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1. Introdução

O processo de execução é o segundo processo tratado pelo CPC.

No processo de conhecimento a atividade principal é a cognição para se verificar a


existência ou não do direito, constituindo ou condenando. O processo de conhecimento
tende à pesquisa do direito dos litigantes
- No processo de execução a finalidade é a satisfação forçada de um direito de crédito. É
permitir a realização do direito objetivo através da invasão no patrimônio do executado
(que pode não ser o devedor, mas o fiador, p. ex.). O processo de execução parte da
certeza do direito do credor e do seu título executivo; Não há decisão de mérito na ação
executória;

A partir da Lei 10.444/2002 buscou-se confinar toda atividade executiva de obrigação de


fazer e de entregar coisa no âmbito da mesma relação processual.

A partir de então o âmbito da “autonomia” da ação executiva passou a ser excepcionado.

Passou-se a denominar o processo de processo sincrético, pois reunia fases de


conhecimento e de execução. (Dicionário Aurélio: Tendência à unificação de idéias ou de
doutrinas diversificadas e, por vezes, até mesmo inconciliáveis. Fusão de elementos
culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só elemento, continuando perceptíveis
alguns sinais originários.)

A evolução culminou com a Lei 11.232/2005 que instaurou o mesmo regime para as
obrigações de pagar.

A doutrina passou a discutir a terminologia desta “nova execução”. Uns denominam de


“atuação executiva”(Paulo Afonso Brum); outros de “cumprimento de sentença”. Diz o
CPC:
Art. 475-I. O cumprimento da sentença far-se-á conforme os arts. 461 e 461-A desta Lei
ou, tratando-se de obrigação por quantia certa, por execução, nos termos dos demais
artigos deste Capítulo.

a) Cumprimento da sentença: pode ser entendido num sentido amplo (é o nome do


Capitulo X do CPC – é o gênero) ou num sentido restrito (execução das obrigações
de dar e fazer 475-I

b) Execução: específica para as obrigações de pagar.

Porém o art. 475-N fala “são títulos executivos judiciais” e não títulos de cumprimento de
sentença

2. Classificação das espécies de execução.

2.1- Quanto à origem do título: execução fundada em titulo executivo judicial


e execução fundada em titulo executivo extrajudicial

Segundo Liebman, o título funciona como “condição necessária e suficiente da execução”,


observado o tradicional principio “nulla executio sine titulo”.

O inadimplemento da obrigação e o titulo executivo são condições da ação executiva. O


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inadimplemento corresponde ao interesse de agir e o titulo executivo corresponde à
possibilidade do pedido.

Araken de Assis: “o juiz no processo de execução necessita de ancora explicita para


ordenar os atos executivos, do mesmo modo que o construtor de edifício sem o respectivo
projeto não saberia como tocar o empreendimento”.
Eficácia do Titulo: o titulo constitui a prova pré-constituída da causa de pedir, consiste na
alegação de que o devedor não cumpriu espontaneamente a obrigação ou o direito
reconhecido na sentença.

Efeitos do Titulo:
- Para o credor: o titulo confere posição de vantagem ao credor. Principio do “Desfecho
único”;
- Para o Estado: dever do Estado de prestar a tutela executiva
- Para o devedor: seu patrimônio se submeterá à agressão dos meios executórios. É o
que Liebman designa de responsabilidade patrimonial.

Caracteres do Titulo:
Nas lições de Carnelutti:
o titulo é certo quando não há Duvida acerca de sua existência
o titulo é liquido quando não existe suspeita quanto ao seu objeto
o titulo é exigível quando não há objeção quanto a sua atualidade

Há títulos desprovidos de liquidez e/ou exigibilidade. Quanto à certeza, esta varia de grau.

- Certeza

Dos três atributos apenas a certeza é constante, jamais surgindo posteriormente.

O CC 1916, Art. 1.533. Considera-se líquida a obrigação certa, quanto à sua existência, e
determinada, quanto ao seu objeto. O atual CC não traz nenhuma definição.

A certeza nunca é absoluta.

Pontes de Miranda adverte que a certeza que o juiz aprecia é da existência da obrigação
e não dos pressupostos formais do titulo.

- Liquidez

Alguns títulos executivos não têm prévia determinação do objeto, como a entrega de
coisa incerta, que passa necessariamente pelo incidente de escolha.
Também na obrigação de fazer, é possível que o titulo não contenha toda a
pormenorização do modo de facere.

Quanto ao titulo extrajudicial, se não apresentar liquidez não será titulo executivo.

Ressalte-se que depender de simples cálculos aritméticos não implica em falta de


liquidez.
O novo CPC esclarece neste sentido: Art. 709. A execução para cobrança de crédito se
fundará sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito
exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título.
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- Exigibilidade

O implemento de condição ou termo importa na atualidade do titulo.

A comprovação do termo não é necessário, pois é um evento futuro e certo. A


comprovação da condição, por sua vez, é necessária na petição inicial (art. 614, III), pois
é um evento futuro e incerto.

Mesmo nos negócios sinalagmáticos há a exigibilidade. É o que impõe o art. 582 do CPC.
Esta mesma regra está prevista no futuro CPC: Art. 712. Se o executado não for obrigado
a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá
provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo sem
resolução de mérito.
Parágrafo único. O devedor poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a
prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir
a contraprestação que lhe tocar.

Forma do titulo:

O credor deve exibir o original do titulo. Este é o entendimento consagrado pela


Jurisprudência.

Nos casos dos títulos de créditos a exibição original evita sua circulação, o que acarretaria
na modificação da legitimidade.

Tem-se aceitado, para proteger o original, dado seu valor econômico, guardar-se o titulo
em estabelecimento bancário (para evitar a circulação), podendo ser apresentado a
requerimento do juízo. O CPC italiano é expresso no sentido de autorizar a apresentação
de copia autentica apenas, deixando o original para ser apresentado apenas mediante
requisição do juízo.

No caso de cópia digital de título executivo extrajudicial, o juiz poderá determinar que seja
feito o seu depósito em cartório ou em secretaria. Art. 365. Fazem a mesma prova que os
originais: § 2o Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial ou outro
documento relevante à instrução do processo, o juiz poderá determinar o seu depósito em
cartório ou secretaria.

O titulo executivo deve acompanhar a petição inicial. Art. 614. Cumpre ao credor, ao
requerer a execução, pedir a citação do devedor e instruir a petição inicial: I - com o título
executivo extrajudicial;
Esta regra, todavia, não está propriamente correta. O futuro código a mantém. Art. 722.
Cumpre ao credor, ao requerer a execução: I - instruir a petição inicial com: a) o título
executivo extrajudicial;
A apresentação do titulo judicial também é necessária na execução:
- de sentença criminal condenatória (apresenta-se a certidão da sentença, já que a
sentença permanecerá no processo criminal).
- de sentença arbitral (apresenta-se a certidão ou cópia da sentença, já que a sentença
permanecerá no processo arbitral).
- de sentença estrangeira
- na execução de alimentos, pois ou ela é feita sob a forma autônoma (por conta da
prisão) ou no domicílio do devedor.
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- na execução provisória, que é feita em autos apartados (o CPC é expresso em exigir a
cópia da sentença ou acórdão – Art. 475-O §3)
- na execução de acordo homologado, pois depende da orientação dada por cada TJ ao
destino dos autos.

2.2- Quanto à estabilidade: execução definitiva e execução provisória.

É definitiva a execução fundada em sentença/acórdão transitado em julgado e é


provisória a execução que se origina de pronunciamento impugnado por recurso ao qual
não foi atribuído efeito suspensivo.

A execução fundada em titulo extrajudicial inicia definitiva, porém opostos embargos aos
quais foram atribuídos efeito suspensivo a pendência de apelação contra a sentença de
improcedência autoriza a execução provisória.

Toda execução extrajudicial se inicia definitiva, mas somente nos casos autorizados em
lei é que é possível a execução provisória de titulo judicial.
Há títulos judiciais que só comportam execução definitiva: sentença penal, sentença
arbitral.

A tutela antecipada também será executada provisoriamente, pois o provimento do mérito


pode julgar improcedente a demanda.

Não há execução provisória contra a Fazenda Pública (CPC, arts. 730 e 731), visto que
somente pode ser incluído no orçamento o pagamento de débitos oriundos de sentenças
transitadas em julgado.
Também a Lei do Mandado de Segurança, Lei 12.016/2009 proíbe a execução provisória
de sentença condenatória de prestação em dinheiro a favor dos servidores públicos,
embora o STJ já tenha decido a favor da execução provisória de prestações
previdenciárias.

A doutrina critica a execução provisória do titulo extrajudicial embargado. O STJ entende


que a execução – fiscal - deva seguir como definitiva. É o entendimento sumulado n. 317.

Existindo vários capítulos na sentença e ocorrendo recurso parcial, coexistirão execução


provisória e definitiva. Hoje é controvertido o trânsito em julgado parcial de sentença (ou
acórdão) não recorrido, a fim de evitar a multiplicidade de ações rescisórias e de se
manter um prazo único, mas essa controvérsia não atinge a execução provisória.

A palavra “provisória” não é adequada. Primeiro porque se trata, na verdade de uma


antecipação da eficácia executiva. Segundo “provisório”é o titulo, não a execução em si,
que “se processa da mesma forma que a definitiva”, segundo impõe o CPC (art. 475-O).

2.3- Quanto à natureza e o objeto da prestação.

Quanto à natureza as execuções podem ser mobiliárias e imobiliárias. No Direito Italiano,


Francês e Alemão, há procedimento especifico para a execução que tenha por objeto
bens imóveis.

A prestação prevista no título executivo pode consistir em entregar, fazer ou não fazer
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algo. A entrega pode ter por objeto pecúnia, coisa certa ou incerta.

Os meios executórios variam conforme a natureza do bem jurídico objeto da prestação.


- Se o bem móvel é dinheiro, o meio executório será a expropriação.
- Se o bem móvel for coisa diferente de dinheiro, o meio executório será o
desapossamento, através de apreensão e da entrega do bem ao credor.
- Se o bem é imóvel, o meio executório também será o desapossamento, através de
imissão do credor na posse do bem.
- Se o bem é uma obra (prestação de fato) que pode ser executada por terceiro é o meio
executório é a contratação de terceiro. Se a obra for personalíssima, o meio executório é
a multa diária
- Se o bem é uma abstenção de fato já violado, o meio executório é o desfazimento,
demolição da obra.

Não existe em matéria de Execução, um procedimento comum, como á no conhecimento


e nas cautelares, embora a execução por quantia certa fundada em titulo extrajudicial, por
ser a mais pormenorizada, possa ser aplicada, quando compatível, subsidiariamente às
outras modalidades de execução.

A execução pecuniária varia o seu procedimento em razão do estado patrimonial do


devedor. Pode ser individual ou coletiva.
Na execução individual, para o credor solvente, cada credor move sua ação em separado
para receber seu credito integral.
Já o devedor insolvente, como todos os bens não bastam para o pagamento dos
credores, estes são obrigados a reunirem-se para em conjunto receberem
proporcionalmente, respeitadas as preferências.
Se o devedor for empresário, tem-se lugar a falência.

Há ainda execuções por quantia com procedimentos especiais dadas as peculiaridades


do devedor ou do procedimento: execução contra a Fazenda Publica, Execução Fiscal,
Execução de Prestação Alimentícia, Execução nos Juizados Especiais.

2.4- Quanto à especialidade do procedimento em face de peculiaridades.

As execuções de entrega de coisa e de fazer ou não fazer são chamadas específicas


porque no direito anterior, no CPC de 1939, elas se convertiam em perdas e danos.
O CPC atual e, especialmente, as últimas reformas, procuraram munir o credor de meios
mais eficazes para que ele receba precisamente a prestação constante do titulo.

A execução genérica visa especificamente o recebimento de moeda corrente. Em


determinadas situações, a execução específica poderá ser transformada em genérica.
Nunca ocorrerá de dinheiro ser transformado em produto (genérica para específica).

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