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O Uso da Calculadora no Ensino da Matemática

Manoel Bernardes de Jesus

28 de março de 2015

Penso que o grande desafio do professor nos dias atuais seja se desdobrar
para conseguir ensinar uma Ciência competindo pela atenção dos seus alunos
com smartphones, tablet, laptop, vídeo game e tantos outros recursos tecno-
lógicos que fazem a sala de aula à “cuspe e giz” parecer algo pré-histórico.

Para nós professores de Matemática esta disputa é ainda mais cruel, pois
historicamente há certo receio ou aversão a área de exatas e principalmente
a Matemática. Portanto tornar as aulas agradáveis e ao mesmo tempo esti-
mular o raciocínio lógico é o nosso grande desafio.

Para início o uso inteligente de uma calculadora pode ser uma importante e
rica ferramenta didática neste propósito. Temos atualmente dois grupos de
pensadores na educação que divergem quanto ao uso ou não da calculadora
como um recurso didático. O mais tradicional acredita que este instrumento
cumpre o papel de alienar os alunos levando ao ponto de usar a calculadora
até mesmo para somar dois mais dois. O outro grupo acredita que o uso
inteligente e adequado da calculadora pode auxiliar muito os alunos a per-
ceberem e entenderem processos aritméticos e algoritmos, noções de limites,
somas de infinitos termos, convergência entre outros.

Uma calculadora muito simples e de fácil acesso é conhecida como calcu-


ladora do feirante, por ser muito usada nas feiras livres e por possuir as
quatro operações e quando muito além, raiz quadrada, poderá ser utilizada
para desenvolver uma série de atividades com os mais diversos objetivos.
Não basta apenas desenvolver um número sem fim de atividades é preciso
ter propósito com cada uma delas e além deste propósito é preciso ter uma
visão crítica dos resultados obtidos, pois por mais avançadas que sejam, as
calculadora são instrumentos com caráter limitado. Imagine por exemplo
a divisão de inteiros cujo resultado é um dízima periódica, para períodos
simples é fácil ver numa calculadora do feirante qual a possível dízima perió-
dica, mas por exemplo, a representação decimal da fração 1/19 é um dízima
periódica cujo período tem 18 dígitos que em muitas calculadoras sequer
apareceriam metade deles.

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Além da grande variedade de atividades que podem ser desenvolvidas com o
uso da calculadora, há uma enorme gama de jogos que podem ser trabalha-
dos com os alunos usando como apoio uma calculadora. Veja dois exemplos
de jogos. O primeiro mostra como trabalhar o cálculo mental e a estimativa,
desenvolvendo a capacidade de elaborar estratégia.

Os alunos são divididos em duplas, e cada uma delas vai usar uma cal-
culadora simples. Em cada dupla, escolhe-se um jogador para começar. O
aluno escolhido deve dizer um número entre 1 e 10 e digitá-lo na calculadora.
O segundo jogador deve multiplicar o número inicial por 2,3,4,5,6,7,8 ou 9.
Alternadamente, os jogadores vão multiplicando os números de acordo com
cada escolha. Vence o jogo quem atingir 10.000. Se ninguém alcançar o valor
exato 10.000, perde o jogador que ultrapassá-lo.

O segundo jogo enfoca os critérios de divisibilidade.

Os alunos são novamente divididos em duplas e cada uma delas vai usar
uma calculadora simples. O professor deve escrever um número de oito dígi-
tos na lousa que, de preferência, possua muitos divisores. Os alunos devem
digitar esse número na calculadora, e a cada rodada, um aluno deve esco-
lher um dos números da lista: 2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12 que seja um divisor do
número inicial. A divisão será feita na calculadora e, se for exata, o aluno
ganha como pontos o número escolhido. Por sua vez, se a divisão tiver resto,
o aluno não pontua. Ganha quem tiver mais pontos no final.

As atividades sugeridas são meros exemplos do uso da calculadora como


recurso no ensino da Matemática. Caberá ao professor decidir sobre seu uso
e principalmente elaborar atividades interessantes e adequadas aos objetivos
que se propõe.

Bibliografia

Geraldo, Victor. Recursos Computacionais no ensino da Matemática. Victor


Giraldo, Paulo Caetano e Francisco Mattos- Rio de Janeiro: SBM, 2012.

Revista do Professor de Matemática, RPM número 86, Rio de Janeiro: SBM,


2015.

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