Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Pelve
1
quando e onde aplicar num determinado
cliente, muitas vezes não respeitando a
individualidade do mesmo. Não seguem uma
sistemática avaliativa a fim de decifrar a
mensagem “corporal” que o cliente apresenta
num determinado momento.
Sabemos que o “corpo humano fala” e se
perguntarmos aos tecidos “eles saberão nos
responder”. Essa unidade indivisível pode se
comunicar conosco através da forma que se
apresenta, basta estarmos em sintonia para
decifrar os códigos.
Vivemos em completa harmonia, em busca do
equilíbrio. O corpo se comporta dessa forma, do
micro ao macro.
2
Antes de mais nada, não podemos esquecer de
nossas competências, devemos estar
capacitados e seguros quando executamos uma
avaliação minuciosa e estarmos aptos à realizar
correlações clínicas funcionais através do
raciocínio recorrido pela anatomia e fisiologia.
O intuito desse conteúdo é exatamente isso!
Vou te propor, após ler esse material,
interpretar as alterações que o cliente/ paciente
apresenta, através da anatomia, biomecânica e
fisiologia para que possa ser traçado um
tratamento ou um atendimento eficaz dentro
dos estúdios de Pilates. E após ter feito isso,
pensaremos nos exercícios!
3
Introdução
O raciocínio das cadeias funcionais integradas
vem sendo aplicada no meu dia a dia há um
tempo. E através da compreensão dela
podemos construir um entendimento sobre o
estado de boa saúde ou de doença sobre o corpo
humano, nos permitindo esclarecer a etiologia e
o diagnóstico da patologia. Sendo assim
assumimos nossas escolhas de forma eficaz.
"O ser humano é um ser indivisível em que
todos os sistemas: musculoesquelético, fascial,
vascular, neural, psicossomático,visceral e
craniano estão em completa harmonia."
4
Primeiramente devemos entender as leis que o
corpo humano adota:
1° Lei do equilíbrio: Os sistemas no esquema
fisiológico terão que manter o equilíbrio
homeostático e pressórico entre eles.
2° Lei da economia: As soluções no esquema
de funcionamento são econômicas, a fim de
evitar os gastos energéticos excessivos para
evitar uma fadiga precoce nos sistemas.
3° Lei do conforto: Se as duas primeiras leis
descritas acima estiverem funcionando
organizadamente, é certamente confortável, ou
seja, ausência de dores.
5
Agora vamos raciocinar como seria se o corpo
estivesse organizado num esquema adaptativo:
No esquema adaptativo, só é mantida essa
organização se o corpo humano conservar o
equilíbrio pois a prioridade é ausência de dor.
Estamos prontos a fazer de tudo para não
sofrermos. Então os nossos sistemas irão
"trapacear", deformarse, diminuindo a
mobilidade na medida que as adaptações
defensivas forem se instalando, e que
geralmente são menos econômicas, para ainda
sim manter o conforto.
Pagamos pelo nosso conforto e nosso equilíbrio
com um desgaste grande de energia, e assim
produzimos uma fadiga importante.
6
Então, no esquema adaptativo podemos chegar
a conclusão que:
" O corpo humano para ter conforto irá
compensar para manter o equilíbrio, porém
gastando muita energia (sem economia)".
Ruy Figueiras.
7
A Pelve
A cintura pélvica é composta pelos dois ilíacos e
o sacro, devendo responder às funções estáticas
e dinâmicas.
As asas ilíacas são braços de alavanca
importantes para a transmissão de forças do
membro superior para o membro inferior e
viceversa.
8
Os ilíacos possuem 2 mobilidades principais:
1° anterioridade e posterioridade;
2° abertura e fechamento.
Anterioridade Ilíaca
A asa ilíaca realiza uma rotação no sentido
anterior em torno da cabeça femoral, e durante
esse movimento a articulação sacroilíaca é
levada para cima e para frente.
Consequentemente o sacro adotará a posição
horizontal.
A anterioridade ilíaca bilateral levará a
anteversão da pelve.
9
Podemos ter associado a anterioridade, uma
abertura ilíaca, por conta de tensões na
musculatura perineal e do sartório que vão
influenciar nesse mecanismo.
Mas como evidenciar esse movimento durante a
avaliação?
Através dos exames: estático e dinâmico.
No exame estático, estaremos colocando em
evidência o posicionamento desse ilíaco em
relação a postura.
10
Veja à seguir o que encontraremos quando
realizamos os testes de posicionamento
(avaliação estática):
Subida da EIPS ( espinha ilíaca póstero
superior), e descida da EIAS ( espinha ilíaca
antero superior):
11
Sacro horizontalizado
Perna longa do lado da anterioridade Ilíaca
12
Aumento da lordose lombar
A explicação dessa mecânica se deve por conta
da articulação sacro ilíaca ser levada para cima
e para frente, levando o sacro em posição de
horizontalidade, a coluna lombar irá diminuir a
sua projeção vertical aumentando a lordose
13
lombar e L5L4 avançarão. Nesse caso, o apoio
discal lombar será posterior e os músculos
influenciadores (hiperativação) para
desencadear essa anterioridade serão:
quadrado lombar e o reto femoral.
14
Posterioridade Ilíaca
A asa ilíaca realiza uma rotação no sentido
posterior em torno da cabeça femoral, e durante
esse movimento a articulação sacroilíaca é
levada para baixo e para trás.
Consequentemente o sacro adotará a posição
vertical.
A posterioridade ilíaca bilateral levará a
retroversão da pelve.
Podese ter associado a uma posterioridade, um
fechamento ilíaco, por conta da musculatura
dos adutores da coxa e os oblíquos do abdômen,
Podemos visualizar nesses paciente um
aumento do valgismo do joelho.
15
E o que devemos encontrar durante a nossa
avaliação estática? Veja abaixo:
Subida da EIAS ( espinha ilíaca antero
superior), e descida da EIPS ( espinha ilíaca
postero superior):
16
Sacro verticalizado
Retificação Lombar
17
Perna curta no lado da posterioridade ilíaca
Devido a articulação sacro ilíaca ser
influenciada pela posterioridade ilíaca, o sacro
adotará a posição verticalizada levando a
retificação lombar pelo recuo de L5L4, a
projeção vertical lombar aumenta. O apoio
discal nesse caso será central.
Os músculos envolvidos nessa posterioridade
ilíaca são: reto abdominal e isquiotibiais
que estarão hiperativados.
18
Exame Dinâmico
Após colhermos todas a informações dos testes
de posicionamento que executamos
anteriormente em nossa avaliação estática,
podemos partir para o exame dinâmico.
19
No exame dinâmico, iremos testar dois
movimentos que nos indicarão se há uma
restrição articular na pelve: ilíaco em relação ao
sacro ou o sacro em relação ao ilíaco. Essa
restrição do jogo articular poderá sofrer
influências das cadeias musculares, da cadeia
visceral, ou da cadeia neurovascular.
Nosso objetivo quando realizamos o exame
dinâmico, é justamente colocar em evidência a
estrutura que sofre perda de mobilidade por
conta das influências internas e/ou externas.
20
TFP Teste de flexão em pé
Durante o teste de flexão em pé, nos
posicionaremos atrás do paciente e colocaremos
os polegares na EIPS bilateralmente e
solicitaremos que o paciente faça a flexão
anterior de toda a coluna (começando pela
cervical passando pela torácica e terminando na
lombar). Nossos polegares servem de palpação
sensitiva, a fim de perceber analíticamente a
mobilidade articular da sacroilíaca.
21
O teste será interpretado como positivo quando
uma EIPS for mais adiante do que a outra, isso
significa que o sacro estará influenciando
(carregando) esse ilíaco a subir rápido e mais
alto durante o movimento de flexão anterior.
22
TFS Teste de flexão sentado
Nesse teste a posição do paciente será
sentado evitando deixar as pernas pendentes
(aconselhável colocar um apoio para criar ponto
fixo fechando a cadeia), as mãos do paciente
estarão entrelaçadas atrás do pescoço e com os
cotovelos fechados.
O nosso posicionamento será o mesmo do teste
anterior, e solicitaremos uma flexão anterior da
coluna do paciente para que possamos avaliar
esse jogo articular da sacro ilíaca sem as
influências dos membros inferiores ( por isso da
posição sentada).
23
O teste será positivo se a EIPS subir mais rápido
e mais alto do que a do outro lado. Lembrando
que os nossos polegares sentirão essa
mobilidade.
24
A interpretação desses testes nos trará
informações valiosas durante a nossa avaliação,
e podemos através do exame estático e
dinâmico fazer as correlações clínicas e
funcionais do estado atual do paciente. É de
extrema importância quando encontramos as
perdas de mobilidade da estrutura, buscar saber
o motivo pelo qual o paciente adotou esse "novo
esquema corporal".
E será através da nossa investigação por conta
do entendimento da anatomia, fisiologia e
biomecânica que colocaremos em evidência
qual será o sistema que estará sendo o grande
"vilão", e influenciando na perda de mobilidade,
elasticidade e plasticidade das estruturas.
25
Vamos voltar para o nosso âmbito de
trabalho, especificamente o Pilates, e vamos
pensar nas seguintes perguntas:
Será que precisamos fortalecer os grupos
musculares que estão hiperativados, levando
um distúrbio na mobilidade da pelve?
No caso da anterioridade ilíaca, os músculos
reto femoral e quadrado lombar poderão estar
sob trabalho constante, e nesse caso devo
fortalecer esses músculos?
Já na posterioridade ilíaca, devo fazer
exercícios de ativação do abdômen (tendo em
vista que no método pilates trabalhamos muito
26
com o abdômen) e dos isquiostibiais podendo
aumentar essa compensação?
Que tal começarmos a pensar em diminuir
essas tensões geradas por essas musculaturas,
realizando exercícios de alongamento ativo
rítmico? E fortalecer as cadeias hipoativadas
com exercícios ativos resistidos? Podemos
potencializar nosso trabalho inserindo algumas
manobras de liberação do tecido
superprogramado no pré atendimento do
método Pilates.
" Identifique o problema, elimine as tensões,
relaxe as estruturas e fortaleça somente as
cadeias hipoativadas".
Ruy Figueiras
27
Meus agradecimentos à minha noiva, Bruna Iaciura (fotos), por
ter contribuído com a sua imagem para esse material, e à todos os
profissionais que solicitaram e baixaram esse eBook.
Para ficar por dentro de todo material e conteúdo relacionado ao
pilates clínico, acesse:
facebook.com.br/ruyfigueiras
28