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Capitulo XI

INTEGRAL DEFINIDO

§ 1. Posição do problema. Somas integrais inferior e snperior


Um forte meio de investigação em matemáticas, em física, em
mecânica, assim como noutras disciplinas é fornecido pelo integral
definido, umas das noções fundamentais da análise. O cálculo das
áreas delimitadas por curvas, arcos, volumes, trabalho, velocidade,
trajecto, momentos de inércia, etc., reduz-se ao cálculo dum integral
definido.

Seja y — f{x) uma função contínua dada sobre o segmento [a, b]


(fig. 206 e 207). Sèjam m e M, respectivamente, o seu menor c o
seu maior valor sobre este segmento. Dividamos o segmento [a, 6]
em n partes pelos pontos
a Xq, ^2» • • •»
com
:^ 2 < - • *

e façamos
= Axj,
maior valor de f(x)
[^o> Xi] por mi c M l,
Xj] por m, c M^,

x„J por m „ eM „ .
430 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Fonnemos as somas
n
s„ = nii Axi + Ax^ + . . . + m„ Ax„ = nii Axi, (1)
i= l
71

SJ^= Aíi - j - 71^2 H “ • • • “ f“ S ^i (2)


i= l

A soma chama-se soma integral inferior e , soma integral


superior
Quando / (jc) > 0, a soma integral inferior tem para valor numé
rico a área da figura em escada «inscrita» AC qN^C^No ... Cn-iNr,BA
e a soma integral superior, a área da fieura em escada «circunscrita»
AK ^C .K , . . . Cn-iKn-,C^BA,
Indiquemos algumas propriedades das somas integrais inferiores
e superiores.
a) Dado que /Mí < Aí* qualquer que seja i ( / = 1, 2, n).
tem-se, em virtude das fórmulas (1) e (2):
f n < f „

(a igualdade correspondente a f(x) = const).


b) Dado que
T rila m ,
em que m é o menor valor de /W sobre [a, b], tem-se
fn = ^1 + mo Ax^ + . . . + A,r„ ;> m A^i + m Ax^, + . ..
.. . -f m Axr, = m (A xy+ Ax^ + . . . + Ar„) = m{b a).
Assim,
Sfi ^t n {b — a).
c) Dado que
Mn < M,
em que Aí é o maior valor de f (ac) sobre [a, 6], tem-se
Sn = M l AXi + M 2 A x 2 + . . . + Mn AXn M AXi + *1/ Ax^ + . . .
... uM AXn — M (Aj :i + A x .2+ .. .
. . . + Axn) = M {b — a).
Assim,
$n ^ {b n).
Reunindo as duas desigualdades obtidas, tem-se:
m {ly — Sn ^ ^)*
INTEGRAL DEFINIDO 431

Quando / (jc) > 0, a dupla desigualdade obtida admite uma inter


pretação geométrica simples (fig. 208), dado que os produtos m (b — a)

e M {b — á) representam, respectivamente, os valores numéricos das


áreas do rectângulo «inscrito» A L 1L 2B e do rectângulo «circunscrito»
A U L 2B.

§ 2. Integral* definido
Continuemos 0 exame da questão do parágrafo anterior. Tomemos

um ponto sobre cada segmento [xo. Xi], [Xi, Xx],. . .1, Xj^Jque
designaremos, respectivamente, por ^1, ^2, ...»
. . . (íig. 209),
Xq <C[ <C Xj, Xi <C €2 ^ ^2» • • •» ^71^1 Sn -
432 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Sejam f (íi), /(íz)....... / (In) os valores da função nestes pontos.


Formemos a soma

«n = / (li) Axi + / ( y Axj + . . . + / (ê„) Ax„ = V / (10 A.Ci (1)


i—1

que se chama soma integral para a função / (jc) sobre o segmento [a, b].
Dado que, qualquer que seja sobre o segmento rO, se tem

e que > 0. deduz-se


m i Ax.- < / {l i ) A x i < M l A x i,

por conseguinte.
2 nii A x; < 2 / (li) Ax; < 2 A x j.
i=l i =1 i=]
OU

• C^)
A interpretação geométrica desta última desigualdade é que»
para / (x) > 0» a fígura que tem 5n por área é delimitada por uma
curva compreendida entre as curvas em escada «inscrita» e «cir
cunscrita».
A soma Sn depende do modo de decomposição do segmento [a, b\
em sarnentos Ixi-i, x j e da escolha dos pontos sobre estes segmentos.
E>esignemos. agora, por máximo x j o comprimento do
maior dos segmentos [x q , x J , [xi, X2I, . . Consideremos
diversos cortes do segmentos [a, b\ em segmentos parciais xj
tais que máx x j -> 0. É evidente que o número n de segmentos
duma decomposição tende para o infinito. Pode-se formar para cada
corte, escolhendo os valores correspondentes a soma integral

S/(li)A x,
i=l
de maneira que se pode falar de cortes sucessivos e da série das
somas integrais que lhes correspondem. Suponhamos que, para uma
série de cortes dados, com máx AXj-»0, esta soma(*) tende para
um limite /.
Se para os cortes arbitrários do segmento [a, 6], tais que máx
n
AXi->0, e para ^ quaisquer, a soma 2 / ( 1 0 Ax,- tende para um
i=l

(*) N o caso dado, a soma é uma grandc2a variável ordenada.


INTE5GRAL DEFINIDO 433

SÓ e mesmo limite I. diz-se que a função f{x) 6 htíegrável sobre o


sarnento [a, ó]: o limite I chama-se in t ^ a l definido da função f(x)
b
sobre o segmento [a, b]. Designa-se por ^ / (x) dx e escreve-se:
a

lim S / ili) Axj = í / (x) dx.


m a x A » i- > 0 i = l a

O número a é o limite inferior do integral e 6 o limite superior.


O segmento [a, b] é o segmento de integração, x a variável de irrtegração.
Indiquemos, sem o demonstrar, que' se a função y = f(x) é
contínua sobre o segmento [a, b], ela é iptegrável sobre esse segmento.
É evidente que se no decorrer dos cortes sucessivos para os quais
max Aj c i -> 0 se verifica para a função contínua /(x), a série das
somas integrais inferiores sn e das somas integrais superiores sn,
constata-se, então que as somas tendem para
o mesmo limite /, que é o int^ral definido de
fix):
n h
lim ^ f (x) dx,
m a x A acj-^O i = i a

n /b
lim 2 -^i Axj = 5 / (x) dx.
m a x A * i-» -O i= i a

Entre as funções descontínuas, encontra-se tanto funções integráveis


como funções não integráveis.
Se se construir o gráfico da função sob o sinal soma (o sinal
de interação) y = / (x), quando, / (x) > 0 o integral
b
lí{ x ) á x
a

é numèricamente igual à área do trapézio curvilíneo formado pela


curva y = f (x), pelas rectas x = a, x = b e pelo eixo Ox (fig. 210).
Por conseguinte, calcular-se-à a área do trapézio curvilíneo for
mado pela curva y — f (x), pelas rectas x = a, x = é e pelo eixo Ox
por meio do integral

Q= (3)

N ota— 1. Notemos que o integral definido depende sòmente


da função y = f (x) e dos limites de integração, mas não da variável
de interação, que é licito designar por uma letra qualquer. Poder-se-á,
28
434 CAL.CULO DITERENCIAL. B INTEGRAI^

então, sem mudar o valor do int^ral definido, substituir a letra x


por qualquer letra:

a a ^
Quando introduzimos a noção de integral definido
b
suposonos a < b. Se b < a , tomar-se-á por definição \ f {x) dx,

í f(x)dx= — l f (x ) dx. (4)


Assim,
5 X® d x = — f X* d x .
s 0

Enfim, SC a = b, por-se-á, por definição, para toda a função f (x)

5 /(x )d x = 0. (5)
a

Isto é natural sob o ponto de vista geométrico. Com efeito»


o comprimento da base do trapézio curvilíneo é nulo. e, portanto,
também a sua área.
Exemplo — i . Calcular o integral

f k x d x { b ' ^ a).

Resolução — Geomètrícamente, o probkma


reside em calcular a área Q do trapézio formado
pelas rectas y = kx, x = a» x = b, y = 0 (fig. 211).
A função y = kx debaixo do sinal soma
é contínua. Por conseguinte, é-nos permitido
no cálculo do integral definido, com o se veri
ficou anteriormente, cortar o segmento [a, b]
Fig. 211 arbitràriamente e escolher intermediários arbi
trários.
O resultado do cálculo não depende do processo da construção da soma
integral, desde que o maior dos segmentos parciais tenda para zero.
Dividamos o segmento [a, b] em n partes iguais.
O comprimento de cada segmento é Ax = --------- - , que se chama
Ajt
n
«limiar» da divisão. As abcissas dos pontos de divisão são:
a = Xo, Xi = a Ax, X2 = fl + 2Ax, = a + nAx.
Tomemos para pontos ík as extremidades esquerdas de cada segmento
l i = O. Í 2 = a + á x , Is = a 2A x, . .
Í„ = a + (» - 1) Ax.
INTEGRAL. DEFINIDO 435

Formemos a soma integral (1). Deduz-se de / iÍl) —

= ^ liA x + AÇ2AX + . . . + Ac|;iAx =


= k a A x + [ k (a + Ax)] A x + . . . -f{A Ax —
= k {a -j- (a -|- Ax) ~f" 2Ax) -{“ ••• “j” [fl ~f~ (w — 1) Ax]} Ax =
= /c{na + [Ax + 2 A x + . . . + ( « — 1) Ax]} A x =
= {na + [1 + 2 + . . . + (n — 1)] Ax} Ax,
b— a
em que Ax . Dado que

1+ 2 + . . . + ( b - 1 ) = ” <"^

(a soma duma progressão aritmética),


r n («—1)
n {n— 1) b&—
—aa "I
“I b
6—^ aa . T , n —1 6—a"| .

Como
1 . ^ 1
l i m ------- = 1 , tem-se;
n -»> oo ^

b^^— a^
lim s „ = Q = k r a + ^ - ^ 1 (6— o) = *
n -^ o o L ^ J

í
Assim,
u
62—aa
kx dx — k

O cálculo da área ABba (fig. 211) em geometria


elementar é trivial. O resultado é o mesmo.
o
Exemplo — 1. Calcular ^ x2 dx.

Resolução — O integral dado é igual à área G do


trapézio curvilíneo formado pela parábola y = as.rectas Fig. 212
X = b e y = 0 (fig. 212).
Cortemos o segmento [a, 6] em n partes iguais pelos pontos:

xo= 0, xi = Ax, X2=2Ax , ..., Xn^b = nAx,


Ax=— .
n
Tomemos, para as extremidades direitas dos. segmentos.
Formemos a soma integral:
»fi=^Ax+xÍAx+... +x* Ax=
= [(Ax)2 Ax+(2Ax)« A x+... +(/»Ax)2 Ax] =
= (Ax)3 [12+22+...+112].
436 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Como se sabe

então,

ra(n + l) ( 2 n + l) **
«3
b
lim Sn— Q = f x ^ d x — ^ .
n -> -o o J o
0
b
Exemplo — 3. Calcular ^ m d x (ni = const).
a

Resolução,
^ 71 n
\ m dx= lim rn ^ x i= lim m V Ax í =
J
a
max Aa: *• -> 0 1=1
“ max A a cI. -► 0 ^
i _ i

=m lim V , A x i= m (6 — a),
max AXf -^0 ^
i= i

Aqui 2 é a soma dos comprimentos dos segmentos parciais


i= í
que constituem o segmento [a, ò]. Qualquer que seja o corte, esta soma é
igual ao comprimento do segmento b — a.

Exemplo — 4. Calcular i dx.

Resolução — Dividamos de novo o segmento [a, b] cm n partes iguais:

XQ= a, Xj = a + Aa:, x^ = a + »Aa;;


A x = h— a
A --------- .
n
Tomemos para pontos i i as extremidades esquerdas. Formemos a soma
integral:
*„ = <?«Ax + e“+'^*A a:+. . . + e “+ < " -‘ )^ * A x =
= e» (1 + e ^ + « 2 ^ + . . . + e(n-DA *)

A expressão entre parêntesis ê uma progressão geoméiica de razão


de primeiro termo 1, logo,

Sn - A x = e“ 1)
e ^^-i
1NTB6RAL DEFINIDO 437

Tem-se, cm seguida:
Sx
nAx = h — a : lim - = 1.
Aar-^0 —1
z 1 \
Segundo a regra de L*Hospital, lim —z— = = 1. ) Por con-
2->0 «^—1 2->0 « /
seguinte,
lim Sn = Q = e^ — =

isto é.

e* dx = e^ — e®.

Nota — 2. Os exemplos dados mostram que o cálculo dos inte


grais definidos no que respeita a somas integrais está sujeito a dificul
dades consideráveis. Mesmo quando as funções a integrar são muito
simples (kx, jc^, este processo exige cálculos fastidiosos. Os cálculos
tomam-se inextricáveis quando se trata de funções mais complicadas.
Ê, então, natural procurar um método prático de cálculo dos integrais
definidos. Este método, devido a Newton e a Leibniz, utiliza o elo
profundo entre a integração e a derivação. Os parágrafos seguintes
do presente capítulo têm por objecto a exposição dos fundamentos
deste método.

§ 3. Propriedades fundamentais do integral definido


Propriedade— 1. Pode-^se retirar um factor constante de debaixo
do sinal soma: se A = const,.
b b
^ A f (x) dx = A J / {x) dx. (1)
a a

Demonstração.
\ Af{x)dx= lim 2 Aarj =
a max Ax->o i=i

= A lim 2 /( i í) Aa;i = ^ í/(x )c ír.


max Ax-^0 i= i a

Propriedade — 2. O integral definido da soma algébrica de várias


funções é igual à soma algébrica dos integrais das funções.
Assim, no caso de duas funções
b b b
I [fi (x) U +à x =U i
M ] d x + y ^ (x) d x .
W ( 2 )
4 38 CALCULO DIFERKNCIAL E INTEGRAL

Demonstração,

í [fi (^) + U (^)] àxz= lim 2 [/i (li) + h (li)] A^i =


a m a x A x -> 0 i = i

= lim [2 A (li) Axí + 2 /* (li) Á xt] =


m a x A x -^ 0 i= i í= l

= lim 2/i(li)A ^ i+ lim 2 / 2(li)^^i =


m a x A x -^ o i = i m a x A x -> 0 í = l

= J / i (x) á r + J /a (x) dx.


a a

A demonstteção é válida para um número arbitrário de funções.


As propriedades 1 e 2, demonstradas para o caso a < b. subsistem
para a '^ b.
Todavia, a propriedade seguinte não tem lugar a não ser para
a < b:
Propriedade — 3. Se sobre o segmento [a, b], (a < b), as funções
f(x) e f(x) satisfazem à condição f (x )< ^ (x ), tem-se
b b

5 / ( x ) d x < J <p(x)dx. ( 3 )

a a

Demonstração — Consideremos a diferença


b h b

y <p (x) dx — J / ( x ) d x = J [(p (x) — / (x)] dx =


a a a

= lim 2 [9(li) — / (li)] A^i-


m a x A x -^ o í = i

Tem-se cp (E^) — / 0, Axj 0. Então, cada um dos ter


mos é positivo ou nulo, e do mesmo modo a soma e o seu limite:
b

J [(p (x) — / (x)] dx > 0


a

OU
b b

J <p (x) dx — J / (x) dx > 0,


a á

donde se deduz a desigualdade (3).


Se / ( x ) > 0 e r ( x ) > 0 , a fig. 213 dá uma ilustração getuné-
trica desta propriedade. Resulta de ^ (x) > / (x) que a área do trapézio
curvilíneo aAiBib não é superior à do trapézio oA^Bib.
INTEGRAL DEFINIDO 439

Propriedade— 4. Sendo m e M. respectivamente, o menor e o


maior valor de f (x) sobre o segmento [a. b] ^ a < b, tem-se

/w(6 — a ) < j / ( x ) d x < M ( 6 — a). (4)


a

Demonstração — Tem-se, por hipótese.


m ^ f (x) M.

Deduz-se da propriedade (3):


b b b

J m d x ^ J / ( x ) d x < í Md x . (4')
a a a

l m d x = m { b — a), l M d x = M { b — a)

(ver exemplo 3, § 2. Cap. XI). Substituindo estas expressões na


desigualdade (40. obtém-se a desigualdade (4).

Quando / (x) > 0, esta condição está ilustrada geomètricamente


pela fig. 214: a área do trapézio curvilíneo aABb está empreendida
entre as áreas dos rectângulos aAiBjb e aA^Bib.

Propriedade — 5. (Teorema da média). Sendo a função f (x) con


tínua sobre o segmento [a, b], existe sobre este segmento um ponto $
tal que se tem:
l f { x ) d x = {b — a) f {l ). (5)
440 CAIXIULO DIFERENCIAL. E INTEGRAL.

Demonstração — Seja, para fixar ideias, a<. b. Se //t e M são,


respectivamente, o menor e o maior valor de / (x) sobre [a, ft], tem-se,
em virtude da fórmula (4), >,

/w < f{:c)dx<^ M .

Donde b

1 f
------\ f ( x ) d x = i i , oú
'—a J

Sendo f(x) continua, toma todos os valores compreendidos entre


m e Af. Ter-se-á, então, para um certo valor \ {a 1^ = / (5),
ou seja
\í(x)dx = f{\){b-a).
a
Propriedade — 6. Sendo a, b. c três números arbitrários, tem-se

y {x) d x = ^ f (x) dx I f (x) dx, (6)


a a c

desde que estes três integrais existam.


Demonstração — Suponhamos, primeiramente, que a < c < b e
formemos a soma integral para a função f{x) sobre [a, b].
Dado que o limite das somas integrais não depende do modo
de corte de [a. 6], cortaremos [a, b] em segmentos parciais de modo
que c seja um ponto de divisão. Decomponhamos, em seguida, a soma
b b
integral 2 , correspondente ao segmento [a, b] em duas somas 2
c a c

e 2 correspondentes, respectivamente, aos segmentos [a, c] e [c, b\.


a

Tem-se, nestas condições

S / (ÊO Axi = i ] / (li) Axi + / (li) Axi.


a a c

Passando a limite quando max AXi -> 0, obtém-se a relação (6).


Se a < b < c, pode-se escrever, em virtude do que precede:

l f {x ) d x = \ f(x )dx - \ - l í {x )d x
a a b

OU
6 c c
lf{x)dx=lí{x)dx— (x) d x ;
a a b
INTTORAIi DEFINIDO 441

mas. em virtude da fórmula (4) do § 2:

I f {x) d x = — I f {x) dx,


b e
por coos^uinte.

5 f ( x ) d x = í /(x) íir + J /(x) dx.


a a c

Demonstra-se. duma maneira análoga, esta propriedade para uma


disposição qualquer dos pontos a. b e c.
A figura 215 ilustra a propriedade 6
no caso em que / (x) > 0 e a < c < b; a
área do trapézio aABb é a soma das áreas
dos trapézios aACc c cCBb.

§ 4. GUcolo do integiál definido.


Fónmda de Newton-Leibniz
No int^ral

j/( x ) d x

fixemos o limite inferior a e façamos variar o limite superior b.


O valor do integral variara, por conseguinte, isto é, que o integral
será uma função do seu limite superior.
Designemos o limite superior por x para voltar ás notações
familiares e, para evitar qualquer confusão, designemos a variável de
integração por t, (O valor do integral não
depende da designação da variável de inte-
X

gração). Tem-se o integral | / (t) dt.


a

Sendo a constante, este integral é


uma função do seu limite superior jc.
Seja $-(x) esta função:
<t>{x)=]f{t)dt. (1) pj 216
a
Sc a função f(t) for não negativa,
^ (x ) é, numèricamente. igual à área do
aAXx (fig. 216). É evidente que esta área varia x.
Determinemos a derivada de $ (x) em relação a x, isto é. a
derivada do integral (1) em relação ao seu limite superior.
442 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Teorema — 1. Sendo f(x) uma função contínua e se se faz


* (x) = i f (t) dt.
4>'(x) = £(x).
Por outras palavras, a derivada dum iníegral definido em relação
ao seu limite superior é iguai à função debaixo do sina! de soma na
qual a variável de itüegração foi substituída pelo valor do limite
superior (sob a condição de a função debaixo do sinal soma ser
continua).
Demonstração — Dando à variável x um acréscimo arbitrário Ax
positivo ou negativo, tem-se (tendo em atenção a propriedade 6 do
integral definido):
ac+Ax X x+òiX
0 (a : + A x ) = í í {t ) d t = U {t ) d t + í

O acréscimo da função 4>(x) é igual a


A® = (D (o; + Aa:) — (D (x) =
x + A x

= í / (0 4" y / (0 — í / (0
ou seja
x+Ax
A® = J f {t ) dt.

Apliquemos a este último integral o teorema da média (pro


priedade 5).
AO = / ( | ) (x + A x - x ) = f {\ ) ^x,

em que í está compreendido entre jc e jc + Ajc.


Formemos o quociente do acréscimo da função pelo acréscimo
da variável:

Aa: Aa:

Por conseguinte.

(D'(x)=.^ lim —— = lim f {l ).
A x -^ 0 AX A x -> 0

Mas como í jc quando Ajc 0, tem-se


lim / ( ! ) = lim /(g ),
Ax->-0 \ - ^ x
INTESaRAL DEFINIDO 443

e como f(x) é contínua


h m f a ) = f{x).

Tem-se. pois. (x) = f(x) e o teorema está demonstrado.


Este teorema admite uma ilustração geométrica simples (fig. 216):
o acréscimo S* = f ( i ) á x é igual à área do trapézio curvilíneo de
base Ajc e a derivada (x) = / (x) é igual ao comprimento do
segmento xX.
Nota — Resulta, especialmente do teorema demonstrado, que toda
a função contínua admite uma primitiva. Com efeito, se a função /(x)
é continua sobre o segmento [a, x]. como foi indicado no § 2, Cap. XI,
X

o integral ^ / (0 existe, isto é. que existe a função


a

0(x)=]f(t)dt
a

que é, como se demonstrou em cima, uma primitiva de j{x).


Teorema — 2. Sendo f (x) uma primitiva da função contínua f (x).
tem-se
U(x)dx=F.(b)-F{a). (2)

Esta fórmula chama-se a fórmula de Newton-Leibniz (*).


Demonstração — Seja F(x) uma primitiva de /(x).
X

Segundo o teorema 1, a função Í f { t ) d t é também uma primi-


a
tiva de /(x). Ora, duas primitivas arbitrárias duma dada função
distinguem-se por uma constante C*. Pode-se escrever, por conseguinte,

]fit)dt=F(x) + C\ (3)
a

Sendo C* adequadamente escolhido, esta igualdade é verdadeira


para todos os x; é, então, uma identidade, Para determinar a cons
tante C*, façamos nesta identidade x — ai éntão.

] f { t ) d t ^ F { a ) + C*,
(*) Notemos que este chamamento da fórmula (2) é convencional,
porque nem N ew ton nem Lelbnítz deram, expllcitamente, esta fórmula. Mas
é importante 'sublinhar que foram, precisamenté, Leibniz e Newton. quem
primeiramente estabeleceram o eÍo'd e ligação ei^tre a iiitegração e a derivação
que permitiu enunciar uma regra de çãlçulo dos integrais definidos.
CAL.CULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

OU
0= +
logo.
C*=-F{a).
Por conseguinte.
]f{t)dt=F{x)-F(a).

Fazendo x = b, obtém-se a fórmula de Newton-Leiboiz:

\f(t)dt=F{b)-F(^a)
a
OU. voltando à variável de integração x,

\t{x)dx=F{b)-F{a).
a
Notemos que a diferença F (b) — F (a) não depende da escolha
da primitiva F, porque todas as primitivas se distinguem umas das
outras por uma constante que desaparece na subtraoção..
Intrcxluzindo a notação (*).
F ( 6 ) - F ( a ) = F(x)|S,
pode-se pôr a fórmula (2) sob a forma

íf(x)dx=F(x)i^a = F ( b ) - F ( a ) .
a
A fórmula de Newton-Leibniz fornece um meio de cálculo prático
dos integrais definidos quando se conhece uma primitiva da função
a integrar. É a descoberta desta fórmula que conferiu ao integral
definido o alcance que ele tem hoje em matemáticas. Se bem que
um processo análogo de cálculo do integral definido no que respeita
ao limite duma soma integral fosse já conhecido na Antiguidade (Arqui-
medes), as aplicações deste método eram limitadas, todavia, aoS/ casos
mais simples em que o limite da soma integral podia ser calculado
directamente. A fórmula de Newton-Leibniz ampliou consideràvelmente
o domínio da aplicação do integral definido, tendo os matemáticos

(*) Utiliza-se as duas transcrições equivalentes


F ( b ) - F (a) = [F (x)l^

F ( b ) - F (a) = F (X)
Utilizaremos, em seguida, indiferentemente uma ou outni transcriçfto.
1NTE»RAL. DEFINIDO 445

recebido um método geral que permitiu resolver diferentes problemas


particulares, e dai resultou um alargamento considerável da esfera das
aplicações do integral definido em técnica, cm mecânica, em astro
nomia, etc.
Exemplo — 1.
b b ^ — a^

la 2
a

Exemplo — 2.
b b^ — d^
3

Exemplo — 3.
b
b ftn+i_^n+i
d x-
n-^i a n - |- 1

Exemplo — 4.

e^dx = e^

Exemplo — 5.
2ji
2ji
sen x d x — — cos x — — (cos 2 j i — COS 0) = 0.

Exemplo — 6.

§ S. Mndaoça de variável'num integral definido


Teorana — Seja dado o integral

\f {x)dx,
a

em que f(x) é contínua sobre o segmento [a, b].


Introduzamos a nova variável t pela fórmula

Se
1) f ( o ) = fl, f(0) = b,
2) f(t) e /(O são contínuas sobre o segmento [a. p\.
446 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

3) f[9Í0] é definida e contínua sobre [a, /91, então»

J / (a;) áx = J / [<p (#)] q>' (0 dt. (1)


a a

Demonsírc^ão — Sc F (jt) é uma primitiva de / (x), pode-se escrever


as igualdades s^uintes:
lf{x)dx=F{x)+C, (2)
J /[ q ) ( í) ] ( p '( í) d í= > í'[ ? ( 0 ] + C (3)
de que se verifica a legitimidade derivando os dois monbros em
relação a t. (Ela resulta tambéoi da fórmula (2), § 4, Cap. X.) Deduz-se
da igualdade (2):

\f(x)dx=F{x)\l = F{b)-F{a)
a

e da igualdade (3):
í / [9 (0] 9 (0 dt=F[q> (t)] iS =
a

= F[q> (P)] - F [cp (a)] = F ( b ) - F (a).


Os segundos membros destas igualdades são iguais e, por con
seguinte. os primeiros são-no também, c. q. d.

Nota — No cálculo do integral definido pela aplicação da fór


mula (1) não voltamos à antiga variável. Os valores numéricos dos
dois integrais da igualdade (1) são iguais.
Exemplo — Calcular o integral

a:2 dx.
INTEGRAL, DEFINIDO 447

Resolução — Façamos a mudança de variável;

x=rscní, dx = r COS t d t .
Determinemos os novos limites:
a := 0 pour í=0,

x= r pour •

Por conseguinte,
jt Jt
2 2
^ "j/r2 — x'2 d x = J ■ \/r2 — r2 sen* t r cos t dt=^r^ J — t cos I dt —

Jt
2

Geomètricamente, calculámos a área do quarto de círculo jt * +


(fig. 217).

§ 6. Integração por partes


Sejam u t v duas funções de x deriváveis. Tem-se

[uvY = u u uv.

Integrando os dois membros desta identidade de a a 6, obtém-se:


b b b
J {uuY d x = J u u dx-\- I uv dx. (1 >
a a a

b.
Dado que J {uv)' dx = u v C, tem-se S (uv)' dx = uv
a
pode-se, então, escrever a igualdade (1) sob a forma

b b
u v ^ = ^ Vdu I u dv,
a a
ou, finalmente.
b b
j u d v = u v \ a — í udu
448 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Exemplo — Calcular o integral = \ ^ dx.

n n
2 2 2
senT* X d x = j se n ^ -l j; sen i; d x = — ^ sc n n -iLX
- dcosx=
dv
31
2
= —sen X COS x + (/». sen^-2 X COS x co s x dx =
*’ í
31 31
2 2
= (n — 1) J scn’»-2 Xcos2 j : íix= (n —1) J sen '*-2 ^ —aen2 x) d x =

2 2
= (n—1) j senn-axáz—(n—1) | xan^dx.

Com as notaçdes escolhidas, pode-se tornar a copiar a última igualdade


sob a forma
— ^n-2— —1) ^Ttf
donde se obtém:
T —Í L^ z/ ní/- 2 -
//i— (2)

Obtém-se. do mesmo modo:


f _” —3 -

e, então.
T n — 3

Continuando assim, chega-se até ou / , . segundo a pariedade de n.


Examinemos os dois casos:
1) n é par, n = 2m:

f 2m — 1 2m — 3 3 1 ,

1) n é ímpar, n = 2m + 1:

, 2m 2m—2 4 2
IN TB Q R A L . D E F IN ID O 449

n
2 2

/ i = J sen X d x — \^

logo,

1^^=. f sen2m^ dx = ^ —- J_.Ü


J 2m 2/??— 2 “ 6 4 2 2 *
JT

'2m+l | « n .•2 m-M T 2^ 2m— 2 £ j4 2


2m + l* 2 m — 1 7 ' 5 ‘ 3

Destaà duas fórmulas resulta a fórmula de Wallis, que exprime sob


a forma de produto infinito.
Com efeito, deduz-se destas duas últimas fórmulas, dividindo membro a
membro:
Ji / 2 -4 .6 . . . 2m \2 1 I,2m (3)
2 “ I 3.5... (2m—1) j 2m + í ^2m+i
I 2,
Mostremos agora que,

lim =1.
m->oo -«Zm+l

Tem-se, qualquer que seja x no intervalo


sen2m-i ^sen,2m ^ ^sen 2m+i ^

Integrando de 0 a obtém-se

^2m-l ^ ^ *^2m+lt
donde
* 2m-l »2m (4)
^2m+i ^2m+i > 1 .
Resulta da iguiddade (2):
'2m -l 2m +l
^2m+l 2m •
Por conseguinte.
lim Í 2 = t l= lim 2m + l = 1.
m-voo -«Zm+l m^oc 2/71

29
450 CALCULO D IF E R E N C IA L B IN T E G R A L

Deduz-se da desigualdade (4):

m-^co -*2m+l

Passando ao limite em (3), obtém-se a fórmula de Wallis:


i . „ Ví 2*4.6 ... 2m ^2 1-1
T “ ^ÍL 'S>L V 3-5... ( 2 ;n -l ) j 2m + l J *
Pode-se tomar a copiar esta fórmula sob a forma:

jt / 2 2 4 4 6 2m — 2 2m 2m \
2 = m->
h moo * y "5 • 5" ••• 2m — r 2 m — r 2 m + l j *

§ 7. Alargamento da noção de integral


1. Integrais com limites irtfinitos.
Seja f(x) uma função definida e continua para todos os x tais
que « < X < + 00. Consideronos o integral

/( 6 ) = í,( x ) d x .
a
Este integral tem um sentido para todo b > a. Quando b varia,
o integral varia, ele é uma função contínua de b (ver § 4, Cap. XI).
Estudemos o comportamento deste integral quando b -> + oo (fig. 218).

Definição — Quando o limite seguinte


b
lim ]f {x )d x
b-> + oo a
existe, representa-se-lo por

J f {x )d x .
a
Tem-se, por definição,
+ 00 b
J f (x )d x = lim [f {x )d x .
a b-^+oo a
IN TE G R A L . D E F IN ID O 451

+00

Díz-se, ainda, que o integral I f (x) dx existe ou converge (*).


a
b
Se I f (x ) dx não tem limite finito quando -> + oo, diz-se que
a
+00
f / (x) dx não existe ou diverge.
a +0 0

É fácil de ver qual é o sentido geomátrico do integral I f (x) dx


b a

quando f ( x ) ^ 0: se o int^ral f j (x) dx representa a área do domi-


a

nio delimitado pela curva y — j (jc), o eixo das abcissas e as rectaa


-foo
JC = a, JC = ò , é natural dizer-se que O integral
J / {x) dx exprime a
a
área do domínio infinito compreendido entre as curvas y = f (x)„ jc = a
e o eixo dos jc.
Define-se, duma maneira análoga, os integrais noutros intervalos
infinitos: a u
j f ( x ) d x = lim l f { x ) d x ,
O
■ O Q j_ ^_ o o (X
+00 C “f"^
í fix)dx= í 1{x)dx-\- l f { x ) d x .

Esta última igualdade deve ser compreendida amio se segue:


se cada um dos int^rais do segundo membro existe, dir-se-á que
o int^ral do primeiro membro existe (converge).
+00
E xem p lo — 1. Calcular o integral

Resolução — Tem-re, por definiçSo,


h dx
+ x*
(ver fig. 219 e 220).

4-00 b
Ç dx Ç dx 1*^ , ji
\ T~r~Z¥~ I “7 ~ i— 9 — a r c t g x = l i m arcti?6 = —
J l + l2 t^+o o J l + I * b-+oo * lo bb-»-4^oo
-“ co ^ 2

(*) Chama-se, também, por vezes integral impróprio.


452 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

O integral consideratlo exprime a área do domínio infinito tracejado


na figura 220.
Exemplo — 2. Discutir os valores de a para os quais o integral
-Í-OO
r ^
J
1
converge ou diverge (fig. 221).
Resolução — Dado que (para a ^ 1)

Ç— — í— x*-»!*’- ^ l 6‘ - “ II
1
tem-se
-t-oo
( lim
J 6-+ool—«
ò->-|-oo '
1
Por conseguinte,
+00
dx 1
Í — _I »o integral converge;
1
4-00

sea<l, J - ^ = oo, integral diverge.

4-00
, r dx ^ 1+00
Quando a = l , \ = L o g a :| =oo, 0 Iintegral diverge.

4-00
Calcular j
ax
l + x2 •
Resolução. —CX)

f í 1
4-00 u 1oo
r dx
- ^
j i+ í®
—oo -oo u
O segundo integral é igual a ^ (ver o exemplo 1). Calculemos o
primeiro integral:
0 0
C dx C dx , |0
\ T -T -T = \ a r c tg x =
J 1-j-x ^ a -^ —oo J 1+ ^ a-^—oo |a

= lim (a r c tg O — a r c t g a ) = - ^
a-»>—oo ^
Por conseguinte.
4-00

dx _
IN T B 6 R A L D E F IN ID O 453

Em muitos casos, basta estabelecer que o int^ral dado converge


ou diverge e avaliar o seu valor. É útil basear-se, para este efeito,
nos te o r i a s seguintes que limitar-nos-mos a enunciar e dos quais
mostraremos as aplicações nos cxesafios.
Teorema— 1. Se, qualquer que seja x (x > a), se tem a desi-
-f-oo "f"®®
gualdade 0 < f (x) < (x) e se J f (x) dx converge. J f (x) dx converge
a a
também e
+ 00 +P®

í f ( x ) d x ^ J (p(j;)dx.
+00
dx
Exemplo — 4. Estudar a convergência do integral ^ ^
(1 + ^) •
Resolução — Notem os que para 1 < JC
1 1
Seguidamente,
4oo

Logo,

í
+00

x2 (1

converge e é inferior à unidade.

Teorema — 2. Se, qucdquer que seja x (x > a), se tem a desi-


+0 0 -foo
gucddade 0 < ^ (x) < f (x) e se J <p(x) dx diverge, o irttegral J f (x) dx
a o
diverge também.
Exemplo — 5* Estudar a convergência do integral
+0 0

f ^+ 1
= - dx.
J V x3
Verifica-se que
x + 1 ^ X

Ora,

f ^ lim 2 '] /x \ = + o o .
J yx b-^+oo li
Por conseguinte, o integral dado diverge.
454 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Os dois teoremas anteriores respeitavam aos integrais de domínios


de interação infiiiitos, não sendo n^ativa a função sob o sinal soma.
Quando se integra num domínio infinito uma função f(x) de sinal
variável, tem-se o teorema seguinte.
+O0
Teorema — 3. Se o integral J | f (x) [ dx converge, o mesmo sucede
4-00 ®
a J f(x)dx.
a
Diz-se, então, que este último integral é absolutamente convergente.
Exemplo — 6. Estudar a convergência do integral
i-oo
sen ^
dx.

Resolução — Aqui, a função a integrar 6 de sinal variável. Tem-se,


4-00
sen XI I 1 I r dx 1 |+°o 1
—^ —õT • M ais \ —5- — — 7T-S- ~ -r -.
1
4-00

Por conseguinte, o integral J | se n x I dx converge. D aí resulta a con-

vergência do integral dado. ^

2. Integral duma junção descontínua.


Seja / (jc) uma função definida e contínua quando a < jc < c,
não sendo a função definida no ponto j c c, ou, melhor ainda, tendo
c
uma descontinuidade. Pode-se definir, então, | / (x) dx como limite
a
de somas integrais, não sendo f{x) contínua sobre o segmento [a, c]
e podendo este limite não existir.
c
Define-se, como se segue, o integral J / {x) dx duma função / (jc)
descontínua no ponto c:
c b
5 / (x) dx = lim J f {x) dx.
a h-*-c~0 d

Este integral diz-se convergente quando o limite do segundo


membro existe, e divergente no caso contrário.
Se a função f (x) tem uma descontinuidade na extremidade esquerda
do segmento [a. c] (isto 6. para x = a), põe-se, por definição,

J f{x)dx= lim I f(x) dx.


a 6-^a4-0 b
IN T E G R A L . D E F IN ID O 455

Se / (jc) tem uma descontinuidade num ponto x = Xo no interior


do segmento [a, c], põe-se

y { x ) d x = J / ( x ) d x + lf { x ) d x ,

quando os dois integrais do segundo membro existem.


Exemplo — 7.
7. Calcular
1
í dx
y i —x
Resolução,

f
J y i —x
Um(
6->i-o J Y í —x
= — lim 2 l / l — i | S = _ lim 2 n / l — 6 — 1 ] = 2 .
b-^1—0
1
dx
Í —r • 222
-1

Resolução — Tendo a função sob o sinal soma uma descontinuidade no


ponto JT= 0, decompor-se^á o integral em dois:

C—
J
5-=e ilim f—
- * - 0 .1 82->+0 J
í 12“
dx

-1 -1 £2
Calculemos cada limite separadamente:
Cl
li„ f i|.„ _ Um - L Um ( - ! — i , ) = CX).
£!-► —0 ^ £i->^—0 ^ £!-► —0 V

Por conseguinte, o integral diverge no intervalo [-* 1 , 0]. Por outra via:
1
lim f = — lim (1 ----í - ] —CX).
; 82->-+0 J
C2
^ £2->+0 V ^2 /

Então, o inte^ al diverge igualmente no intervalo [0, 1]


Vê-se que o integral dado diverge sobre o segmento [— 1, 1].
Se se o tivesse integrado, omitindo a descontinuidade no ponto x = 0,
ter-se-ia obtido um resultado erróneo. Com efeito,

^ dx 11 _ /I 1 \ ___ 9
\l -li
o que é evidentemente falso (fig. 222).
456 C A l^ U L O D IF E R E N C IA L . B IN T B O R A D

Nota — Se a função f(x) definida no s^m «ito [a, 6] possui


sobre este segmento descontinuidides em número finito nos pontos
Ot. Oi........om. define-se o in t^n d de i{x) sobre o segmoito [o, b].
como se s^ue:
b
j'/ ( a r ) d i= Í f { x ) d x + ' ^ f { x ) d x + . . . - \ - 5J f{x)dx.
at an

se cada um dos integrais da direita converge. Se um qualquer destes


b
int^rais diverge, então I f (x) dx diz-se divergente.
a
Para determinar a convergência dos integrais das funções descon
tinuas e avaliar os seus valores, é muitas vezes possível utilizar teoremas
análogos aos teoremas sobre os integrais com limite infinitos.
Teorema — T. Se as funções t(x) e f (x) são descontínuas no
ponto c do segmento [a, c], se se tem em cada ponto deste segmento
a desigualdade
9 (a :)> /(x )> 0
C C
e se I f(x )d x converge, o mesmo sucede a J f(x)dx.
« a
Teorema — T. Se as funções f(x) e f(x) são descontínuas no
ponto c do segmento [a, c], se se tem em cada ponto deste segmento

/(a :)> c p (j:)> 0


e e
e se f(x )d x diverge, o mesmo sucede a J f(x)dx.

Teorema — 3'. Se a função f(x) é de sinal variável sobre o


segmento [a, c], se ela é descontínua sòmente no ponto c e se o inte-
c
gral 5 If (x) I dx do valor absoluto desta função converge, o mesnio
® C
sucede a J f(x)dx.
® 1
Muitas vezes toma-se como função de comparação.

É fácil d« ver que 5 ^ dx converge para a < 1, diveige para


- (c x)
a ^ 1.
Isto respeita igualmente aos integrais 5 dx.
{x-vY
IN T E G R A L . D E F IN ID O 4 57

Exemplo — 9, O integral ^ «mvcrge?

Resolução — A função a integrar é descontínua na extremidade esquerda


do segmento [0, 1]. Obtém-se. comparando-a à função
yx
^ < :
~yx
1 1

o integral f existe. D aí resulta que f — ------ dx, o integral


0 0
da função dada, que é menor, existe também.

§ 8. Calciilo aproximado dos integrais definidos


Indicámos, no fim do Capítulo X. que a primitiva duma função
contínua arbitrária podia não se exprimir por meio de funções ele
mentares. O cálculo dos integrais definidos pela aplicação da fórmula
de Newton-Leibniz é, então, difícil e tem-se de recorrer a diversos
métodos de cálculo aproximado. Vamos expor, agora, vários métodos
de integração aproximada, partindo da noção do integral definido como
limite duma soma.

I. Fórmula dos rectângulos — Sjpja dada sobre o segmento [a, b]


uma função contínua y ~ f (x). Propõe-se calcular o integral definido

]f(a:)dx.
a

Cortemos o segmento [a, b] pelos pontos a = Xp, Xi, X2.......Xn = b


em n partes iguais de comprimento Ax:
b —a
Ax =

Designemos, seguidamente, por yp, yi, yz, .... í/n-1» os valores


da função nos pontos Xp, Xi, Xz........ Xn, seja:

yo=f M V i = í (a^i): . • y n = / («»)•


Formemos as somas
1^0 Ax + Ai + .. . + Ax,
í^i Ax + Ax + .. . + Ax.
458 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Cada uma destas somas é uma soma integral para a função


f(x) sobre o segmento {a. b] e. por conseguinte, represoita. aproxi
madamente, o int^ral
0

í f { x ) d x w ----- - (i/o + í/l + í/2 + • • • + yn-l)y


n
(1)

í / (x) dx - — - {yi + y 2+ . . . + yn)-


n
(1)

São as fórmulas dos rectângulos. Resulta da fíg. 223 que se f(x)


é uma função positiva crescente, a fórmula (1) representa a área dos
rectângulos que se encontram sob a curva y = f{x) e (10, a área
dos rectângulos que se estendem sobre a curva.

O erro cometido, ao calcular o integral, segundo a fórmula dos


rectângulos, é tanto mais pequeno quanto maior for n (isto é, que os
segmentos parciais Ajc = são menores).
n
II. Fórmula dos trapézios — É natural esperar-se um valor mais
exacto do integral definido se se substituir a curva dada y — f(x)
não fK>r uma curva em escada, como para a fórmula dos rectângulos,
mas por uma linha quebrada inscrita (fig. 224). Toma-se, então, em
vez da área do trapézio curvilíneo aABb a soma das áreas de trapézios
rectângulos cujas cordas AAi, A 1A 2.......An^iB figuram entre os lados.
IN T E G R A L D E F IN ID O 469

Sendo as áreas destés trapézios, sucessivamente. Ax, ^


tem-se:

Vn-l + Vn

b
yo + Un (2)
^ t ( x ) d x ^ ----- - ^ + í/l + í^2 + • • • + y»i -i).

É a fórmula dos trapézios,


O número n é tomado arbitràriamente. Quanto maior for n e mais
pequenos forem os segmentos parciais =
, mais precisa é a
Ajc
n
aproximação fornecida pela expressão do segundo membro da igual
dade aproximada (2).
III. Fórmula das parábolas (fórmula de Simpson) — Dividamos
o segmento [a, b\ num número par n = 2m de partes iguais. Substi
tuamos a área do trapézio curvilíneo correspondente aos dois primeiros
segmentos [xo, Xi] e [jCi, X2] e delimitado superiormente pela curva
dada y = f (x), pela dum trapézio curvilíneo semelhante limitado por
uma parábola do segundo grau que passa pelos três pontos:
M {xq ^ Po); í/i)í í/2)»
e cujo eixo é paralelo ao eixo Oy (fig. 225). Chamaremos a um tal
trapézio um trapézio parabólico.
A equação duma parábola, cujo eixo é paralelo ao eixo Oy,
escreve-se
y = Ax^ + B x + C.

Determinam-se os coeficientes A, B, C univocamente da condição


de a parábola passar pelos três pontos dados. Constroiem-se parábolas
análogas para os outros pares de segmentos. A soma das áreas dos
trapézios parabólicos fornecerá um valor aproximado do integral.
Calculemos, primeiramente, a área dum trapézio parabólico.
Lema — Um trapézio curvilíneo delimitado pela parábola
y = Ax^ + B x + C,
460 C A lX m .O D IF E R E N C IA L . E IN TE G R A L .

O d x o Ox e duas rectas paralelas ao eixo Oy distantes de 2b. tem


por área

S = y (yo + + ya). (3)

^ tfue yo e y2 wo ordenadas extremas e yi. a ordenada da curva


no m eio do segmento.

Demonstração — Tomemos os eixos de coordenadas como está


indicado na figura 226.

D eduz^-se os coeficientes da parábola y = A j^ + Bx + C das


equações seguintes:
Xq — pQ= A — Bh -f- Cj
^1 = 0.
=
V i=
= -\-B h -\-C ,
Supondo os coeficientes A, B, C, conhecidos, calcula-se a área
C\
il (4)

do trapézio parabólico por meio do integral definido:


h
5 = J (Ax^ + Bx-{-C)dx =
-h

Mas resulta da igualdade (4)


Uo + 4yi j^2 = 2Ah* + QC.
IN T E » R A L D E F IN ID O 461

Por conseguinte.

s = + yòt
c. q. d.
Voltemos ao nosso problema inicial (ver fig. 225). Utilizando a
fórmula (3), pode-se escrever as igualdades aproximadas {h = Ajc):

í
*2
\x
f ( x ) d x fí í — (.Vo + 4 í/4 + y^),
O
a~Xo

í
*4
\x
f { x ) d x í v — (ij,^ + 4^3 -I- jrO,
O

í
*2m—b
\x
f{x)dx7ü — + 4y3„_i + J.
**m-*
Juntando membro a membro, obtém-se, à esquerda, o integral
procurado e à direita o seu valor aproximado:

f { x ) d x ^ ^ (yo + 4yi + 2y2 + 4ys + .

• • . + 2y2m-2 “l" 4y2m_i y2m)» (5)


ou melhor
h

|/ ( x ) d x - [ í/o + 2
í/ m + 2 (^2 + i/4 + • • • + y 2 m -2 ) +
Qm

"h ^ iUl 4" i^3 “h • • • “f” y2m-l)]-


Ê a fórmula de Simpson. O número de pontos de divisão 2m
6 arbitrário, mas quanto maior ele for, mais a soma do sçgundo
membro de (5) nos dá um valor exacto do in t^ a l(* ).

(*) Para determinar o número de pontos de divisXo que é predso


tomar para calcular o integral com uma precisão dada, poder-se-á utilizar
fórmulas que permitam *avaliar o erro que resulta do cálculo aproximado do
integral. N ão indicaremos aqui estas avaliaçóes.
462 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Exemplo — Calcular aproximadamente


2
L o g 2 = J^.

Resolução — Dividamos o segmento [1, 2] em 10 partes iguais (fig. 127).


Façamos ^__
A .= y = o ,i,
e formemos o quadro dos valores da função sob o sinal soma:

X
1
.X
1
*' = 1T

a - 0 = 1,0 yo = 1,00000 *e = 1,6 = 0 ,6 2 5 0 0


* 1 = 1,1 = 0 ,9 0 9 0 9 *7 = 1 , 7 í/7 = 0 ,5 8 8 2 4
X 2 =1,2 í/2 = 0 , 8 3 3 3 3 *8 = 1 , 8 y g = 0 ,5 5 5 5 6

* 3 = 1 ,3 j,3 = 0 , 7 6 9 2 3 *9 = 1 ,9 í/9 = 0 , 5 2 6 3 2
* 4 =1,4 í/4 = 0 , 7 1 4 2 9 *10 = 2 , 0 í/io = 0 » 5 0 0 0 0
*5 = 1 , 5 ií5 = 0 , 6 6 6 6 7

I. Obtém-se segundo a primeira fórmula dos rectângulos (1):


2
j 0,1 ( y o + y i + - - - + y 9 ) = 0 4 ‘ 7.18773 = 0 ,71877.
1
Obtém se segundo a segunda fórmula dos rectângulos (1*):
2
J ^ 0,1 (Í /1 + Í /2 + . • .+ y i o ) = 0 .1 * 6,68773=0,66877.
1
Resulta imediata mente da figura 227 que no nosso caso a primeira
fórmula dá o valor do integral por excesso e o segundo por defeito,
II. Obtém-se segundo a fórmula dos trapézios (2):
2
j ^ = ^ 0 , 1 ( í - t ^ + 6 , 1 8 7 7 3 1=0,69377.
1
III. Tem-se segundo a fórmula de Simpson (5):
2
^ [yO+ yiO+ 2 (á/2+ y4+ ye+ y8)+'^ (yi + í/3+ y5+ íf7+ y9)l=^
1
= 2 ^ (1 + 0,5 + 2-2,72818 + 4.3,45955)=0,69315.

dx
Í — :=0,6931472 (a menos de sete casas decimais).
IN TEG RA L. D E F IN ID O 463

Por conseguinte, dividindo o segmento [0, 1] em dez partes iguais, a


fórmula de Simpson dá cinco dédmais exactas, a fórmula dos trapézios.

somente três. e apenas podemos responder à primeira décimal quando se


aplica a fórmula dos rectângulos.

§ 9. Fórmula de Tchébychev

Nos cálculos técnicos, tem-se muitas vezes de recorrer à fórmula


de integração aproximada de Tchébychev.
b

Seja ainda calcular | / (x) dx.


a
Substituamos a função sob o sinal soma pelos polinómios de
interpolação de Lagrange P (x) (§ 9, Cap. VII) tomando sobre o
segmento [,a b]n certos valores da função: f{x,), .... f(xn),
onde Xi, X2........Xn são pontos arbitrários do segmento [a, 6]:

P {X) = f
(Xl X,) (Xj X3) . . . (Xj x„)

(x Xj) (x X3) . . . (x ^n)


+ / (^2) +
(X2 — X i) ( X j — X3) . . . (Xj5 — X „ )

^ 1
— ^ ) — ^2) — X n -l) ^ J
(1 )
(^n — Xi) (X „ — X2) . . . (X „ — X „ _ i)
464 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Obtém-se a fórmula seguinte de integração aproximada:


b h
I j {x)dx ^ I P {x)dx (2)
a a
que. após cálculos, toma a forma

J / (x) dx ^ Cif (Xj) -|- C2/ (^2) + • . . H“ Cfi/ (^n)* (3)

em que os coeficientes são dados pelas fórmulas


b
^ _ f ^1) «»- 1) ^<+l) »«« ^
Ja (Xf — Xj) . . . (Xi — 1) (^i ““ ^i+l) • • • (^i ^Fi)

A fórmula (3) é difícil e incómoda para os cálculos, dado que


os coeficientes Cf se exprimem em função de fracções complicadas.
Tchébychev pôs o problema inverso: dar, não as abcissas Xu
X2, .. .. Xn, mas os coeficientes Cu C2, .. ., Cn e determinar as abcissas
Xu X 2 ................. Xn.
Tomam-se os coeficientes Q de modo que fórmula (3) fique
o mais simples possível para os cálculos. É, evidentemente assim quando
todos os Q são iguais:
Ci = C2 = . . . = C^.

Designando o valor comum dos coeficientes C u C2, . .. Cn por Cn,


a fórmula (3) torna-se

J / (x) d* « [/ (xJ + / (X,) + . . . + / (X„)]. (5)

A fórmula (5) representa, em geral, uma igualdade aproximada,


mas se f(x) é um polinómio de grau não superior a n — 1, tem-se»
então, uma igualdade exacta. É esta circunstância que permite deter
minar as quantidades Cn, JCi, X2, Xn.
A fim de obter uma fórmula que convenha a todo o intervalo
de integração, reduzamos o segmento de integração [a, b\ ao segmento
[— 1, 1]. Façamos, para esse efeito
a-\- b b — a
x= — --------------- ----------------------- 1;
2 2
ter-se-á, então, x = a para / = — l e x = 6 para / = 1.
IN T E G R A L D E F IN ID O 465

I I I
Por conseguinte.

/ (X )dx_ / < ) <i< = .K O <«,


a -1 -1

em que se designou por <f{\) a função de / sob o sinal soma. Por


conseguinte, a integração duma função j{x) dada sobre um segmento
[a, b] pode ser sempre (reduzida à integração duma outra função f(x)
sobre o segmento [ — 1. IJ.
Assim, o problema reside em escolher os números X u X 2, Xn
na fórmula
j j {x )d x = C „ (/(x j) + / (Xj) + — + / (x„)] (6)

de modo que esta fórmula seja exacta para toda a função /(x) da
forma
/ (x) = Oo + aiX + OjX* + . . . + (7)
Notemos que
1 1

I / ( x ) d x = j (oo + «ix + OjX®+ . . . + a „ _ ix " '^ )d x =


-1 -1

2(00 + - ^ + - ^ + - ^ + . . . + — j se ó ünpar;

(8)
n — 1/
Por outra via, tendo em atenção (7), a soma do segundo membro
da igualdade (6) é igual a
(^1 + ^2 + • • • + ^ n ) + ^ (^1 + ^2 + • • •

. . . 4~ ^n) “h • • • 4 “ ^ n - 1 (^1 ' + ^2 ^ • 4“ ^)]* (^)


Igualando as expressões (8) e (9), obtém-se uma igualdade que

K“-+ T + y+ f+ -■•) =
deve ser verdadeira, quaisquer que sejam Uo, ü u ^2....... t *

= ('n [w a, "l“ a j (Xj -|- X., . -f- x „) -f-


+ Oj(aí + x| + . . . + X®) + ..
. . . + a„_i (xT-‘ + x r * + . . . + x r> )].
30
466 C A LcaiJO p n ró ER ciâi. a

Igualemos os coefícisptes de Oo, Ox. a». .... a„_i nos dois membros:
2,
2 =^C „n Ou C„ = — ;
n
+ ^2 + • • • + ^71 = 0;
2 I 2 I I 2 2 ^ (10)
^1 + ^2 + • *• + ;

^1 + ^2 + • • • + = Oí
4 I 4 I I 4 2 n
^i + X2 + . . . + X n = — = -^;

Deduzem-se as abcissas jci. jcs, ...» Xn destas n últimas equações.


Estas soluções foram encontradas por Tchébychev para diversos valores
de n. Damos abaixo as soluções que ele encontrou quando o número
de pontos de divisão n é igual a 3. 4, 5, 6, 7, 9:
N úm ero de Coeficientes Valores das abcissas jci, X2 » • •» .
«ordenadas n

2 Xj = _ j :3 =
0 ,7 0 7 1 0 7
3
3 X2 = 0

1 a : i = — X4 = 0 ,7 9 4 6 5 4
4
2 ^2 = — 3:3 = 0 ,1 8 7 5 9 2

2 i i = — x5 = 0 ,8 3 2 4 9 8
5 Z 2 = — X 4 = 0 , 374541
o x, = 0

1 a : i = — are = 0 ,8 6 6 2 4 7
6 X 2 = — «5 = 0 ,4 2 2 5 1 9
3 a : 3 = — a:4 = 0 ,2 6 6 6 3 5

x i = — x 7= 0 ,8 8 3 8 6 2
2 a : 2 = — are = 0 , 529657
7 X 3 = — X5 = 0 , 323912
7
X4 = 0

x i = — X0 = 0 ,9 1 1 5 8 9
2 X 2 = — xg = 0 ,6 0 1 0 1 9
9 3:3 = - — X7 = 0 ,5 2 8 7 6 2
9 X 4 = — X0 = 0 ,1 6 7 9 0 6
X5 = 0
IN T E G R A L . D E F IN ID O 467

Por conseguinte, efectuar-se-á o cálculo aproximado do int^ral


sobre o segmento [— 1, 1] aplicando a fórmula seguinte de Tchébychev:
1
f{x)dx=^[f{x,)+f{x^ + . ..+f{Xn)l
“1
em que n é escolhido no grupo 3, 4, 5. 6. 7, 9, e estando Xi, Xg,
representados no quadro. Não se pode tomar para n o número 8
ou números superiores a 9; o sistema de equações (10) dá, então,
raízes complexas.
Quando os limites de integração do integral dado são a e b,
a fórmula de Tchébychev torna-se

í
b

f ( x ) d x = ^— ^ [ f ( X ^ + /(X ,) + . . . + /(X„)],
n

64-fl b— a
em que X i = — -----1----- ^ (* = 1. 2, ..., n), e tendo os os
valores dados no quadro.
Demos um exemplo de cálculo por aplicação da fórmula de
Tchébychev.
2
— ( = L o g 2).

Resolução — Reduzamos por uma mudança de variável, o segmento de


integração ao segmento [ — 1, 1]:

1+ 2 , 2 — 1 , 3 , / 3+ í
* 22 H-
' ^ 2^ I—
* ~ 2 ' ^ 2 ~ —rr—,
2
dx= éL
2 •

\ dx _ r dt
j X “ J 3 -fí •
-1
C alculem os. este último integral para n 3, aplicando a fórmula de
Tchébychev:
1
J / (n * = 4 (0 ,7 0 7 1 0 7 )+ / (0) + / (-0 ,7 0 7 1 0 7 )J .
-1
468 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Dado que
/ (0,707107). =0,269752,
'3 + 0 ,7 0 7 1 0 7 3,707107
1
f{o y- 0,333333,
'3 + 0

/ (-0 ,7 0 7 1 0 7 ) =
i 1
=0,436130,
3 — 0,707107 2,292893
tem-se

j (0,269752 -h 0,333333 + 0,436130) =

= -j . 1.039215 = 0,692810 0,693,

Comparando este resultado aos resultados fornecidos pelas fdnuulas dos


rectángulos, dos trapézios e de Simpson (ver o exemplo do pfirágrafo antenoc),
verifica-se que o resultado obtidó pela aplicação da fórmula de Tctiébychev
(com três pontos de divisão) é mais preciso que o resulta^p obtidp pela
aplicação da fórmula dos trapézios (com nove pontos de divisão).

Indiquemos que a teoria do cálculo aproximado dos mtegrais


foi desenvolvido iros trabalhos de A. Krylov (1863-1945).

§ 10. Integrais q|ie dependem dum parainetro


Derivação dos integrais que depéndem dum parâmetro. Seja o
integral
/ ( a ) = S / ( i , a)da: (1)

no qual a função sob o sinal soma depende dum certo parâmetro a .


Se o parâmetrp a varia, o valor do integral variará também. Resulta
que o integral definido é função de a; poder-se-á, então, designá-la
por / ( a ) .
1. Suponhamos que /(jc, a ) e f a { x , a ) são funções continuas
quando
c< a< d e a < x < 6. (2)
Determinemos a derivada do integral em relação a a:
/ (a + Aa) — / (a)
lim Iá(a).
Aa-^0 Aa
Verifiquemos, para esse efeito, que

/ (a -f Aa) = 5 / (ar, a + Aot) dx-


IN T B G R A L D E F IN ID O 469

e, por conseguinte.
6 b
/ (a + Aa) — / (a) = J / (x, a + Aa) dr — J / (x, a) dx =
a a
b
= J [f(x, a + A a ) — f(x, a)]dx\
b
7 (a + Aa) — / (a) + Aa) —/ ( j , g)
dr.
Aa Aa
Apliquemos a fórmula di^ crescimentos finitos de Lagrange à
função sob o sinal soma; obtém-se:
/(ar, a + A a)—/(x, a)
= /á(^, a + 0 A a ),
Aa
cm que 0 < 0 < 1.
Dado que /„ (x, a) é contínua no domínio fechado (2). tem-se
/ ; (x, a + 0 Aa) = fá (x, a) + e,
em que a quantidade e. que depende de x, «t. Aa. tende para zero
quando Aa~>0.
De modo que
h
/(« + A » )-/(« )^ f =
Aa J
a
b b

= I /á (^. a) dx + I e dx.
« a
Passando ao limite, fazendo Aa -> 0, obtém-se (*):

lim ^ == / ; (a) = [ / ; (x, a) dx


Aa—o Aa J

(•) A função sob o sinal soma no integral ^ e d r tende para zero


a
quando 4 a —> 0. D o facto de a função sob o sinal soma tender em cada
ponto para zero, não é forçoso que o integral tenda também para zero.
b
Todavia, no caso dado ^ • d* tende para zero quando Aa —> 0. Admiti-lo-emos
a
■ em demonstração.
470 CALCULO D IF E R E N C IA L B IN T E G R A L

[ J /(x , a ) d x \a = í / ; (x, a ) dx.


a a

É a fórmula de l^b n iz.


2. Suponhamos, agora, que os limites de integração e b em (1)
são funções de a:
b(a)
7(a) = (D[a, a (a), ft(a )]= Ç /(x, a)dx. (1')
ata)

4»[u. fr(a)} é uma função composta de a. por intermédio de


a e h. Para determinar a denvada de /(»>. apliquemos a regra de
derivação das funções compostas (ver § 10. Cap. VIU)
,,, , M) . dd) da , M) d6
(3)
da da da db da
Em virtude do teorema de derivação dum integral definido cm
relação ao seu limite superior variável (ver fórmula (1). § 4). obtém-se:
b
d(t> d Ç
= — J /(^ . a )d x = f[b(a), a],
a
h a
dd) d [ d Ç

a h
d(D
Por fim. para calcular utilizemos a fórmula de Leibniz
oa
estabelecida em cima:
b
dd> f ,
-------= \ fa (^1 a) dx.
da J

Obtém-se. substituindo na fórmula (3) as expressões obtidas das


derivadas:
b(a)

í
^f aá {( a ) = \ fa{x,
oTa)
/á l a)d x + /[6 (a ), a ] - ^ — /[ a ( a ) ,

A fórmula de Leibniz permite calcular certos integrais definidos.


IN T E G R A L . D E F IN ID O 471

Exemplo — Calcular o integral


oo
f sen OLx
dx.

Resolução — Notemos, primeiramente, que não se pode calcular directa-


mente este integral dado que a primitiva da função não se
X
exprime por meio das funções elementares. Para calcular este integral, con-
sidererar-se-á como função do parâmetro a:

. senaor
(a)= J dx.

Calcula*se, então, a sua derivada em relação a a aplicando a fórmula


de Leibniz (*):

-sen a a r“|' f ^
/ '( « ) = J \e —^ J ^

Mas este último integral calcula-se fàcilipente por meio das funções
dementares; obtém-se . Por conseguinte.
l + a»

‘l + a2*
Determina-se / (a), integrando a identidade obtida:
/ (a) = arc tg a + C. (^)
Resta determinar C. Verifiquemos para este efeito que

/(0)= J 7 0dx=Q.
0 U
Por outra via, arc tg 0 =? 0.
Substituindo a = 0 na igualdade (5), obtém-se
I (0) = arc tgO + C,

em que C = 0. Tem-se, então, para todo o valor de a a igualdade seguinte.


/ (a) = arc t g a .
Isto é.

. sen a x
dx — arc tg a .

(*) Estabeleceu-se a fórmula de Leibniz supondo que os limites de


integração a e b eram finitos. Todavia, a fórmula de Leibniz convém neste
presente caso, ainda que um dos limites de integração seja infinito.
472 CAL.CUL.O D IF E R E N C IA L . E IN T E G R A L

ExereidoB

Calcular os integrais definidos seguintes, considerando-os com o limites


de somas integrais

dx.

Indicação — Cortar o segmento [a, b] em n partes pelos pontos x; —


63— fl3
(i = 0, 1, 2, .... n) em que q Resp.

o
2. J ,em que 0 < a < 6. Resp. L og .

indicação — Cortar o segmento [a, b] como no exemplo anterior.

3. ^ y id x . Resp. -|.(6 3 /2 _ _ ^ 3 /2 j

indicação — Ver o exemplo anterior.

4. J « „ X dx. Resp. COS a — cos 6.

indicação — Estabelecer, prè viamente, a identidade seguinte:

sen a + sen (a -f 6) - f sen (a + 26) + . . . + sen [a + (/i — 1) h] =


_ COS (a — h) — COS (a nh)
2 sen 6 ’
é preciso, para este efeito, multiplicar e dividir todos os termos dc
primeiro membro por sen h e substituir os produtos de senos pela$
diferenças de cossenos.
b
5. ^ COS X dx. Resp. sen 6 — sen a.
a

Utilizar a fórmula de N ewton-Leibniz para calcular os integrais definidos:


1
6. J x4 dx. Resp. ~ . 7. J e* dx, Resp. €— 1.
0 ü
Res)
2 1
8 . J sen X dx. Resp. 1. Q r dx n
IN TD G R A L. D B F n O D O 473 f

2
dx ^ r
10. —7-r ^ — ■ R«*A -j - II. J t g X dx. Resp. Log 2.
ü
X
12. J ^ .R e s p . 1. 13. I . Resp. Log X.
1
Jt X

«. J sen X dx. Resp. 2 sin2 — . 15. J X* dx. Resp. ,


fZ
n

j 2^1• • —
*)•
2

17. ^ COS® X dx. Resp.

n
2
18. V sen* X dx. Resp. ÍL .
i ^

Celcular os integrais segiiintes, fazendo as mudanças de Variáveis indicadas:


ji
2
19. \ sêin X COS® X dx, COS x — t. Resp. — .
'• í

J 3 + 2COSX »

4
xàx „ , . „ 3 1 /2
21. jI _ > , 2 J- 4x = í*. Re s p. — .
^ V2+4X ^

22- R«p- X + y •

“• 1
V ^ —1 djT, .1—1=1- /2. Resp. 2(2—arctg2).

24. f i = - . Resp. Log -5-


4 74 CAIXXJLO D IF E R E N C IA L . E IN T E G R A L .

M ostrar que
1 1
26. j X™ (1 — x)" d x = I X" (1 — x)"* dx (m > 0, i» > 0).

27.
b

a
b

J / (x) d x = J / (a + 6 - x ) dx.
a
28.
a

J / (xâ) d x = - i
0
a

J
—a
/ (x*) dx.

C a l c u l a r o s i n te g r a i s i m p r ó p r i o s se g u i n te s ( l i m i t e s i n f i n i t o s o u si n g u l a r i d a d e
da fu n çã o a i n teg ra r):

CX>

30. J e~ * dx. Resp. 1.


0

0
1
32.
Jf —
y i^l ^i p. R esp . 4 -.
*' 2

0
1
34. J L o g x d x . Resp. — 1.
0
CJO

35. ^ x scn X dx. Resp. O integrai diverge


0
oo
f dx
36 • \ • Resp. O integral diverge
J yx
+f-oo
00
í x^ + 2x + 2
. Resp. jx.
IN T B 6 R A L . D E F IN ID O 475

“ • Í0 W i
2
39. I . Resp. O integral diveige

oo

Ç ------. R « p . ^ .
z V iã Z Il 2
A
dx
Í — . R e^ . O integral diverge

oo

42. j «-»* sên 6x áx (a > 0). Resp. — .

‘í
43. \ e -“* COS bx d x (a > 0). Resp. a2 + 62 •

Calcular os valores aproximados dos integrais.


5
Í dx
por .aplicação da fórmula dos trapézios e da fórmula de

Simpson (n = I2j. Resp. 1,6182 (segundo a fórmula dos trapézios);


1,6098 (Simpson).
11
45. J segundo a fórmula dos trapézios e a fórmula de Simpson (n = 10).
1
Resp. 3690; 3660.
1
46. j y i — dx segundo a fórmula dos trapézios (n = 6). Resp. 0,8109.
0
3
47. J ^ segundo a fórmula de Simpson (n = ’4). Resp. 0,8111.
1
10
1 lo g io x d x segundo a fórmula dos trapézios e a fórmula de Simpson
1
(n = 1 0 ). Resp. 6,0656; 6.0896.
1
49. Calcular o valor de cr partindo de que f — por aplicação
4 Jü l + a;2
da fórmula de Simpson (/i = 10). Resp. 3,14159.
476 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Ji
2
Ç sen X j
j —- — dx segundo a fórmula dc Simpson (n = 10). Resp. 1,371.
0
03
51. Partindo da igualdade J d x = ^ , cm que a > 0, determinar para o
0
oo

inteiro n > 0 o valor do integral ^ dx, Resp. n!


0
oo

52. Partindo da igualdade J = — ^ 7 ^ * determinar o valor do integral


0 ^^
dx Ji 1-3.5 ... (2n—1)
J (j:2 + i)n+i* P* 2 ^
oo
—ox
S À
— dx. Resp. Log (1 + a ) (a > — 1).
í)
1
54. Servir-se da igualdade f dx= ^ calcular o integral

. i
\ (Logi)** dx. Resp. ( — i)ft
í n*+l ■

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