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Desenvolvimento e análise de Interactomas sob estímulo por

agrotóxicos: Um estudo de processos biológicos e geração de doenças


neurológicas na região do Vale do Jaguaribe

Helyson Lucas Braz¹; Márcia Machado Marinho2, Helton Colares da Silva3


Norberto de Kássio Vieira Monteiro4, Pedro de Lima Neto5
Emmanuel Silva Marinho6

¹Universidade Estadual do Ceará, FAFIDAM/UECE. E-mail: helysonlucasbb@gmail.com


2
Universidade Federal do Ceará, FFOE /UFC. E-mail: marinho.márcia@gmail.com
3
Universidade Estadual do Ceará –FECLI/UECE e-mail: helton.colares@uece.br
4
Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências /UFC. E-mail: norbertokv@gmail.com
5
Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências/UFC. E-mail: pln@ufc.br
6
Universidade Estadual do Ceará, FAFIDAM/UECE. E-mail: emmanuel.marinho@uece.br

RESUMO. Este trabalho teve como objetivo desenvolver interactomas de


processos biológicos e analisar as complicações de diferentes agrotóxicos
usados na região do Vale do Jaguaribe em sistemas neurológicos humanos. Isso,
devido aos intensos conflitos socioambientais decorrentes do uso de agrotóxicos
em várias comunidades da região. Na metodologia desse trabalho foi usado um
método de análise de dados empíricos de processos biológicos chamado
interactomas. Com esse processo, foi possível verificar que três agrotóxicos
bastantes utilizados na região são responsáveis pela formação de 3 doenças
neurológicas: Alzheimer, Parkinson e Depressão de longo prazo. Este trabalho
servirá de alerta comunitária para novos perigos causados por agrotóxicos.
Palavras-chave: Bioinformática, Defensivos agrícolas, Redes de processo.

1. INTRODUÇÃO

A região do Vale do Jaguaribe tem sido afetada por intensos conflitos


socioambientais decorrentes do uso de agrotóxicos e da contaminação das águas e das
populações rurais do entorno da chapada do Apodi, além de conflitos socio territoriais em
virtude da desapropriação de comunidades camponesas da região, inclusive com a
ocorrência do assassinato de uma liderança comunitária e mortes decorrentes de doenças
em virtude da contaminação por agrotóxicos (RIGOTTO, 2011).
O contato com agrotóxico é direto em cerca de 30% dos trabalhadores do
agronegócio e em 60% dos agricultores familiares camponeses, envolvendo a preparação
de misturas, a pulverização costal, o trabalho exercido em área recém-pulverizada, o
armazenamento e transporte, o descarte de embalagens e a limpeza de roupas
(CARNEIRO et. al, 2012). O Estudo Epidemiológico comprova que além das
intoxicações agudas, há também efeitos de longo prazo, como o aborto, e outros que ainda
estão sendo estudados, tais quais cânceres, malformações congênitas, doenças endócrinas
e doenças imunológicas, sendo a incidência de câncer 38% maior do que em outras
regiões onde não existem empresas do agronegócio (RIGOTTO et. al., 2013). A taxa de
doenças neurológicas aumentou bastante nesta região segundo os moradores, doenças
como Alzheimer, Parkinson, Esquizofrenia e Transtornos mentais.
Diante desses problemas devastadores a saúde humana, o objetivo geral deste
trabalho foi desenvolver interactomas de processos biológicos e analisar as complicações
de diferentes agrotóxicos usados na região do Vale do Jaguaribe em sistemas
neurológicos.

2. METODOLOGIA

Desenvolvimento dos Interactomas padrões


Para realização desta análise foi pesquisado todos os genes, proteínas e outros
processos biológicos que estão envolvidos no desenvolvimento da Alzheimer, Parkinson
e Depressão de longo prazo, fornecidos pelo NCBI (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/) em
artigos, dissertações e teses totalizando 480 processos encontrados no total. No portal
STRING 10® (http://stringdb.org/) foi realizado a construção dos 3 interactomas gerais
de cada doença com todos os processos biológicos gerados.

Alteração da rede genética e ação dos agrotóxicos


Segundo AVELINO et. al (2016), os agrotóxicos mais comuns encontrados na
água e no solo das regiões próximas a chapa do Apodi são: Imidacloprido, Clotianidina e
Atrazina. Após a obtenção estrutural dessas moléculas, foi inserido seus modelos nas 3
redes anteriormente geradas no software STRING 10® e observado os contatos de
interações entre os nós formadores dos processos e sua compatibilidade de alteração da
rede de genes. O processo foi repetido no software Minepath (http://www.minepath.org/)
para validação. Após a formação das redes foi observado a interação dos 3 agrotóxicos
com os principais mecanismos biológicos formadores das doenças e comparados com os
interactomas padrões.

3. RESULTADOS

Análise comparativa
Neste Interactoma geral (Figura 1), é possível verificar um número bastante
elevado de arestas, nós e bordas, apresentando uma rede com grau médio de nós estáveis
em 30.5, um valor relativamente alto em grau de confiabilidade (BRAZ et al, 2016).

Figura 1: Interactoma geral das proteínas de todas as doenças geradas interagindo com os agrotóxicos.

A rede gerada mostrou que os agrotóxicos estão associados com múltiplas


interações de formação ou modificação genética: Observando a tabela 1, a Imidacloprido
mostrou 8 processos associados com Alzheimer, 6 com Parkinson, 2 com depressão; a
Clotianidina mostrou 10 processos associados com Alzheimer, 1 com Parkinson e 1 com
Depressão; a Atrazina mostrou 2 processos associados a Alzheimer, 7 com Parkinson, 2
com Depressão. As proteínas que mostraram mais conexões com os processos gerais das
doenças foram as proteínas GRIA1, GRIA2 E GRIA3 (figura 1). Essas proteínas são
receptores de glutamato, agem como neurotransmissores excitatório em muitas sinapses
do sistema nervoso central. A ligação do neurotransmissor excitatório L-glutamato induz
uma mudança de conformação, levando à abertura do canal de cátion e, assim, converte
o sinal químico em um impulso elétrico. O receptor então dessensibiliza rapidamente e
entra em um estado inativo transitório, caracterizado pela presença de agonista ligado,
formando assim doenças neurológicas (VIVERO et al, 2014). A rede também mostrou
que processos biológicos nunca associados com agrotóxicos, foi mostrando nestes
interactomas, podendo ser futuramente objeto de pesquisas de outros estudos.
Tabela 1: Processos encontrados entre agrotóxicos e doenças nos interactomas.
Doenças
Agrotóxicos
Alzheimer Parkinson Depressão
Imidacloprido 8 6 2
Clotianidina 10 1 1
Atrazina 2 7 2
Total 20 14 5

Como análise de validação, foi usado o Minepath para verificar a


compatibilidade dos dados gerados e sua confiabilidade. Foi possível verificar que a rede
apresentou um dado de 99,2% de compatibilidade.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir que os agrotóxicos de maior quantidade encontrados nas águas


subterrâneas de poços do Vale do Jaguaribe têm relação direta com a formação de doenças
neurológicas em diferentes modos sinápticos, gerando assim, doenças altamente
degenerativas. Esse estudo mostra mais um motivo para o evitar o uso de agrotóxicos em
regiões que dependem agronegócio e possuem recursos hídricos que são utilizados para
consumo humano.

5. REFERÊNCIAS

BRAZ, H. L. B.; MARINHO, M. M.; MARINHO, E. S. Estudo in silico do acoplamento


entre o fitoquímico dicentrina e o receptor AURKA: um caminho para o tratamento do
Hepatocarcinoma. Anais UNIFOR, 2016. v. 22.

CARNEIRO, Fernando Ferreira; RIGOTTO, Raquel Maria; PIGNATI, Wanderley.


Frutas, Cereais e Carne do Sul: agrotóxicos e conflitos ambientais no agronegócio no
Brasil. In e-cadernos CES, Coimbra (POR),17, pp. 10-30, 2012.

RIGOTTO R.M. Agrotóxicos, trabalho e saúde: vulnerabilidade e resistência no contexto


da modernização agrícola no baixo Jaguaribe/CE. Fortaleza: Edições UFC; 2011.

RIGOTTO R.M., SILVA A. M. C., FERREIRA M. J. M., ROSA I. F., AGUIAR A. C.


P. Tendências de agravos crônicos à saúde associados a agrotóxicos em região de
fruticultura no Ceará, Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2013; 16(3):763-73.

VIVERO M., DOYLE L. A., FLETCHER C. D. M., MERTENS F. & HORNICK J. L.


GRIA2 is a novel diagnostic marker for solitary fibrous tumour identified through gene
expression profiling. Histopathology 65, 71–80, 2014.

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