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Universidade Federal de Itajubá

Sistema de powertrain dos


participantes do Regional Sudeste
2010 de Mini BAJA

Rafael Pereira da Silva


Graduando em Engenharia Mecânica na UNIFEI
Integrante da equipe Saci
Introdução
Durante o Regional 2010, que aconteceu em Sarzedo, atuei como comissário. Tive a
oportunidade de ver vários carros de perto e até mesmo conversei com algumas equipes.
O regulamento da competição estabelece algumas especificações na montagem do carro,
como motor, material da estrutura, comprimento do carro, entre outras. Por isso, muitas pessoas têm
a falsa impressão de que não há espaço para a criatividade no projeto de um veículo Mini Baja.
Entretanto, como vocês poderão ver ao longo deste relato, há muito espaço para a criação e muito
trabalho a se fazer na montagem de um BAJA.
Este trabalho irá focar a parte de powertrain das equipes e as informações que estarão
contidas aqui foram tiradas de conversas que tive com integrantes de outras equipes, de observações
feitas ao longo da competição e de um pouco de espionagem na apresentação de projeto das equipes
e na prova de Segurança.

Vitória Baja

O Vitória Baja começou na sétima colocação da competição e terminou em décimo terceiro,


é um carro relativamente bom. Uma característica chamativa dessa equipe é o sistema de powertrain
e a suspensão traseira. Na figura não está totalmente claro, mas a transmissão desse carro passa por
três reduções: CVT, caixa de redução e corrente, respectivamente. Essa configuração foi feita para
acompanhar o sistema de suspensão, que é eixo rígido.
Bom, aparentemente o powertrain dessa equipe não é muito vantajoso, pois como passa por
muitas reduções é de se esperar que tenha muitas perdas. Isso pode ser comprovado pelas notas do
Vitória nas seguintes provas: enduro-145,95 e, principalmente, velocidade-40,00. Em contrapartida
a equipe teve uma apresentação de projeto muito boa.
EESC USP 2

A EESC USP 2 começou como o carro 4 e terminou em sétimo lugar. O que chamou muito a
atenção nesse carro foi o sistema de freio, que é por acionamento eletrônico. E, se observarem, ele
tem uma característica peculiar, não possui pinça e nem disco na traseira. Acredito que o freio
traseiro desse Baja esteja acoplado na caixa de redução. Porém, quando perguntei a um integrante
da equipe se aquela “caixinha” acoplada na caixa de engrenagem era o sistema de freio, ele não
quis responder.
A EESC USP 2 utiliza a redução da cvt, que é da marca CVTECH, e da caixa de
engrenagem. No geral, a equipe teve um desempenho muito bom, exceto na apresentação de projeto
que foi de 188,10.

ECOPOLI CISER
O ECOPOLI foi o carro 9 da competição e
terminou na segunda colocação. É um carro muito
bem trabalhado, sua carenagem é feito de garrafa pet
e a eletrônica é alimentada pelas placas de energia
solar no teto do carro. O powertrain dessa equipe
passa pela redução da cvt e da caixa de redução.
Tive a oportunidade de assistir um trecho da
apresentação de projeto dessa equipe. Pelo que pude
ver, eles fizeram o estudo dos materiais dos
componentes da cvt e uma análise de elementos
finitos da mesma. Inclusive recebi a informação de
que eles fabricam a própria cvt na faculdade, ou pelo
menos parte dela.
Consegui também ver rapidamente o projeto da
caixa de engrenagens do ECOPOLI. O projeto é de
um trem de engrenagens simples (pinhão, coroa, pinhão, coroa), o interessante é que as engrenagens
tinham a alma furada, afim de reduzir o peso das mesmas. E além disso a caixa de redução tem o
tamanho reduzido.
É um powertrain admirável! O resultado desse projeto foi o ótimo desempenho em todas as
provas, inclusive foi uma das poucas equipes que completaram o S&T (Suspension and Traction).
Além de tudo, foi o terceiro carro mais leve da competição com 160 Kg.
Nitro Baja Racing
A Fatec (Sorocaba), começou na décima
segunda colocação e teve um desempenho
extremamente ruim durante a competição,
terminou em vigésimo segundo. Porém,
esse carro tem uma característica diferente
de todos os outros, ele possui marcha ré.
Porém, essa peculiaridade do powertrain
dessa equipe deixa dúvidas, pois teve um
desempenho péssimo em todas as provas,
principalmente na prova de velocidade.
A vantagem da marcha ré, foi na prova
de S&T, pois o Nitro Baja Racing havia
batido em um barranco e em seguida
acionou a marcha ré, continuando a prova.
Mas infelizmente a Fatec não conseguiu
completar o percurso do S&T.

Piratas do Cerrado
A equipe da Universidade de Brasília
começou com o número 15 e terminou em
oitava. O powertrain do Piratas do Cerrado passa
por uma redução da cvt (CVTECH) e depois
pela redução por corrente, que está dentro
daquela caixa com entrada de ar.
No geral, o Piratas teve um desempenho
muito bom, e a sua vantagem foi de ter sido uma
das poucas que completaram o S&T. Como
podem ver, é usado a suspensão do tipo SLA na
traseira, isso provavelmente ajudou muito no
desempenho no S&T, pois as outras equipes
costumam usar a MCPherson e, em alguns
casos, eixo rígido.
Uniararas

A Uniararas começou em vigésimo quarto e terminou na mesma colocação. O powertrain


dessa equipe passa por uma redução na cvt e outra na caixa de engrenagens. Essa equipe teve um
desempenho extremamente ruim, quase não partipou das provas dinâmicas e na prova de velocidade
ficou com a nota 21,00 ( foi a pior colocada!).
O que mais prejudicou a equipe foi a montagem de um único componente, o eixo cardan. O
ângulo de trabalho das cruzetas estava extremamente elevado, provavelmente mais de 30° de
inclinação, sendo que essas juntas só podem trabalhar até15°. Além disso, as luvas das juntas eram
muito pequenas, sendo sujeitas a quebra.
Destaquei esse componente porque a apresentação de projeto da equipe foi razoável, então,
com algumas mudanças, a Uniararas poderia/pode ter um desempenho melhor. A sujestão do juíz
foi que os integrantes “jogassem o powertrain para o chão” de forma a diminuir o ângulo de
trabalho das cruzetas. Lembrando que o Saci também já teve um problema parecido.

Fei Baja 2
A FEI Baja 2, carro número 2, terminou em décimo quarto lugar. Nessa competição os
integrantes de outras equipes tiveram a oportunidade de ver a caixa de redução da FEI aberta. Isso
aconteceu devido a quebra da mesma no início do enduro ( o que explica a colocação da FEI).
Primeiramente, quero destacar o desempenho dessa equipe na prova de velocidade (96,47),
só perdeu para a FEI Baja 1, que tem o powertrain muito parecido. Eu tive a oportunidade de
acompanhar de pertinho a Fei na prova de velocidade e posso dizer que, sem dúvida, é uma equipe
diferenciada nesse aspecto. Teve uma arrancada muito boa e acelerou demais! O segredo desse
desempenho está na caixa de redução, que é feita com engrenagens epicicloidais (planetárias). Esse
sistema de engrenagens possui relações de redução incríveis. E, segundo um dos integrantes da
equipe, a redução dentro da caixa passa por dois estágios, o primeiro é pelas engrenagens comuns e
o segundo pelas engrenagens planetárias. Mesmo com essa complexidade toda, a caixa de redução
da FEI é muito pequena e, aparentemente leve. Outra vantagem, além da forma de redução, é que,
como as engrenagens são pequenas, elas podem ser substituídas. A desvantagem é a fragilidade do
sistema, isso foi provado com sua quebra logo no início do enduro.
A cvt utilizada é da marca CVTECH, uma linha feita especialmente para o Baja. A equipe
possui essa cvt desde 2004. No entanto, ironicamente, a cvt também teve problema no meio do
enduro.
A proteção da cvt é feita de fibra de vidro.

Saci
Começamos como o carro número 8 e
terminamos na nona colocação. Quero destacar
nosso ótimo desempenho na prova de velocidade,
ficamos em 4° lugar.
Nosso powertrain passa por duas reduções, uma
da cvt (Comet 780s) e outra da caixa de
engrenagem. Nossa caixa de engrenagem tem uma
relação de redução muito boa e é extremamente
resistente. A desvantagem dela, é que é muito
pesada e como as engrenagens são muito grande,
não podem ser facilmente substituídas.
Lembrando que pela fala dos juízes esse foi o
carro mais bonito da competição!
Considerações finais
Ainda há alguns carros que eu gostaria de destacar:
• CEFAST, pela colocação no enduro e pelo 4° lugar na classificação geral;
• EESC 3 que foi a equipe campeã e teve o melhor desempenho na prova de S&T;
• FEI Baja 1 que se destacou na velocidade e na apresentação de projeto;
• Fatec de São Paulo, que não era um carro tão promissor, mas ficou entre os melhores do
enduro;
• Komiketo UFSJ, que começou como a equipe número 30 e terminou em 18°lugar;
• Piratas do Vale, pela sexta colocação e que, mesmo não pontuando no S&T, foi uma das
únicas equipes a completar a prova;
• Poli Titan, que teve um ótimo desempenho e, se não fosse a quebra da suspensão no enduro,
teriam chance da primeira colocação.
Das provas, quero destacar o S&T que estava extremamente difícil e exigia muito dos
competidores.
Os juízes acharam que esse ano os competidores levaram poucas inovações.
Quem tiver dúvidas, sugestões ou críticas, pode mandar um e mail para:
rafaelleiters@hotmail.com

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