CRIMINOLOGIA – ESCOLAS 02

ESCOLA CLÁSSICA:

Denominação dada pelo positivistas, de caráter pejorativo, à corrente

de pensamento que se desenvolve a partir da contribuição de
Beccaria.

ALGUNS DOS PRINCÍPIOS DEFENDIDOS POR BECCARIA:

Os cidadãos, por viverem em sociedade, cedem apenas uma parcela

de sua liberdade e direitos;

Por essa razão, não se podem aplicar penas que atinjam os direitos
não cedidos, como acontece com a pena de morte e nas sanções
cruéis;

As leis devem ser conhecidas pelo povo, redigidas com clareza para
que possam ser compreendidas e obedecidas por todos os cidadãos;

A prisão preventiva somente se justifica diante da prova da existência

de crime e de sua autoria;

A pena deve ser utilizada como profilaxia social, não só para intimidar
o cidadão, mas também para recuperar o delinqüente.

O pensamento de Cesare Bonesana, Marquês de Beccaria,

representou uma evolução do Direito Penal, ficando o movimento por
ele iniciado conhecido como Humanitário, em razão da defesa dos
direitos dos cidadãos.

O maior expoente da escola clássica foi Francesco Carrara, autor da

obra Programa del Corso di Diritto Criminale, cuja fundamentação
estava no jusnaturalismo, afirmando a existência de um lei eterna,
formulada por Deus, de onde surgem a sociedade, a autoridade e o
direito desta de proibir e castigar, tendo o direito de punir como única
justificação a justiça, mas quando é considerado um ato humano, é a
defesa da sociedade que é buscada. Logo o direito de punir é baseado
no princípio da justiça, mas limitado pela necessidade de defesa.
São postulados basilares da Escola Clássica (influência de Carrara):
O direito é congênito ao homem, segue a ordem imutável da lei
natural:

O direito é congênito ao homem, porque foi dado por Deus à

humanidade desde o primeiro momento de sua criação, para que ela
pudesse cumprir seus deveres na vida terrena.

O Direito é a liberdade. Portanto a ciência criminal é o supremo código

da liberdade, que tem como objeto subtrair o homem da tirania dos
demais, e ajudá-lo a livrar-se da tirania de si mesmo e de suas
paixões.

O Direito Penal tem sua gênese e fundamento na lei eterna da

harmonia universal;

O delito é um ente jurídico, já que constitui a violação de um direito,

isto é, o o delito é definido como infração, ou seja, a relação de
contradição entre o fato humano e a lei.

A responsabilidade penal é lastreada na imputabilidade moral e no

livre-arbítrio humano;

A pena é vista como meio de tutela jurídica e como retribuição da

culpa moral comprovada pelo crime. O fim primeiro da pena é o
restabelecimento da ordem externa na sociedade, alterada pelo delito.
Conseqüentemente, a sanção penal dever ser aflitiva, exemplar,
pública, certa, proporcional ao crime, célere e justa.

O método utilizado é o dedutivo ou lógico abstrato;

O delinqüente é, em regra, um homem normal que se sente livre para

optar entre o bem e o mal, preferindo o mal;

Os objetos de estudo do direito penal são o delito, a pena e o

processo.

Conceito de Crime de Carrara: é “a infração da lei do Estado,

promulgada para proteger a segurança dos cidadãos, resultante de um
ato externo do homem, positivo ou negativo, moralmente imputável e
politicamente danoso”.
Para o autor, só há crime quando presente os seguintes requisitos:
Imputabilidade moral (ter dado causa moral e material voluntária ao
delito);

Fato imputável ao agente enquanto conduta reprovável; e,

Danosidade social e legalidade penal.

Conceito de Crime de Carrara: é “a infração da lei do Estado,

promulgada para proteger a segurança dos cidadãos, resultante de
um ato externo do homem, positivo ou negativo, moralmente imputável
e politicamente danoso”.

Para o autor, só há crime quando presente os seguintes requisitos:

Imputabilidade moral (ter dado causa moral e material voluntária ao

delito);

Fato imputável ao agente enquanto conduta reprovável; e,

Danosidade social e legalidade penal.

São da mesma escola Romagnosi, Jeremias Bentham e Feuerbach.

ESCOLA POSITIVA:

Em oposição ao racionalismo que caracterizava o pensamento

jusnaturalista, e ainda sobre influência da filosofia positivista e o
florescimento dos estudos biológicos e sociológicos, surge a escola
positiva, como produto do naturalismo, sob a influência das doutrinas
volucionistas(Darwin e Lamarck); materialista(buchner, Haeckel e
Molenschott); sociológica(Comte, Spencer, Ardig e Wundt);
frenológica(Gall); fisionômica(Lavater), dentre outros.

Essa corrente, que surge num momento de profundas mudanças

culturais, em face da ineficácia do Direito Penal clássico, substituindo-
o por um sistema de prevenção especial, com base no estudo
antropológico do homem delinqüente e do crime como fato social.

São três as fases da Escola Positiva:

Antropológica (Cesar Lombroso: L’uomo delinquente, 1876);

Sociológica (Enrico Ferri: Sociologia Criminale, 1892); e,

Jurídica (Rafael Garofalo: Criminologia, 1885).

Na fase Antropológica destaca-se Cesar Lombroso, que parte da

existência de um criminoso nato. O infrator seria um tipo antropológico
específico(species generi humani). Também é o criador da
antropologia criminal.

Pensamento de Lombroso:

a) O crime é um fenômeno biológico, não um ente jurídico, como

afirmava Carrara. Por isso o método a ser utilizado em seu estudo é o
experimental e não o lógico-dedutivo dos clássicos;

b)O criminoso é um ser atávico e representa a regressão do homem

ao primitivismo. É um selvagem e nasce delinqüente como outros
nascem sábios ou doentios, fenômeno que na biologia é chamado
degeneração;e,

c) O criminoso nato apresenta características físicas e morfológicas

específicas, como assimetria craniana, orelhas de abano, fronte
fugidia, zigomas salientes, face ampla e larga, cabelos abundantes,
mancinismo e barba escassa, etc.

O criminoso nato é insensível fisicamente, resistente ao traumatismo,

canhoto ou ambidestro, moralmente insensível, impulsivo, vaidoso e
preguiçoso;

A causa da degeneração que conduz ao nascimento do criminoso é a

epilepsia que ataca os centros nervosos, deturpa o desenvolvimento
do organismo e produz regressões atávicas;

O criminoso nato é portado de loucura moral, que deixa íntegra a

inteligência, suprimindo, porém, o senso moral;

O criminoso é, assim um ser atávico, com fundo epiléptico e

semelhante ao louco moral, doente antes que culpado, pelo que se
recomenda o seu tratamento e não a sua punição.

Classifica os criminosos em: natos, por paixão, loucos e de ocasião.

“Rafaele Garofalo é o jurista da primeira fase da Escola Positiva; em
seu primeiro ensaio a respeito da mitigação das penas nos crimes de
sangue, já continha o fundamento doutrinário da Escola Positiva: a
preservação especial(pena visando a correção e adaptação do réu ou
a sua neutralização) aliada a preservação geral(intimidação), com a
prevalência da prevenção especial em caso de contraste. Como
critério da repressão é utilizado o conceito de periculosidade do réu,
novidade inserida com a Escola Positiva.

Com sua obra “Criminologia”, Garofalo procura estabelecer um

conceito natural de crime, identificando-o como violação daquela parte
do senso moral que consiste nos sentimentos de piedade e probidade,
na medida em que existem na comunidade”. V.F.Andrade.

Alguns princípios da Escola Positiva:

O crime é um fenômeno natural e social, estando sujeito às influências

do meio e aos múltiplos fatores que atuam sobre o comportamento;

A compreensão do fenômeno criminógeno exige a utilização do

método experimental ou positivo, para explicação de suas causas;

A responsabilidade penal é a responsabilidade social, resultado do fato

da convivência social, tendo por base a periculosidade do sujeito;

Alguns princípios da Escola Positiva:

O crime é um fenômeno natural e social, estando sujeito às influências
do meio e aos múltiplos fatores que atuam sobre o comportamento;

A compreensão do fenômeno criminógeno exige a utilização do

método experimental ou positivo, para explicação de suas causas;

A responsabilidade penal é a responsabilidade social, resultado do fato

da convivência social, tendo por base a periculosidade do sujeito;