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70% dos encaminhamentos feitos para atendimento psicológico tem como queixa
problemas de escolarização; (pesquisa 1989/ UBS de SP);
Metade das criança encaminhadas eram ingressantes cujos professores já acreditam
que apresentam problemas de aprendizagem;
A queixa escolar vem sendo atendida através do modelo proposto pelo processo
psicodiagnóstico; tripé entrevista inicial—anamnese—aplicação de testes;
encaminhamento para psicoterapia e orientação de pais;
Os instrumentos utilizados para atender a queixar escolar são os mesmos utilizados
para queixas de natureza diferente; (HTP; CAT-a; Wisc);
Ênfase recai sobre fatores intrapsíquicos e dinâmica familiar;
Inversão: aquilo que se passa com a criança na escola é um dos conflitos vividos
internamente por ela;
Tal abordagem/interpretação de mundo não é considerada uma das versões possíveis
na Psicologia, mas, sim, como a única versão possível para explicar os problemas de
escolarização;
Resulta de uma visão de mundo que explica a realidade a partir de estruturas
psíquicas; negação de influências e/ou determinações das relações institucionais e
sociais sobre o psiquismo, encobrindo arbitrariedades, preconceitos e estereótipos de
que as crianças de classes populares são vítimas no processo educacional e social;
Se a pessoa apresenta uma tendência de forma que nas relações essa tendência se
cristalize, essa pessoa vira um personagem: “aluno-problema”; o aluno especial; o o
louco; o tímido; o chato;
Observa-se uma série de práticas que objetivam os alunos;
A prática objetivação implica uma prática de subjetivação; produz-se algo e produz-se
o sujeito que entende este algo naturalmente;
Ex: crianças de 8 a 16 anos foram objetivadas como alunos especiais para que elas
sejam percebidas pelos professores como alunos que precisam de um programa
especial de ensino;
Naturalizar: é pensar que o que acontece é decorrente da natureza mesma das coisas
e não da história;
Relação cristalizada: é aquela na qual as queixas são as mesmas há muito tempo; não
há movimento; o efeito é a sensação de que nada se pode fazer, apenas esperar.
Em uma escola especial, a criança vai ter sempre o desejo captura, aprisionado ao fato
de ela ser especial;
É fundamental que a criança consiga pensar e opinar sobre as coisas da sua vida para
aprender a ler e a escrever;
Para a prática da psicólogo educacional:
Importância de observar a diversidade, a heterogeneidade na vida diária escolar;
compreender o espaço escolar como contraditório; dinâmico; confuso; divergente;
atravessado por muitas outras instituições;
Cada escola se constitui, portanto, como um espaço historicamente construído por
aqueles que o compõem;
A Psicologia tem utilizado um saber que estabelece, de forma geral, um recorte sobre
o indivíduo;
Foco na localização das causas psíquicas que estejam interferindo em seu não-
aprendizado; seu “mau” comportamento é visto como um sintoma de algo mais
profundo; ou, ainda, as causas de tal comportamento estariam vinculadas a uma
relação familiar inadequada ou insuficiente para o bom desenvolvimento da criança,
permeada de carências afetivas, emocionais, nutricionais e cognitivas;