prejuízo em algo novo e por isso
desconhecido,) mas aprendera a lição e procurei quem sabia dos novos
assuntos para dividir com ele os futuros lucros enquanto aprendia seu saber.
Não que antes não aparecessem ótimas oportunidades e formidáveis
negócios, mas eu já amadurecido com os perigos do lucro máximo (quase
sempre prejuízo certo), esperei até que, com os meros 10% do retorno
periódico pudesse avançar em outros caminhos. Sempre auxiliado pelo
mestre, enriqueci além dos meus sonhos mais ousados e aos trinta e quatro
anos tornara-me um gigante entre os gigantes do comércio, superado apenas
pelo mestre, sócio dele em várias empreitadas e concorrente em algumas,
mas sempre meu mestre e amigo muito querido. Era meu verdadeiro pai e
senhor!
Um belo dia o mestre procura-me, em nosso lar, elogia-me a perseverança
e o acerto com que me havia posto diante da vida, e acresce que outrora eu o
procurava para aprender e hoje era ele que vinha para completar o meu
ensino. Surpreso, disse-lhe não suspeitar que ainda faltasse algo, e que não
via onde eu precisasse conhecer mais para enriquecer. No entanto, se ele
achava que eu ainda tinha a aprender, estava pronto para ouvir e executar o
que indicasse, pois lhe devia tudo quanto tinha e até mais, tudo o que era,
pois a vida que ora vivia, era verdadeiramente uma outra fantástica
realidade impensável, para o garoto que ele começara a ensinar, apesar do
meu mérito em me esforçar e perseverar. “Sem conhecimento e sabedoria, a
diligência, o esforço e mérito são nulos, pois não há direção, sentido e
caminho a seguir”.
_____Percebeste que, enquanto enriquecias, todos te respeitavam, mas não te
amavam? Parentes, amigos, conhecidos, empregados e até estranhos falam
mal, às espreitas. Eles desejam o mal a você, ardem de invejas, consomem-se
de despeito, não se conformam com o que consideram a grande injustiça da
sorte ter sorrido gratuita e graciosamente a quem, segundo eles não merecia,
pois acham que eles sofreram mais e se esforçam mais no dia a dia, enquanto
o fruto do labor deles corre generosamente para você. Eles imaginam você
na casa que eles construíram com muito suor e sofrimento, não se lembram
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que foram pagos e sim que eles labutam e você desfruta a vida de reis, faz o
que lhe apraz e a eles resta executar seus menores desejos. Os ossos e os
espinhos são deles, as delícias e os generosos deleites do amargor deles é
todo para você. A ignorância opcional gera a desobediência, que traz a falta
e incita a inveja, rancor e ódio, exatamente contra quem obedece e por isso
tem fartura.
_____E há solução para o mal alheio, para o desejo errado dos outros? Pode
alguém ser culpado porque o outro não quer aprender a acertar? A mim
melhor me fora que fossem todos ricos, pois o comércio com miseráveis é
muito mais penoso, compram e não pagam, prometem e não conseguem
cumprir (imprevistos sempre acontecem, ainda mais com quem vive no
caminho certo dos piores imprevistos – quem quer gastar tudo a cada
recebimento, sem provisão para eventualidade; obter lucros fáceis e
máximos; resolver todos os problemas de imediato; e abusar dos prazeres até
o rebote final). É tão impraticável o relacionamento que tudo que é
facilmente decidido por ser o certo e acertado, fica de difícil execução em
face aos comportamentos decorrente dos hábitos optados. Até o ladrão
entrando em casa de pobre, só leva, susto, pois ele nada tem que se possa
levar. É possível resolver isso? Como se relacionar com quem age contra as
melhores práticas de relacionamento verdadeiro? Como solver o impasse
impossível? Como...?
_____Você disse a palavra mágica “Como”? E assim terá a resposta: por
mais errados que sejam, e tenham dado seus bens, seus filhos e a própria vida
por dinheiro (todas as vezes o foi por preço menor que o valor, pois foram os
deuses que lhes deram e esses presentes não têm preço), mas venderam e já
não lhes pertencem, porém você que os comprou, sabe que detém o muito que
comprou por quase nada – já que nada pode pagar o presente de um deus.
Incumbe fazê-los contentes com você para que o abençoem, sempre que de
você se lembrem, e os deuses se alegrarão com você, confirmando o que tem
e para a sua posteridade depois de partir pelo caminho de todos os homens.
É a alegria e gratidão deles que os deuses miram, para abençoar você e os
seus.
Cumpre, pois, de separar 10% do lucro em tudo que tiver e distribuir entre
os mais pobres, principalmente, mas também para os empregados, parentes e
antigos amigos, sob forma de festas, presentes e alegrias; lembra também de
ter sempre à disposição dinheiro para remédios e médicos, para com os seus
e com os pobres, bem como víveres básicos para aplacar a fome mais cruel
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dos absurdamente imprevidentes. Torna a amolecer o coração para com os
outros, pois a estultice deles os impede de vislumbrar que nascemos para ser
deuses, e seu orgulho os joga ao fundo, ao nível dos animais. Mas cabe a
você respeitá-los e no possível amá-los – pois, têm o alento e a atenção dos
deuses e às vezes o carinho. Seu livre arbítrio pode levá-los quando quiserem
ao céu!
Compadece-te deles, mas não atreles a tua sorte à deles, dá do que é teu,
mas não ao ponto em que empobreças. O coração é o grande construtor do
universo, mas só sob os limites da razão, com a cabeça ponderada e o
coração fervilhando de boas emoções é que o homem alcança seu objetivo:
ser um próprio deus, servindo ao Deus dos deuses em Sua própria morada,
deleitando-se com sua herança, em ser Seu Filho, no jardim de delícias que
tão amorosamente nos preparou e que como brutos animais optamos, com
nossas ações, por jogar fora. A Lei e Justiça estabelecem os parâmetros para
tudo construir e constroem. E o Amor e a Misericórdia tudo reconstroem,
sempre, recriando permanentemente a eternidade por todo sempre. Se na fé
temos a crença, é na esperança que temos a energia. Dos dois decorre ação.
É o Amor que faz o mundo girar; mas sempre, dentro dos limites da Lei! É
o Amor e a Misericórdia que dão sentido à Vida, e a Lei e a Justiça que
balizam o Existir! (Ame-os como seres que têm a glória divina em seu fôlego,
assim como você que soube dela lançar mão. Ainda que ajam como pragas
destruidoras, ainda têm dos deuses a chance de trilhar a qualquer momento
que queiram, o mesmo caminho que levou você ao paraíso, que leva qualquer
um e até a todos, ao céus dos deuses)! ‘Nunca, nunca é tarde para aprender’!
Anos depois dessa conversa, que nunca consegui esquecer, nem por um
minuto que fosse, tendo aprendido a amar os homens que se fazem animais
estultos, amado por todos ao meu redor, querido nas praças e nos becos,
onde visitava alguns a sofrer e eventualmente, ouvindo suas dores e
aprendendo em meu coração a respeitá-los mesmo em sua ignorância, soube
que o mestre estava à morte. Rápido, corri ao seu leito final e entre os seus
familiares dele ouvi e aprendi o seu desejo, o desejo do homem mais rico do
mundo. Disse ele olhando-me nos olhos e dando-me a mais distinta honra de
todas que já tive:
_____Logo será você “O Homem Mais Rico Do Mundo”. Se com sua
juventude e saúde já não o for. Eu vou pelo caminho de todos os homens,
meus bens serão divididos entre os meus filhos de sangue, porém você é o
meu verdadeiro filho (eu o chamo assim porque você, se não tem o meu
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sangue, tem o meu coração, o meu espírito, meus pensamentos e a minha
maior fortuna – a ‘essência divina ativada para ser um criador’ o suficiente
para fazê-lo como eu mesmo). Aquele que em que toca vira riquezas e com
elas cria “um mundo”. O meu espírito é igual ao seu e o que lhe dei, também
de graça recebi, pois eu também já fui pobre e também me encontrei com um
que era “O Homem mais rico do mundo” e ele me deu o que lhe dei. Um ser
que exara o mesmo perfume do CRIADOR DE TUDO, e como seus Filhos
seguimos abençoando a todos e a tudo o que de nós se acercam.
Você foi de longe o maior agraciado de tudo o que tenho e sou. E isso não
porque eu quis – embora o tenha também desejado e muito me orgulho de
você – mas, porque só você quis, enquanto eu ofertei a todos os meus e até
aos amigos, conhecidos e desconhecidos, mas..., eles nunca desejaram e,
menosprezaram a mágica que gera tudo que possuo, enquanto cobiçavam o
que possuo, mas você se escolheu, para ser o meu filho dileto, o adotivo que
vale mais, pois mais pediu e de mim mais recebeu. Eu também vivi seus
mesmos problemas de uma forma similar, ainda que com nomes diferentes e
em outro lugar, e também ganhei como você ganhará e breve o título de
“mais rico do mundo” apropriadamente como eu, que também conheci outro
como, o homem mais rico do mundo. Também dele aprendi a ser o que sou!
Tudo que deixo a eles um dia se irá, literalmente se evaporará. Eles não
me crêem, mas se irá, e você, com a sabedoria que lhe é própria, ajude-os,
como achar que deve, para que não morram a míngua. Sê o meu primogênito
e ampara a minha casa, quando vierem a precisar. Não como quiserem, mas
como aprouver a você lhes dar, dê esmolas. Para que recordem o dia de hoje
e o ‘agora’ e ouçam-no para receberem de você a mágica que ambos temos.
Uso palavras pesadas para que então sintam que o que jogaram fora, era
primeiro deles e ainda devem acordar e lutar tenazmente como você, que fez
por merecer ter tudo e nada lhes deve, porque o saber não falta de quem se
tira e deve ser multiplicado por todas as criaturas que o quiserem para ser
deuses. Eis a herança humana, legada pelo maior dos deuses a todos sem
distinção, que desejem receber e desfrutar a vida deleitável, prometida em
sonhos a todos os homens pelo PRÓPRIO, que anseia por ser PAI dos que se
escolherem. Tudo o que aprendemos de bom é para ser livremente ensinado a
quem quiser, para honra ao Senhor dos deuses e criador de tudo o que há.
Por maior que tenha sido o estupendo legado deixado, anos e anos após,
empregava eu, todos filhos e parentes do meu verdadeiro pai, tudo se perdera
para eles, eu sou hoje o homem mais rico do mundo, e deixarei em minha
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lápide como testamento para toda humanidade a maior mágica que recebi de
presente, a chave que abre todas as portas, o conhecimento maior, para os
verdadeiros filhos que nem conhecerei, pois me fizeram herdeiro dos deuses e
tudo me foi dado verdadeiramente de graça, então de graça meus filhos terão
a herança dos deuses que tão maravilhosamente recebi e dou, a quem quiser.
Héber dos Hebreus quedou-se maravilhado. Quanta simplicidade em tão
grande profundidade. Como era possível que todos não bebessem daquela
maravilha feita história, como exemplo e modelo de vida? O que cegava os
homens a ponto de preferirem a lama aos céus? Que vício tão miserável
arrastava ao desespero por toda uma vida os indivíduos, tendo tanto ao
alcance? Concluiu então que a prática gera resultados, que se somam e se
multiplicam, exponenciando-se mais e mais práticas e conseqüentemente mais
e maiores resultados, porém ela se inicia com a formação de pequeninos
hábitos diários, que apontam para mais vida ou menos vida, e a sucessão
desses hábitos dá a magnitude e a enormidade de uma existência (distanciando
tanto que se afigura impossível para as pessoas ‘normais’ sonhar com o
divino, parecendo até um exercício pecaminoso e sacrilégio)! Primeiro
fazemos nossos hábitos, depois são nossos hábitos que nos fazem.
Tendo morrido muito rico, pois a despeito da idade, aplicara o que
aprendera, e como nunca é tarde para se começar o que for bom, ainda mais
quando não se sabe o tempo de vida na terra, deixou para os seus herdeiros
essa formidável prática de vida. Tome posse de sua herança e desfrute o
prazer dos deuses, siga os ensinos de Héber dos Hebreus e mais do que seu
sangue, você terá o seu espírito, o espírito do saber, o sopro de ânimo que o
leva a ser verdadeiramente filho e não “bastardo” – criado como cria dos
outros, sem seu alento ou vida que vem dele. Receba como filho dele o
impulso vital para viver como um deus na terra. Deleite-se na vida, pague
primeiro o preço que se revelará extremamente barato depois, embora pareça
exaustivo e gigantesco no momento. A recompensa é demasiadamente maior,
divina mesmo com todas as bênçãos do DEUS dos Deuses. É Presente grande
demais para se falar, é para sentir, desfrutar, deleitar-se, num prazer sem fim!
_____ “Goze de sua divina herança”, diz Héber dos Hebreus a todos os
verdadeiramente seus. Tendo ensinado a quem quis aprender, fez de todos,
seus descendentes e herdeiros, perpetuando seu próprio nome até o dia de
hoje. (Árabes e judeus tem a riqueza fácil, até o dia de hoje por terem
incorporado à sua cultura pessoal, doméstica, religiosa e social, muitas das
orientações descobertas por Héber e ensinadas a todos que quiseram).
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OBS: Contam os mais velhos, que foi Héber quem ‘estatuiu’ o dízimo entre os seus seguidores. Valor subtraído
ao jornal diário recebido, de montante igual a um décimo. Sendo tirado antes de qualquer pagamento, seria posto
de lado, escondido num altar e por ele se teria a veneração de um presente divino. Serviria única e exclusivamente
para comprar a nossa própria alforria – a liberdade própria dos filhos de deus. Viver de renda e não de trabalho!
FIM.
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