Vous êtes sur la page 1sur 12

UM NOVO OLHAR PARA A ABORDAGEM SISTÊMICA

ISSN 1516-6503
NA PSICOLOGIA
eISSN 2316-3402

UM NOVO OLHAR PARA A ABORDAGEM SISTÊMICA NA PSICOLOGIA

A NEW LOOK FOR SYSTEMS PSYCHOLOGY APPROACH

Victor R.R. CELESTINO


Mestre em Ciências
victor.celestino@catolica.edu.br

Julia S. BUCHER-MALUSCHKE
Professora Doutora em Psicologia
psibucher@gmail.com

Recebido em 09/2015 – Aprovado em 12/2015

Resumo
A abordagem sistêmica na psicologia tem suas raízes na terapia familiar. Desenvolvida com inspiração na
teoria geral de sistemas, na teoria cibernética, entre outras, esta abordagem sistêmica tem recebido críticas
do construcionismo social pós-moderno, por sua visão estruturalista e mecanicista. A literatura científica
oferece novos paradigmas epistemológicos, com inspiração nos sistemas dinâmicos, os quais possibilitam
um novo olhar para a abordagem sistêmica na psicologia. Assim, sugere-se a adoção de uma integração da
perspectiva de auto-organização paralelamente à auto-regulação.
Palavras-chave: Psicologia Sistêmica; Construcionismo Social; Sistemas Dinâmicos.

318 FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão, v.18, n.3 - p.318-329 - set/out/nov/dez 2015
Victor R.R. CELESTINO
Julia S. BUCHER-MALUSCHKE

Abstract 2 ABORDAGEM SISTÊMICA NA PSICOLOGIA


The systemic approach in psychology has its roots
in family therapy. Developed from inspiration in Alguns conceitos da teoria de sistemas
general systems theory, cybernetics theory, influenciam a abordagem sistêmica na psicologia:
among others, this systemic approach has
received critics from postmodern social • Controle por Retroalimentação (feedback):
constructionism, for its structuralist and enfoque circular de causalidade, onde efeito é
mecanicist views. Scientific literature offers new realimentada como causa. Existe uma
epistemological paradigms, with inspiration from
retroalimentação positiva, que predispõe à
dynamical systems, which allow a new look for
the systemic approach in psychology. Thus, it is mudança, e uma negativa, a qual busca a
suggested the adoption of an integration of self- homeostase do sistema, ou seja, a manutenção
organization perspective in parallel with self- de um estado de equilíbrio;
regulation.
• Caixa-preta: um sistema psicossocial pode ser
Keywords: Systems Psychology; Social examinado somente a partir da relação entre suas
Construcionism; Dynamical Systems. saídas (comportamentos, emoções, sintomas,
ações) e suas entradas (disposições
psicogenéticas, e estímulos do ambiente
1 INTRODUÇÃO
psicossocial), sem que seja necessário
compreender a estrutura dos processos mentais
O pensamento sistêmico tem sido aplicado à
privados, mas apenas como alteram
biologia, aos seres vivos e aos sistemas sociais. O
funcionalmente os comportamentos.
principal axioma da teoria dos sistemas é que o
todo é maior que as partes, substituindo um • Equifinalidade: em um sistema fechado, o
modelo linear de causalidade por um modelo estado final pode ser determinado
circular, ou seja, um padrão de causa-efeito por inequivocamente pelas condições iniciais, mas
um padrão interativo (Von Bertalanffy, 1969; isso pode não ocorrer em sistemas complexos.
Churchman, 1979; Beer, 1984). Além disso, um sistema psicossocial é um sistema
aberto, onde se pode atingir um estado final
Diferentemente de outras abordagens, a
idêntico com origem em condições iniciais
sistêmica é introduzida na psicologia por uma
distintas, e por meio de diversas formas e meios
diversidade de profissionais insatisfeitos com a
de desenvolvimento.
prática, e não a partir da Academia. Ela surge na
década de 1950, fortemente relacionada com a • Totalidade e não-somatividade: um sistema não
Terapia Familiar. Os terapeutas familiares pode ser compreendido apenas a partir da soma
sistêmicos consideram a família como um sistema das partes, pois estas estão inter-relacionadas.
(Bucher-Maluschke, 2008), com vários
subsistemas (conjugal, paterno/materno, filial, Além da teoria geral dos sistemas, compõem o
fraterno, entre outros), os quais funcionam com arcabouço da abordagem sistêmica na psicologia:
base nas características do sistema familiar
• Teoria da pragmática da comunicação humana
(hierarquia, fronteiras, regras, modos de
(Watzlawick et al., 1967): na comunicação
comunicação, etc).
humana, considera-se que os significados são
objeto da semântica, os sinais e a linguagem da

FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão, v.18, n.3 - p.318-329 - set/out/nov/dez 2015 319
UM NOVO OLHAR PARA A ABORDAGEM SISTÊMICA
NA PSICOLOGIA

semiótica, e a transmissão de informação da regras, mitos e segredos da família ou de um


sintaxe. A pragmática da comunicação aborda a grupo social.
comunicação como conduta comportamental;
Cada família tem conteúdos que vão sendo
• Teoria cibernética (Wiener, 1948): evoluiu da herdadas ao longo do ciclo de vida familiar
chamada “primeira cibernética”, com uma visão (Boszormenyi-Nagy, 1984), conhecidos como
focada na homeostase do sistema psicossocial, “lealdades invisíveis”, perpassando gerações,
para a “segunda cibernética”, que consolidou o muitas vezes sem serem explicitados. Essas
enfoque circular sistêmico por meio do lealdades possuem papel fundamental na
questionamento circular e da mudança homeostase familiar, tal como se houvesse um
adaptativa (retroalimentação positiva); “livro virtual de prestação de contas”
(Boszormenyi-Nagy, 1984), no qual são
• Teoria da informação (Shannon, 1948): contabilizados créditos e débitos intergeracionais,
incorpora conceitos de fonte de informação, que estabelecem as obrigações de dar, receber e
mensagem, transmissor, sinal, canal, ruído, retribuir. Quem recebe fica em dívida com o
receptor; e membro que deu, portanto, com obrigação de
• Teoria dos jogos (Von Neumann e Morgenstern, retribuir e corresponder às expectativas desse, e
1945): incorpora modelos para a tomada de assim repetidamente por gerações, visando o
decisão. equilíbrio das relações (Bacal, 2013). As lealdades
invisíveis podem ser observadas na repetição de
Entre os diversos conceitos da abordagem padrões através das gerações. Esses padrões
sistêmica na psicologia, a transmissão familiares podem estar relacionados a um papel
multigeracional foi proposta para compreender o desempenhado por um de seus membros, a um
processo de repetição de padrões de problema ou a uma queixa repetitiva, ou às
relacionamento na família em sucessivas escolhas pessoais, amorosas e profissionais. Essas
gerações (Kerr e Bowen, 1988). A intensidade da repetições, conscientes ou inconscientes,
repetição de padrões está relacionada ao nível de ocorrem para assegurar a manutenção da
diferenciação de cada indivíduo membro de uma identidade familiar, consistindo na manifestação
família. Esse grau de diferenciação é influenciado de vínculo com as gerações anteriores (Bacal,
por relações da família de origem, sendo 2013). As lealdades invisíveis são manifestadas na
transmitido através das gerações, e está repetição de padrões transgeracionais em função
intimamente relacionado ao processo emocional da relação de forças psicossociais de
da família, antes mesmo do nascimento do pertencimento e diferenciação do indivíduo na
indivíduo. família.

A diferenciação é fundamental para a saúde A reatividade emocional, com origem em


mental do indivíduo (Bacal, 2013), para que este diferentes fatores psicossociais, aumenta a força
possa construir sua individuação e seu de pertencimento e aglutinação dos membros da
funcionamento psicológico independente dos família. Como a criança nasce usualmente
padrões familiares. Por outro lado, o indiferenciada em relação à sua família, sua
pertencimento também é vital para o principal tarefa de desenvolvimento será
funcionamento saudável, significando ser diferenciar-se para alcançar autonomia e
membro e poder participar das crenças, valores, independência (Martins et al., 2008). Na família,

320 FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão, v.18, n.3 - p.318-329 - set/out/nov/dez 2015
Victor R.R. CELESTINO
Julia S. BUCHER-MALUSCHKE

as crianças experimentam tanto o pertencimento distância versus abertura no triângulo primário da


quanto a diferenciação, mas quanto maior forem família de origem; grau de posicionamento
os níveis de reatividade emocional mais difícil interior ou exterior no triângulo primário; e o
será o processo de construção de identidade, ou grau de projeção familiar expressado nas
ainda, como conhecido na abordagem sistêmica preocupações com os filhos. A distância é
na psicologia, o processo de diferenciação do self expressada em termos da maior ou menor
(Kerr e Bowen, 1988). reatividade dos triângulos, uma vez que Bowen
propõe que, em maiores níveis de diferenciação
Três estudos recentes confirmam a proposta
do self, o indivíduo utiliza menos separação e
teórica de Bowen sobre a diferenciação do self distanciamento emocional, e mais abertura e
(Brown et al., 2008). O primeiro deles foi um raciocínio claro na integração das emoções. O
estudo longitudinal misto quali-quanti, com 9 estudo confirmou que o indivíduo carrega o nível
casais em formação (Klever, 2003), ao longo de de reatividade do seu triângulo primário para sua
cinco anos, que comprovou a hipótese de que o família nuclear, influenciando seu grau de
grau de diferenciação de um indivíduo e sua
sintomatologia. Uma posterior análise temática
família de origem influencia o funcionamento explorou as narrativas dos participantes sobre
psicológico de sua família nuclear, o qual fica mais seus triângulos primários, focando em cada uma
comprometido quanto maior for a força de das variáveis identificadas, confirmando os
pertencimento intergeracional. Os resultados construtos de conexão positiva (pertencimento),
indicam que, quando o indivíduo herda uma reatividade (distância), posicionamento
maior diferenciação e menor reatividade
interior/exterior ao triângulo (maior prevalência
emocional nos relacionamentos na família de da proximidade mãe-filho, e afastamento do pai),
origem, este tende a ser menos reativo com ele e a projeção da tensão da conjugalidade nos
mesmo, com o(a) esposo(a), e com os filhos. O filhos, com consequente comprometimento de
estudo considerou que o pertencimento seu funcionamento futuro. O estudo identificou
intergeracional não é expresso apenas na relação mudanças nos triângulos ao longo do horizonte
entre o(a) participante e seus pais, mas também de 10 anos do estudo, em função da evolução e
entre o(a) participante e a família extensa das fases dos ciclos de vida das famílias
multigeracional (Klever, 2003). participantes (Klever, 2009).
A teoria de Bowen sugere que a família utiliza No terceiro estudo, em uma versão revisada do
triângulos (relações em tríades, em lugar de instrumento para inventário de diferenciação do
apenas aos pares) para manejar a ansiedade, e self (Differentiation of Self Inventory – DSI), as
que o triângulo primário (envolvendo pai, mãe e respostas de 225 adultos foram coletadas para
indivíduo) é um dos triângulos-chave da família aprimoramento da subescala de pertencimento
(Kerr e Bowen, 1988). O segundo estudo foi ou fusão com outros (FO), visando melhor avaliar
também longitudinal, realizado para explorar a elementos da fusão interpessoal, tais como
influência do triângulo primário da família de dependência extremada de outros na tomada de
origem no funcionamento na procriação de 5 decisões, e a tendência de manter poucas
casais, ao longo de 10 anos (Klever, 2009). A convicções próprias estáveis, acompanhado de
análise quantitativa encontrou três variáveis, envolvimento emocional excessivo com outros
correlacionadas entre si, influentes no (Skowron e Schmitt, 2003). O instrumento
funcionamento na procriação das famílias:

FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão, v.18, n.3 - p.318-329 - set/out/nov/dez 2015 321
UM NOVO OLHAR PARA A ABORDAGEM SISTÊMICA
NA PSICOLOGIA

consiste em quatro subescalas: reatividade expressa não somente por meio de


emocional (RE), posição do “Eu” (PE), separação comportamentos observáveis, mas envolve
emocional (SE), e pertencimento ou fusão com também conteúdos pré-conscientes que
outros (FO), sendo que uma versão em língua influenciam atitudes. A identidade é um conceito
portuguesa já foi utilizada (Neves, 2011). que evolui ao longo do ciclo de vida humano, em
pelo menos oito fases distintas da infância a vida
Como proposto na teoria de Bowen, os adulta e a maturidade (Erikson, 1980). Assim,
indivíduos, que se auto-avaliaram com menor pode-se até adotar a idade como uma proxy para
reatividade emocional e maior habilidade para indicar “o gradual desenrolar da personalidade ao
assumir posições do “Eu” nos relacionamentos, longo de crises psicossociais especificas de cada
também indicaram menor endosso do uso da fase” (Erikson, 1980)(p. 128). Por outro lado,
fusão ou separação emocional nos indivíduos vivem em sociedade, usualmente em
relacionamentos, como mecanismos para
famílias. Portanto, considera-se também a
regulação da distância. Os resultados proveem identidade humana ao longo do ciclo de vida
evidência da relação entre o construto de familiar, sujeito não somente a estressores
pertencimento / fusão de Bowen e diversas
horizontais da trajetória de vida individual com
facetas da insegurança do apego humano. seus próprios eventos traumáticos, mas também
Especificamente, indivíduos que tendem mais ao sujeito a estressores verticais transgeracionais
pertencimento e a fusão com outros também
(Mcgoldrick e Carter, 1980).
experienciam maior medo de abandono, e
expressam uma preferência para relacionamentos De maneira análoga ao processo que se passa
íntimos com fronteiras menos nítidas. Esses entre indivíduos e famílias, ocorre também uma
achados são consistentes com outros estilos de tensão entre pertencimento e diferenciação nos
apego e elementos de fusão descritos por Bowen, relacionamentos interpessoais entre indivíduos e
tais como a maior dependência dos outros para organizações, mediados pelas relações de
regular a autoestima, a passividade nos trabalho. Entre diversos estudos que estenderam
relacionamentos, e a maior dificuldade para se a abordagem sistêmica ao ambiente
expressar socialmente (Skowron e Schmitt, 2003). organizacional, é relevante mencionar a
constatação de semelhanças no processo de
Esses trabalhos, portanto, reforçam a validação tomada de decisão, no nível de relacionamentos
dos conceitos propostos por Murray Bowen (Kerr interpessoais, entre: casais em situação de
e Bowen, 1988), incluindo seus impactos na deterioração das relações conjugais íntimas;
identidade de cada indivíduo e no seu gerentes e engenheiros da NASA na avaliação
funcionamento psicossocial, como indicadores da
técnica de componentes do ônibus espacial; e
regulação do afeto e das relações de controladores de tráfego aéreo interpretando
interdependência, com relevância direta para os informações na tela do radar (Vaughan, 2002).
indivíduos nas fases dos ciclos de vida do Assim, a abordagem sistêmica na psicologia
indivíduo e da família, quando se tornam adultos. também é aplicada ao estudo da formação da
A repetição de padrões varia entre indivíduos em identidade no trabalho, a partir da inclusão /
função do grau de diferenciação do self (Kerr e
exclusão de aspectos da identidade social externa
Bowen, 1988), ou seja, com a identidade de cada ao trabalho, ou da manutenção de uma clara
indivíduo. O funcionamento psicossocial esta
associado com o senso de identidade, o qual se

322 FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão, v.18, n.3 - p.318-329 - set/out/nov/dez 2015
Victor R.R. CELESTINO
Julia S. BUCHER-MALUSCHKE

diferenciação entre essas identidades (Ramarajan (diferente da ética, forma teórica, argumentada,
e Reid, 2013). explicitada e codificada da moral); pelo héxis,
princípios interiorizados pelo corpo, posturas,
3 VISÃO CRÍTICA DO CONSTRUCIONISMO SOCIAL expressões corporais, aptidões corporais
adquiridas (Aristóteles); e pelo eidos, princípio de
Por outro lado, desde a proposição inicial da
construção da realidade a partir de crença pré-
aplicação da teoria sistêmica à psicologia,
reflexiva, modo de pensar específico, apreensão
diversas criticas tem sido apresentadas, uma vez
intelectual da realidade (Platão, Aristóteles).
que a metáfora cibernética na qual esta se apoia
passou a ser considerada por demais mecanicista O habitus apreende as relações entre
e reducionista para a análise de sistemas comportamento dos agentes e estruturas e
psicossociais, com o advento do construcionismo condicionamentos sociais (Setton, 2002),
social pós-moderno. conciliando o diálogo entre realidade exterior
(mundo objetivo) e realidades individuais (mundo
As estruturas sociais por si só não determinam a
subjetivo das individualidades). Habitus, nesse
vida em sociedade como pretendiam os
sentido, é um sistema de esquemas individuais,
estruturalistas (Araújo et al., 2008). A dimensão
socialmente constituído, de disposições
individual (agente social) não é uma simples
estruturadas (no social) e estruturantes (nas
consequência das determinações da estrutura
mentes).
social. Internalizam-se regras e normas sociais,
mas existem aspectos de condutas que não são O habitus da pessoa moderna é forjado pela
previsíveis. É como um jogo do qual sabe-se as interação de distintos ambientes (família, escola,
regras e seu sentido, mas no qual também se trabalho, grupos sociais, e cultura de massa), em
pode improvisar. uma configuração de padrões de conduta
abertos. A constituição da identidade social do
Neste contexto, o habitus (noção filosófica antiga,
indivíduo moderno se faz a partir do habitus, da
originária no pensamento de Aristóteles e da
ação e construção e não somente de uma prática
escolástica medieval) foi recuperado e
“automática".
retrabalhado, em contraste com conceitos
correntes tais como hábito, costume, praxe, O habitus designa uma competência prática
tradição (Bourdieu, 1967). Com o habitus, Bordieu (Wacquant, 2009), adquirida na e para a ação,
forja uma teoria disposicional da ação, que (i) resume uma aptidão social, variável no
intermediária entre a estrutura e a ação. Assim, o tempo e no espaço, e com as distribuições de
habitus é um sistema de disposições, modos de poder; (ii) é transferível a vários domínios de
perceber, de sentir, de fazer, de pensar, que nos prática, e fundamenta distintos estilos de vida;
levam a agir de determinada forma em uma (iii) é durável mas não estático: disposições
circunstância dada (Wacquant, 2009) socialmente construídas podem ser moldadas por
novas forças externas; (iv) é dotado de inércia,
O habitus constitui a maneira de perceber, julgar
onde prevalecem práticas moldadas das
e valorizar o mundo, e molda a forma de agir,
estruturas sociais que as geraram, as quais filtram
corporal e materialmente (Thiry-Cherques, 2006).
as últimas experiências e limitam as novas
É composto: pelo ethos, princípios práticos, não-
disposições aprendidas (daí o peso dos esquemas
conscientes, conjunto de disposições morais
adquiridos na infância); (v) introduz uma

FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão, v.18, n.3 - p.318-329 - set/out/nov/dez 2015 323
UM NOVO OLHAR PARA A ABORDAGEM SISTÊMICA
NA PSICOLOGIA

defasagem e, por vezes, um hiato entre as lutas são levadas a efeito estratégias não
determinações passadas que o produziram e as conscientes, que se fundam no habitus individual
determinações atuais que o interpelam (de tal e dos grupos em conflito (Thiry-Cherques, 2006).
forma internalizado que chega-se a ignorar que Os determinantes das condutas individual e
existe). coletiva são as posições particulares de todo
agente na estrutura de relações. De forma que,
O habitus é condicionante e é condicionador das em cada campo, o habitus, socialmente
ações, não designa simplesmente um constituído por embates entre indivíduos e
condicionamento, mas simultaneamente um grupos, determina as posições, e o conjunto de
princípio de ação (Thiry-Cherques, 2006). É posições determina o habitus. Os campos não são
estrutura (disposições interiorizadas duráveis) e estruturas fixas. São produtos da história das suas
estruturante (gerador de práticas e posições constitutivas e das disposições que elas
representações). Possui dinâmica autônoma, sem
privilegiam. Todo campo se caracteriza por
direção consciente, forjada pela lógica do campo agentes dotados de um mesmo habitus. O campo
social. Contém o conhecimento e o estrutura o habitus, e o habitus constitui o
reconhecimento das “regras do jogo” em um
campo. O habitus é a internalização ou
campo determinado. O habitus funciona como incorporação da estrutura social, enquanto o
esquema de ação, de percepção, de reflexão e é o campo é a exteriorização ou objetivação do
produto da experiência biográfica individual, da habitus (Thiry-Cherques, 2006). Enquanto
experiência histórica coletiva e da interação entre
integrantes de um campo, inscritos no seu
essas experiências. “Uma espécie de programa, habitus, não se pode ver com clareza suas
no sentido da informática, que todos nós determinações, nem se é capaz de discuti-lo.
carregamos” (Thiry-Cherques, 2006)(p.34).

Pelo habitus, incorpora-se a história, tanto no 4 NOVO OLHAR PARA A ABORDAGEM SISTÊMICA
estado objetivado (monumentos, livros, teorias), NA PSICOLOGIA
quanto na forma de disposições. Assim,
manifesta-se em condutas regulares, as quais De forma a conciliar e atualizar a visão sistêmica,
permitem prever práticas — as “coisas que se incorporando o conceito do habitus, constata-se a
fazem” e as “coisas que não se fazem” em necessidade de considerar a dinâmica
determinado campo. É tanto individual quanto disposicional e situacional das estruturas
coletivo, diferenciado e diferenciante, aflorando psicossociais, buscando inspiração na teoria dos
no estilo de vida individual e nas afinidades da sistemas dinâmicos, na teoria do caos e de
coletividade. Não só está no indivíduo, como o sistemas complexos.
indivíduo se situa em um campo que circunscreve
um habitus específico. Os cientistas comportamentais e sociais
enfrentam grande desafio na tradução dos
A dinâmica social se dá no interior de um campo conceitos da complexidade de sistemas dinâmicos
(segmento social), onde agentes (indivíduos e (Eidelson, 1997), propostos originalmente nas
grupos) têm disposições específicas (habitus), e é ciências naturais, para sistemas humanos
regida por lutas entre agentes, relações de força e (pessoas, grupos, sociedades), por duas razões
distribuição das formas de capital específico principais: confusão sobre os conceitos e as
(cultural, econômico, social, simbólico). Nessas definições da complexidade; e o pressuposto

324 FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão, v.18, n.3 - p.318-329 - set/out/nov/dez 2015
Victor R.R. CELESTINO
Julia S. BUCHER-MALUSCHKE

aceito nessas ciências de que sistemas humanos Outro importante processo na evolução humana,
são guiados para um estado de equilíbrio, e um relevante para a psicologia social, é o efeito
único estado de equilíbrio existe para um dado Baldwin, o qual postula um mecanismo para
sistema. A ideia de dinâmicas instáveis, auto- assimilação genética de características adquiridas.
organizadas e distantes do equilíbrio, inerentes à O efeito Baldwin é um caso especial do processo
complexidade, tendiam a ser entendidas como etológico da construção do nicho (Maclennan,
desvios e desorganização social, e não como 2007), que é um processo de realimentação pelo
padrões emergentes. qual primeiro uma população altera seu ambiente
em benefício próprio, mas depois os indivíduos se
No entanto, hoje constata-se que muito da vida adaptam ao ambiente modificado, o que provoca
social é experienciada por processos mentais, novas modificações, e assim por diante. O
acionados automaticamente com base nas resultado é uma coevolução, complexa e
características do ambiente social imediato imprevisível, da população e de seu ambiente.
(pertencimento aos grupos, qualidade dos Predisposições genéticas para organizações
relacionamentos, hierarquia e normas sociais). A
sociais complexas possivelmente resultam desse
automaticidade na vida social se refere ao processo de construção de nicho.
controle interno e inconsciente dos processos
psicológicos (Bargh e Williams, 2006), a qual se Além disso, foi evidenciado que há diferentes
estende além da percepção e da interpretação do graus na capacidade de aprendizado, variando
mundo social, influenciando e guiando a agência entre organismos e ambientes, com vantagens
e as interações sociais do indivíduo, por longos diferenciadas entre as espécies, em função de sua
períodos. Assim, as influências automáticas na criticidade na adaptação e na sobrevivência
vida social são numerosas e diversas, podendo se (Seligman, 1970), ou seja, existe uma preparação
estender a contextos não relacionados (por da aprendizagem (“terreno fértil”).
exemplo, da família para o trabalho, e vice-versa),
nos quais decisões e escolhas comportamentais Na cibernética de segunda ordem, já se
reconhece a inseparabilidade entre agente e
são influenciadas inconscientemente.
sistema observador, e os processos cognitivos são
O conceito de automaticidade dos processos explicados a partir das dinâmicas acopladas entre
cognitivos superiores tem sido amplamente agentes e ambientes (Bishop e Nasuto, 2005). Ao
evidenciado em estudos psicológicos (Bargh et al., entender a cognição como um processo dinâmico
2012), portanto, a automaticidade não decorre contínuo, a cibernética de segunda ordem rejeita
apenas de um processo de aquisição de a noção de cognição como manipulação
habilidades, no qual um processo consciente e computacional de representações. O agente
deliberado é repetido até ser automatizado, mas interage com o mundo complexo, sem
também de substratos evolutivos e de necessidade de uma representação explícita.
mecanismos de aprendizado desde a primeira
Com base nas contribuições da psicologia
infância. A psicologia social envolve uma
interação complexa entre processos conscientes e evolucionista para o entendimento do
automáticos, onde os primeiros causam e desenvolvimento social, a teoria de sistemas
complexos pode ser utilizada para modelar a
também são causados pelos últimos (Bargh et al.,
2012). emergência e a evolução das estruturas sociais
(Maclennan, 2007). Em particular, o paradigma

FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão, v.18, n.3 - p.318-329 - set/out/nov/dez 2015 325
UM NOVO OLHAR PARA A ABORDAGEM SISTÊMICA
NA PSICOLOGIA

conexionista dos sistemas dinâmicos tem se uma abordagem enativa, baseada em uma
implicações relevantes para a psicologia social. O coemergência entre sujeito e objeto (Mcgann et
conexionismo sofreu objeções anteriores, por al., 2013). Por meio deste, os processos
exemplo, com base na teoria da linguagem psicológicos são estudados como interações
(Chomsky, 1956), a qual previa o conhecimento dinâmicas entre agentes autônomos e seus
inato de regras gramaticais comum às linguagens ambientes, onde a cognição não se restringe a um
naturais. indivíduo, mas emerge dinamicamente do
relacionamento deste com seu contexto
No entanto, o conexionismo prove uma
(incluindo outros agentes).
explicação alternativa para o comportamento
aparente de seguir regras, com base nos recentes A abordagem enativa da cognição supera uma
achados da neurociência (Maclennan, 2007). visão de processamento de informações baseado
Apesar de não existir regras explícitas em uma em representações, e prove a naturalização da
rede conexionista, como as redes neurais significação de comportamentos e contextos, os
cerebrais, o efeito cumulativo das muitas quais emergem de relações complexas entre
conexões e computações individuais podem exibir agentes cognitivos e ambientes, por meio de
um comportamento emergente regular, o qual interações dinâmicas.
pode ser similar ao seguimento de regras.
Na teoria de sistemas dinâmicos, entende-se
O conexionismo não é apenas um método como emergência o desenvolvimento coordenado
alternativo para obter resultados semelhantes ao de um conjunto de estruturas, funções e padrões,
seguimento de regras, mas sim apresenta qualitativamente diferentes, em um sistema
características de flexibilidade e sensibilidade ao dinâmico, o qual não pode ser reduzido nem
contexto, típicas do comportamento humano. previsto a partir do conhecimento das condições
precedentes do sistema (Piers, 2007). O
O enfoque conexionista é reforçado pelas funcionamento psicossocial é emergente de uma
pesquisas com o aprendizado e comportamento dinâmica de mudanças qualitativas nas
de especialistas (Dreyfus e Dreyfus, 1980), experiências individuais de auto-direcionamento
evidenciando que o comportamento de novatos ou de agência, que se processa em contextos
se assemelha mais ao seguimento de regras, do psicológicos que não possibilitam o
que o dos especialistas, os quais abandonam o reconhecimento imediato das razões explicativas
uso estrito de regras procedimentais e se
da mudança.
comportam de formas mais flexíveis e sensíveis
ao contexto. Um conjunto de características distingue a
emergência de conceitos similares (Goldstein,
No entanto, o conexionismo não deve ser 2007): organização radicalmente nova
confundido como uma nova forma de (imprevisível e irredutível); dinâmica (mutável no
ambientalismo, que absolutamente não postula a tempo); ostensiva (manifesta no sistema);
hipótese da tabula rasa, mas sim um enfoque aderente (integração duradoura de componentes
paradigmático para modelar o funcionamento do sistema); e no nível macro (organização em
psicossocial. nível superior ao nível micro dos componentes
Além do conexionismo, para incorporar os sendo organizados).
achados da neurociência na psicologia, propõem-

326 FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão, v.18, n.3 - p.318-329 - set/out/nov/dez 2015
Victor R.R. CELESTINO
Julia S. BUCHER-MALUSCHKE

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E DIREÇÕES FUTURAS Revista Eletrônica Perspectivas da Ciência e


Tecnologia, v. 1, n. 1, p. 31-40, 2008. ISSN 1984-
Dessa forma, a abordagem sistêmica na psicologia 5693.
deve adotar uma perspectiva de auto-organização , . E. . ealdades visíveis e invisíveis um
paralelamente à auto-regulação. estudo sobre a transmissão geracional da
profissão na família. 2013. ( outorado).
Por meio da auto-regulação (Carver e Scheier, Psicologia, PUC-Rio, Rio de Janeiro.
2003), a partir de uma estrutura psicossocial BARGH, J. A. et al. Automaticity in social-
manifesta no tempo presente, o comportamento cognitive processes. Trends in cognitive sciences,
humano é controlado por retroalimentação, em v. 16, n. 12, p. 593-605, Dec 2012. ISSN 1879-
um processo no qual dois ou mais subsistemas 307X (Print), 1364-6613 (Online).
biológicos centrais (p.ex., um de aproximação e BARGH, J. A.; WILLIAMS, E. L. The automaticity of
outro de separação, com regulação de social life. Current directions in psychological
intensidades e velocidades) competem pelos science, v. 15, n. 1, p. 1-4, Feb 2006. ISSN 0963-
recursos cognitivos (funções executivas) e pelo 7214 (Print), 0963-7214 (Online).
direcionamento do indivíduo (necessidades BEER, S. The Viable System Model: Its
psicofisiológicas). Este processo ocorre do topo Provenance, Development, Methodology and
para a base. Pathology. Journal of the Operational Research
Society, v. 35, n. 1, p. 7-25, 1984. ISSN 0160-
Por outro lado, o comportamento também surge 5682.
da auto-organização emergente da base para o BISHOP, J.; NASUTO, J. Second-order cybernetics
topo, onde processos afetivos (emoções) e a and enactive perception. Kybernetes, v. 34, n.
automaticidade influenciam a agência, em um 9/10, p. 1309-1320, 2005. ISSN 0368-492X.
processo conexionista, com características típicas BOSZORMENYI-NAGY, I. Invisible loyalties.
dos sistemas dinâmicos (sensibilidade às Levittown: Taylor & Francis Group, 1984. 408 p.
condições iniciais, atratores, bifurcações, etc). ISBN 1317839366.
Neste caso, a interação social pode ser modelada BOURDIEU, P. Estrutura, habitus e prática. In:
por meio de equações diferencias não lineares BOURDIEU, P. (Ed.). A economia das trocas
(Gottman et al, 2002). simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1967. p.203-
229.
Para a integração de modelos de auto-regulação e BROWN, J.; HARRISON, V.; CHANCE, A. B. Is
auto-organização, o direcionamento futuro indica Bowen Theory still relevant in the Family Therapy
o emprego da simulação qualitativa para uma field? CAPA Quarterly, n. 3, p. 11-17, 2008. ISSN
modelagem conceitual (Liem, 2013), visando a 1835-937X.
construção teórica e a formulação de hipóteses a BUCHER-MALUSCHKE, J. S. N. F. Do
serem testadas em estudos quantitativos transgeracional na perspectiva sistêmica à
posteriores. transmissão psíquica entre as gerações na
perspectiva da psicanálise. In: PENSO, M. A. e
COSTA, L. F. (Ed.). A transmissão geracional em
REFERÊNCIAS diferentes contextos. Da pesquisa à intervenção.
São Paulo: Summus, 2008. p.76-96. ISBN 978-85-
ARAÚJO, F. M.; ALVES, E. M.; DA CRUZ, M. P. 323-0494-0.
Algumas reflexões em torno dos conceitos de
campo e de habitus na obra de Pierre Bourdieu. CARVER, C. S.; SCHEIER, M. F. Self-regulatory
perspectives on personality. In: MILLON,

FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão, v.18, n.3 - p.318-329 - set/out/nov/dez 2015 327
UM NOVO OLHAR PARA A ABORDAGEM SISTÊMICA
NA PSICOLOGIA

T.;LERNER, M. J., et al (Ed.). Handbook of (Doctor). Faculteit der Natuurwetenschappen,


Psychology: Personality and Social Psychology. Wiskunde en Informatica, Universiteit van
Hoboken: John Wiley & Sons, v.5, 2003. p.185- Amsterdam, Amsterdam.
208.
MACLENNAN, B. Evolutionary psychology,
CHOMSKY, N. Three models for the description of complex systems, and social theory. Soundings, p.
language. Information Theory, IRE Transactions 169-189, 2007. ISSN 0038-1861.
on, v. 2, n. 3, p. 113-124, 1956. ISSN 0096-1000.
MARTINS, E. M. A.; RABINOVICH, E. P.; SILVA, C.
CHURCHMAN, C. W. The Systems Approach and N. Family and the differentiation process in
Its Enemies. New York: Basic Books, 1979. Murray Bowen theory: a case study. Psicologia
USP, v. 19, n. 2, p. 181-197, 2008. ISSN 0103-
DREYFUS, S. E.; DREYFUS, H. L. A five-stage model
6564 (Print), 1678-5177 (Online).
of the mental activities involved in directed skill
acquisition. DTIC Document. 1980 MCGANN, M.; DE JAEGHER, H.; DI PAOLO, E.
Enaction and psychology. Review of General
EIDELSON, R. J. Complex adaptive systems in the
Psychology, v. 17, n. 2, p. 203, 2013. ISSN
behavioral and social sciences. Review of General
1433816563.
Psychology, v. 1, n. 1, p. 42, 1997. ISSN 1939-
1552. MCGOLDRICK, M.; CARTER, E. A. The family life
cycle: A framework for family therapy. Gardner
ERIKSON, E. H. Identity and the lyfe cycle. New
Press, 1980. ISBN 0470267828.
York: W. W. Norton & Company, 1980. 191 p.
ISBN 0-393-31132-5. NEVES, C. D. Diferenciação do self: diferenças
entre pais e filhos adolescentes e relação com o
GOLDSTEIN, J. Emergence and psychological
ambiente familiar. 2011. (Mestrado). Psicologia,
morphogenesis. In: PIERS, C.;MULLER, J. P., et al
Universidade de Lisboa, Lisboa.
(Ed.). Self-organizing complexity in psychological
systems. Lanham: Jason Aronson, Incorporated, PIERS, C. Emergence: when a difference in degree
2007. p.186. ISBN 1461630657. becomes a difference in kind. In: PIERS,
C.;MULLER, J. P., et al (Ed.). Self-organizing
GOTTMAN, J.; SWANSON, C.; SWANSON, K. A
complexity in psychological systems. Lanham:
general systems theory of marriage: Nonlinear
Jason Aronson, Incorporated, 2007. p.186. ISBN
difference equation modeling of marital
1461630657.
interaction. Personality and social psychology
review, v. 6, n. 4, p. 326-340, 2002. ISSN 1088- RAMARAJAN, L.; REID, E. Shattering the myth of
8683. separate worlds: Negotiating non-work identities
at work. Academy of Management Review, v. 38,
KERR, M. E.; BOWEN, M. Family evaluation: The
n. 4, p. 621-644, 2013. ISSN 0363-7425.
role of the family as an emotional unit that
governs individual behavior and development. SELIGMAN, M. E. On the generality of the laws of
Markham, Ontario: Penguin Books, 1988. learning. Psychological review, v. 77, n. 5, p. 406,
1970. ISSN 1939-1471.
KLEVER, P. Intergenerational fusion and nuclear
family functioning. Contemporary Family Therapy, SETTON, M. D. G. J. A teoria do habitus em Pierre
v. 25, n. 4, p. 431-451, 2003. ISSN 0892-2764. Bourdieu: uma leitura contemporânea. Revista
Brasileira de Educação, n. 20, p. 60-70, 2002.
KLEVER, P. The primary triangle and variation in
nuclear family functioning. Contemp Fam Ther, v. SHANNON, C. E. A Mathematical Theory of
31, n. 2, p. 140-159, 2009. ISSN 0892-2764. Communication. Bell Systems, 1948.
LIEM, J. Supporting Conceptual Modelling of SKOWRON, E. A.; SCHMITT, T. A. Assessing
Dynamic Systems: A Knowledge Engineering interpersonal fusion: reliability and validity of a
Perspective on Qualitative Reasoning. 2013. new DSI fusion with others subscale. J Marital

328 FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão, v.18, n.3 - p.318-329 - set/out/nov/dez 2015
Victor R.R. CELESTINO
Julia S. BUCHER-MALUSCHKE

Fam Ther, v. 29, n. 2, p. 209-22, Apr 2003. ISSN


0194-472X (Print), 0194-472X (Online).
THIRY-CHERQUES, H. R. Pierre Bourdieu: a teoria
na prática. Revista de Administração Pública-RAP,
v. 40, n. 1, p. 27-53, 2006. ISSN 0034-7612.
VAUGHAN, D. Signals and interpretive work: The
role of culture in a theory of practical action. In:
CERULLO, K. A. (Ed.). Culture in mind: Toward a
sociology of culture and cognition. New York:
Routledge, 2002. p.28-54. ISBN 978-
0415929448.
VON BERTALANFFY, L. General system theory:
Foundations, development, applications. New
York: George Brazilier, 1969. 295 p. ISBN 978-
0807604533.
VON NEUMANN, J.; MORGENSTERN, O. Theory of
games and economic behavior. Bull. Amer. Math.
Soc, v. 51, n. 7, p. 498-504, 1945.
WACQUANT, L. Esclarecer o Habitus. Educação &
Linguagem, v. 10, n. 16, p. 63-71, 2009. ISSN
2176-1043.
WATZLAWICK, P.; BEAVIN, J. H.; JACKSON, D. A.
Pragmatics of Human Communication: A study of
international patterns, pathologies, and
paradoxes. New York: W.W. Norton, 1967. 284 p.
WIENER, N. Cybernetics. Scientific American, v.
179, n. 5, p. 14-18, Nov 1948. ISSN 0036-8733
(Print), 0036-8733 (Online).

FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão, v.18, n.3 - p.318-329 - set/out/nov/dez 2015 329

Vous aimerez peut-être aussi