Vous êtes sur la page 1sur 28

UMA VEZ SALVO, SALVO PARA SEMPRE?

Copyright © Natan Rufino

Ia Edição, 2012
Foto: André Lira
Revisão: Luciana Honorata
Diagramação: Natan Rufino
Capa: Natan Rufino
Impressão: Promove Artes Gráficas e Editora - www.promoarte.com.br

Pedidos e Contato:
(83) 9967-6732, Campina Grande, PB
(83) 3065-4540, Campina Grande, PB
natanrufino@hotmail.com

natanrufino.com.br
rhetna.org.br

As citações bíblicas são da Edição Revista e Atualizada no Brasil de


João Ferreira de Almeida (Sociedade Bíblica do Brasil, exceto quando
especificada outra versão.

Permitida a reprodução por quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos,


xerográficos, fotográficos, gravação, estocagem em banco de dados, etc.)
desde que não seja para fins lucrativos.

Contudo, a equipe em penhada no trabalho de publicação do livro


agradeceria caso você reconhecesse seu esforço adquirindo o livro
através do pagamento do valor equivalente.

Reservados todos os direitos de publicação a Natan Rufino

O firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: o Senhor conhece os que
lhe pertencem. E mais: aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do
Senhor.

2 Timóteo 2.19
PREFÁCIO

O conteúdo desta primeira edição não está, nem de


longe, abrangendo sequer a maioria das questões
encontradas no Novo Testamento a respeito do
assunto em questão. De fato, este pequeno texto fora
redigido para ser publicado na revista conexões, que é
distribuída trimestralmente pela Associação de
Graduados do Centro de Treinamento Bíblico RHEMA
Brasil - ALUMINIRHEMA.

Em um futuro breve pretendo inserir alguns


parágrafos a mais para cada ponto aqui abordado e,
além disso, acrescentar outros, que, a meu ver, são
fundamentais para uma compreensão equilibrada a
respeito do plano de redenção em Cristo. Sem este
equilíbrio viveremos de forma descompensada, em
um dos extremos, seguindo nossa jornada sem a
compreensão de verdades bíblicas que apontam para
os aspectos legais (de direto nosso em cristo) e para os
aspectos práticos da experiência cristã.
Capítulo 1
UMA VEZ SALVO, SALVO PARA SEMPRE?

O debate a respeito da suposta segurança eterna


incondicional - ou como é popularmente conhecida:
"uma vez salvo, salvo para sempre" - é algo que vem se
arrastando ao longo da história da igreja por séculos.
Muitos não desconfiam, mas a idéia nada mais é do
que a pequena ponta de um iceberg afundado no
determinismo e em outros conceitos equivocados
quanto à soberania de Deus, o Pai.

O uso da inteligência ao se argumentar em defesa


de uma doutrina infundada não a transforma numa
verdade bíblica. Muitos dos que defendem a idéia da
predestinação incondicional, ou da segurança eterna
incondicional, também citam versículos, e sabem "de
cor" os nomes de grandes pensadores e personalidades
cristãs que aparentemente se diziam partidários da
mesma opinião.

Muito embora alguém possa sentir certa


empolgação ao pensar na possibilidade de um
acirrado debate a respeito do tema, o que talvez esteja
realmente faltando seja a consideração de que os textos
bíblicos, não importando sobre o que tratem, jamais se
contradizem, ao contrário, se complementam.

Entendo que seria considerado como prudência ter


cautela a respeito de textos confusos ou
aparentemente contraditórios, mas a desconsideração
e desprezo por textos claros e objetivos é, no mínimo,
questionável.
As vezes me sinto um pouco desconfortável quando
me vejo obrigado a ter que dizer que não deveríamos
basear nossa fé em textos obscuros, pois penso que
nossos próprios instintos já nos induzem a isso. Ao
mesmo tempo, tenho visto que quando os textos que
são claros são de fato aceitos, por processo de
eliminação, os mais complicados acabam finalmente
sendo compreendidos. Afinal, todo processo de
aprendizagem, inclusive no cristianismo, deve
acontecer tomando por base aquilo que é mais fácil em
direção ao que é considerado mais difícil.

Um dos textos a respeito do qual tem havido certa


agitação teológica quanto ao tema em questão,
encontra-se em Hebreus 6.4-8. Muitos houve que já
produziram as mais diversas interpretações sobre o
mesmo, na tentativa de provar que um cristão genuíno
nunca "cairia" como descrito no texto, e que, se alguém
um dia "perdeu a salvação", é porque simplesmente
nunca a teve.
Dizem alguns que este texto não faz referência
alguma a qualquer possibilidade de um genuíno
cristão chegar a decair da graça e por fim, vir a
apartar-se do Deus vivo. Alegam, em seu raciocínio
simplista, que se alguém decidiu voltar a viver como
antes e "conseguiu" abandonar a vida com Deus em
troca dos prazeres do mundo, é simplesmente porque
tal pessoa jamais havia nascido de novo realmente.

UM CRISTÃO PODE ESCOLHER PECAR

Estes esquecem, no entanto, que o homem não


perde suas faculdades mentais após decidir-se por
Cristo. Todo cristão, mesmo recriado e cheio do
Espírito Santo, continua sendo um agente moral livre,
com capacidade de escolher entre o bem e o mal.
O crente não perde a liberdade do seu arbítrio
porque fez uso dele para decidir-se por Cristo! Os
cristãos não se transformam em robôs, fantoches ou
marionetes porque confessam a Jesus como Senhor de
suas vidas. E mesmo assumindo a postura de servos
de Deus, precisamos lembrar que o servo pode vir a
ser obediente ou desobediente. Além do mais, como
um crente poderia chegar a sequer "entristecer o
Espírito de Deus", se ele se encontrasse em um estado
de total incapacidade de fazer o que não deve?
Ninguém que tenha recebido Cristo em seu coração
o fez para viver uma espécie de "transe evangélico" até
o dia da ressurreição. Dizer que um cristão genuíno
não sente vontade de fazer o que não deve, é ser
hipócrita e desprezar a verdade límpida da Palavra de
Deus a respeito da natureza da tentação com a qual
temos que lidar até o dia em que nossos corpos forem
transformados.

AS CONSEQÜÊNCIAS DA IMPIEDADE

Por outro lado, simplesmente reconhecer que um


cristão é tentado, sem admitir que ele possa se entregar
ao pecado e, assim, vir a sofrer as conseqüências que
este pode trazer à sua vida, é ser, no mínimo,
irresponsável para com aquilo que a Bíblia diz, pois as
Escrituras ensinam que uma vida desenfreada de
pecados pode afetar dramaticamente a experiência
cristã nesta vida e na que está por vir.

Podemos observar Paulo, ao aconselhar Timóteo


sobre o estilo de vida que ele deveria ter como cristão.
Ele não deixa dúvidas quanto à importância da prática
da santidade em sua vida pessoal, chegando a dizer
que Timóteo deveria exercitar-se pessoalmente na
piedade, explicando em seguida o porquê da
recomendação:
"pois para tudo é proveitosa, porque tem a promessa
da vida que agora ée da que há de ser" (ITimóteo 4.8).
Assim como a piedade traz proveitos físicos e
espirituais ao cristão, da mesma forma, o pecado traz
desventuras e infortúnios físicos e espirituais a quem o
pratica.
Capítulo 2
MORTE FÍSICA PREMATURA

A Bíblia não ensina que o cristão perderá sua


salvação simplesmente pelo fato deste vir a cometer
algum pecado, no entanto, certamente ensina que uma
vida de pecados pode vir a comprometer sua
integridade espiritual para a vinda do Senhor Jesus.

Em Primeira Coríntios 5, Paulo fala a respeito de


um homem que estava tendo relações sexuais com a
mulher do seu pai, e enquanto tratava sobre o assunto
deixou escapar suas convicções a respeito da situação,
expressando claramente quais os riscos espirituais que
aquele homem corria. Ele disse:

"Já sentenciei que o autor de tal infâmia seja, em nome do


Senhor Jesus, entregue a Satanás para a destruição da carne,
a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus" (1
Coríntios 5.1-5).

Observe que Paulo falou sobre "destruição da


carne" e "salvação do espírito". Fica muito claro que
ele estava preocupado com a segurança espiritual
deste irmão, e a única razão pela qual Paulo
diz que ele deve "morrer mais cedo", é PARA QUE o
espírito seja salvo NO DIA DO SENHOR JESUS.

Em outras palavras, Paulo parecia acreditar que, se


aquele irmão continuasse naquela vida desenfreada de
pecado, isto poderia, de alguma forma, comprometer a
sua salvação no dia do Senhor.

A INSENSIBILIDADE

Primeiro, o homem era crente, mas estava em pe-


cado desenfreado, aberto, de conhecimento público.
Segundo, ele não tinha ainda "perdido a salvação",
mesmo que aquele fosse considerado um pecado
repulsivo. Terceiro, Paulo demonstra que, se as coisas
continuassem daquele jeito, o homem corria o perigo
de não ter o seu espírito salvo no dia do Senhor. Isto é
suficientemente claro, não é mesmo?

Não sei se você percebeu, mas o texto em questão


está falando sobre morte física e morte espiritual. A
relação que Paulo faz entre uma coisa e outra soa sutil,
mas não deixa dúvidas sobre a equação que apresenta:
se o homem continuasse vivo fisicamente poderia vir a
morrer espiritualmente, mas Paulo acreditava que se ele
morresse fisicamente, de alguma forma isto preservaria
sua vida espiritualmente.

A comparação a seguir talvez esclareça ainda mais o


ponto em questão: dizem que se você jogar
um sapo em uma panela com água fervente, ele pulará
para fora dali imediatamente. Contudo, se você puser
o mesmo sapo em uma panela com água natural e
depois puser a panela sobre o fogo, ele ficará ali até
morrer, pois não tem a sensibilidade necessária para
perceber a graduação da temperatura que o leva à
morte. Da mesma forma, se o crente permanece
desenfreadamente no pecado, ele está colocando em
risco a sua própria segurança espiritual, pois por meio
de sua insensibilidade, o próprio "ambiente" em que se
encontra o levará à sua ruína.

Sendo assim, diferentemente do que alguns


pensam, não é tão simples ou tão fácil "perder a
salvação", mas, por outro lado, o texto de primeira
coríntios 5 também indica que é completamente
possível.

DISCIPLINADOS PELO SENHOR

É exatamente o mesmo princípio que encontramos


em 1 Coríntios 11. Paulo fala de alguns irmãos que
estavam se transformando em réus do corpo e do
sangue de Cristo, por estarem participando da ceia do
Senhor indignamente. Ele chega a dizer que tais
irmãos estavam comendo e bebendo juízo para si
mesmos, e depois acrescenta a informação de que era
por esta razão que naquela igreja havia
muitos crentes fracos, doentes e morrendo prema-
turamente.

Isso nos mostra que Paulo mantinha a mesma idéia


que apresentara no capítulo 5, quando falara sobre a
salvação daquele homem. Para deixar isso ainda mais
claro, nos versos 31 e 32 ele acrescenta: "Porque, se nos
julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas,
quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não
sermos condenados com o mundo".

Diante de tudo isso, podemos afirmar que as


Escrituras ensinam que o juízo de Deus, que causa a
morte física prematura na vida do cristão, muitas
vezes é uma disciplina momentânea para que o crente
não pereça na mesma condenação eterna destinada ao
mundo, ou, como disse Paulo no capítulo 5: "para que o
espírito seja salvo, no dia do Senhor Jesus".

Veja que, dentro do contexto que observamos, estas


medidas visam a preservação da segurança espiritual
do cristão, para que ele seja salvo no dia do Senhor! A
morte física prematura para o cristão pode soar como
algo horroroso, mas, como diz certo adágio
verdadeiro, "é melhor um fim horroroso, do que o
horror sem fim".
Capítulo 3

A SALVAÇÃO DO ÚLTIMO TEMPO

O problema na cabeça de alguns em aceitar o que a


Bíblia ensina a respeito da possibilidade da "perda da
salvação" talvez se deva ao fato de não
compreenderem que a salvação está, na verdade,
destinada a se manifestar plenamente apenas em um
tempo futuro.

O próprio texto de Coríntios, que vimos há pouco,


nos indica esta verdade quando fala sobre as
providências que Paulo estava tomando afim de que o
espírito daquele crente fosse salvo "no dia do Senhor".

Em 1 Pedro 1.3-5, é dito: "Bendito o Deus e Pai de nosso


Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia,
nos regenerou para uma viva esperança, mediante a
ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma
herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada
nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de
Deus, mediante a fé, para a SALVAÇÃO PREPARADA
PARA REVELAR-SE NO ÚLTIMO TEMPO".
Existem muitas verdades fundamentais no texto
acima que merecem a nossa atenção. Abaixo irei
enumerá-las e explicá-las separadamente de forma
resumida, para trazer um pouco mais de objetividade
aos pontos abordados no texto.

Observe, Pedro fala que:

• 1 Fomos regenerados para uma viva esperança:


Ou seja, nós os que fomos recriados em Cristo, o
fomos para esperar a manifestação de "alguma coisa"
que Deus nos preparou.

• 2 Fomos regenerados para uma herança


incorruptível: Ou seja, a herança que estamos
esperando receber não se deteriorará, será incor-
ruptível, será imarcescível.

• 3 A herança está reservada nos céus: Ou seja,


estamos esperando receber esta herança incorruptível
que está guardada, reservada, nos céus. Ainda não
está presente aqui na terra.

9 4 Somos guardados pelo poder de Deus,


mediante a fé: Ou seja, a herança está nos céus, e nós
estamos esperando aqui na terra. Enquanto a
esperamos, precisamos usar a fé para sermos
guardados pelo poder de Deus até o dia da sua
manifestação.
• 5 A salvação se revelará no último tempo: Ou
seja, a salvação apenas se manifestará num tempo
futuro, chamado aqui de "último tempo".

O texto mostra que a salvação é uma herança que


tomaremos posse num futuro breve. Enquanto o
tempo certo para a sua manifestação não chega, "anjos
são enviados por Deus para servir os que hão de
herdar esta salvação".

GUARDAR A CONFIANÇA ATÉ O FIM

Todo o Novo Testamento ensina esta mesma


verdade: Depois de regenerados, precisamos usar a fé
até o fim da jornada para que, finalmente, tomemos
posse da herança que nos foi destinada.

Como aqui não posso me estender citando todos os


textos que falam acerca da mesma coisa, tenho que
citar apenas alguns deles para, assim, ajudar a
estabelecer esta verdade no coração do leitor:

Colossenses 1.22,23
"Vos reconciliou para apresentar-vos perante ele santos,
inculpáveis e irrepreensíveis, SE é que PER- MANECEIS
NA FÉ, alicerçados e firmes, NÃO VOS DEIXANDO
AFASTAR DA ESPERANÇA do evangelho".
Hebreus 3.14
Porque nos temos tornado participantes de Cristo, SE, de
fato, GUARDARMOS FIRME, ATÉ AO FIM, a confiança
que, desde o princípio, tivemos.

Hebreus 3.5,6
E Moisés era fiel, em toda a casa de Deus, como servo,
para testemunho das coisas que haviam de ser anunciadas;
Cristo, porém, como Filho, em sua casa; a qual casa somos
nós, SE GUARDARMOS FIRME, ATÉ AO FIM, a ousadia
e a exultação da esperança.

Hebreus 3.12
Tende cuidado, IRMÃOS, JAMAIS ACONTEÇA haver
em qualquer de vós perverso coração de incredulidade QUE
VOS AFASTE do Deus vivo.

1 João 2.28
FILHINHOS, agora, pois, PERMANECEI nele, para
que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não
nos afastemos envergonhados na sua vinda.

A NECESSIDADE DE PERSEVERANÇA

A perseverança é um tema recorrente nas páginas


do Novo Testamento. Inúmeros textos apontam para a
importância, e, às vezes, até para a necessidade da
perseverança na vida do cristão para que este venha a
alcançar as promessas de Deus.
Existem ainda muitos outros textos que falam
especificamente sobre perseverança para a salvação,
mas gostaria de citar o que diz o capítulo 10 do livro
de Hebreus. Abaixo estão alguns dos seus versículos.
Ao fazer a leitura dos mesmos, observe a consistência
ideológica apresentada pelo autor e a conclusão lógica
para o qual ele conduz o leitor cristão:

Hebreus 10.23
GUARDEMOS FIRME A CONFISSÃO DA ESPE-
RANÇA, SEM VACILAR, pois quem fez a promessa éfiel

Hebreus 10.25-27
Não deixemos de congregar-nos, como é costume de
alguns; antes, FAÇAMOS ADMOESTAÇÕES E TANTO
MAIS QUANTO VEDES QUE O DIA SE APROXIMA.
Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de
termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não
resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação
horrível de juízo...

Hebreus 10.32
Lembrai-vos, porém, dos dias anteriores, em que, depois de
iluminados, SUSTENTASTES GRANDE LUTA E
SOFRIMENTOS...

Hebreus 10.35,36
Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem
grande galardão. Com efeito, TENDES NECESSIDA-
DE DE PERSEVERANÇA, para que, havendo feito a
vontade de Deus, alcanceis a promessa.

QUANDO O JUSTO RETROCEDE

Hebreus 10.37,38
Porque, ainda dentro de pouco tempo, AQUELE QUE
VEM VIRÁ E NÃO TARDARÁ; todavia, o meu justo viverá
pela fé; e: se retroceder; nele não se compraz a minha alma.

Hebreus 10.39
Nós, porém, não somos dos que RETROCEDEM PARA
A PERDIÇÃO; somos, entretanto, DA FÉ, PARA A
CONSERVAÇÃO DA ALMA.

Poderíamos discorrer detalhadamente sobre cada


um dos versículos citados acima, extraindo verdades
fundamentais irrefutáveis. A própria argumentação
do autor da epístola aos Hebreus é, por si só,
autoexplicativa. Mas, para destacar uma pequena
parte do que foi citado, podemos ficar com a conclusão
apresentada nos versículos 38 e 39, que diz que "o justo
que viver pela fé conservará sua alma, mas o justo que
retrocede vai ao encontro da perdição".

Não é difícil entender que o retrocesso na vida


cristã atinge o seu ápice quando o crente se torna
incrédulo e aquele que confessava a Jesus como Se
nhor o nega de forma consciente. Pelo simples fato do
cristão continuar sendo um agente moral livre capaz
de escolher entre o bem e o mal, é possível que, em
certas circunstâncias da vida, ele venha a negar aquilo
em que havia crido anteriormente.

NEGAR A CRISTO

Eu sei que voltar a explicar aqui que um crente


pode perder a fé, ou que um cristão pode vir a negar a
Cristo, pode parecer desconsideração para com a
inteligência de todos que os estiveram lendo esta
matéria desde o seu início. Porém, sem medo de
parecer redundante, quero citar outros textos bíblicos
que mostram de forma definitiva a verdade em
questão.

Mateus 10.32,33
Todo aquele que me confessar diante dos homens, também
eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; mas
aquele que ME NEGAR diante dos homens, TAMBÉM EU
O NEGAREI diante do meu Pai, que está nos céus.

O texto acima é claro e direto: se o crente confessar


a Jesus diante dos homens, na terra, Jesus o confessará
diante do Pai, nos céus. Se o homem nega a Jesus
diante dos homens, na terra, Jesus o negará diante do
Pai, nos céus.
Para corroborar a verdade acima sem nos preo-
cuparmos com explicações mais rebuscadas, preci-
samos apenas nos lembrar dos seguintes versículos:

Romanos 10.9,10
Se, com a tua boca, CONFESSARES Jesus como Se- nhor
e, em teu coração, CRERES que Deus o ressuscitou dentre os
mortos, serás salvo. Porque com o coração SE CRÊ PARA
JUSTIÇA e com a boca SE CONFESSA a respeito da
salvação.

2 Timóteo 2.11-13
Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também
viveremos com ele; SE PERSEVERAMOS, também com ele
reinaremos; SE O NEGAMOS, ELE, POR SUA VEZ, NOS
NEGARÁ; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de
maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.

Assim como nenhum de nós foi salvo por passar a


praticar boas obras, nenhum cristão perderá sua
segurança espiritual simplesmente por ter feito coisas
ruins.

O princípio pelo qual o homem é salvo é também o


mesmo princípio pelo qual ele poderá se perder.

Assim, com base em Romanos 10.9, podemos


afirmar que a salvação é o resultado de uma convicção
interior acompanhada de uma confissão
(ou expressão) exterior; assim também, para se
"perder a salvação" é preciso passar pelo processo
inverso: desprezo interior e confissão (ou expressão)
exterior.

Assim como ninguém é salvo quando confessa a


Cristo "da boca para fora", da mesma forma, o
processo inverso (a negação de Cristo) não acontece a
não ser que seja uma negação com base em convicção
interior.

Entenda também que a negação da qual estamos


falando é feita por alguém que saiba o que está
fazendo. Para isso, é necessário que a pessoa que
venha a negar a Cristo, retrocedendo assim em sua fé e
indo ao encontro da perdição, seja alguém que já tenha
sido iluminado, que se tenha nutrido do dom celestial
e já tenha obtido o pleno conhecimento da verdade.
Este princípio pode ser observado no texto em que
Paulo testemunha sobre sua própria experiência:

1 Timóteo 1.12,13
Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus,
nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o
ministério, a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e
perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, POIS o fiz
na ignorância, na incredulidade.
Veja o mesmo princípio na oração que Jesus fez
pelos seus opositores: "Pai perdoa-lhes PORQUE NÃO
SABEM o que fazem!" Lucas 23.34

PEDRO NEGOU A CRISTO?

Antes que alguém pergunte por que "Pedro negou a


Cristo" e em vez de "perder a salvação" ele foi
perdoado e ainda colocado no ministério, é bom
lembrar que Pedro, na verdade, não negou a Cristo
com a convicção de negação, ou com desprezo e
repulsa, como temos explicado aqui.

Pedro negou conhecê-lo por covardia debaixo da


pressão do momento e não de forma proposital,
consciente em desprezá-lo por estar apostatando de
sua fé. Ele o fez "da boca para fora".
Capítulo 4

A VERDADE SOBRE HEBREUS 6

Diante de tudo que foi exposto, acredito que, neste


momento, para muitas pessoas seja, no mínimo, mais
simples ou mais fácil de compreender o texto de
Hebreus 6.

Hebreus 6.4-8
É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram
iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram
participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de
Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é
impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto
que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de
Deus e expondo-o à ignomínia. Porque a terra que absorve a
chuva que freqüentemente cai sobre ela e produz erva útil
para aqueles por quem é também cultivada recebe bênção da
parte de Deus; mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada
e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada.

Sem me deter em argumentos divergentes que vem


se acumulando por séculos, quero tratar sobre o texto
acima de forma mais direta e objetiva:
A LUZ DO EVANGELHO

A palavra grega traduzida por "iluminados" no


verso quatro é basicamente a mesma palavra grega
usada em 2 Coríntios 4.6, que fala sobre "Deus
resplandecente em nosso coração, para a iluminação do
conhecimento da glória de Deus na vida de Cristo". Ou
seja, os "iluminados" são cristãos regenerados, nos
quais resplandeceu a luz do evangelho da glória de
Cristo. Isto pode ser facilmente compreendido através
da leitura dos versos 4 e 6, deste mesmo capítulo.

JESUS PROVOU A MORTE

A palavra grega traduzida por "provaram" no verso


quatro de Hebreus capítulo seis, é a mesma palavra
grega usada em Hebreus 2.9 onde diz que "Jesus
provou a morte por todo homem". Se o sentido de
"provar" em Hebreus 6.4 fosse que os irmãos não
teriam experimentado plenamente o dom celestial,
mas apenas "degustado e depois jogado fora", como
alegam alguns, para manter a consistência do
pensamento teríamos que dizer da mesma forma que
Jesus não teria provado a morte plenamente.

Se os hebreus do capítulo seis eram quase salvos,


quase cristãos, quase nascidos de novo porque
apenas "provaram" o dom celestial, então, isto
forçosamente quer dizer que Cristo quase morreu,
quase nos resgatou e, consequentemente, quase éramos
salvos.

Entretanto, a palavra grega traduzida por "provar"


que aparece nos versículos quatro e cinco não significa
apenas "testar o sabor de alguma coisa", como se
falasse apenas de algum tipo de experiência
superficial, mas a mesma palavra também tem o
significado de "tomar uma refeição, servir-se, comer,
nutrir-se".

METANOIA OUTRA VEZ

No verso seis o autor do texto diz que estes, a


respeito dos quais ele vem falando, não têm pos-
sibilidade de serem renovados novamente para
arrependimento. A palavra grega aí traduzida por
arrependimento é "metanoia", que significa, como já
sabemos, "mudança de mente" ou "mudança de
propósito que se tinha ou de algo que se fazia".

Ele está falando sobre a impossibilidade de "outra


vez" renová-los para arrependimento. Veja que ele usa
a expressão "outra vez", ou seja, precisa de mais
alguma explicação sobre o que isso significa? Outra
vez significa uma segunda vez ou novamente.
COMO CAÍRAM SE NÃO ESTAVAM DE PÉ?

Se porventura restar alguma dúvida em alguém


sobre o fato de que ele está falando a respeito de
pessoas que já tinham se arrependido antes e um dia
estiveram em comunhão com Deus, basta observar que
na mesma frase ele diz que tais pessoas "caíram".

Quem cai se não aquele que está de pé? "Estar de


pé" ou "cair" são expressões figurativas usadas na
Bíblia para retratar pessoas que estejam em comunhão
com Deus ou afastadas disso, respectivamente. É por
isso que ele diz em seguida, que estes tais estão DE
NOVO crucificando o filho de Deus.

Ele está claramente falando sobre pessoas que


outrora tinham se arrependido, recebido Jesus e
nascido de novo, mas que poderiam cair, abandonar a
boa Palavra de Deus e retroceder em sua vida de fé.

Quero ainda lembrar que "cair" aqui no contexto de


Hebreus seis, não diz respeito a pecados que possam
ser cometidos por cristãos, inclusive já falamos sobre
isso anteriormente neste texto.

"Cair" no contexto de Hebreus 6, assim como em


outros lugares no Novo Testamento, se refere
ao cristão que abandona a fé que poderia preservar a
sua alma e retrocede para a perdição.

AMADOS, NÃO VOS TORNEIS INDOLENTES

No verso nove ele vai dizer que espera dos irmãos


coisas melhores e que acompanham a salvação, AIN-
DA QUE fale da maneira como vem falando. "PO-
RÉM...", assim ele começa o verso onze,"...desejamos,
//

continue cada um de VOS [amados] mostrando, ATE O


FIM, a mesma diligência para a plena certeza da esperança;
PARA QUE NÃO VOS TORNEIS INDOLENTES, mas
lao contrário] imitadores daqueles que, pela féepela
'PERSEVERANÇA', herdam as promessas".

O texto acima claramente ensina que o crente que


não mostrar a mesma diligência para a plena certeza
da esperança até o fim, se tornará indolente, e,
consequentemente, não herdará as promessas.

Hebreus 3.12
Tende cuidado, IRMÃOS, jamais aconteça haver em
qualquer de vós perverso coração de incredulidade QUE
VOS AFASTE do Deus vivo.

A BONDADE E A SEVERIDADE DE DEUS

Em Romanos 2.4 aprendemos que a bondade de


Deus conduz o homem ao arrependimento,
mas em que ocasiões ou circunstâncias você acha que
a severidade de Deus entraria em atuação? A resposta
também se encontra no livro de Romanos:

Romanos 11.22
Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para
com os que caíram, SEVERIDADE; mas, para contigo, a
bondade de Deus, SE NELA PERMANECERES; DOUTRA
SORTE, também tu SERÁS CORTADO.

Romanos 11.21
Bem! Pela sua incredulidade, foram quebrados; tu, porém,
MEDIANTE A FÉ, ESTÁS FIRME. Não te ensoberbeças,
mas teme. Porque, se DEUS não poupou os ramos naturais,
também NÃO TE POUPARA.

O fato de sermos filhos de Deus não nos isenta da


responsabilidade de conservar nosso espírito, alma e
corpo irrepreensíveis para a vinda de nosso senhor e
salvador Jesus Cristo, aliás, muito pelo contrário, os
que receberam o poder de serem feitos filhos de Deus,
são os únicos na face da terra que trazem consigo tal
incumbência!

Vous aimerez peut-être aussi