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METODOLOGIA DA DANÇA

POLO: _____________________________________________________________
PROF(a).:___________________________________________________________
ALUNO: ____________________________________________________________
Sumário
VIAGEM PELO MUNDO DA DANÇA ................................................................................... 4
CONCEITO DE DANÇA E SEUS SIGNIFICADOS ............................................................ 4
COMPONENTES QUE INTEGRAM A DANÇA .................................................................. 6
Composição Coreográfica............................................................................................................... 6
Fundamentos da Dança .................................................................................................................. 6
Ritmo na Dança ................................................................................................................................ 6
Alongamento e Flexibilidade........................................................................................................... 6
FUNDAMENTOS DA DANÇA ............................................................................................... 7
Espaço - Forma - Tempo ................................................................................................................ 7
Forma ................................................................................................................................................. 7
Fatores Integrantes .......................................................................................................................... 7
Espaço ............................................................................................................................................... 8
Fatores integrantes .......................................................................................................................... 8
Tempo ................................................................................................................................................ 8
Fatores integrantes .......................................................................................................................... 9
HABILIDADES A SEREM DENVOLVIDAS EM DANÇA ................................................... 9
Conscientização corporal ................................................................................................................ 9
Composição Coreográfica............................................................................................................. 10
O domínio do movimento .............................................................................................................. 10
Construção do dançarino (a) ........................................................................................................ 10
Limpeza dos Movimentos ............................................................................................................. 10
DANÇANDO E CONHECENDO ......................................................................................... 11
Conhecendo o Corpo ..................................................................................................................... 11
Conhecendo os Sentimentos........................................................................................................ 11
Conhecendo a Cultura ................................................................................................................... 11
O QUE É DANÇA? ................................................................................................................ 12
Atividade Física - Dança ............................................................................................................... 12
Cultura - Dança ............................................................................................................................... 12
Espetáculo - Dança ........................................................................................................................ 13
RELAÇÃO DO CORPO COM A DANÇA ........................................................................... 13
Conscientização Corporal ............................................................................................................. 13
Relação – Saúde ............................................................................................................................ 14
Relação - Leveza e Flexibilidade ................................................................................................. 14
Relação - Condicionamento Físico .............................................................................................. 15
É POSSÍVEL HAVER DANÇA SEM MÚSICA? ................................................................ 15
O corpo fala ..................................................................................................................................... 15
Dança sem música ......................................................................................................................... 15
Expressão e impressão ................................................................................................................. 15
A IMPORTÂNCIA DA DANÇA ............................................................................................. 16
COMPOSIÇÃO COREOGRÁFICA ..................................................................................... 16
O elemento: Movimento Humano ................................................................................................ 17
O elemento: Expressividade ......................................................................................................... 18
O elemento: Técnica ...................................................................................................................... 19
O que significa a palavra "Técnica" ............................................................................................. 20
PRINCÍPIOS DO MOVIMENTO HUMANO ....................................................................... 21
1. RESPIRAÇÃO ........................................................................................................................ 21
2. EQUILÍBRIO ............................................................................................................................ 21
3. APOIOS ....................................................................................................................................... 22
4. FLUÊNCIA .................................................................................................................................. 26
REFERÊNCIA ........................................................................................................................ 29
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VIAGEM PELO MUNDO DA DANÇA

A dança é a linguagem artística que utiliza o corpo e seus movimentos a fim


de expressar sentimentos e sensações. Podemos afirmar que a dança está ligada
ao modo como entendemos os limites e possibilidades do corpo humano. Entretanto,
muito mais do que uma linguagem natural ou espontânea, a dança sempre se
relaciona com o contexto histórico-social em que ela se dá.
Os diferentes tipos de dança refletem e recriam os valores que damos à
beleza do corpo humano. Esses valores podem se manifestar no respeito às
diferenças ou em atitudes preconceituosas em relação a corpos que não condizem
com determinado padrão de beleza. Isso é claro, dependendo da época e local
onde se dá a manifestação dessa cultura. Por isso, o principal objetivo de se
trabalhar a dança como arte é o de conscientizar os seres humanos de que o corpo
é expressão, comunicação, conhecimento, emoção.
Assim, além de falarmos aqui dos elementos da (A Linguagem da Dança)
(corpo, espaço, força e movimento, as chamadas dinâmicas), podemos abordar os
aspectos sociológicos presentes nas diferentes manifestações de dança dos
diversos povos do mundo e períodos da (História da Dança), a fim de valorizar os
diferentes tipos e formas de expressão corporal de maneira lúdica, divertida e
criativa (Fundamentos da Dança).

CONCEITO DE DANÇA E SEUS SIGNIFICADOS

Considera-se dança uma expressão representativa de diversos aspectos na


vida do homem. Pode ser considerada como linguagem social que permite a
transmissão de sentimentos, emoções da afetividade vivida nas esferas da
religiosidade, do trabalho, dos costumes, hábitos, da saúde, da guerra, etc.
(COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.82).
Já para outros autores, o conceito de dança só poderá ser descrito e
compreendido pela experiência estética em dança, ou seja, o próprio ato de dançar,
não negligenciando o histórico da dança, mas sim querendo dar o significado de
dançar, como forma de expressão humana.
Visto que precisa ser construído “dançantemente”, sempre que experiencie a
dança, em diferentes tempos e espaços e não se perca de vista sua liberdade e
criação, vejamos o conceito de dança como uma poesia, que não pode ser
explicada, mas apenas sentida e interpretada.

(... do mesmo modo que na pintura, a concretude da


imagem, é o caso da dança. Mas enquanto que na pintura
o produto final permanece, seja numa tela, num mural ou
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em qualquer outro objeto, dando a oportunidade de


retornar a ele sempre que se tem vontade, o produto da
dança é momentâneo e passageiro e, para retornar a ele,
é necessário fazê-lo novamente, recuperando-o num novo
tempo-espaço... Em dança não existe o antes nem o
depois: só o durante (GERALDI, 1997).

A dança é tão antiga como a própria vida humana. Nasceu na expressão das
emoções primitivas, nas manifestações, na comunhão mística do homem com a
natureza. Segundo os estudos de Hannelore FAHLBUSCH (1990), os primeiros
documentos sobre a origem pré-histórica dos passos de dança, são provenientes de
descobertas das pinturas e esculturas gravadas nas pedras lascadas e polidas das
cavernas.
O homem que ainda nem falava, se utilizou do gesto rudimentar para
expressar suas emoções num ritmo natural. A dança na vida do homem primitivo
tinha muito significado, porque fazia parte de todos os acontecimentos de sua vida:
nascimento, casamento, mortes, caça, guerras, iniciação da adolescência, fertilidade
e acasalamento, doenças, cerimônias, colheitas.
Paulina OSSONA (1988) deixa claro os significados e os movimentos realizados
dentro das danças primitivas, que de alguma forma sempre queriam dizer alguma
coisa:

 A dança da chuva - realizada para chamar a chuva necessária para saciar a


sede e a própria plantação, os movimentos realizados imitavam o trovão
mediante girar no solo acompanhado do rufar de tambores e dando golpes na
terra. E se necessitava da parada de chuva, procurava distanciá-la
provocando ventos criados por meio do balanceio rítmico de leques de folhas
de palmeiras.
 A dança do sol – Se o desejo era que brilhasse o sol por mais tempo, para
que lhe desse maior margem para a colheita, realizava danças ao redor de
uma fogueira e saltava ou caminhava sobre ela.
 A dança da lua – Nessa dança imitavam-se as fases da lua, para que esta
influenciasse as mulheres grávidas, fêmeas prenhas e ainda as sementes.
 Na puberdade – Dançava para que essa força e puder lhe acompanhasse
durante sua juventude e maturidade como guerreiro, caçador, agricultor e
progenitor.
 A dança imitava os passos dos animais com o fim de atraí-los a miragem do
tiro e imitava também o seu acasalamento, para que se multiplicassem as
espécies. Na dança fazia mímica do combate e vitória. Dançava-se nos
casamentos, raptando a noiva. E nos sacrifícios, dançava-se para satisfazer
os deuses, ao redor dos enfermos para afugentar seu mal e ao redor dos
mortos para que seus espíritos se afastassem.
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 A dança se torna algo tão necessário quanto imprescindível em nossas vidas,


como forma de interagir e vivenciar nosso cotidiano.

COMPONENTES QUE INTEGRAM A DANÇA


Composição Coreográfica

O fenômeno da composição coreográfica, visualizado enquanto um potencial


na educação estética traz aspectos como a intuição, intencionalidade e a percepção,
ou seja, o indivíduo está inserido nesse fenômeno quando dança.

Fundamentos da Dança

Um dos aspectos fundamentais no trabalho de dança criativa é conscientizar


profundamente o esquema corporal, em movimento. Com o intuito de desenvolver e
aprimorar a percepção justa das formas, do espaço e do tempo, ou seja, dar-se
conta do como, onde e quando se sucedem as modificações corporais. Ter uma
dança bem fundamentada faz toda a diferença.

Ritmo na Dança

Não poderíamos falar da História da Dança sem falar dos ritmos que
envolvem a mesma. E o que isso significa para a humanidade em um todo. Ritmo
vem do grego Rhytmos e designa aquilo que flui, que se move, movimento regulado.
O ritmo está inserido em tudo na nossa vida. Nas artes, como na vida, o ritmo está
presente.

Alongamento e Flexibilidade
Para um bailarino, uma de suas qualidades físicas básicas, é executar
movimentos com grande amplitude articular. Sendo de extrema importância o
domínio completo do corpo e suas limitações, para que possamos ampliar sua
capacidade e colhermos bons frutos disso através da consciência corporal.
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FUNDAMENTOS DA DANÇA

Espaço - Forma - Tempo

Um dos aspectos fundamentais no trabalho de dança criativa é conscientizar


profundamente o esquema corporal, em movimento. Com o intuito de desenvolver e
aprimorar a percepção justa das formas, do espaço e do tempo, ou seja, dar-se
conta do como, onde e quando se sucedem as modificações corporais.
Conscientizar um movimento significa percebê-lo, incorporá-lo, conhecê-lo tanto
através dos movimentos como dos sentimentos, ou seja, de como ele acontece.

Forma

É a estrutura, a arquitetura do movimento, ou ainda, simplificando, é o


desenho resultante da ação corporal que se projeta no espaço.
Acrescente-se a essa ação um conteúdo ou significado e ela será
compreendida em sua totalidade, porque refletirá uma intenção, através da sua
função.
A forma reflete a ação externa e perceptível de uma intenção subjetiva,
através da constante e infinita troca de forma que o corpo pode realizar na dança.
Quando o aluno incorpora e assimila esses conceitos, ele se sente
encorajado ao desafio, na perspectiva da busca e da descoberta de novas formas.

Fatores Integrantes
 Variedade: A forma externa e visível de um movimento e a figura final.
 Contraste: Elemento componente da forma e que traduz o inesperado, a
surpresa.
 Equilíbrio: Mínimo do contato de apoio corporal com o solo. Desenvolve o
controle muscular e o poder de concentração, pode ser estático (parado) ou
dinâmico.
 Sequência: Sucessão de movimentos que se seguem interligados, porém
independentes entre si.
 Repetição: Número de vezes que um movimento ou sequência podem acontecer.
Variam as possibilidades de execução em diferentes planos, níveis e direções
 Harmonia: Disposição ordenada dos elementos que compõem um movimento.
Possui característica de regularidade, gerência e proporcionalidade.
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 Clímax: Ápice do movimento é uma ação inesperada, surpreendente. Ou grau


máximo da progressão dessa ação, que pode ser isolada, associada ou
conseqüente de outra ação.

Espaço

Onde o movimento de dança se processa, possui volume e densidade, ou


seja, comprimento, largura e altura. Os gestos e expressões se utilizam desses
elementos indispensáveis para dar significado, sentido expressivo do conteúdo,
quando falamos de espaço, referimo-nos ao todo do contexto onde a ação acontece
e não apenas aquela do piso que nos serve de apoio.

Fatores integrantes
 Sem deslocamentos corporais: Estão restritas ao espaço compreendido entre o
eixo longitudinal do corpo e a maior distância que os segmentos corporais
possam alcançar, sem deslocamento.
 Através de deslocamento: Onde o corpo se translada de um ponto a outro no
espaço.
 Utilizando o espaço aéreo: Por meio de saltos e suspensões.
 Espaço relativo ao solo: Através de quedas e rolamentos.
 Fatores Integrantes
 Direção: Indica o rumo que um movimento pode seguir.
 Desviado: Movimento que seguindo sua rota natural, imprevisívelmente muda de
direção.
 Distância: É o traçado realizado por um movimento de ato a outro ato do espaço.
 Planos: Quando o movimento é realizado frontal, sagital ou horizontal.
 Níveis: Referem-se à altura em que um movimento pode ser realizado.
 Nível Alto: Posição em pé, para cima (saltos).
 Nível Médio: Movimento realizado com joelhos ou tronco flexionados.
 Nível Baixo: Cócoras, ajoelhado, sentado e deitado.
 Direções: São as rotas, caminhos a seguir em relação ao eixo central do corpo.

Tempo

Subentende-se aqui o tempo referente a todas as coisas do universo e em


especial a dança.O ritmo na dança funciona, entre outras coisas, na utilização da
memorização de seqüências de passos, concretização da intensidade do movimento
e alimentação do poder de concentração. Estabelecendo um acentuado grau de
economia de energia, imprimindo um caráter dinâmico aos esforços.
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Fatores integrantes
 Pulso: Identifica o caráter de um movimento. Se é alegre, moderado, lento, sóbrio
ou vivaz.
 Acento: É o tempo mais forte ou acentuado de um movimento.
 Intervalo: Distância quase imperceptível de um movimento para outro, quando
em seqüência fluente.
 Duração: Medida de permanência de um movimento. E que pode ser percebido
do início até o seu final.
 Intensidade: Condicionada aos fatores energia ou força, liberados pela ação -
movimento fraco ou forte.
 Velocidade: Refere-se à aceleração ou retardamento na execução de
movimentos, podendo ser lenta, média ou rápida.

HABILIDADES A SEREM DENVOLVIDAS EM DANÇA

A dança é um movimento cultural e artístico do qual a principal ferramenta é


nosso corpo. Comecemos por aí. Temos que tratar nosso corpo com muito respeito
e dedicação, o artista da dança sempre está em busca da plena conscientização
corporal. Isto se faz necessário para obter o domínio sobre os movimentos e suas
reais amplitudes durante a execução de uma composição coreográfica.

Conscientização corporal

A conscientização corporal é um processo de trabalho corporal baseado na


auto-observação e na pesquisa de movimentos. Seu objetivo é promover o uso do
próprio corpo com conforto, eficiência sem esforço, graça, presença e integração
psicofísica.

Trabalha-se com micro movimentos sentidos e percebidos em ritmo próprio,


reação a estímulos sonoros, visuais e táteis, jogos, contato e improvisação. O
objetivo é identificar e Reesignificar padrões corporais na direção da harmonização e
da saúde.
A maneira de se posicionar e a conscientização corporal é muito importante,
pois é ela que desencadeará todo o processo dos desequilíbrios e das síndromes
dolorosas.
A boa postura na execução da dança é o principal fator para se evitar os
desequilíbrios posturais. Torna-se importante a conscientização do indivíduo do que
seria uma postura correta e qual a melhor maneira de se estar minimizando todo o
esforço pelo qual o corpo é submetido nas coreografias executadas.
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Composição Coreográfica

Quando a dança se elabora e se estrutura no tempo e no espaço, ela se


transforma no que conhecemos como arte do movimento, composição coreográfica,
obra de arte.

O domínio do movimento

O domínio das técnicas de dança também são muito importantes. Independe


do tipo, modalidade ou estilo. Tanto faz se é de um aspecto folclórico ou de
espetáculo. Quanto mais domínio tivermos sobre a dança que estamos executando
melhor irá ser a Performance em Dança. Podendo se dar vida ao movimento e não
apenas fazê-lo de forma mecânica e repetitiva. Dominar o movimento requer um
estudo minucioso do estilo coreográfico que se pretende dançar. Temos que repetir
o movimento e decifrá-lo nas sequências e comportamento. Para passarmos a
verdadeira mensagem que se pretende, sincera e dinâmica, impactante e versátil.

Construção do dançarino (a)

Construir uma experiência com a dança leva certo tempo, mas não podemos
ter pressa porque devemos aproveitar cada momento de trabalho e estudo para
elaborarmos e curtirmos intensamente cada aprendizado. O corpo faz uma leitura
mecânica e expressiva do movimento e se nesse aprendizado não estabelecermos
metas e certos cuidados, tais como, os vícios de erro. Podemos ficar com uma
gravação errada e sermos prejudicados posteriormente. Então a cada nova etapa do
desenvolvimento como dançarino não podemos ter pressa de aprender, mas sim
aprender do jeito certo e definitivamente correto, sem vícios.

Limpeza dos Movimentos

Um aspecto importante, não é a complexidade da coreografia e sim a limpeza


da mesma. Às vezes nos deparamos com composições coreográficas maravilhosas
com alto grau de desenvolvimento, mas o conjunto não está limpo. Tornando o
trabalho coreográfico comprometido em um todo.
Deve-se dar bastante importância a esse aspecto, por se tratar de um
componente chave para a beleza do espetáculo. Seja ele um solo, duo, pax-de-dex
ou um conjunto (grupo).
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DANÇANDO E CONHECENDO

Quando dançamos, independente do estilo ou tipo de dança, entramos em um


universo de conhecimento único. Tendo a oportunidade de vivenciar vários aspectos
que remetem a essa mesma dança.

Conhecendo o Corpo

Nosso corpo é a ferramenta para o desenvolvimento da dança e dos


movimentos que são complementados pela emoção que transmitimos através dele.
Então toda atividade de dança que realizamos traz um conhecimento bastante
intimo do nosso corpo. Aprendemos seus limites, amplitudes e capacidade.
Buscando a partir disso desenvolver cada vez mais nosso próprio potencial,
melhorando nosso conhecimento do corpo e aumentando nossas fronteiras.
Atingimos esse conhecimento através dos estudos do movimento, desde sua
elaboração até sua concepção, dando sentido a expressão representada por ele.
Porque quando dançamos queremos sempre transmitir algo.

Conhecendo os Sentimentos

Quando elaboramos uma coreografia ou fazemos parte dela, somente como


dançarinos, tanto para o coreógrafo quanto para quem irá executar a dança existe
uma experiência de conhecimento que precisa ser desenvolvida.
Essa experiência é a forma como vamos expressar os movimentos, tentando
passar uma mensagem através da coreografia a ser executada. Damos vida ao
espetáculo, interpretando a história da composição coreográfica. Essa expressão é
um complemento importante e precisa muito da maturidade corporal e sentimental
do dançarino (a). Muitas vezes sabemos executar os movimentos com perfeição,
mas eles se tornam vazios se não colocarmos a expressão. Devemos entender qual
mensagem se deve passar.

Conhecendo a Cultura

Em todas as modalidades ou estilos de dança, existem uma profunda ligação


histórica. De onde surgiu, quais foram às influências que sofreram. Em que época e
local da história humana vieram, qual tendência foi seguida.
Muitas danças são de fundo folclórico (representam a cultura de um povo),
outras foram se aperfeiçoando e absorveram técnicas e influências de vários
segmentos e povos.
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Algumas surgiram por acaso, outras foram criadas por uma necessidade de
se expressar. Então devemos conhecer a fundo a história que envolve a modalidade
de dança que praticamos, pois com isso fica mais fácil entender todo o conjunto de
coisas que envolve essa modalidade.

O QUE É DANÇA?

Se procurarmos desde os primórdios da humanidade, a dança sempre esteve


presente representando várias passagens. Sabemos que a dança representa a fé,
fertilidade, abundância, sofrimento, guerras, amor, entre vários outros aspectos
históricos do cotidiano da história humana.

Atividade Física - Dança

Muitos praticam a dança como atividade física para complementar o


organismo e ficar em forma. A dança realmente trás muitos benefícios, tais como,
maior flexibilidade, melhor oxigenação do sangue e metabolismo regulado de
maneira geral. Mas também trás uma higiene mental e psicológica. Quando fazemos
algo que gostamos e nos dá prazer, isso melhora nossa saúde mental de maneira
global. Quando se trata da dança então ai é significativo a melhora. Na dança
aprendemos a lidar com vários tipos de sentimentos, "aqueles que usamos para dar
vida ao movimento". Uma dança sem sentimentos não passa nenhuma energia ou
mensagem e o dançarino se torna vazio. Não tenha medo de colocar seus
sentimentos na dança, porque cada dançarino faz que sua dança se torne única.
Mesmo que esteja dançando a mesma coreografia que outros do grupo.
Com a prática da dança conhecemos nosso corpo e sua limitações, buscando
aperfeiçoar esse corpo para tirar melhor proveito dele, Por conseqüência estamos
sempre de bem conosco e a saúde sempre em alta.

Cultura - Dança

A dança é um seguimento da arte espantosamente enraizado na cultura de


um povo. Todos os povos do planeta, em todas as épocas de nossa história, usaram
a dança como mecanismo de expressão da sua cultura. A dança já foi usada para
louvar a deuses, rituais de fertilidade, cerimônias de guerra, casamentos, melhores
plantações, espetáculos de divertimento e outros milhões de motivos.
Quando se tem algum evento cultural que representa um povo e sua trajetória
dentro da história do mundo, lá vem à dança como carro chefe. Bem na frente em
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destaque. O carnaval por exemplo: As escolas de samba colocam a comissão de


frente, dançarinos representando o tema que a escola escolheu para o desfile.
Quem falou que tinha de ser a dança para abrir o desfile?
Isso é óbvio, a dança está em todos os momentos de nossa vida. Quando
casamos, quando fazemos aniversário de 15 anos (para as mulheres), em vários
acontecimentos sociais. A dança sempre vai estar à frente de várias coisas em
nossa vida.

Espetáculo - Dança

A dança com o passar do tempo também se tornou um movimento de cultura


de shows e distração, ou seja, o artista dançarino ganhou destaque nos palcos e
teatros de todo o mundo.
Desse movimento surgiram várias vertentes e modalidades de dança. Hoje
temos o (Tap Dance - Sua História), (Musical Teatro), (Ballet - Sua História) e vários
outros estilos.
O espetáculo de entretenimento surgiu como necessidade de vários motivos.
Um deles era de comemoração de casamentos na época das cortes da Europa,
outras linhas seguiam a distração das tropas na segunda guerra mundial e também
visando ganhar dinheiro com grandes montagens que percorreram vários teatros em
todos os lugares.
Espetáculos culturais também tiveram sua vez em festas folclóricas que
representavam seus povos e do outro lado manifestações culturais vindo das ruas,
tais como, (Dança de Rua - Sua História).

RELAÇÃO DO CORPO COM A DANÇA

Conscientização Corporal

Corpo não é apenas uma forma em movimento correndo, nadando ou


dançando. É, menos ainda, uma vitrine de marcas e logotipos. Instrumento do
homem no mundo, o corpo é possibilidade permanente de invenção de novas
finalidades e a disposição para vivê-las.
O corpo é o nosso referencial mais imediato e concreto. Operar um
computador, dirigir carro, jogar futebol, dançar, fazer amor, enfim toda e qualquer
iniciativa em toda e qualquer direção parte, invariavelmente, do próprio corpo.
Instrumento de comunicação do homem no mundo é por intermédio do corpo
que recebemos e emitimos informações, de fora e de dentro de nós. Entretanto, o
que comumente ocorre é o impedimento desse intercâmbio devido ao acúmulo de
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tensões que enrijecem os músculos, bloqueiam as articulações, afetam a respiração,


restringem os movimentos e comprometem o psiquismo, contribuindo para estressar
e dessensibilizar o organismo humano.
Conscientização corporal não é psicologia, doutrina religiosa ou fisioterapia.
Trata-se de um trabalho de auto-regulação do tônus muscular e de organização
postural, com técnicas de relaxamento, micro movimentos (consciência mio-ósteo-
articular = músculos, ossos, articulações), criatividade, dança livre. Seu objetivo é
controlar os níveis de estresse e promover a integração corpo mental, por meio da
Sensibilização: reativação dos órgãos sensórios.
Maria Helena Imbassaí*
* Poeta e contista, atriz e produtora teatral, professora de Conscientização Corporal na Escola Angel Vianna,
desde 1987 e no Centro Municipal de Saúde Ernani Agrícola, desde 1999.

A consciência corporal é um fator muito importante na vida de um dançarino


(a), o domínio da dança tem uma relação bastante íntima com esse seguimento.
Devemos trabalhar muito para adquirir essa técnica de conhecimento do corpo, ai
poderemos tirar o maior proveito possível da dança.

O corpo tem uma relação completa com a dança, por vários motivos. Alguns
deles são: Saúde, Leveza, Flexibilidade e Condicionamento Físico.

Relação – Saúde

Quando praticamos a dança, usamos uma ferramenta bastante complexa que


é o corpo e aí passamos a dar real valor a essa ferramenta. Nos alimentamos
melhor, buscamos sempre estar em dia com a saúde dormindo e descansando
adequadamente. Com isso melhoramos de maneira global nosso metabolismo e
qualidade de vida.

Relação - Leveza e Flexibilidade

Com a prática dos exercícios que envolvem as técnicas de dança e até


mesmo com a própria dança, adquirimos muita flexibilidade nos movimentos como
um todo, facilitando a oxigenação dos músculos e trazendo por consequência muita
leveza ao organismo e estrutura muscular. Isso traz uma sensação muito gostosa,
pois o corpo esta em dia consigo mesmo.
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Relação - Condicionamento Físico

Bom o próprio nome já diz, o condicionamento físico mantém o corpo num


patamar elevado de satisfação. Temos mais fôlego para as atividades cotidianas e
nos cansamos bem menos. A expectativa de vida aumenta e o metabolismo como
um todo melhora significativamente.

É POSSÍVEL HAVER DANÇA SEM MÚSICA?

O corpo fala

Isso mesmo nosso corpo está em constante comunicação com tudo e todos
ao nosso redor. A comunicação não só se dá somente pela fala, mais sim pela
expressão que o corpo projeta em um diálogo muitas vezes silencioso. O corpo em
um todo é responsável por mais de 80% da comunicação. Então podemos concluir
que para transmitirmos algo muitas vezes não necessitamos sequer de uma palavra.

Dança sem música

A dança pode sim se dar em um âmbito de total silêncio, porque muitas vezes
a coreografia por si só passa uma mensagem muito profunda e impactante. Com
significado que está amplamente ligado ao contexto do que se esta dançando.
A música é um complemento importante na coreografia, mesmo porque
muitos seguimentos da dança surgiram depois de movimentos musicais que se
relacionam. Mas também hoje existe muitas danças que se dão às vezes sem a
música e passam uma expressão mais viva do que se tivessem sendo
acompanhadas por algum tipo de som.

Expressão e impressão

Quando dançamos com música, geralmente seguimos uma lógica que a


própria música impõe. Mas quando não há música o corpo fica livre para se
expressar e causar outra impressão. Faça uma experiência e monte uma sequência
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coreográfica sem música dentro de seu estilo. Dance sem música, depois coloque
uma música e dance novamente. Se observar verá outro sentido, outra visão. Alguns
dançarinos não conseguem se expressar na coreografia sem que haja música, mas
na verdade a música é só um complemento.

A IMPORTÂNCIA DA DANÇA

Ao passar dos dias, é notável a consciência da importância da dança como


forma de expressão do ser humano. A dança hoje é percebida por seu valor em si,
muito mais do que um passatempo, um divertimento ou um ornamento.
O desenvolvimento do ser humano como um todo se dá de maneira bastante
ampla.

TÁTIL – Sentir os movimentos e seus benefícios para o corpo.

VISUAL – Ver os movimentos e transformá-los em atos.

AUDITIVO – Ouvir a música e dominar o seu ritmo.

AFETIVO – Emoções e sentimentos transpostos na coreografia.

COGNITIVO – Raciocínio, ritmo, coordenação.

MOTOR – Esquema corporal.

COMPOSIÇÃO COREOGRÁFICA

Os elementos que constituem a composição coreográfica:

Movimento humano;

Expressividade;

Técnica;

Justifica-se por acreditar que este conjunto não pretende encontrar verdades
no caminho da construção dos conhecimentos, mas sim visualizar possibilidades
permitidas através da expressão corporal em si mesmo.
O fenômeno da composição coreográfica, visualizado enquanto um potencial
na educação estética, traz aspectos como a intuição, intencionalidade e a
percepção, ou seja, o indivíduo está inserido nesse fenômeno quando dança.
17

O conceito da dança traz um olhar mais detalhado sobre a composição


coreográfica, principalmente em sua estrutura. Em meus estudos percebi que se dá
muita importância para o produto final, a coreografia pronta. Mas temos que ter uma
atenção especial na técnica do movimento. Porque qualquer tipo de dança, exige um
grau de técnica dentro do estilo que se está dançando.
“Não existe dança sem técnica, ou seja, sem um produzir que é poesis” (SARAIVA
KUNZ et all, 2005, p.121).

O elemento: Movimento Humano

Para Dantas (1999) dançar é imprimir no corpo a sensação do movimento.


Focalizando a reflexão de movimento humano para o movimento na dança
este é considerado a matéria – prima desta arte, e como forma simbólica, é efêmero,
fugaz e transitório.
Um interessante paradoxo elucidado nas teorias abordadas por Saraiva Kunz
(2003), aponta que ao mesmo tempo em que a dança é muito mais que um
movimento, ela não é mais do que um movimento e justamente na tentativa de
esclarecer esta proposição é que precisamos trazer outros pontos para discussão
como a questão da gênese do movimento na dança.
Dantas (1999) também realiza afirmações que vão ao encontro desse
posicionamento, afirmando que o movimento na dança postula sua inutilidade e sua
plenitude, pois ele não existe para cumprir outro fim que não o de ser
exclusivamente movimento, segundo esta autora, quem dança o faz porque realiza
movimentos que não possuem, aparentemente nenhuma utilidade ou função pratica,
mas que possuem sentido e significado em si mesmo, recriados, revividos a cada
momento.
Merleau-Ponty (1999) denomina o movimento na dança como um movimento
abstrato, pois este inaugura no corpo um processo de reflexão e construção da
subjetividade, superpondo o espaço físico um espaço virtual ou humano, para ele a
possibilidade de projeção torna possível a organização dos dados sensíveis em um
sistema de significações.
Os movimentos fogem do sentido lógico é são colocados com expressão de
sentimentos para passar uma mensagem através da dança que está sendo
executada. Não se pode marginalizar os movimentos, colocando expressões vazias
na composição coreográfica.
No movimento humano em si, se tem uma mistura de mecânica pura do
mesmo, mas também uma carga de experiências vividas pela cultura do indivíduo
que dança.
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O elemento: Expressividade

"A expressividade dos gestos representa a possibilidade discursiva do contato


imediato com o mundo da percepção (...)" Merleau-Ponty, 1999

Ao utilizar o termo vivenciar a dança, estamos evidenciando outra questão


importante neste estudo, quer dizer, para que um sujeito se expresse e mergulhe
nessa aventura que é a arte da dança, não basta estar reproduzindo movimentos
adequadamente, pois há a necessidade de outras percepções e sentidos, a fim de
ultrapassar um simples conjunto de movimentos já estruturados, cuja criação não é
singular.
Conseqüentemente o sujeito não se entrega à aventura de interpretar e
expressar-se artisticamente. A expressividade faz-se presente no comportamento
humano, na vida humana, entretanto, é preciso focalizar para esse fenômeno no
contexto artístico, mais especificamente na composição coreográfica, questionando
a respeito da essência da expressividade no ato de coreografar.
Como se relaciona o fenômeno da expressividade na coreografia em relação
à supremacia do domínio técnico?
Como ampliar a visão reducionista do conceito de expressão e técnica? Ou
seja, como chegar a essência da expressão nos movimentos que constituem uma
coreografia?
Conforme Müller (2001) Merleau-Ponty tendo como intuito o ataque à diplopia
cartesiana propõe o conceito de expressividade da experiência, entendendo esta
como a maneira espontânea cujo contato institui significação ou fenômenos (p.15).
Desta forma, este autor concebe expressão como a operação primordial na
forma da qual nossas experiências gestuais induzem fenômenos ou significações
simbólicas.
Lembrando que estas eram destituídas de valor cognitivo por Descartes,
passaram assim a fazer parte das reflexões filosóficas a cerca dos fenômenos,
considerando estas indissociáveis da nossa existência, reconsiderando o contato
primordial do corpo próprio com as coisas mundanas e com o outro (MÜLLER, 2001
p.26).
Aqui o autor da pesquisa quer dizer que temos que colocar expressividade
nos movimentos, e que para isso usaremos a carga de experiências vividas na vida
cotidiana do indivíduo, usando o espontânea e o primordial.
O movimento ganha vida através da expressão e não só se repete como uma
série mecânica do corpo. Mas tendo que passar uma mensagem, sinergia. Para
atingir seu objetivo que é o de expressar uma emoção através da composição
coreográfica.
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A conclusão disto é que temos um casamento perfeito entre o primeiro


elemento: O movimento e o segundo elemento: A expressividade. Não podendo
deixar de fora e terceiro elemento: A técnica.

O elemento: Técnica

"O decisivo da técnica não reside, no fazer e manusear, nem na aplicação de


meios mas no descobrimento." (Heidegger ,2002,p.18)
A dança traz como um de seus elementos a questão da técnica, entretanto se
faz necessário explorar tal elemento, a fim de ampliar suas possibilidades e
vislumbrar problemáticas e equívocos que cercam a experiência e o ensino da
dança.
Na história da humanidade a técnica representa um fenômeno dinâmico e
presente praticamente em todos os domínios da vida, na dança apresenta-se
enquanto um elemento que em certa medida acaba se sobrepondo a experiência
estética, remetendo-nos a um conceito e uso reducionista e vulgar desse elemento.
Para Mauss (apud Saraiva Kunz et all, 2005,p.120) “(...) o primeiro e mais
natural objeto técnico, ao mesmo tempo meio técnico do homem é seu corpo”.
No entanto, na dança ainda se observa a compreensão de que a técnica
refere-se a um meio para se chegar a um determinado fim, um modo de controle do
saber fazer em detrimento de uma obra final, como bem exemplifica Heller (2003,
p.100) “... movo meu corpo de uma forma tal e qual para que o público veja uma
determinada expressão em meu corpo”.
“Segundo o mesmo autor nesse agir, onde a técnica está a serviço de uma
representação de um movimento, reina a instrumentalidade e o princípio de
causalidade”. Outra questão a ser discutida está no esvaziamento da expressão
“técnica”, que não guarda mais o mesmo significado da arte, da techne.
Hoje quando se fala em técnica do corpo que dança, refere-se ao controle e
eficiência de seus movimentos; voltado à ação mecânica que leva a uma relação de
causa e efeito.
Os autores acima citados querem dizer que, mesmo se dominando a técnica
de determinado estilo de dança isso não traz garantias de um trabalho bom de
composição coreográfica.
Se mais uma vez não fizermos um casamento perfeito entre o movimento e a
expressividade, somando-se a técnica. Não conseguiremos elaborar de forma
definitiva a Composição Coreográfica.
20

O que significa a palavra "Técnica"

Técnica deriva do grego Techné, o fazer artístico, Conforme Abbagnano


(1999) o significado mais antigo desse termo indica que o sentido geral da mesma
coincide com o sentido geral de arte, compreendendo qualquer conjunto de regras
apto a dirigir eficazmente uma atividade qualquer. Significando também criar,
produzir, artifício, engenhosidade, habilidade.
Segundo Fensterseifer in Fensterseifer e González (2005), para os gregos a
noção de técnica significava o conjunto teórico - pratico das técnicas intelectuais,
corporais e fabris, neste sentido, o entendimento de técnica possibilitava uma
dimensão “desveladora”, que acompanhava também os contornos da “physis” a qual
compreende a noção de totalidade orgânica que abarcava a “unidade- indivisível-
indissolúvel- de todas-as-coisas-de todas as dimensões e aspectos” (p.396).
Não podemos desconsiderar o terceiro elemento: A Técnica, por se tratar de
fundamental importância para elaboração do movimento de forma livre e centrada no
objeto: Corpo. Mas temos que somá-lo a todos os outros elementos, para se ter um
conjunto que se completa como um todo.
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PRINCÍPIOS DO MOVIMENTO HUMANO

1. RESPIRAÇÃO
A respiração correta favorece a saúde de todos, mas dentro das artes
corporais, como a dança, ela é decisiva para a qualidade expressiva e artística. A
respiração incorreta possibilita um número menor de movimentos além de provocar
uma ruptura na seqüência de harmonia da dança.
A respiração adequada facilita, principalmente, a fluência do movimento, isto
é, a precisão e continuidade do mesmo. A inalação deve ser associada a
movimentos de expansão e liberação do corpo. A exalação deve ser associada a
movimentos de contração. A prática dessa técnica permite a integração corporal,
pois os exercícios trabalham o corpo como um todo indissociável, sem fragmentar
movimentos de braços e pernas em que o centro fica esquecido.
Além da melhora na expressividade, o método também ajuda a prevenir
lesões, compensando relativamente os movimentos repetitivos. A respiração
consciente é essencial no processo de compreensão do movimento, no trabalho
simultâneo e harmônico de corpo e mente. O ideal é deixá-la fluir sem suspendê-la
ou bloqueá-la para que se tenha não somente uma substancial melhora na
qualidade da dança e dos demais exercícios físicos, como também na qualidade de
vida.

2. EQUILÍBRIO

O equilíbrio é definido como um estado de equilíbrio corpóreo, caracterizado


por calma, e um cancelamento de forças opostas para todos os lados. Consegue ver
isso em câmera lenta muitas vezes em competições de atletismo na TV. Se um
atleta for PERFEITO pode-se ver a rotação ao redor de um eixo, aterragens
perfeitas, e esses momentos de espetáculo quando tudo parece ser fácil.
Frequentemente a única coisa esmagando as esperanças do atleta é a agitação final
dos pés quando aterra levemente... fora de equilíbrio.
Manter um equilíbrio é principalmente coordenado por três sistemas. O
primeiro é o vestibular ou sistema auditivo, localizado no interior da orelha, que age
como um "equilíbrio do carpinteiro" para mantê-lo nivelado. O segundo sistema de
equilíbrio usa nervos chamados “proprioceptores” que são localizados nos músculos,
tendões, e rótulas. Dão-lhe consciência da sua posição do corpo num espaço
tridimensional. E finalmente, há o sistema visual, que envia sinais dos olhos ao
cérebro sobre a posição do corpo.

Antes de mais, veja se o movimento real da dança pode fazê-lo pensar que
estão equilibrados, quando anda de pé a pé. Tente dançar as suas coreografias
lentamente, sozinho, assegurando-se de que está seguro em cada passo, e
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equilibrado em pivôs e voltas. Use a pressão no chão para o equilíbrio, foca os seus
olhos, e encontra o teu centro. Gradualmente vá aumentando o ritmo ainda sozinho.
Então faça a mesma coisa com seu parceiro (a), começando lentamente, verificando
cada passo e ação para o equilíbrio. Lentamente aumente o ritmo com o seu
parceiro (a).

3. APOIOS

Os movimentos se efetuam em:


 Bipedestação sobre os dois pés resultando em deslocamentos em várias
posições;
 Unipedestação sobre um só pé deslocando o corpo sobre um pé ou de um pé
para outro como nos saltos.

4. DINÂMICA POSTURAL

É a nuance da distribuição do corpo no espaço temporal, executando formas


COM OS DIFERENTES MOVIMENTOS E DIFERENTES APOIOS; dentro de um
ritmo próprio.
É importante para o professor entender e analisar os fatores básicos da
Dança: Corpo, Espaço, Tempo, Peso, Fluência e Esforço.
O movimento se manifesta nas correlações das ações corporais dentre o
esforço e os elementos de Peso, Tempo, Espaço, Fluência e conforme combinados
produzem graduações particulares de ação.
Os fatores básicos do domínio do movimento (Laban, 1978), definem a
atitude de quem dança. Eles facultam a percepção através das sensações que
aliados à intenção do movimento e de como ele é expresso, dão vida e expressão à
Dança.

FATORES BÁSICOS DO MOVIMENTO

A educação pelo movimento facultado pela Dança/Educação constitui fator


essencial e efetivo para que o ser humano desenvolva suas capacidades,
habilidades e integralmente suas potencialidades.
O movimento para a Dança/Educação constitui uma atividade essencial e
dinâmica na vida da criança. A Educação do movimento permitirá à criança executar
tarefas e resolver problemas.
Segundo LABAN, os fatores do movimento são:
PESO: pesado ou leve;
ESPAÇO: movimentos grandes ou pequenos;
TEMPO: rápido ou devagar;
FLUXO: contido (contorções), leve ou livre.
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OBS: Ao se criar um personagem pode se utilizar desses fatores.

Também afirma que as ações do movimento são oito:


ESPANAR FLUTUAR
PONTUAR TORCER
CHICOTEAR PRESSIONAR
SOCAR DESLIZAR

O como o corpo se move estuda as qualidades expressivas do movimento,


as dinâmicas do movimento das quais fazem parte os quatro fatores: peso, espaço,
tempo e fluência. Essas dinâmicas trazem significados e significações as ações do
corpo no espaço, expressando nossas sensações e transformando-as em ações.
Cada fator tem suas características, as quais foram trabalhadas durante as aulas
conforme a demanda do trabalho e de todos os envolvidos. O quadro abaixo pontua
as particularidades de cada um deles.

Fator de Qualidades Relativo a Desenvolve a Afeta o poder


movimento humano de

Fluência Livre ou Como Progressão Sentimento


controlada

Espaço Direto ou Onde Atenção Pensamento


indireto

Peso Leve ou O que Intenção Sensação


firme

Tempo Prolongado Quando Decisão Intuição


ou
repentino

LABAN (1978, p. 186)

1. PESO

É a energia, força muscular usada na resistência do peso do corpo.


É uma ação básica de esforço do movimento ligado aos dois elementos
fortes ou firmes e leves ou toques suaves; refere-se à resistência do corpo pesado
ou leve.
A atitude firme resulta em movimentos vigorosos. A atitude leve consiste no
esforço de uma resistência fraca ao peso de uma sensação de movimento leve ou
pela ausência de peso.

ATIVIDADES:
Movimentos de alternância entre as duas atitudes, experiências resultantes
do uso dos contrastes como pisar leve ou vigoroso, socar e acariciar.
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2. TEMPO

Elemento necessário à observação das ações corporais que se processam


durante um período de tempo e podem ser medidos com exatidão pelos seguintes
aspectos:
 VELOCIDADE: rápida, normal, lenta, entre outras;
 RITMO: acelerado, retardado, moderado, presto (rápido), prestíssimo em
relação direta com as sequências de movimento;
 PAUSA: retenção de movimentos por um espaço de tempo como no
movimento em potencial;
 ACENTO: conotação de ênfase dado à execução do movimento e se
expressa na unidade de tempo;
 UNIDADE: de tempo é a distribuição das sequências de movimento pela
divisão dos mesmos pelos compassos: binário, ternário e quaternário da
unidade de tempo proposta.

ATIVIDADES:
Uso de movimentos em experiências de rapidez e súbitos que envolvem o
corpo como um todo ou parte do mesmo (saltos, piruetas, contrações e torções
rápidas do tronco).
A exploração da qualidade lenta pode se processar através de encontros ou
separações de partes do corpo (gestos lentos e movimentos integrados ao ritmo
respiratório).

TEMPO-RITMO
O Ritmo é:
 A distribuição dos elementos no espaço em suas partes e no todo e pela
combinação de elementos formando grupos;
 A força potente que liga vários elementos da Dança dentro de uma estrutura
harmoniosa e unificada;
 A cadência do corpo para vencer a gravidade da terra;
 A distribuição da velocidade: acelerar, retardar e parar;
 A sensação interior, emocional, filosófica e psicológica do ser.
Pode ser individual ou grupal.
O ritmo individual no movimento são as interações de forças das contrações
musculares pela distribuição de energia que refletem no movimento.
O ritmo do grupo é a forma conjunta de distribuição dos movimentos na inter-
relação sincronizada de distribuição da energia, da força, da intensidade e da
velocidade da força e da reação da energia. Geralmente são conseguidos por
reações de ações estimuladas por vibrações acústicas.
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Na Dança o ritmo é a disposição harmônica entre o movimento em potencial e


o movimento liberado em diferentes intensidades, vibrações e velocidade da reação
destes estados de movimento.

CARACTERÍSTICAS DO RITMO

INTENSIDADE: grau maior ou menor de sons fortes ou fracos.


DURAÇÃO: período de espaço temporal; acentos são executados pelas batidas
fortes ou fracas de um compasso musical.
FIGURAS: são as figuras negativas (silêncios ou pausas) e as positivas (sons ou
notas)
RITMO: elemento instrumental que se desenvolve paralelamente ao movimento. No
homem, o ritmo é: a pulsação (fisiológica), a tensão X relaxamento (físico) e o
controle de formas rítmicas (psíquico).
O movimento e o ritmo são inter-relacionados e interatuantes, se apóiam
reciprocamente.

SELEÇÃO DO RITMO PARA A AULA DE DANÇA

A seleção do ritmo para a aula de Dança se processa em:


 Função do movimento;
 Função dos grupos sociais que freqüentam as aulas;
 Função da faixa etária:
3 anos – ritmo natural binário;
4 anos – ritmo quaternário;
7 anos – ritmo ternário;
10 anos – apto para qualquer ritmo.

3. ESPAÇO

É o lugar que o corpo ocupa na base chão ou ar executando formas


(angulares, torcidas, circulares) com seu contorno de massa e/ou a expansão dos
movimentos nos planos, direções, extensão e sentidos.
O sistema de alavancas permite o corpo tomar lugar no espaço fazendo com
que o mesmo alcance a distância e extensão do corpo:
 Nos planos do corpo em relação ao espaço frontal, sagital e
horizontal;
 Nas direções do espaço – direita, esquerda, frente, atrás, lado e
suas vinte combinações pelo espaço pessoal (kemisférico) e global
ou em altura e profundidade.
Consiste em uma aça de esforço onde a atitude pode ser indireta, flexível ou
direta percorrendo um caminho em linha reta, refere-se à direção do movimento em
expansão ou plasticidade.
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 Elemento do esforço de uma atitude direta: movimentos com linhas


estendidas no espaço em várias direções e diversos pontos do
espaço com uma consciência corporal global.
 Elemento do esforço flexível: movimentos ondulados, gestos que
envolvem o espaço circundante ao corpo ou sensação de estar em
toda parte.

ATIVIDADES:
Deverão ser criadas evitando imitações ou movimentos estereotipados.

Aspectos elementares necessários para observação de ações corporais


Direções Frente
Esquerda frente Direita frente
Esquerda Frente
Esquerda atrás Direita atrás
Atrás
Planos Alto
Médio
Baixo
Extensões Perto normal longe
Pequena normal grande
Caminho Direto Angular Curvo

4. FLUÊNCIA

É o controle ou expansão do movimento ou das partes do corpo pelos


centros nervosos em relação à reação de estímulos internos e externos. Depende de
uma coordenação muscular mais fina e requintada para responder com precisão e
clareza à execução dos movimentos seqüenciais.
É o primeiro fator observado no desenvolvimento do agente. Ao se observar
um bebê, é possível ver seus movimentos de expansão e contração; é a fluência se
manifestando com qualidades de esforço liberadas e/ou controladas. Ele apenas
"flui", sem muito domínio deste fluir do movimento. A tarefa do fator Fluência é a
integração (tarefa refere-se ao aspecto que o fator de movimento auxilia a
desenvolver). A integração do movimento traz sensação de unidade entre as partes
do corpo. A atitude relacionada à Fluência é a progressão do movimento, que pode
ser livre ou contida, informando (informação refere-se ao aspecto de participação
de atitude interna no movimento) o como do movimento: mais ou menos integrado
(liberado) ou mais ou menos fragmentado (contido).

FLUXO LIVRE: fluente e incontrolável é reconhecido em uma ação difícil de


ser interrompida subitamente como em rotações, saltos, rolamentos; consiste em um
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fluxo libertado e na sensação de fluidez do movimento. Qualidade livre é descrita


como: fluente, abandonada, continuada, expandida.

FLUXO CONTIDO: de fluência controlada, organiza-se numa prontidão


interna para parar a ação a qualquer movimento dado cuja fluência parece fluir para
trás, ou seja, numa direção contrária a da ação. Qualidade contida é descrita como:
cuidadosa, restrita, contida, cortada, limitada.

ATIVIDADES

Certas experiências de esforço pela ativação e pela libertação do fluxo ou


fluir para fora, em sequências que envolvem correr, rolar, saltar, crescer, encolher –
sem pausa entre uma ação a outra ação total como ocorre no movimento de uma
substância fluida.

Aspectos elementares necessários à observação de ações corporais


Fluxo Indo Interrompendo Detendo
Ação Contínua Aos trancos Parada
Controle Normal Intermitente Completo
Corpo Movimento Série de posições Posições

O CORPO NA DANÇA

Região limitada do espaço constituída pela matéria.


A Dança analisa o corpo em relação ao indivíduo e ao ambiente, dividindo o
corpo em: individual e relacional.
O corpo tem orientação espacial tridimensional, ou seja, altura, largura e
profundidade no espaço que circunda o corpo à sua volta – é a kinesfera ou espaço
global. Cada indivíduo tem a sua esfera pessoal de movimento, que ele carrega
consigo através do espaço global. Este pode ser definido como o espaço que fica
além do alcance do corpo em extensão máxima.

PARTES DO CORPO USADAS NA DANÇA

Parte Axial: cabeça/coluna


Parte Segmentar: membros superiores e inferiores
Parte Segmentar dos Segmentos:
braço/antebraço/mão/dedos/coxa/perna/pé/dedos.
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O CORPO NO ESPAÇO

Direções

Frente
Esquerda frente Direita frente
Esquerda Direita
Esquerda atrás Direita atrás
Trás

BASES DE SUSTENTAÇÃO DO CORPO

As bases de sustentação do corpo são: de pé, ajoelhada, sentada e deitada.


As Puras são: fundamentais, conseqüentes e combinadas. Ex.: de pé ou
ajoelhada.

POSIÇÕES DO CORPO

As posições do corpo consistem em:


 Unidade fundamental: 1ª posição
 Posições aproximadas: 1ª, 3ª, 5ª e 6ª (cruzada)
 Posições afastadas: 2ª, 4ª, 7ª e 8ª (cruzada)
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REFERÊNCIA

SOUZA, Rogério Douglas Pedro de. (Org.). Mundo da dança. Disponível em:
http://mundodadanca1.blogspot.com/. Acesso em 30 de mar. de 2013.

LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. 4ª Ed. Organizada por Lisa Ullmann. São
Paulo: Summus, 1978.

NANNI, Dionísia. Dança Educação: Princípios, métodos e técnicas. 5ª Ed. Rio de


Janeiro: Sprint, 2008.

SGARBI, Fernanda. Entrando na Dança: reflexos de um curso de formação


continuada para professores de Educação Infantil. 2009 Tese (Mestrado em Artes)
Universidade Estadual Paulista (UNESP) ‘Júlio de Mesquita Filho” – Instituto de
Artes, São Paulo.

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