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BEHAVIOR”
Enquanto aluna do quinto ano, sinto ter meus interesses de pesquisa e estudo já
bastante consolidados, e, por isso, sempre volto meu olhar para a área da Criminologia.
Nesse sentido, tanto a leitura de “Impact” como a participação nas discussões em sala
foram condicionadas pelas constantes relações traçadas entre a obra e as questões
levantadas e esse campo de conhecimento.
Destaco, para ilustrar essa ordem de ideias, a discussão que mais me inquietou.
Sempre me interessei, no campo da Criminologia, em investigar os motivos que fazem
com que medidas ou propostas violadoras de uma série de direitos possuam respaldo
popular. É o caso, por exemplo, do apoio da sociedade a diversos atos da “Operação Lava-
Jato” que violam garantias constitucionais e do processo penal, como nos casos de
conduções coercitivas ou mesmo da possibilidade de prisão em segunda instância.
À luz dessa questão, a leitura do capítulo “The inner voice” ofereceu uma série de
novas hipóteses a partir do conceito de legitimidade elaborado por Friedman,
especialmente com base em seu vínculo ao respeito às normas não por seu conteúdo, mas
por seu amparo em procedimentos democráticos e socialmente aceitos de elaboração. De
acordo com o autor, dessa forma, sociedades que tenham democracias verdadeiramente
consolidadas tendem, também, a ter direitos mais consolidados, uma vez que as normas
possuem forte respaldo democrático e há uma consciência popular sobre seu papel
enquanto asseguradoras de garantias. Por outro lado, em regimes democráticos mais
frágeis – como é o caso do Brasil –, as leis são desvinculadas da concepção de justiça e
de garantias de direitos, o que faz com que seu desrespeito seja não só tolerado como, por
vezes, desejado.
A discussão a respeito dos muitos movimentos da sociedade brasileira atentando
contra seus próprios direitos, por tudo isso, ganhou novos contornos a partir das
considerações de Friedman.