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Dinheiro apreendido pelos sul-africanos no Lebombo

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Polícia impede marcha da Renamo


Di

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2 Savana 01-01-2016
TEMA DA SEMANA

Dinheiro apreendido pelos sul-africanos no Lebombo

Pacote poderia destinar-se ao Estado Islâmico


- A suspeita é da contra-inteligência sul-africana

o
-Ministério do Interior despachou dois agentes para a África do Sul
- Nazir Lunat, maulana da mesquita “Masjid Taqwa”, em Maputo, sob investigação

log
O
s serviços secretos sul-afri- de contagem do dinheiro que vinha
canos suspeitam que o di- em sacos. A operação de contagem
nheiro apreendido no pas- foi executada por funcionários do
sado dia 25 de Dezembro, Standard Bank, solicitados pelas
no posto fronteiriço de Lebombo, autoridades sul-africanas, que de-
autorida
de outro lado da fronteira de Res- pois depositaram o valor naquela
sano Garcia, poderia estar a cami- instituição bancária. As autoridades
nho das redes do Estado Islâmico aduaneiras sul-africanas disseram
disseminadas internacionalmente. que esta foi a maior apreensão de

ció
divisas registada este ano no país.
Embora as autoridades sul-africa- Até ao momento, as autoridades
nas não tenham evidências bastan- moçambicanas ainda não se pro-
tes da existência dessas redes dentro nunciaram sobre o sucedido, supos-
da África do Sul, a secreta sul-afri- tamente para não perturbar as in-
cana entende que, com o aperto do vestigações que decorrem na África
cerco às suas bases no Iraque e Síria do Sul. O Ministério do Interior
pelas forças internacionais, o grupo despachou dois agentes seniores
está a expandir-se para outros can- para se juntarem às investigações.

so
tos do planeta e a África do Sul não Alguns juristas moçambicanos ou-
pode ser considerada excepção. vidos pelo SAVANA fazem notar
Serviços de inteligência ocidentais que as autoridades sul-africanas
não descartam também a existência deverão verificar se se trata de um
de simpatizantes e elementos liga- crime (dinheiro obtido ilicitamen-
dos ao Estado Islâmico em Mo- te) ou é uma infracção administra-
çambique, sobretudo a partir dos tiva (dinheiro acima do legalmente
seguidores do “wahhabismo”, uma permitido).
corrente radical dentro do islamis- “O dinheiro deverá reverter a favor
um
mo sunita. 2VVHUYLoRVVHFUHWRVVXODIULFDQRVVXVSHLWDPTXHRGLQKHLURDSUHHQGLGRLDÀQDQFLDUDFWLYLGDGHVWHUURULVWDV
2VVHUYLoRVVHFUHWRVVXODIULFDQRVVXVSHLWDPTXHRGLQKHLURDSU HHQGLGRLDÀQDQFLDUDFWLYLGDGHVWHUURULVWDV do Estado sul-africano, no caso de
Outra pista seguida pela Polícia é se provar que é resultante de uma
curso vão determinar tudo, porém, moçambicana (e de origem asiáti- sublinhou o maulana, que num pas-
que o valor poderia ter sido obtido actividade ilícita. Se for provenien-
todas as hipóteses devem ser colo- ca), Assane Momad de 50 anos de sado recente exercia formalmente
a partir de resgates dos vários se- te de uma actividade lícita, o seu
cadas. idade e de Abdul Ahmed, 37 anos, actividade numa casa de câmbios,
questros que têm assolado, desde proprietário deverá provar e expli-
numa Toyota Hilux, com chapa de na Av. Samora Machel, próximo à
2011, as principais cidades moçam- car o porquê de não ter recorrido
“Eles podem usá-lo para activida- matrícula DJ 85 TK GP. A polícia Pastelaria Continental.
bicanas, com destaque para Mapu- aos procedimentos legais, que é,
des terroristas”,
oristas”, avançou Mulaudzi, sul-africana interpelou os dois ci- O SAVANA soube também que os
to e Matola. por exemplo, colocar num banco
colocando, igualmente outras hipó- dadãos moçambicanos, após uma dois detidos são descritos como es-
As vítimas, na sua maioria, têm em Moçambique e proceder a uma
teses. denúncia anónima, que se supõe pecialistas em transportar dinheiro
sido empresários de origem asiática transferência bancária”, frisam.
“Onde e como eles conseguiram que veio de grupos rivais em Mo- para a África do Sul, uma activida-
ou seus parentes e enormes somas Sublinhar que esta não é a primeira
isso é uma daquelas coisas que es- çambique. de antiga e conhecida ao mais alto
em dinheiro foram exigidas em res- vez que as autoridades sul-africa-
de

tamos a tentar determinar”, disse Ao que o SAVANA apurou, um dos nível político-financeiro em Mo-
gates. Também aqui há divisões de nas detectam situações de entrada
Mulaudzi, citado pela imprensa detidos (Assane Momad) é cunha- çambique.
análise, uma vez que se acredita que ilegal de elevadas somas monetárias
o dinheiro dos resgates pode estar sul-africana. do (irmão da mulher) do maulana
O dinheiro poderia ser usado em Nazir Lunat, líder da mesquita Dinheiro a favor da África depois de passarem da fronteira
a funcionar como financiamento moçambicana.
político, uma forma de pressionar a território sul-africano, por exem- “Masjid Taqwa”, na Avenida Edu- do Sul
plo,, para acções de recrutamento de ardo Mondlane, muito frequentada Concretamente, o dinheiro estava Em Agosto último, um grupo
comunidade asiática acusada de “só
novos membros para as frentes de por cidadãos de origem paquista- escondido e disfarçado no fundo de homens que estava a viajar do
fazer negócios entre si”.
combate em vários países, particu- nesa. Abordado pelo SAVANA na falso da bagageira da viatura. Em Aeroporto Internacional Oliver
Segundo o porta-voz da Hawks,
larmente do Golfo Pérsico e Ásia, tarde desta quarta-feira, Nazir Lu- relação à proveniência, Mulaudzi Tambo, de Joanesburgo para Du-
um ramo do Serviço da Polícia
ou mesmo para actividades terro- nat declinou tecer qualquer tipo de disse também que, nesta fase, não bai, tinha escondido 23 milhões de
sul-africana (SAPS) especializado
io

ristas dentro da região. comentários. está ainda claro de onde veio o di- randes e 3.77 milhões de dólares
em acções de combate ao crime
O dinheiro, recorde-se, estava a Dada a sensibilidade do assunto, o nheiro, mas eles estão a investigar em 12 peças de bagagem, incluindo
organizado, crimes económicos e
transpor
ser ilegalmente transportado por jornal insistiu e Lunat foi inflexível: para se aferir se os homens estavam quatro mochilas.
corrupção, o brigadeiro Hangwani
dois cidadãos de nacionalidade “Não. Prefiro não falar do assunto”, envolvidos em actividades crimino- Relatos da época sugeriram que o
Mulaudzi, as investigações ora em
sas graves, sindicatos, assaltos a cai- dinheiro passou por Moçambique
e estava a caminho do Paquistão
ár

xas de transporte de valores ou não.


Os dois homens estiveram pre- para financiar as actividades terro-
sentes no início da semana num ristas naquele país e noutras partes
tribunal na zona de Barberton, na do mundo.
província de Mpumalanga, mas a Em Dezembro de 2010, foi detido,
sessão de audição foi adiada para o na vizinha Swazilândia, Momed
dia 4 de Janeiro próximo. A juíza Ayoob, um outro empresário mo-
Di

ordenou que os dois homens per- çambicano, na posse de 18 milhões


manecessem na prisão da esquadra de randes, que pretendia levar para
policial de Komatipoort, junto à Dubai.
fronteira com Moçambique. O embaixador do Iraque na África
Os dois homens vinham de Ma- do Sul, Hisham al-Alawi, disse na
puto e sem problemas passaram a época que ele não ficaria surpreso
fronteira moçambicana e só do lado se as investigações confirmassem
sul-africano é que foi descoberto que o dinheiro confiscado estava
que transportavam ilegalmente cer- mesmo a caminho para financiar o
ca de 4.9 milhões de dólares ame- Estado Islâmico.
ricanos, 2.2 milhões de euros e 20 “Tem havido um aumento da acti-
mil randes. A revista ao seu veículo vidade na África do Sul com rela-
aconteceu a partir de uma denúncia ção ao recrutamento e angariação
recebida pela polícia. de fundos para o Estado Islâmico”,
A confirmação dos montantes só disse o embaixador do Iraque a
Os dois homens transportavam ilegalmente cerca de 4.9 milhões de dólares, 2.2 milhões de euros e 20 mil randes foi possível depois de cinco horas propósito do assunto.
Savana 01-01-2016 3
TEMA DA SEMANA

Renamo e PRM trocam acusações


-A polícia recorreu a um numeroso contingente de vários ramos da corporação e modernos carros de assalto para impedir a marcha do
maior partido da oposição

o
Por Argunaldo Nhampossa

A
Renamo acusa as autori- as acusações da Renamo e diz que
dades policiais de inviabi- a proibição da marcha deveu-se à

log
lizarem uma marcha que observaç dos trâmites
falta de observação
havia sido agendada para legais.
esta terça-feira, com objectivo de Segundo Mudumane, a Renamo
saudar o seu eleitorado na capital enviou duas cartas a comunicar a
do país. No entanto, as autoridades sua marcha, uma dirigida ao Con-
policiais justificam o bloqueio das selho Municipal, solicitando auto-
actividades da segunda maior força rização e outra para o Comando da
política do país, com o argumento PRM pedindo protecção.
de que o pedido de manifestação Esclarece
Esc que a carta da Renamo

ció
não respeitou a lei. não apresentava o itinerário da
marcha, mas sim a data, a hora e
O tráfego na manhã desta terça- local da concentração, a hora de
-feira, na cidade de Maputo, esteve partida e do fim do programa. Mais
fortemente condicionado em al- ainda, o mesmo documento deu
gumas artérias, facto que agravou entrada tanto na edilidade como no
ainda mais o crónico problema de comando da cidade, no dia 28 de
congestionamento que se tem ve- Dezembro corrente às 12:50, con-
rificado na presente quadra festiva. tra a obrigatoriedade de 72 horas

so
antes da data da manifestação.
Polícia interdita circulação de pessoas e viaturas na Emilia Daússe para atacar a Renamo
A avenida Emília Daússe e suas Devido a estas irregularidades,
imediações pareciam um autên- Comando da Cidade de Maputo, em Moçambique. o Conselho Municipal da Cidade Mudumane diz que o Município
tico palco de guerra. A delegação Orlando Mudumane, esta era uma de Maputo e o Comando da PRM. não autorizou a realização da mar-
da Renamo, localizada na Emí- força aceitável para os níveis daque- Inviabilização da marcha “Fomos surpreendidos por este cha, tendo solicitado a Renamo
lia Daússe, próximo ao populoso la operação, que foi antecedida de A chefe da bancada parlamentar da aparato policial na nossa sede. No
apar para corrigir os aspectos em causa,
mercado Estrela Vermelha, estava um estudo prévio que aconselhou Renamo, Ivone Soares, que se en- âmbito das nossas actividades par- o que, segundo a Polícia, não acon-
cercada de várias unidades da Po- aquele tipo de musculatura policial. contrava na delegação da Renamo, lamentares, juntámo-nos na nossa
lamentar teceu.
lícia da República de Moçambique Devido a este descomunal aparato, disse que o seu partido a nível da “Os membros da Renamo fizeram
sede para uma jornada parlamen-
um
(PRM), que mobilizaram para o lo- a circulação de indivíduos e viaturas cidade de Maputo pretendia inte- ouvidos de mercador. Concentra-
tar, com visitas a alguns mercados
cal a Unidade de Intervenção Rá- esteve condicionada em algumas ragir com os seus membros, simpa- ram-se para marcha, o que consti-
pida (UIR), Brigada de Operações de Maputo”, sublinhou a deputada, tuía uma desobediência aos órgãos
partes das avenidas Emília Daússe, tizantes e população em geral deste
Especiais (GOE), um grupo que acusando a Frelimo de “usar e abu- do Estado e a polícia teve de agir”,
próximo à Escola Secundária Es- círculo
culo eleitoral.
ultimamente protege o Presidente sar da polícia para impedir o fun- frisou. Quanto às detenções, con-
trela Vermelha, Filipe Samuel Ma- Segundo Soares, a ideia era ouvir as
da República, Polícia de Trânsito e cionamento do Estado de direito”. firma apenas a privação de liber-
gaia, Agostinho Neto, Maguiguana preocupações das populações, dia-
Brigada Canina. e Karl Marx. logar com os vendedores do mer- dade de apenas seis elementos, que
Logo às primeiras horas, a polí- “A Renamo não seguiu a Lei das cado Estrela Vermelha e partilhar
Não observaram as regras “pela conduta duvidosa que apre-
cia começou a fazer as primeiras Manifestações, sobretudo, no que No entanto, o Porta-voz da PRM sentavam era necessário certificar
com os mesmos aquilo que foi a
detenções, antes mesmo de tomar diz respeito ao prazo entre o pedi- prestação da bancada na fiscaliza- no Comando da Cidade de Ma- as respectivas identidades como
de assalto a delegação da Renamo. do e a realização da manifestação e ção das acções do executivo e pro- puto, Orlando Mudumane, nega membros da Renamo”, rematou.
Mais de uma dezena de membros a indicação do itinerário. O despa- jectos do par
partido.
de

da Renamo, dirigidos por Jafre Mu- cho do presidente do município de Contudo, contrariamente ao plani-
combo, delegado político na Ca- Maputo foi claro nesse aspecto e a ficado, prossegue Soares, enquan-
tembe, foram impedidos de entrar polícia estava lá paraa impedir que to os membr
membros se concentravam
para o centro da cidade de Maputo. ocorresse essa manifestação ilegal”, na delegação da cidade, um forte
A comitiva da Catembe pretendia frisou Orlando Mudumane, porta- contingente militar dispersava-os
juntar-se aos outros membros da -voz da Polícia. lançando granadas de gás lacrimo-
Renamo que já se concentravam na Observadores em Maputo não têm génio e disparando balas de borra-
delegação do partido na Emília da dúvidas de que o aparato policial chas que atingiram vidro de um es-
Daússe. na sede da Renamo, com o desfile tabelecimento comercial, próximo à
io

de grandes máquinas de repressão, entrada do edifício onde funciona a


Musculatura policial visam lançar um aviso sobr sobre as delegação desta formação política.
O contingente policial, que cercou consequências que podem advir de Denunciou que cerca de 10 mem-
a delegação da Renamo, estava uma eventual manifestação prota- bros do seu partido idos da Catem-
fortemente armado com tanques gonizada, sobretudo, pelo partido be, para o local de concentração,
de guerra, colectes prova de bala foram detidos após desembarcarem
ár

de Afonso Dhlakama.
com granadas, incluindo gás lacri- O líder da Renamo, Afonso do ferry-boat, uma vez que estavam
mogénio, AKM´s em riste e carros Dhlakama, tem vindo a ameaçar trajados de camisetas e capulanas
celulares, mostrando que se estava governar à força as seis províncias da Renamo.
perante um cardápio certo para en- onde reclama vitória, objectivo que A Renamo diz não entender as
frentar uma situação de golpe de afirma que irá alcançar em Março motivações da polícia para inviabi- Colegas na Bulgária procuram-no
Estado. de 2016. Moçambique vive mo- lizar as actividades político-parti-
Di

Mas, para o Porta-voz da PRM no dárias, uma vez que comunicaram

O
mentos de incerteza política, desde pedido vem do jornal rentemente no sector agrícola na
a assinatura dos acordos de Roma, “Diário 24 horas” da sua província natal. Os seus ami-
com Afonso Dhlakama e a Re- Bulgária, mais precisa- gos em Sófia lembram-se de ele
namo a rejeitar os resultados das mente da jornalista Ale- mencionar um primo, diploma-
eleições gerais de 14 de Outubro xenia Dimitrova que nos 15 anos ta moçambicano em Moscovo,
de 2014, que formalmente deram registou 250 casos de sucesso em com o nome de António Taiali.
vitória à Frelimo e ao seu candidato matéria de reuniões familiares e Os amigos que o conhecem,
presidencial, Filipe Nyusi. de amigos. ou o próprio, podem contactar
Nos últimos tempos, têm-se mul- Trata-se de descobrir o paradei- do jornal SAVANA, que como
tiplicado movimentações de basti- ro de António Liguaca, nascido aconteceu várias vezes no passa-
dores com vista a fazer acontecer a 15 de Junho de 1964 em Cabo do, gostaria de se associar a esta
um tête-a-tête entre Filipe Nyusi e Delgado, estudante de Agrono- estória e co-patrocinar mais uma
Afonso Dhlakama, encontro que mia na Bulgária entre 1990 e reunião com final feliz. (admc@
muitos acreditam que pode con- 1995 e que depois regressou a mediacoop.co.mz ou via tele-
correr para desanuviar o clima de Moçambique, trabalhando apa- phone 21301737)
Ivone Soares tensão político-militar que se vive Orlando Mudumane
4 Savana 01-01-2016
TEMA DA SEMANA

Empréstimo do FMI

Sociedade civil alerta para cortes nas áreas sociais


Por Ricardo Mudaukane

o
O
rganizações da Sociedade Para as três organizações, além de
Civil (OSC) moçambica- choques externos, Moçambique
nas defendem que o em- chegou à actual crise de dívida,
como resultado de uma gestão pre-

log
préstimo de 286 milhões
de dólares que o Fundo Mone- cária das finanças públicas e falta de
tário Internacional (FMI) apro- transparência e prestação de contas,
vou na semana passada a favor de principalmente na contracção de
Moçambique não deve ser usado nova dívida pública.
como justificação para cortes nas “Esta crise não foi uma surpresa
despesas em áreas sociais básicas, para as OSC que trabalham na re-
assinalando que o país foi obrigado forma da gestão das finanças públi-
a recorrer ao crédito devido à falta cas, uma vez que as evidências dos
de transparência na contracção de últimos anos davam esse sinal”, lê-

ció
financiamento externo e interno -se no documento.
pelo Estado. O FMO, GMD e CTJF criticam
a falta de estudos de viabilidade e
Numa exortação ao executivo mo- de prévia submissão à Assembleia
çambicano e ao FMI, o Fórum de 6RFLHGDGH&LYLODOHUWDTXHRHPSUpVWLPRGR)0,QmRGHYHVHUXVDGRFRPRMXVWLÀFDomRSDUDFRUWHVQDVGHVSHVDVHPiUHDV
GRFRPRMXVWLÀFDomRSDUDFRUWHVQDVGHVSHVDVHPiUHDV da República de alguns projectos
VRFLDLVEiVLFDVFRPRDHGXFDomR financiados pelo dinheiro da dí-
Monitoria do Orçamento (FMO),
Grupo Moçambicano da Dívi- to, deve, pelo contrário, ser poten- mo. O medo é de que o empréstimo críticas e melhoria da eficiência nas vida, nomeadamente a Empresa
ciado como uma oportunidade para possa impor cortes orçamentais em empresas detidas ou participadas Moçambicana de Atum (ATUM),
da (GMD) e a Coligação para
ponte Maputo-Catembe e estrada

so
a Transparência e Justiça Fiscal o fortalecimento das reformas na áreas sociais. Esse receio é inflacio- pelo Estado.
circular de Maputo.
(CTJF) emitem a sua posição so- gestão dos recursos públicos, estan- nado pela falta de informaçãoão sobre
A actual conjuntura, defendem as
bre a forma como deve ser gerido car o crescimento exponencial da os termos do acordo negociado pelo *HVWmRSUHFiULDGDVÀQDQ-
*HVWmRSUHFiULDGDVÀQDQ três organizações, também foi cau-
o empréstimo que as autoridades dívida e aprofundar a transparência Governo e FMI”, lê-se na carta. ças públicas sada pela redução do montante da
moçambicanas solicitaram àquele e prestação de contas no Estado. Para as três organizações, as auto- O FMO, GMD e CTJF conside- ajuda proveniente dos parceiros de
organismo de Bretton Woods. FMO, GMD e CTJF manifestam ridades moçambicanas devem levar ram que os titulares de cargos pú- desenvolvimento, combinada com
“Os signatários deste documento preocupação com os reais termos a cabo consultas mais amplas com blicos, incluindo o chefe de Estado, a diminuição do número do grupo
apelam ao FMI e ao Governo a evi- do acordo com o FMI, a natureza a sociedade, estancar o crescimento devem submeter-se à lei sobre a dos Parceiros de Apoio Programá-
tarem usar o empréstimo anuncia- dos condicionalismos impostos ao da dívida pública, aumentar a base declaração de património, defen- tico (PAP), enfraquecimento da
um
do como justificação para cortar os financiamento e, mais importante, fiscal
al e incrementar as receitas in- dendo ainda a implementação de balança de pagamentos e a vola-
escassos mas consideráveis ganhos as implicações que o crédito terá ternas. um programa nacional de combate tilidade da taxa de câmbio, como
sociais alcançados nos últimos anos para a vida dos cidadãos. A dívida contraída pelo Estado à corrupção com indicadores claros resultado de um declínio substan-
em áreas como educação, protecção “Devido à experiência do passado, também deve servir de impulso e mensuráveis, contenção de recur- cial de fluxos financeiros, devido
social, saúde, água e saneamento”, há uma preocupação acerca da na- para a implementação de medidas sos públicos e definição de medidas ao arranque lento dos projectos de
lê-se na carta. tureza e implicações dos condicio- de austeridade nos gastos no Go- concretas para o aumento da pro- extracção de recursos naturais, no-
O dinheiro, prossegue o documen- nalismos associados ao emprésti- verno, protecção de áreas sociais dutividade agrícola. meadamente gás.

Shoprite multado por especulação de preços em Chimoio


de

Por André Catueira

O
supermercado Shoprite disciplinado por incumprimento que valeu o abate da outra fatia da continuam não familiares com os em relação ao outro) notáveis e o
em Chimoio, a capital de das medidas. multa inicial. praticados noutros supermercados preço de combustível nos dois paí-
Manica, foi multado com “Neste supermercado (Shoprite) Ainda segundo o responsável, a ge- e lojas da cidade de Chimoio. ses não subiu, então o que justifica
um valor de 150 mil me- nós fizemos um trabalho de sen- rência do Shoprite tinha subido ex- A título de exemplo, no Shoprite essa subida de preços?”, questionou
ticais por especulação de preços, sibilização quanto à limpeza, arru- ponencialmente os preços do fran- uma lata de café (Ricoffy) de 100 Madalena Colete, outra cliente do
após ser flagrado pela Inspecção maçãoão e ornamentação e prática de go, batata, cebola e óleo alimentar gramas custa 89 meticais, contra 55 estabelecimento, após se surpreen-
io

das Actividades Económicas a preços justos. Mas como temos de nos dias anteriores à actividade ins- meticais praticados noutras lojas e der com os preços no interior e ter
praticar preços quase proibitivos, monitorar diariamente, passamos pectiva (depois de se ter compro- supermercados. Um litro de óleo reduzido muito a quantidade das
desde os produtos alimentares a por lá dias posteriores e encontra- metido em vender a preços justos (Fula) está a ser vendido a 189 me- compras.
eletrodomésticos, nas vésperas das mos que os preços estavam altos, na primeira ronda inspectiva), o ticais, ou seja, mais 70 meticais que O SAVANA tentou em vão contac-
festividades do natal e fim do ano, fora daqueles recomendados”, ex- que forçou a população a reclamar o preço anterior. tar a gerência do Shoprite sede, na
plicou Acácio Foia, adiantando que pelos preços injustos praticados na- Meia dúzia de ovos agora custa 35 África do Sul, onde fomos remeti-
ár

uma fraude sustentada pela “derra-


pagem do metical”. contra a infração foi aplicada uma quele supermercado de referência meticais no Shoprite contra os 29 dos (é pratica do supermercado en-
medida corr
correctiva. na província de Manica. meticais anteriores, ou seja, cada caminhar jornalistas para Shoprite
O valor inicial da multa era de 500 Ao que apurou o SAVANA, o Sho- “Já havia reclamação da população, ovo aumentou um metical naquele sede na África do Sul) para expli-
mil meticais, mas foi reduzindo na prite estava a vender, em promoção, nós havíamos constatado isso” de- supermercado. Um conjunto de seis cações sobre a razão da especulação.
medida em que foram ponderadas produtos fora do prazo (conservas, clarou Acácio Foia, assegurando pilhas (Energizer) custa 60 meti-
algumas situações, como o caso de frascos de iogurte e sumos), cuja que, após a tomada de medidas, o cais mais caro actualmente. Chamada de atenção
Di

levantamento da multa de produ- validade de consumo vencia exacta- Shoprite “corrigiu todas as situ- “Agora o Shoprite parece estar a Entretanto, segundo Acácio Foia,
tos fora de prazo, por terem sido mente no dia em que os inspectores ações e inclusivamente baixou os praticar preços de nervos. Eu sou- a inspecção sancionou igualmente
encontradas “quantidades insigni- desenvolveram a sua actividade no preços”. be que o supermercado foi multado a padaria e restaurante (Delícia)
ficantes” e a questão de higiene e supermercado. Os produtos foram Corrigiu igualmente a questão da por especulação, mas os preços pra- na cidade de Chimoio, por inob-
limpezaa nas instalações, sobretudo retirados na data e destruídos no arrumação, tendo agora uma arru- ticamente não se moveram do alto”, servância de medidas de higiene,
na cozinha, padaria e restaurante recinto do supermercado, valendo mação criteriosa, quer na área de disse Patrick Paulo, um cliente, à sobretudo nas cozinhas.
(para funcionários) do Shoprite. para o estabelecimento um perdão produtos alimentares ou detergen- saída do supermercado. “A Delícia (padaria e restaurante),
Segundo Acácio Foia, director pro- da fasquia da multa. tes e mesmo em termos de higiene. Ele conta que o que não foi me- teve problemas de limpeza. Nos ar-
vincial da Indústria e Comércio de Na mesma hora em que o grupo xido foi apenas o preço de frutas, mazéns (da padaria) encontramos
Manica, ao nível dos mercados, su- de inspecção entrou no supermer- Preços de nervos? não se sabendo a razão da mexida muita sujidade, baratas e alguns
permercados e distritos foi feito um cado, vários trabalhadores desdo- Contudo, o SAVANA fez-se ao de outros produtos comercializados insectos, ratos e água estagnada”
trabalho de sensibilização para os bravam-se em limpar a imundice supermercado Shoprite esta terça- naquele supermercado. disse Acácio Foia, adiantando que
comerciantes para prática de preços (quantidade de água suja no chão) -feira, 29 de Dezembro, quase uma “Que eu saiba, estes produtos vêm as actividades dos estabelecimentos
justos, além de observância de tra- na cozinha, padaria e restaurante – semana após ser tomada a medida da África do Sul. As nossas mo- foram suspensas momentaneamen-
balhos de limpeza, arrumação e or- depois se constatou que era rotina correctiva, tendo constatado que edas (o metical e o Rand) não ti- te até que fosse feita a limpeza e
namentação, tendo o Shoprite sido de higiene que os locais exigem – o os preços naquele estabelecimento veram clivagens (depreciação um pulverização.
Savana 01-01-2016 5
TEMA
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DA SEMANA
6 Savana 01-01-2016
SOCIEDADE

Governo apela aos indultados para


mudarem de comportamento

o
Por Argunaldo Nhampossa

O
dia 24 de Dezembro
abriu caminho para que
os mil cidadãos, entre

log
nacionais e estrangeiros,
que beneficiaram do indulto do
Presidente da República, Filipe
Nyusi, possam fazer uma viragem
no curso das suas vidas, fora do
âmbito criminal.

O estabelecimento penitenciário
da província de Maputo, vulgo

ció
Cadeia Central de Maputo, foi o
local que acolheu as cerimónias
centrais.
A maioria dos penitenciados são
jovens e antes da reclusão não ti-
nham emprego formal, tendo sido
nessa perspectiva que os represen-
tantes do Governo insistiram no

so
apelo aos beneficiários para que
sejam úteis à sociedade e não en-
veredem novamente pelo mundo
do crime.
Ao ritmo de cânticos de despe-
dida como “salanine vamakwe-
ru hita tlela hi vonana loko Hosi
i swi lava”, em tradução livre,
“adeus irmãos, voltaremos a ver-
um
-nos quando o Senhor quiser” e
levando nas mãos sacos plásticos $ÀODTXHOHYRXRVLQGXOWDGRVjOLEHUGDGH
contendo os utensílios que usavam dos do Ministério Público não ti- Abrahamo Engenheiro cumpria mudar de vida e espera procurar Abdulremane Lino de Almeida,
durante a reclusão, 148 cidadãos, nham conhecimento da medida, o também uma pena de um ano por melhores maneiras de ganhar apelou aos indultados para não de-
na sua maioria jovens com idades e dois meses, em virtude de ter o pão. Mesmo lhe faltando apenas fraudarem a confiança que Filipe
mesmo sucedendo com o Tribunal
compreendidas entre 23 e 35 anos, roubado acessórios de viaturas três meses para cumprir a pena, Nyusi depositou neles.
Supremo.
abandonaram o estabelecimento e faltavam-lhe cinco meses para agradece o perdão. Declarou que não gostaria de
Mesmo reconhecendo que o PR
penitenciário da província de Ma- abandonar aquelas instalações. Por sua vez, Alexandre Cumbane, voltar a vê-los novamente em es-
tomou a decisão dentro dos ter-
puto. Engenheiro diz ser mecânico de que diz ser panificador de profis- tabelecimentos prisionais como
mos da Constituição, sendo que
a medida não é inconstitucional, profissão e guarda más recorda- são, fora condenado a uma pena reclusos, mas como visitantes,
ao nível dos serviços prisionais, ções do tempo de reclusão, pelo de 13 meses por roubo. Louvou exortando os indultados a não en-
de

um sector nuclear na execução da que espera retomar a profissão de a concessão da liberdade nas vés- veredarem pela reincidência.
decisãoo presidencial, há um enten- forma digna evitando, o máximo peras do dia da família, isto por- Por seu turno, o governador da
dimento de que, tendo em conta possível, práticas que o levaram à que será um momento ímpar para Província de Maputo, Raimundo
que a lei que rege estas situações cadeia. agradecer o auxílio e sacrifício Diomba, disse aos indultados que
é antiga e desfigurada do actual Refere que fez sofrer a família, consentidos pela sua família, para saem da cadeia numa altura em
contexto, a decisão do PR devia uma vez que dependia dele para o apoiá-lo em tudo quanto fosse ne- que os índices de criminalidade
ter sido antecedida por uma aus- sustento,
sustento com a agravante de que cessário durante a reclusão. voltam a preocupar as populações,
cultação muito mais abrangente e, tinha de recorrer a outras fontes de Cumbane já havia cumprido nove alertando-os sobre os receios da
através
és do Conselho de Ministros, rendimento para poder garantir a meses de pena e faltavam-lhe qua- sociedade sobre o recrudescimento
aprovar-se
ovar-se um decreto que adeque sobrevivência dos seus. tro para retornar à vida em liber- da criminalidade.
io

a referida lei à realidade actual. Adriano Nhabiore, 28 anos, con- dade. Diz esperar a abertura do Diomba recomendou ao grupo
denado a um ano e seis meses de seu patronato para a reintegração para não seguir o “corta-mato”
Os indultados prisão por furto, já havia cumprido na lavoura. para ganhar a vida. “Ninguém fica
Sem familiares para recebê-lo à 18 meses na cadeia. Confessou o Aconselhou os antigos colegas de rico do dia para noite, é preciso dar
0LQLVWURGD-XVWLoD$VVXQWRV
porta de saída, Abel Wachava, 29 seu arrependimento pelo crime e cadeia a enveredarem pelo bom tempo ao tempo”, disse.
&RQVWLWXFLRQDLVH5HOLJLRVRV
ár

anos, foi o primeiro a levar das disse não aconselhar ninguém a comportamento, para beneficia- Afirmou que, na província de Ma-
$EGXOUHPDQH/LQRGH$OPHLGD
mãos do ministro da Justiça, As- seguir práticas criminosas, “porque rem também de indulto. puto, há muita terra e água para
Trata-se de uma medida que sur- suntos Constitucionais e Religio- só Deus e outros reclusos sabem o a agricultura e pecuária, esperan-
ge em cumprimento do anúncio sos, Abdulremane Lino de Almei- que se vive em estabelecimentos 1mRWUDLDPDFRQÀDQoDGR35 do que os indultados sejam úteis
presidencial, durante a apresenta- da, o mandato de soltura. prisionais”. O ministro da Justiça, Assun- à sociedade e contribuam para a
ção do Estado Geral da Nação, no Parecia não acreditar que daquele Nhabiore manifestou vontade de tos Constitucionais e Religiosos, economia.
Di

qual decidiu indultar mil cidadãos, dia em diante passaria a ver o sol
entre nacionais e estrangeiros em sem quadradinhos, como acon-
reclusão nas cadeias nacionais. tece com qualquer homem livre.
A medida foi aplicada a réus pri- Com voz trémula, disse que era o
mários que cumpriramiram metade da dia mais importante da sua vida,
pena, desde que o crime cometido porque ganhava a liberdade e uma
não tenha sido hediondo ou vio- nova oportunidade para mudar de
lento. A decisão foi extensiva a ci- conduta.
dadãos com doenças crónicas e já Wachava havia sido condenado a
em idade avançada. uma pena de um ano e dois meses,
Recorde-se que a decisão presi- por extorsão, tendo cumprido oito
dencial criou um mal-estar no seio meses. Agora propõe-se um novo
de várias instituições do sector ju- desafio. “Tenho de procurar um
diciário. O SAVANA soube de vá- emprego, porque não vale a pena
rios funcionários da Procuradoria continuar com a vida que levava”,
Geral da República, que magistra- anotou. $EHO:DFKDYD $EUDKDPR(QJHQKHLUR $OH[DQGUH&XPEDQH
Savana 01-01-2016 7
SOCIEDADE

)HVWDGHÀPGHDQR

Oscilação de preços no mercado do Zimpeto


encerra o ano!

o
Por Abílio Maolela (texto) e
Ilec Vilanculo (fotos)

log
O
mercado Grossista do referindo-se à cebola, pepino, pi-
Zimpeto, o maior da Ci- mento e caldo, outros produtos por
dade de Maputo, registou, si comercializados.
na última quarta-feira (30 Por seu turno, Rebeca Souza diz
de Dezembro de 2015), uma os- que a batata e a cebola é que es-
cilação de preços nos principais tão caras, relativamente à semana
produtos frescos, como o tomate, a passada, enquanto o tomate está a
cebola e a batata reno. reduzir, mas “ainda continua caro

ció
para o meu bolso”, explica.
A reportagem do SAVANA deslo-
cou-se àquele mercado e constatou Movimento de viaturas re-
que a caixa de tomate, que nas vés-
duz na Junta
Outro local de aglomeração de pes-
peras da festa do Natal custava en-
soas, durante a quadra festiva, é o
tre 700 a 900 meticais, era vendido Terminal Inter-provincial da Junta.
entre os 450 a 720 meticais. Neste local, diferentemente da se-
O excesso da mercadoria e o pe- mana passada, onde registou maior
recimento do mesmo é uma das afluência, nesta semana o movi-

so
razões avançadas pelos nossos en- mento teve algum abrandamento.
trevistados. Dércio Luís, um dos Segundo Helena Mwitu, Gesto-
vendedores de tomate naquele ra Interina daquele Terminal, até
mercado, justifica estes preços, afir- as 10:00 horas desta quarta-feira,
mando que os mesmos se devem ao tinha se registado a saída de 80
excesso da mercadoria. viaturas, correspondentes a 1600
O seu camião, por exemplo, vendia 3UHoRVGHSURGXWRVUHJLVWDPXPDUHODWLYDEDL[D passageiros.
o tomate a 500 meticais, contra os Este número é inferior ao dos dia
600 e 700 meticais que praticara no quilo e o pimento estava entre 10 Devido a este aspecto, Hermínia tem sido assim e, sempre que chego 24 de Dezembro, em que saíram
a 12 meticais. Manjate, também vendedeira da à casa, os meus clientes reclamam,
um
dia anterior (29 de Dezembro). A sete mil e duzentos e trinta e três
Alberto António, comerciante de cebola, diz que o movimento deste o que faz com que o meu tomate passageiros, em 323 viaturas. Mwi-
fonte adianta ainda que a tendên-
pepino e pimento, conta que, na se- ano é fraco, mas garante que “não apodreça. Por isso, este ano não vou tu justifica este abrandamento, re-
cia dos preços é de baixar, porque “a
mana passada, a mesma quantidade vamos baixar os preços, porque os comprar porque as pessoas não têm ferindo que as pessoas “preferem
maior parte do tomate está a apo-
de pepino era vendida entre 10 a 12 produtos estão caros na África do dinheiro”, conta. viajar antes do Natal, para passarem
drecer”.
meticais e o pimento entre 40 a 55 Sul”. Se Ilda não comprou por falta de o dia com a família, do que neste
Se para Dércio o tomate está em
meticais. Aliás, no que tange à descida dos dinheiro, Joana Nhabanga, de Cha- período”.
excesso, para Filipe Andrade, ou-
A fonte evoca também a abundân- preços, José Francisco garante a manculo, teve de dividir a caixa de Porém, apesar do dia 24 de De-
tro vendedor do mesmo produto, zembro ter sido mais concorrido, o
cia destes produtos como sendo a descida do preço da batata reno, tomate com uma outra comprado-
está escasso, razão para vendê-lo a mesmo não se pode comparar ao do
razão para a baixa drástica dos pre- porque “em Janeiro, vão abrir mui- ra.
670 meticais, contra 500 da última ano 2014, em que saíram daquele
ços. tas ‘farmas’, na África do Sul, o que “Não tenho como. O tomate está
segunda-feira (28 de Dezembro). local oito mil e duzentos e trinta e
“Sempre que há muitos produtos, vai fazer com que haja muita batata caro e só posso pagar a metade para
“Há muita carência de tomate ago-
de

a tendência é de baixar e quando no mercado”. poder comprar outras coisas”, diz três passageiros, em 396 viaturas.
ra. Na segunda-feira vendia a 500
há poucos produtos a tendência é Porém, o mesmo não vai acontecer
MT, mas hoje (quarta-feira) está com a cebola. Francisco diz que
de subir,, não é a quadra festiva que
670”, diz Andrade, acrescentando
que no seu caso o preço do tomate
nos próximos dias será determina-
determina os preços, mas a lei do
mercado”.
neste período do ano não costuma
haver cebola de qualidade, pelo que
os preços continuarão os mesmos.
Prepara-se “rebelião”
do pelo preço de compra. Cebola e batata sobem “Em Janeiro deste ano (2015) che-
“Compro o tomate a 300 meticais,
no Chókwè, por isso vendo a este
preço. Se o preço baixar, também
Se o tomate regista uma brusca
descida do preço, o mesmo não se
pode dizer da cebola e da bata-
gamos a vender 10 kg de cebola por
270 meticais”, acrescenta Marina
no Grossita do Zimpeto
Rungo, também vendedeira de ce-
io

vamos baixar, mas se aumentar ta reno. Na manhã do mesmo dia

U
bola e batata reno. ma “rebelião” está em mos em tendas seguradas por
também vamos aumentar. O preço (quarta-feira), a cebola era vendida marcha no Mercado estacas”.
da compra é que determina o preço entree 160 a 230 meticais e a batata 3UHoRV´H[SXOVDPµFRPSUD- Grossista do Zim- “Exigimos a construção de
da revenda”, justifica. entre 290 a 310 metic
meticais. dores peto, já no mês de alpendres para vendermos em
A proveniência do produto é deter- Com 160 meticais era possível ad- Os elevados preços dos produtos
Janeiro. A mesma deve-se ao locais condignos, do que que-
frescos fazem com que haja pouco
ár

minante paraa o estabelecimento do quilogramas de cebola


quirir 10 quilogr agravamento da taxa diária rem nos extorquir”.
seu preço. O tomate nacional é o da terceira qualidade e com 190 a poder de compra por parte dos re-
em 100%. A partir de 01 de Por seu turno, Alberto Antó-
mais barato e é vendido entre 450 a da segunda. Para ter a da primeira talhistas. Ilda Muianga, de Mukha-
Janeiro de 2016, para vender nio, conta que os vendedores é
670 meticais e o sul-africano custa qualidade só podia pagar entre 210 tine, regressou com a sacola vazia
naquele local será preciso pa- que varem o mercado e convi-
entre 600 a 720 meticais. a 230 meticais, dependendo do ta- por falta de dinheiro para comprar
gar o dobro do bilhete actual, vem com o lixo, facto que lhes
Apesar desta oscilação, o facto é manho da mesma. a caixa de tomate, o seu maior ne-
fixado em 50 meticais para entristecem, pois “pagamos
que,, comparativamente à semana Para o caso da batata reno, a lavada gócio.
Di

carinhas ligeiras e 100 meti- caro para estar aqui e não so-
passada, o tomate registou uma re- custava 290 meticais e a não lavada “O tomate está caro. Não tenho di-
cais para carros pesados. mos respeitados”.
dução drástica. Até 24 de Dezem- 310 meticais. José Francisco, ven- nheiro para comprar. Todos os anos
O que mais inquieta Dércio
bro, o tomate rondava entre os 700 dedor de batata e cebola, diz que Luís é o facto do agravamen-
Sendo assim, uma viatura de
e 1000 meticais uma caixa, sendo estes preços devem-se à subida do to ser em 100%, pois para ele
seis rodas passará a pagar 100
o nacional o mais barato. Aliás, rand, pois, no local de compra, a “não há problema que haja su-
meticais, enquanto as viaturas
segundo contam os nossos entre- batata custa 80 rands, equivalente bida da taxa diária, mas deve
de 10 rodas passam a pagar
vistados, na semana passada houve a 280 meticais, enquanto a cebola ser de uma forma gradual”.
200 meticais.
pouco tomate nacional, o que pro- custa 45 rands, correspondente a Na ocasião, nenhum fiscal da-
Esta informação pegou de
porcionou a subida “desenfreada” 157,5 meticais. quele mercado municipal quis
surpresa os vendedores da-
do preço de um dos principais pro- “Não temos cebola e nem bata- dar detalhes ao nosso jornal,
quele mercado, que prome-
dutos da cozinha moçambicana. ta nacional. Tudo é importado e o mas o facto é que a partir de
tem paralisar o mercado, caso
Além do tomate, o pepino e o pi- rand subiu. Sempre que chega esta 01 de Janeiro, o Conselho
a medida não seja revista.
mento eram outros produtos fres- época, o rand sobe, o que influencia Municipal vai aumentar a taxa
Marina Rungo, vendedeira de
cos que registavam descida dos o preço dos produtos, pois a maior diária.
cebola e tomate, afirma que a
preços. Na última quarta-feira, o parte da cebola e da batata é impor- Abílio Maolela
taxa é injusta porque “vende-
pepino custava cinco meticais, o tada”, conta a fonte. +HUPtQLD0DQMDWH
8 Savana 01-01-2016
SOCIEDADE

Accionista do Moza

Novo Banco reflutua à custa de obrigacionistas


Por Cristina Ferreira*

o
O
Banco de Portugal retirou de que existia uma intenção do an-
do Novo Banco 1985 mi- terior executivo português liderado
lhões de euros em obriga- por Passos Coelho, em articulação
com o Banco de Portugal (BdP) e

log
ções sénior, emitidas pelo
BES, que regressam à origem. A as autoridades europeias, BCE e
estratégia permite à instituição DGCOM, de atirar para 2016 a
financeira melhorar o seu balanço. sua resolução. Ou seja: de colocar o
Banif e o Novo Banco debaixo do
O Novo Banco, accionista do Moza chapéu do bail-in.
Banco em Moçambique, tinha Esta terça-feira, com o acompa-
uma insuficiência de capitais para nhamento do Governo portu-
resolver depressa, e o alvo foram os guês e do BCE (Banco Central
detentores de dívida sénior que o Europeu), no BdP afinaram-se

ció
Banco de Portugal tinha protegido “os detalhes jurídicos” da solução
quando fez a intervenção no BES de capitalização do Novo Banco.
há cerca de um ano e meio. Atra- E estiveram até ao final duas li-
vés da medida comunicada esta nhas em equação: transformar as
terça-feira à noite, o regulador faz obrigações seniores em capital do
regressar ao BES (Banco Espírito Novo Banco, o que reduzia a po-
Santo), o banco “mau”, obrigações sição do Fundo de Resolução, e
com um valor de balanço de 1985 afectava negativamente os interes-
ses patrimoniais do Estado numa

so
milhões de euros (emitidas pelo
banco antes da resolução de Agos- venda futura; ou, como consta da
to do ano passado). deliberação, transferir a dívida sé-
Na recta final do ano, em ape- nior para o BES tóxico, o que exi-
europeia do bail-in que vai entrar para o Fundo de Resolução (que revelou-se insuficiente, com o apu- giu um novo desenho no períme-
nas 10 dias, o Banco de Portugal
em funcionamento a 1 de Janeiro conta com fundos do sector finan- ramento já em 2015 de necessida- tro de segurança entre o BES mau
(BdP) mobilizou recursos públicos
de 2016. ceiro, mas é uma entidade pública) des adicionais de capital de pelo e o Novo Banco.
e dos investidores no valor de 5800
Por parte do regulador, este justi- sejam transferidas
idas as contingências menos 2000 milhões. Em simultâneo, esteve em equação
milhões de euros para evitar a li-
fica a acção sublinhando que esta futuras a cargo
argo do Novo Banco. Um quadro de urgência do domí- qual o montante da capitalização
quidação do Banif (3800 milhões)
está dentro dos poderes que lhe Com esta solução de quase “deses- nio público há vários meses, mas do Novo Banco: apenas o necessá-
e salvar o Novo Banco (2000 mi-
um
foram atribuídos no momento pero”,
o”, Carlos Costa dá o dito por que ganhou visibilidade na rec- rio (à volta de 1200 milhões) para
lhões de euros).
original da resolução, e que podia não dito. Em Agosto de 2014, o ta final do ano com o Governo a tirar os rácios do vermelho? Ou
Já depois de se ter entrado na con- optar por reforçar o capital num
tagem decrescente para Eduardo “alterar o perímetro de passivos e BdP não imputou então prejuí- procurar evitar que o dossier che-
activos” do BES e do Novo Banco. zos aos credores seniores devido à gasse a Janeiro de 2016 e ficasse valor superior (neste caso, 1985
Stock da Cunha garantir que o milhões) e evitar ter de voltar a li-
Novo Banco estará a operar em Na reabertura do processo de reso- percepção
cepção de risco e para evitar a dependente do bail-in puro e duro:
dar com o mesmo problema dentro
2016 com os níveis de capital exi- lução, o supervisor retirou do Novo retirada dos investidores do mer- o resgate por meios internos en-
de oito meses? Para já, esta última
gidos pelo Banco Central Euro- Banco 1941 milhões de euros de cado português. Mas não salvou os volvendo todos os obrigacionistas,
foi a opção tomada.
peu, o BdP veio finalmente infor- obrigações não subordinadas, emi- credores subordinados que ficaram mas também os depositantes com Em Moçambique espera-se que
mar que as insuficiências de capital tidas pelo BES, que regressam à no banco tóxico. E, até agora, os mais de 100 mil euros. estes arranjos permitam uma solu-
serão supridas através da redução origem. A dívida sénior (colocada obrigacionistas seniores estavam Com os temas bancários (Banif e ção que passe eventualmente pela
do passivo (diminuição das suas especificamente junto de investi- convencidos de que a medida de Novo Banco) a chegarem à última venda dos activos do Novo Banco
de

responsabilidades) em 1985 mi- dores qualificados, apresentando resolução de 3 de Agosto de 2014 quinzena de Dezembro sem solu- (49%) no Moza. O banco moçam-
lhões de euros. E que a medida uma denominação mínima de 100 os protegia.
pr ção (o do Banif arrastou-se mesmo bicano necessita de uma capitali-
será realizada por recurso aos obri- mil euros) que transita para o ban- Há ano e meio, com a separação do durante três anos) abrem-se inter- zação agressiva para se manter nos
gacionistas seniores institucionais. co mau estava registada no balanço BES mau, o Novo Banco recebeu rogações sobre a condução destes lugares de topo do sector liderado
Ou seja, antecipa-se em três dias, do Novo Banco por 1985 milhões fundos de 4900 milhões de euros dossiers. E à medida que o tempo pelo BIM, BCI e Standard Bank.
ainda que parcialmente, a directiva de euros.
os. O BdP impôs ainda que com carimbo estatal. Mas a verba vai passando, acentuam-se os sinais *Público e redacção SAVANA

CABINE DUPLA
io

VENDE-SE Aluga-se
Pela licitação
itação mínima de 650.000,00 Mt. Um contentor para mercearia, no Bair-
vende-se carrinha Ford Ranger DC, 2.5, ro de Magoaniane, Av. Lurdes Mutola,
ár

diesel, com cinco anos de serviço. SDUDJHPÀPGRPXUR

Os interessados deverão contactar o


Contacto: 82 88 15 880 ou 84 06 51 802 Matrículas para 2016
telefone 84-810-7460
A Escola Comunitária Luís Cabral-
Di

ECLC informa aos alunos, pais, encar-


regados de educação e ao público em
geral, que ainda tem vagas para ma-
tricular alunos das 6ª, 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, 11ª
e 12ª classes por 350,00 meticais. Po-
dendo obter mais informações na se-
cretaria daquela escola sita na sede do
bairro Luís Cabral, entrada a partir da
Junta ou Maquinague ou pelo telefone:
847700298.
Savana 01-01-2016 9
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10 Savana 01-01-2016
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INSTITUTO SUPERIOR DE ARTES E CULTURA


SERVIÇOS CENTRAIS DE RECURSOS HUMANOS
AVISO

o
1. De acordo com o despacho de 23/12/2015, do Exmo. Senhor Director Geral, ao abrigo do disposto no artigo 31 do Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários e
ovimento de lugares vagos nas carreiras
Agentes do Estado, está aberto concurso público no prazo de 30 dias a contar da data de publicação do presente aviso, para o provimento
ade. São dispensados do limite máximo
abaixo mencionadas, existentes neste Instituto entre indivíduos com idade não inferior a 18 anos e não superior a 35 anos de idade.
tar serviço ao Estado durante o tempo
de idade os indivíduos que ingressem no aparelho do Estado habilitados com o nível superior desde que a idade lhes permita prestar

log
mínimo de 15 anos antes de atingirem a reforma:

ció
so
um
de
io
ár

O pedido de admissão ao concurso é feito por meio de requerimento dirigido ao Exmo. Senhor Director Geral do Instituto Superior de Artes e Cultura, com assinatura
reconhecida e instruído com os seguintes documentos:
a) Fotocópia autenticada da Certidão de nascimento ou Bilhete de Identidade;
Di

E  )RWRFySLDDXWHQWLFDGDGR&HUWLÀFDGRGHKDELOLWDo}HVOLWHUiUL
)RWRFySLDDXWHQWLFDGDGR&HUWLÀFDGRGHKDELOLWDo}HVOLWHUiULDV
c) Fotocópia do documento do NUIT;
assinatura reconhecida.
d) Declaração do candidato, sob compromisso de honra, comprovativa de não ter sido expulso do aparelho do Estado, com assinatur
e) Curriculum
ulum Vitae;

2VFDQGLGDWRVSRGHUmRWDPEpPGHFODUDUQRUHTXHULPHQWRTXDLVTXHUFLUFXQVWkQFLDVTXHFRQVLGHUHPVXVFHSWtYHLVGHLQÁXLUQDDSUHFLDomRGRVHXPpULWRRXFRQVWLWXLU
2VFDQGLGDWRVSRGHUmRWDPEpPGHFODUDUQRUHTXHULPHQWRTXDLVTX
motivo de preferência legal.
4. As candidaturas devem ser entregues na Secretaria do Instituto Superior de Artes e Cultura, sita na Av. das Indústrias, Bairro da Machava, nº 2671, até a data do tér-
mino do concurso.
2FRQFXUVRpYiOLGRSRU WUrV DQRVFRQWDGRVDSDUWLUGDGDWDGHSXEOLFDomRGDOLVWDGHFODVVLÀFDomRÀQDOQR%ROHWLPGD5HS~EOLFD

Matola, aos 28 de Dezembro de 2015

O Director dos Serviços Centrais


Ilegível
Savana 01-01-2016 11
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12 Savana 01-01-2016
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Burkina Faso: Quem tramou Thomas Sankara?


O
Burkina Faso emitiu um formou o advogado da família. no que concerne à colaboração das
mandato internacional de Povo do Burkina quer autoridades marfinenses: “Sabemos
captura do ex-presidente ver a morte de Sankara exactamente o papel que Blaise
Blaise Compaoré rela- esclarecida Compaoré teve na chegada ao poder

o
cionado com o assassinato do seu De qualquer das formas a decepção de Alassana Ouatara. No entanto,
carismático antecessor Thomas é grande no seio da população do mais cedo ou mais tarde as autorida-
Sankara. Burkina Faso, e muitos burkinabés des marfinenses deverão responder.”
já afirmam que este assunto está Segundo o director dos serviços da

log
O anúncio das graves acusações longe de ser concluído, apesar do re- justiça militar, Sita Sangaré, a In-
lançadas contra o ex-presidente latório não conclusivo elaborado em terpol já foi contactada tal como as
Blaise Compaoré, exilado na Costa França. Muitos burkinabés espera-
do Marfim, foi feito por Prosper Fa- autoridades da Costa do Marfim.
vam com muita impaciência as con-
rama, advogado da família Sanka- Mariam Sankara, esposa do defunto
clusões do relatório francês que de-
ra. Pelo menos dez outras pessoas veria confirmar ou não a identidade Thomas Sankara, afirma estar mui-
relacionadas com este assassinato das vítimas do golpe de Estado que to feliz por saber que finalmente
já foram condenadas. Entre elas: o levou ao poder Blaise Compaoré. foi lançado um mandato contra
General Gilbert Dienderé, autor do Actualmente os burkinabés estão Compaoré. Nas suas palavras, foi
golpe de Estado falhado em Setem- Thomas Sankara divididos entre o cepticismo e racio- isso que a família sempre desejou:

ció
bro último. nalidade científica sobre os resulta- “Toda a gente sabe que Compaoré
nas amostras colhidas nos supostos dos da família Sankara, admitiu aos dos da investigação do ADN, como
restos mortais do ex-presidente do microfones da DW África que a esteve directamente envolvido no
Perícias feitas em França deixou patente, aos microfones da
Burkina Faso, Thomas Sankara, conclusão da perícia é de que “não assassinato do meu marido. Para
não são concludentes DW Charles Lona Ouattara, Co-
A perícia do laboratório da polí- assim como dos seus doze compa- existe ADN detetável”. Mesmo as- mim, toda a família e muitos burki-
ronel na reserva e antigo amigo de
cia de Marselha, no sul da França, nheiros, assassinados na sequência sim o advogado é de opinião que Sankara: “Seria bom, tanto para a nabés este mandato internacional é
concluiu, depois de efectuar três tes- de um golpe de Estado, a 15 de Ou- o processo contra Compaoré deve família Sankara como para as auto- uma esperança porque Compaoré
tes, que não existe ADN detetável tubro de 1987. continuar: “O facto de a perícia ridades burkinabés, se se efetuassem terá de comparecer no tribunal para
Stanislas Sankara, um dos advoga- francesa dizer que o ADN analisado outros laboratórios
consultas em outr dar explicações sobre o caso. Esta é

so
não é aproveitável não é um obstá- e se se cruzassem os resultados de uma notícia de que estava à espera
culo para que o processo
ocesso continue.” cada um desses laboratórios.” há muito tempo”, sublinha a viúva
Bruxelas
A família de Thomas Sankara con- de Sankara.
tinua, pois, determinada em exigir o
Dois detidos por suspeita apuramento dos factos: “A clarifica-
ção do assunto é o maior desejo da
Compaoré será extraditado
para o Burkina Faso?
O Burkina Faso já emitiu um man-
Blaise Compaoré vive no exílio na
Costa do Marfim depois de ter sido
deposto do poder em Outubro do
família Sankara”, afirmaram repeti- dato internacional de prisão contra
ano transacto. Segundo observado-
de planearem atentados damente os parentes do carismático
esidente.. “Eles dispõem agora
ex-presidente.
o ex-presidente que se encontra exi-
lado na Costa do Marfim. Aguarda-
res o caso é susceptível de “beliscar”
um
de 15 dias, se assim desejarem, para -se agora, no Burkina Faso, a sua as relações diplomáticas entre o
Burkina Faso e a Costa do Marfim.

D
uas pessoas foram detidas decidiu na segunda-feira à noite esentarem uma contra-perícia
apresentarem contra-per ou extradição. Mas o jornalista Nou-
no domingo e segunda-fei- elevar o nível de alerta para “os ser- pedir complementos de perícia”, in- fou Zougmoré permanece céptico (DW África)
ra na Bélgica por suspeita viços de polícia e os militares des-
de estarem a preparar aten- tacados em Bruxelas”, por receio de
tados terroristas em Bruxelas na que “possam ser alvo [de ataques]
véspera de Ano Novo. Face às novas
informações, as forças de segurança
receberam instruções para elevarem
simbólicos”.
Ainda assim, o nível de alerta na
capital belga, que alberga as sedes
Somália proíbe celebração
o nível de alerta. da União Europeia e da NATO, vai
manter-se no grau três, o segundo
mais elevado da escala e idêntico do Natal e do Ano Novo
de

A polícia encontrou roupas de es-


tilo militar, registos informáticos e ao que vigora no resto do país. O

O
material de propaganda do Estado gabinete do primeiro-ministro re- Governo da Somália
Islâmico, mas não armas ou explosi- velou que Charles Michel está “em proibiu a celebração
vos. “A nossa investigação descobriu contacto permanente com os servi- dos dias de Natal e
ameaças graves de um ataque a lo- ços de segurança” e que o Governo Ano Novo por serem
cais emblemáticos de Bruxelas du- federal está a acompanhar “muito de contrários a fé muçulmana do
rante as festas de fim de ano”, adian- perto a situação”. país. Os cristãos podem co-
ta um comunicado da procuradoria Bruxelas esteve em alerta máximo – memorar a data em casa, mas
federal belga. com a população a ser aconselhada
as manifestações natalícias
io

Ao todo, seis pessoas foram detidas a permanecer em casa e os negócios


foram proibidas em lugares
para interrogatório, após buscas em instruídos a fechar as portas – no
final de Novembro, com as auto- públicos e hotéis.
Bruxelas, na região circundante e
na cidade Liège,, mas quatro foram ridades a avisar para o risco de um
atentado “grave e iminente” que le- “Muçulmanos a celebrarem o
libertadas pouco depois. As auto-
vou à paralisação da cidade. O nível Natal na Somália não é algo
ridades não revelaram a identidade
ár

de alerta foi reduzido ao fim de seis correcto”, adiantou Mohamed


ou nacionalidade dos dois detidos,
dias, mas o governo federal avisou Khayrow, do Ministério da Soldados da União Africana na Somália foram atacados no dia de Natal em
adiantando apenas que foram de-
que o risco de novos atentados se Justiça e dos Assuntos Reli- 2014 AFP/AMISOM HANDOUT/TOBIN JONES
tidos por “ameaça de atentados e
mantém elevado. giosos da Somália, numa con- çulmana, mas a comunidade cristã al-Shabaab durante a festa de
participação em actividades de um
Numa entrevista publicada nesta ferência aos media locais. “Es-
grupo terrorista”, sendo um deles estrangeira e os cerca de 22 mil Natal, provocando a morte de
terça-feira, ainda antes de noticiadas sas celebrações são contrárias
suspeito de liderar a célula e de re- soldados da União Africana (UA) pelo menos três soldados e um
as novas detenções, o ministro do
Di

crutar operacionais para cometer à cultura do Islão e podem destacados no país comemoram a civil.
Inter avisou que o nível de alerta
Interior prejudicar a fé da comunidade
atentados. se vai manter elevado no país “tan- data, tornando-se grupos vulnerá- O grupo soma ataques a cris-
Estas detenções, acrescentaram os muçulmana”, considerou. veis a ataques de extremistas islâ- tãos, tendo o mais recente
to tempo quanto for necessário”.
procuradores, não estão ligadas às As autoridades foram alerta- micos. acontecido esta terça-feira a
Sobre as operações para capturar
investigações sobre os atentados Salah Abdeslam – o único sobre- das para impedirem qualquer O sheikh Nur Barud Gurhan, do um autocarro que viajava até
oristas de 13 de Novembro em
terroristas vivente do comando terrorista que reunião pública cujo intuito Supremo Conselho Religioso da Nairobi, no Quénia, e onde um
Paris, que fizeram 130 mortos. As atacou Paris e que é agora procura- seja de comemorar o Natal, Somália, declarou à agência de no- grupo de muçulmanos impediu
autoridades dos dois países estão do por todas as polícias europeias –, bem como o Ano Novo, que tícias Haseed que os teólogos is- a execução dos cristãos a bordo.
convictas de que os ataques foram Jan Jambon, admitiu que é possível pelo calendário islâmico não lâmicos “estão a precaver contra a A decisão de banir as festivi-
preparados a partir da Bruxelas, que ele continue na Bélgica (onde começa a 1 de Janeiro. Mes- celebração dos eventos que não são dades de Natal e Ano Novo
mais precisamente de Molenbeek, residia e para onde terá regressado mo depois de, em 2009, a sha- relevantes aos princípios religiosos na Somália surge depois de
um subúrbio da capital belga de após os atentados), mas sublinhou ria ter sido adoptada como lei do islão e que dão uma oportunida- o sultão do Brunei, Hassanal
onde eram oriundos ou tinham re- que face à mobilização das forças de vigente no país, o dia de Ano de ao [grupo terrorista] al-Shabaab Bolkiah ter também decretado
sidido os jihadistas que organizaram segurança para o encontrar ele “não Novo manteve-se uma data para atacar”. O ano passado, uma até cinco anos de prisão para
e perpetraram os ataques. poderá continuar a esconder-se por festiva. muçulmanos que celebrem a
base militar da UA em Mogadís-
O organismo estatal que avalia o muito mais tempo”. data. (Publico.pt)
A maioria dos somalis é mu- cio foi atacada pelos radicais do
risco de atentados no país, Ocam, (Publico.pt)
Savana 01-01-2016 13
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14 Savana 01-01-2016 Savana 01-01-2016 15
NO CENTRO DO FURACÃO

Wiriamu, a vida antes e durante o massacre


Por Catarina Gomes*
lém da “anatomia de um militar português por lhes ter salvo a
massacre”, o historiador de vida. “Quando lhe dissemos isto ele Lista dos mortos, por nomes de membros da família ou apelidos, na área de Wiriamu, a 16 de
origem moçambicana, Mus- ficou silencioso”. Dezembro de 1972 (o autor considera crianças quem tem idade entre um mês e os 15 anos)
A tafah Dhada, quis mostrar “Não podemos julgar um homem de
no seu novo livro como viviam as 20 e tal anos, treinado para organizar
pessoas de Wiriamu. Diz que é “uma Aldeia de Wiriamu: Djeepe Maurício-Um homem
‘uma limpeza’, que no meio de tudo
oportunidade” para os povos de Mo- Vira-Uma mulher Luís Mixone- Um homem, uma mulher, um rapaz, um feto
aquilo tem manifestações de huma-
Dinho-Um rapaz (criança) T’rabuco Puebve- Um homem, uma mulher, um rapaz e três raparigas
çambique e Portugal saberem o que nidade e compaixão. É uma contra-
Hortencia-Uma mulher (crianças)
aconteceu e para o Estado português dição? A vida é uma soma de contra-
Chuva-Uma homem e uma mulher Sabote Puebve-Um homem, uma mulher
reconhecer publicamente o que se dições”. Ele não impediu o massacre,
Vaina-Uma mulher e uma rapariga (criança) Ficha Puebve-Um homem
passou. não o podia fazer, diz. “Uma vez por
Tembo Macaju-Um homem, uma mulher, um rapaz (criança) Peratu Puebve-Um homem
todas temos de parar de apontar o
Khaniiawen Tenente Valeta-Um homem, uma mulher, duas raparigas Nideka Supinho-Um homem, duas mulheres, seis rapazes, duas raparigas
É tão pouco dizer que Mustafah dedo a pessoas. A nação-Estado deve
(crianças) (crianças)
Dhada é o nome de um historiador assumir colectivamente o que foi fei-
Alberto Wirhisone-Um homem, uma mulher, um rapaz (criança), um feto
nascido em Moçambique e que o
massacre de Wiriamu é o objecto de
estudo sobre o qual escreveu um livro
o
to. O Governo português até hoje
não admitiu publicamente que isto
aconteceu”, e lembra que os alemães,
g Macaju Xukussi-Um homem e uma mulher
Chenguitani Campute-Um homem e um rapaz (cr
Sianani Matope-Um homem e um rapaz (criança)
(criança) Bernardo Xavier-Um homem
Pinto-Um rapaz (criança)
Fugueti Campute-Um homem Mayeza- Um rapaz (criança)
que foi lançado na semana passada no os belgas e os franceses pediram pu-
Inácio Luís-Uma mulher, dois rapazes e uma rapariga (crianças) Mundani- Um rapaz (criança)
Centro de Estudos Sociais da Uni- blicamente desculpa por massacres
Avelinu Valeta-Duas mulheres, um rapaz e uma rapariga (crianças) Djipi- Um rapaz (criança)
versidade de Coimbra.
Dizer apenas isso esconde o facto de
este professor catedrático de Histó-
sob o seu domínio.
lo
“O que eu exijo não são desculpas, é o
reconhecimento”. Quer dar “a opor-
Chuva Culheri-Duas mulheres, um rapaz e duas raparigas (crianças)
Tenente Valeta-Duas mulheres, um rapaz e três raparigas (crianças)
Wiriyamu Sanganembo-Um rapaz (criança)
Maurício Chamambica- Um rapaz (criança)

Mortes em locais não apurados dentro do triângulo de Wiriamu:


ria da California State University ter tunidade aos portugueses de lerem o
passado quase um ano no terreno a
reconstituir o massacre de pelo me-
nos 385 pessoas e de, por causa do
livro
ó
ro e aos governantes a coragem de
i
assumir publicamente o que foi feito”.
Para o ano, o investigador conta pu-
Aldeia de Juawu:
Biritsta-Uma mulher
Olinda-Uma rapariga (criança)
Lainya-Uma mulher
Zabere- Uma rapariga (criança)
trabalho de campo, ter acabado por blicar um segundo livro, que já não é Luwo-Um rapaz (criança) Rosa- Uma rapariga (criança)
ter manifestações de perturbação de
stress pós-traumático. Viu-se obriga-
do a receber ajuda psicológica e, ain-
c
a história como ele a faz, são os re-
latos de 36 sobreviventes na primeira
pessoa, pessoas que sobreviveram por
Siria-Uma mulher
Saizi-Um homem, duas mulheres, um rapaz e duas raparigas (crianças)
Gwaninifuwa-Um homem
Zaberia- Uma rapariga (criança)
Alista- Uma rapariga (criança)
Guideria-Uma mulher
da hoje, lhe custa estar como agora, acaso. Como António Ximone, o ra- Kachigamba-Um rapaz (criança) Khembo-Um homem
“sem uma parede atrás”. Diz: “Sinto- O livro, editado pela Bloomsbury, ainda não tem tradução em português Kamuzi-Um rapaz (criança)
paz de 15 anos que contou a história Ghandali Kuxupika-Um homem, duas mulheres, um rapaz e uma rapariga
-me desconfortável, desprotegido. Ou
então quando oiço gritos de crianças
e pessoas a chorar. Tenho de me afas-
Mozambique, 1964-2013 (editado
pela Bloomsbury), e que espera venha
a ser traduzido para português.
tado português, mataram pelo menos
385 pessoas que ele se esforçou por
nomear (lista de vítimas em baixo),
portuguesa, num seminário católico,
onde ele e um outro rapaz negro eram
os únicos não brancos.
que tinha uma vida rica. Quis que
fosse possível imaginar estas pesso-
as a viver ali, dizendo que havia um
so
ao The Times, que conseguiu fugir de
uma pira funerária de corpos a arder,
assim como o seu irmão de quatro
(crianças)
Luwina-Uma mulher
Aluviyana- Uma mulher
Sunturu-Um homem
Dziwani- Um rapaz (criança)
Magreta-Uma mulher
tar.” O prefácio da obra, lançada na sema- ficando por contabilizar os que foram Em Londres, onde chegou apenas a campo de futebol, que se vivia do anos, Domingo, e mais quatro pesso- Kuitanti-Um homem Mario-Uma rapariga (criança)
Depois de acabar de escrever o capí- na passada, é do jornalista inglês, que mortos na “limpeza” dos três dias se- saber falar português e francês, leu o cultivoo de pequenas hortas, mas que a as; os pais e vários dos seus familiares Caetano-Um rapaz (criança) Fuguete-Um homem
tulo onde tentou reconstituir como escreveu o artigo nas vésperas da vi- guintes e durante os interrogatórios. artigo e pensou como a vida em Wi- grande fonte de riqueza era a criação foram mortos. Kuchepa- Um rapaz (criança) Rita- Uma rapariga (criança)
era a vida das cinco aldeias afectadas
antes do massacre, teve um ataque
sita do então chefe de Governo Mar-
cello Caetano a Londres, acabando
m
A sua investigação de décadas provou
que este não foi “um acto de exces-
riamu deveria ser tão parecida com a
de Búzi, a sua aldeia, e como Wiria-
de cabras e vacas, que era uma zona
de rios e ribeiras, que se dançava para
Na povoação de Djemusse, os Co-
mandos formaram uma fila indiana
Biyuezeyani- Um rapaz (criança)
Ddinja-Um homem
Chakupendeka-Um homem, uma mulher
Kulinga- Um homem, uma mulher, um rapaz e uma rapariga (crianças)
Keresiya-Uma mulher e três rapazes (crianças)
cardíaco. “O meu cardiologista acon-
selhou-me a escrever sobre coisas
mais felizes”, diz a sorrir.
por contribuir para a contestação e
queda do regime, afirma. A história
foi inicialmente denunciada por mis-
u
so de poder de alguns indivíduos, foi
feito em obediência a ordens de um
regime e do estado português. Este
mu podia ter sido Búzi. À distância,
protegido, sentiu culpa e responsa-
bilidade. Prometeu que se haveria de
celebrar a chegada das chuvas, para
acolher visitantes, para cerimónias
fúnebres e que o chefe era um ancião
e começaram a disparar, dizendo-lhes
que tentassem evitar as balas. Foi
ateada uma palhota mas, em vez de
Alufinati- Um homem
Mbiriyanende- Um homem
Chintheya-Uma rapariga (criança)
Massalambani-Um rapaz (criança)
Chinai- Um rapaz (criança)
Mais de quarenta anos depois de, em Zeca- Um rapaz (criança) Domingos- Um rapaz (criança)
sionários estrangeiros a trabalhar na massacre foi planeado e executado doutorar na Universidade de Oxford de seu nome Tenente Valeta, um dos chamas, houve fumo que escondeu a
Londres, se ter cruzado com um jo- Mualeka Saize Chamgambica- Um homem, uma mulher, três rapazes e Mboy- Uma rapariga (criança)
vem jornalista inglês, Peter Pringle,
que viria a dar a conhecer ao mun-
área de Wiriamu.
Dhada diz que escreveu este livro
“para o povo português, para os seus
e
como planeado”. Não pode, portanto,
ser comparado, por exemplo, com um
massacre como de My Lai, na guerra
d e a sua tese haveria de ser sobre Wi-
riamu. Não foi assim. Haveria de
fazer a sua tese em Oxford em 1987
nomes que ele salva do esquecimen-
to. “Os mortos não devem ficar numa
vala comum, devem ter uma vala
fuga de três das pessoas que também
ficaram para contar a história.
Mas talvez uma das histórias que
duas raparigas (crianças)
Chapuca Capena-Um homem, um rapaz e duas raparigas (crianças)
Chiposi- Um rapaz (criança)
Augusto- Um rapaz (criança)
Farau- Um rapaz (criança)
do a história do massacre num artigo políticos”, na esperança de que se ve- do Vietname, que “não foi autorizado mas seria sobre Amílcar Cabral e a numa biblioteca do mundo onde as mais o marcaram não é tão trágica, Jantar Capena-Um homem, três mulheres, quatro rapazes (crianças)
do jornal The Times, concretizou a Daquinani Capena-Um homem, uma mulher, dois rapazes (crianças) António- Um rapaz (criança)
nha a dizer no Parlamento português pelas altas esferas militares [america- guerra da libertação da Guiné-Bissau. suas almas ficam guardadas em pala- tem condimentos cómicos, elementos Anguina-Uma mulher
missão de uma vida – acaba de lançar e a deixar escrito num documento nas]”. Dhada foi publicando vários artigos vras indeléveis.” de mistério. É a história de um ho- Oitenta Jantar-Um homem, uma mulher, dois rapazes e uma rapariga
(crianças) Jantar-Um homem
um livro que considera ser “razoa- oficial: Wiriamu existiu, na manhã de O professor de História Mundial sobre o massacre em revistas de his- As suas fontes históricas incluíram mem, Kalifornia Kaniveti, que con- Luisa- Uma rapariga (criança)
velmente definitivo”: The portuguese 16 de Dezembro de 1972 houve tro- e Estudos Africanos, radicado nos tória, teve uma bolsa Fullbright para sobreviventes mas também um dos seguiu fugir a correr, com uma filha
Aldeia de Chaworha: Matias- Um rapaz (criança)
massacre of Wiriyamu in colonial pas portuguesas que, a mando do Es- Estados Unidos há mais de 20 anos, fazer o trabalho no terreno, e o livro protagonistas das tropas portuguesas, debaixo de um braço, um filho debai-
Chefe Chaworha-Um homem e uma mulher Nkhonde- Um rapaz (criança)
diz ainda que, no regime colonial sai agora. Escreveu-o e reescreveu-o o ex-alferes Antonino Melo, um che- xo do outro, e um cabrito ao pescoço Xanu- Um rapaz (criança)
Xavieri Chaworha-Um homem
ir o
português, Wiriamu pode parecer ex- “65 vezes”. Diz que hoje leu um pa- fe acidental que substituía o verdadei- e que, em fuga, ouve um helicóptero
Mixone-Um homem, uma mulher, um rapaz e uma rapariga (crianças)
Djoni-Um homem
cepcional no regime colonial portu- rágrafo e sentiu “sim, concordo, este ro comandante da 6º Companhia de português a sobrevoá-lo. O piloto não Chawene- Um rapaz (criança)
Irisoni-Um homem, duas mulheres, três rapazes e duas raparigas (crianças)
guês mas não foi. Antes deste houve é o melhor trabalho que eu consigo Comandos, que nesse dia ficou doen- dispara, não o mata. “É uma cena de Lodiya- Uma rapariga (criança)

outros massacres – em Moçambique
fala do de Mucumbura – depois dele
no de Inhambinga, que ele chama de
fazer.”
faz
O capítulo em que recria o que era a
vida nas aldeias é, neste livro de his-
te, acabando por ficar como rosto de
uma operação que envolveu também
a PIDE/DGS, o Batalhão de Caça-
filme.”
Kaniveti pensa que este homem por-
Ramadi Irisoni-Um homem, uma mulher e um rapaz (criança)
Akimu- Um homem, uma mulher
Birifi- Um homem, uma mulher, dois rapazes (crianças)
Mario- Um rapaz (criança)
Fostina-Uma mulher
Rosa- Uma rapariga (criança)
tuguês decidiu poupá-lo, chama-lhe Batista- Um homem, uma mulher, dois rapazes (crianças)
“o último banho de sangue antes da tória, o mais lírico, quase poético. O dores 17 e a Força Aérea Portuguesa, “ave da misericórdia”. Não há forma Maria- Um rapaz (criança)
Mdeka- Um homem, uma mulher Zostina-Uma mulher, um feto
saída [dos portugueses]. Morreram historiador diz que não era suficiente escreve.
D
200 aldeões, alguns pendurados pelos
pés durante os interrogatórios, outros
escrever “a anatomia do massacre”,
porque até hoje o grande ponto de
É surpreendente ouvi-lo dizer que
este homem, que neste dia estava do
de confirmar as verdadeiras intenções
deste homem, que nunca foi identi-
ficado. Mustafah não está tão con-
Mchenga- Um homem, uma mulher
Kunesa- Um homem, uma mulher
Marko-Um homem
Domingos- Um rapaz (criança)
Xanu- Um rapaz (criança)
foram vítimas de tortura”. contestação foi a própria existência lado errado da barricada, que parti- vencido da bondade do piloto, pois os Kuwela- Um rapaz (criança)
Consenbera- Um homem Chipiri- Um rapaz (criança)
Mustafah Dhada, nascido em Mo- de Wiriamu e Dhada nota que ainda cipou activamente na mortandade, militares tinham sido instruídos para Pita- Um homem Chuma- Uma rapariga (criança)
çambique, soube do massacre de Wi- há académicos portugueses a dizerem junto de cubatas com pessoas a se- orientar os sobreviventes para um lo- Manteiga Alberto- Um homem Makonda- Um rapaz (criança)
riamu da mesma forma que o resto que era tão insignificante que nem rem queimadas vidas, é “uma pessoa cal e depois matá-los. Mas quem é ele Simawu Manteiga Alberto-Um homem, duas raparigas (crianças) Marko- Um rapaz (criança)
do mundo, lendo o The Times de 10 sequer constava dos mapas. A sua formidável”, e acabou por se tornar, para contrariar este homem e o seu Thauru Chabvurura- Um homem, duas mulheres, um rapaz e três raparigas Luisa- Um rapaz (criança)
de Julho de 1973. Lembra-se bem, investigação concluiu que as tropas ao longo da sua longa investigação, piloto “salvador”? A sua história vai (crianças) Mario- Um rapaz (criança)
eram 9h30, quando um colega lhe portuguesas dizimaram um terço dos “um amigo”. No meio do horror este ser contada no livro como ele a reteve. Jo Chamambica- Um homem, uma mulher Raul- Um rapaz (criança)
passou o jornal para as mãos. Tinha 1350 habitantes de cinco povoações militar teve o que Dhada chama de A missão do historiador Mustafah Hagimo Chaworha- Um homem, duas mulheres, cinco rapazes e três Duzeria-Uma mulher
22 anos, estava a estudar em Londres, (Wiriamu, Djemusse, Riachu, Juawu “flashes de compaixão”. em Wiriamu está cumprida. O seu raparigas (crianças) Cecilia-Uma mulher
tinha saído de Moçambique em 1964 e Chaworha) integradas numa área O historiador lembra que, nessa ma- dia-a-dia é agora feito de estratégias Briefe Chaworha- Um homem, duas mulheres, dois rapazes (crianças) Faliosa- Uma mulher
depois de ter sido classificado pelas que ele chama de triângulo de Wi- nhã, o ex-alferes olhou para baixo e de auto-protecção psicológica. “Faço Consembera Manzane-Um homem, dois rapazes (crianças) Domina- Uma mulher
autoridades portuguesas como “não riamu, que tem 40 povoações, e que viu agarrado à sua perna uma menina ioga, pratico exercício físico, cultivo Batista Marizane-Um homem, duas mulheres, dois rapazes e duas ra- Chintheya- Uma rapariga (criança)
assimilado”. De uma família pobre, o foram afectadas 216 famílias. com menos de 10 anos, pediu para a alegria, a boa vida”, tudo medidas parigas (crianças) Kupensar-Um homem
pai era mecânico. No seu país conta Sentiu que, para se falar do massacre, irem tirar a sua mãe à cubata e man- para se proteger “dos sonhos de Wi- N’chenga Marizane-Um homem, uma mulher, três rapazes e uma rapariga Chaphuka-Um homem
Mustafah Dhada, nascido em Moçambique, é professor catedrático de História da que conseguiu estudar da única forma era preciso fazer sentir a quem lê o dou-as fugir. Essa menina, que agora riamu”. (crianças) Djoni-Um homem
California State University que havia disponível na Moçambique pulsar, era preciso humanizar o local, é adulta, pediu que agradecessem ao *in Público, Lisboa
16 Savana 01-01-2016
INTERNACIONAL
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Savana 01-01-2016 17
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18 Savana 01-01-2016
OPINIÃO

EDITORIAL Cartoon

Um ano de mais sacrifícios

P
or vezes custa acreditar que já estamos no novo ano; que 2015

o
passou por nós tão rapidamente como se fosse um relâmpago.
Mas esta é a realidade com que muitas vezes nos sentimos
inconformados. O tempo passa depressa, e infelizmente ainda
não há tecnologia que o faça parar.

log
Olhando para o ano que acaba de terminar e, dentro do contexto
moçambicano, podemos dizer que o seu início foi marcado por al-
guns episódios tristes, e que deixaram a nação moçambicana num
estado de luto. A morte de pelo menos 75 pessoas em Chitima, no
distrito de Cahora Bassa, província de Tete, foi um deles.
Como acontece normalmente em algumas partes do país no mo-
mento do início do ano, a época das chuvas atinge o seu pico e no seu
rasto deixa muitas famílias desalojadas, infra-estruturas económicas

ció
destruídas, mortes e uma pesada factura de reconstrução e reassen-
tamento de pessoas.
Mas a par destes tristes episódios, o início de 2015 coincidiu com a
entrada em funções de um novo governo, liderado por um presiden-
te jovem, cheio de energia e com muito potencial para transformar
Moçambique numa rara história de sucesso em África.
Naquela manhã de 15 de Janeiro, na Praça da Independência em
Maputo, e perante os olhares e ouvidos de várias centenas de pessoas,
incluindo Chefes de Estado estrangeiros, o novo timoneiro anun-
ciava: “o meu compromisso é de servir o povo como meu único e
Os que aí vêm
so
exclusivo patrão”.
E depois de uma dissertação sobre a visão de um país de inclusão,
de diálogo e tolerância, e de transparência no uso e distribuição dos
recursos nacionais, cunhou a célebre expressão de que “as boas ideias Por João Carlos Barradas
não têm cor partidária”.

A
O discurso de Filipe Nyusi tornava-se muito apelativo numa socie- partir da Primavera tudo Bulgária, na Hungria e na Polónia. bã e o arrastar dos conflitos na Síria,
dade em que os últimos anos da governação anterior tinham sido vai piorar quando novas O moroso processo de asilo na Ale- no Iraque, no Iémene e na Líbia vão,
bastante sufocantes. Onde se confundia a emissão de opinião contrá- vagas de migrantes e fora- manha, rondando milhão e meio de inevitavelmente, aumentar a pressão
ria com o anti-patriotismo. Onde quem criticava a acção governativa gidos às guerras forçarem pedidos este ano, e as dificuldades migratória.
um
era ostracizado e marginalizado. E onde o acesso a oportunidades as frustres fronteiras de uma UE de alojamento vão a par do fracas- O auxílio financeiro da UE a Anca-
dependia muito claramente do partido político a que alguém per- desnorteada por governos fracos, so na vistoria célere na Grécia e em ra, rondando 3,5 mil milhões de eu-
tencia. coligações instáveis, e impotente Itália, contando-se apenas um cen- ros, para manter mais de 2 milhões
Qualquer discurso de rotura com este estado de coisas era música ante radicalismos nacionalistas, re- tro de escrutínio funcional em cada de deslocados (sobretudo sírios,
para os ouvidos da maioria dos moçambicanos. ligiosos e racistas. país em vez dos 11 previstos. iraquianos e afegãos), é expediente
Mas muito cedo o optimismo e a euforia cediam ao cepticismo, O chanceler austríaco, Werner Fay- pífio, tanto mais que o estatuto des-
perante uma realidade que muito poucos conheciam. Mal Nyusi A retórica de extrema-direita em mann, exige, por seu turno, depor- qualificado de pessoas a quem não é
constituiu a sua equipa governativa e começou a familiarizar-se com países como França, Dinamarca ou concedido asilo na Turquia limita o
tações expeditas, argumentando que
os dossiers nacionais, o seu esquadrão económico apercebeu-se de Holanda define cada vez mais os acesso ao mercado de trabalho, edu-
em 2014 somente 40% das pessoas a
que os cofres do Estado estavam quase vazios. Que a economia, que termos da discussão quanto à entra- cação, assistência social e saúde.
quem fora recusado asilo tinham de
parecia estar a tornar-se robusta graças à promessa de exploração Pouco mais de meio milhão de sí-
da e permanência de estrangeiros, facto abandonado a UE.
de imensas quantidades de recursos naturais era, na realidade, um
condicionando, também, a política Na Alemanha até final de Novem- rios (entre cerca de 5,3 milhões de
monstro por cima de pés de barro.
de

externa. bro foram recusados 18.363 pedidos refugiados, dispersos sobretudo pela
Em menos de 12 meses, a moeda nacional, o Metical, conseguiu o
A cada ataque jihadista acentua-se (contra 10.884 em 2014) na maio- Turquia, pelo Líbano e pela Jordâ-
raro feito de se notabilizar como das divisas com um dos maiores rit-
o repúdio à presença de comunida- ria de albaneses, kosovares, bósnios, nia) debandaram fronteiras euro-
mos de desvalorização em todo o mundo, com uma taxa acumulada
des muçulmanas - demasiadas vezes macedónios e sérvios, sinal de rigor peias, mas à medida que forem con-
de 47 por cento.
enquistadas em quotidianos xenó- crescente na triagem. cedidos asilos surgirão pedidos de
Porque crises como esta resultam de uma desestruturação económica
fobos - e o temor por movimentos A referência a “medo fundamenta- reunificação familiar que aumenta-
que se foi acumulando ao longo do tempo, também levam tempo a
serem corrigidas. Pelo que 2016 será ainda um ano de grandes sa- desordenados de migrantes na zona do de perseguição” para definição rão expectativas de acolhimento por
crifícios. Schengen, sobretudo quando servi- parte dos demais desalojados.
de refugiado justifica genericamente
E como é que chegamos a este ponto? ços de segurança e informações per- Má sina
eventual acolhimento de sírios, ira-
Parte da resposta reside em termos um poder executivo sem freios e dem o rasto a indivíduos com do- Irão abundar e gerar polémica sinais
quianos, afegãos, iemenitas, somalis
io

equilíbrios. Um executivo com um poder discricionário sem limites, cumentos falsos, não-identificados e de turbulência em migrantes recém-
e eritreus.
onde o poder do parlamento sobre o endividamento do país não se não-registados. -chegados motivados por conflitos
A Convenção da ONU de 1951
faz sentir.. Foi esse endividamento excessivo, parte do qual serviu para Rigor e deportação entre desejos frustrados de retorno,
abarca perseguições de ordem racial, recusa de perda de sinais de iden-
enriquecer algumas pessoas em comissões, que nos levou a esta situ- A equivocada abertura de fronteiras religiosa, nacional, social e política -
ação. Esperemos que tenhamos aprendido a lição, e que na revisão propugnada por Angela Merkel em tidade étnica e religiosa, decepções
fundamento das regras de asilo na por dificuldades de coexistência e
constitucional em que nos propomos embarcar tenhamos de criar
ár

Agosto e rapidamente abandonada UE que, até à crise deste Verão, de-


as condições para que os nossos executivos façam mais o que nós agravou a acrimónia entre Estados, integração.
veria ser solicitado no país de che- Nos países da UE, desorientados
queremos que eles façam e não o que eles querem que façamos para as violações de regras de circulação
os idolatrar.
gada -, possibilitando acolher, ainda, em radicalismos, proteccionismos e
de pessoas, migração e asilo. pessoas da Nigéria, do Mali ou do
A ideia de que a Constituição deve ser apenas o pilar do nosso edi- rivalidades económicas negociadas
O compromisso entretanto alcan- Sudão do Sul, mas exclui cidadãos
fício e que compete ao executivo decidir onde colocar as paredes, as entre decisores políticos por demais
çado para repartição voluntária de de determinados Estados que, con-
portas, as janelas e tectos deve ser descartada. condescendentes ante interesses ne-
160 mil candidatos ao estatuto de
Di

Devemos ter uma Constituição mais detalhada sobre os limites do tem, alegadamente, com a “protec- gocistas altamente corruptos, os te-
refugiados concentrados na Itália e ção do seu país”.
âmbito de acção dos que são confiados
confia pelo povo com a missão de mores e a intolerância que fizeram
Grécia envolveu até agora cerca de Fazer-se ao caminho
dirigir
igir o país. de 2015 um ano mau auguram um
200 pessoas e é contestado na Es- A extrema dificuldade do Governo
De resto,, espera-nos ainda um ano de mais sacrifícios. 2016 ainda pior.
lováquia, na República Checa, na de Cabul para conter ofensivas tali- Jornalista

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Savana 01-01-2016 19
OPINIÃO

RELATIVIZANDO
Por Ericino de Salema

Dos direitos do consumidor

o
A
s quadras festivas do natal e O consumidor, cá entre nós, é carac- tividades económicas, mas nós mes- uma actividade económica que vise a refa dificílima, senão impossível, ter a
do fim do ano são momentos terizado pelo princípio da resignação, mos, os cidadãos, que, naturalmente, obtenção de benefícios”. justiça (no sentido geral) feita em ca-
de reencontro de familiares e tipo “nem que eu reclame, nem que temos direito à dignidade enquanto Em termos de violação ão dos direi- sos da ofensa à esfera do consumidor.
amigos, de descanso e/ou eu denuncie, nada irá acontecer”. Os direito humano, que supera qualquer tos do consumidor, a Electricidade Muitas vezes, por mais incrível que

log
férias para estudantes e trabalhado- fornecedores de bens e prestadores filiação ou associação. A Lei de Defe- de Moçambique (EDM), algumas pareça, as empresas que obrigam o
res, assalariados ou não, e de reflexão de serviços denotam ter abraçado sa do Consumidor (LDC) – Lei nú- firmas de telefonia móvel, alguns consumidor a assinar contratos com
e planificação da vida, isso para as o princípio do aproveitamento, que mero 22/2009, de 28 de Setembro –, bancos comerciais, os promotores cláusulas quase invisíveis, embora
pessoas, para os cidadãos, enquanto se manifesta mais ou menos assim: em vigor desde 29 de Março de 2010, de espectáculos e as lojas de venda fundamentais, recorrem a essas mes-
particulares, e para o próprio Estado “estes não conhecem os seus direitos, deve ser uma das mais avançadas do de electrodomésticos se destacam de mas cláusulas para se eximirem da
enquanto colectividade. É no mesmo não têm informação, pelo que basta país, sugerindo o interesse colectivo forma clara e cristalina. Por omissão indemnização pelos danos, quando
período do ano que os cidadãos so- colocar uma placa na loja dizendo com o progresso, pelo menos sob o e inacção, conforme referimos acima, o consumidor as demanda. O legis-
frem os mais severos atentados à sua ‘não aceitamos trocas nem devolu- ponto de vista formal-normativo. destacam-se o Estado e as autarquias lador moçambicano, e muito bem,
dignidade enquanto direito humano, ções”; já o Estado e as autarquias Aplicando-se a pessoas singulares e locais. acautelou essa situação, conforme a
o que se expressa de forma inequívo- locais agem como que movidos pelo colectivas, públicas e privadas, que norma contida no número 2 do arti-

ció
De entre os direitos que o consumidor
ca na violação dos seus direitos en- princípio (ou espírito?) do deixa-an- habitualmente desenvolvem activi- têm, no nosso ordenamento jurídico, go 11 da LDC, que a seguir o trans-
quanto consumidores. dar, parecendo até estarem satisfeitos dades de produção, fabrico, impor- destacam-se o à qualidade dos bens e crevemos na íntegra:
com o nocivo pacto entre titulares tação, construção, distribuição ou serviços; à formação e educação para “2. Com vista à prevenção de abusos
As questões relativas aos direitos do de direitos e fornecedores de bens e comercialização de bens e serviços a o consumo; protecção de interesses resultantes de contratos pré-elabora-
consumidor no nosso país continu- prestadores de serviços. consumidores, mediante a cobrança económicos; prevenção e à reparação dos, o fornecedor de bens e o pres-
am, infelizmente, sendo negligen- O que sucede na esfera dos direitos de um preço, a LDC define o consu- dos danos patrimoniais ou não patri- tador de serviços estão obrigados à:
ciadas pelos próprios consumidores do consumidor é um exemplo para- midor, no seu glossário, como “Todo moniais que resultem da ofensa de a) Relação clara e precisa, em ca-
enquanto titulares de direitos e pelos digmático de que o nosso problema, aquele a quem sejam fornecidos bens, interesses ou direitos individuais ho- racteres facilmente legíveis, das
próprios fornecedores de bens e pres- enquanto país, não são as leis, talvez prestados serviços ou transmitidos mogéneos, colectivos ou difusos; pro-

so
cláusulas contratuais gerais, in-
tadores de serviços. Nisso, o próprio não seja lá muito a Frelimo, talvez não quaisquer direitos, destinados ao uso tecção contra a publicidade enganosa cluindo as inseridas em contratos
Estado e as autarquias locais se desta- seja lá muito a Renamo ou o MDM, não profissional, ou tarifa, por pessoa e abusiva; e ao direito à informação singulares;
cam pela omissão, pela inacção. talvez nem tanto a inspecção das ac- que exerça com carácter profissional [em termos gerais (por intermédio do b) Não inclusão de cláusulas em
Estado e das autarquias locais, através contratos singulares que origi-
de acções como apoio às associações nem significativo desequilíbrio
de defesa do consumidor e criação de
Como pensam as nossas Ciências Sociais? serviços de informação ao consumi-
dor, privilegiando-se o uso dos órgãos
em detrimento do consumidor.”

Quanto à publicidade enganosa, tipo


públicos de comunicação social) e em “invista 50 meticais e ganhe muito”
Por Régio Conrado
um
termos particulares (que incide sobre e “carrega 20 e fala mahala durante
o fornecedor de bens e sobre o presta- todo o mês”, destacam-se, respecti-

S
omos um país na agonia da campos da nossa sociedade, mesmo indivíduos como categoria de análise
dor de serviços, por via, por exemplo, vamente, alguns bancos comerciais
miséria, da nudez, da fome, que ele tenha se centrado nas rela- sem olhar para os problemas de clas-
da disponibilização de informação de e algumas firmas de telefonia móvel.
do analfabetismo. Somos ções laborais. Como é que se passou ses? Mesmo que as visões neoliberais
forma clara, objectiva e adequada ao Sobre a não aceitação de trocas e de-
um país que é fustigado pe- em silêncio a publicação desta e de se mostremem estéreis, ainda se insiste
consumidor, antes e depois da venda volução, quando se compram bens
las piores desgraças que atormentam outras obras lisíveis ? O que é que em utilizá-las e as consequências
ou do fornecimento do serviço)]. móveis como aparelhos de rádio,
crianças que são mutiladas pela fome, isso pode mostrar sobre o estado das são óbvias, incapacidade explicativa
De ano para ano, conforme ressalta ventoinhas ou geleiras, destacam-se
velhos que vivem sagrando de fome nossas CS ?Não me parece possível a e compreensiva. O terceiro e o últi-
do que se acha disponível no espaço os lojistas espalhados pelo país, ape-
interminável. Esses fenómenos são prática de CS de forma coerente sem mo aspecto é inerente à reflexividade
público e a partir do que nós mesmos sar de a LDC impor um ano como
conhecidos. Contudo, nem tudo do uma coerência na forma como vive- filosófica. Tenho a impressão que há
e pessoas próximas temos experimen- período mínimo de garantia, salva-
que é dito tem sido útil para descor- mos o espírito das mesmas, do qual quase uma negação absoluta dessa
tado, a eléctrica nacional vai-se des- guardadas as situações em que o pró-
tinarmos os meandros dessa penúria faz parte a discussão crítica do que última no que se ouve
ouv e se escreve
de

tacando mais e mais em termos, por prio consumidor seja culpado pela
estrutural que fustiga a nossa socie- se pública.
a. Esse é o primeiro aspec- nas CS no nosso país, sobretudo, o
exemplo, de não reparação dos danos danificação.
dade. Onde é que estão as nossas to que me inquieta. O segundo é a seu carácter radical na interrogação.
resultados da péssima qualidade do Mas, enquanto nós, consumidores,
ciências sociais (CS)? O que é que ausência de alternativas conceituais, Ou seja, quando lemos e ouvimos o
serviço, com destaque para os estra- continuarmos adeptos da resignação,
elas fazem? O que me leva a escre- salvo raras excepções. Quando lemos que se diz e escreve nas nossas CS
gos a diversos electrodomésticos. De os fornecedores de bens e serviços
ver este texto são três cancros que me o que se publica nos últimos anos constata-se um problema de reflexi-
forma expressa, a LDC estabelece do aproveitamento da falta de infor-
parecem caracterizar as nossas CS. constatamos a predominância hege- vidade, mesmo que haja excepções,
que “...o consumidor tem direito à in- mação e/ou da inactiva cidadania e
Ausência de uma crítica sistemática mónicaa de um discurso neoliberal como o exemplo de um economista
demnização dos danos patrimoniais e o Estado e as autarquias locais em-
do que se publica, uniformismo do mesmo onde a improdutividade des- que, recentemente, como sempre,
não patrimoniais resultantes do for- balados no princípio do deixa-andar,
debate e a quase expulsão de refle- ses conceitos é ostensiva. Constata- colocou sérias interrogações acerca
necimento de bens ou prestações de continuaremos mal no que à defesa
xividade filosófica no strictus sensus. -se a ausência de crítica conceitual da nossa economia. Estou tentando
io

serviços defeituosos”, mas é uma ta- da dignidade diz respeito.


Antes de iniciarmos a nossa empre- sistemática pois que quando lemos dizer que enquanto não pudermos
sa, permitimo-nos dizer que temos essas publicações vemos concepções reconhecer que as CS não podem
apreciado o trabalho de um organis- de indivíduo, Estado, Sociedade, fa- passar sem essa maneira radical de
mo que se tem esforçado anualmen- mília, economia, política, democracia colocar questões, que foi aprendida
te a publicar bons trabalhos sobre o vindo apenas da tradiç
tradição neo-liberal a partir da sua progenitora, a Filo-
nosso país e alguns pensadores in- como categorias já justificadas, não sofia, não seremos aptos, primeiro,
ár

dependentes que nos têm brindado discutíveis. Nota-se uma degene- de radicalizar as nossas questões
Email: carlosserra_maputo@yahoo.com
com livros lisíveis. Ode a esses. Ora, ração da complexificação típica das sobre Moçambique mas correremos Portal: http://www.oficinadesociologia.blogspot.com
nas nossas CS a crítica e o debate do CS. Tenho dúvidas que possamos igualmente o risco de empobrecer o
que é publicado são praticamente pensar as CS sem tomar a crítica conteúdo emancipador, clarificativo,
457
ausentes, ou seja, não encontramos
reacções críticas sobre o que se pu-
como uma atitude permanente. A
acriticidade conceitual tem sido ma-
do que escrevemos ou expusemos
nas mesmas. Termino dizendo que às Nomofobia
Di

blicaa ou o que se diz no âmbito das nifesta e cria problemas na ontologia vezes tenho a impressão que quando

N
CS. Esta atitude é menos coerente, das próprias CS. Os conceitos devem leio o novo testamento constato mais omofobia é uma síndro- cada um é portador de um celular
sobretudo, porque as CS são alimen- ser objectos de crítica e não posses- tentativas reflexivas que grande parte me psicológica pela qual na mão esquerda, vão dialogando
tadas pelo debate crítico de ideias, sões em si. Poucos cientistas sociais do que consumimos nas nossas CS uma pessoa tem medo de e sorrindo em simultâneo com a
teses ou posições. As nossas CS têm têm apresentado leituras alternati- nos dias que correm. Parabéns àque- estar privada do celular. consulta do celular [chat, jogos,
caminhado sem esse elemento, o que vas, como por exemplo ir buscar o les que têm feito da prática de CS e
fotos, vídeos].
para mim pode mostrar que há uma neomarxismo ou o interactionismo humanas uma profissão séria, àquelas Uma hipótese: o país está cada
crise na forma como pensamos nas simbólico até às leituras póscolo- instituições que têm feito seus esfor- O celular aqui é bem mais do que
vez mais cheio de nomófobos de
nossas CS. Onde é que se encontram niais para interpretar um país que ços num contexto complicado para um exercício de estatuto social,
todas as idades, especialmente
os nossos cientistas sociais e que tipo mais do que nunca precisa de um nos dar a ler obras lisíveis e que nos jovens. ainda que a exposição do mais re-
de discussões fazem eles e onde ? Há pensamento que não seja essa orto- permitem reflectir consistentemente A cidade de Maputo, por exem- cente modelo possa ser relevante
pouco tempo João Feijó publicou doxia neoliberal que penetrou a co- sobre Moçambique. A todos esses a esse nível. Na verdade, o celu-
plo, possui muitos locais de ob-
uma obra que não só mereceria uma luna vertebral da grande maioria dos vãos os meus agradecimentos porque lar tornou-se parte integrante do
servação do comportamento no-
acirrada discussão mas também uma que praticam as CS. Esse problema uma sociedade em que as ciências so-
mófobo. A imagem mais clássica corpo, um órgão vital dos senti-
opinião formada sobre o assunto que é grave porque, por exemplo, como é ciais e humanas são incompetentes, o
e generalizada talvez seja esta: dos. A sua privação é tão penosa
ele aborda no livro, a transversalida- que se pode pretender estudar o ac- perigo do fim da política, do homem
de dos recursos do poder nos vários tual conflito olhando apenas para os e da sociedade são iminentes. um grupo de jovens junta-se, quanto a sede e a fome.
20 Savana 01-01-2016
OPINIÃO

A TALHE DE FOICE
“Moçambique é Maningue Nice”
Por
P Machado da Graça
3RU'RXJODV0*ULIÀWKV

C
hegou a hora de partir de Moçambique. O
meu afecto por este país e por este povo é Isto significa que as políticas devem assegurar que

o
profundo e não posso despedir-me sem ex- os benefícios alcançem muitos e não apenas alguns.
pressar a minha esperança para esta nação Significa optar pela transparência que vai assegurar
maravilhosa. o uso sábio dos benefícios de investimentos futuros.

O Poder O caminho mais rápido para o sucesso económico

log
Em primeiro lugar, cabe-me dizer que os Estados encontra-se mais facilmente na abertura – às peque-
Unidos sempre querem o melhor para Moçambi- nas e médias empresas, aos jovens empreendedores,

O
Dr. Teodato Hungua- ele chama sistematicamente ao que. Como uma nação construída por imigrantes e às empresas estrangeiras – do que nas barreiras
na apresentou recente- partido Frelimo). que aspiravam a um futuro mais próspero, ansiamos erguidas por regulamentos complicados, excessivos
mente, no Mozefo, um O facto é que o partido Frelimo, e onerosos.
que todos os povos tenham as mesmas oportunida-
excelente texto em que enquanto dirigido por Arman-
des de correr atrás dos seus sonhos, de participar na
acompanha a evolução do Poder, do Guebuza, caminhou preci- Isto signific
significa que todos os Moçambicanos tenham
governação e no desenvolvimento do seu país, e de
no nosso país, desde a Constitui- samente no sentido contrário. uma voz no futuro do país. A democracia é difícil,
ção de 1975 (resultado da luta criar um mundo melhor para os seus filhos.
No sentido do imobilismo e do mas tanto na economia como na política, a compe-

ció
armada de libertação nacional) controlo centralizado de todas as
Com a chegada do Ano Novo, espero que todos vós tição gera melhores resultados. Como o Presidente
até à actualidade. instituições do Estado. E não dá
encareis o futuro com os olhos da esperança. Sim, é Nyusi disse no seu discurso de inauguração: “boas
nenhuns sinais de que vá mudar ideias não têm cores partidárias”. É preciso um es-
certo que Moçambique enfrentará diversos desafios
Ao longo da sua intervenção de rumo. forço bem intencional para assegurar que o país já
em 2016. A incerteza económica e os desafios polí-
foi analisando a evolução do(s) Com Joaquim Chissano talvez é de todos.
nosso(s) texto(s) constitucio- ticos não podem ser subestimados. O vosso futuro
tivesse havido a possibilidade de
nal (ais), e outra legislação, ex- está, porém, condicionadodo pela honestidade no re-
mudanças em curtos passos. E
plicando as razões por que essa conhecimento das fontes dos desafios, pela inclusão E isto significa uma abertura à próxima geração.
em Nyusi não vemos a ousadia
evolução foi de uma determinada de todos os elementos da sociedade na procura de Moçambique foi um dos países mais bem-sucedi-
necessária aos passos acelerados

so
maneira e não de outra. soluções, e pela abertura perante a próxima geração. dos no cumprimento das metas de desenvolvimento
e nem sequer aos passos curtos.
Mais de um jornal publicou na do milénio, particularmente no aumento da sobre-
Seja quem for que realmente
íntegra esse texto e aconselho vi- Foi para mim uma honra ter a oportunidade de vivência infantil. Porém, com este sucesso, centenas
manda, não parece estar dispos-
vamente a sua leitura. conhecer tantos moçambicanos que diariamen- de milhares de jovens entram para o mercado de
to a largar o Poder total sobre o
Mas ao explicar como chegámos Estado e os benefícios que isso
te transformam este país. Admirei as equipas do emprego todos os anos. Isto é uma oportunidade
ao ponto a que chegámos, Teo- lhe dá.
Ministério da Saúde e activistas comunitários aju- para o país, mas Moçambique precisa de focalizar-
dato Hunguana mostra-nos a
Filipe Nyusi poderia ser uma boa dando os seus vizinhos a ultrapassarem o estigma -se em políticas que visem dinamizar a economia e
necessidade urgente de uma mu- e a compreenderem os benefícios do tratamento fomentar a criação de emprego.
solução, se o deixassem. Mas, cla-
dança, nomeadamente através ao HIV. Celebrei com empreendedores que criam
ramente, não deixam.
um
do reforço e independência das empregos e defendem iniciativas para promover as Os Estados Unidos só querem o melhor para Mo-
Que fazer então? Não sei. Já não
nossas instituições para que pos- oportunidades. Aplaudi as vozes que clamam pela çambique, porque acreditamos firmemente que o
tenho idade para gostar de mu-
samos ser, de facto, um Estado de transparência e pela inclusão política, económica e sucesso de um país beneficia todos os outros. Nos
danças feitas a tiro. E, para dizer
Direito Democrático. Que, por social. Apoiei os representantes governamentais que últimos trinta anos doámos cerca de seis biliões de
variadas razões históricas ainda a verdade, não estou sequer certo
de que quem tem força militar tomaram medidas corajosas em prol do progresso. E dólares a Moçambique. Não foram empréstimos,
não somos. maravilhei-me com a criatividade dos jovens inova- foram ofertas. Com programas de saúde, educação,
Justificando o atraso que temos para provocar essa mudança não
vá fazer o mesmo, através de ca- dores que introduz
introduzem a tecnologia no mercado. Em agricultura e apoio ao clima de negócios, nós inves-
nesse aspecto, ele alerta para
ras diferentes. todos esses momentos, estive do vosso lado. timos no povo de Moçambique.
que já não estamos a tempo dos
passos lentos para evitar cair no Teodato Hunguana diz que “po-
deremos estar a aproximar-nos Todas estas vozes são importantes. O sucesso de Sinto-me honrado por ter sido parte desta obra.
abismo. Neste momento são ne-
perigosamente do abismo” se não Moçambique nascerá da soma total das suas par- Bebi a água desta terra. Mesmo à distância, acom-
de

cessários passos acelerados.


E com tudo isto estou plena- houver uma mudança urgente de tes. De todas as suas partes. Para que Moçambique panharei o seu progresso no sentido de um futuro
mente de acordo. Já não estou, no mentalidades. E eu só vejo men- beneficie desta diversidade de contributos, tem de luminoso e próspero.
entanto, quando ele afirma que tes empedernidas recusando, aos desimpedir o seu ccaminho para o sucesso. *Embaixador dos E.U.A. para Moçambique
quem tem de tomar a iniciativa gritos, a mais ínfima mudança.
dessas mudanças é a força polí- Daí o meu pessimismo para 2016
tica actualmente no poder (como e para os anos que se lhe seguem.
io

Por Luís Guevane


SACO AZUL

2016: o ano que promete mudanças


ár

Q
uando o gato é atingido por um sui um tamanho populacional que precisa sobre quem de facto manda ou tem o poder tabilidade social.
balde de água fria passa a “brin- de ganhar alguma proporcionalidade com em suas mãos ao ponto de tudo aquilo acon- O gato, depois de atingido pelo balde de
car” longe desse líquido como a área territorial. Como um País com esta tecer? Houve, no meio de tudo isso, algum água fria, solta o seu grito de descontenta-
se todo ele tivesse as mesmas dimensão consegue sacudir ou desembara- manhoso? mento: um “miau” que acompanha o acto
Di

características. O ano de 2015 foi esse çar-se das suas atipicidades económicas? Uma dívida pública de sete biliões de dó- de desembaraço da água. O ano de 2015 é
balde de água fria. Foi um ano atípico Como, se continua agarrado a uma gestão lares obriga-nos a reflectir seriamente sobre importante como fundamento de reflexão
para o gosto de quem acreditava no al- que teoricamente tende a descentralizar-se os nossos desentendimentos políticos, sobre sobre o que nos preocupa como País. 2016,
cance de um crescimento económico de mas que na prática “marca passo”, mantem- a questão da produção interna como factor em si, já leva uma grande carga de optimis-
7.5%. Ficamos pelos 7%, uma diferença -se numa gestão centralizada. de substituição crescente das importações mo. Sacudir o “balde de água fria” é algo
de 0.5% que numericamente não parece O “centralismo democrático” continua a ser pelas exportações, sobre a exequibilidade muito provável de acontecer, desde que o
ser grande coisa mas que deu para sentir a linguagem mais credível dentro do topo da dos “sete milhões”, sobre a funcionalidade Governo e a Renamo consigam encontrar
como pesou em nós. Produzimos muitos hierarquia dos núcleos decisores. Aceitam a e/ou reorientação da EMATUM do ponto o ponto de interseção que muito bem sa-
discursos sobre a necessidade de produ- descentralização como algo teórico, um ideal de controvérsia em que se encontra para um bem onde está. Por uma questão de econo-
ção nos vários ramos da economia. Ao a atingir. O efeito mais visível foi o grande campo de produção de ganhos económicos mia de tempo, recursos e paciência se só os
fechar o ano, sem sombra de dúvidas, fosso entre um discurso que apelava à paz e sociais, obriga, enfim, entre tantos outros dois sabem onde está o sal, então, que nos
quem mais produziu foram os produ- e reconciliação mas que por detrás estava a aspectos, a que o Governo (re)pense sobre resolvam o problema uma vez que sóis os
tores desses mesmos discursos. Falou-se tentativa de savimbização de Dhlakama. Fi- as despesas que julga prioritárias em termos principais representantes do povo. Acredi-
muito e pouco se fez! cou alguma dúvida sobre quem teria engen- de infra-estruturas geradoras de retorno de tamos ser este o ponto de partida para um
Sabemos que o País é enorme e que pos- drado aqueles ataques? Ou a dúvida recaiu curto e médio prazos, geradoras de paz e es- Moçambique próspero e de futuro.
22 Savana 01-01-2016
DESPORTO

2015: um ano para esquecer


Por Abílio Maolela

O
culminar de um ano é sem- ardo Mondlane; Rússia, ao serem eliminados pelo
pre o momento de reflexão, Gabão por 4-3, nas grandes pena-

o
de balanço do mesmo e de Setembro lidades;
perspectivação do próximo. -Filipe Nyusi visita o Parque dos -Estrela Vermelha de Maputo re-
2015 fica na memória como um ano Continuadores, em Maputo, e fica gressa ao Moçambola, sete anos

log
atípico, a avaliar pelos eventos que o irritado pela gestão danosa e dolosa depois;
marcaram principalmente na com- daquela infra-estrutura desportiva; -Michel Grispos confirma o mau
ponente social, económica e polí- -Edmilsa Governo ganha medalha momento do Grupo Desportivo
tica. Desportivamente, 2015 não de ouro nos Jogos Africanos de de Maputo ao demitir-se da pre-
fugiu à regra, salvo raras excepções, Brazzaville; sidência e Danilo Coreia assume a
como a medalha de ouro conquista- -Moçambique conquista seis me- Comissão de Gestão;
da pela atleta paralímpica, Edmilsa dalhas nos 11ºs Jogos Africanos; -FIFA congela financiamento à
Governo, nos Jogos Africanos, dis- -Mambas perdem, nas Maurícias, FMF;
putados em Brazzaville, no Congo, e comprometem a qualificação ao -Ananias Couane é eleito presi-
e a de bronze, conquistada nos cam- A prestação da selecção nacional, os Mambas, não foi das melhores dente da Liga Moçambicana de

ció
CAN-2017
peonatos mundiais de Qatar. Futebol, ao amealhar oito votos
Nesta edição, o SAVANA traz à ri- rio da Beira; contra seis de Carlos de Souza;
-A Federação Moçambicana de
Outubro
balta tanto as questões negativas Junho -Deolinda Ngulela anuncia o fim
como as positivas, como é o caso Futebol rotula a Supertaça de Su- -Mambas perdem, em casa, com o Dezembro
da sua prestação à selecção sénior
da eliminação da selecção nacional pertaça Mário Coluna. Ruanda e João Chissano é despe- -A Selecção nacional de Futsal
feminina de basquetebol;
de futebol de todas as competições dido, a um mês do término do seu qualifica-se ao CAN da modali-
-Clarisse Machanguana é homena-
a que tinha direito de participar; as Março contrato; dade ao eliminar Madagáscar por
geada pela FIBA pelo seu contri-
mudanças nas lideranças do mundo -Inicia a trigésima edição do cam- -A Liga Moçambicana de Futebol 10-3;
buto no desenvolvimento do bas-
futebolístico e o escândalo financei- peonato nacional de futebol, o Mo- introduz a Taça da Liga, a terceira -Equipa sénior feminina de bas-

so
quetebol af
africano;
ro na FIFA, ao nível internacional, çambola-2015; maior prova futebolística do país; quetebol do Ferroviário de Maputo
Mambas são eliminados da corrida
-Mambas
que levou à demissão de Joseph Interno, pela Zâmbia;
ao CA- Interno conquista terceiro lugar na Taça
Blatter, dias após a sua reeleição. Julho dos Clubes Campeões de África;
Abril -Inicia a derrocada do império -Edmilsa Governo ganha medalha
de bronze, nos mundiais de Doha, -Rui Hélder é eleito presidente da
Janeiro -Dário Monteiro estreia-se como Grispos, com a entrega, por parte
no Qatar, e garante presença nos Associação de Basquetebol da Ci-
-2015 começa com a nomeação do treinador principal no Moçambola dos adeptos, da sexta básica aos jo-
Jogos Paralímpicos do Rio de Ja- dade de Maputo.
novo governo, liderado por Filipe ao serviço do Desportivo de Ma- gadores do Desportivo de Maputo,
neiro, em 2016;
neir -A Autoridade Tributária de Nam-
Nyusi e Alberto Nkutumula e Ana puto; em solidariedade com estes.
pula conquista o tetra campeonato
Flávia Azinheira são indicados à
Novembro africano de Voleibol de sala, em se-
um
liderança do Ministério da Juven- Agosto
Maio -Alberto Simango Júnior é eleito -Ferroviário de Maputo conquista niores masculinos, a nível da Zona
tude e Desportos, como Ministro e
-José Magalhães é homenageado presidente da Federação Moçam- o seu décimo título nacional; Seis;
vice-ministra, respectivamente;
pela Universidade Eduardo Mon- bicana de Futebol, ao conseguir -Liga Desportiva de Maputo con- -Edmilsa Governo amealha um
dlane, com o lançamento da obra sete votos contra três de Teodoro quista segunda Taça de Moçambi- milhão e duzentos mil meticais,
Fevereiro “uma vida épica de atletismo”; Waty e um de Manuel Chang; que dos 10 milhões destinados à pre-
-Arranca, oficialmente, a época fu- -Edmilsa Governo conquista três -Lurdes Mutola é considerada -Ferroviário de Nacala conquista miação desportiva;
tebolística com a disputa da Super- medalhas (uma de ouro, o, uma de “Doutora Honoris Causa” pela área primeira edição da Taça da Liga; -Clubes aprovam o aumento de
taça, ganha pela Liga Desportiva de prata e uma de bronze), nos Mun- Desportivas, título
das Ciências Despor -Mambas perdem comboio ao equipas para o Moçambola de
Maputo por 1-0, sobre o Ferroviá- diais de Seul, na Coreia
eia do Sul; atribuído pela Universidade Edu- Mundial de 2018, a disputar-se na 2016, passando de 14 para 16.
de

Foi duro mas...

Moçambola com 16 equipas


Por Abílio Maolela

F
oi aprovada, na última segun- a descida de divisão do último clas- tação aos clubes, os maiores benefi- Segundo a direcção executiva da “Por isso, abordamos os três clubes
da-feira, por unanimidade, a sificado da edição de 2015, mesmo ciados ou prejudicados pela decisão. LMF, o financiamento para estas anteriormente despromovidos sobre
modelo utilizado, em 2006, quando O Ferroviário de Maputo defende despesas está garantido e só faltava o modelo de aumento e todos con-
io

proposta de aumento de 14
para 16 o número de equipas passámos de 12 para 14 clubes. As- que para que haja verdade desportiva o aval dos clubes para que o mesmo cordaram”, justifica.
a participarem na próxima edição sim, são repescados da segunda divi- é preciso, primeiro, que se respeite os fosse “libertado”. Quanto à programação da prova,
do campeonato nacional de fute- são, os até então despromovidos, 1º regulamentos que gerem as provas, A mesma esclarece que mais de 80% Augusto Pombuane diz que a sua di-
bol, Moçambola-2016. O acto teve de Maio de Quelimane e Desportivo pois “a Liga é gestora do campeona- do orçamento da prova está na sua recção está a trabalhar com a Fede-
lugar, em Maputo, durante a reali- de Nacala. to nacional e a mesma tem regula- responsabilidade, cabendo aos clu- ração Moçambicana de Futebol para
ár

zação da segunda sessão da Assem- Os clubes congratulam a LMF pela mentos”. bes a inscrição dos atletas e a ali- que este capítulo seja melhorado,
bleia-Geral Extraordinária da Liga iniciativa, mas citam alguns pontos Sancho Júnior, presidente dos “loco- mentação dos mesmos. porém avança também a iluminação
Moçambicana de Futebol (LMF), a que podiam inviabilizar a proposta motivas” de Maputo, acrescenta que “A Liga organiza o Moçambola a dos recintos de jogos, como uma das
primeira no elenco de Ananias Cou- para o próximo ano. O vice-presi- da mesma forma que a LMF fez os custo zero. Vamos ajudar a Liga a soluções para este factor.
ane, visto que a primeira era para a dente do Maxaquene para a área do seus orçamentos, o mesmo acontece cumprir o seu programa”, disse Au- Junneid Lalgy, do Clube de Chibu-
sua eleição. Entretanto, apesar da futebol, Samuel Maibasse, cita três com os clubes. Ou seja, “o Ferrovi- gusto Pombuane, vice-presidente to, diz que a votação foi por simpa-
Di

aprovação ter sido por consenso, factores: o primeiro é a regulamen- ário de Maputo já fez os seus orça- da LMF para a Alta Competição, tia pelos dois despromovidos, pois
a proposta não passou de “ânimo tação, “porque as provas da LMF são mentos para 2016 e a alteração do fi- acrescentando: “é uma resposta da a proposta não estava clara e João
leve”, devido à contestação da mes- geridas na base de um regulamento gurino do campeonato terá impacto LMF, pelo facto de se dizer que o Raul, do Costa do Sol, afirma que
ma por alguns associados, alegando e, para 2015, não estava previsto o significativo no nosso Orçamento”, nosso futebol não tem qualidade, a Assembleia-Geral foi convocada
razões jurídicas e financeiras. aumento de equipas”. justifica. devido ao longo período de defeso”. para viabilizar a proposta e não para
O segundo aspecto é o orçamen- O facto é que a proposta aprovada Quanto às questões legais, Pombu- a sua discussão.
O maior “cavalo de batalha” de Ana- to: “ainda não há clareza do que pelos clubes terá impactos orçamen- ane confessou que a LMF convocou Ao fim de quase uma hora de debate,
nias Couane na corrida à presidência se passou em 2015 e agora somos tais na próxima época, pois o Mo- aquela Assembleia-Geral para pedir a proposta foi aprovada por consen-
da LMF não estava previsto no re- convidados a aprovar o orçamento çambola passará das actuais 26 para o cunho jurídico dos clubes, porque so. Para a LMF, o aumento de equi-
gulamento das provas de 2015 e este para 2016, através do aumento de 30 jornadas, movimentando mais “não vamos mudar nada no regula- pas vai proporcionar mais competi-
facto esteve quase para tramá-lo, no equipas” e o terceiro factor é a ca- 300 pessoas que a época 2015 (passa mento”. tividade e reduzirá o longo período
primeiro frente-a-frente com os seus lendarização, “pois com 14 equipas, a das 700 para 1000 pessoas). O presidente da Liga, Ananias Cou- de defeso a que os clubes têm sido
eleitores. organização era deficitária e com 16 Sendo assim, para 2016, as despesas ane, salienta que os regulamentos submetidos, assim como poderá fa-
Para a sua operacionalização, a pro- equipas, como será?”, questiona. de transporte passam dos 25 milhões não abordam a questão relacionada zer com que o nosso futebol tenha
posta defende a normal ascensão das Para o Ferroviário da Beira, na voz de meticais para 29 milhões e a fac- ao aumento de equipas, mas à des- uma integração das ligas de vários
três equipas vencedoras das respec- de Orlando Conde, a proposta devia tura de alojamento passa dos oito promoção destas e cabe à LMF fazer países, que já entregam 16 clubes,
tivas poules zonais de apuramento e ter sido antecedida por uma auscul- milhões para 13 milhões de meticais. isso junto dos seus associados. como Angola e África do Sul.
Savana 01-01-2016 23
DESPORTO

“Os nossos desafios são de índole financeira


e de infra-estruturas”
DÀUPD9DOLJH7DXDERSUHVLGHQWHGD)HGHUDomR0RoDPELFDQDGH7pQLV

o
Por Paulo Mubalo

log
O
presidente da Federação capitais provinciais, a estratégia vi- e sub-16.
Moçambicana de Ténis sava sensibilizar os governos locais, -A questão financeira não vos pre-
(FMT), Valige Tauabo, empresariado e outros amantes do ocupa?
diz que o ano que está pres- desporto para o fazerem para que Temos, sim, desafios de índole fi-
tes a terminar foi rico em realiza- beneficiem os jovens das respectivas nanceira e também de infra-estru-
ções, mas que a questão financeira cidades. Portanto, desta forma a fe- turas próprias nas províncias para
e de falta de infra-estruturas, no deração encontrará os seus parceiros um melhor rendimento dos atletas.
caso vertente os courts, continua estratégicos. Através do pedido da Por outro lado, também enfren-
a constituir um nó de estrangula- federação foi possível construir es- tamos dificuldades para inserção
de forma contínua o play and stay

ció
mento. Mesmo assim, explica que ses courts.
a realização do circuito mundial nas escolas públicas, devido a não
de ténis (feature) em Moçambique -E em termos de perspectivas? continuidade dos monitores que
foi o maior acontecimento do ano, Bem, vamos continuar a apostar na são formados. Ou seja, eles não dão
uma vez que os participantes pon- descoberta de novos talentos através continuidade. Nós lançámos muitos,
tuam para eventos profissionais da da prática do play and stay em to- mas não há mais outra motivação
modalidade. Seguem-se os excertos das as províncias; vamos continuar para a sua continuidade. Então é um
desafio para nós conseguirmos essa
da conversa a potenciar mais eventos aos novos
motivação. Mesmo a nível das asso-
atletas juniores, continuaremos a
ciações nem todas estão de forma

so
construir mais courts. Pretendemos,
activa, então contamos estruturar
-A FMT havia programado muitas igualmente, criar mais núcleos de
algumas porque temos três que pre-
competições para este ano. Chegou ténis, queremos participar e acolher cisam disso e outras três que estão a
a cumpri-las na totalidade? eventos de carácter internacional, realizar um esforço notório.
- Bem, tínhamos, no nosso calen- se as condições o permitirem. Mas
dário, programado muitas activi- Valige Tauabo, presidente da FMT também está no nosso plano a re- Bem, pelos vistos é difícil dirigir a
dades e achamos que cumprimos alização de mais eventos nacionais, FMT...
da federação para a área técnica. A -O país continua a debater-se com
todas. Participámos no circuito de procurar formas para que aconte- Eu sou jurista mas com inclinação
formação teve lugar no Marrocos. a falta de courts. Para quando a so-
sub-14 e sub-16, que teve lugar no çam nas províncias onde há condi- na gestão de empresas, então por
Paralelamente, formámos um juiz lução deste problema?
Botswana; nos jogos africanos; nos ções para o efeito, casos de Pemba essa inerência sinto-me à vontade
um
árbitro, por sinal único reconhecido A direcção da FMT pronunciou-
jogos das nações em senhoras, fed- e Nampula. Vamos lutar para ele- e com muita paixão e faço a gestão
pela FIT, o sr. Stélio Carlos, que foi -se,, em público, que neste manda-
cup, e em masculinos, davis cup. varmos o número de juniores que do ténis embora os meus dotes de
formado na África do Sul. A fede- to de cinco anos, iniciado neste e
Em femininos tratou-se da primeira se qualificam para os campeonatos atleta nesta modalidade não sejam
ração enviou, ainda, o sr. Armindo que termina em 2019, iria criar em
presença, enquanto em masculinos africanos, que passa por superar o de referência para orgulho de um te-
Nhavene a uma conferência mun- cada capital provincial pelo menos
foi a segunda, sendo que Moçambi- actual que é de dois atletas qualifi- nista. As realizações do ano passado
que melhorou o seu posicionamento dial de treinadores. dois courts e já foram inaugurados cados. Mas mesmo assim subimos, mostram que cumprimos com quase
comparando com o ano passado, fei- dois na cidade de Nampula, cons- porque antes qualificávamos um tudo o que havíamos planificado, ex-
to conseguido pelo capitão Franco -E como é que explica que a moda- truídos pela Unilúrio. Na mesma atleta, Cláudia Sumeia, e este ano cepto a realização de um workshop
Mata. Igualmente, tomamos parte lidade tenha apenas um atleta bol- senda, aquando da realização dos Bruno Nhavene e Marieta Nhami- com jornalistas desportivos. Mas
nos jogos da juventude, no Zimba- seiro? jogos escolares, a federação inaugu- tambo conseguiram qualificar-se. mesmo assim permita-me dizer que
bwe; nos jogos da Commonwealth, Através da FIT e da Solidariedade rou dois courts na cidade de Pemba, E mais: tudo está sendo feito para vamos encerrar o ano positivamente
que tiveram lugar em Samoa; parti- Olímpica, enviámos o atleta Bruno construídos pelo nosso governo. É que em Janeiro, no campeonato re- e, desta forma, aproveito para con-
de

cipámos no campeonato africano de Nhavene para Marrocos, onde não importante referir que, quando afir- gional de Pretória de sub- 16, Mo- gratular o meu conselho técnico que
sub-14 e sub-16, na Tunísia; tomá- só vai continuar com os estudos, mamos que havia necessidade de se çambique possa qualificar mais de tudo fez para que as coisas aconte-
mos parte na Assembleia-geral da mas também vai aprenderender o ténis de construir pelo menos dois courts nas dois atletas, nos escalões de sub-14 cessem na medida do possível.
CAT, realizada na Tunísia e com- alto nível, numa instituição de alto
participamos na Assembleia-geral rendimento, que se localiza nesse
da FIT no Chile. Internamente país. Importa realçar que a fede-
participámos nos jogos escolares, ração
ão apenas criou condições para
evento realizado em Cabo Delgado,
numa espécie de lançamento do té-
serem aproveitadas por todos os
atletas e eis o caso vertente em que
Negócios “chorudos” em Portugal
nis para permitir que nas próximas este atleta soube aproveitar da me-
io

O
edições seja elegível. lhor maneira através do seu talento. s três “grandes” do fu- próprio clube da Luz. mente, o Sporting-FC Porto
E é este talento que serviu como tebol português assi- Já os contratos do Sporting e FC do próximo sábado deverá ser
-Internamente, o que é que a FMT critério para a devida bolsa, ou seja, naram novos contratos Porto são mais comparáveis, desta- o primeiro jogo em que ambas
fez? não houve lobbies, foi através de sa- quanto a direitos “tele- cando-se especialmente a diferente as equipas se apresentam nesta
Realizámos o campeonato nacional crifício do próprio atleta. O critério visivos”. Depois do SL Benfi- duração do contrato para o patrocí- temporada com patrocinador
ár

de juniores e seniores; um torneio foi claro, ele foi melhor de sub-12 da ca ter assinado com a Nos, em nio das camisolas: a Meo comprou nas camisolas.
de mestres, um circuito mundial região na altura. Novembro último, no valor de Na tabela abaixo pode ver,
esse direito por sete épocas e meia
de ténis, o feature, que permite aos 400 milhões de euros, seguiu- exactamente, o que inclui cada
aos “dragões”, enquanto a Nos será
atletas pontuarem para participa- -Como secretário regional da mo- -se, esta semana, o FC Porto contrato assinado pelos três
que assinou com a Meo/Altice e patrocinadora dos “leões” por 12 “grandes” do futebol português,
rem nos grandes eventos de senio- dalidade ao nível da Zona V, que temporadas e meia, em ambos os
res profissionais. Este certame foi acções tem realizado? o Sporting anunciar um acordo tendo em conta os dados que
com a Nos para a venda dos di- casos a partir de Janeiro - curiosa- estão disponíveis. (Público.pt)
Di

realizado em Maputo com o apoio Participei numa reunião nessa qua-


da Standard Bank e Destinos. Di- reitos televisivos dos seus jogos
lidade no Botswana, que visava fazer
gamos que foi o evento mais impor- em casa.
levantamento geral das dificuldades
tante que a FMT realizou neste ano que cada país enfrenta para, em blo-
e contou com a presença de atletas co, procurar-se tomar as melhores Os contratos têm valores e âm-
oriundos de todos os continentes. decisões. Nesse encontro foi desta- bitos diferentes, especialmente o
Para além destas acções, realizámos cado o papel do ténis angolano, uma do Benfica, em que apenas estão
o play and stay na cidade de Nam- vez que Angola já está a participar incluídos os direitos televisivos e
pula e um workshop com os pais e e prova disso foi a visita feita pelo a distribuição do canal do clu-
encarregados de educação para que presidente da federação daquele país be. Ao contrário de FC Porto e
estes dominem a matéria e que pos- irmão a Moçambique; falámos da Sporting, o Benfica não incluiu
sam melhorar o acompanhamento Suazilândia para que volte ao con- no acordo com o operador o pa-
dos seus educandos. trocínio das camisolas (tem um
vívio do ténis regional e também da
-E na componente formação? contrato com a Emirates), nem
África do Sul que nos últimos três
Nesta vertente formámos um gestor a exploração da publicidade es-
anos andava desmotivado, mas que
em matéria desportiva, o sr. Virgí- tática no estádio, que é feita pelo
já está a reassumir o seu papel e do
lio Tivane, actual vice-presidente nosso país.
24 Savana 01-01-2016
CULTURA

Cinema nacional em festa 76


Por Luís Carlos Patraquim

O
s cineastas Sol de Carvalho e Chico al no Pólo de Moçambique 2015. Com esta
Carneiro são os vencedores nacio- conquista, o projecto receberá 50 mil euros
nais do concurso cinematográfico como verba de produção. “Para um fazedor

Perdido

o
CPLP Audiovisual, com os filmes de cinema de um país com imensas dificulda-
“O Dia em que Explodiu Mabata Bata” e des está premiação vai ajudar de alguma for-
“Djambo”, respectivamente. ma na concretização do projecto que tenho.
Fazer cinema é muito caro. Precisamos de

A
Duke Ellington, que nunca es- - Perdido/ I look for my heart/ it’s per-

log
A obra de Sol de Carvalho é uma ficção uma verba considerável para continuarmos teve na reeducação dido”.
adaptada de um conto do consagrado escritor a fazer filmes no nosso país. Dificilmente - Fuck!
Mia Couto, enquanto a de Chico Carneiro encontramos parceiros para realização de fil-
- “I know I must go to Torito/ Não, aquilo não era como cantava a
é um documentário. Estes dois filmes foram mes”, lamenta Chico Carneiro.
To find what I lost perdido”. Dina Washington ou a Sarah Vaughan
seleccionados no âmbito do concurso Pro- O documentário narra a vida de Carlos
A voz pastosa, sem swing, chateou-me. e como algumas das miúdas surripia-
grama de Fomento à Produção e Difusão de Djambo, um fotógrafo-guerrilheiro e mi-
Não bastava o que tínhamos assistido, as das ao lugar sentiam. Quais sombreros!
Conteúdos Audiovisuais da Comunidade dos litante. As imagens conduzem-nos a uma
miúdas a serem levadas nos camiões, a Eram AKM e fardas e ordens e sapa-
Países de Língua Portuguesa (CPLP), que viagem às antigas zonas libertadas no norte
dança interrompida, os copos a reflec- tos altos perdidos no asfalto enquanto
premeia documentários (DOCTV II) e tra- de Moçambique. “A vida de Carlos Djambo
tirem as corres berrantes dos néons, ti- subiam para os camiões sem nenhuma

ció
balhos cinematográficos baseados em adap- não difere em radicalidade dos grandes he-
nham deixado a janela aberta, parecia de hipótese de boleros at midnight, nem
tações de obras literárias nacionais (FICTV róis da esquerda revolucionária mundiais. É
propósito, já sem o calor das mãos que Cinderelas.
I). “É sempre gratificante saber que o nosso um dos poucos moçambicanos ainda vivos
davam sentido à sagrada embriaguez da A que perdi ainda me dói, hoje que
trabalho foi reconhecido. Isso mostra que o que podem recriar hoje a imaginação foto-
noite na cidade que julgávamos liberta- conto este episódio, e por isso ponho a
cinema moçambicano ainda é reconhecido. gráfica ligada à acção da luta de libertação de
da, os lábios que faltavam para bordeja- Ella Fitzgerald como se fosse a voz da
Pese embora as dificuldades que esta área en- Moçambique. Como guerrilheiro-fotógrafo,
rem de batôn o círculo sagrado, aquilo sacrificada, da que entrou nas noites do
frenta, os cineastas procuram a todo o custo ele viveu uma série de decisões radicais, onde
eram sequelas, bem sabia, mas por que Niassa, soube depois, e talvez trauteasse
produzir e mostrar trabalhos com qualidade forjou princípios de vida, de sacrifício e de
não ritmar a libertação com um beat numa surdina desesperada de arrimo da
reconhecida, principalmente além-fronteira”, compromisso com uma causa maior. Sobre-
de elegância, isso, como o Duke fazia, alma o que a Ella me repetia e eu nostál-

so
explica o cineasta Sol de Carvalho. viveu a várias guerras e à queda do avião que
Com 2.351 pontos, “O Dia em que Explodiu o C James Blues, mesmo o Jungle Style, gico porque o senti, já a conhecia, ia logo
matou Samora Machel em Mbuzini”, lê-se
Mabata Bata” foi o filme de ficção vencedor concedo que fosse uma concessão para ter à minha mesa, nem pedia nada, be-
na sinopse.
do Programa FICTVI – CPLP. Sol de Car- os whites ou o seu feeling, sei lá, o Duke bíamos o uísque em silêncio e nos olhos
A selecção ficou a cargo de comissões na-
valho buscou um dos contos de Mia Couto, cionais formadas nos países participantes. O
fraseava as suas Áfricas perdidas como dela a amérture , só posso dizer assim,
“O Dia em que Explodiu Mabata Bata”, da Programa CPLP Audiovisual é coordenado lhe apetecia ou imaginava e o Harlem “I sway that they play the bolero/ I kis-
obra “Vozes Anoitecidas” e transformou- pelo Secretariado Executivo da CPLP, junto era um mundo aparte. Não isto, ape- sed’ neath a listing sombrero/ And that’s
-o em filme. Com este triunfo, o projecto à Secretaria do Audiovisual do Ministério da sar de tudo. A Rua Araújo era o nosso when my heart departed/ High, was the
receberá 150 mil euros como verba de pro- Cultura do Brasil e o Instituto do Cinema e French Quartier, talvez houvesse quem Sun when my heart departed/ Low, was
reparasse no ferro forjado das varandas, the moon when we said “adios”/”.
um
dução. “A obra do escritor Mia Couto serviu do Audiovisual de Portugal, sendo realizado
de inspiração para a criação deste filme e isto em cada Estado-membro da CPLP por Pólos nas arcadas e, numa rua junto ao por- - Fuck! Fuck, Joe!
mostra que a literatura aliada ao cinema pode Nacionais formados pelas autoridades nacio- to, está-se à espera de quê? Que tivesse Nem lhe pude dizer adeus. Um breve
sortir um trabalho gratificante. Os escritores nais do audiovisual e as respectivas televisões uma sala Pleyel com um Chopin tísico aceno depois do espanto, o medo que
têm de produzir trabalhos que tenham con- públicas. “Estes prémios vão para todos os fa- a dedilhar nocturnos? Concedo, tinha agarrava a malinha de mão, dedos lon-
sistência para que outros criadores tenham zedores de cinema que directa ou indirecta- existido o Varietá, um lugar de virtu- gos que no segundo anterior acaricia-
fontes de inspiração para os seus trabalhos”, mente participaram na concretização destes des. Mas ali, onde estávamos, seria mais vam o tecido negro com estrelinhas cin-
explica Sol de Carvalho. feitos. É preciso mostrar que mesmo com as plausível ver a Gertrud Stein à conversa tilantes, o ondear majestoso do cabelo
Já “Djambo”, que arrecadou 1672 pontos, dificuldades que a área de cinema enfrenta no com a George Sand do Bairro Indígena desfrisado. Devia também ser por isso.
foi o projecto de documentário seleccionado país pode mostrar do melhor que se faz nesta a contar-lhe como alimentava os sete fi- Eu não queria que ela olhasse para trás,
pelo Programa DOCTV-CPLP Audiovisu- área”, finaliza Chico Carneiro. A.S lhos. E não sabe escrever, observaria a para a mesa onde estávamos. Mas ela fê-
Gertrud para a Alice B. Toklas, sem se -lo e por isso lhe chamo Eurídice. Guar-
de

aperceberem as duas da fúria da solda- do as imprecações na rua, as ordens dos


desca tokolocha. Ternos, alguns, dispos- soldados. Escuso de reproduzi-las. E as
tos a trocar de mãe… Perdidos entre a desgarradas vozes das mulheres que os
fúria das partes, a pressão da aorta e um motores abafaram e o tempo fez esque-
estúpido sentido de propriedade sem cer.
chão nem alvará. E agora sou eu que canto. “My heart
E. depois do que tínhamos visto, o gajo ever since is perdido/ I know I must go
é que se sentia perdido?! to Torito/ to find what I lost perdido”.
io

arquivos, escolas, piscinas são revisitados sem Com “Paisagens Interiores”, Filipe Bran-
nostalgia pelo olhar perscrutador, apaixonado quinho propõe um debate sobre Maputo
e depurado do fotógrafo. enquanto cidade africana pós-colonial. Uma
cidade que se constrói diariamente, na busca
de respostas a aspirações a uma modernidade
ár

de contornos difusos. É um registo intersti-


Sol de Carvalho Chico Carneiro cial da memória presente que abre o debate
sobre o futuro.
Ao longo deste ano, “Paisagens Interiores”
foi já objecto de reconhecimento interna-

“Paisagens Interiores” no CCP cional quando, em Abril deste ano, Filipe


Di

Branquinho venceu o Prémio Internacional


para Fotografia Contemporânea Africana

E
stá patente até 15 de Janeiro de 2016, constroem, está na génese do projecto foto- Popcap’15. A série volta a ter destaque in-
no Centro Cultural Português, a expo- gráfico desenvolvido entre 2011 e 2015 pelo ternacional com a selecção de um conjun-
sição individual de fotografia intitu- fotógrafo moçambicano Filipe Branquinho. to de fotografias para a exposição principal
lada “Paisagens Interiores”, de Filipe intitulada “Telling Time”, inserida na 10.ª
Branquinho. “Paisagens Interiores” depois Afastando-se de um registo documental con-
Bienal Africana Encontros de Fotografia de
seguirá para Lisboa e, numa coprodução com vencional ou de uma busca em fixar edifícios
Bamako, que decorreu até 31 de Dezembro
a Câmara Municipal de Lisboa – EGEAC, icónicos da cidade, Branquinho apresenta
estará patente na Galeria da Avenida das Ín- uma série de 24 fotografias ao longo da qual de 2015 na capital do Mali.
dias, entre 24 Março e 5 de Junho de 2016. nos propõe uma viagem por espaços públicos É autor das seguintes séries fotográficas:
e semipúblicos da cidade, geralmente interio- Ocupações (2011-2014); Showtime (2012-
Narrar a cidade onde nasceu, vive e traba- res de edifícios, saturados de vestígios e pas- 2013); Chapa 100 (2013); Vila Algarve
lha, conhecer as suas histórias no cruzar sagens, de histórias e indícios, de uma oscila- (2013 – projecto em curso); Ungulani (2014);
dos tempos, aqueles que a percorre(ra)m e ção permanente entre presente e passado que Gurúè (2014 – projecto em curso); Paisagens
a habita(ra)m, aqueles que a construíram e prende o olhar. Cinemas, rádio, associações, Filipe Branquinho Interiores (2011-2015). A.S
Dobra por aqui
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 1147 ‡ DE JANEIRO DE 2016

go
ólo
c i
s o
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ir o

D
2 Savana 01-01-2016 Savana 01-01-2016 3
SUPLEMENTO
Savana 01-01-2016 27
OPINIÃO

Abdul Sulemane (Texto)


Ilec Vilanculo (Fotos)

o
log
Festas tristes
N
ormalmente quando chegam as festas de final do ano as famílias
procuram a todo o custo comemorar condignamente junto dos
seus. Até procuram pôr na mesa aquilo que durante o ano não
tiveram oportunidade de pôr. Isso acontece com as famílias sim-
ples, com baixo poder de compra. Essas famílias constituem a maioria dos

ció
moçambicanos. Agora, aquelas famílias cujo poder de compra nunca foi
problema, essas têm a mesa farta durante todo o ano.

Os chefes de família cujo poder de compra é baixo fazem sacrifícios para


que nestas festas os seus membros transitem de um ano para o outro com
uma mesa quase que farta. Fazem das tripas o coração para que os inte-
grantes das suas famílias comemorem a passagem de ano de forma digna.
Todos os dias reclamamos do elevado custo de vida e este ano com a

so
depreciação do metical face ao dólar o custo de vida apertou ainda mais
no bolso dos moçambicanos. O poder de compra reduziu drasticamente.
Os moçambicanos sentem cada vez mais o custo de vida. Quando vão ao
mercado deparam-se com uma subida galopante dos preços dos produtos
de primeira necessidade.
Com a chegada das festas de final de ano procuram comemorar junto das
suas famílias de uma forma condigna conforme os seus bolsos. Sempre na
perspectiva de que no próximo ano as coisas vão melhorar. Só que este ano
as coisas apertaram mais.
um
É notório ver no semblante de muitos integrantes de famílias que a pas-
sagem deste ano para o outro foi muito difícil comparado aos outros anos.
Todos anos o custo de vida é pesado, mas este ano parece que foi pior que
os outros anos. Mesmo com dificuldades, na passagem de ano víamos
alguma alegria nas famílias, mas desta vez é ao contrário. Reparem como
estes integrantes desta família vão para mesa servir. Todos com caras tris-
tes. Esta outra família não apresenta nenhuma alegria, mesmo estando
todos à mesa. Simplesmente comem sem nenhuma alegria.
Mesmo com dificuldades estávamos habituados a ver as árvores de natal
com aquelas luzes que toda a gente conhece.
nhece. Mas este ano não me recor-
de

do de ter visto esse ambiente colorido. Pelos momentos sombrios que se


vivem actualmente,, as crentes preferem rezar junto à árvore de natal por
tempos melhores.
Os jovens são conhecidos pelo seu ânimo de alegria. Mas a situação não
está fácil para ninguém. Por isso nesta outra imagem vemos que os jo-
vens estão calmos. Sentem que esta passagem de ano foi bem limitada em
termos de divertimento. Deu apenas para sentar e consumir o pouco que
havia. Para as crianças, o pouco é motivo para festa por isso dançam. Ain-
da não sentem o peso do custo de vida nos seus bolsos. Agora, para os que
io

têm responsabilidades de sustentar a família, sentiu-se que este ano não


tiveram razões para proferir a famosa expressão “festas felizes”. É mesmo
para dizer “festas tristes”.
ár
Di
À HORA DO FECHO
www.savana.co.mz EF+BOFJSPEFt"/099*t/o 1147
se
Diz-
IMAGEM DA SEMANA Foto Naíta Ussene
Diz-
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Familiares (IOF), realizado pelo SPVFTUBTFNBOBDBJYBTEFLHTPCBBMFHBÎÍPEFRVFP
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