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O que é Harmonia Negativa?

Ramon Tessmann | 19/01/18

Fala músico!

Aqui é Ramon Tessmann, diretamente do mundo invertido, para trazer a


você um assunto mega-super-hiper-mega-ultra-power insólito e
complexo da teoria musical.

Vou tentar abrir um pequeno portal para uma dimensão paralela e tentar
elucidar minimamente um assunto que está em alta no cenário musical
mundial.

“Podem rufar os tambores porque…”

Hoje vou falar de HARMONIA NEGATIVA!


(Som de aplausos intensos ao fundo)
“Até que enfim, Ramon! Já estava na hora de você falar da HN, uma das
grandes forças do universo!”

Calma lá, pessoal…

Eu sei que tem muita gente querendo saber mais sobre essa tal de
Harmonia Negativa (ou Harmonia Invertida, ou Harmonia Simétrica). Mas
é importante segurarmos a adrenalina e acalmarmos os ânimos para não
prejudicar o raciocínio.

Acredite, você vai precisar

No final do artigo, depois de você compreender bem os conceitos aqui


apresentados voltamos a vibrar juntos, combinado?

Nesse artigo, entre outras informações, vou tentar responder (não de


forma definitiva) algumas dúvidas:

O que é Harmonia Negativa?


Como posso aplicar conceitos tão avançados na prática?
Por que se fala tanto em Harmonia Negativa hoje em dia?
Por que o assunto está na moda?
Quem está envolvido nas discussões sobre Harmonia Negativa?

PS 1: alguns conceitos aqui poderão “explodir cabeças”. Recomendo


precaução. Menores de 18 anos (no estudo de música) devem estar
acompanhados dos pais (professores).

PS 2: tô me sentindo divertido, portanto um pouco de humor pode ser


usado como alívio cômico para tratarmos de um assunto tão
“dramático”. Hoje eu me chamo Dustin.
PS 3: jamais terei a pretensão de esgotar
qualquer assunto nesse artigo. Muito pelo
contrário! Já gastei alguns neurônios tentando
me aprofundar no tema, portanto estou aberto
a receber auxílio da comunidade para melhorar
esse artigo (pois certamente ele vai precisar de
melhorias). O fato é que eu escrevi sobre
Harmonia Negativa mais para aprender do
que para ensinar. E você ganha de presente minhas reflexões em
formato de artigo.

PS 4: eu prometo lançar alguns vídeos explicando o assunto e dando


alguns exemplos práticos. Quem sabe não sai um curso sobre
Harmonia Negativa aqui no Aprenda Piano? Seria demais. Vou
pensar no assunto (depois de muito estudar, é claro).

Enquanto esse dia não chega:

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Deixe um comentário no fim da página.

Tudo preparado? Sim?


Então, vamos começar a jornada!

A hype da Harmonia Negativa


Boa parte do “só se fala nisso” no que tange a Harmonia Negativa foi
causada por Jacob Collier. Se você ainda não o conhece, Jacob é um jovem
músico britânico que tem chamado a atenção por sua forma de abordar
harmonia e criar arranjos.

É considerado um gênio por muitos (eu, incluindo), mesmo não sendo


unanimidade (como qualquer gênio nunca seria). Os dois Grammy
Awards que ele ganhou aos 22 anos são provas de que ele é, no mínimo,
um músico diferenciado.

Mas, vamos em frente…


Há um tempo atrás, Jacob mencionou a tal da
Harmonia Negativa e alguns conceitos
referenciados no livro Theory of Harmony do
pianista e estudioso suíço Ernst Levy (1895 –
1981).

As menções ocorreram em uma discussão com


Herbie Hancock e depois em uma entrevista
postada no Youtube, que viralizou rapidamente.
Assistindo a entrevista, eu tinha a sensação de que
para Jacob o tema Harmonia Negativa era tão simples quanto preparar
Nissin Miojo de Galinha Caipira.

Põe água, joga o “tijolão” na panela, mistura o pó e 3 minutos depois…


PRONTO!

Dê uma olhada no vídeo:


Interview: Jacob Collier (Part 1)

Como você pode perceber, fica claro que Harmonia Negativa não é nada
como Nissin Miojo. Conhecer Harmonia Negativa abre muito mais
possibilidades e ideias na hora de compor músicas, arranjos, harmonias
entre outros. É como se fosse uma nova e poderosa ferramenta de criação
musical, isso na experiência pessoal do Jacob Collier.

Nas palavras dele: “Isso é épico. Soa maravilhoso e aconchegante”.

Mas até aí, poderia ser mais um dia comum no mundo da música não fosse
o fato de o assunto ter sido o estopim de diversas discussões que eclodiram
rapidamente na internet. O mistério foi crescendo à medida que as
pessoas pesquisavam sobre o assunto e não encontravam quase nada
escrito sobre o tema (inteligível ou não).

PS: conforme os dias passam, mais materiais sobre o tema são


produzidos. Se você encontrar algo, me avise. Ficarei agradecido.
Mas enfim, a maioria dos comentários no vídeo resumia-se a:

“O quê é isso? Não entendi nada! Ele tá falando grego?”

Dê uma olhada em outros comentários:

Você pode entrar no vídeo e se deliciar com os comentários postados.


Alguns são hilários.

Mas é claro que em “ondas” e “novidades” desse porte sempre há céticos


dizendo:

“Ah, isso é mais uma modinha”.


“Ele não falou nada de mais”.
“Isso não existe, ninguém fala disso”.
“Mais uma hype… não caiam nessa!”.

Será?

Bem, certamente a Harmonia Negativa


não tem nada a ver com esquemas de
pirâmide financeira ou com algum tipo de hot dog gourmet.

Respeito todas as opiniões contrárias, mas é um assunto que considero


fantástico, ou no mínimo, empolgante.

Para mim, tem muito mais frango nessa sopa. Mas, afinal, em
discussões de gênios quem sou para opinar?

Por ora, só quero ser o escrivão relatando o que consigo compreender.

Isso nos leva às primeiras ressalvas:

Ressalvas

Antes de irmos para a teoria propriamente dita, preciso fazer algumas


ressalvas.

A primeira delas tem a ver com a nomenclatura. Alguns músicos não


concordam com o uso do termo “negativa”, porque isso seria criar mais um
nome para algo que já existe.

O termo correto seria “invertida”. Então, em vez de “Escala Negativa”, o


correto seria “Escala Invertida“. Ou quem sabe, Harmonia Negativa
deveria se chamar “Harmonia Simétrica“.

Mas, sinceramente, não estou com saco para tecnicalidades hoje…


Pessoalmente, curto muito mais o termo “Negativa”, que é mais comum e
traz esse ar misterioso dos mundos paralelos, buracos negros, matéria
escura e afins. Sei que laranjas não são limões, mas pelo menos essa
nomenclatura ativa a minha curiosidade.

Pronto! Tá decidido… Aqui no Aprenda Piano vamos


usar o termo “Negativa”.

Isso nos leva a segunda ressalva: o termo não remete a


algo necessariamente ruim, tipo como quando o
gerente do banco liga pra pessoa e diz que a conta está
negativa. Nada disso!

É só mais um sinônimo parcial para o termo “invertido”, dentro desse


assunto específico.

Dito isso, chegou a hora de entrarmos no “mundo invertido”.

Aperte os cintos!

Harmonia Negativa: aspecto melódico


Essas ideias avançadas (da Harmonia Negativa) fazem parte de uma teoria
chamada Teoria Funcional da Polaridade Tonal.

“Whaaaaaaaat? Que raios é isso?”

Bem, se você já conhece os conteúdos e cursos do Aprenda Piano sabe que


nossa especialidade é a capacidade de explicar assuntos complexos de
forma simples.

Da mesma forma, meu objetivo aqui é tornar o assunto digerível.


Então, em vez de encher você com explicações maçantes, vamos
caminhando passo a passo, da forma mais prática possível.

Vamos começar com a estrutura da Escala Maior que já conhecemos.


Como já ensinamos em outros conteúdos, a construção da Escala Maior
tem a fórmula abaixo:

Se formos construir a Escala Maior de C, ficaria assim:

É importante compreendermos que cada nota tem o seu valor dentro da


sua escala e tonalidade.

Também é importante sabermos que o intervalo de quinta justa é de


suma importância para o que estamos estudando.

Se estamos na Escala de C, o intervalo abaixo é o mais importante para nós


agora:
Ao tocarmos esse intervalo é como se as duas notas soassem unidas, ou
melhor, fundidas, como se fossem uma coisa só. E é bem no meio desse
intervalo que encontramos o eixo, onde vamos “posicionar o espelho”
(Eb/E). Mas vamos falar disso mais à frente.

Por ora, vamos considerar essa nota (sol) nosso ponto de partida para o
“mundo invertido” (assim como dó é a partida para o mundo positivo).
Partiremos da nota sol, em movimento descendente, para encontrar a
“escala espelhada” de C, entitulada Escala Maior Negativa de G.

Por que descer em vez de subir?

Lembre-se: positivo e negativo são opostos. Se a escala positiva sobe


(do grave para o agudo), a escala negativa desce (do agudo para o grave).

Se a Escala Maior de C se constrói subindo, a Escala Maior Negativa de


G se constrói descendo, usando a mesma fórmula da construção da
Escala Maior.

Então, chegou a hora de espelharmos a escala para ver o que acontece:


Espelhando a Escala Maior de C

Vamos identificar nota por nota em movimento descendente usando a


fórmula T – T – ST – T – T – T – ST (invertida) para encontrar a escala
espelhada de C ou G Negativa. Para isso, vamos começar pelo Tom
Gerador, a nota sol:

Essa é a famosa escala espelhada de dó, no mundo negativo.

Note que comecei da direita para a esquerda, começando pelo sol


(mais agudo) e terminando no sol (mais grave).

Tudo certo até aqui?


Antes de prosseguirmos, quero lançar luz sobre o termo Tom Gerador
pela primeira vez aqui no artigo.

Tom Gerador

O Tom Gerador nada mais é do que o tom que dá o start na formação


da escala. Na Escala Maior de C, o Tom Gerador é a tônica dó. Isso é o
que ocorre no “mundo positivo”.

No “mundo negativo”, o Tom Gerador é o sol, que é a nota dó na


polaridade invertida. Por isso é que a escala originada desse Tom Gerador
é chamada de G Negativa. Mas reforço que a tônica continua sendo o
dó, a 5ª abaixo, pois nosso ouvido percebe o dó como tônica, no intervalo
dó-sol. O sol será apenas o Tom Gerador.

Dica do Ramon: Como a tônica continua sendo dó, não seria


interessante chamar a escala originada de G Frígio ou Eb Jônio para não
haver confusão com os graus da escala e a Polaridade Funcional.

Por exemplo: na Escala Maior de C, o grau 7º é o si. Já na G Negativa, o


grau 7º é o láb. Então, si está para dó (no mundo positivo) como láb está
para sol (no mundo negativo). A Polaridade Funcional que “empurra” o si
para o dó é a mesma que “empurra” o láb para o sol.

Elas têm o mesmo efeito de gravidade só que em polaridades opostas.

“Peraí… você disse gravidade?”

Veja:

Só decidi fazer essa observação para que não haja confusão com relação
aos graus, algo muito importante nessa matéria.

Espelhando uma Melodia

Com todas essas informações em mãos, você pode tocar qualquer melodia
“espelhada” no mundo negativo. Basta usar os graus relacionados.

Por exemplo: se no mundo positivo a melodia é dó – ré – mi, no mundo


negativo a melodia será sol – fá – mib. Isso porque estamos falando dos
graus 1, 2, e 3 da escala de dó, que no espelhamento ficaria sol – fá – mib.
Lembra que o Tom Gerador é sol? Por isso, partimos do sol quando
estamos no mundo invertido.

Interessante, não?

Veja como ficariam as primeiras notas do Parabéns para Você em


polaridades opostas:

Toque aí no seu instrumento para sentir a sonoridade. Perceba como a


melodia produzida no mundo negativo fica meio dark.

Reforço que todos os movimentos são contrários, por isso, tudo é


“espelhado”. Enquanto os graus no mundo positivo sobem, no negativo
descem. Um conceito bem complexo para qualquer pessoa assimilar no
início…

… mas já que estamos aqui, vamos afundar o pé na jaca.

É importante você estar familiarizado com o aspecto melódico antes de ir


para o aspecto harmônico, que será um pouco mais complexo.

“Misericórdia!”

Harmonia Negativa: aspecto harmônico


Construindo o Campo Harmônico Negativo

Agora chegou a hora de trabalharmos com o aspecto harmônico.

Se você for construir os acordes do Campo Harmônico de C, em tríades,


você chegaria a:

Provavelmente, você já deve saber construir os Campos Harmônicos


tradicionais, mas antes de avançarmos no aspecto harmônico no mundo
negativo, preciso te apresentar a dois conceitos bem inusitados:

1. Adaptação Telúrica: nesse formato você constrói e nomeia os


acordes de “baixo para cima”, como no mundo positivo. Em minha
opinião, essa opção é mais fácil de compreender o acorde, pois já
conhecemos sua escrita.
2. Concepção Absoluta: aqui, se constrói os acordes de forma
descendente, do alto para baixo, criando uma nova forma de cifrar (-
G, -Fm, -Ebm…). Em minha humilde opinião, esse caminho é mais
complicado, apesar de ter sua função.
Basicamente, na Adaptação Telúrica você vai ter como base a nota mais
grave e na Concepção Absoluta, a nota mais aguda.

Por exemplo, para acharmos o acorde I negativo, vamos partir do Tom


Gerador, usando os mesmos intervalos de terças do mundo
positivo.

Pegando novamente a escala espelhada:

O acorde I seria a tríade: sol – mib – dó, ou seja, os graus 1, 3 e 5 da


escala negativa.

Na Adaptação Telúrica, o acorde é chamado de Cm. Já na Concepção


Absoluta, é o G Maior Negativo, ou G Negativo (-G).

Preste atenção:

“Ramon, meu cérebro está fritando!”

Calma, vamos montar outro acorde a seguir. Que tal o acorde V?

Basta pegar o 5º grau, que é o Tom Gerador, e descer em terças, como no


mundo positivo. Ficaria assim:

Na Adaptação Telúrica, esse é o famoso Fm.

Na Concepção Absoluta, é “simplesmente” o -C (C Negativo).

É importante perceber que os acordes maiores espelham acordes


menores e os acordes menores espelham acordes maiores.

Observe:

Com essas explicações, (eu espero) fica mais fácil construirmos uma
planilha com todos os Campos Harmônicos Positivos e Negativos para
quando precisarmos criar um arranjo ou rearmonizarmos uma música.

Dica: toque os acordes do CH Negativo (da direita para a esquerda) para


sentir a sonoridade:

PS: Escreva nos comentários o que você achou do que ouviu, porque
assim podemos debater o assunto…

Um Atalho para Acordes Negativos


Caso você ache muito complicado achar os acordes negativos, vou
apresentar um outro caminho, que um usuário do Quora escreveu em um
fórum. Infelizmente, não encontrei mais o nome dele para referenciá-lo (se
alguém souber me avise).

Então, aqui embaixo vai o caminho que ele apresentou para você
produzir um acorde negativo.

Na tonalidade de C:

1. Encontre a tônica (C) e depois a dominante (G).


2. Encontre a nota do meio (no caso, mib {negativo} / mi {positivo}).
Esse é o eixo central de simetria em C (veja imagem abaixo).
3. Se você subir 1/2 tom chegará a fá. Se descer 1/2 tom chegará a ré.
4. A contrapartida simétrica de fá é ré. A contrapartida de fá# é réb e
assim por diante.
5. Agora pegue qualquer acorde da escala (G7, exemplo). As notas de G7
são: sol – si – ré – fá. Correto?
6. Agora ache as contrapartidas simétricas partindo do eixo: dó – láb –
fá – ré.
7. Agora é só dar nome ao acorde: Fm6 ou Dø.

Resumindo: o G7 é o Fm6 na Harmonia Negativa. Então, você conta com


mais uma alternativa na hora de criar seu arranjo para cada acorde dado.

Em vez de ter uma Cadência Perfeita você pode optar por uma
Cadência Plagal, apenas invertendo a polaridade do acorde.

Veja:
Interessante, não?

Agora analise a sequência abaixo:

Cada acorde no “mundo positivo” tem um acorde invertido no “mundo


negativo”, que pode ser substituído quando possível ou desejável.

Um outro exemplo que encontrei em minhas pesquisas:

Agora é sua vez de ficar “brincando” com esses novos acordes e testá-los
em seus arranjos.
DICA: Quando a melodia permitir, troque o acorde positivo pelo
negativo e sinta a sonoridade. Dependendo da sensação que você quer
produzir no ouvinte um acorde negativo será muito mais atrativo

Você vai se surpreender com as novas possibilidades que abrirão bem em


sua frente.

Concluindo… ou não!

UFA….!

Chegou a hora de retornarmos do mundo invertido… tudo bem com você?


Pode soltar o cinto de segurança e soltar a respiração.

Preste atenção:
Como eu já deixei bem claro, o tema Harmonia Negativa é um tanto
misterioso que irá gerar muitos debates pela frente. É um modo
contraintuitivo de pensar a música.

Para muitos, visitar esse “mundo invertido” vai ser uma aventura e tanto.

Para aqueles não tão empolgados, vai ser no mínimo interessante aprender
mais uma ferramenta para expandir suas ideias.

Antes de ir embora eu quero deixar uma promessa: eu prometo


que vou escrever e gravar vídeos mostrando como tudo isso pode ser
aplicado na prática. Caso você prometa que vai deixar um comentário aqui
embaixo, é claro…

Prepare-se porque os próximos capítulos dessa saga serão ainda mais


divertidos.

Enquanto os próximos conteúdos não chegam, reforço que você:

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Dessa forma você não corre o risco de perder os próximos conteúdos.


Em breve eu volto para mais uma emocionante jornada…
Deus te abençoe,
Ramon Tessmann

Fontes usadas no artigo:

Transcrição de Marco Fiorini (PDF).


Conceitos: Steve Coleman, Ernst Levy
Curtis Lindsay
Entrevista com Jacob Collier
Stranger Things Poster

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