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Instituto de Física
Curso de Física
Metodologia e Prática de Ensino de Física II - EDC 206
Docente: Maria Cristina Martins
Katemari Rosa
Julho de 2005
Entropia: Uma proposta para o ensino não universitário
Introdução
Como trabalhar o conceito de entropia no ensino não universitário? Este trabalho nós vamos
abordar uma linguagem mais geral sobre a Entropia, a ser ministrada nas turmas de Ensino Médio. A
Entropia, nos dias de hoje, nos permite fazer diversos uso dela, podendo ser utilizadas diferentes
definições de acordo com o sistema estudado, mas a sua "essência" permanece, a de indicar o sentido
natural da evolução espontânea de um sistema dinâmico. Termodinâmica, Química, Biofísica, Sistemas
de Informação, Sistemas Sociais,…, são alguns exemplos de áreas do conhecimento que podem fazer
uso da Entropia nos seus estudos.
Aqui apresento a minha proposta de texto para se trabalhar o conceito de entropia, no ensino
não universitário. As Leis da Termodinâmica são apresentadas como uma breve revisão e/ou
familiarização com o tipo da abordagem, e podem fazer parte das aulas quando os alunos forem
introduzidos ao assunto.
Através de uma revisão teórica, poder relacionar diferentes definições da entropia, desde a sua
origem com Clausius, passando por uma roupagem estatística de Boltzmann-Gibbs e até uma
generalização do uso da teoria da informação (teoria matemática da informação de Shannon),
relacionando sistemas biológicos e a sua entropia e informação.
Uma discussão sobre a Entropia nos sistemas biológicos, bem como a interação do sistema
com o ambiente, o sistema mais o ambiente temos o Universo. Abordando conceitos termodinâmicos
como 1ª e 2ª Leis da Termodinâmica e suas implicações. Energia Livre e Entropia de um sistema e
suas implicações. Transformações de Energia. E relação entre Ordem Desordem de um sistema com a
Organização e Informação e Entropia de um sistema.
Os sistemas a serem abordados, serão exemplificados de forma mais ampla, ampla no sentido
de abranger mais ramos do conhecimento, e não somente máquinas térmicas como é comumente
abordado nos textos para ensino médio.
Mostraremos também como a entropia é discutida em alguns livros didáticos para o nível
médio, e uma sugestão de texto para se trabalhar o conceito de entropia no ensino não universitário.
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Entropia: Uma proposta para o ensino não universitário
Motivação
"Como podem eventos no espaço e no tempo, que ocorrem dentro dos limites espaciais de um
organismo vivo, ser abordados pela física e pela química?". Questão posta por Erwin Schrödinger no
seu livro "O que é Vida?", em 1943.
Aspectos físicos e descrições sobre a vida (biológica) que estão presentes nos estudos de
Schrödinger. Que aborda com detalhes, a sua estrutura e comportamento, servindo de base e
inspiração para diversos estudos, como, por exemplo, o mapeamento do código genético (DNA), como
foi previsto por ele. Schrödinger chama de “substância hereditária”.
Ver que na maioria dos livros textos nível médio, a entropia como um ente restrito aos ramos
da física, em geral máquinas térmicas e cinéticas dos gases, deixando de abranger novas visões sobre
o tema. Suas aplicações são diversas, Física, Química, Teoria da Informação, Eng. Elétrica, Biologia,
Economia,... .
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PARTE I – Revisão Teórica
I - Entropia
Cunhado por Rudolf Clausius, o termo entropia foi originado do grego, em + trope (em
transformação). Na tentativa de quantificar as transformações energéticas que ocorrem num sistema
sob a ação de processos termodinâmicos.
Deste modo a 2ª Lei da Termodinâmica pode ser enunciada de forma quantitativa. A 1ª Lei
garante a conservação da energia e a 2ª Lei afirma que é impossível transformar toda a energia
fornecida ao sistema em trabalho, sem que ajam perdas. Estas perdas estão associadas ao aumento
da Entropia.
A função que satisfazia os requisitos, Clausius chamou de entropia. E pode ser definida na
forma diferencial, para um processo reversível infinitesimal, seguindo a seguinte relação:
dQ
dS =
T
Eq. 1
Num processo reversível finito em que o sistema passa do estado A para o estado B a variação
de entropia ∆S é dada pela integra:
4
PARTE I – Revisão Teórica
b
⌠dQ
∆S = Sb - Sa =
⌡T
a
Eq. 2
Note que só foi definida a variação de entropia e não o seu valor absoluto. O calculo da
entropia absoluta só é possível através da 3ª Lei da Termodinâmica, que atribui o valor nulo à entropia
no zero absoluto.
A 2ª Lei da Termodinâmica pode ser reformulada de acordo com uma linguagem matemática e
em termo de entropia, através da integral cíclico.
⌠dQ
T <0
⌡
Eq. 3
Para qualquer ciclo reversível verifica-se que o resultado da eq.3 é igual à zero, em qualquer
ciclo irreversível o resultado da eq.3 menor que zero. Sendo ciclos que gerem resultados para eq.3
maiores que zero são impossíveis. Esta desigualdade, também conhecida como desigualdade de
Clausius, expressa o mesmo principio contido na formulação anterior, a impossibilidade do calor passar
espontaneamente de um corpo frio para um corpo quente, que é a impossibilidade de uma conversão
completa do calor em trabalho. A eq.3 podemos reescrever na forma,
b a b
⌠dQ ⌠dQ ⌠dQ
T - T <0 è Sb - Sa > T
⌡ ⌡ ⌡
a b a
Eq. 4
Deste modo, se tratando de um processo espontâneo num sistema isolado, logo não há
absorção de calor no processo. Dai temos que Sb – Sa > 0, ou Sb > Sa, a entropia do sistema
aumentou. Com isso temos uma diminuição da energia útil para a realização de trabalho.
Um sistema isolado não é "realimentado", com isso ele tende a esgotar a energia útil para a
manutenção do sistema, para realização de trabalho. Sempre existirá uma parcela da energia que será
perdida na forma de calor, som ou luz. A natureza mostra ter uma tendência para a degradação de
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PARTE I – Revisão Teórica
energia, converter energia útil em energia inútil. Quanto mais próximo da entropia máxima o sistema
estiver, mais degradada é a sua energia.
S=K Σ log(w)
Eq. 5
S = -K Σ P log(P )
i i
Eq. 6
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PARTE I – Revisão Teórica
II – Teoria da Informação
Claude E. Shannon (1916-2001) é conhecido como "o pai da teoria da informação". Sua teoria
foi a primeira a considerar comunicação como um problema matemático rigorosamente embasado na
estatística. A teoria da informação tem como objeto o estudo da transmissão de sinais ou mensagens
de um sistema para outro, inclusive humanos. O objetivo principal não é estudar o significado das
mensagens, e sim a sua estrutura estatística, com o objetivo de saber em que condições se poderiam
levar uma mensagem melhor ou mais eficiente, sendo ela definida em termos estatísticos formais e
não semânticos ou estéticos. Mas estrutura e significado não podem ser completamente
independentes.
A entropia como definida por Shannon está intimamente relacionada à entropia definida por
físicos. Boltzmann e Gibbs fizeram um trabalho considerável sobre mecânica estatística. Este trabalho
foi a inspiração para se adotar o termo entropia em teoria da informação. Há uma profunda relação
entre entropia nos sentidos termodinâmico e informacional. Por exemplo, o demônio de Maxwell
necessita de informações para reverter a entropia e a obtenção dessas informações equilibra
exatamente o ganho de informação (entropia negativa ou negentropia) que o demônio alcançaria de
outro modo.
S = -K Σ P log(P )
i i
Eq. 8
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PARTE II – Os Livros Didáticos
I – Alberto Gaspar
Ao que o livro propõe, dentro da sua abordagem e discussão, está bem esclarecido o conceito
de entropia. O conceito de entropia trabalho neste livro, é o definido por Clausius como na eq.1, claro
que não na sua forma diferencial infinitesimal, fazendo uso da variação de entropia ∆S=∆Q/T.
Trazendo exercícios para o treino no calculo do ∆S.
II – GREF
No projeto GREF, não houve uma abordagem mais profunda, nem no sentido matemático nem
em discussões que o tema traz consigo. A variação de entropia é abordada no final da discussão sobre
a 2ª Lei da Termodinâmica. Trazendo a seguinte frase "À irreversibilidade dos processos naturais é
associada uma grandeza denominada entropia, interpretada como "algo" que aumenta em um
processo irreversível e se mantém constante em um processo reversível.". Sem maiores discussões
sobre o tema.
III – Ramalho
Apesar de falar sobre rendimento e energia útil, o livro assinado pelo Ramalho, Nicolau e
Toledo (a edição que tenho em mãos é a 6ª), não traz uma formulação matemática referente a
entropia, traz dois textos, dentro capitulo "Leis da Termodinâmica". O primeiro texto fala sobre o
principio da degradação da energia, falando que a medida que o Universo evolui, há diminuição da
energia utilizável. O texto é breve, apesar de trazer uma idéia generalizada sobre a diminuição da
energia útil do Universo, poderia ter discutido mais sobre o tema. No segundo texto, que fala sobre
desordem e entropia, também breve, não deu exemplos fazendo uso do modelo cinético dos gases,
deu dois exemplos, um com bolas dentro de um recipiente de vidro e outro com cartas de baralho,
falou que em todos os fenômenos naturais, a tendência é uma evolução apara um estado de maior
desordem. Trouxe a variação de entropia como a medida da ineficiência da energia do sistema.
Observação: Neste tópico, não é objetivo um detalhamento mais profundo sobre o que cada autor
traz no livro que assinam, e sim em relação às novas possibilidades de discussão sobre
entropia no ensino não universitário.
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PARTE III - Proposta
I – Leis da Termodinâmica
Como por exemplo, a energia potencial gravitacional da água no alto da cachoeira que é
transformada em diversos tipos de energia, (1) na que da d’água, energia potencial em energia
cinética e térmica, (2) no movimento do moinho, energia cinética em energia mecânica e térmica, (3)
na rotação da bobina, energia mecânica em energia elétrica e térmica, (4) na lâmpada ligada na rede
elétrica, energia elétrica em energia luminosa e térmica, (5) para um ventilador temos a energia
elétrica transformada em energia magnética, da magnética em mecânica e térmica. (6) e no caso de
um forno elétrico energia elétrica em térmica. A soma de todas as formas de energia é constante e
podemos perceber que toda transformação de energia está acompanhada de energia térmica.
Os seres vivos produzem calor em todo e qualquer processo biológico. Alguns perdem calor
gerado para o ambiente, e possuem a temperatura ambiental. Outros conservam parte desse calor, e
regulam sua temperatura.
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PARTE III - Proposta
Como o calor vai do corpo mais quente para o mais frio, a luz é mais intensa perto da
lâmpada, o som é mais intenso próximo da fonte emissora, os corpos caem do local mais alto para o
mais baixo.
Então, pela 1ª Lei a quantidade de energia é constante, se conserva, e pela 2ª Lei, após cada
mudança, a qualidade da energia diminui. A cada mudança aparece uma energia degradada, incapaz
de realizar trabalho. Esse tipo especial de energia é chamado de Entropia. Que nos leva a outro
enunciado para a 2ª Lei.
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PARTE III - Proposta
II - Entropia
Entropia vem do grego em (em) + trope (transformação), e foi primeiramente formulada pelo
físico alemão Rudolf Clausius. Estudando as idéias de Carnot, Clausius, tentou encontrar uma função
que satisfizesse aos seguintes requisitos:
∆Q
∆S = è T∆S = ∆Q
T
Eq. 9 Eq. 10
A variação de energia ∆Q, pode ser dada pela diferença entre a energia total, ∆H, e a energia
utilizada, que é a energia livre, ∆H. sendo assim, ∆Q = ∆H - ∆G, resultando na relação,
∆G = ∆H - T∆S
Eq. 11
A Entropia pode ser chamada de uma energia incapaz de realizar trabalho, e está presente em
todos os processos, no sentido do aumento global da Entropia. A perda de energia em cada processo
da sua transformação, está relacionada com o aumento da Entropia. A energia é perdida, dissipada, e
não temos como reaproveitá-la.
De modo geral a o fator entrópico aumenta com a elevação da temperatura, pois de acordo
com a Eq.15, temos que a quantidade Entropia é dada por T∆S. Como por exemplo à febre, a
hipertermia corporal, traz um aumento na Entropia dos processos biológicos. Com isso um
decrescimento na Energia Livre.
"Energia é necessária para repor não apenas a energia mecânica de nossos esforços corporais,
mas também o calor que liberamos continuamente no ambiente. E que liberamos calor não é acidental,
mas essencial, pois é precisamente esta a maneira através da qual nos livramos do excedente de
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PARTE III - Proposta
Entropia que produzimos continuamente em nosso processo de vida física.". (Erwin Schrödinger, "O
que é Vida?", pág.86).
As células não usam Energia Mecânica ou Energia Térmica para produzir trabalho, utilizam a
Energia Livre (∆G), que é um tipo de energia elétrica, que produz trabalho em condições, isobárica,
isocórica e podendo ser também isotérmica.
Essa energia não está armazenada nas ligações químicas, como se pensam. Dizem que o ATP
tem ligações de alta energia que é liberada na hidrolise da molécula. Na verdade a energia aparece
como diferença entre o conteúdo de energia dos produtos menos a energia dos reagentes.
A energia livre a que me refiro é a energia livre de Gibbs (G), que está relacionada à Entalpia
(H) e a Entropia (S), a uma temperatura (T).
G = H - TS
Eq. 13
Para uma temperatura constante, a energia livre pode ser obtida tanto em termos de Entalpia
e Entropia.
∆G = ∆H - T∆S
Eq. 14
∆H = ΣH(produtos) - ΣH(reagentes)
Eq. 15
Num sistema biológico, existe sempre troca de calor e matéria com o meio externo, e gasto de
energia com a manutenção da vida. A interação entre a matéria-prima usada pelo organismo como
fonte energética e como unidades para estruturação de seus tecidos (carboidratos, lipídios e proteínas)
e a maquinaria catalítica para a degradação dessas substâncias (mecanismos enzimáticos e oxidações
metabólicas), produz a energia livre durante a degradação dos alimentos. E como sempre há perdas
em todo processo em que não se encontra num meio conservativo, parte da energia é usada na
realização de trabalho (processos metabólicos) e uma outra parte é perdida para o meio (troca de
calor e matéria).
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PARTE III - Proposta
Nos fenômenos reversíveis, é possível ocorre aumento ou diminuição da entropia, desde que
ocorra também no ambiente uma diminuição ou aumento exatamente igual, satisfazendo a condição
de que a sua variação total, sistema+ambiente, seja nula. Funcionando como um ciclo, S à S' à S.
Nos fenômenos irreversíveis, a variação de entropia é sempre não-nula positiva. Como afirma
a 2ª Lei da Termodinâmica. De maneira espontânea o fluxo de calor entre dois corpos, isolados, com
temperaturas diferentes, será no sentido que o corpo que estiver mais quente cederá energia na forma
de calor para o corpo de temperatura menor. Pensar no sentido contrário seria supor que o corpo que
foi aquecido devolvesse o calor absorvido ao corpo que lhe cedera, realizando o processo inverso e
retornando ao seu estão inicial.
Temos um exemplo clássico que relaciona Entropia e informação, ou seja, Desordem e Ordem,
respectivamente: Uma caixa que cabe perfeitamente dentro dela 125 blocos, inicialmente com os
blocos dentro da caixa de maneira organizada, a combinação de todos os blocos nos da uma
informação, uma imagem de um mapa, por exemplo, como num quebra-cabeça, bloco a bloco
formando uma imagem. Neste estado a sua Entropia é mínima e a sua Ordem é máxima. Se a caixa
cair, deixando cair todos os blocos para fora da caixa, e em seguida colocarmos os blocos de volta, nos
preocupando apenas com a posição dos blocos, de maneira que todos os blocos caibam dentro da
caixa de novo, teremos a mesma caixa com os mesmos 125 blocos dentro dela, mas não teremos a
informação que nela continha – o desenho do mapa – mudou a Ordem dos blocos, ou seja, a entropia
do sistema aumentou. Já se não nos preocuparmos com a posição que os blocos são colocados na
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PARTE III - Proposta
caixa, teremos a mesma caixa, organização e informação, não caberá os 125, nem teremos a imagem
do mapa formada. Dizemos, assim, que a Entropia é máxima.
Essa relação entre Entropia e Ordem não se limita a aspectos físicos somente. Os seres vivos
procuram atingir o mais alto grau de organização, informação e eficiência de utilização de Energia,
justamente no processo de diminuir a Entropia. Um exemplo é a organização da molécula de
hemoglobina (Hb) esclarece este esforço biológico por uma baixa Entropia. Na passagem dos níveis
estruturais, a molécula de Hb vai do primário (seqüência linear de aminoácidos), secundário
(enrolamento em α-hélice, outras estruturas), terciário (a disposição espacial de cadeia polipeptídica) a
quaternário, a associação de cadeias entre si. A cada nível a Entropia diminui, a organização e
informação aumentam.
O mesmo ocorre na formação dos cristais. O cristal se forma no meio, num solvente, formando
uma estrutura altamente organizada. Já o meio em que ele está imerso fica caótico, o solvente tem a
sua Entropia aumentada. O cristal tirou Ordem do ambiente para se organizar, deixando, assim, o
ambiente desorganizado.
A vida, portanto, parece ser um comportamento bem ordenado e regrado da matéria, não
exclusivamente baseado na tendência desta de passar da ordem para a desordem, mas baseado
parcialmente em uma ordem existente que é mantida.
Os seres vivos vivem enquanto lutam pela redução de sua Entropia. Isto resulta em aumento
da Entropia ambiental. Viver é retirar Ordem do ambiente, é estar em permanente não equilíbrio com
o meio. O equilíbrio é a morte do sistema biológico. Num ecossistema sem interferências estranhas, a
Entropia ambiental aumenta num ritmo natural. Só a espécie humana, com seus objetivos
desvairados, é capaz de acelerar o ritmo da Entropia ambiental. Para disfarça essa agressão ambiental,
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PARTE III - Proposta
a Entropia foi apelidada eufemisticamente de Poluição. A diferença entre o estado hígido (saúde) e
estados patológicos (doença), é o grau de Entropia, o aumento dos estados patológicos.
Uma outra idéia da baixa Entropia dos seres vivos é dada pelo seguinte fato: nenhuma
estrutura não biológica, nenhum artefato aperfeiçoado pelo homem, possui, a 37°C, uma Entropia tão
baixa como uma celular viva. A noção de que os cristais possuem Entropia mínima é naturalmente
válida. Mas se considerarmos as funções desempenhadas por um cristal e por um protozoário conclui-
se facilmente que o cristal tem muito menos organização e informação que a celular viva.
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PARTE IV – Considerações Finais
Considerações
Abordagem de temas atuais, como surgimento de doenças, meio ambiente, recursos naturais,
abre muitas possibilidades de atividades a serem feitas em classe. A proposta aqui exposta visa
propiciar uma discussão em sala com/entre os alunos sobre temas que eles tenham mais afinidades, e
que consigam traze-lo para o campo da física e discuti-lo.
Certamente que este trabalho ainda não foi experimentado, com isso não podemos concluir a
sua eficácia na utilização destas temáticas no processo de ensino/aprendizado, do conceito de
entropia. Mas já é um passo em busca de explorar outras aplicações de conceitos físicos em sala de
aula.
O crescimento da ordem é fundamental para a existência da vida, como também é inevitável e
irreversível, assim como a Entropia. Este crescimento da ordem é uma resposta contra o crescimento
constante da Entropia, como um equilíbrio para a existência da vida, entre a ordem e a desordem, sem
a perda da informação. Perda de informação leva, gradativamente, ao estado de Entropia máxima, a
morte do sistema biológico.
Referências Bibliográficas
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PARTE IV – Considerações Finais
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