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Davy Nabuco Barros, mat. 381982.

Fichamento do Texto 3:
COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesús (Org.). Desenvolvimento Psicológico e
Educação: psicologia evolutiva. Trad. Daisy Vaz de Moraes. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas,
2004. (Cap. 16).

Adolescência como fenômeno recente


“Por adolescência costumamos entender a etapa que se estende, grosso modo, desde os 12 ou 13
anos até aproximadamente os 20 anos de idade. É uma etapa de transição em que já não se é
criança, mas ainda não se tem o status de adulto. É o que Erikson denominou de uma ‘moratória
social’, um compasso de espera que a sociedade oferece a seus membros jovens enquanto eles se
preparam para exercer o papel de adultos.” (p. 309)
“a adolescência, tal qual a conhecemos no ocidente no século XXI, é, até certo ponto, um produto
do século XX.” (p. 309)
“em nossa cultura ocidental, a incorporação dos adolescentes ao status adulto sofreu um atraso
notável, formando como consequência um grupo novo que, conforme foi mostrado, desenvolve
também seus próprios hábitos e maneiras e que se depara com problemas peculiares.” (p. 310)
“Chamamos de puberdade ao conjunto de mudanças físicas que ao longo da segunda década de vida
transformam o corpo infantil em um corpo adulto capacitado para a reprodução. Chamamos de
adolescência um período psicossociológico que se prolonga por vários anos mais e se caracteriza
pela transição entre a infância e a vida adulta. Obviamente, a puberdade é um fenômeno universal
para todos os membros de nossa espécie, como fato biológico que é e como o momento de maior
importância em nosso calendário maturativo comum. A adolescência, por sua vez, é um fato
psicossociológico não necessariamente universal e que não necessariamente adota em todas as
culturas o mesmo padrão de características que adota na nossa, em que também houve uma
importante variação histórica que, ao longo de nosso século, foi configurando o adolescente que
conhecemos.” (p. 311)
Teorias sobre a adolescência
“Para Anna Freud, o aumento dos impulsos sexuais como consequência da maturação da puberdade
faria com que os mecanismos de defesa utilizados pelo eu se mostrassem insuficientes, por isso
seriam necessários mecanismos adicionais que seriam exclusivos dessa etapa. Um desses
mecanismos é a intelectualização, que é uma consequência das novas capacidades cognitivas
adquiridas pelos adolescentes e que consiste nos frequentes pensamentos e reflexões filosóficas
sobre certos temas que podem ser conflituosos […]. Outro mecanismo é ascetismo que supõe uma
rejeição generalizada a todas atividades que podem proporcionar algum tipo de satisfação […], e
que levam o jovem a […] desconfiar das diversões e situações que podem supor um risco de que
seus impulsos escapem de seu controle.” (p. 312)
“os processos de socialização são mais complicados durante a adolescência pelo fato de que, nesse
período, ocorrem muitas mudanças nos papéis que o adolescente deve assumir e nas demandas que
lhe são estabelecidas pela sociedade, que, em muitas ocasiões, chegam ser contraditórias, o que
pode gerar bastante estresse para o adolescente.” (p. 313)
“Robert Havighurst considera que a adolescência está marcada pela convergência entre as
necessidades do jovem e as demandas sociais; dessa combinação, surge uma série de oito tarefas
evolutivas que devem ser enfrentadas durante os anos da adolescência. Entre essas tarefas, podemos
destacar a aceitação do próprio corpo resultante das mudanças da puberdade, a consolidação do
papel de gênero, o estabelecimento de relações mais maduras com os companheiros de ambos os
sexos, a independência emocional dos pais, a preparação para a carreira profissional e a vida de
casal e família, ou a aquisição de uma série de valores que servem de guia para o comportamento.”
(p. 313)
“atualmente é difícil manter uma ideia generalizada da adolescência como tempestade e ímpeto, já
que dispomos de uma grande quantidade de dados procedentes de numerosas pesquisas que
apontam claramente para o fato de que, para a maioria dos adolescentes, a adolescência não
representa um período de graves dificuldades e tensões.” (p. 314)
“ainda que não existam diferenças importantes entre essas duas etapas do desenvolvimento
[infância e adolescência] em relação à porcentagem de meninos e meninas com dificuldades, talvez,
sim, encontremos uma significativa mudança qualitativa nas manifestações comportamentais desses
desajustes, que na adolescência irão traduzir-se em condutas tão chamativas como o suicídio, o
abuso no consumo de drogas, a gravidez não-planejada ou a anorexia, que geram uma grande
preocupação social. Tipicamente, os problemas infantis não são tão chamativos e não geram o
mesmo nível de alarme social.” (p. 314)
“em alguns contextos culturais, como o nosso, a forma como as coisas são apresentadas para muitos
adolescentes tendem a não facilitar muito sua transição. A incorporação dos adolescentes ao status
adulto demora cada vez mais, de tal forma que é cada vez mais frequente nos encontrarmos com
pessoas que são física e psicologicamente adultas, mas que, no entanto, não têm um status social
adulto: continuam sob a dependência de seus pais, não se incorporam ao mundo do trabalho, não
podem formar uma família própria, etc., e não porque não desejam se tornar independentes,
trabalhar ou formar uma relação estável e independente com outra pessoa, mas porque o custo de
vida, as condições sociais de dificuldade para entrar no mundo do trabalho e o prolongamento da
escolaridade com que seja impossível materializar esses desejos.” (pp. 314-15)

As mudanças físicas da puberdade e suas consequências psicológicas


“Algumas das consequências psicológicas e comportamentais da puberdade podem ser mais ou
menos diretas, como a influência dos hormônios sexuais sobre o desejo e a atividade sexual, sobre a
agressividade ou sobre a instabilidade emocional e a irritabilidade.” (p. 317)
“Ainda que as reações diante das mudanças puberais dependam de muitos fatores pessoais e
contextuais, em termos gerais pode-se dizer que as consequências psicológicas são menos
favoráveis para as meninas, já que entre elas se costuma encontrar uma maior irritabilidade e mais
estados depressivos, com frequentes sentimentos negativos em relação a seu aspecto físico. Entre os
meninos, a puberdade costuma estar relacionada com uma mulher autoimagem e um estado de
ânimo melhor.” (p. 317)
“os acontecimentos que ocorrem em um momento esperado ou normativo geram menos estresse e
dificuldades do que aqueles que se antecipam ou atrasam em relação ao calendário previsto. […] é
de se esperar que a puberdade precoce seja menos favorável, tanto por ocorrer em um momento
diferente do esperado como pelo fato de que ocorre em um momento em que a criança ainda está
pouco preparada física e psicologicamente.” (p. 318)

A adolescência como transição evolutiva


“Enquanto algumas mudanças se devem essencialmente a mudanças contextuais […], a
adolescência se inicia fundamentalmente na raiz das mudanças biológicas que ocorrem no
organismo. No entanto, essas mudanças físicas estão estreitamente relacionadas com as mudanças
psicológicas e contextuais que o adolescente experimenta, de forma que não se pode entender bem
essa transição sem analisar as complexas interações entre os níveis biológico, psicológico e
sociocultural. O que está em desenvolvimento é um complexo sistema integrado por vários níveis
ou componentes vinculados entre si, de forma que qualquer mudança em nível pode provocar
alterações nos demais.” (p. 319)
“Uma consequência desse egocentrismo [adolescente] seria o que Elkind denomina audiência
imaginária, que se refere a uma excessiva autoconsciência, que o leva a pensar que outras pessoas
estão tão interessadas em suas preocupações e seus comportamentos como ele mesmo.” (p. 320)
“Outra manifestação dessas relações entre os fatores cognitivos e os aspectos relacionados com o
desenvolvimento da personalidade é o que Elkind chama de fábula pessoal, que se refere à
tendência do adolescente em pensar que suas experiências são únicas e que não são regidas pelas
mesmas regras que governam a vida das demais pessoas, sem que ninguém tenha experimentado as
sensações que eles estão vivenciando.” (p. 320)
“Embora muitas das mudanças da adolescência ocorram nos primeiros anos, o final da adolescência
e o início da vida adulta precoce também estão associadas a importantes tarefas evolutivas, como
terminar os estudos, procurar trabalho ou iniciar uma vida independente, que supõem uma
importante transição evolutiva, ainda que nesse caso as mudanças tenham um caráter mais social do
que biológico.” (p. 320)
“os traços centrais da personalidade, como a introversão, o temperamento ou a abertura a novas
experiências, permanecem muito estáveis durante a adolescência. […] a estabilidade desses traços
de personalidade tende a aumentar durante a adolescências e a juventude, alcançando seu nível mais
alto na idade adulta. A estabilidade será menor em outros traços menos centrais como o nível de
atividade, a hostilidade e a busca de novas sensações, ou as atitudes que podem mudar mais com a
idade.” (p. 321)

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