Vous êtes sur la page 1sur 168

VOLUME 99 NÚMERO 1 JANEIRO—ABRIL 2018

REVISTA BRASILEIRA DE FARMÁCIA

Brazilian Journal of Pharmacy

PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS


WWW.RBFARMA.COM.BR ISSN (online) 2176-0667
VOLUME 99 NÚMERO 1 JANEIRO—ABRIL 2018

Resumos do 9 Congresso Riopharma 2017


o

PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS


WWW.RBFARMA.COM.BR ISSN (online) 2176-0667
Volume 99 NÚMERO 1 JANEIRO/ABRIL / 2018

SUMÁRIO
TÍTULO PÁGINA

Utilização da Simulação Realística para Ensino da Flebotomia no Curso


de Farmácia 2285
Fábio de Moura Câmara
Sustentabilidade na farmácia hospitalar – um exemplo prático de gestão
farmacêutica em um hospital privado no Rio de Janeiro 2287
Gabriele Brasil Barbiere
Consulta farmacêutica: o resgate da profissão no Brasil 2289
Autora: Gabriele Brasil Barbiere
Síntese de nanopartículas de prata utilizando quitosana como revestimento 2291
Bruna Campos Coelho
A Importância da Farmacognosia das Plantas da Família das SoNceas
usadas em Rituais Religiosos: Atropa belladona, Hyosciamus níger E 2292
Mandragora oficinarum.
Adelino Alves dos Santos
Análise dos eventos adversos do fármaco Axetilcefuroxima no site Reclame
AQUI e a proposta de inclusão em sistema lipossomal 2294
Sara Trindade Espírito Santo Camacho
Atividade seletiva de um derivado do Eugenol contendo 1,2,3 triazol
funcionalizado contra Leishmania amazonenses. 2296
Rafael Conti Brigido
Perfil dos pacientes tratados com ceftriaxona para sífilis congênita, na
ausência de penicilina, em um hospital universitário do município de João 2298
Pessoa- PB
Wedna dos Santos Miguel Moura
Perfil dos portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) com
comprometimento de órgãos e sistemas, internados em um hospital de 2300
ensino do município de João Pessoa-PB
Dafne Dayse Bezerra Macedo
Análise da incidência de potenciais interações medicamentosas em
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Hospital Universitário no 2302
município de João Pessoa-PB
Thassya Matias Ribeiro
Eventos adversos relacionados ao uso concomitante de morfina e petidina
em paciente cirúrgico: relato de caso 2304
Rachel Nunes Ornellas
Bradicardia e fibrilação atrial provocadas por interação medicamentosa
durante um procedimento cirúrgico: relato de caso 2306
Rachel Nunes Ornellas
Segurança do paciente: análise das prescrições de unidades de terapia
intensiva em um Hospital Universitário 2308
Maurício Lauro de Oliveira Júnior
O uso da Aloe barbadensis Miller no tratamento da alopecia 2310
Marina Mauricio Augusto
Efects of Euterpe oleracea mart. (açaí) extract on metabolic changes
associated with obesity: role of renin angiotensin system 2312
Izabelle Barcellos Santos
Elaboração e Aplicação de um Jogo como Ferramenta Didática no
Processo Ensino-Aprendizagem em Parasitologia Clínica 2314
Carlos Alberto Cezar Almeida Filho
Avaliação de ésteres candidatos a inibidores da enzima FAAH. 2316
Andrielle Mendes Domard
Sistema Endocanabinóide na modulação de patologias do Sistema Nervoso
Central 2318
Bárbara Carracena de Souza
Desenvolvimento e caracterização de nanocarreadores contendo
ftalocianina de zinco para uso na terapia fotodinâmica antimicrobiana em 2320
doenças periodontais.
Raphaela Aparecida Schuenck da Silva
Incompatibilidade na administração de medicamentos injetáveis no
CTI de um hospital universitário: relato de caso 2322
Luiz Filgueira de Melo Neto
Desenvolvimento de niossomas contendo ubiquinona (coenzima Q10) para
aplicações em formulações anti-idade. 2324
Fiammetta Nigro
Perfil das mães e das crianças tratadas para sífilis congênita, em um
hospital universitário do município de João Pessoa- PB 2326
Wedna dos Santos Miguel Moura
Avaliação da equivalência farmacêutica de comprimidos de diclofenaco de
sódio disponíveis no mercado do Rio de Janeiro 2328
Daniela Guedes
O Programa Nacional de Imunização Brasileiro frente aos desafios para
sua modernização e evolução 2330
Ricardo Bordinhão dos Santos
Prevalência de doenças infecciosas e farmacoterapia dos portadores de
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) com comprometimento de órgãos e 2332
sistemas, internados em um Hospital Universitário do munícipio de João
Pessoa-PB
Dafne Dayse Bezerra Macedo
Uso da terapia anti-TNF-α no tratamento da artrite Reumatoide: Uma
Revisão Bibliográfica 2334
Suamy Rabelo Rocha da Costa
Classificação dos medicamentos envolvidos em intervenções farmacêuticas
e frequência de alta e óbito de pacientes internados em Unidade de Terapia 2336
Intensiva (UTI) em Hospital Universitário no município de João Pessoa-
PB
Thassya Matias Ribeiro
Observação e intervenção farmacêutica na preparação
de extrato medicinal de Cannabis 2338
Fabio Luiz Costa de Souza
Detecção de enteroparasitas em amostras de alface (Lactuca sativa L.)
comercializadas na Zona Norte do Rio De Janeiro (RJ) 2340
Natalia Espírito Santo da Costa Sá
Avaliação da influência dos excipientes na qualidade de cápsulas de
Aciclovir 2342
Suelen da Silva Reis
Contaminação Microbiana em Superfícies de Aparelhos Celulares 2344
Bruno Barbosa Bezerra
Study of efficacy and mechanism of action in experimental model of
cutaneous and visceral leishmaniasis: a possibility of drug repurposing. 2346
Juliana da Silva Pacheco
Modelagem molecular de uma nova classe de inibidores da Hidrolase de
Amidas de Ácidos Graxos 1 (FAAH1) derivados do glicerol: toxicologia in 2348
Silico das α-ceto heterociclos
Rafaela Martins da Silva
Using Human Albumin for Mesoporous Silica Nanoparticle System in a
Mouse Model of Endometriosis to Avoiding the Mononuclear Phagocyte 2350
System
Sara Rezende dos Reis
Interações entre medicamentos e nutrientes prescritos no CTI de um
hospital universitário: relato de caso 2352
Mariana Souza Rocha
Resultados de intervenção farmacêutica como indicadores de qualidade na 2354
terapia nutricional de pacientes internados em um hospital universitário
Amanda Castro Domingues da Silva
Educação em Saúde: Explorando a Extensão Universitária 2356
Rita Cristina Azevedo Martins
Atenção farmacêutica na hepatite C crônica em tratados com antivirais de
ação direta no rio de janeiro 2358
Silvana Araujo Capitanio
Comparação entre biodistribuição in vivo com radiomarcação e
permeação celular de Franz: Uma abordagem sobre segurança. 2360
Suyene Rocha Pinto
Avaliação do efeito da compostagem de carcaças de bovinos, na viabilidade
de microrganismos indicadores 2362
Leandro Serrano
Avaliação da atividade antitumoral in vitro de nanopartículas poliméricas
contendo extrato de Uncaria tomentosa, em células LNCaP 2364
Ana Ferreira Ribeiro
Nudibrânquios da costa brasileira: extração e caracterização de
substâncias com atividades biológicas 2366
Hoffgan Pereira Félix
Efeito do gel de papaína a 10% no processo de cicatrização de ferida de
grande extensão em cão causada por miíase 2368
Danielle Barcelos Santos
Nano-aptâmeros anti-MUC1 para imagens de câncer de mama triplo
negativos por tomografia computadorizada por emissão de fóton único em 2370
animais induzidos: considerações iniciais
Thamires de Oliveira Vieira
A inserção do profissional farmacêutico na Atenção Primária à Saúde/
NASF 2372
Desirée Hernandes Barros Lopes
O Educador Farmacêutico em Serviço: Validação da Metodologia da
Problematização 2373
Pedro Henrique Cordeiro Ferreira
O Emprego de uma Cepa Mutante de Saccharomyces cerevisiae para
Avaliação in vitro da Eficácia e Segurança de Substâncias Fotoprotetoras 2375
Raiane Rosales Diniz
Relato de Experiência dos Avanços na Assistência Farmacêutica a partir
do Estabelecimento de Processos Assistenciais Orientados no Modelo 2377
Assistencial Centrado no Paciente.
Carvalho GT
A Influência do Marketing na Automedicação em Alunos de Graduação de
Farmácia da Universidade Salgado de Oliveira no Campus de Niterói e São 2379
Gonçalo
Marcelo Guimarães do Nascimento
Auditorias Farmacêuticas como Ferramenta de Gerenciamento de Risco,
Garantia de Qualidade e Segurança do Paciente 2381
Carina Torres Garruth Ferreira1
Vigilância pós-comercialização de Medicamentos e Contribuições para a
Segurança do Paciente 2383
Camile Moreira Mascarenhas
Avaliação da Atividade Antioxidante do Extrato de Folhas de Morinda
citrifolia L. (noni) 2385
Nathália Martins dos Santos
Padronização de Etiquetas para a Dispensação de Medicamentos
Potencialmente Perigosos com Foco na Segurança do Paciente em um 2387
Hospital Universitário
Luiz Filgueira de Melo Neto
Síntese de Nanopartículas de Cobre utilizando a Quitosana como
Revestimento 2389
Giani Christie Rodrigues
Efeitos da Síndrome Metabólica Sobre os Níveis de Biomarcadores de
Danos Oxidativos em Militares 2390
Marcio Antonio de Barros Sena
Marcadores Bioquímicos Alternativos Relacionados Com a Síndrome
Metabólica 2392
Marcio Antonio de Barros Sena
Estruturação de atividades de farmácia clínica em unidade de internação
de hematologia de um hospital universitário: relato de experiência 2394
Nayara Fernandes Paes
Adequação das Prescrições da Unidade de Hematologia de um Hospital de
Ensino à RDC n° 10/2001 2396
Nayara Fernandes Paes
Interações Digitálicas na Unidade de Internação de Hematologia de um
Hospital Universitário: relato de caso 2398
Gilberto Barcelos Souza
Efeito do Artesunato no comportamento reológico do Soluplus® e do
Kollidon® VA 64 como um estudo de pré-formulação para o processo de 2400
HME
Daniel Lins de Sales
Controle da Qualidade físico-química de Albuminas Humanas submetidas
ao INCQS 2402
Laryssa Lemos dos Santos
Perfil dos Detentores de Bolsas de Sangue do Brasil com enfoque nas
Substâncias Presentes nas Soluções 2404
Mariane Dantas Ramos Batista
Determinação de Massa como Requisito de Qualidade em Compressas de
Gaze 2406
Patryck Gonçalves Santos
Qualidade das Luvas Certificadas no Brasil: um estudo de caso 2408
Natália Helena de Azevedo Oliveira
Estudo por Análise Fatorial visando o Desenvolvimento de Formulação
Fotoprotetora para uma Farmácia Universitária do Estado do Rio de 2410
Janeiro
Natália Farias Santos
Cinema de comédia no ensino de Deontologia Farmacêutica 2412
Lêda Glicério Mendonça
Development and Characterization of Nanoemulsion Containing Icaridin
as Insect Repellent 2414
Márcio Robert Mattos da Silva
Avaliação da qualidade das informações fornecida em sítios de saúde
brasileiros: tratamento farmacológico para insônia. 2416
Stephanie de Moura Araujo Fernandes
Integração dos conteúdos de Química abordados no laboratório de
graduação às práticas diárias de um Farmacêutico 2418
Yasmin Aguiar Faria Lima
Contaminação Microbiana em Monitor de Glicemia: Pesquisa de Possíveis
Patógenos 2420
Ana Maria Targa
Plantas herbáceas e árvores nativas com atividade medicinal da floresta
escola do campus Quinta do Paraíso, UNIFESO, Teresópolis/RJ. 2422
Larissa Aparecida Dimas Rodrigues
Avaliação in vitro da Capacidade Antimicrobiana dos Extratos de Uncaria
tomentosa (Willd) D.C. 2424
Thalita Martins da Silva
Efeitos do extrato de Euterpe oleracea mart. (açaí) e de Bloqueadores do
Sistema Renina Angiotensina sobre a Esteatose Hepática associada a 2426
Obesidade
Matheus Henrique Romão
Desenvolvimento, caracterização e Avaliação da Atividade Fotoproterora
de Nanossistemas formados por Silicatos Minerais e Filtros Solares 2428
inorgânicos
Juliana Patrão de Paiva
Proposta de Implantação da Farmácia Clínica na Unidade de Pronto
Atendimento 24H – UPA 24H 2429
Suzana Maria Bernardino Araújo
Desenvolvimento de Métodos Cromatográficos para Análise de Heparina
Injetável 2431
Andreza da Costa de Santana
Nanoradiofármacos para Imagem de Câncer de Mama: desenvolvimento,
caracterização e imagem em animais induzidos 2433
Luis Filipe Cavalcanti Santos
A evolução da profissão farmacêutica e um novo modelo de cuidado ao
paciente 2435
Claudiana de Jesus Felismino
Avaliação de L-Asparaginase (ASP) por eletroforese em gel de
poliacrilamida 2437
Debora Alves Fonseca
Potencialidades e fragilidades da inserção de ferramentas da Educação a
Distância em cursos de graduação de Farmácia 2439
Márcia dos Angeles Luna Leite
Dispensação de medicamentos em um home care no município do Rio de
Janeiro de 2015 a 2016 2441
Andressa Cristina Da Silva De Lima

Expediente
VOLUME 99 NÚMERO 1 JANEIRO—ABRIL 2018

Resumos

PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS


WWW.RBFARMA.COM.BR ISSN (online) 2176-0667
Utilização da Simulação Realística para Ensino da Flebotomia no Curso de
Farmácia
Fábio de Moura Camara1 & Andréia Bartachini Gomes1
1
Unigranrio, Duque de Caxias, Rio de Janeiro, Brasil.

Introdução: Os avanços tecnológicos vêm influenciando a educação, uma vez que a velocidade da
informação associada ao progresso do conhecimento desafiam a inserção de metodologias de ensino
inovadoras que proporcionem uma formação crítica e criativa aos alunos, distanciando-se de métodos
antigos, vinculados a repetição e memorização. A simulação como metodologia de ensino em saúde
contribui significativamente para a formação de profissionais com maior qualificação, estimulando o
desenvolvimento de competências. Objetivo: Apresentar a experiência do uso da simulação realística
na formação de estudantes de graduação do curso de farmácia para a solução de problemas
vivenciados pelo profissional farmacêutico em setores de coleta sanguínea. Metodologia: Esse
estudo é um relato de experiência envolvendo 242 alunos do curso de Farmácia de uma Universidade
particular do Rio de Janeiro de 2015 a 2017. A teorização realizada através de aula expositiva
dialogada sobre as atividades desenvolvidas pelo farmacêutico responsável pelo posto de coleta de
laboratório clínico e complementada com projeção de vídeos relacionados ao contexto. Os alunos
foram divididos em grupos, responsáveis pela avaliação do cenário da sala de coleta e as possíveis
intercorrências advindas da flebotomia. A simulação foi praticada durante período de aula e contou
com a participação de três alunos atores – um simulando o paciente, o outro o flebotomista e o terceiro
o farmacêutico responsável pelo setor – demais alunos avaliadores do estudo de caso. Para avaliação
do desenvolvimento da atividade utilizou-se um manual sobre intercorrências na sala de coleta,
confeccionado pelos estudantes, servindo de subsídio para avaliação de competências. Ao final foi
realizado o debriefing, no qual todos os alunos, mediados pelo docente responsável, refletiram e
discutiram sobre a cena, que foi filmada e revisitada a fim de proporcionar avaliação dos pontos de
melhoria no atendimento farmacêutico clínico. Resultados: Os alunos desempenharam a atividade
proativamente, demonstrando mobilização de saberes para resolução dos problemas apresentados e
propostas de melhoria de atendimento farmacêutico. A atividade proporcionou aprendizagem
significativa, resultando em discussão dos aspectos éticos, técnicos e sociais envolvidos nas situações
vivenciadas. Conclusão: A realização da simulação realística mostrou-se como importante
ferramenta para o desenvolvimento do raciocínio crítico e formação de competências para resolução
de adversidades encontradas no exercício profissional.
Palavras chaves: Simulação realística, flebotomia; farmácia

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2285


Quilici AP, Abrão K, Timerman S, Gutierrez F. Simulação clínica: do conceito à aplicabilidade. São
Paulo: Atheneu; 2012.
Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a
incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):758-64.
MAREGA MCF, DEVISATE EA. Uso da Metodologia a Simulação Realística no Curso Técnico de
Enfermagem: Relato de Experiência. Marilia. PBS International Conference; 2016.
COSTA RRO, CALAZANS BMJ, FILHO JB, SILVA MBM. O Uso da Simulação Realística na
Graduação em Enfermagem: Reflexões Sobre Ética e Formação Profissional. Disponível em
www.panpbl.org/site/evento/wp-content/uploads/2016/10/6119812.pdf

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2286


Sustentabilidade na farmácia hospitalar – um exemplo prático de gestão
farmacêutica em um hospital privado no Rio de Janeiro
Autora: Gabriele Brasil Barbiere
Rio de Janeiro – RJ – Brasil - E-mail: gabri.pharma@gmail.com

Introdução: O termo "sustentável" provém do latim sustentare que significa sustentar; favorecer,
conservar. Segundo o Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve
"suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras e de
suprir as suas". A sustentabilidade está relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem
agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente. É possível trabalhar as
deficiências através de ações de baixo custo e medidas simples. Outro componente facilitador desta
percepção de sustentabilidade está na aquisição dos equipamentos e materiais para a
operacionalidade da função hospitalar. Considerar como prioridade a aquisição daqueles que
tenham a identificação de reciclável, economia energética e possibilidade de reutilização. Objetivo:
Colocar em prática medidas sustentáveis dentro de uma farmácia em um hospital privado no Rio de
Janeiro, através de um conjunto de ações em uma gestão sustentável, com intuito de guiar o setor
através de processos que valorizem e recuperem todas as formas de recursos humanos, natural e
financeiro dentro da instituição. Métodos: Diversas medidas foram tomadas para uma gestão
sustentável. Enquanto a ANVISA foca a saúde pública e prevenção de acidentes, o CONAMA foca
no Meio Ambiente. A RDC 306 traz diretrizes para o gerenciamento de resíduos de saúde,
incluindo: segregação, acondicionamento, transporte, armazenamento, tratamento, coleta e
disposição final. Entre as estratégias adotadas por diversos tipos de unidades estão a minimização
dos resíduos gerados, pois o reaproveitamento ou reciclagem são limitados. Resultados: Uma
gestão farmacêutica sustentável é capaz de promover a redução dos resíduos e de impactar no valor
econômico, social e legal, já que entidades de vários países têm adotado políticas mais rígidas no
sentido de fomentar a redução, reciclagem ou reaproveitamento dos resíduos gerados. Conclusão:
Entende-se por ambiente hospitalar na linguagem “ecossistêmica”, o espaço no qual os
trabalhadores da saúde de diversas categorias, atendem as inúmeras necessidades de saúde dos
usuários, os quais buscam, de forma individual ou coletiva, ações de promoção, prevenção e
recuperação da saúde. Medidas sustentáveis adotadas na farmácia hospitalar, por exemplo, têm sido
de grande valia para a conscientização, contribuição para o meio ambiente e instituição.
Palavras-chave: Sustentabilidade; Gestão; Reciclagem;

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2287


Referências Bibliográficas:
1. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Regulamento técnico para
gerenciamento de resíduos de saúde. RDC nº 33, de 25 de fevereiro de 2003.

2. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (Brasil). Resoluções CONAMA 1984-1991.


4. ed. Brasília, DF, 1992.

3. GARCIA, Leila Posenato; ZANETTI-RAMOS, Betina Giehl. Gerenciamento dos resíduos de


serviços de saúde: uma questão de biossegurança. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n.
3, June 2004 . Disponível em <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2004000300011&lng=en&nrm=iso>. Aces
em 13 Jan. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2004000300011.

4. MACHADO, V. de F. A produção do discurso do desenvolvimento sustentável: de Estocolmo a


Rio 92. Brasília, 2005. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável) –Centro de
Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília.

5. NOBRE, M.; AMAZONAS, M. (Org.) Desenvolvimento sustentável: a institucionalizaçãode um


conceito. Brasília: Ed. Ibama, 2002.

6. SACH, I. Patterns of public sector in underdeveloped economies. New Delhi: Asia Publishing
House, 1964.

7. VEIGA, J. E. da. Desenvolvimento sustentável: o desafio do século XXI. 3.ed. Rio de Janeiro:
Garamond, 2008.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2288


Consulta farmacêutica: o resgate da profissão no Brasil
Autora: Gabriele Brasil Barbiere
Rio de Janeiro – RJ – Brasil - E-mail: gabri.pharma@gmail.com

Introdução: No Brasil, a Constituição Federal de 1988 estabelece a assistência à saúde como um


direito fundamental de todos os cidadãos e um dever do Estado. A prática da Atenção Farmacêutica
é um modelo desenvolvido no contexto da assistência farmacêutica, sendo a interação direta do
farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional. A profissão farmacêutica está se
movendo de um paradigma técnico para um social. A Farmácia Clínica teve início na área
hospitalar nos Estados Unidos na década de 60. Nos dias atuais segue a doutrina Pharmaceutical
Care. No Brasil, essa transformação tem contribuído de forma significativa para a evolução da
profissão e criado expectativas nos profissionais em relação à dignificação dessa atividade,
oferecendo uma oportunidade de resgate da relação farmacêutico-paciente. Em agosto de 2013, o
Conselho Federal de Farmácia publicou as Resoluções 585 e 586 que regulamentou as atribuições
clínicas do farmacêutico e a prescrição farmacêutica, respectivamente. Vale ressaltar que tal
Resolução foi um marco na profissão, aonde o farmacêutico vem ganhando espaço e confiança,
além de agregar conhecimentos em uma oferta maior de serviços. A consulta farmacêutica é
caracterizada por atendimento realizado pelo profissional farmacêutico ao paciente com a finalidade
de obter os melhores resultados com a farmacoterapia e promover o uso racional de medicamentos e
tecnologias em saúde. Objetivo: Avaliar o impacto das novas atribuições do farmacêutico em
consultório, levando em consideração os benefícios para a população. Metodologia: A pesquisa é
de cunho exploratório/descritivo, uma vez que fora feito um levantamento bibliográfico, eletrônico
e documental. Resultados: Os benefícios da aproximação do farmacêutico ao paciente atrelados a
uma oferta de serviços que visam à promoção, proteção e recuperação da saúde do indivíduo dentro
do consultório, resultam numa avaliação e intervenção nas interações medicamentosas indesejadas e
significantes, além de elaboração de um plano de cuidados farmacêuticos no âmbito de sua
competência profissional. Conclusão: A consulta farmacêutica pode ser desenvolvida em hospitais,
ambulatórios, unidades de atenção primária à saúde, farmácias comunitárias e com manipulação,
domicílios de pacientes e consultórios farmacêuticos autônomos. Estes consultórios farmacêuticos
têm se difundido pelo Brasil, amparados por resoluções, estabelecendo e conduzindo uma relação
de cuidados centrados no paciente.
Palavras-chave: Farmacoterapia; Consulta farmacêutica; Resolução;

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2289


Referências Bibliográficas:

1. BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº. 585, de 29 de agosto de 2013, que
regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Poder Executivo, Brasília, DF, 25 set. 2013. Seção 1, p. 186-188.

2. BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº. 586, de 29 de agosto de 2013, que regula
a prescrição farmacêutica e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 26 set. 2013b. Seção 1, p. 136-8.

3. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado


Federal; 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm> Acessado em 20 de
Julho de 2017.

4. BRASIL. Lei 8080/1990. Disponível em:


<HTTP://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm> Acessado em 20 de Julho de 2017.

5. IVAMA, A. M.; NOBLAT, L.; CASTRO, M. S.; OLIVEIRA, N. V. B. V.; JARAMILLO, N. M.;
RECH, N.Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica. Brasília: Organização Pan-Americana da
Saúde, 2002.

6. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE


SAÚDE. Disponível em: <http://www.opas.org.br> Acesso em: 02 de Junho de 2017.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2290


Síntese de nanopartículas de prata utilizando quitosana como revestimento
1
Bruna Campos Coelho, 1Brunno Renato Farias Vercoza Costa, 1Luiz Augusto Sousa De Oliveira,
1
Robson Roney Bernardo.
1
NUMPEX, UFRJ, IBCCF, Pólo de Xerém, Estrada de Xerém, Nº 27, Xerém – Duque de Caxias,
Brazil. CEP: 25245-390.
.
Na última década, a síntese de nanopartículas (NPs) têm sido utilizadas e desenvolvidas, não
somente para o seu interesse acadêmico, mas também para aplicações tecnológicas. Na maioria das
aplicações em biomedicina, é desejável que as NPs possuam diâmetros abaixo de 100nm com uma
estreita distribuição de tamanhos, uma vez que suas propriedades dependem diretamente da sua área
superficial (Sawtarie et al. 2017). O objetivo principal desta proposta éa
obtenção de nanoparticulas funcionalizadas bem como sua estabilidade para que as
mesmas sejam capazes de interagir com biomoléculas, para fins de liberação de fármacos
diretamente na célula ou na região alvo. As NPs serão produzidas com características químicas e
estruturas similares ás exigidas para o uso clinico em terapias em sistemas de entrega de
fármacos. Foram produzidas nanopartículas de prata através de reações de síntese utilizando hidreto
de boro e sódio. As nanopartículas de prata foram produzidas de 10 ml de uma solução 1mM de
nitrato de prata, adiconada gota a gota em uma solução de hidreto de boro e sódio (2mM, 30 ml) em
um banho de gelo (Solomon et al. 2007). Para dimensionar o seu tamanho bem como sua
estabilidade, as NPs foram submetidas a análise em espectrofotomteria por varredura (190-1100nm)
de acordo com Solomon et al. 2007 e revestida com o polímero natural de quitosana obtido das
cascas de camarão. As amostras foram divididas em: T0 (tempo zero), T1 (estocada na ausência de
luz) e T2 (estocada na presença de luz). Na amostra T0 forma obtidas tamanhos entre 35-50 nm, T1
após três horas apresentou entre 60-80nm e T2 após as mesmas três horas, 35-50nm. T1 e T2 foram
analisadas sete dias depois, ambos com resultados de 60-80nm. Observamos as amostras no
microscópico eletrônico de varredura (MEV), para constatar o tamanho das NPs, e podemos ver que
elas realmente se encontravam na faixa de 60-80nm. As NPs foram submetidas a um revestimento
de um polímero de quitosana com a finalidade de manter a sua estabilidade e posteriormente
verificou-se no microscópico eletrônico de varredura (MEV) o tamanho das mesmas bem como seu
arranjo. Podemos concluir que com um revestimento de polímero de quitosana, as NPs estão
estáveis e seu tamanho continua na faixa dos 60-80nm.

Palavras-chaves: Nanopartículas; Prata; Quitosana

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2291


A IMPORTÂNCIA DA FARMACOGNOSIA DAS PLANTAS DA FAMÍLIA
SOLANÁCEAS USADAS EM RITUAIS RELIGIOSOS: Atropa belladona,
Hyosciamus níger E Mandragora oficinarum.
Adelino Alves dos Santos1, Gabriela Alves da Silveira Valentim2 & Kessy Caroline Santos da
Silva3
¹ Acadêmico de nono período do Curso de Farmácia da Universidade do Grande Rio Professor José
Souza Herdy (UNIGRANRIO) - Duque de Caxias- RJ. 2, 3 Acadêmicas de decimo período do Curso
de Farmácia da Universidade do Grande Rio Professor José Souza Herdy (UNIGRANRIO) - Duque
de Caxias- RJ

RESUMO: Enquanto algumas plantas eram utilizadas para o alívio da dor e do sofrimento, outras
possuíam propriedades euforizantes e alucinógenos e eram usadas em práticas religiosas ou rituais
mágicos sendo associadas a bruxaria e eram carregadas de misticismo. O presente trabalho tem
como objetivo analisar farmacologicamente três plantas solanáceas (Atropa belladona, Hyosciamus
níger e Mandragora oficinarum) usadas em rituais religiosos. Buscou-se na literatura sobre a
mitologia dos alucinógeno e a farmacognosia dos alcaloides, tendo como critério de exclusão
artigos publicados nos anos anteriores a 1999. Os alcaloides tropânicos presentes na Beladona,
Meimendro e Mandrágora estão presentes em alguns dos 85 gêneros da família das Solanaceae e
embora são muito semelhantes em suas propriedades físico-químicas, apresentaram misticismos e
usos diferenciados na antiguidade tais como: (1) A Atropa beladona era utilizado na idade média
por mulheres com objetivo de dilatar as pupilas e ficarem mais bonitas; (2) a Hyosciamus niger,
conhecida como Meimendro era usado para fazer profecias, envenenamentos, diminuir dores e
utilizada em unguentos de "voo de bruxas"; (3) Já a Mandrágora oficinarum era conhecida por seus
efeitos narcóticos e pela estranha forma de sua raiz que se parecia com o corpo humano, era
considerada uma planta com poderosa ação para a fertilidade, sendo descrita na Bíblia por esta
propriedade. Este estudo mostra que antigamente, devido à falta de conhecimento sobre os
alcaloides tropânicos, acreditavam-se que os efeitos alucinógenos e tóxicos das plantas fossem
mágicos fazendo com que a farmacognosia desempenhasse um papel fundamental na humanidade,
proporcionando um melhor entendimento sobre as plantas e seus efeitos.

PALAVRAS CHAVE: Farmacognosia, Alcaloides Tropânicos, Solanaceas, Beladona, Meimendro,


Mandrágora.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2292


REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Alves, L. F. “Produção de Fitoterápicos no Brasil: História, Problemas e Perspectiva.”


Quim. 2013, 5(3), 450 - 513
• BARG, DÉBORA GIKOVATE. Plantas tóxicas. Instituo Brasileiro de Estudos
Homeopáticos, 2004.
• Cortez-Gallardo, Vieyle, et al. "Farmacognosia: breve historia de sus orígenes y su relación
con las ciencias médicas." Revista Biomédica 15.2 (2004): 123-136.
• KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
• Lima, J. "Plantas e Dor: Contributo para o Estudo Etnoantropológico do Tratamento e Dor."
(2010).
• Martinez, Sabrina T., Márcia R. Almeida, and Angelo C. Pinto. "Alucinógenos naturais: um
voo da Europa Medieval ao Brasil." Quim. Nova 32.9 (2009): 2501-2507.
• PRETO, Leonel. A intoxicação solanácea na criança. Informar, p. 50-52, 2004.
• SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; et al, Farmacognosia: da Planta
ao medicamento, Porto Alegre/Florianópolis Ed.Universiadde/UFRGS/Ed. Da UFSC, 1999.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2293


Análise dos eventos adversos do fármaco Axetilcefuroxima no site Reclame
AQUI e a proposta de inclusão em sistema lipossomal

Sara Trindade Espírito Santo Camacho1,


Raquel Rennó Braga2 & Elisa Suzana Carneiro Pôças3
1
IFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, sarafarmaciaifrj@gmail.com; 2IFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil,
raquel.braga@ifrj.edu.br; 3IFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, elisa.pocas@ifrj.edu.br

INTRODUÇÃO: Axetilcefuroxima é uma cefalosporina de segunda geração, desenvolvida como


pró-fármaco da cefuroxima, pela capacidade do grupamento éster em aumentar a lipofilicidade e
permeabilidade do fármaco, possibilitando sua administração por via oral para o tratamento,
principalmente, de doenças do trato respiratório superior e inferior(1). OBJETIVO: Identificar o
evento adverso predominante ocasionado pela Axetilcefuroxima e propor uma solução
farmacotécnica que diminua esse evento, melhorando à adesão do paciente ao tratamento.
METODOLOGIA: Realizou-se uma análise descritiva dos eventos adversos atrelados ao
tratamento com antibiótico Axetilcefuroxima, notificados a nível nacional, por pacientes no site
Reclame AQUI. Partindo dessa análise, fizemos uma pesquisa literária sobre as propriedades físico-
químicas do fármaco e do nanosistema lipossomal para averiguar a possibilidade de inclusão da
Axetilcefuroxima. RESULTADOS: Dos 193 casos de eventos adversos notificados a partir da
administração da Axetilcefuroxima pelo laboratório Ranbaxy e GSK, ambos tiveram prescrições
prevalentes para otite, sinusite e pneumonia e apresentaram vômito como evento adverso
predominante devido ao sabor característico do fármaco. Além disso, este mesmo evento foi o
responsável por provocar eventos adversos subsequentes, tanto ao próprio paciente quanto a
terceiros expostos (pais dos pacientes), assim como, por provocar outros eventos adversos aos
terceiros que fizeram uso da medicação sem indicação médica. CONCLUSÃO: O presente
trabalho propõe a inclusão da Axetilcefuroxima em sistemas lipossomais, pois acredita-se que a
formulação Axetilcefuroxima lipossomal possa melhorar a solubilidade da molécula na
apresentação suspensão, reduzir seu potencial nefrotóxico e diminuir a ocorrência de vômito como
evento adverso pelo mascaramento do sabor característico do fármaco, promovendo assim, adesão
do paciente ao tratamento e aumentando a eficácia terapêutica do fármaco(2,3).

Palavras-chaves: Axetilcefuroxima. Evento adverso. Reclame AQUI. Lipossoma.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2294


Referências:
Israr F, Mahmood ZA, Hassan F, Hasan SMF. (2016); Indian J Pharm Sci. 78(1): 17-26

Machado LC, Gnoatto AS, Kluppel ML. (2007); Estud Biol. 29(67): 215-224

Wadhwa J, Puri S. (2011); Int J Biopharm & Toxicol Res. 1(1): 47-60

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2295


Atividade seletiva de um derivado do Eugenol contendo 1,2,3 triazol funcionalizado
contra Leishmania amazonenses.
Rafael Conti Brigido3, Maria Paula G. Borsodi1, Poliana A. R. Gazolla2, Adalberto M. da Silva2,
Robson R. Teixeira2, Bartira Rossi Bergmann1 & Wallace Pacienza Lima3.
1
Laboratório de Imunofarmacologia, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho/UFRJ.
2
Depto. de Química, Universidade Federal de Viçosa - MG.
3
Escola de Ciência da Saúde, UNIGRANRIO – RJ.
wallaceplima@unigranrio.edu.br

As Leishmanioses são um complexo de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania.


Clinicamente, a doença pode se manifestar nas formas cutâneas ou visceral, sendo esta última fatal
se não for tratada. Os tratamentos utilizados atualmente apresentam diversos fatores que limitam
seu uso como toxicidade, regime terapêutico longo, custo elevado e sua administração por via
invasiva (Alvar, 2012). Portanto, esses fatores revelam a necessidade de desenvolvimento de
fármacos mais seguros e ativos. O eugenol (4-alil-2-metoxifenol) é um composto natural
fenilpropanóide metoxilado que compreende até 90% do óleo essencial extraído do cravo-da-índia
(Syzygium aromaticum). Estudos anteriores mostraram a atividade leishmanicida do óleo essencial
de Ocimum gratissimum, rico em eugenol, os valores de IC50 contra promastigotas e amastigotas
foram, respectivamente, 135 e 100 μg/ml (Nakamura, 2006). Além disso compostos apresentando
radicais triazólicos apresentam atividades antiparasitárias descritas em inúmeros artigos
(Papadopoulou, 2012). Neste sentido, o eugenol foi extraído, a partir dos botões florais secos do
cravo da índia, por meio do processo de hidrodestilação dos botões e foi submetido a reações de
alquilação. Os derivados alquilados foram submetidos a reações “Click” resultando na obtenção de
27 compostos triazólicos, que tiveram a atividade antileishmanial avaliada neste trabalho. Para
atividade anti-promastigota, os parasitos (2 x 105 /mL) foram tratados com diferentes concentrações
dos compostos em 1% DMSO por 72 horas a 26oC. A viabilidade das promastigotas foi
determinada fluorimetricamente por alamarBlue. Dentre os 27 compostos testados, o PG-R33 foi o
mais ativo (IC50= 7 µM). Para atividade anti-amastigota, macrófagos peritoneais murinos foram
infectados com promastigotas (1:10) por 4 horas a 34oC, e então incubados por 48 horas a 37ºC/5%
CO2 com diferentes concentrações do PG-R33. A carga de amastigotas foi determinada por
microscopia em células coradas com Giemsa, apresentando IC50 = 1,6 µM. Para citotoxidade para
os macrófagos, a enzima citoplasmática LDH foi dosada colorimetricamente no sobrenadante
coletado, mostrando LD50 = 212 µM. O índice de seletividade (IS = LD50/IC50 amastigota
intracelular) foi 132. Por sua alta seletividade para os parasitos, o PG-R33 parece um promissor

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2296


protótipo para o desenvolvimento de um novo fármaco contra a leishmaniose e encorajam a
continuidade dos estudos.

Keywords: antisleishmanial; eugenol; leishmaniose

Referências:
Alvar J., Vélez, I., Bern, C., Herrero, M., Desjeux, P., Cano, J., Jannin, J. den Boer, M. (2012) Leishmaniasis
worldwide and global estimates of its incidence. PLoS One, 7, 35671.

T. Ueda-Nakamura. (2006) Antileishmanial activity of eugenol-rich essential oil from Ocimum gratissimum.
Parasitology International 55, 99–105.

M. V. Papadopoulou. (2012) Novel 3-Nitro-1H-1,2,4-triazole-Based Amides and Sulfonamides as Potential


Antitrypanosomal Agents. Journal of Medicinal Chemistry 55, 5554-5565.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2297


Perfil dos pacientes tratados com ceftriaxona para sífilis congênita, na ausência
de penicilina, em um hospital universitário do município de João Pessoa- PB
Wedna dos Santos Miguel Moura1, Flávia Pessoa de Belmont Fonsêca2, Leônia Maria Batista3 &
Liane Carvalho Viana4
1
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, wednamiguel2@gmail.com;
2
Hospital Universitário da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, flavinhafarm@hotmail.com;
3
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, leoniab@uol.com.br; 4Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, lianecviana@hotmail.com

Introdução: A sífilis congênita é uma doença causada pelo Treponema pallidum, transmitido da
mãe para o feto, por via transplacentária, principalmente se a mãe não tiver sido tratada.1,2 O
tratamento farmacológico adequado para a cura materna e prevenção da transmissão do Treponema
pallidum para o feto é considerado apenas com o uso da penicilina. A droga de escolha para
tratamento do neonato também é a penicilina, porém, diante do problema nacional de
desabastecimento e falta da penicilina para tratamento da sífilis, surgiu a preocupação de mães e
neonatos com sífilis, não estarem recebendo tratamento adequado para esta doença.3,4 Objetivo:
Avaliar o perfil dos pacientes tratados com ceftriaxona para sífilis congênita, na ausência de
penicilina em um Hospital Universitário no município de João Pessoa- PB. Metodologia: Foi
realizado um estudo descritivo, do tipo transversal, documental e retrospectivo. A coleta de dados
foi realizada a partir da análise dos prontuários advindos do Serviço de Arquivo Médico e
Estatística (SAME), dos portadores de sífilis congênita (CID 10 – A 50.2) tratados com ceftriaxona,
internados no Hospital Universitário Lauro Wanderley no município de João Pessoa-PB, entre os
meses de julho de 2015 e dezembro de 2016. O Estudo foi submetido à aprovação pelo Comitê de
Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) e aprovado sob o número
do Parecer: 1.853.889/16. Foram identificados 21 prontuários, por meio da vigilância
epidemiológica do hospital, porém nove prontuários não foram localizados no SAME e dois não
atenderam aos critérios de inclusão. Resultados: Neste estudo observou-se em relação ao
diagnóstico das crianças, que 60% apresentaram VDRL reagente, 80% apresentaram o Raio X de
ossos longos sem anormalidades, 90% realizaram o exame de LCR, sendo que 66,7% dos estudos
do LCR não apresentaram anormalidades, 30% das crianças deram início ao tratamento entre dois e
nove dias de vida e 60% foram tratadas com ceftriaxona. Conclusão: Concluiu-se com esse estudo
que em relação à evolução do quadro clínico, não houve óbito entre as crianças tratadas com
ceftriaxona, nem a ocorrência de complicações. Além disso, todas receberam alta sem
intercorrências.
Palavras - chaves: Sífilis congênita, Penicilina, Ceftriaxona.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2298


Referências:
1. Riekher KF. (2003); Revista Médica do H.S.E. 37(1)

2. Brasil. Ministério da Saúde. (2012). Boletim Epidemiológico – Sífilis. Secretaria de Vigilância em Saúde -
Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais

3. São Paulo. (2010); Centro de Referência DST/AIDS. Guia de Referências Técnicas e


Programáticas para as Ações do Plano de Eliminação da Sífilis Congênita

4. Brasil. Ministério da Saúde. (2016); Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância, Prevenção e Controle de DST, AIDS e Hepatites Virais. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Ações Programática Estratégicas

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2299


Perfil dos portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) com
comprometimento de órgãos e sistemas, internados em um hospital de
ensino do município de João Pessoa-PB
Dafne Dayse Bezerra Macedo1, Flávia Pessoa de Belmont Fonsêca2, Leônia Maria Batista3&
Marcia Regina Piuvezam4
1
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, dafne_dayse_scc@hotmail.com;
2
Hospital Universitário da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, flavinhafarm@hotmail.com;
3
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, leoniab@uol.com.br; 4Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, mrpiuvezam@ltf.ufpb.br

Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença crônica, autoimune, multifatorial
e de grande complexidade1. Acomete vários órgãos e sistemas, assim gerando elevados índices de
morbidade nos indivíduos acometidos2. O diagnóstico do LES é realizado a partir da observação das
suas manifestações clinicas e de exames laboratoriais3. Objetivo: Diante disso, esse estudo teve por
objetivo avaliar o perfil dos portadores de LES com comprometimento de órgãos e sistemas
internados em um Hospital de ensino do município de João Pessoa- PB (HULW). Metodologia:
Consistiu em um estudo descritivo, do tipo transversal, quantitativo, retrospectivo e documental. Os
dados foram coletados a partir da análise dos prontuários advindos do Serviço de Arquivo Médico e
Estatística (SAME), dos portadores LES com comprometimento de órgãos e sistemas internados em
um Hospital de ensino do município de João Pessoa-PB, entre os meses de junho de 2015 e agosto
de 2016. O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Lauro
Wanderley da Universidade Federal da Paraíba e aprovado sob o número de parecer: 1.901.974/17.
A partir do acesso ao livro de registro da clínica médica do HULW, foram identificados 30
portadores de LES, contudo, apenas 22 fizeram parte desse estudo, visto que em 02 prontuários não
havia diagnóstico de LES, em 01 não havia informações, 03 prontuários não foram localizados e 02
portadores da doença não apresentaram número de prontuário. Resultados: Foi observado que
95,5% dos portadores de LES são do gênero feminino, com idade entre 40 e 49 anos (36,40%,) e
entre 30 e 39 anos (32,00%). Os critérios de diagnóstico mais prevalentes foram doenças articulares
(16,81%), doenças hematológicas (15,93%), nefrite lúpica (12%) e fotossensibilidade (9,73%). Os
sistemas mais acometidos pelo LES foram o articular (23,90%), tegumentar (23,90%), excretor
(20,90%) e o hematológico (10,45%). Quanto à presença de comorbidades, observou-se que
(12,50%) não apresentaram coborbidades, e (12,50%) apresentaram Hipertensão Arterial.
Conclusão: Diante disso, conclui-se que o LES é uma doença de caráter multissistêmico,
prevalente em mulheres. Em adição, acomete, em maioria, os indivíduos acima de 30 anos,
consequentemente interferindo na sua qualidade de vida.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2300


Palavras-chave: LES; Perfil; Portadores; Autoimunidade; Multissistêmica;

Referências

1. Conti G, Coppo R, Amore A. (2012); Giornale Italiano Di Nefrologia. Suppl 54:84-90

2. Fragoso TS (2014); Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Biologia


Aplicada à Saúde do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami, Universidade Federal
de Pernambuco

3. Assis MR, Baaklini CE. (2009); Revista Brasileira de Medicina. 66(9): 274-85

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2301


Análise da incidência de potenciais interações medicamentosas em Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) em Hospital Universitário no município de João Pessoa-
PB
Thassya Matias Ribeiro1, Giovanna Gusmão Zenaide Nóbrega Albuquerque2, Marli Martins Viana3,
Leônia Maria Batista4 & Islânia Gisélia Albuquerque Gonçalves5
1
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, thassyamatiasribeiro@gmail.com;
2
Hospital Universitário da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, ggnobrega@bol.com.br; 3Hospital
Universitário da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, mmviana01@gmail.com; 4Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, leoniab@uol.com.br; 5Universidade Federal da
Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, islania.ltf@gmail.com

Introdução: A interação medicamentosa acontece quando os efeitos e/ou toxicidade de um fármaco


são alterados pela presença de outro. Ela se comporta como uma resposta farmacológica ou clínica à
administração de uma combinação de medicamentos, diferente dos efeitos de dois agentes
administrados de maneira individual1. Sabendo disso, o farmacêutico realiza intervenções
farmacêuticas, monitorando a terapêutica do paciente, analisando a posologia, a interação do
medicamento com outros fármacos, com alimento ou com alguma patologia, a via de administração,
a indicação terapêutica, os efeitos adversos, entre outras intervenções2. Objetivo: Esse trabalho teve
como objetivo descrever o perfil de interações medicamentosas e intervenções farmacêuticas em
indivíduos de uma Unidade De Terapia Intensiva (UTI) em um Hospital Universitário no município
de João Pessoa-PB. Metodologia: Realizou-se um levantamento dos dados de 60 indivíduos que
deram entrada no hospital entre os meses de janeiro a junho de 2016. Esse levantamento se deu na
farmácia clinica do hospital universitário e após isso foram feitas tabelas e gráficos para a análise
dos mesmos, utilizando-se do programa Microsoft Office Excel® 2013. Para a realização das
interações medicamentosas utilizou-se da base de dados Micromedex(®) e as intervenções
farmacêuticas foram retiradas das fichas dos internos. Esse trabalho foi submetido ao comitê de
ética do Hospital Universitário Lauro Wanderley e aprovado com o parecer número 1.875.302.
Resultados: Do total de 60 indivíduos, 52% eram do gênero masculino e 48% eram do gênero
feminino. No presente estudo, observou-se que o maior número de internos estava dentro da faixa
etária dos 52-56 anos com 14,51%, seguidos por 57-61 anos. Também foi observado que dos 60
internos, 30% apresentaram interações medicamentosas e 70% não apresentaram, sendo estas
classificadas como contraindicada (22%), maior (44%) e moderada (34%). As intervenções
farmacêuticas mais prevalentes foram: Retirar medicamento 23%; Ajuste de dose 20%; Posologia
11%; e Interação medicamentosa 8%. Conclusão: Conclui-se que, na uti o número de interações
medicamentosas é elevado e requer atenção, como também o manejo inapropriado de

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2302


medicamentos é uma realidade preocupante, visto que algumas alterações podem desencadear
graves erros. Essa situação revela a importância do farmacêutico clínico na uti para a resolução
desses problemas.

Palavras-chaves: Interação medicamentosa, Intervenções farmacêuticas, UTI.

Referências:
1. Alvim MM. (2015); Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 27(4): 353-359

2. Finatto RB. (2012); Revista Brasileira de Farmácia. 93(3): 364-370

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2303


Eventos adversos relacionados ao uso concomitante de morfina e petidina em
paciente cirúrgico: relato de caso

Rachel Nunes Ornellas1, Gilberto Barcelos Souza1, Amanda Castro Domingues da Silva2, Luiz
Filgueira de Melo Neto1, Nayara Fernandes Paes1, Mauricio Lauro de Oliveira Júnior1, Luiz
Stanislau Nunes Chini1, Bruna Figueiredo Martins2, Mariana Souza Rocha1, Águeda Cabral de
Souza Pereira1 & Márcia de Souza Antunes1.

1
Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal
Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br

Introdução: Interação medicamentosa é a alteração dos efeitos farmacológicos entre dois ou mais
medicamentos, administrados concomitantemente, podendo resultar em eventos adversos,
ocasionando danos ao paciente1. Neste contexto, é fundamental a atuação do farmacêutico na
equipe multiprofissional. Objetivo: Analisar a potencialização da ocorrência de efeitos adversos
provocados pela associação farmacológica entre morfina e petidina, durante um procedimento
cirúrgico. Metodologia: Estudo de caso utilizando metodologia observacional e prospectiva,
descrita em pesquisa realizada em um hospital universitário, em pacientes cirúrgicos, analisando os
efeitos adversos relacionados ao uso de opióides, correlacionando-os a possíveis intercorrências.
Projeto CAAE nº 65893617.3.0000.5243. Resultados: Paciente RMM, sexo masculino, 27 anos,
admitido em 20/04/2017, devido a uma fratura de fêmur esquerdo ocasionada por queda de
motocicleta no dia 08/04/2017, com anemia importante (Hematócrito 23,9 µm3 e Hemoglobina 7,8
g/dL). Foi submetido, no dia 26/04/2017, a uma osteossíntese de fêmur. Durante o perioperatório
foram administrados os seguintes medicamentos injetáveis: Cefazolina, Midazolam, Dipirona,
Ondansetrona, Petidina, Morfina, Bupivacaína isobárica. No pós-operatório imediato, o paciente
apresentou vários episódios de hipotensão e taquicardia. Segundo a literatura internacional, há
relatos de taquicardia e/ou hipotensão provocados pelo uso regular de Petidina e Morfina, devido ao
aumento dos níveis plasmáticos de histamina3. Adicionalmente, o paciente evoluiu com constipação
por 4 dias, também associada ao uso de opióides, como os já citados no perioperatório, assim como
Tramadol no pós-operatório2. Conclusão: O quadro clínico do paciente associado aos
medicamentos utilizados justificam a taquicardia e a hipotensão. Existe uma relação causal direta
entre a constipação e os medicamentos usados, principalmente a Morfina, pelo fato da mesma
possuir a capacidade de aumentar o tônus e reduzir a motilidade em diversas partes do trato
gastrintestinal3. Estes efeitos podem aumentar o tempo de recuperação do paciente, especialmente

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2304


àqueles submetidos a procedimentos cirúrgicos. Todavia, a incidência destas reações é dose-
dependente2,3.

Palavras-chave: Interações, Farmácia clínica, Evento adverso.

Referências:
1.ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 4, DE 10/02/09 (DOU 11/02/09):
Dispõe sobre as normas de farmacovigilância para os detentores de registro de medicamentos de
uso humano. Brasília, Agosto de 2009.

2.Aguilar-Nascimento JE. Acerto: acelerando a recuperação total pós-operatória. Rio de Janeiro:


Rúbio, 2016, 3 Ed.

3.Ignacio FM; Azevedo LCP; Toledo D. Como avaliar o trato gastrintestinal na unidade de terapia
intensiva. In: Toledo D; Castro M. Terapia Nutricional em UTI. Rio de Janeiro: Rubio, 2015.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2305


Bradicardia e fibrilação atrial provocadas por interação medicamentosa
durante um procedimento cirúrgico: relato de caso

Rachel Nunes Ornellas1, Gilberto Barcelos Souza1, Amanda Castro Domingues da Silva2, Luiz
Filgueira de Melo Neto1, Nayara Fernandes Paes1, Mauricio Lauro de Oliveira Júnior1, Luiz
Stanislau Nunes Chini1, Bruna Figueiredo Martins2, Mariana Souza Rocha1, Águeda Cabral de
Souza Pereira1 & Márcia de Souza Antunes1.

1
Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal
Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: farmácia@huap.uff.br

Introdução: Interação medicamentosa é a alteração dos efeitos farmacológicos entre dois ou mais
medicamentos, administrados concomitantemente, podendo resultar em eventos adversos,
ocasionando danos ao paciente1. Neste contexto, é fundamental a atuação do farmacêutico na
equipe multiprofissional. Objetivo: Analisar a ocorrência de eventos adversos provocados pela
interação medicamentosa entre Piperacilina + tazobactama, analgésicos Opióides e bloqueadores
neuromusculares, durante a internação para procedimento cirúrgico, resultando em bradicardia e
fibrilação atrial. Metodologia: Estudo de caso utilizando metodologia observacional e prospectiva,
em pacientes pós-cirúrgicos, analisando os efeitos adversos relacionados ao uso de Opióides,
correlacionando-os a possíveis intercorrências. Projeto CAAE nº 65893617.3.0000.5243.
Resultados: Paciente WSC, sexo masculino, 51 anos, portador de doença de Crohn, admitido em
01/02/2017, devido fístula de sigmoide, drenando através de três orifícios para a região interglútea
esquerda, e comunicando-se com a bexiga. Foi submetido a uma laparotomia exploradora com
drenagem de abscesso abdominal, enterorrafia e peritoneostomia no dia 27/03/2017. Durante o
procedimento cirúrgico foram administrados os seguintes medicamentos: Fentanila, Lidocaína,
Propofol, Cisatracúrio, Etilefrina, Norepinefrina, Dipirona, Ondansetrona, Neostigmina, Atropina,
Bupivacaína isobárica, Morfina e Piperacilina + tazobactama. No perioperatório, ao administrar o
antibiótico, por acesso venoso profundo (veia Jugular direita), o paciente apresentou fibrilação atrial
e bradicardia, de acordo com o relato médico. Episódios semelhantes, no pós-operatório imediato,
foram descritos pela equipe de enfermagem, também associados ao uso de Piperacilina +
tazobactama. Conclusão: A literatura aponta que a sobredose de opióides ou a interação destes com
outros medicamentos está entre as causas mais comuns de eventos adversos2. Esses efeitos são
dose-dependente e podem aumentar o tempo de recuperação dos pacientes, principalmente os
submetidos a procedimentos cirúrgicos3. No caso descrito, foi realizada a substituição do

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2306


Piperacilina + tazobactama pelo Meropenem, com melhora do quadro de bradicardia, devido a
potencialização dos efeitos adversos do primeiro antibiótico pelos Opiódes.

Palavras-chave: Interações, Farmácia clínica, Evento adverso.

Referências:
1.ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 4, DE 10/02/09 (DOU 11/02/09):
Dispõe sobre as normas de farmacovigilância para os detentores de registro de medicamentos de
uso humano. Brasília, Agosto de 2009.

2.Kopf A; Pastel NB. Guia para o tratamento da dor em contexto de poucos recursos. Associação
Internacional para o Estudo da Dor (IASP), 2010.

3.Aguilar-Nascimento JE. Acerto: acelerando a recuperação total pós-operatória. Rio de Janeiro:


Rúbio, 2016, 3ª Ed.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2307


Segurança do paciente: análise das prescrições de unidades de terapia intensiva
em um Hospital Universitário
Maurício Lauro de Oliveira Júnior1, Rachel Nunes Ornellas1, Gilberto Barcelos Souza1, Amanda
Castro Domingues da Silva2, Luiz Filgueira de Melo Neto1, Nayara Fernandes Paes1, Luiz Stanislau
Nunes Chini1, Bruna Figueiredo Martins2, Mariana Souza Rocha1, Águeda Cabral de Souza Pereira1
& Márcia de Souza Antunes1.

1
Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal
Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br

Introdução: A Segurança do Paciente é uma temática que está em crescente expansão no Brasil,
principalmente pela criação da Portaria Nº 529 de 2013 do Ministério da Saúde, que iniciou o
Programa Nacional de Segurança do Paciente1. Nesse programa, um dos aspectos mais importantes
é a utilização do medicamento, descrita no Protocolo de segurança na prescrição, uso e
administração do medicamento2. Objetivo: Avaliar as prescrições em duas unidades de terapia
intensiva de um hospital universitário quanto à adequação ao Protocolo de Segurança na prescrição,
uso e administração de medicamentos do Ministério da Saúde. Metodologia: Foi realizado um
estudo retrospectivo, em um hospital Universitário de médio porte, localizado no estado do Rio de
Janeiro, onde foram analisadas as cópias das prescrições de um período de 20 dias do centro de
terapia intensiva e da unidade coronariana que chegaram ao Serviço de Farmácia no mês de
novembro de 2015. O referente estudo teve aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o
CAAE 56278116.2.0000.5243. Resultados: Foram analisadas 323 prescrições relativas ao período
do estudo, totalizando 4.588 medicamentos, onde a média foi de 14,20 ± (4,22) medicamentos por
prescrição. Após análise das prescrições foram contabilizados: 703 erros referentes ao Corpo da
Prescrição, relacionados à identificação e localização do paciente e identificação do prescritor, com
média de 2,18 erros por prescrição. Foram encontrados 16.171 erros referentes aos Medicamentos
com média de 3,52 erros por Medicamento. Na totalidade foram identificados 16.874 erros, média
de 52,24 erros por Prescrição. Em 100% das prescrições foram encontradas inadequações quanto às
proposições do protocolo de segurança da prescrição, uso e administração de medicamentos.
Conclusão: A elevada taxa de erros na prescrição de medicamentos nos faz refletir sobre os
possíveis riscos infligidos aos pacientes. Nesse contexto, fica clara a necessidade de participação
ativa do farmacêutico hospitalar e clínico, que através de suas ações pode atuar como importante
barreira de segurança, intervindo diretamente junto ao prescritor quanto a tais questões.

Palavras-chave: Eventos adversos, Segurança do Paciente, Erros de Prescrição.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2308


Referências:
1.Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 529, de 01 de abril de 2013: institui o programa
nacionalde segurança do paciente. Brasília, Abril de 2013.

2.Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2095, de 04 de setembro de 2013: institui o protocolo de


segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos. Brasília. 2013: 46 p.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2309


O uso da Aloe barbadensis Miller no tratamento da alopecia

Marina Mauricio Augusto¹ & Raiane Pépe Machado².


¹ Acadêmicos de Farmácia da Universidade do Grande Rio Professor José Souza Herdy
- Duque de Caxias, RJ, Brasil - Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 - Jardim 25 de
Agosto - marina_mauricio@yahoo.com.br; ² Acadêmicos de Farmácia da Universidade
do Grande Rio Professor José Souza Herdy - Duque de Caxias, RJ, Brasil - Rua Prof.
José de Souza Herdy, 1.160 - Jardim 25 de Agosto - raianepepemachado@hotmail.com

Introdução: O cabelo deixou de ser uma proteção para se tornar um objeto de beleza e elevação
da estima. Muitos investem uma quantidade em demasia de tempo e dinheiro, para deixa-lo o mais
aprazível e atraente possível, sendo este utilizado não só para seu determinado fim, mas como objeto
revelador de beleza, personalidade e opinião, sendo também uma característica marcante em certas
culturas. Porém cada vez mais pessoas por diversos motivos como, desequilíbrio hormonal, estresse,
disfunções bioquímicas, doenças neoplásicas, desequilíbrio nutricional, entre outros; perdem seu
objeto de desejo fazendo com que adquiram baixa estima entre outros resultados indesejáveis,
promovendo a incansável busca por alternativas para que ele volte a crescer forte e saudável, fazendo
com que sua alta estima seja restabelecida. Objetivo: O presente trabalho tem o intuito de apresentar
uma alternativa para o tratamento adjuvante da alopecia, utilizando a Aloe barbadensis miller,
comumente conhecida como babosa, mostrando a morfologia capilar, a fisiopatologia e os tipos mais
conhecidos de alopecia e suas subdivisões, detalhes sobre esta planta rica em nutriente bem como sua
história, estrutura e composição química , sua aplicabilidade, e como ela pode ajudar na regressão
dos sintomas causados por esta patologia, mostrando onde cada composto se encaixa em cada tipo de
alopecia. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica em sites de levantamento
científico, em busca dos usos da Aloe barbadensis miller levantando a indagação da sua eficácia no
objetivo proposto. Resultados: Foram analisados 24 artigos de cunho científico para pesquisa
central, provando a eficácia da a Aloe vera em alguns tipos de alopecia, sendo esta utilizada como
adjuvante junto com outros tratamentos. Conclusão: A Aloe barbadensis miller, tem grande efeito
no tratamento da alopecia, podendo ser estudada com mais veemência para o seu uso contra essa
patologia, sendo possível em um futuro não ser utilizada só como adjuvante, mas como tratamento
único para esta patologia.

Palavras-chave: Farmácia, Alopecia, Fitoquímica, Aloe vera, Aloé.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2310


Referências Bibliográficas:
FREITAS, V. S.; RODRIGUES, R. A. F.; GASPI, F. O. G. (2014). Propriedades farmacológicas da Aloe vera (L.)
Burm. f. Uniararas. V.16, n.2, p.1-7

GORDON, KA., TOSTI, A., (2011) “Alopecia: evaluation and treatment”, Clinical, Cosmetic and Investigational
Dermatology, 4:101-106.

REBELO, A, S (2015). Novas estratégias para o tratamento da alopecia. ReCil.

RIVITTI, EA. (2005) “Alopecia areata: revisão e atualização”, Anais Brasileiros de Dermatologia,
80(1):57-68.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2311


Efects of euterpe oleracea mart. (açaí) extract on metabolic changes associated
with obesity: role of renin angiotensin system
Izabelle Barcellos Santos1, Graziele Freitas de Bem1, Lenize Costa dos Reis Marins de Carvalho1,
Thamires Barros Tavares1, Amanda Farias de Medeiros1, Matheus Henrique Romão1, Ricardo
Andrade Soares1, Dayane Teixeira Ognibene1, Roberto Soares de Moura1, Cristiane Aguiar da
Costa1 & Angela de Castro Resende1.
1Department of Pharmacology, Institute of Biology, Rio de Janeiro State University, Rio de Janeiro
– Brazil

Description of the study


The production of renin–angiotensin system (RAS) components by adipocytes is exacerbated
during obesity.1 We have reported that açaí seed extract (ASE), induces vasodilation, and has anti-
hipertensive and anti-obesity effects.2,3 Thus, the aim of this study was to evaluate the effect of
treatment with ASE and the drugs that interfere with RAS such as: enalapril (ENA) and telmisartan
(TEL) on metabolic disorders observed in an experimental model of obesity. Methods: Protocol of
Ethics Committee of the UERJ (CEUA/034/2015). Male C57BL/6 mice were separated in five
groups: control (diet 10% fat), high fat (HF) (diet 60% fat), HF+ASE (300 mg/kg-1), HF+ENA (30
mg/kg-1) and HF+TEL (10 mg/kg-1). The animals received diets concomitantly with these
treatments (by intragastric gavage) for three months, being sacrificed. Body weight and systolic
blood pressure (SBP by plethysmography), were measured weekly. Glycemia was measured with a
glucometer. Expression of RAS proteins in visceral adipose tissue were determined by western
blotting. Results: The increased (p<0.05) body weight in HF group was reduced (p<0.05) by
treatment with ASE and ENA, and not by TEL. Oral glucose tolerance testing was increased
(p<0.05) in HF group, all treatments reduced (p<0.05) these alterations. HF group showed increased
(p<0.05) SBP, which was prevented (p<0.05) by treatment with ASE, ENA and TEL. The increased
(p<0.05) expression of angiotensinogen, renin and AT1 receptor in HF and HF+ENA groups were
reduced (p<0.05) by treatment with ASE and TEL. ECA and AT2 receptor expressions were not
different among groups. HF+ENA group showed increased (p<0.05) expression of ECA2, B2 and
MAS receptors, which was reduced (p<0.05) in HF, HF+ASE and HF+TEL groups. The adipocyte
size was higher in HF group and treatment with ASE and ENA reduced this hypertrophy.
Conclusion: All treatments were effective in preventing the increase of SBP associated with obesity.
The treatment with ASE prevented body weight gain and glucose intolerance as observed with
ENA. These beneficial effects of ASE may be due at least in part to the decreased expression of
angiotensinogen, renin and AT1 receptor. Financial Support: CNPq and FAPERJ.
Keywords: Obesity, Renin–angiotensin system (RAS), Açaí, Enalapril, Telmisartan.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2312


References:
1. Frigolet ME, Torres N, Tovar AR. (2013). J Of Nutr. Bioch 24:2003-2015

2. Rocha AP, Resende AC, Souza MAV, et al. (2008). J Pharmacol Toxicol. 3:435-48

3. Cordeiro VSC, Carvalho LCRM, Bem GF et al. (2015). International jounal of applied research
in natural products

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2313


ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM JOGO COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO
PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM EM PARASITOLOGIA CLÍNICA
Carlos Alberto Cezar Almeida Filho1; Camila De Castro Bezerra 1; Monica Dias Ladeira1; Glauce Maria Nunes de
Araújo2; Riethe De Oliveira Rocha 2;
1. Acadêmicos do curso de Graduação em Farmácia, UNISUAM, RJ, Brasil
2. Docentes do curso de Graduação em Farmácia, UNISUAM, RJ, Brasil

Introdução: Atualmente, o ensino tradicional tem passado por mudanças, que tem levado a busca
de diferentes modelos e estratégias como ferramentas no processo de ensino-aprendizagem1. Uma
estratégia efetiva tem sido o desenvolvimento de jogos associados a recursos tecnológicos, tais
como computadores, que são amplamente utilizados por todos2. Existe uma série de razões pelas
quais os jogos são apropriados para este processo em cursos de graduação. Muitos dos processos
cognitivos utilizados durante a reprodução de jogos, como por exemplo, autocontrole, motivação e
raciocinio lógico são componentes necessários no processo de aprendizagem3. Dentro deste
contexto, foi objetivo deste trabalho, relatar a experiência de elaboração/ aplicação de um jogo
didático, criado por acadêmicos de farmácia, e utilizado na disciplina de Parasitologia Clínica.
Metodologia: Na elaboração do jogo foram utilizados os Softwares, como: Corel PHOTO – PAINT
X8 (64-Bit). Os demais efeitos foram aplicados na plataforma Power Point 2016 fornecidos pela
Microsoft Informática; Microsoft office Excel 2016 e Here Maps. A programação foi executada com
auxílio de Hiperlinks espalhados por cada slide e minunciosamente conectados por meio deste
artifício elaborado pela Microsoft Corporation. O jogo foi elaborado para favorecer ao usuário uma
interface intuitiva em que pudesse identificar, através de um quiz, as doenças parasitárias mais
comuns, que tinham sido abordadas em sala de aula. Resultados e discussão: O jogo separa as
doenças parasitárias por países e para cada doença existe uma série de perguntas com níveis de
dificuldades diferentes. Na aplicação da atividade, a classe foi dividida em grupos de cerca de 5
alunos, cada representante do grupo sorteava um país e tinha que responder as questões referentes
aquela doença parasitária. Os alunos demonstraram interesse, empenho e espírito crítico havendo
lugar para debates em torno de determinadas questões, que não haviam surgido durante as aulas
expositivas. Também foi muito positivo o envolvimento dos alunos que participaram da elaboração
do jogo. Conclusão: O jogo foi testado em três turmas durante o semestre, sendo os resultados
bastante satisfatórios. Esta constatação permitiu perceber a utilidade desta ferramenta pedagógica,
que pode ser claramente utilizada na graduação ou por outras pessoas com interesse neste tema.

Palavras-chave: Educação em saúde; Educação em Farmácia; Parasitologia; metodologia ativa.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2314


Referências:

Barros, K. B. N. T. et al; PERSPECTIVAS DA FORMAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR


TRANSFORMADA ATRAVÉS DE METODOLOGIAS ATIVAS: UMA REVISÃO
NARRATIVA DA LITERATURA. Revista Conhecimento online RCO | a. 9 | v. 1 | p. 65-76 |
jan./jun. 2017.

Marquesi, S. C; Silveira, I. F. TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO COMO


SUPORTE À APRENDIZAGEM ATIVA DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO
SUPERIOR. Linha D'Água (Online), São Paulo, v. 28, n. 1, p. 137-154, jun. 2015.

Cain, J. and Piascik, P. ARE SERIOUS GAMES A GOOD STRATEGY FOR PHARMACY
EDUCATION? American Journal of Pharmaceutical Education. V. 79, n: 4. Article 47. 2015

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2315


Avaliação de ésteres candidatos a inibidores da enzima FAAH.

Andrielle Mendes Domard1, Bernardo Ouverney Borges1, & João Victor Carvalho Magalhães1
1- Centro Universitário Serra do Órgãos - UNIFESO, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil

A enzima Amido Hidrolase de Ácidos Graxos (FAAH) é responsável pela hidrólise da


anandamida. A inibição desta enzima aumenta a concentração de anandamida, que ativa os receptores
canabinoides CB1 e CB2 responsáveis pela regulação e liberação de neurotransmissores. Os
inibidores da FAAH apresentam atividades relevantes para o tratamento da dor, inflamação e algumas
patologias do sistema nervoso central. O objetivo deste estudo foi pesquisar e obter características
físico-químicas e toxicológicas de séries de ésteres com potencial farmacológico para inibição da
FAAH. As bases de dados virtuais PubChem Compound, Swiss Target Prediction, Chemicalize e
OSIRIS Property Explorer, propiciaram análises acerca de propriedades físico-químicas relacionadas
às regras de Lipinski. Além das predições de novos alvos farmacológicos para as estruturas dos
ésteres, e ainda a verificação da possibilidade de efeitos toxicológicos. Utilizando o padrão estrutural
contendo o anel spiro, foram desenhadas três séries com 56 moléculas de ésteres cada, distinguindo-
se nos 1º e 2º radicais. As moléculas foram desenhadas no Swiss Target Prediction e PubChem, onde
constatou-se que são estruturas inéditas. Na base de dados Chemicalize, foram obtidas informações
físico-químicas necessárias para a verificação da Regra de Lipinski. Nas séries 1 e 2 a maioria das
moléculas estavam dentro do limite estabelecido, já na série 3, obtivemos resultados negativos, exceto
de duas moléculas. Em relação aos resultados toxicológicos, na série 1, oito moléculas apresentaram
característica irritante, ao passo que na série 2, todas foram indicadas como irritantes, em ambas as
séries duas moléculas podem apresentar ações negativas sobre o sistema reprodutor. Com relação à
série 3, não foi possível gerar estes resultados toxicológicos. A partir destes resultados, a quantidade
de possíveis inibidores com maior potencial a serem analisados foi restringida de forma a qualificar
a série 1 para a realização dos ensaios por Docking Molecular e analisar suas propriedades e
mecanismos de ação.

Palavras-chave: Inibidores da FAAH, Ésteres, Alvo Farmacológico.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2316


Referências:

1-PERTWEE, R. G. (2014); Elevating endocannabinoid levels: pharmacological strategies and


potential therapeutic applications. Proceedings of the Nutrition Society. 73, 96–105.

2-GFELLER D., Michielin O. & ZOETE V. (2013); Shaping the interaction landscape of bioactive
molecules. Bioinformatics.

3-DI MARZO V. (2009); The endocannabinoid system: its general strategy of action, tools for its
pharmacological manipulation and potential therapeutic exploitation. Pharmacol Res. 60:77–84.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2317


Sistema Endocanabinóide na modulação de patologias do Sistema Nervoso
Central
Bárbara Carracena de Souza¹, Bernardo Ouverney Borges1, Deborah Castro Ferreira¹ &
Rafael da Silva Borcard¹
1-Centro Universitário Serra do Orgãos, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

O sistema Endocanabinóide está envolvido com uma enorme variedade de mecanismos


neuronais. Entre eles a modulação de processos fisiopatológicos como ansiedade, depressão e
disfunções cognitivas. Evidências sugerem que agonistas endógenos dos receptores CB1 E CB2
como a anandamida e araquidonoilglicerol têm um grande número de efeitos benéficos para o
tratamento de doenças do sistema nervoso central. A partir desta abordagem o presente trabalho
busca obter protótipos de fármacos alternativos e mais eficazes, que atuem na inibição das
enzimas responsáveis pela degradação desses endocanabinóides, mais especificamente a
enzima FAAH responsável pelo metabolismo intracelular da anandamida.
Utilizando uma biblioteca molecular de carboxiamidas que contém como padrão estrutural um
anel spiro, buscou-se em bases de dados virtuais como PubChem e Swiss Target Prediction
novidades em seu padrão estrutural e alvos farmacológicos relacionados às patologias
estudadas. Investigou-se ainda em softwares como Chemicalize dados físico-quimicos como
LogP, PSA, Massa e apuração das regras de Lipinski. E OSIRIS Property Explorer para rastrear
riscos de efeitos indesejados, como mutagenicidade, irritabilidade, toxicidade ou uma má
absorção intestinal.
Todas as moléculas testadas no PubChem apresentaram padrão estrutural inédito e inovador.
Quanto aos dados fisico-quimicos as séries 1 e 2 se enquadraram às regras de Lipinski, já a
série 3 não atendeu aos requisitos da mesma. Em relação os testes de toxicidade, as séries 1 e 3
não apresentaram indicação de risco, já a série 2 demonstrou possível potêncial de irritabilidade,
além disso, em todas as séries as moléculas que continham o átomo de Br apresentaram
potêncial tumorigênico.
Os resultados encontrados comprovam que as moléculas avaliadas nas três séries tem potêncial
para serem protótipos de fármacos, e ainda podem ser utilizadas para explorar outros alvos
farmacológicos numa fase seguinte. Na próxima etapa deste estudo pretende-se verificar através
de ensaios de Docking Molecular as constantes de inibição das séries de carboxiamidas frente
a enzima FAAH.
Palavras chave: Endocanabinóides, FAAH, Anadamida.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2318


Referências:

1- HWANG, J; ADAMSON, C. et al. Enhancement of endocannabinoid signaling by fatty


acid amide hydrolase inhibition: A neuroprotective therapeutic modality. Life Sciences,
86, 15-16, 615-623. 2010.

2- PANLILIO, LV; JUSTINOVA Z; GOLDBERG, SR. Inhibition of FAAH and activation


of PPAR: new approaches to the treatment of cognitive dysfunction and drug addiction.
Pharmacology and Therapeutics. 138 (2013) 84–102.

3- CHRISTPPHER, J. F. The potential of inhibitors of endocannabinoid metabolism as


anxiolytic and antidepressive drugs. Department of Pharmacology and Clinical
Neuroscience, Umeå University, SE-901 87 Umeå, Sweden, 2015.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2319


Desenvolvimento e caracterização de nanocarreadores contendo ftalocianina de
zinco para uso na terapia fotodinâmica antimicrobiana em doenças
periodontais.
Raphaela Aparecida Schuenck da Silva, Márcio Robert Mattos da Silva, & Eduardo Ricci-Júnior1
1
LADEG (Laboratório e Desenvolvimento Galênico), Faculdade de Farmácia, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Introdução: A terapia fotodinâmica (TFD) é um tratamento pelo qual células tumorais e


microrganismos são destruídos por uma combinação de luz, fotossensibilizantes (FS) e oxigênio1. A
ftalocianina de zinco (FtZn) é um dos FS mais utilizados em TFD2. A nanotecnologia farmacêutica
possibilita a encapsulação de FS lipofílicos em nanocarreadores como nanoemulsões (NE) e
nanopartículas (NP). A periodontiteé uma doença crônica induzida por biofilme que causa a
destruição do periodonto3,4. Os nanocarreadores propiciam a manutenção da concentração do FS na
bolsa periodontal para a aplicação da TFD. Objetivo: Desenvolver e caracterizar NE e
NPcontendoFtZn.Material e Métodos: Diclorometano / Dimetilsulfóxido (Tedia), Pluronic F-127®
(Sigma-Aldrich ®); Ftalocianina de zinco (Sigma-Aldrich®); Óleo essencial de cravo - Eugenia
caryophyllata (Ferquima®); Policaprolactona (Sigma-Aldrich®), Tween 20®, Span 80® e água
destilada. Preparo da NE: processada por método de alta energia, composta por óleo de cravo e uma
mistura de tensoativos Tween® 20 / Span® 80. Foi produzida NE contendo Pluronic F-127®.
Preparo da NP: processada através do método de emulsão e evaporação do solvente (MEES).
Caracterização dos nanocarreadores: O diâmetro médio e o índice de polidispersividade (IPD)
foram analisados pela técnica de espalhamento dinâmico da luz, usando o equipamento Zetasizer
Nano ZS (Malvern Instruments, UK). Resultados: O tamanho médio de gotículas da NE contendo
Tween 20®/Span 80® foi 157,90 ± 2,09 nm e IPD de 0,212 ± 0,02 e pH de 5,83. A NE contendo
Pluronic F-127® foi 30,52 ± 0,2192nm e IPD de 0,145 ± 0,049 e pH de 4,55. A NP apresentou
diâmetro médio de partícula de 110,9± 2,139nm e IPD de 0,190± 0,004.As NEs apresentaram
estabilidade em geladeira (T=8°C) por 150 dias. A eficiência de encapsulação e teor da NP foi
superior à 80%. A CIM encontrada frente à cepa de Enterococcus faecalis exposta a TFD foi de 0,5
µg / mL para a NE contendo Pluronic F-127®. Conclusão: A CIM sugere atividade do óleo de
cravo nanoemulsionado presente na formulação. Novas concentrações devem ser testadas para
determinar a concentração bactericida e sua aplicaçãona TFD antimicrobiana das doenças
periodontais.

Palavras-chave: Terapia fotodinâmica, Ftalocianina de zinco, Nanocarreadores e Periodontite.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2320


Referências:
Issa MCA, Manela-Azulay M. (2010); Anais Brasileiros de Dermatologia. 85(4): 501-11.

Kuzyniak W, Ermilov E A, Atilla D, Gürek A G, Nitzsche B, Derkow K, Hoffmann B,


Steinemann G, Ahsen V, Höpfner M. (2015); PDPDT-667, 10.

Chatterjee DK, Fong LS, Zhang Y. (2008); Advanced Drug Delivery. Rev. 60, 1627–1637.

Núnez SC, Ribeiro M S, Garcez AS. (2013); Terapia Fotodinâmica Antimicrobiana na


Odontologia. Rio de Janeiro, Elservier.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2321


Incompatibilidade na administração de medicamentos injetáveis no
CTI de um hospital universitário: relato de caso

Luiz Filgueira de Melo Neto1, Rachel Nunes Ornellas2, Gilberto Barcelos Souza2, Amanda Castro
Domingues da Silva3, Nayara Fernandes Paes2, Mauricio Lauro de Oliveira Júnior2, Luiz Stanislau
Nunes Chini3, Bruna Figueiredo Martins3, Mariana Souza Rocha2, Águeda Cabral de Souza Pereira2
& Márcia de Souza Antunes2.

1
Universidade Salgado de Oliveira, São Gonçalo, Rio de Janeiro, Brasil; 2Hospital Universitário
Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 3Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de
Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br

Introdução: A administração dos medicamentos aos pacientes internados em unidades de saúdeé


de responsabilidade da Enfermagem. Assim, é importante que, durante a terapia medicamentosa,
esse profissional esteja atento a possíveis erros médicos, com o objetivo de minimizar os danos aos
pacientes. No Centro de Terapia Intensiva (CTI), devido à complexidade e à frequência dos
procedimentos, a ocorrência de erros tende a ser maior1.Objetivo: Identificaras possíveis
incompatibilidades entre medicamentos injetáveis prescritos aos pacientes internados no CTI de um
Hospital Universitário. Metodologia: Relato de caso, em Julho de 2017, com metodologia
observacional dasincompatibilidadesnos medicamentos injetáveis prescritos, exceto,para as
soluções de pequeno volume (SPPV) para reposição eletrolítica. Estudo utilizando a base de dados
MicromedexSolutions® como referência.Projeto CAAE nº 65893617.3.0000.5243.Resultados:
Paciente HSG, sexo masculino, 62 anos, portador de Mediastinite, admitido em 27/06/2017, devido
aperfuração de esôfago por corpo estranho. Durante o período da internação foram administrados os
seguintes medicamentos injetáveis para infusão continua ou intermitente: Omeprazol, Bromoprida,
Fentanila, Midazolam, Piperacilina-Tazobactama, Vancomicina, Haloperidol e Dexmedetomidina.
Através de consulta a base de dados citada, foram identificadas as seguintes incompatibilidade IV.
Interação nº 1: Haloperidol x Vancomicina (em Soro Fisiológico); Interação nº 2: Haloperidol x
Ondansetrona (em Cloreto de Sódio 0,9%);Interação nº 3: Haloperidol x Piperacilina; Interação nº
4: Midazolam x Omeprazol;Interação nº 5: Midazolam x Piperacilina;Interação nº 6: Omeprazol x
Vancomicina;Interação nº 7: Fentanila x Haloperidol (em Cloreto de Sódio 0,9%); Interação nº
8:Haloperidol x Midazolam (em Cloreto de Sódio 0,9%). Das interações registradas, 50%
ocorreram com medicamentos para administração em infusão contínua. O Haloperidol estava
envolvido em 50% das incompatibilidades.1,2,3Conclusão: Pacientes internados em Centros de

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2322


Terapia Intensiva estão sujeitos a algum tipo de incompatibilidade medicamentosa durante a sua
internação. Para a prevenção desse tipo de erro, o Farmacêutico deve implementar a busca ativa,
tendo em vista que a existência de interações e incompatibilidades de medicamentos injetáveis é um
risco permanente em hospitais.

Palavras chave: Farmácia clínica, Interações de fármacos, Segurança do paciente.

Referências:

1.Telles PCP Filho, Cassiani SHB. Administração de Medicamentos:Aquisição de Conhecimentos e


Habilidades Requeridas por Enfermeiros. Rev Latino-Am Enfermagem 2004;12(3):533-40.

2. Fentanyl. Micromedex® solutions. Disponível em: http://www.periodicos.capes.gov.br. Acesso


em 17 de julho de 2017.

3.Midazolam. Micromedex® solutions. Disponível em: http://www.periodicos.capes.gov.br. Acesso


em 17 de julho de 2017.

4.Omeprazole. Micromedex® solutions. Disponível em: http://www.periodicos.capes.gov.br.


Acesso em 17 de julho de 2017.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2323


Desenvolvimento de niossomas contendo ubiquinona (coenzima Q10) para
aplicações em formulações anti-idade.

Fiammetta Nigro¹, Cristal dos Santos Cerqueira Pinto¹, Elisabete Pereira dos Santos² & Claudia
Regina Elias Mansur¹
¹Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano, Universidade Federal do Rio de Janeiro
(IMA/UFRJ), Avenida Horácio Macedo n° 2030, Rio de Janeiro, Brasil, contato@ima.ufrj.br.
²Departamento de Fármacos e Medicamentos, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio
de Janeiro (FF/UFRJ, Avenida Carlos Chagas Filho n° 373, Rio de Janeiro, Brasil,
demed@pharma.ufrj.br.

RESUMO

No mercado cosmético, existem diferentes grupos de ativos que podem ser utilizados na terapia anti-
idade, como os antioxidantes. Estes inativam os radicais livres antes que reajam com alvos biológicos,
reduzindo sua concentração no tecido e minimizando assim os danos causados por eles, como
ressecamento cutâneo e formação de rugas.1,2 A ubiquinona (coenzima Q10) é o único antioxidante
endógeno lipossolúvel, no entanto, existem obstáculos para sua reposição na derme, tais como baixa
solubilidade e permeabilidade ineficiente, resultando em baixa concentração sistêmica e, dessa forma,
são necessárias novas estratégias de administração desse ativo para aumentar sua eficácia.³ Os
polímeros apresentam diversas formas de aplicação e podem constituir nanossistemas de liberação
controlada e direcionada de ativos lipofílicos ou hidrofílicos. Dentre eles, encontram-se os niossomas,
constituidos por tensoativos não-iônicos.4 O objetivo do presente trabalho foi desenvolver sistemas
vesiculares poliméricos, os niossomas, contendo coenzima Q10, utilizando o método de hidratação
do filme de tensoativo. Este requer a seleção de uma combinação de tensoativos não-iônicos como o
monooleato de polioxietileno sorbitano (Tween 80) e copolímero em bloco de poli(óxido de etileno)
e poli(óxido de propileno) (Pluronic L64), além de colesterol, a fim de conferir estabilidade ao sistema
desenvolvido. Foram feitas análises de tamanho médio, resultando em vesículas estáveis de cerca de
200 nm, índice de polidispersividade (PDI) de 0,2 e distribuição de tamanho médio com curva
monomodal, indicando a homogeneidade de tamanho das vesículas obtidas. Ainda, foi determinado
o pH do sistema a fim de avaliar sua compatibilidade com a pele. Mediante a análise dos resultados,
pode-se concluir que os niossomas desenvolvidos apresentaram boa estabilidade e tamanho
nanométrico, além de serem compatíveis com o pH da pele, exibindo alto potencial para aplicação na
terapia anti-envelhecimento.
Palavras-chave: Niossoma, Ubiquinona, Antioxidante, Anti-idade, Cosméticos.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2324


Referências
Jadoon S, Karim S, Hassham M, Asad HB, Akram MR, Khan AK, Malik A, Chen C, Murtaza G.
(2015); Oxidative Medicine and Cellular Longevity. 2015:17.

Ratnam DV, Ankola DD, Bhardwaj V, Sahana DK, Kumar MN. (2006); Journal of Controlled
Release. 113:189-207.

Molyneux, SL, Florkowski CM, George PM, Pilbrow, AP, Frampton CM, Lever M, Richards AM.
(2008) The Clinical Biochemist Reviews. 29(2):71–82.

Shilpa BP, Srinivasan M, Chauhan M. (2011) International Journal of Drug Delivery.3:14–24.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2325


Perfil das mães e das crianças tratadas para sífilis congênita, em um hospital
universitário do município de João Pessoa- PB
Wedna dos Santos Miguel Moura1, Flávia Pessoa de Belmont Fonsêca2, Leônia Maria Batista3
& Liane Carvalho Viana4
1
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, wednamiguel2@gmail.com;
2
Hospital Universitário da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, flavinhafarm@hotmail.com;
3
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, leoniab@uol.com.br; 4Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, lianecviana@hotmail.com

Introdução: Durante a gestação, ocorrem diversas alterações no organismo materno, que torna a
gestante vulnerável a processos infecciosos que podem afetar sua saúde e a do feto.1 A Sífilis
congênita é uma dessas infecções transmitida ao concepto através da via transplacentária.2 Seu
tratamento consiste no uso da penicilina cristalina ou procaína.3 Objetivo: Avaliar o perfil das mães
e das crianças tratadas para sífilis congênita, em um hospital universitário do município de João
Pessoa-PB. Metodologia: Tratou-se de um estudo descritivo, do tipo transversal, documental e
retrospectivo. Os dados foram coletados dos prontuários dos portadores de sífilis congênita,
internados no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) no município de João Pessoa-PB,
entre julho de 2015 e dezembro de 2016. Os prontuários foram advindos do Serviço de Arquivo
Médico e Estatística (SAME), do HULW. Foram identificados 21 prontuários pela vigilância
epidemiológica do hospital, mas 09 prontuários não foram localizados no SAME e 02 não
atenderam aos critérios de inclusão. A pesquisa foi submetida à aprovação pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley e aprovado sob o número do Parecer:
1.853.889/16. Resultados: Este estudo observou que 60% das mães das crianças com sífilis
congênita encontram-se na faixa etária de (20-34 anos), 80% delas são procedentes de João Pessoa-
PB, 80% realizaram as consultas de pré-natal, porém 60% fizeram mais de seis consultas, 80% das
mulheres apresentaram VDRL reagente, sendo que 40% realizaram o tratamento inadequado.
Quanto às crianças, foi observado que 60% correspondem ao gênero feminino, 80% apresentaram
peso ao nascer entre (1.500g – 3.499g) e em 60% delas, o dado sobre a presença de sinais e
sintomas não constava no prontuário, 50% das crianças permaneceram internadas de 11 a 20 dias e
40% delas foram tratadas com penicilina. Conclusão: Esse estudo, concluiu que embora a maioria
das mães das crianças com sífilis tenha realizado mais de seis consultas pré-natal, muitas receberam
tratamento inadequado, facilitando a transmissão da sífilis para as crianças, que apresentaram baixo
peso ao nascer e necessitaram realizar tratamento, permanecendo no hospital por vários dias. As
crianças evoluíram de forma satisfatória, recebendo alta sem maiores complicações.
Palavras - chaves: Sífilis, Sífilis congênita, Penicilina.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2326


Referências:

Costa MC, Demarch EB, Azulay DR, Périssé ARS, Dias MFRG, Nery JAC. (2010); Anais
Brasileiros de Dermatologia. 85 (6)

Brasil. Ministério da Saúde. (2007); Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e
sífilis

São Paulo. (2010); Centro de Referência DST/AIDS. Guia de Referências Técnicas e


Programáticas para as Ações do Plano de Eliminação da Sífilis Congênita

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2327


Avaliação da equivalência farmacêutica de comprimidos de diclofenaco de sódio
disponíveis no mercado do Rio de Janeiro

Daniela Guedes1, Carolina Esper Ferreira1, Talita Martins da Silva1, Elizabeth Valverde Macedo1,2,
Carlos Augusto de Freitas Peregrino1,2 & Samanta Cardozo Mourão1,2

¹Laboratório Universitário Rodolpho Albino / Laboratório de Desenvolvimento de Novas


Formulações, Universidade Federal Fluminense / Instituto Vital Brazil, Niterói, RJ, Brasil.
2
Departamento de Tecnologia Farmacêutica, Faculdade Farmácia, Universidade Federal
Fluminense, Niterói, RJ, Brasil.
E-mail: guedesdani87@gmail.com

O diclofenaco sódico é um anti-inflamátório não esteroide (AINE) caracterizado por ser um potente
inibidor da enzima ciclooxigenase, mais seletivo para COX-2. Possui indicação para o alívio de dores
e inflamações e mais especificamente na artrite reumatóide, osteoartrites, burcites, tendinites, entre
outras¹. É um fármaco ácido que apresenta resistência a dissolução no pH baixo do suco gástrico, mas
permite uma rápida liberação em meio alcalino. Devido a baixa solubilidade, é classificado como
sendo de classe II no Sistema de Classificação Biofarmacêutica2. O diclofenaco de sódio está
disponível no mercado sob a forma de medicamento de referência, similar e genérico. Para garantir a
intercambialidade entre o medicamento de referência e as demais especialidades farmacêuticas, a
equivalência terapêutica deve ser atestada pelos estudos de equivalência farmacêutica e
bioequivalência, os quais são realizados com os lotes empregados no registro. Entretanto, vários
fatores da rotina produtiva podem impactar nos resultados obtidos dos lotes subsequentemente
produzidos e comercializados. A fim de verificar a qualidade e a equivalência farmacêutica dos
comprimidos de diclofenaco de sódio disponíveis no mercado do Rio de Janeiro, realizou-se um
estudo comparativo por meio de testes físico-químicos e análises dos perfis de dissolução. O estudo
foi realizado com medicamentos de referência, genérico e similar contendo 50 mg de principio ativo.
A qualidade foi verificada pelos testes físicos e dissolução realizada na etapa alcalina, conforme
descrito na Farmacopeia Americana (USP 40-NF 35)3. Todas as amostras foram aprovadas nos testes
de peso médio e dureza, de acordo com as especificações, e foram estatisticamente semelhantes entre
si. Entretanto, foram encontradas diferenças significativas nos parâmetros de dissolução dos
medicamentos genérico e similar em relação ao medicamento de referência. As análises dos perfis de
dissolução demonstraram que os medicamentos genérico e similar avaliados podem não apresentar
equivalência farmacêutica com o referência, de acordo com o Método Modelo Independente Simples
(f1 e f2)4. Os resultados sugerem a possibilidade de impactos negativos no tratamento

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2328


farmacoterapêutico de pacientes que utilizam esse medicamento devido a uma possível não-
intercambialidade entre os medicamentos avaliados.

Palavras-chave: Diclofenaco de sódio, Controle de qualidade, Equivalência farmacêutica, Perfil de


dissolução.

Referências:

CASTRO, W. V., OLIVEIRA, M. A. NUNAN, E. A., CAMPOS, L. M. M. Avaliação da qualidade


e perfil de dissolução de comprimidos gastro-resistentes de diclofenaco sódico 50mg comercializados
no Brasil. Rev. Bras. Farm., 86(1): 45-50, 2005.

Klasco R K (Ed): Martindale. The Extra-Pharmacopoeia. Thomson MICROMEDEX, Greenwood


Village, Colorado, USA. Disponível em: http://www.thomsonhc.com/.

United States pharmacopeia, USP 40-NF 35.Rockville: United States Pharmacopeial Convention;
2017.

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria


Colegiada (RDC) nº 31, de 11 de agosto de 2010.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2329


O Programa Nacional de Imunização Brasileiro frente aos desafios para sua
modernização e evolução

Ricardo Bordinhão dos Santos¹

¹BRL – Distribuidora de vacinas LTDA, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, bordinhao@brlvacinas.com.br

RESUMO: A tomada de decisão pela estratégia de vacinação é decidida individualmente, porém,


fortemente influenciada por políticas públicas e sociais. O Brasil, ao longo dos últimos anos, possui
um Programa Nacional de Imunização (PNI) que alcança uma cobertura vacinal superior a 95% da
população, com percentuais similares aos observados nos países desenvolvidos. Atualmente, os
maiores desafios a serem enfrentados e superados para preservar a excelência do programa são a
busca contínua pela manutenção e aumento dos altos níveis de cobertura, igualdade de acesso,
monitoramento das coberturas vacinais, segurança, entre outros. Este trabalho tem como objetivo
avaliar o desenvolvimento do PNI do Brasil ao longo das últimas décadas e analisar suas
perspectivas e desafios futuros para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do PNI. O trabalho foi
desenvolvido através de levantamento bibliográfico, do tipo descritivo, realizado entre os meses de
maio a agosto de 2017, na cidade de Rio de Janeiro-RJ, Brasil, referente aos dados da população
brasileira. Nos últimos anos houve uma redução dos percentuais de internação hospitalar para as
seguintes doenças: sarampo, meningite, tétano, gripes, pneumonia, dentre outras. Todavia, o acesso
à informação ainda encontra-se fragmentado em virtude da falta de informatização dos processos.
Os investimentos realizados em imunização geram inúmeros benefícios ao sistema de saúde, e por
consequência para saúde da população brasileira. Apesar dos altos índices vacinais alcançados pelo
Brasil, ainda são necessárias melhorias ao PNI, especialmente quanto à modernização e
informatização do sistema. Todavia, a sua implantação, demanda de investimentos na aquisição e
manutenção de tecnologia, treinamentos aos profissionais, alterações organizacionais, critérios de
certificação, padrões de interoperabilidade. Além disso, a verificação e monitoramento da percepção
do risco da doença e de eventos adversos pós-vacinação (EAPV) articulados com os demais agentes
envolvidos são as principais demandas a serem enfrentadas pela PNI.

Palavras-chave: Vacinação; Holístico; Pessoa; Comunidade.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2330


Referências

AQUINO, L. M. de. Programa Nacional de Imunizações: a evolução do calendário de vacinação


por meio da implantação de novas vacinas nos últimos 10 anos. Trabalho de Conclusão de Curso.
2016. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de Brasília.
BRASÍLIA – DF. 2016.

BARATA, R. B.; PEREIRA, S. M. Desigualdades sociais e a cobertura vacinal na cidade de Salvador,


Bahia. Revista Brasileira de Epidemiologia. v. 16, n. 2, p. 266-277. 2013.

BARBIERI, C. L. A.; DIAS, C.; SANTOS, M. A. N.; VERAS, M. A. S. M.; MORAES, J. C.;
PETLIK, M. E. I. Cobertura vacinal infantil em um serviço filantrópico de 40 atenção primária à
saúde do Município de São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil, em 2010. Epidemiologia e Serviços
de Saúde, Brasília, v. 22, n.1, p. 29-139, 2013.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2331


Prevalência de doenças infecciosas e farmacoterapia dos portadores de Lúpus
Eritematoso Sistêmico (LES) com comprometimento de órgãos e sistemas,
internados em um Hospital Universitário do munícipio de João Pessoa-PB

Dafne Dayse Bezerra Macedo1, Flávia Pessoa de Belmont Fonsêca2, Leônia Maria Batista3&
Marcia Regina Piuvezam4
1
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, dafne_dayse_scc@hotmail.com;
2
Hospital Universitário da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, flavinhafarm@hotmail.com;
3
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, leoniab@uol.com.br; 4Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, mrpiuvezam@ltf.ufpb.br

Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é um distúrbio inflamatório crônico,


multifatorial e sistêmico1. Os portadores estão susceptíveis a infecções, sendo uma das principais
causas de morbimortalidade dessa doença.2. As infecções estão amplamente associadas à utilização,
contínua, de glicocorticoides e imunossupressores no tratamento das complicações sistêmicas do
LES3. Assim, é necessária a realização de um diagnóstico correto, a fim de promover uma
farmacoterapia eficaz e segura4. Objetivo: Portanto, esse estudo objetivou avaliar a prevalência de
doenças infecciosas e a farmacoterapia dos portadores de LES com comprometimento de órgãos e
sistemas internados em um Hospital Universitário do município de João Pessoa- PB (HULW).
Metodologia: Tratou-se de um estudo descritivo, transversal, quantitativo, retrospectivo e
documental. As informações foram coletadas através da análise de 22 prontuários advindos do
Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME), dos portadores de LES com comprometimento de
órgãos e sistemas internados em um Hospital Universitário do município de João Pessoa-PB, entre
os meses de junho de 2015 e agosto de 2016. Os medicamentos foram classificados segundo a ATC
(Anatomical Therapeutic Chemical classification index) a partir da classificação por grupo maior. O
estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley
da Universidade Federal da Paraíba e aprovado sob o número 1.901.974/17. Resultado: Observou-
se que (50,00%) dos portadores não possuíam quadro infeccioso, (27,00%) apresentaram infecção
do trato urinário, (14,00%) do trato respiratório e (9,00%) choque séptico. Ao avaliar a frequência
de óbitos verificou-se que 23,00% dos indivíduos foram a óbito. As principais causas de óbito
foram às complicações do LES (26,70%), choque séptico (20,00%) e pneumonia (20,00%). Quanto
à famacoterapia, foi observando que dos 161 medicamentos prescritos, (19,90%) eram equivalentes
a medicamentos que atuavam no sistema nervoso; (17,40%) no aparelho digestivo e metabolismo;
(16,15%) no sistema cardiovascular; (14,90%) eram preparações hormonais sistêmicas, excluindo
hormônios sexuais e (13,60 %) eram agentes anti-infecciosos de uso sistêmico. Conclusão: Diante

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2332


dos resultados, constatou-se que as infecções são prevalentes nos portadores de LES, podendo leva-
los ao óbito. Assim, é necessário que ocorra um diagnóstico prévio da doença, bem como das
infecções, a fim de utilizar uma famacoterapia correta.

Palavras-chave: LES; Autoimunidade; Infecções; Óbito; Farmacoterapia.

Referências

Hahn BH. et al. (2012);Arthritis Care & Research. 64 (6): 797-808

Skare TL. et al. (2016); Einstein.14 (1): 47-51

Jeong SJ. et al. (2009); Scandinavian Journal of Infectious Diseases.41(4):268-74

Muñoz-Grajales C. et al.(2013); Revista Colombiana de Reumatologia. 20: 141 -147

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2333


Uso da terapia anti-TNF-α no tratamento da artrite Reumatoide: Uma Revisão
Bibliográfica
Suamy Rabelo Rocha da Costa1, Leônia Maria Batista 2, Claudio Roberto Bezerra-Santos 3
1
PET-Farmácia, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, suamycosta@gmail.com;
2
Departamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba,
leoniab@uol.com.br; 3Departamento de Fisiologia e Patologia, Universidade Federal da Paraíba,
João Pessoa, Paraíba, crbezerra@ltf.ufpb.br.

Introdução:.1 A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune de caráter inflamatório e crônico,
que atinge a membrana sinovial das articulações.2 Esta patologia acomete 1% da população mundial
e 0,5% no Brasil. O tratamento da AR se baseia no uso de medicamentos convencionais anti-
metabólitos e anti-inflamatórios além dos imunobiológicos utilizados naqueles pacientes refratários
à terapia clássica. 3Dentre os imunobiológicos usados no tratamento da AR destacam-se os inibidores
da citocina denominada fator de necrose tumoral α (terapia anti-TNF-α) que controlam a
sintomatologia da doença inibindo a inflamação e, podem ser tanto anticorpos monoclonais que
neutralizam o TNF-α (infliximabe e o adalibumabe) quanto receptor solúvel que se liga à citocina no
sítio inflamatório (etanercepte). 4 Objetivo: Revisar o uso da terapia anti-TNF-α no tratamento da
AR. Metodologia: O delineamento da pesquisa foi realizado com base na revisão da literatura
científica sobre o tratamento da AR com inibidores do TNF-α, utilizando os indexadores Google
acadêmico, Firefox UFPB e Scielo, além de livros acadêmicos, dissertações e teses publicadas no
período de 2000 a 2017. Resultados e Discussão: Um estudo realizado por ZANGHELINI et al
(2014) relatou o uso de etanercepte (45%), adalimumabe (37%) e inflimixabe (11%) por pacientes
com AR. MONTEIRO & ZANINI (2008) relataram que 62% dos indivíduos utilizavam inflimixabe
no tratamento da doença. Segundo PINHO (2012), os anti-TNF-α são largamente prescritos para o
tratamento desta patologia como o adalibumabe (79 prescrições), etanercepte (60 prescrições) e
infliximabe (14 prescrições). Conclusão: Concluímos que os imunobiológicos são medicamentos
eficazes no tratamento da AR e, que a terapia anti-TNF-α representa uma importante ferramenta
terapêutica no controle da sintomatologia desta enfermidade.

Palavras-Chaves: Artrite reumatoide; imunobiológicos, terapia anti-TNFα.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2334


Referências:

SHIRATORI, A. P., IOP, R. R., SILVA, F. C., JUNIOR, N. G. B., DOMENECH, S. C., GEVAERD,
M. S. Aspecto Sociodemográfico, Clínico e qualidade de Vida em Pacientes com Artrite Reumatoide.
Revista Brasileira de Promoção a Saúde, v.27, n.1, p. 5-12, 2014.

RISCIONE, L. G.; St. CLAIR, E. W. Tumor necrosis factor- alfa antagonists for the treatment of
rheumatic diseases. Curr Opin Rheumatologia, v.14, p. 204-11, 2002.

FALEIRO, L. R., ARAÚJO, L. H. R., VARAVALHO, M. A. A terapia Anti-TNF-α na Artrite


Reumatoide. Revista Ciências Biológicas e da Saúde, v.32, n.1, p.77, 2011.

ZANGUELINE, F. FILHO, J. A. R., SILVA, A. S., GALDINO, S. L. Perfil de pacientes com artrite
reumatoide em uso de inibidores do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), cadastrados no
Componente Especializado na Assistência Farmacêutica de Pernambuco, Brasil. Revista de Ciências
Farmacêuticas, v. 35, n. 2, p.251-256, 2014.

MONTEIRO, R. D. C., ZANINI, A. C. Análise de Custo do Tratamento Medicamentoso da Artrite


Reumatoide. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 44, n.1,2008.

PINHO, Laura Braga de. Perfil dos usuários portadores de artrite reumatoide Cadastrados na
Farmácia de Medicamentos Especiais de Porto alegre/Rio Grande do Sul, 2012. Trabalho de
conclusão do curso. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto alegre, 2012.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2335


Classificação dos medicamentos envolvidos em intervenções farmacêuticas e
frequência de alta e óbito de pacientes internados em Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) em Hospital Universitário no município de João Pessoa-PB

Thassya Matias Ribeiro1, Giovanna Gusmão Zenaide Nóbrega Albuquerque2, Marli Martins Viana3,
Leônia Maria Batista4 & Islânia Gisélia Albuquerque Gonçalves5
1
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, thassyamatiasribeiro@gmail.com;
2
Hospital Universitário da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, ggnobrega@bol.com.br; 3Hospital
Universitário da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, mmviana01@gmail.com; 4Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, leoniab@uol.com.br; 5Universidade Federal da
Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil, islania.ltf@gmail.com

Introdução: Indivíduos internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) são caracterizados pela
necessidade particular de cuidados, igualmente diferenciado tratamento medicamentoso. Estes
pacientes apresentam diversas afecções e utilizam frequentemente muitos medicamentos,
possuindo, portanto maior probabilidade de problemas relacionados a medicamentos, como
interações medicamentosas1. Sabendo da situação clínica de um paciente de UTI é observado um
número frequente de óbitos nesse setor hospitalar2. Objetivo: Classificar os medicamentos
envolvidos em intervenções farmacêuticas, relatar frequência de alta/óbito de pacientes internados
em UTI em Hospital Universitário no município de João Pessoa-PB. Metodologia: Os dados
coletados referentes ao tempo de internação e alta/óbito foram retirados do livro de registro de
admissões da UTI adulta e as informações relacionadas aos medicamentos, foram coletadas das
fichas de intervenção farmacêutica, pertencentes à farmácia clínica do hospital. Após a coleta de
dados foram feitas tabelas e gráficos para análise dos mesmos, utilizando-se do programa Microsoft
Office Excel® 2013. Os medicamentos envolvidos em intervenções farmacêuticas foram
classificados segundo a ATC (Anatomical Therapeutic Chemical classification). Esse trabalho foi
submetido ao comitê de ética do Hospital Universitário Lauro Wanderley e aprovado com parecer
número 1.875.302. Resultados: Segundo classificação ATC as classes de medicamentos mais
prescritos envolvidos em intervenções farmacêuticas foram: Grupo J – Agentes anti-infecciosos de
uso sistêmico (27,06%), Grupo A – Trato digestivo e metabolismo (25,88%) e Grupo N – Sistema
nervoso (17,25%). Quanto a ocorrências de interações medicamentosas, observou-se que não houve
diferença entre os gêneros, sendo 50% das interações medicamentosas no gênero feminino,
igualmente para o masculino. Observou-se também que o período de permanência na UTI variou
entre 1 e 45 dias, tendo maior prevalência dos indivíduos que passaram de 1 a 5 dias e de 6 a 10

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2336


dias, ambos com 31%. Por fim, observou-se que o percentual de Alta e Óbito foi de 45% e 48%,
respectivamente. Conclusão: É perceptível uma alta prevalência de utilização de medicamentos
anti-infecciosos revelando que na UTI utilizam-se desses agentes para o tratamento empírico de
diversas doenças. Percebe-se também que interações medicamentosas ocorrerem independentes de
gênero. Além disso, o número de óbito mostrou-se alto. Conclui-se que o farmacêutico é
fundamental nos ajustes medicamentosos na UTI.

Palavras-chaves: UTI, ATC, Intervenções farmacêuticas.

Referências:

Gimenes AHS, Baroni MMF, Rodrigues PJN. (2014); Revista Brasileira de Farmacia Hospitalar e
Serviços de Saúde. 5(4): 19-24

Bonfada D, Santos MM, Lima KC, Altes AG. (2017); Revista Brasileira de Geriatria e
Gerontologia. 20(2): 198-206

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2337


Observação e intervenção farmacêutica na preparação
de extrato medicinal de Cannabis

Fabio Luiz Costa de Souza1, Ernesto Diaz Rocha2, Andrey Fabiano Lourenço de Aguiar3, Ana
Claudia de Macêdo Vieira4, André Luís de Alcântara Guimarães5, Mario Gandra6 & Virgínia
Martins Carvalho7

1
UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, fabioluiz@pharma.ufrj.br
2
IPEN-CNEN, São Paulo, SP, Brasil, ediaz@usp.br
3
UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, andreyfla@gmail.com
4
UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, acmvieira@pharma.ufrj.br
5
UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, andreluis.guimaraes@gmail.com
6
UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, mariogandra@gmail.com
7
UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, virginiamc@pharma.ufrj.br

O uso medicinal de Cannabis vem sendo regulamentado em diversos países no tratamento de


patologias para as quais constitui frequentemente a única alternativa terapêutica viável. Diversas
doenças como síndromes neurológicas raras e epilepsia refratária (ER), que não respondem aos
tratamentos convencionais vem sendo eficazmente tratadas com Cannabis. A resistência ao uso
medicinal de Cannabis começou a mudar quando uma criança britânica que sofria crises
convulsivas refratárias aos tratamentos convencionais, passou a receber extrato de Cannabis,
resultando na interrupção das crises convulsivas e retorno progressivo das habilidades motoras. No
Brasil, pais de crianças portadoras de ER começaram a organizar-se coletivamente para pressionar a
comunidade médica e as autoridades sanitárias a permitirem o uso medicinal de Cannabis, levando
o CFM em 2014 a autorizar a prescrição de canabidiol (CBD) e a ANVISA em 2015 a autorizar a
importação de produtos medicinais derivados de Cannabis. O elevado custo de importação e a
grande variação na resposta terapêutica destes produtos, levou alguns pais a produzirem extratos
caseiros. O Projeto Farmacannabis, iniciado em 2016, percebeu então a necessidade da academia
aproximar-se do contexto real e antropológico existente naquele momento rompendo barreiras de
preconceito em prol da saúde do paciente, e assim, quando alguns pais obtiveram na justiça “habeas
corpus preventivo” para plantar e preparar extratos de Cannabis, foram convidados para oficinas de
preparo de extratos de Cannabis, do Projeto Farmacannabis objetivando oferecer-lhes suporte
técnico-farmacêutico em ambiente laboratorial para minimização de riscos. O preparo de extratos
foi acompanhado durante as oficinas adotando-se como única intervenção a proposta de extração
alcoólica. As plantas utilizadas durante eram oriundas de cultivo próprio dos pais. Alíquotas dos
extratos produzidos foram então coletadas e analisadas por CLAE, revelando grande variação nas
concentrações de CDB – 0,33-7,95 mg/mL – e THC – 0,00-1,52 mg/mL, evidenciando ainda que a

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2338


técnica extrativa utilizada pelos pais apresenta baixa recuperação. Tomando por base os resultados
obtidos, os trabalhos de otimização da técnica utilizada pelos pais já foram iniciados, e em breve
resultarão em uma técnica padronizada que os pais poderão utilizar na produção de extratos caseiros
mais seguros e confiáveis.

Palavras-Chave: CANNABIS, EXTRATO MEDICINAL DE CANNABIS, EPILEPSIA


REFRATÁRIA

Referências:

ALVARENGA G et al. Epilepsia Refratária: A Experiência do Núcleo Avançado de Tratamento


das Epilepsias do Hospital Felício Rocho (NATE) no período de março de 2003 a dezembro de
2006. Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology 2007;13(2):71-74.

AMBACH et al. Simultaneous quantification of delta-9-THC, THC-acid A, CBN and CBD in


seized drugs using HPLC-DAD. Forensic Science International 2014;243:107-111.

BRASIL. Resolução n° 03 de 26 de janeiro de 2015. Dispõe sobre a atualização do Anexo I, Listas


de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial, da
Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998 e dá outras providências. Diário Oficial [da]
União, Poder executivo, Brasília, DF, 2015.

HILL AJ, Williams CM, Whalley BJ, Stephens GJ. Phytocannabinoids as novel therapeutic agents
in CNS disorders. Pharmacology & Therapeutics 2012;133:79–97.

HUSSAIN SA et al. Perceived efficacy of cannabidiol-enriched cannabis extracts for treatment of


pediatric epilepsy: A potential role for infantile spasms and Lennox–Gastaut syndrome Epilepsy &
Behavior 2015;47:138–141

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2339


Detecção de enteroparasitas em amostras de alface (Lactuca sativa L.)
comercializadas na Zona Norte do Rio De Janeiro (RJ)

Natalia Espírito Santo da Costa Sá1*; Sara Nogueira do Nascimento de Lima, Henrique Moreira
Santos1; Maria Cristiane Pereira de Souza1; Mônica D. Ladeira1; Fernanda Ingrid de Rezende
Felix1; Daiane Cristina Ribeiro dos Santos1; Camila Moreira Ferreira de Oliveira1; Renata De
Mattos Pereira Barroso1; Lygia Rachel Ferreira Yussef Ali 2; Caio Fábio Alves Leonor 2; Riethe
Oliveira Rocha 3

1. Acadêmicos do curso de graduação em Farmácia, UNISUAM, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.


2. Acadêmicos do curso de graduação em Nutrição, UNISUAM, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
3. Docentes do curso de graduação em Farmácia, UNISUAM, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Email*: nataliaes22@gmail.com

Introdução: A alface (Lactuca sativa) é uma das verduras mais consumidas pelo brasileiro, em
saladas cruas. Desde o cultivo à comercialização pode haver contaminação por parasitos1,2.
Objetivo: O objetivo deste trabalho é identificar parasitos de interesse em saúde pública em
amostras adquiridas em diferentes estabelecimentos comerciais na zona norte da cidade do Rio de
Janeiro. Material e Métodos: Foram adquiridas alfaces (lisa, crespa, americana, roxa e chicole) de
cultivo hidropônico, convencional e orgânico em feiras livres, hortifrúti e supermercados. A
unidade amostral foi constituída um pé ou touceira, acondicionadas e encaminhadas ao laboratório
da universidade. As amostras foram submetidas a avaliação visual, descartando as folhas
deterioradas. Cada alface foi lavada em bacia com água destilada. O líquido da lavagem foi
submetido aos métodos de sedimentação espontânea (Hoffman, Pons & Janner) e de centrifugo-
flutuação (Faust e cols). Foram confeccionadas 5 lâminas por técnica parasitológica. Para
visualização das formas evolutivas em microscópio óptico binocular sob aumento de 100X e
confirmação das estruturas em 400X. Resultados e Discussão: Todas as amostras analisadas foram
encontrados ovos, cistos ou larvas de parasitas. Também foram encontrados contaminantes, como
insetos e larvas de vida livre. Ambas as técnicas parasitológicas evidenciaram os parasitos, como:
larvas de Strongyloides stercoralis; cistos de Entamoeba histolytica e Entamoeba coli; ovos
Enterobius vermicularis; cistos de Giardia lamblia ovos e larvas de ancilostomídeos, ovos de
diphyllobothrium latum e cistos de Chilomastix mesnili. Os resultados sugerem a possibilidade de
contaminação hídrica pela água de irrigação, pelos produtores ou lavagem das verduras, também
não deve ser descartada a hipótese de utilização de esterco animal como adubo. É de suma

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2340


importância que os envolvidos na cadeia de custódia das hortaliças passem por treinamento em boas
práticas de higienização no cultivo, transporte e armazenamento, não esquecendo do controle de
qualidade da água, na contaminação, lençóis freáticos, na utilização de rede de esgotos e adubos3.
Conclusão: Há um baixo padrão de higiene tornando o consumo destas hortaliças um risco para a
saúde pública pela presença de protozoários e helmintos. Para evitar futuras contaminações e danos,
deve-se investir em treinamentos dos profissionais desde o cultivo da alface até sua
comercialização.

Palavras-chave: Parasitologia, Educação em saúde, Lactuca sativa

Referências:

Nascimento, M. P. et al; AVALIAÇÃO PARASITOLÓGICA DA ALFACE (Lactuca Sativa L.)


COMERCIALIZADA NA FEIRA LIVRE DE BARRO-CE, BRASIL. Caderno de Cultura e
Ciência, v.15, n.2, Dez, 2016.

Brauer AMNW, Silva JC, Souza MAA (2016) Distribuição de enteroparasitos em verduras do
comércio alimentício do município de São Mateus, Espírito Santo, Brasil. Natureza on line 14 (1):
055-060.

Scherer, Karine, Eichelberger Granada, Camille, Stülp, Simone, Sperotto, Raul Antonio,
AVALIAÇÃO BACTERIOLÓGICA E FÍSICO-QUÍMICA DE ÁGUAS DE IRRIGAÇÃO, SOLO
E ALFACE (Lactuca sativa L.) Ambiente & Água - An Interdisciplinary Journal of Applied
Science [en linea] 2016

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2341


Avaliação da influência dos excipientes na qualidade de cápsulas de Aciclovir

Suelen da Silva Reis1, Carolina Esper Ferreira2, Thalita Martins da Silva2, Elizabeth Valverde
Macedo2, Carlos Augusto de Freitas Peregrino2, Eliana de Vares Cação3, & Emeli Moura de
Araújo1.
1
Faculdade de Farmácia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil
(reissuelen@id.uff.br); 2LURAEx, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro,
Brasil; 3FAU, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil.

Introdução: O aciclovir é um fármaco com atividade antiviral muito utilizado no tratamento de


doenças como Herpes e vírus varicela-zóster. A via de administração mais usada para este fármaco
é a oral, apesar deste apresentar baixa solubilidade e isto influenciar negativamente a dissolução e
eficácia do medicamento1. As cápsulas são líderes na demanda das prescrições executadas em
farmácias magistrais2 e os excipientes que são adicionados nestas tem o poder de alterar a
dissolução do fármaco, causando comprometimento na sua absorção e biodisponibilidade3.
Objetivo: Estudar a influência dos excipientes na dissolução de cápsulas de aciclovir a fim de
padronizar formulação para uma Farmácia Universitária do Estado do Rio de Janeiro. Metodologia:
Cápsulas de aciclovir 200mg foram preparadas com os seguintes excipientes: estearato de magnésio
(1%), celulose microcristalina (52%) e Aerosil® (0,5%). Foram realizados ensaios para
determinação do Índice de Carr, Fator de Hausner e ângulo de repouso da mistura dos pós. Após a
manipulação foram realizados os ensaios de controle de qualidade: peso médio6, uniformidade de
dose7 e dissolução7,8 nas cápsulas preparadas e em um lote de comprimidos genéricos de aciclovir
200mg obtidos comercialmente. Resultados: Os resultados obtidos para índice de Carr (28,92%) e
Fator de Hausner (1,407) indicaram um fluxo pobre, e na determinação direta o ângulo de repouso
(32,62º) indicou um fluxo bom na mistura de pós. Os ensaios de peso médio e uniformidade de
dose das cápsulas e dos comprimidos cumpriram as especificações farmacopeicas6,7, já a dissolução
das cápsulas apresentou-se fora das especificações farmacopeicas (53%) enquanto os comprimidos
cumpriram o teste (98%). Conclusão: O resultado baixo de dissolução nas cápsulas manipuladas
indica que os excipientes ou suas concentrações utilizadas não são os mais adequados e
influenciarão negativamente na biodisponibilidade deste medicamento. É imprescindível o estudo
da influência dos excipientes, com o intuito de desenvolver uma formulação que gere dissolução
adequada, já que esta é uma etapa crucial para tornar a terapia medicamentosa mais eficaz. Por isso
foi realizado um planejamento fatorial fracionado (33-1) a fim de estudar a influência dos excipientes
Aerosil®, estearato de magnésio e amidoglicolato de sódio na dissolução e os ensaios estão em
andamento.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2342


Palavras-chave: Aciclovir, Dissolução, Doseamento, Biodisponibilidade.

Referências:

Stulzer,H.K., Tagliari,M.P., Silva,M.A.S., Laranjeira,M.C.M. (2007); Latin Americam Journal of


Pharmacy, 26(6): 866-71.

Miguel,M.D., Zanin,S.M.W., Miguel,O.G., Roze,A.O., Oyakawa,C.N., Oliveira,A.B de. (2002);


Visão Acadêmica, 3(2): 103-108

Scheshowitsch,K., Pereira,A., Cruz,A., Silva,M.A.S., Stulzer,H.K. (2007) Latin American Journal


of Pharmacy, 26(5): 645-51

Costa,A.N.B., Vasconcelos,T,Y.L, Melo,T.S, Lima,P.R.S, Costa R.A, Nascimento,A.Á.


(2016);Infarma Farmacêuticas, 28(2):105-112.

Golan,D.E. e col., Princípios de Farmacologia,A base Fisiopatológica da Farmacologia, Editora


Guanabara Koogan,3ª edição. 2014

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia Brasileira, volume 2. 5ª Edição


Brasilia,2010.

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia Brasileira, volume 1. 5ª Edição


Brasilia,2010.

United States Pharmacopeial,Editora United States Pharmacopeial Convention,volume 2.31ª


edição.2008.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2343


Contaminação Microbiana em Superfícies de Aparelhos Celulares

Bruno Barbosa Bezerra1; Guilherme de Carvalho Santos1; Maria Luiza Verissimo Lage1, Nathália
Martins dos Santos1.

1 Centro Universitário Serra dos Órgãos, Estrada da Prata s/n,Teresópolis, RJ, CEP 25976340,
Brasil, coordcursofarmacia@unifeso.edu.br.

Os microorganismos são encontrados em diversos objetos do nosso cotidiano, como aparelhos


celulares, teclado de computadores, cédulas de dinheiro e entre outros. A superfície dos aparelhos
celulares proporciona um ambiente propício para o crescimento de diversas espécies microbianas
que se proliferam a partir de resíduos e substâncias graxas das mãos e do rosto [1]. Havendo
escassez de informações na literatura sobre a contaminação microbiana dos celulares, este estudo
objetivou avaliar a presença de microoganismos patogênicos em superfícies de celulares de um
grupos de acadêmicos da Unifeso – Centro Universitario Serra dos Órgãos. Avaliaram-se as
superfícies de 30 aparelhos celulares de propriedade dos acadêmicos da Unifeso. A coleta das
amostras ocorreu de forma aleatória. Utilizando um swab umedecido, em salina estéril foi esfregado
sobre a superfície das duas faces dos aparelhos e colocados, imediatamente, em tubos contendo
caldo de BHI, devidamente identificados e colocados na estufa 35ºC/24 h. Após o período de
incubação, com turvação do meio, o inóculo foi esgotado em placas de Petri contendo agar Manitol,
seletivo para Staphylococcus aureus, e Ágar Mac Conkey, seletivo para bacilos gram-negativos,,
incubadas a 35ºC/24 horas, onde as culturas que cresceram foram semeadas novamente no meio de
cultura rugai com lisina, para identificação das espécies de microrganismos presentes nas amostras
[2,3]. Foi observado então, a ocorrência de contaminação bacteriana em 25 telefones celulares
examinados. Ao final da contagem e identificação encontramos cinco aparelhos contaminados com
cepas de Escherichia coli, um aparelho com Enterobacter aerogenes, três com Klebsiella
pneumoniae, um com Morganella morganii e dezessete com Staphylococcus aureus. Em alguns
aparelhos foram isoladas mais de uma espécie bacteriana. Concluímos que os aparelhos celulares
podem ser uma fonte de contaminação microbiana aos seus usuários e que uma forma de diminuir a
contaminação dos aparelhos e a higienização dos mesmos seria o uso frequente de solução com
álcool 70%.

Palavras-Chave: Aparelhos celulares, Contaminação Microbiana, Microorganismos

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2344


Referências:
Akinyemi, K. O., Atapu, A. D., Adetona, O. O., & Coker, A. O. (2009). The potential role of
mobile phones in the spread of bacterial infections. The Journal of Infection in Developing
Countries, 3(08), 628-632.

Koneman, E W, et al. Diagnóstico microbiológico. 5 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2001, p. 494, 919-
920.

Tortora GJ, Funke, BR, Case Cl.- Microbiologia. 8ª ed. São Paulo: editora artmed; 2005.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2345


Study of efficacy and mechanism of action in experimental model of cutaneous
and visceral leishmaniasis: a possibility of drug repurposing.

Juliana da Silva Pacheco1, Edézio Ferreira da Cunha-Júnior1, Valter Viana Andrade-Neto1, Job
Domingos Inácio Filho1, Elmo Eduardo de Almeida-Amaral1 & Eduardo Caio Torres-Santos1.
1
Instituto Oswaldo Cruz-Fiocruz, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, ects@ioc.fiocruz.br.

The arsenal of drugs against leishmaniases is small, and each has a disadvantage in terms of
toxicity, efficacy, price or treatment regimen1. In the search for new drugs, our group performed a
screen with fifty available drugs belonging to several pharmacological categories, and
spironolactone, a potassium-sparing diuretic that acts as an aldosterone receptor antagonist, proved
to be the most promising drug candidate. This study was approved by Animal Ethics Committee of
Oswaldo Cruz Foundation (license number L-026/2015). Drug screening was evaluated by
phenotypic assay on Leishmania amazonensis promastigote. After the identification of
spironolactone as a promising drug we performed the intracellular amastigote assay of L.
amazonensis (CL model) and L. infantum (VL model) in murine peritoneal macrophages. In vitro
activity with IC50 < 10µM, we evaluated the efficacy on Balb/c mice infected subcutaneously with
L. amazonensis and Balb/c infected intraperitoneally with L. infantum. The treatment was effective
in controlling the cutaneous lesion and reduced the burden significantly as the treatment with the
drug of first choice, the meglumine antimoniate. The treatment of VL was effective in reducing the
load on the main affected organs (spleen and liver), however it was less effective than glucantime.
Thus, we evaluated the efficacy of the association between spironolactone and glucatime in VL
model. The association promoted a better control of the parasite load in the spleen with a 90%
reduction of glucantime compared to the reduction of 98% of the association. In the liver, there was
a reduction of 97% in the group treated with glucantime and 100% in the group treated with the
association. Interestingly, these animals became negative the culture test. In the search the
mechanism of action of spironolactone, we evaluated the interference in the sterol biosynthesis of
this parasite, due to the steroidal structure of this drug. Promastigotes treated with spironolactone
accumulated methylated sterols at positions 4 and 14, inferring a possible inhibition of the enzymes
of the pathway that demethylate at position to produce ergosterol. These results evidenced a
possibility of repositioning of spironolactone for use in association with the glucantime for the
treatment of leishmaniasis in Brazil.

Keywords: Leishmaniasis; Leishmania; spironolactone; drug repurposing;

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2346


Acknowledgment
CAPES, CNPq and FIOCRUZ

References

Field MC, Horn D, Fairlamb AH, Ferguson MAJ, Gray DW, Read KD, De Rycker M, Torrie LS, Wyatt PG, Wyllie
S, Gilbert IH. (2017); Nat Rev Microbiol. 15(7):447.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2347


Modelagem molecular de uma nova classe de inibidores da Hidrolase de Amidas
de Ácidos Graxos 1 (FAAH1) derivados do glicerol: toxicologia in Silico das α-
ceto heterociclos

Rafaela Martins da Silva¹, Ingrid Baia Almeida¹, Hugo Andrade Oliveira¹, Rodrigo da Silva Bitzer¹
& Valter Luiz da Conceição Gonçalves¹.
¹Centro Universitário Serra Dos Órgãos – UNIFESO, Teresópolis, Rio de Janeiro,
coordcursofarmacia@unifeso.edu.br

A FAAH1 é uma proteína integral de membrana pertencente a uma grande família de enzimas que
compartilham uma região altamente conservada2. Essa estrutura está presente em muitos tecidos,
incluindo o cérebro, intestino, fígado, testículos, útero, rim, tecidos oculares, do baço e do pulmão5.
Inibidores seletivos da FAAH1 podem oferecer uma abordagem terapêutica racional no tratamento
de determinadas patologias, como, esclerose múltipla, certos tipos de dor, inflamação, neoplasias,
esquizofrenia, transtornos de estresse pós-traumáticos, algumas doenças intestinais e
cardiovasculares e entre outras4. O uso de inibidores seletivos da enzima FAAH1 parece oferecer
alívio terapêutico no local de eventos específicos nos tecidos onde os endocanabinóides são
produzidos, como parte de um mecanismo fisiológico de proteção, e não apresentam os efeitos
indesejáveis dos agonistas diretos de receptores endocanabinóides, que podem influenciar
negativamente os comportamentos cognitivos, psicomotores e de apetite1.
O presente trabalho tem como objetivo estabelecer uma nova classe de inibidores seletivos da
enzima FAAH1 derivados do glicerol, realizando um estudo toxicológico das moléculas da classe
α-ceto heterociclos.
Submetemos uma biblioteca de α-ceto heterociclos divididas em três séries, denominadas séries 1, 2
e 3. Todas as séries foram submetidas ao programa OSIRIS®, que aborda os riscos de toxicidade
baseado no banco de dados de substâncias químicas que apresentam efeitos tóxicos comprovados
(Registry of Toxic Effects of Chemical Substances, RTECS) e validados com um banco de dados
contendo fármacos comercialmente disponíveis. O mesmo indica a capacidade de ter efeitos
irritantes, tumorogênicos, mutagênicos ou efeitos maléficos na reprodução. Em conjunto com essas
operações o mesmo oferece o drug-score, que é utilizado para inferir o potencial de um composto
de se tornar um fármaco, sendo a combinação do drug-likeness, cLogP, LogS (solubilidade em
água), peso molecular e risco de toxicidade3. Desse processo 40 moléculas tiveram um bom
desempenho, tendo valores positivos em todas as etapas. Para estabelecer a natureza molecular e
farmacodinâmica dessas estruturas, estudos futuros de docking fármaco-proteína serão empregados.
Palavras-chaves: FAAH1, toxicologia, α-ceto heterociclos.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2348


Referências:

BENSON, N. et al. A Systems Pharmacology Perspective on the Clinical Development of Fatty


Acid Amide Hydrolase Inhibitors for Pain. CPT: Pharmacometrics Systems Pharmacology. 3, e91;
2014

GIANG, D. K., e CRAVATT. B. F. Molecular characterization of human and mouse fatty acid
amide hydrolases. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of
America, 94, 6, 2238-2242. 1997.

PASSAMANI, Fabiana. Modelagem Molecular e Avaliação da Relação Estrutura-Atividade


Acoplados a Estudos Farmacocinéticos e Toxicológicos In Silico de Derivados Heterocíclicos com
Atividade Antiviral. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – UFRJ, Faculdade de
Farmácia, Rio de Janeiro, 2009, 103fs.

PERTWEE, R. G. Elevating endocannabinoid levels: pharmacological strategies and potential


therapeutic applications. Proceedings of the Nutrition Society. 73, 96–105. 2014.

THOMAS, E. A. et al. Fatty acid amide hydrolase, the degradative enzyme for anandamide and
oleamide, has selective distribution in neurons within the rat central nervous system. Journal of
Neuroscience Research. 50, 6, 1047-1052. 1997.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2349


Using Human Albumin for Mesoporous Silica Nanoparticle System in a Mouse
Model of Endometriosis to Avoiding the Mononuclear Phagocyte System

Sara Rezende dos Reis¹, Suyene Rocha Pinto², Sofia Nascimento dos Santos², Edward Helal-Neto³,
Ralph Santos-Oliveira²
1
Staty University (UEZO), Rio de Janeiro, RJ, Brazil, Av. Manuel Caldeira de Alvarenga - 1203;
2
Nuclear Engineering Institute (IEN), Rio de Janeiro, RJ, Brazil, Rua Hélio de Almeida - 75;
3
Oswaldo Cruz Foundation, Manguinhos, RJ, Brazil, Av. Brasil - 4365.

Abstract
The mononuclear phagocytic system is a key participant determining the half-life of
nanoparticles (NPs) in the bloodstream and influencing active targeting. Several strategies to
extend the circulation time of nanoparticles and to reduce MPS (Mononuclear Phagocyte
System) uptake have been developed so far. In fact, upon entering in the tumor interstitium, the
accumulation of albumin-coated nanoparticle is achieved by SPARC (secreted protein, acidic, and
rich in cysteine), an albumin-binding protein, overexpressed by several tumor types. Therefore, the
preferential accumulation of albumin in tumors along with its great biocompatibility and increased
half-life makes albumin the ideal nanocarrier for drug delivery platforms. Using a mouse model of
endometriosis (hyperexpressive of VEGF-Vascular endothelial growth factor), in accordance
with protocols approved by the Institutional Animal Care and Use Internal Review Board of
the Federal University of Pernambuco (CEUA-UFPE/CCB, nº 606/13), we evaluated the
potential of albumin coated-mesoporous silica doped with Bevacizumab (Anti-VEGF
Monoclonal Antibody (Mab)) nanoparticles as a drug delivery carrier in order to overcome
MPS clearance and keep the targeting.. We found that human albumin bath was able to reduce
unspecific uptake by liver and spleen but reduced accumulation of NPs to endometriosis site.
Our data suggest that although human albumin bath may help to overcome MPS clearance of
NPs, it affects NPs uptake by the target site. Is important to notice that since we were unable to
perform the determination of the concentration of albumin that coated nanoparticles this data may
vary in accordance with the coating-power of the albumin. We also suggest that others studies
quantifiying the amount of albumin that is absorved in the mesoporous silica nanoparticles should
be done and the relationship between albumin and recognition by the mononuclear phagocytic
system should be established.

Keywords: nanoparticle; smart device; endometriosis

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2350


Acknowledgments
The authors would like to thank the National Scientific and Technological Research Council
(CNPQ) and the Rio de Janeiro State Research Foundation (FAPERJ) for funding. Also gratefully
acknowledge the support from the Nuclear Engineering Institute, the State University (UEZO).

References:
Chlenski A, Dobratic M, Salwen HR, Applebaum M, Guerrero LJ, Miller R, DeWane G, Solomaha
E, Marks JD and Cohn SL. (2016); Oncotarget. 7(47):77696-77706.

Desai N, Trieu V, Damascelli B and Soon-Shiong P. (2009); Translational oncology. 2(2):59-64

Komiya K, Nakamura T, Nakashima C, Takahashi K, Umeguchi H, Watanabe N, Sato A, Takeda


Y, Kimura S and Sueoka-Aragane N. (2016); OncoTargets and therapy. 9:6663-6668.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2351


Interações entre medicamentos e nutrientes prescritos no CTI de um hospital
universitário: relato de caso

Mariana Souza Rocha1, Rachel Nunes Ornellas1, Gilberto Barcelos Souza1, Amanda Castro
Domingues da Silva2, Luiz Filgueira de Melo Neto1, Nayara Fernandes Paes1, Mauricio Lauro de
Oliveira Júnior1, Luiz Stanislau Nunes Chini2, Bruna Figueiredo Martins2,Águeda Cabral de Souza
Pereira1& Márcia de Souza Antunes1.

1
Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil;2Universidade Federal
Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil.E-mail: farmacia@huap.uff.br

Introdução: A literatura relata a importância da utilização da Terapia Nutricional em pacientes


hospitalizados, tanto para a redução do tempo de internação, quanto de complicações infecciosas1.
Certos cuidados devem ser observados em pacientes que recebem Nutrição Enteral (NE) via sonda e
quando medicamentos estão sendo administrados por essa via, que podem levar à obstrução da
mesma ou a alterações na eficácia do tratamento, devido a interações Fármacos-Nutrientes. Neste
contexto, o farmacêutico é responsável por alertar todas as situações relacionadas ao medicamento,
otimizando a terapêutica para a segurança do paciente. Objetivo: Identificar interações potenciais
entre fármacos e nutrientes, em prescrições de pacientes internados em um Centro de Terapia
Intensiva (CTI) de um hospital universitário, que estejam recebendo NE por via sonda. Material e
Métodos: Estudo prospectivo e observacional em que prescrições de pacientes internados no CTI
de um Hospital Universitário, durante 30 dias no mês de Abril 2017, a fim de identificar a presença
de interações entre medicamentos e nutrientes. Projeto CAAE nº44061615.9.0000.5243.
Resultados: A partir da análise de 280 prescrições foram observadas as seguintes interações entre
fármacos e nutrientes: Hidralazina 47 % (n= 132), Levotiroxina 18 % (n= 51) e Lactulose 14 % (n=
40). A administração concomitante de Hidralazina com a NE leva a uma redução da absorção deste
fármaco e, consequentemente, da sua concentração plasmática, podendo comprometer a sua
eficácia. Enquanto que a Lactulose, em altas concentrações, pode levar a um quadro de diarreia,
fazendo com que a nutrição não seja absorvida adequadamente. Em relação à Levotiroxina, a sua
absorção é reduzida e ocorre o aumento da sua eliminação fecal. Conclusão: O uso de Hidralazina
e Lactulose (altas concentrações) concomitante à NE não é recomendado. Para a Levotiroxina é
necessário realizar uma pausa na NE por uma hora antes, retornando duas horas após a
administração do medicamento.

Palavras-chave: Terapia Nutricional; Interações; Nutrição Enteral.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2352


Referências:

TOLEDO, D; CASTRO, M. Terapia nutricional em UTI. Rio de Janeiro: Rúbio, 2015, 1 Ed.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria número 272 de 08/04/98.
Aprova o regulamento técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para Terapia de Nutrição
Parenteral.

RIBEIRO, P. C. et al. Manual para administração de medicamentos por acessos enterais. São Paulo:
Editora Atheneu, 2014, 1 Ed.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2353


Resultados de intervenção farmacêutica como indicadores de qualidade na
terapia nutricional de pacientes internados em um hospital universitário

Amanda Castro Domingues da Silva2, Rachel Nunes Ornellas1, Gilberto Barcelos Souza1, Luiz
Filgueira de Melo Neto1, Nayara Fernandes Paes1, Mauricio Lauro de Oliveira Júnior1, Luiz
Stanislau Nunes Chini2, Bruna Figueiredo Martins2, Mariana Souza Rocha1, Águeda Cabral de
Souza Pereira1 & Márcia de Souza Antunes1.

1
Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal
Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br

Introdução: A Gestão de Qualidade em Terapia Nutricional (TN) implica em alguns


procedimentos, tais como: elaboração e padronização das Boas Práticas e de registros; ações
preventivas e corretivas, dentre elas Intervenções Farmacêuticas; acompanhamento de Eventos
Adversos; revisão e ajuste dos processos de acordo com os objetivos a serem alcançados, nos
Protocolos estabelecidos pela Comissão de Terapia Nutricional1. O Farmacêutico pode intervir na
terapia medicamentosa através do acompanhamento das interações medicamentosas potenciais
(IMP), ajustes na posologia e sugestão de formas farmacêuticas mais adequadas à indicação
terapêutica.2 O uso de Indicadores de Qualidade permite quantificar as intervenções realizadas e
aceitas, a fim de aprimorar a assistência prestada e contribuir para o sucesso do tratamento
medicamentoso e nutricional.1,3 Objetivo: Quantificar as intervenções realizadas nas prescrições de
pacientes submetidos à TN em um hospital de ensino, bem como sua aceitação pelos médicos.
Metodologia: Foram acompanhados 86 pacientes, em programas de TN Enteral e Parenteral, no
período de Março a Julho de 2017. A pesquisa incluiu pacientes em TN por mais de 72h. As
intervenções ocorreram durante os rounds com a Equipe Multiprofissional realizadas semanalmente
durante as visitas médicas. Os dados são compilados em planilha Excel® 2017. Projeto CAAE nº
44061615.9.0000.5243. Resultados: Foram realizadas 14 Intervenções Farmacêuticas: 6 (43%)
foram aceitas; em 13 pacientes, ou seja, em 15% a administração de medicamentos foi realizada por
cateter enteral. Os medicamentos observados foram: Acetilcisteína, Ácido valpróico, Anlodipino,
Atenolol, Calcitriol, Captopril, Carbamazepina, Carbonato de cálcio, Dexametasona, Dimeticona,
Dipirona, Donepezila, Fenitoína, Fluconazol, Gabapentina, Hidralazina, Lactulose, Losartana,
Memantina, Metoclopramida, Metronidazol, Omeprazol, Ondansetrona, Prednisona, Quetiapina,
RHZE, Sinvastatina, Topiramato e Tramadol. As reações adversas constatadas foram: agitação,
bradicardia, diarreia, hipersensibilidade, labilidade pressórica, redução do nível de consciência e

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2354


trombocitopenia.4 Conclusão: A manutenção da qualidade é dificultada em hospitais de alta
rotatividade de profissionais e volume de pacientes. Para um mínimo padrão de atendimento na TN,
faz-se necessário, a presença permanente da Equipe Multidisciplinar, assim como a atuação do
farmacêutico clínico, principalmente nas interações Fármacos-nutrientes.

Palavras chaves: Terapia nutricional, Intervenção farmacêutica, Indicadores de qualidades.

Referências:

ASPEN Board of Directors and the Clinical Guidelines. 2016.

BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria n° 484 de 15 de junho de 1998. Dispõe sobre


Regulamentação Técnica para a Terapia de Nutrição Enteral. Diário Oficial da União, seção 1, p. 2,
Brasília, 15 Jun.1998.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria 272, de 8 de abril de


1998. Regulamento Técnico para Terapia de Nutrição Parenteral.

Ribeiro PC, Silva TAF, Ruotolo F, Barbosa LMG, Poltronieri M, Borges JLA. Manual para
administração de medicamentos por acessos enterais. Hospital Sírio – Libanês. 1° Edição. Ed.
Atheneu, 2013.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2355


EDUCAÇÃO EM SAÚDE: EXPLORANDO A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Rita Cristina Azevedo Martins1, Elaine dos Anjos da Cruz da Rocha1, Jéssica Chaves Rivas1, Cassia
Britto Detoni da Silva1, Karla Rodrigues Miranda1, Juliana Tomaz Pacheco Latini1, Clemilson
Berto Junior1, Rayanne Lúcia Cruz Ribeiro1, Beatriz Pereira Peixoto1, Jessica de Almeida
Cordeiro1, Yasmin Tramontano Torres1, Carolina Gonçalves Pupe1, Arídio Mattos Junior1, Aminy
Santos Araújo2, Bianca Gioia Branco2, Maria de Fátima Rodrigues de Brito2, Cherrine Kelce Pires1,
Adriana de Oliveira Gomes1, Gilberto Dolejal Zanetti1,
Maria Fernanda Lacher de Almeida1, Edison Luis Santana Carvalho1.

1
Universidade Federal do Rio de Janeiro – Campus Macaé Professor Aloísio Teixeira, Rua Aloísio
da Silva Gomes, 50 CEP: 27930-560 – Macaé, RJ/Brasil; 2Secretaria Municipal de Saúde de Macaé
(SEMUSA) RJ/Brasil.

O Fortalecimento estratégico para o desenvolvimento sustentável de uma região exige a busca de


novas descobertas na pesquisa e extensão, o que complementa a função da Universidade Pública.
Desta forma a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) traz ao município de Macaé, cursos de
graduação e pós-graduação na área da Saúde e com estes os mais diversos projetos de pesquisa e de
extensão, nos quais vincula desenvolvimento sustentável favorecendo prioritariamente os cenários da
prática de ensino na rede básica de Saúde e Educação. Neste sentido, estamos desenvolvendo junto
aos cidadãos da comunidade da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Barreto, do bairro Franco Plaza,
no município de Macaé/RJ, um projeto de extensão de caráter multidisciplinar de forma dialógica,
verificando seus conhecimentos, hábitos e costumes relacionados aos temas como a saúde, a
educação, as ciências naturais e o meio ambiente. Para tanto, estão sendo realizadas encontros, rodas
de conversas, treinamentos com a comunidade da Estratégia de Saúde da Família Barreto, com
extensas trocas de experiências e orientações científicas relacionadas aos temas. A comunidade da
Estratégia de Saúde da Família Barreto, uniu-se aos servidores da saúde municipal, aos alunos e
professores participantes deste projeto e organizaram no próprio espaço da Estratégia de Saúde da
Família, uma horta com plantas medicinais e alimentícias, para usarem conforme o que foi discutido,
demonstrando desta forma grande interesse nos mais diversos temas tratados. Desta forma,
concluímos que as ações envolvidas contemplarão a integração multidisciplinar, contribuindo para a
disseminação sobre o uso racional de plantas, na alimentação, uso medicinal e na fitoterapia no SUS,
cuidado com meio ambiente, auxiliando na promoção da saúde da população e na inserção de novas
práticas ensino-aprendizagem em diferentes áreas do conhecimento.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2356


Palavras-chave: Plantas medicinais, Alimentos, Educação, Saúde.

Referencias:

BRASIL, Grupo Permanente de Trabalho de educação do Campo, MEC, Referências para uma
Política Nacional de Educação do Campo. Caderno de Subsídios. Brasília, DF, Outubro, 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 48 de 16 de março


de 2004. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos. D.O.U. Brasília, 18 mar. 2004.

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 1996.

MATOS, FJA. Farmácias Vivas. 2.ed. Fortaleza: UFCE, 1994

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2357


1

Atenção farmacêutica na hepatite C crônica em tratados com


antivirais de ação direta no rio de janeiro

Silvana Araujo Capitanio¹, Gabriel da Silva Duarte¹ & Ervylene Trevenzoli¹.


1
Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, RJ, Brasil Rua do Bispo, número 83.
ervylene.sousa@estacio.br

Introdução: A Hepatite C é uma doença de complexo diagnóstico e terapêutica, pois na


maioria das vezes se manifestar clinicamente de maneira assintomática, não levanta
suspeitas clínicas para a realização de exames a fim de fazer um diagnóstico, quando
confirmada, muitas vezes essa já se encontra em um grau bastante avançado, podendo
evoluir para cirrose hepática e câncer, tornando seu tratamento indispensável.
Atualmente existem os antivirais de ação direta (DAA). Objetivos: Atualizar os
procedimentos operacionais padrão (POP) de seguimentos farmacoterapêuticos para
pacientes em tratamento para a Hepatite C crônica em um hospital federal do Rio de
Janeiro, em 2016. Metodologia: A metodologia utilizada foi um estudo do tipo
observacional descritivo, onde foram elaborados protocolos para auxiliar no
acompanhamento dos pacientes durante a utilização dos DAA. Resultados: Como
resultados foram desenvolvidas ações para um melhor controle de cada etapa do
processo: reformulação de um POP, para padronizar o passo a passo a ser seguido com
cada paciente; a elaboração de folhetos de orientação sobre os medicamentos a serem
utilizados, com informações sobre armazenamento correto, modo de uso, outros
medicamentos que não podem ser administrados concomitantemente, os possíveis
efeitos adversos que podem aparecer durante o tratamento e com alerta sobre a
importância de seguir todas as instruções dadas no momento da dispensação; a
reestruturação de uma entrevista sobre as condições gerais do paciente, e também da
ficha denominada de entrevista farmacêutica, que tem como foco principal as demais
doenças apresentadas e todos os medicamentos já usados pelo paciente; formulação de
planilhas para acompanhamento das dispensações, resultados de exames realizados e
possíveis efeitos adversos citados pelo mesmo durante a consulta farmacêutica.
Conclusão:. Por fim, a construção de uma estrutura ideal para amparar, manejar e
acolher o paciente no novo processo terapêutico, reforçando e ofertando o apoio e
suporte necessário durante a terapia foi alcançada. Vale a ressalva que para o sucesso do

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2358


2

tratamento, o pleno cumprimento terapêutico e disciplina do paciente serão necessários.


Tendo acesso as informações, o paciente se fortalece para enfrentar as adversidades
trazidas pela doença e seu tratamento.

Palavras-chave: Hepatite C crônica, Novo tratamento, Atenção farmacêutica.

Referências:

AMARAL, K. M. et al. Atenção Farmacêutica no Sistema Único de saúde: um exemplo


de experiência bem sucedida com pacientes portadores de hepatite C. Revista
Brasileira de Farmácia, Rio de Janeiro,v.87,n.1,p.19-21,2006.

ALFANO, D.P.; ENDLICH, A. A importância da atenção farmacêutica na adesão


aos tratamentos com antirretrovirais em portadores de HIV/AIDS. Trabalho de
conclusão de curso em ciências farmacêuticas. Faculdade Católica Salesiana do Espírito
Santo 2011.

BEZERRA, C. A., OLIVEIRA, J. S. Comparação do Interferon alfa convencional com


o Interferon alfa peguilado no tratamento de pacientes com hepatite c crônica. Revista
ConScientiae Saúde, v.6, n.1, p.19-28, 2007.

BERGMANN, D.; OLIVEIRA. S. S. S.; OLIVEIRA, T. B. Análise do serviço de


atenção farmacêutica aos pacientes portadores de hepatite C no Hospital Santo Ângelo,
RS. Revista Eletrônica de Extensão da URI, 2014.

BRASIL, Ministério da Saúde PORTARIA Nº 2.982 DE 26 DE NOVEMBRO DE


2009. Aprova as normas de execução e de financiamento da Assistência Farmacêutica
na Atenção Básica. Oficial da República Federativa do Brasil. 2009.

BRASIL, Ministério da Saúde PORTARIA GM/MS nº 3.439, DE 11 DE NOVEMBRO


DE 2010. Altera os arts. 3º, 15, 16 e 63 e os Anexos I, II, III, IV e V à Portaria nº
2.981/GM/MS, de 26 de novembro de 2009, republicada em 1º de dezembro de 2009.
Oficial da República Federativa do Brasil. 2010.

BRASIL, Ministerio da Saúde. PORTARIA Nº 1.554, DE 30 DE JULHO DE 2013.


Dispõe sobre as regras de financiamento e execução do Componente Especializado da
Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diario Oficial
da República Federativa do Brasil. 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância em saúde. Departamento de


DST, AIDS e Hepatites virais. Boletim epidemiológico- Hepatites virais. Ministério da
Saúde, Ano I,n.1, 2010.

BRASIL. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para hepatite viral c e coinfecções.


Ministério da Saúde, 2011.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2359


Comparação entre biodistribuição in vivo com radiomarcação e permeação
celular de Franz: Uma abordagem sobre segurança.

Suyene Rocha Pinto¹, Cristal Cerqueira-Coutinho1, Vania Emerich Bucco de Campos1, André
Linhares Rossi2, V. Veiga3, Carla Holandino4, Zaida Maria Farias de Freitas4, Eduardo Ricci-
Junior4, Claudia Regina Elias Mansur1, Elisabete Pereira dos Santos4, Ralph Santos-Oliveira5.

1
Instituto de Engenharia Nuclear, Rio de Janeiro, Brasil, Cidade Universitária - R. Hélio de
Almeida, 75 - Ilha do Fundão; 2Instituto de Macromoleculas Eloisa Mano, UFRJ, Rio de Janeiro,
Brasil, Cidade Universitária -Av. Horácio Macedo, 2030 - Centro de Tecnologia; 3Centro
Brasileiro de Pesquisa em Física, Rio de Janeiro, Brasil, R. Dr. Xavier Sigaud, 150 - Urca, Rio de
Janeiro; 4Instituto de Microbiologia Professor Paulo de Góes, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. 5Escola de Farmácia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro Brasil.

Introdução: O uso do ensaio de células de Franz é amplamente reconhecido como um método


eficiente para a avaliação da permeação de produtos pela pele. No entanto, o advento da
nanotecnologia criou um mundo totalmente novo, especialmente no que se refere aos produtos
tópicos. Nesse novo cenário global, um número crescente de sistemas de entrega baseados em
nanoestrutura (NDSs) surgiu e com isso, manifestou-se um aviso global relativo à segurança desses
NDSs uma vez demonstrado que a permeação e retenção de protetores solares podem diferir
significativamente dependendo do NDSs o qual ele tenha sido vinculado. Os protetores solares
devem permanecer na epiderme e não devem permear, caso contrário, eles entrarão na corrente
sanguínea e podem causar uma toxicidade sistêmica. Objetivo: Este trabalho estudou a eficácia do
ensaio de células de Franz, comparando-o com o teste de biodistribuição de radiomarcação com o
proposito de criar novas estrategias de segurança para manter as moleculas ativas na camada
superficial da pele evitando o acumulo em camadas mais basair e consequentemente diminuindo os
riscos. Metodologia: Para este propósito foi desenvolvida e caracterizada uma formulação de
protetor solar com base em um NDS. Resultados: Os resultados demonstraram que o NDS não
apresentou citotoxicidade in vitro e que o teste de biodistribuição de radiomarcação é mais preciso
para a avaliação dos cosméticos NDS do que o ensaio de células de Franz, uma vez que detectou a
permeação do NDS em uma ordem de picograma. Conclusão: Devido a isso fato e considerando
todas as preocupações relacionadas a NDSs e nanopartículas em geral, mais precisas os métodos
devem ser utilizados para garantir o uso seguro dessas novas classes de produtos.

Palavras Chave: Nanoemulsão, Célula de Franz, Permeação in vivo, segurança, biodistribuição.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2360


Referencias:

Bronaugh R L and Stewart R F 1985 Methods for in vitro percutaneous absorption studies IV: the
flow-through diffusion cell J. Pharm. Sci. 74 64–7

Franz T J 1975 Percutaneous absorption. On the relevance of in vitro data J. Investig. Dermatol. 64
190–5

Sartorelli P et al 2000 Percutaneous penetration studies for risk assessment Environ. Toxicol.
Pharmacol. 8 133–52

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2361


Avaliação do efeito da compostagem de carcaças de bovinos, na viabilidade de
microrganismos indicadores

Leandro Serrano1, Vanessa Romário de Paula2, Marcelo Henrique Otenio 1,2, João Batista Ribeiro1,2,
Célio de Freitas2
1- Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia do Leite e Derivados – UFJF – MG – Brasil; 2 -
Embrapa Gado de Leite – Juiz de Fora – MG – Brasil

Produtores de carne e leite de bovinos tem dificuldade de destinar carcaças dos animais mortos. Quase
sempre, as mesmas são descartadas inadequadamente, causando poluição ambiental, proliferando
agentes patogênicos, com risco a contaminação de animais e do ser humano. Esta pesquisa pretende
avaliar o efeito da compostagem na eliminação de microrganismos patogênicos. O estudo foi
realizado pela Embrapa Gado de Leite em Valença – RJ, Fazenda Santa Mônica. Foram instaladas
cinco pilhas de compostagem, em maio de 2017 (inverno), e nova montagem vai ocorrer no próximo
verão. Cada pilha, com uma carcaça bovina de +/- 450 kg, onde introduziu-se esferas plásticas
contendo microrganismos liofilizados, colocadas em pontos pré-definidos, assim distribuídas: boca,
úbere, rúmen, pele, abaixo da carcaça e acima da carcaça (cama). A pilha foi montada em um local
plano, piso de concreto, sua montagem, base e cobertura utilizou-se bambu triturado, com tamanho
de +/- 3 cm. Foi monitorado a temperatura do experimento, no qual variou após o 3º dia de
compostagem, de 50ºC à 68ºC. O pH de compostagem foi registrado em 6,2. Foi realizada a retirada
das esferas com 7, 15, 30, 60 e 90 dias, para análise no laboratório da Embrapa Gado de Leite. Nas
análises microbiológicas, foram utilizados meios de cultura de enriquecimento e seletivo, para
detecção da presença de bactérias patogênicas, como exemplo: E. coli, Salmonella sp. e Pseudomonas
sp. O resultado encontrado mostra a eliminação dos microrganismos em todas as coletas. A
compostagem é uma alternativa que pode ser adotada para a destinação adequada da carcaça de
animais mortos, especialmente para grandes animais. Porém, há a necessidade de garantir a ausência
de microrganismos patogênicos. O aumento do crescimento da atividade na pecuária bovina, no
Brasil, resulta, naturalmente, um aumento nos casos de mortes. Esta avaliação torna-se relevante por
verificar a efetividade do processo de compostagem.

Palavras-chave: mortalidade animal, microbiologia, sanidade

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2362


Referência

PEDROSO-DE-PAIVA, D.; BLEY JÚNIOR, C. Emprego da compostagem para destinação final de


suínos mortos e restos de parição. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2001. 12 p. (Embrapa
Suínos e Aves. Circular técnica, 26).

OTENIO, M.H., CUNHA, C. M., ROCHA, B. B. Compostagem de carcaças de grandes animais.


Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 4p. (Embrapa Gado de Leite, Comunicado Técnico,
61).

WALKER R., CR AWFORD B. Composting swine mortality. In: MINNESOTA PORK


CONFERENCE, 1997, Minnesota. Proceedings. Minnesota.: University of Minnesota,1997.

SCHWARZ, M.; BONHOTAL, J.; HARRISON, E.; BRINTON, W.; STORMS, P. Effectiveness of
composting road-killed deer in New York state. Compost Science & Utilization, vol. 18, n. 4, p.
232-241, 2010.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2363


Avaliação da atividade antitumoral in vitro de nanopartículas poliméricas
contendo extrato de Uncaria tomentosa, em células LNCaP

Ana Ferreira Ribeiro1,2, Juliana Fernandes dos Santos2, Eliane Gouvea Oliveira Barros3, Rômulo
Medina de Mattos3, Luiz Eurico Nasciutti3, Lúcio Mendes Cabral1, Valéria Pereira de Sousa1

1
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Farmácia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil,
valeria@pharma.ufrj.br; 2Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, ana.ribeiro@ifrj.edu.br; 3Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Instituto de Ciências Biomédicas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, luiz.nasciutti@histo.ufrj.br.

Introdução: A Uncaria tomentosa (UT) é uma planta contendo alcalóides com ação antitumoral1-3,
cujo efeito pode ser potencializado pela incorporação em nanopartículas poliméricas (NPs), visto
que estas possibilitam a vetorização dos ativos para os tecidos tumorais4,5. Objetivo: Neste trabalho
foi avaliada a atividade antitumoral in vitro de NPs contendo o extrato de UT, em células de câncer
de próstata da linhagem LNCaP. Metodologia: As NPs foram preparadas pelo método da simples
emulsificação-evaporação do solvente, utilizando os polímeros biodegradáveis poli--caprolactona
(PCL) e poli (ácido láctico-co-ácido glicólico) (PLGA). Uma solução orgânica contendo o polímero
(PCL ou PLGA) e o extrato de UT foi adicionada, sob sonicação, a uma solução aquosa contendo
estabilizante apropriado. A emulsão resultante foi levada a evaporação para obtenção da suspensão
nanoparticulada. Foram preparadas NPs com o extrato de UT (NpPCL-UT e NpPLGA-UT) e sem o
extrato (NpPCL e NpPLGA), além de uma solução aquosa contendo o extrato de UT, preparada nas
mesmas condições utilizadas para as NPs, mas sem o polímero (Sol UT). As formulações foram
caracterizadas e incubadas com células LNCaP por até 72 h e a viabilidade celular foi determinada
pelo teste do MTT. Resultados: As NpPCL-UT apresentaram maior diâmetro médio (247,3 ± 9,9
nm) e eficiência de inclusão (81,6 ± 0,7%) em comparação às NpPLGA-UT (107,4 ± 3,0 nm e 64,6
± 2,0%). As células tratadas com Sol UT, em concentrações de 4 a 20 mcg/mL de alcalóides totais,
mostraram uma redução na viabilidade celular de maneira dependente da concentração e do tempo.
A 20 mcg/mL, a Sol UT causou praticamente 40% de redução na viabilidade celular, no tempo de
72 h. Ambas as formulações, NpPCL-UT e NpPLGA-UT, foram capazes de reduzir
significativamente a viabilidade das células LNCaP, sendo observada maior redução para a NpPCL-
UT. As NPs vazias NpPCL causaram redução significativa na viabilidade celular, ao contrário das
NPs vazias NpPLGA, o que pode ter contribuído para a maior atividade das NpPCL-UT.
Conclusão: As NPs avaliadas reduziram a viabilidade das células LNCaP, mostrando potencial para
uso no câncer de próstata.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2364


Palavras-Chave: Nanopartículas, PCL, PLGA, Câncer de próstata, Uncaria tomentosa.

Agradecimentos:
Herbarium Laboratórios Ltda., CAPES, LabCQ-UFRJ, LabTIF-UFRJ, Laboratório de interações
celulares-UFRJ.

Referências:

Heitzman ME, Neto CC, Winiarz E, Vaisberg AJ, Hammond GB. (2005); Phytochemistry. 66:5-29.
\
Pilarski R, Filip B, Wietrzyk J, Kura´S M, Gulewicz K. (2010); Phytomedicine, 17:1133-1139.

Kaiser S, Carvalho ÂR, Pittol V, Dietrich F, Manica F, Machado MM, de Oliveira LF, Oliveira
Battastini AM, Ortega GG. (2016); J. Ethnopharmacol. 189:90-8.

Byrne JD, Betancourt T, Brannon-Peppas L. (2008); Adv. Drug Delivery Rev. 60:1615-1626.

Kumari P, Ghosh B, Biswas S. (2016); J. Drug Target. 24:179-191.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2365


Nudibrânquios da costa brasileira: extração e caracterização de substâncias com
atividades biológicas

Hoffgan Pereira Félix1(IC-IFRJ), Hayanne R. S. Mozer 2(IC-IFRJ), Luiz Cláudio R. P da Silva3(PQ-


UFRJ), Ricardo M. Borges4(PQ-UFRJ), Natalia Iorio Lopes Pontes5(PQ – UFF), Raquel Rennó
Braga6(IFRJ).
1
IFRJ Realengo, Rio de Janeiro, Brasil, hoffgan@gmail.com; 2IFRJ Realengo, Rio de Janeiro, Brasil,
hayannemozer@gmail.com: 3UFRJ, Ilha do Governador, Rio de Janeiro, Brasil,
luizclaudio@pharma.ufrj.br; 4UFRJ, Ilha do Governador, Rio de Janeiro, Brasil,
ricardo_mborges@yahoo.com.br; 5UFF, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, iorionlp@yahoo.com.br; 6IFRJ
Realengo, Rio de Janeiro, Brasil, raquel.braga@ifrj.edu.br

Introdução: Nudibrânquios são moluscos gastrópodes conhecidos por sequestrar metabólitos


secundários de sua dieta (esponjas, briozoários e corais) para se proteger dos predadores.
Investigações químicas anteriores, a partir de nudibrânquios, levaram ao isolamento de compostos
químicos que apresentaram atividades biológicas.Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo
obter extratos dos nudibrânquios das espécies Felimare lajensis e Tambja stegossauriformis, e
identificar compostos com relevante atividade antitumoral e antimicrobiana.Metodologia:
Exemplares de cada espécie foram coletados na Ilha dos Papagaios, em Cabo Frio (RJ),
preservados em etanol/metanol, submetidos ao processo de extração por imersão em
etanol/metanol, concentrados em um rotaevaporador e secos por liofilização. Os resíduos secos
resultantes foram pesados para cálculo do rendimento e avaliados por espectroscopia no UV,
cromatografia em camada delgada (CCD), espectrometria de massas, RMN, LC-UV e testados quanto à
toxicidade, frente a linhagens de células de pulmão tumorais e renais sadias através do ensaio de
MTT.Resultados: A análise do extrato da espécie Felimare lajensis por CCD revelou a presença de
macha correspondente ao padrão β-cariofileno com fator de retenção de 0,95. Após LC-UV foram obtidas
duas frações principais do extrato que foram avaliadas por espectrometria de massas e RMN para elucidação
estrutural dos compostos presentes. O ensaio de atividade antitumoral e antimicrobiana, os quais foram
realizados duas vezes e apresentaram resultado similar onde algumas frações mostraram perfil
citotóxico, indicando a presença de possíveis compostos antitumorais, apresentando a necessidade
do isolamento e caracterização de compostos puros e novos testes in vitro. Novos extratos estão
sendo avaliados quanto à atividade citotóxica, em fibroblastos gengivais para determinação da
Concentração Mínima Inibitória (CMI) e da Concentração Mínima Bactericida (CMB) dos extratos
brutos. Conclusão: Foi possível identificar a presença de compostos químicos na pele dos
nudibrânquios estudados. Os resultados sugerem a presença de sesquiterpeno no extrato da espécie

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2366


Felimare lajensis. O extrato dos nudibrânquios estudados revelou-se uma mistura bastante
complexa, confirmando a necessidade de se isolar previamente os compostos químicos presentes no
extrato para posterior elucidação estrutural. Tratando-se de extratos, entende-se que as substâncias
possivelmente tóxicas estariam pouco concentradas sendo necessário isolá-las previamente para
testá-las em maiores concentrações.

Palavras-chave: nudibrânquios, produtos naturais marinhos, caracterização química.


.
Referencias:

PEREIRA, F. R. et al. Metabólitos secundários dos nudibrânquios Tambja stegosauriformis,


Hypselodoris lajensis e Okenia zoobotryon e dos briozoários Zoobotryon verticillatum e Bugula
dentata da costa do Brasil. Química Nova, São Paulo, v 35, n. 11, 2012.

ALVIM, J.; PIMENTA, A. D. Taxonomic review of the Family Discorididae (Mollusca:


Gastropoda: Nudibranchia) from Brazil, descriptions of two new species. Zootaxa, v. 3745, n. 152-
98, dez. 2013.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2367


Efeito do gel de papaína a 10% no processo de cicatrização de ferida de grande
extensão em cão causada por miíase

Danielle Barcelos Santos1, Caroline Ramalho Santos1, Cintia Fintelman de Almeida Outor2, Izabelle
Barcellos Santos3.
1
Alcada Farmácia de Manipulação veterinária, 2Assistência Veterinária Fintelman, 3Universidade
do Estado do Rio de Janeiro

Descrição do estudo
A miíase é uma infestação dos tecidos de vertebrados por larvas de dípteros que inclui os seres
humanos e animais domésticos. As miíases internas ocorrem quando há depósito de ovos nas
cavidades corporais. Nas manifestações de miíase cutânea, a ovoposição ocorre em ulcerações de
pele. Essas manifestações podem ser biontófogas, quando invadem tecidos vivos e integros e deles
se alimentam, um exemplo comum é a “mosca do berne” (Dematobia hominis); ou podem ser também
manifestações necrobiontófogas, que ocorre quando essas larvas se alimentam de tecidos mortos
desenvolvendo ferimentos, o exemplo mais comum é a mosca Cochliomyia hominivorax1. A
cicatrização de feridas tem sido amplamente estudada em medicina veterinária devido à alta
incidência de animais afetados por diferentes tipos de lesões. Nos últimos anos tem-se dado muita
atenção ao papel desempenhado pelas enzimas proteolíticas no processo de reparação dos tecidos
danificados e seu efeito na retirada de tecidos necróticos, desvitalizados e infectados da lesão. A
papaína (de origem vegetal extraída da Carica papaya) vem sendo utilizada há algum tempo em
estudos clínicos, com resultados favoráveis2. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi avaliar
evidências científicas encontradas na literatura sobre o uso da papaína no processo de cicatrização de
feridas e descrever um relato de caso de um cão, atendido em Niterói, com ferida de grande extensão
e gravidade no focinho causada por míiase e tratado com gel de papaína a 10% manipulado no Grupo
Tudodvet Farmácia Veterinária (Alcada Farmácia de Manipulação Veterinária). As imagens e as
informações apresentadas nesse trabalho foram autorizadas pela tutora do animal e pela veterinária
responsável por esse caso. Como resultado, o tratamento demonstrou efetividade na recuperação da
ferida, com a formação de grande quantidade de tecido de granulação e o aumento do processo de
desbridamento3. Por se tratar de um fitoterápico, de baixo custo e alta acessibilidade, o gel de papaína
a 10% pode ser utilizado no tratamento de feridas de grande extensão em cães e, assim como em
humanos, parece ter um efeito benéfico no processo de cicatrização4.

Palavras-chaves: Miíase, Larvas, Feridas, Gel de Papaína, Cicatrização

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2368


Referências:

Ribeiro C.A, Scherer P.O e Sanavria A. - Rev. bras. med. vet. (2011) 33(3):137-141

Hamilton, L., Kožár, M., Folia Veterinaria (2017), 61, 1: 38—42

D.J. Krahwinkel, Harry W. Boothe, Jr., Vet Clin Small Anim (2006), 739–757

M.Y.H. Porsani, L.A.R. Carvalho, C.S. Pereira, M. Paludetti, M.G. Zangeronimo, L.J. Pereira
- Bras. med. vet. zootec. (2016) v.68, n.5, p.1201-1206

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2369


Nano-aptâmeros anti-MUC1 para imagens de câncer de mama triplo negativos
por tomografia computadorizada por emissão de fóton único em animais
induzidos: considerações iniciais

Thamires de Oliveira Vieira¹, Fagner Santos do Carmo1,2, Eduardo Ricci Junior3, Cristal Cerqueira
Coutinho3,4, Marta de Souza Albernaz2,5, Emerson Soares Bernardes6, Sotiris Missailidis7 & Ralph
Santos-Oliveira2

1
Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Cidade Universitária - R. Hélio
de Almeida, 75 - Ilha do Fundão, thamires_mck@yahoo.com.br; 2 Universidade Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil, R. São Francisco Xavier, 524; 3 Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brazil, Av. Professor Rodolpho Rocco, s/n; 4 Instituto de
Macromoléculas Professora Eloisa Mano (IMA), Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Cidade Universitária –
Av. Horácio Macedo, 2.030; 5 Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Rio de
Janeio, RJ, Brasil, R. Prof. Rodolpho Paulo Rocco, 255 - Cidade Universitária; 6 Instituto de
Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), São Paulo, SP, Brasil, Universidade de São Paulo - Av.
Prof. Lineu Prestes, 2242 - Cidade Universitária; 7 Instituto de tecnologia em imunobiológicos
(Biomanguinhos), Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Av. Brasil, 4365 – Manguinhos.

A detecção precoce e específica de tumores continua a ser uma barreira na oncologia, especialmente
em casos como o câncer de mama triplo negativo (TNBC). O TNBC vem sendo associada a uma
resposta imunológica específica originada pela grande expressão do gene da mucina 1 (MUC1). Os
aptâmeros podem se ligar aos seus alvos com alta afinidade e especificidade oferecendo um grande
potencial na segmentação de marcadores tumorais como o MUC1 por conta do seu pequeno
tamanho, falta de imunogenicidade e melhor penetração no tumor. Neste estudo, foram
desenvolvidos nanopartículas (NPs) marcadas com tecnécio-99m (99mTc) para o diagnóstico
precoce do TNBC. Os aptâmeros utilizados neste estudo foram selecionados usando abordagens
SELEX tradicionais. A partir disso foram preparados dois tipos de NPs. O primeiro grupo de NPs
estava sem o anti-MUC1e o segundo com o anti-MUC1. Feito isso a distribuição do tamanho, o
tamanho médio e o índice de polidispersão das NPs foram determinados por dispersão de luz
dinâmica. As NPs foram marcadas, com o 99mTc e a marcação foi caracterizada através da
cromatografia em papel. O xenoenxerto do tumor foi feito por injeção subcutânea, a avaliação da
biodistribuição das NPs foi realizada utilizando dois grupos, o primeiro grupo de controle usando as
NPs vazias e o segundo grupo de intervenção usando NPs carregados com aptâmeros. Os nano-
radiofármacos foram administrados retro-orbitalmente. Os grupos foram mortos por asfixia após 2
horas da administração. Os órgãos foram removidos e a atividade foi contada. As imagens spects
foram obtidas aos 90 minutos após a injeção de nano-radiofármacos. Os resultados da

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2370


biodistribuição demonstram boa depuração renal, a baixa absorção pelo fígado e baço, alta absorção
pela lesão, absorção insignificante no cérebro e o possível uso deste NP como agente de imagem.
Como conclusão notamos que os nano-radiofármacos baseados no anti-MUC1 poderiam ser usados
como um agente de imagem para TNBC com potencial para aplicação em seres humanos por
representar um sistema de entrega de medicamentos seguro e alternativo para o TNBC. Este estudo
e os procedimentos animais foram aprovados pelo Comitê de Ética da Universidade de
Pernambuco, sob o número: 23076020578201327.

Keywords: Aptâmero, Controle de câncer, Medicina nuclear, Radiofarmácia

Referências:

GLOBOCAN 2012: cancer incidence and mortality worldwide in 2012 – IARC; 2012. Available
from: http://globocan.iarc.fr/Pages/ fact_sheets_population.aspx. Accessed October 10, 2016.

Chappuis P, Rosenblatt J, Foulkes W. The influence of familial and hereditary factors on the
prognosis of breast cancer. Ann Oncol. 1999; 10(10):1163–1170.

Sorlie T. Molecular portraits of breast cancer: tumors subtypes as distinct disease entities. Eur J
Cancer. 2004;40(18):2667–2675.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2371


A inserção do profissional farmacêutico na Atenção Primária à Saúde/ NASF

Desirée Hernandes Barros Lopes1, Denis Fernandes da Silva Ribeiro2 & Stephanie Moura Barbosa3

1
Residente pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da família da Escola Nacional
de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz – ENSP/FIOCRUZ, Rio de Janeiro/
RJ, Brasil. E-mail: desiree.hernandes@gmail.com. 2 Residente pelo Programa de Residência
Multiprofissional em Saúde da família da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da
Fundação Oswaldo Cruz – ENSP/FIOCRUZ, Rio de Janeiro/ RJ, Brasil. E-mail:
ribeirodfs.enf@gmail.com. 3 Residente pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da
família da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz –
ENSP/FIOCRUZ, Rio de Janeiro/ RJ, Brasil. E-mail: moura.smb@outlook.com

A Atenção Primária à Saúde é um modelo de saúde que visa a melhoria da saúde e qualidade de vida
da população e prioriza ações de prevenção e promoção da saúde de forma integral e contínua. A
atuação do farmacêutico na Atenção Básica ocorre por meio da inserção no Núcleo de Apoio à Saúde
da Família (NASF), onde o farmacêutico atua de forma multiprofissional com outros diversos
profissionais da saúde. O objetivo do trabalho é a descrição e problematização da atuação do
farmacêutico junto ao NASF. A metodologia é baseada em um relato de experiência adquirida por
meio da vivência de um profissional farmacêutico em um programa de Residência Multiprofissional
em Saúde da Família inserido na Estratégia de Saúde da Família do munícipio do Rio de Janeiro/ RJ.
O farmacêutico atua como membro da equipe multiprofissional e contribui para a promoção da
eficácia e segurança da farmacoterapia, além disso possui diversas atribuições, algumas são comuns
a todos os membros do NASF como: a realização de apoio matricial que é fundamental para o
funcionamento do NASF, atuação no apoio técnico-pedagógico, investimento na participação social
e articulação de redes intersetoriais. E outras são especificas do seu saber profissional como: atenção
farmacêutica e intervenções farmacêuticas. Entretanto, uma série de fatores atravancam o fluxo do
farmacêutico no NASF, entre eles estão o isolamento do profissional na Farmácia da Unidade Básica
de Saúde, a enorme demanda de trabalho burocrático e administrativo, a dificuldade de conciliação
de agendas para a realização de interconsultas entre outros entraves. Sendo assim, concluímos que a
atuação do farmacêutico no NASF promove a qualificação do acesso da população a terapia
medicamentosa, visa o uso racional de medicamentos, além de proporcionar o cuidado farmacêutico
aos usuários do território.

Palavras chave: Atenção Primária à Saúde, NASF, Multiprofissional, Farmacêutico.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2372


O EDUCADOR FARMACÊUTICO EM SERVIÇO:
VALIDAÇÃO DA METODOLOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO

Pedro Henrique Cordeiro Ferreira1,2, Benedito Carlos Cordeiro2, Jéssica Quintanilha Kubrusly2

1 – Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) / MS. Rio de Janeiro – RJ.
Brasil, Rua Visc. Sta. Isabel, 274, Vila Isabel, e Mestrado Profissional em Ensino na Saúde –
Formação Docente Interdisciplinar para o SUS -, Universidade Federal Fluminense. Niterói – RJ.
Brasil. Rua Dr. Celestino, 74, Centro
2 – Universidade Federal Fluminense. Niterói – RJ. Brasil. Rua Dr. Celestino, 74, Centro.

Introdução: o papel do farmacêutico em hemoterapia tem obtido importância e crescimento


vertiginosos na última década, sobretudo com a inclusão dos hemocomponentes na 5ª. Edição da
Farmacopéia Brasileira, em 2010, e com a regulamentação da atuação farmacêutica nos bancos de
sangue, por meio da Resolução do Conselho Federal de Farmácia nº 617, de 2015. Como o
hemocomponente é um medicamento, um dos vértices desta atuação é participar, de forma ativa e
interdisciplinar, da educação de profissionais transfusionistas em serviços de saúde. A Metodologia
da Problematização, uma das mais eminentes manifestações do Construtivismo, foi eleita para ser
avaliada neste cenário de prática transfusional como estratégia de Educação Permanente em
Saúde. Objetivos: validar a Metodologia da Problematização na Educação Permanente em Saúde
aplicada aos hemocomponentes, propiciar a problematização da prática transfusional através de
grupos de discussão e obter evidências objetivas de que a Metodologia da Problematização é capaz
de produzir resultados satisfatórios na Educação Permanente em Saúde aplicada aos
hemocomponentes. Método: estudo experimental, do tipo ensaio-clínico, aberto, randomizado e
prospectivo, com enfermeiros transfusionistas, avaliados por meio de questionários a respeito do uso
racional de hemocomponentes, em dois momentos distintos. Os aspectos éticos foram respeitados
conforme Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 466/2012 com aprovação pelo Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP) do INCA nº 259.851, Certificado de Apreciação e Avaliação Ética (CAAE)
nº 05431013.1.0000.5274. Resultados: vinte e um enfermeiros foram avaliados, dos quais dez
compuseram um grupo controle. Foram realizados os testes de hipóteses Kolmogorov-Smirnov, “F”
e “t” de Student, resultando que a média das notas das avaliações do grupo submetido à Metodologia
da Problematização foi significativamente maior do que a média do grupo controle, com p-valor de
0,0000036. Conclusão: a Metodologia da Problematização encontra-se validada na Educação
Permanente aplicada à hemoterapia na população de estudo. O farmacêutico é imprescindível para a
hemoterapia, devendo este profissional, portanto, se apropriar de seu espaço e da relevância do seu

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2373


papel técnico e social na área pois a mesma utiliza um medicamento de infusão venosa cuja matéria-
prima é o sangue humano: o hemocomponente.

Palavras-chave: Educação Continuada; Aprendizagem Baseada em Problemas; Transfusão de


Sangue

Agradecimentos: À Profa. Dra. Jéssica Quintanilha Kubrusly, pela preciosa consultoria no


tratamento estatístico de dados, e a todos os enfermeiros do Hospital do Câncer III, pela inestimável
participação como sujeitos deste estudo.

Referências:

Ferreira PHC. (2013); Assistência Farmacêutica Hemoterápica na Educação Permanente em


Saúde: validação da metodologia da problematização pelo método experimental. Niterói.
Dissertação [Mestrado em Ensino na Saúde]. Universidade Federal Fluminense.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil). (2010); Resolução RDC nº 49, de 23 de


novembro de 2010. Aprova a 5ª Edição da Farmacopéia Brasileira. D.O.U - Diário Oficial da
União [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, n. 224, 24 de novembro de 2010, Seção 1,
p. 80.

Conselho Federal de Farmácia (Brasil). (2015); Resolução CFF nº 617, de 27 de novembro de 2015.
Dispõe as atribuições e competências do farmacêutico nos Hemocentros Nacional e Regionais bem
como em serviços de hemoterapia e/ou bancos de sangue. D.O.U - Diário Oficial da União [da
República Federativa do Brasil], Brasília, DF, n. 230, 02 de dezembro de 2015, Seção 1, p. 77-8

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2374


O emprego de uma cepa mutante de Saccharomyces cerevisiae para avaliação in
vitro da eficácia e segurança de substâncias fotoprotetoras

Raiane Rosales Diniz 1,2, Juliana Patrão de Paiva 2, Renan Moret Aquino 2, Victtória Marinho Loli
2
, Bianca Aloise Maneira Corrêa Santos 2, Alicia Viviana Pinto 1, Katia Christina Leandro 1,
Marcelo de Pádula 2.

1
Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, Brasil;
2 Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Apesar de constituírem defesa artificial para proteger a pele da exposição solar, os fotoprotetores
possuem substâncias que podem ocasionar riscos à saúde quando em interação com a radiação solar1.
Estudos do nosso grupo de pesquisa demonstraram que o amplamente utilizado dióxido de titânio
(TiO2), se enquadra nessa categoria2. A RDC nº30/2012, estabelece que os métodos exigidos para a
avaliação de eficácia dos fotoprotetores são: a determinação do FPS; da resistência à água; do nível
da proteção UVA e da amplitude da proteção UV, não incluindo aspectos relacionados com sua
mutagenicidade e fotogenotoxicidade, ou seja, sua segurança3. Em virtude disso, o presente trabalho
objetivou o uso de S. cerevisiae em testes que permitam detectar os potenciais efeitos adversos das
substâncias presentes nos fotoprotetores, para serem utilizados como uma ferramenta de avaliação da
eficácia e segurança dessas formulações. Para a realização do projeto foi utilizada a cepa ogg1 de S.
cerevisiae, deficiente no gene Ogg1 responsável pelo sistema de reparo por excisão de bases que
repara purinas oxidadas, sendo, portanto, um bom bioindicador de lesões oxidativas 4. A fonte de
radiação usada nesse projeto foi a Luz Solar Simulada (LSS), que permite a mimetização de condições
equivalentes à exposição ao sol de forma mais fiel do que quando comparado à utilização das
lâmpadas isoladas de UVA e UVB. As substâncias fotoprotetoras testadas no projeto foram os filtros
TiO2 e ZnO, isolados e associados. Os testes consistiram do monitoramento da citotoxicidade
(sobrevivência celular) e fotogenotoxicidade (mutagênese) da cepa ogg1 após tratamento com tais
substâncias fotoprotetoras, com e sem a irradiação com a LSS. Foi possível constatar a segurança do
TiO2, que favoreceu a fotoproteção sem induzir fotomutagenicidade. Ao passo que o ZnO e
TiO2+ZnO foram substâncias fotossensibilizadoras para a cepa, desfavorecendo seu uso em
formulações fotoprotetoras. O presente trabalho apontou diferenças biológicas acerca do uso de
diferentes fontes de irradiação ultravioleta (lâmpadas isoladas UVA e UVB), alertando para maior
preocupação quanto a esse aspecto. Nesse sentido, o presente projeto contribuiu para fornecer

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2375


subsídios que sustentem a necessidade do desenvolvimento de testes rápidos e eficazes na avaliação
do potencial mutagênico de substâncias fotoprotetoras.

Palavras-chave: Saccharomyces cerevisiae, controle de qualidade, fotoprotetores.

Agradecimentos: CNPq, UFRJ e FIOCRUZ

Referências:

Lóden M, Beitner H, Gonzalez H, Edstrom DW, Akerstrom U, Austad J, Buraczewska-Norin I,


Matsson M, Wulf HC. (2011); British Journal of Dermatology. 165: 255–262

Pinto AV, Deodato EL, Cardoso JS, Oliveira EF, Machado SL, Toma HK, Leitão AC, Pádula M.
(2010); Mutation Research. v. 688, p. 3-11, 2010

Brasil. Resolução RDC n° 30, de 1 de junho de 2012. Ministério da Saúde - MS. Agência Nacional
de Vigilância Sanitária – Anvisa. Disponível em:< http://www.anvisa.gov.br>. Acesso em: 16 out.
2016.

THOMAS D, SCOTT AD, BARBEY R, PADULA M, BOITEUX S. (1997); Molecular Genomics


and Genetics. 254: 171–178.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2376


RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS AVANÇOS NA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA A
PARTIR DO ESTABELECIMENTO DE PROCESSOS ASSISTENCIAS ORIENTADOS NO
MODELO ASSISTENCIAL CENTRADO NO PACIENTE.

Carvalho GT, Guimarães AP, Menzel S, Segalote MAM, Xavier FA


Hospital São Lucas Copacabana – Rio de Janeiro-RJ Brasil e-mail:
gtcarvalho@saolucascopacabana.com.br

Introdução A implementação e manutenção dos processos assistenciais favorecem a qualidade do


cuidado prestado ao paciente crítico, que requer cuidados complexos e assistência permanente por
equipe multiprofissional especializada com condutas sincronizadas e contínuas baseadas na
proposta de um Modelo Assistencial centrado no Paciente. Objetivo Relatar as melhorias na
assistência farmacêutica obtidas a partir da implementação de processos assistenciais focados no
novo modelo assistencial na unidade de terapia intensiva (UTI). Métodos Relato de experiência
refere-se à evolução da assistência farmacêutica a partir de adequações das atividades desenvolvidas
pela equipe assistencial no período de implementação do novo modelo assistencial na UTI do
Hospital São Lucas Copacabana, entre outubro e dezembro de 2016, abrangendo toda a equipe
multidisciplinar e serviços de apoio. Essa implementação foi realizada a partir de um diagnóstico
situacional com o objetivo de promover a melhoria contínua dos processos. Resultados Foram
implementadas atividades voltadas à assistência direta ao paciente e estabelecidos novos fluxos de
atendimento das equipes de apoio e equipes assistenciais (fisioterapia, farmácia clínica, nutrição e
enfermagem) com impacto positivo no progresso da farmácia clínica e na tomada de decisão de
farmacoterapia do paciente, contribuindo na redução dos erros de medicação e melhora dos sistemas
de segurança de medicamentos com foco em otimizar os resultados dos pacientes. Conclusão A
implantação dos processos assistenciais executou ações que impactaram na assistencia
farmacêutica, contribuindo positivamente na redução dos erros de medicação e melhora dos
sistemas de segurança de medicamentos com foco em otimizar os resultados dos pacientes
atendendo a proposta do novo modelo assistencial centrado no paciente.

Palavras chave: Modelo Assistencial, Terapia Intensiva, Farmácia Clínica

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2377


Referências:

ANVISA. Resolução N°.7, de 24 de fevereiro de 2010. Disponível em:


http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0007_24_02_2010.htm; acessado em
16/05/2017.
Morin E. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Tradução de E. Jacobina.
3ª ed. Rio de Janeiro (RJ):Bertrand Brasil; 2001. Rev Bras Enferm 2006 marabr;(2)

AMIB. Equipe multidisciplinar é a força da terapia intensiva. Disponível em:


http://www.amib.org.br/detalhe/noticia/equipe-multidisciplinar-e-a-forca-da-terapia-intensiva;
acessado em 16/05/2017.

AMIB. Regulamento técnico para funcionamento de unidades de terapia intensiva. Disponível em:
http://www.amib.org.br/fileadmin/RecomendacoesAMIB.pdf; acessado em 16/05/2017.
Preslaski CR, Lat I, MacLaren R, Poston J. Pharmacist contributions as members of the
multidisciplinary ICU team. Chest. 2013 Nov;144(5):1687-1695. doi: 10.1378/chest.12-1615.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2378


A INFLUÊNCIA DO MARKETING NA AUTOMEDICAÇÃO EM ALUNOS
DE GRADUAÇÃO DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE SALGADO DE
OLIVEIRA NO CAMPUS DE NITERÓI E SÃO GONÇALO

Marcelo Guimarães do Nascimento¹, Msc. Rodrigo Tonioni², Msc. Ludmila A. Manarino³ & Dr.
Claudio Cesar Cirne Santos 4
1
Universidade Salgado de Oliveira Campus São Gonçalo: Rua Lambari, 10 – Trindade - São
Gonçalo/RJ - CEP: 24456-570 Telefone: (21) 2138-3404 / (21) 2138-3473 / (21) 2138 - 3464
; 2 Universidade Salgado de Oliveira Campus Niterói - Rua Marechal Deodoro, 263 – Centro -
Niterói/RJ – CEP: 24030-060 Telefone: (21) 2138-4942

A propaganda para as indústrias farmacêuticas é uma etapa essencial, considerada uma extensão do
processo de pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos. A influência da propaganda de
medicamentos na automedicação é um processo complexo, que envolve diversas áreas, os
prescritores, os dispensadores, os pacientes, que avaliam sobre as vantagens do produto por meio da
divulgação e os resultados dos estudos relacionados ao seu desenvolvimento, objetivando a sua
consequente comercialização. O que se pretende avaliar é a incidência da automedicação por parte
dos alunos de graduação de farmácia da Universidade Salgado de Oliveira nos CAMPI de São
Gonçalo e de Niterói, que influenciado pelo marketing de medicamentos compraram e fizeram uso
sem prescrição médica ou prescrição farmacêutica de um profissional capacitado e habilitado. Foi
disponibilizado um questionário de pesquisa entre os alunos, de todos os períodos do curso de
graduação de farmácia, onde foram ouvidos 185 alunos, entre os meses de Abril e Maio do ano de
2017. A avaliação foi realizada na instituição, onde 95% dos entrevistados disseram que já fizeram
ou fazem uso da automedicação, 47% dos alunos se sentem influenciados pelas propagandas dos
medicamentos, e 82% que admitiram comprar medicamentos por indicação, mesmo desconhecendo
sua indicação clínica, posologia e informações que só um profissional capacitado teria
conhecimento. Constatou-se entre a diferença de gênero uma maior suscetibilidade por parte do
sexo feminino, principalmente na faixa etária de 18 e 26 anos, e que a classe de medicamento mais
adquirido foram os analgésicos e antitérmicos. Desta forma, foi possível evidenciar que embora seja
um problema de saúde pública a automedicação ainda esta inserido na sociedade brasileira, por
múltiplas questões, como desinformação, fatores econômicas e propagandas feitas por laboratórios.
Cabe a todos os setores envolvidos, a combater esta prática que pode causar intoxicação,
mascaramento de diagnóstico, e até a morte do usuário.
Palavras chaves: Marketing de Medicamentos; Importância do Marketing; Automedicação; Riscos
da Automedicação; Importância da Propaganda na Automedicação

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2379


Referências:

ARRAIS, Paulo Sérgio D., Perfil da automedicação no Brasil. Rev. Saúde Pública, 31 (1): 71-7,
1997. http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v31n4/2212.pdf (acessado em 21/09/2016 ás 20:50)

Autor responsável H.C. Castro. cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/12/inf17a20.pdf


http://cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/12/inf17a20.pdf (acessado em 18/09/2016 ás 21:45)

Bearden, Netemeyer, Teel, 1989; Lascu, Bearden, Rose, 1995


http://www.spell.org.br/documentos/ver/42143/a-automedicacao-e-a-influencia-de-grupos-
dereferencia--aplicacao-da-tecnica-de-analise-discriminante-no-mercado-de-medicamentos-over-
thecounter (acessado em 15/08/2016 ás 21:10)

Blog.acelerato.com/gestao/a-importancia-do-marketing-para-as-empresas/
http://blog.acelerato.com/gestao/a-importancia-do-marketing-para-as-empresas/ (acessado em
18/09/2016 ás 17:56)

Fonte: Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde/endocrino.org.br/os-perigos-


daautomedicacão https://www.endocrino.org.br/os-perigos-da-automedicacao/ (acessado em
18/10/2016 á 09:20)

Guiadafarmacia.com.br/noticias/saude/9502-automedicacao-e-uso-incorreto-de-
medicamentospodem-levar-a-morte http://www.guiadafarmacia.com.br/noticias/saude/11417-
automedicacaopode-ser-fatal (acessado em 21/10/2016 ás 21:15)

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22912919 (Acessado em 15/08/2016)

http://www.abimip.org.br/site/conteudo.php?p=codigo_de_conduta ( Acessado em 23/08/2016)

KIYOTANI, Bárbara Peixoto. Análise do comportamento de compra de medicamentos isentos de


prescrição e da automedicação. 2014. 61 f., 2014. Disponível em:
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/124178 (acessado em 10/09/2016 ás 20:02)

LEITE, S. N.; VIEIRA, M.; VEBER, A. P. Estudos de utilização de medicamentos: uma síntese de
artigos publicados no Brasil e América Latina. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 13,
supl. 1, p. 793-802, abr. 2008. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
81232008000700029&script=sci_abstract&tlng=pt (acessado em 15/09/2016 às 10:33)

Organização Mundial da Saúde. Guia para a boa prescrição médica. Porto Alegre: Editora Artmed;
1998. http://apps.who.int/medicinedocs/documents/s19180pt/s19180pt.pdf (acessado em
20/10/2016 ás 20:10)

ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE. Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica:


Proposta. Brasília, Organização Pan-americana De Saúde, 24 p, 2002b.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/PropostaConsensoAtenfar.pdf (Acessado em 22/08/2016
as 20:10)

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2380


Auditorias farmacêuticas como ferramenta de gerenciamento de risco, garantia
de qualidade e segurança do paciente

Carina Torres Garruth Ferreira1,2, Jacqueline Augusto da Silva Campos1,2, Paloma Rodrigues
Alves1,2, Gabriela Ribeiro Dellamarque1,2, Camile Moreira Mascarenhas2 & Flávia Valéria dos
Santos Almeida2
1
Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil, carinagarruth@id.uff.br;
2
Instituto Nacional de Cardiologia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, farmacovigilancia@inc.saude.gov.br

Introdução: A qualidade da assistência farmacêutica está diretamente relacionada ao gerenciamento


de medicamentos, visando a promoção de seu uso seguro e eficaz. O acúmulo de medicamentos nos
setores é um ponto crítico no processo de cuidado do paciente. Neste contexto, as auditorias
farmacêuticas (AF) realizadas de forma sistemática nos ambientes externos à farmácia surgem como
uma ferramenta de gestão do risco e da qualidade nos serviços de saúde, por serem capazes de
identificar e monitorar processos e não conformidades no armazenamento e uso de medicamentos.
Objetivo: Avaliar os resultados das AF realizadas nos setores de um hospital público especializado
em cardiologia. Metodologia: As AF são atividades planejadas e executadas por farmacêuticos
lotados na farmacovigilância. Todos os setores do hospital que utilizam medicamentos, quais sejam,
unidades de terapia intensiva, enfermarias, unidades de apoio diagnóstico e ambulatórios são
inspecionados através das AF. As visitas são orientadas por um formulário padronizado e validado,
elaborado a partir de manuais de boas práticas, resoluções e portaria vigentes. Os resultados obtidos
nas AF são reportados, através de relatórios, ao Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP)
para análise e ações de melhoria. Os dados foram analisados no Microsof Excel® e utilizada
estatística descritiva. São apresentados os resultados das AF realizadas no período de março de 2016
a agosto de 2017. Resultados: Foi realizado um total de 40 AF no período, com uma média de
conformidade por visita de 72%, e não houve diferença estatística entre unidades fechadas, abertas e
setores de apoio. As não conformidades mais frequentes foram ausência de termômetro (80%), de
registro diário de temperatura (93%), de identificação da data de abertura (70%) de validade de
medicamentos multidose e almotolias (90%). A partir destes resultados, foram estabelecidas, de
forma integrada com o NQSP, ações corretivas, como orientação e conscientização da equipe de
cuidado, solicitação de compra de termômetros pela administração hospitalar e elaboração de tabela
de estabilidade de almotolias e multidoses pela farmácia. Conclusão: As AF integradas ao NQSP
mostraram ser uma importante ferramenta na identificação e gerenciamento da qualidade e do risco
no uso de medicamentos na prática clínica da farmacovigilância hospitalar.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2381


Palavras-chave: Auditoria farmacêutica, Segurança do paciente, Gestão da qualidade

Referências:

Joint Commission International. Padrões de acreditação da Joint Commission International para


hospitais. (2014); 5a ed.

Abramovicius A C, Pasti M J, Padula K M, Ballini J M, Guimarães G M, Cailleni S S, Facincani I,


Marangoni R, De Paula E M, Gilbert M J. Gerenciamento de estoques de medicamentos: ferramenta
para a qualidade da assistência prestada ao paciente (2012). Rev Qualid HC. (3): 50-4

Lazzaroni E. Auditoria: ferramenta de gestão pela qualidade no contexto da farmácia hospitalar.


(2012);Farm Hosp.Colet Práticase Conceitos. 52-9

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2382


Vigilância pós-comercialização de medicamentos e contribuições para a
segurança do paciente

Camile Moreira Mascarenhas1, Carina Torres Garruth Ferreira1,2, Paloma Rodrigues Alves1,2,
Gabriela Ribeiro Dellamarque1,2, Jacqueline Augusto da Silva Campos1,2, Flávia Valéria dos Santos
Almeida1 & Michelle Menezes Machado1
1 Instituto Nacional de Cardiologia, Rio de Janeiro/RJ, Brasil. farmacovigilancia@inc.saude.gov.br
2 Universidade Federal Fluminense, Niterói/RJ, Brasil

Introdução: No âmbito hospitalar, a identificação e a avaliação de queixas técnicas e o


conhecimento dos produtos considerados irregulares contribui para segurança no uso de
medicamentos e consequentemente para segurança do paciente. Objetivo: Analisar dados
provenientes de notificação de queixa técnica de medicamentos e da busca ativa de produtos
irregulares de um hospital integrante da rede sentinela, especializado em cardiologia, do município
do Rio de Janeiro. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo e de abordagem
quantitativa. Foram avaliadas 79 notificações e 129 buscas ativas realizadas no período entre janeiro
e julho de 2017. Resultados: Constatou-se que 74,7% das queixas referiam-se à classe de risco III -
possibilidade de ocorrência de consequências adversas à saúde, 13,9% à classe II - probabilidade de
ocorrência de agravo temporário à saúde ou reversível por tratamento medicamentoso e 11,4% à
classe I - alta probabilidade de ocorrer riscos à saúde, acarretando morte, ameaça à vida ou danos
permanentes. Os principais tipos de desvios foram problemas na embalagem (30,4%), ausência de
unidades de medicamentos (comprimidos, cápsulas, ampolas e bolsas de sistema fechado) (24,1%)
e vazamento (10,1%). Dos medicamentos ou produtos farmacêuticos divulgados pela ANVISA
como irregulares, 53% não eram padronizados na instituição e 47% eram padronizados, dos quais
18% estavam disponíveis em estoque e poderiam ter ocasionado algum dano para a saúde dos
usuários. Exemplo destas irregularidades são produtos que apresentaram resultados insatisfatórios
no ensaio de análise de aspecto por apresentar corpo estranho em suspensão no interior da
embalagem primária, desvio que expõe o usuário ao risco de contaminação microbiológica ou
toxicidade, possibilitando a ocorrência de efeitos indesejáveis na terapêutica. Além disso, também
foi realizada a notificação das queixas técnicas ao detentor de registro, contribuindo para a
manutenção da qualidade e segurança destes produtos, possibilitando que os fabricantes adotem
medidas corretivas e/ou preventivas. Conclusão: Sendo assim, a vigilância de produtos
comercializados justifica a necessidade das ações de farmacovigilância no âmbito hospitalar para
minimização dos riscos relacionados ao uso de medicamentos, tendo em vista o dano grave que

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2383


alguns desvios de qualidade e que produtos fora dos parâmetros estabelecidos pela a ANVISA
podem causar aos pacientes.

Palavras-chave: Farmacovigilância. Segurança do Paciente. Vigilância de produtos


comercializados.

Referências:

Brasil (2005); Resolução - RDC nº 55, de 17 de março de 2005.

Santos L, Oliveira FT, Biancho FM, Jacoby T, Mahmud SDP, Fin MC, Winkler N. (2012); Rev
HCPA. 32(4): 490-5.

World Health Organization. (2011); WHO Technical Report Series. 961: 310-23.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2384


Avaliação da atividade antioxidante do extrato de folhas de Morinda citrifolia L.
(noni) .

Nathália Martins dos Santos¹ & Isabel Cristina Vieira da Silva²,

1
UNIFESO, Teresópolis, Rio de Janeiro / RJ. nathaliamsfarm@gmail.com; ²Docente do curso de
Farmácia da UNIFESO, Teresópolis, Rio de Janeiro / RJ. isabelpharma@gmail.com

Resumo
Morinda citrifolia L. popularmente conhecida como noni, vem sendo amplamente utilizada pela
medicina popular como planta medicinal para tratar enfermidades devido a sua atividade
antibacteriana, antiviral, antifúngica, antitumoral, anti-helmíntica, analgésica, anti-inflamatória,
hipotensora, imunoestimulante, modulação imunológica, antioxidante, hipoglicemiante,
antidepressiva e antitumoral (SECRETTI et al 2015; SILVA, 2012; LIMA E LIMA, 2013;
PALIOTO et al 2015; COSTA et al. 2013).
O estresse oxidativo se da pelo excesso de radicais livres no organismo, causando também danos
teciduais. Esses radicais livres e outros oxidantes, estão sendo associados como grandes causadores
de diversas doenças como câncer, doenças cardiovasculares, catarata, declínio do sistema imune,
disfunções cerebrais, diabetes mellitus tipo I, aterosclerose, artrite reumatoide, mal de Parkinson e
envelhecimento precoce (COSTA et.al 2013; NASCIMENTO et.al 2011). Esse excesso pode ser
combatido por antioxidantes produzidos de forma endógena ou adquiridos de maneira exógena
(COSTA et.al 2013).
As atividades antioxidantes de compostos vegetais são avaliados por diferentes métodos,
colorimétricos, biológicos e eletroquímicos, e outros métodos instrumentais. Dentre os
colorimétricos sobressaem os que possuem habilidades antioxidante para neutralizar radicais como
DPPH (1,1-difenil-2-picrilhidrazila) (BORGES, 2011).
Assim, cada vez mais vem crescendo a curiosidade dos pesquisadores sobre produtos naturais com
atividades antioxidante. E é provável que o extrato da folha de Morinda citrifolia L seja uma fonte
promissora para a redução do estresse oxidativo. Portanto este trabalho tem como objetivo avaliar
pelo método colorimétrico e de DPPH a atividade antioxidante presente no extrato da folha do noni.
Por isso este trabalho tem por objetivo avaliar a atividade antioxidante de extratos de noni pelos
métodos colorimétricos e DPPH.
Para a avaliação da atividade antioxidante serão realizados testes colorimétricos para avaliação de
Flavonoides, taninos, cumarina e o teste de DPPH.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2385


Para os testes colorimétricos fenólicos realizados até o presente momento, obtivemos resultados
positivos para a presença de antioxidante por meio da visualização das amostras.
Concluindo então que na folha do Noni há metabólitos secundários, podendo ser uma descoberta
promissora para a produção de novos fitoterápicos (LIMA E LIMA, 2013).

Palavras-chave: Morinda citrifolia L., Antioxidante, DPPH.

Referência:

BORGES, L. L.; LÚCIO, T. C.; GIL, E. S.; BARBOSA, E. F. Uma abordagem sobre métodos
analíticos para determinação da atividade antioxidante em produtos naturais. ENCICLOPEDIA
BIOSFERA, Centro Cientifico Conhecer - Goiania, vol.7, N.12; 2011.

COSTA, A. B.; OLIVEIRA, A. M. C.; SILVA, A. M. O.; FILHO, J. M.; LIMA, A. Atividade
antioxidante da polpa, casca e cementes do noni (Morinda citrifolia Linn.). Revista Brasileira
Fruticultura, Jaboticabal - SP, v. 35, n. 2, p. 345-354, Junho 2013.
LIMA, C. R.; LIMA, R. A. Identificação de metabólitos secundários presentes no extrato etanólico
dos frutos verdes e maduros de Morinda citrifolia L. Revista Saúde e Pesquisa, v. 6, n. 3, p. 439-
446, set./dez. 2013 - ISSN 1983-1870.

NASCIMENTO, J. C.; LAGE, L. F. O.; CAMARGOS, C. R. D.; AMARAL, J. C.; COSTA, L. M.;
SOUSA, A. N.; OLIVEIRA, F. Q. Determinação da atividade antioxidante pelo método DPPH e
doseamento de flavonóides totais em extratos de folhas da Bauhinia variegata L. Revista
Brasileira de Farmácia. 92(4): 327-332, 2011

SECRETTI, L. C.; OSHIRO, A. M.; OLIVEIRA, V. S. Características físicas e químicas da polpa


in natura da fruta noni (Morinda citrifolia L.). A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências
Exatas e da Terra Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 7, 2015 -
ISSN: 23170336.

SILVA, L. F.; SILVA, M. M.; SILVA, J. C.; PRAXEDES, W. D. S.; SENA, A. R.; SILVA, J. M.
Caracterização física de frutos de Noni (Morinda citrifolia L.) em estádio de maturação fisiológica.
VII CONNEPI. 2012 - ISBN 978-85-62830-10-5.

PALIOTO, G. F.; SILVA, C. F. G.; MENDES, M. P.; ALMEIDA, V. V.; ROCHA, C. L. M. S. C.;
TONIN, L. T. D. Composição centesimal, compostos bioativos e atividade antioxidante de frutos de
Morinda citrifolia Linn (noni) cultivados no Paraná. Revista Brasileira de Plantas Medicinais,
Campinas, v.17, n.1, p.59-66, 2015.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2386


Padronização de etiquetas para a dispensação de medicamentos potencialmente
perigosos com foco na segurança do paciente em um hospital universitário

Luiz Filgueira de Melo Neto1, Rachel Nunes Ornellas2, Gilberto Barcelos Souza2, Amanda Castro
Domingues da Silva3, Nayara Fernandes Paes2, Mauricio Lauro de Oliveira Júnior2, Luiz Stanislau
Nunes Chini2, Bruna Figueiredo Martins3, Mariana Souza Rocha2, Águeda Cabral de Souza Pereira2
& Márcia de Souza Antunes2.

1
Universidade Salgado de Oliveira, São Gonçalo, Rio de Janeiro, Brasil; 2Hospital Universitário
Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 3Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de
Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br

Introdução: Dentre as diversas estratégias para diminuir os erros de medicação no âmbito da


Farmácia Hospitalar está o uso do sistema de distribuição de medicamentos em dose unitária, obtida
através do processo do fracionamento de medicamentos. Neste contexto, uma das atribuições do
Farmacêutico é aperfeiçoar o processo de unitarização de doses, de acordo com o Protocolo de
Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos1,2. Objetivo: Garantir a Segurança
do Paciente com a padronização das embalagens secundárias dos medicamentos potencialmente
perigosos, visando a diminuição de erros no processo de unitarização do medicamento.
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva, realizada no Serviço de Farmácia de um
Hospital Universitário, onde foi observada a falta de informações importantes nas etiquetas de
identificação dos medicamentos injetáveis potencialmente perigosos, utilizados na instituição.
Projeto CAAE nº 56278116.2.0000.5243. Resultados: Em 100 % das informações nas etiquetas
observadas, todas apresentaram falhas técnicas sobre o medicamento, tais como: estabilidade,
diluentes, volume de diluição, concentração final, tempo de infusão e classificação do
medicamento, segundo o seu potencial de dano tissular por extravasamento. Adicionalmente,
constatou-se que os medicamentos com nomes semelhantes (Dopamina e Dobutamina, Epinefrina e
Norepinefrina), não possuíam destaques na grafia (DOPAmina e DOBUtamina; NORepinefrina e
EPInefrina), com a finalidade de evitar equívocos na dispensação desses medicamentos.
Conclusão: A tecnologia de informação tem a capacidade de diminuir os Erros de Medicação que
podem ocorrer em qualquer etapa da cadeia de distribuição de medicamentos. Assim, de acordo
com o Protocolo Nacional de Segurança do Paciente, é imprescindível que as etiquetas para dose
unitária de medicamentos injetáveis potencialmente de alto risco apresentem as seguintes
informações: nome do medicamento na denominação comum brasileira ou internacional, lote, data
de validade após fracionamento, código de barras e matrix, nome do responsável pelo

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2387


fracionamento do medicamento, parâmetros físico-químicos e classificação do medicamento de
acordo com a toxicidade tissular (vesicante, irritante ou neutra)3.

Palavras-Chave: Assistência farmacêutica, Segurança do paciente, Dose unitária.

Referências:

Wachter RM. Compreendendo a segurança do paciente, 2ª Ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 529, de 01 de abril de 2013: institui o programa nacional de
segurança do paciente. Brasília, Abril de 2013.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2095, de 04 de setembro de 2013: institui o protocolo de


segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos. Brasília. 2013: 46 p.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2388


Síntese de nanopartículas de cobre utilizando a quitosana como revestimento

Giani Christie Rodrigues, Brunno Renato Farias Vercoza Costa, Luiz Augusto Sousa De Oliveira,
Robson Roney Bernardo.

NUMPEX, Federal University of Rio de Janeiro, Biophysics Institute Carlos Chagas Filho, Pólo de
Xerém, Estrada de Xerém, Nº 27, Xerém – Duque de Caxias, Brazil. CEP: 25245-390.

Nos últimos anos, partículas com dimensões nanoméricas com cerca de um bilionésimo de um
metro ganharam propriedades físicas e químicas, contemplando interações únicas e diferenciadas
justamente por sua morfologia e tamanho que permitem um maior número de interações devido à
quantidade de átomos em sua superfície. Por meio destas propriedades, as nanopartículas têm sido
muito estudadas em aplicações como drug-delivery, utilizando nanopartículas metálicas como
Ferro, Prata e Cobre. O objetivo deste trabalho foi fabricar nanopartículas de cobre e testar sua
estabilidade com a quitosana, um polissacarídeo catiônico encontrado no exoesqueleto de
crustáceos, e no caso do presente estudo, extraído de um material geralmente descartado pela
maioria da população, a casca do camarão. As nanopartículas de cobre foram preparadas através da
reação de sulfato de cobre (0,5g) e vitamina C (1g) em 20 ml de água destilada, sendo aquecido a
até fervura. Foi realizada uma varredura no espectrofotômetro (190-1090 nm) em diferentes datas
visando verificar o tamanho das mesmas bem como sua estabilidade. Uma outra amostra, as
nanopartículas de cobre foram incorporadas a quitosana (0,16 g), submetidas a liofilização e a
microscopia eletrônica de varredura (MEV) para verificar a interação da quitosana com as
nanopartículas de cobre produzidas. A análise espectrofotométrica foi realizada em duas etapas: a
primeira no mesmo dia da produção da nanopartícula chamada de T0 (tempo zero), e a segunda em
uma semana após chamada de T1 (tempo 1). Foi verificado então que em T0, no comprimento de
540nm obtivemos o sinal intenso, e em T1 o manteve-se no mesmo comprimento (540nm)
demonstrando que a nanopartícula de cobre se manteve estável, não formando aglomerados. Na
análise no MEV, observou-se a interação da nanopartícula de cobre com a quitosana evidenciando
que a mesma interagiu em sua superfície tornando a mesma mais estável e com tamanho de 60-
80nm, sendo esta promissora em futuros trabalhos aplicados em drug-delivery.

Palavras Chave. Cobre; Nanopartículas; quitosana

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2389


Efeitos da Síndrome Metabólica Sobre os Níveis de Biomarcadores de Danos
Oxidativos em Militares

Marcio Antonio de Barros Sena1,2, Marcos de Sá Rego Fortes3, Marly Melo Zanetti1, Samir
Ezequiel da Rosa1, Jairo José Monteiro Morgado1 & Marcos Dias Pereira2

1
Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército (IPCFEx/RJ/Brasil)
2
Departamento de Bioquímica, Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ/RJ/ Brasil). 3Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO/RJ/Brasil).
mabsmarcio@gmail.com

Introdução: a Síndrome Metabólica (SM) é a associação de vários fatores de risco para as doenças
cardiovasculares, vasculares periféricas e diabetes, como: intolerância à glicose, resistência à
insulina, obesidade abdominal, dislipidemia aterogênica e hipertensão. Alguns destes fatores podem
ter a sua gênese favorecida pela instalação de um quadro de estresse oxidativo, suplantando o
sistema antioxidante, levando a danos na membrana celular, proteínas e ao DNA. Por outro lado, a
prática regular de exercícios físicos parece induzir uma adaptação favorável no combate a estes
oxidantes. Objetivo: avaliar a capacidade antioxidante em indivíduos portadores de SM.
Metodologia: a amostra foi composta por 44 (32,0 ± 8,9 anos) militares do Exército Brasileiro,
voluntários a missão de paz no Haiti, oriundos de diversas organizações militares, praticantes de
exercício físico regular por, no mínimo, três vezes por semana. Foram divididos em dois grupos:
Gp1 (n=12) sindrômicos portadores de quatro fatores ou mais e Gp2 (n=32), sindrômicos
portadores de três fatores. A pesquisa foi aprovada no CEP do Hospital Naval Marcílio Dias (nº
52570815.2.0000.5256). Amostra de sangue foi obtida de jejum, em um único momento, por
farmacêutico bioquímico para avaliação de glicose (GLIC), triglicerídeos (TG) e HDL colesterol
(HDL-c), no Laboratório de Bioquímica do Exercício do Instituto de Pesquisa da Capacitação Física
do Exército; as avaliações dos biomarcadores de estresse oxidativo, tais como: proteína carbonilada
(PC), peroxidação lipídica (PL), tióis totais (TT) e capacidade antioxidante total (CAOT) foram
realizadas no Laboratório de Citotoxicidade e Genotoxicidade (LCG) da Universidade Federal do
Rio de Janeiro. Na estatística descritiva utilizou-se a média e o desvio padrão. Na estatística
inferencial, utilizou-se o teste t para amostras independentes (p < 0,05). Resultados: foi observado
um aumento significativo na GLIC (Δ%=11,3; p=0,004), TG (Δ%=62,0; p=0,006) e PC (Δ%=41,8;
p=0,049) no Gp1, quando comparado ao Gp2. Não foi observada diferença significativa entre os
outros biomarcadores estudados. Conclusão: o aumento na concentração sorológica de GLIC e TG,
além do número de fatores de risco, pode tornar o indivíduo mais suscetível a desenvolver um

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2390


quadro de estresse oxidativo e, provavelmente, a prática regular de exercício físico pode estar
contribuindo para atenuar maiores danos.

Palavras chaves: militares, estresse oxidativo e síndrome metabólica.

Referências:

Ciolac EG, Guimarães GV. (2004); Rev Bras Med Esporte, (10): 4 – Jul/Ago.

Power SK, Nelson WB, Hudson MB. (2011); Free Radic Biol Med. 51: 942-50

Teles YCF, Monteiro RP, Oliveira MS, Ribeiro-Filho J. (2015); J Health Sci Inst. 33(1): 89-93

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2391


Marcadores Bioquímicos Alternativos Relacionados Com a Síndrome
Metabólica

Marcio Antonio de Barros Sena1,2, Marcos de Sá Rego Fortes3, Marly Melo Zanetti1, Samir
Ezequiel da Rosa1, Jairo José Monteiro Morgado1 & Marcos Dias Pereira2

1
Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército (IPCFEx/RJ/Brasil)
2
Departamento de Bioquímica, Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ/RJ/Brasil). 3Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO/RJ/Brasil)
mabsmarcio@gmail.com

Introdução: a Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno multifatorial, que engloba diversos


fatores de risco à saúde como a circunferência abdominal aumentada, sobrepeso ou obesidade,
dislipidemia, hipertensão arterial, hiperuricemia, intolerância à glicose ou diabetes tipo II, todos
contribuindo para a resistência à insulina e deposição central de gordura, constituindo-se assim em
um importante fator de risco para desenvolver doença cardiovascular. O monitoramento de
biomarcadores torna-se muito útil, pois permite o apoio ao diagnóstico, a tomada de decisões no
que tange a estadia hospitalar, farmacoterapia, prescrição de exercícios físicos e a dieta nutricional.
Objetivo: avaliar os níveis de biomarcadores clínicos alternativos em indivíduos portadores de SM.
Metodologia: a amostra foi composta por 43 (32,0 ± 9,0 anos) militares do Exército Brasileiro,
voluntários a missão de paz no Haiti, oriundos de diversas organizações militares, praticantes de
exercício físico regular por, no mínimo, três vezes por semana. Foram divididos em dois grupos:
Gp1 (n=12) sindrômicos portadores de quatro fatores ou mais e Gp2 (n=31), sindrômicos
portadores de três fatores. A pesquisa foi aprovada no CEP do Hospital Naval Marcílio Dias (nº
52570815.2.0000.5256). A amostra de sangue foi obtida de jejum, em um único momento, por
farmacêutico bioquímico para avaliação de creatinoquinase (CK), creatinoquinase fração MB (CK-
MB), alanina transaminase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), gama-GT (GGT), fosfatase
alcalina (ALP) e ácido úrico (AU), no Laboratório de Bioquímica do Exercício do Instituto de
Pesquisa da Capacitação Física do Exército. Na estatística descritiva utilizou-se a média e o desvio
padrão. Na estatística inferencial utilizou-se o teste t para amostras independentes (p ≤ 0,05).
Resultados: foi observado um aumento significativo na CK total (Δ%=91,0; p=0,012) e AST
(Δ%=29,2; p=0,030) no Gp1, quando comparado ao Gp2. A avaliação do fator de risco para injúria
do miocárdio levando em consideração a razão CK-MB/CK, demonstrou no Gp1 um risco
aumentado (7,4%), fato este não observado no Gp2 (4,1%). Conclusão: os marcadores CK e AST

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2392


mostraram ser possíveis candidatos a novos biomarcadores para a SM. Outrossim, alterações na
razão CK-MB/CK tornaram o indivíduo vulnerável a riscos cardiovasculares. A prática de exercício
físico pode ter contribuído para atenuar maiores males.

Palavras chaves: militares, exercício físico e síndrome metabólica.

Referências:

Ciolac EG, Guimarães GV. (2004); Rev Bras Med Esporte, (10): 4 – Jul/Ago.

Power SK, Nelson WB, Hudson MB. (2011); Free Radic Biol Med. 51: 942-50

Silva HA , Carraro JCC , Bressan J, Hermsdorff HHM. (2015); Einstein. 13(2): 202-8

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2393


Estruturação de atividades de farmácia clínica em unidade de internação de
hematologia de um hospital universitário: relato de experiência

Nayara Fernandes Paes1, Bruna Figueiredo Martins2, Gilberto Barcelos Souza1, Maurício Lauro de
Oliveira Junior1, Rachel Nunes Ornellas1, Luiz Filgueira de Melo Neto1, Amanda Castro
Domingues da Silva2, Águeda Cabral de Souza Pereira1, Mariana Souza Rocha1, Luiz Stanislau
Nunes Chini1, Márcia de Souza Antunes1, Fabio Moore Nucci1 & Fabíola Giordani2.

1
Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal
Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br.

Introdução: A Farmácia Clínica é a ciência da saúde cuja responsabilidade é assegurar, mediante


aplicação de conhecimentos e funções relacionadas com o cuidado ao paciente, que o uso dos
medicamentos seja correto e adequado1. No ambiente hospitalar, a presença do farmacêutico na
unidade de internação pode reduzir em 72% a ocorrência de eventos adversos relacionados a
medicamentos2. Objetivo: Relatar a experiência de implantação de atividades de Farmácia Clínica
na unidade de internação de Hematologia de um hospital universitário, especialmente no que diz
respeito à estruturação, com o desenvolvimento de formulários, tabelas e procedimentos que
auxiliem a prática clínica multiprofissional. Metodologia: Estudo descritivo realizado no período
de Outubro de 2016 a Julho de 2017. A partir de visita diagnóstica na Hematologia, surgiu a
necessidade da implantação de atividades de Farmácia Clínica no setor. Para isso, foi realizada uma
revisão da literatura especializada buscando artigos e relatos de experiência. As bases de busca
foram SciELO, PubMed, LILACS, além de sites, como CFF, Sbrafh e Anvisa, e livros sobre o
tema. Resultados: Foram desenvolvidos formulários de acompanhamento farmacoterapêutico, que
incluem informações como história da saúde do paciente, exames laboratoriais, medicamentos
usados diariamente, interações e incompatibilidades medicamentosas, conduta do farmacêutico e
intervenções aceitas; tabela de estabilidade de antimicrobianos padronizados no hospital; tabela dos
principais medicamentos prescritos na referida unidade com nomes comerciais e respectivas
substâncias ativas; tabelas de incompatibilidades; tabela de ordem de infusão de medicamentos
antineoplásicos; e tabela de medicamentos antineoplásicos hepatotóxicos e seus respectivos ajustes
de doses. Conclusão: O material produzido foi testado e implantado pela farmacêutica residente
para acompanhamento dos pacientes internados na unidade de Hematologia. Os formulários
permitem a detecção, prevenção e resolução de problemas relacionados a medicamentos de forma
sistemática, contínua e documentada3 e as tabelas auxiliam o acesso rápido e seguro a informações
necessárias ao desenvolvimento das atividades clínicas. A integração e experiência diária do

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2394


profissional farmacêutico junto à equipe multidisciplinar e ao paciente é requisito fundamental para
o delineamento das ações, pois possibilita identificar as demandas de ambos e, desta forma,
contribuir para o uso racional de medicamentos e a efetividade da farmacoterapia.

Palavras-chave: Farmácia clínica; Uso racional de medicamentos; Hematologia.

Referências:

American Society of Health-System Pharmacists. Best practices for Hospital & Health System
Pharmacy: position and guidance documents of ASHP. Bethesda, 2005-2006.

Leape LL, Cullen DJ, Clapp MD, Burdick E, Demonaco HJ, Erickson JI, Bates DW. Pharmacist
participation on physician rounds and adverse drug events in the Intensive Care Unit. JAMA 1999;
281(3): 267-270.

Ivama AM; Noblat L; Castro MS; Jaramillo NM; Rech N. Consenso brasileiro de atenção
farmacêutica: proposta. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2002. 24 p.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2395


Adequação das prescrições da unidade de hematologia de um hospital de ensino
à RDC n° 10/2001

Nayara Fernandes Paes1, Bruna Figueiredo Martins2, Gilberto Barcelos Souza1, Maurício Lauro de
Oliveira Junior1, Rachel Nunes Ornellas1, Luiz Filgueira de Melo Neto1, Amanda Castro
Domingues da Silva2, Mariana Souza Rocha1, Águeda Cabral de Souza Pereira1, Luiz Stanislau
Nunes Chini1, Márcia de Souza Antunes1, Fabio Moore Nucci1 & Fabíola Giordani2.

1
Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal
Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br

Introdução: Prescrever é o ato de definir o medicamento a ser utilizado, com a respectiva dose e
duração do tratamento1. Erros de medicação podem ocorrer em várias etapas do uso de
medicamentos, sendo a prescrição uma delas2. A RDC n° 10, de 02 de Janeiro de 2001, determina
que: “no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), as prescrições pelo profissional responsável
adotarão obrigatoriamente a Denominação Comum Brasileira (DCB), ou, na sua falta, a
Denominação Comum Internacional (DCI)”3. Em 2013, o Ministério da Saúde, a fim de promover
práticas seguras, desenvolveu o Protocolo de Segurança na prescrição, uso e administração de
medicamentos, que também preconiza o uso da DCB e, em sua ausência, a DCI4. Trabalho
previamente realizado na instituição de ensino deste estudo, identificou que 20% dos medicamentos
na unidade de internação de Hematologia estavam prescritos pelo nome comercial5. Objetivo:
Avaliar a adequação das prescrições da Hematologia à RDC n° 10 de 2010 após a implantação de
atividades de Farmácia Clínica no setor. Metodologia: Estudo retrospectivo e descritivo, realizado
em Julho de 2017, a partir das cópias das prescrições da Hematologia recebidas no Serviço de
Farmácia (CAAE n° 65893817.1.0000.5243). Resultados: Foram analisadas 111 prescrições,
totalizando 1302 medicamentos. Destes, 87% (n=1132) estavam em conformidade com a RDC n°
10 de 2010, enquanto que apenas 4% (n=53) foram prescritos pelo nome comercial. Conclusão:
Apesar da obrigatoriedade do uso da DCB e DCI nas prescrições de medicamentos em Instituições
Públicas de Saúde, ter sido preconizado desde 2001, ainda não é uma prática predominante no
referido hospital5. O uso dessa nomenclatura é um importante instrumento de comunicação técnico-
científica, que identifica a substância de forma inequívoca, porém simples6. A atuação do
Farmacêutico junto à Equipe Multidisciplinar contribui para a conscientização dos profissionais de
saúde, principalmente médicos, residentes e acadêmicos de medicina, sobre a importância da
adequação das prescrições e da necessidade de alterações em rotinas e procedimentos, com foco na
qualidade do serviço prestado e na Segurança do Paciente.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2396


Palavras-chave: Adequação de protocolo de prescrição, Erros de prescrição, Farmacêutico clínico,
Segurança do paciente.

Referências:

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n°. 3.916, de 30 de outubro de 1998. Aprova a Política
Nacional de Medicamentos. Diário Oficial da União, n° 215, 10 de novembro de 1998. Seção 1,
p.16-18.

Cavallini ME; Bisson MP. Farmácia hospitalar. 2. ed. Barueri: Manole, 2010.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil). Resolução n° 10, de 02 de Janeiro de 2001.


Estabelece o regulamento técnico para medicamentos genéricos. Diário Oficial da União, n° 6, 9 de
janeiro de 2001, Seção 1.

Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de


medicamentos, 2013. [acesso em 27 jul 2017]. Disponível em:
http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/seguranca-na-
prescricao-uso-e-administracao-de-medicamentos.

Oliveira Jr. ML. Segurança do Paciente: Análise da adequação da prescrição em um hospital de


ensino em relação ao protocolo do Ministério da Saúde. Niterói. Dissertação [Mestrado em Saúde
Coletiva] – Universidade Federal Fluminense; 2017.

Manual das Denominações Comuns Brasileiras. Moretto, LD, Mastelaro, R. (Orgs.) São Paulo:
SINDUSFARMA, v. 16, 2013. 706 p.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2397


Interações digitálicas na unidade de internação de hematologia de um
hospital universitário: relato de caso

Gilberto Barcelos Souza1, Nayara Fernandes Paes1, Amanda Castro Domingues da Silva2,
Luiz Filgueira de Melo Neto1, Rachel Nunes Ornellas1, Fabíola Giordani2, Mauricio Lauro de
Oliveira Júnior1, Luiz Stanislau Nunes Chini1, Bruna Figueiredo Martins2, Mariana Souza
Rocha1, Fabio Moore Nucci1, Águeda Cabral de Souza Pereira1 & Márcia de Souza Antunes1.

1
Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal
Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br.

Introdução: Interação medicamentosa potencial (IMP) é a possibilidade de um medicamento


modificar a intensidade do efeito farmacológico de outro administrado concomitantemente1. A
Digoxina, glicosídeo digitálico indicado no tratamento de arritmias e insuficiência cardíaca
congestiva (ICC)2, apresenta baixo índice terapêutico3, devendo ter a dose cuidadosamente
titulada e monitorada. Algumas interações medicamentosas e condições clínicas podem alterar a
farmacocinética da Digoxina ou a suscetibilidade do paciente à intoxicação digitálica4.
Objetivo: Analisar a ocorrência de IMP entre Digoxina e outros fármacos em um paciente
internado na Hematologia de um hospital universitário. Metodologia: Relato de caso obtido a partir
de estudo prospectivo e descritivo, em que as cópias das prescrições da unidade de internação de
Hematologia, foram analisadas para a identificação de IMP (CAAE n°
65893817.1.0000.5243). Resultados: Paciente PCS, masculino, 71 anos, portador de tricoleucemia
variante, hipertensão, ICC e fibrilação atrial. Admitido no setor em 21/06/2017 com
prescrição: Omeprazol 40 mg VO 1x/dia, Alopurinol 100 mg VO 1x/dia, Carvedilol 6,25 mg VO
2x/dia, Furosemida 40 mg IV 2x/dia, Espironolactona 25 mg VO 1xdia, Losartana 50 mg VO
2x/dia, Ácido acetilsalisílico 100 mg 1x/dia, Digoxina 0,25 mg VO 1x/dia e Enoxaparina 60 mg SC
2x/dia. Foram encontradas nove IMP: destas, cinco sugerindo aumento da concentração plasmática
de Digoxina e risco de toxicidade digitálica (náusea, vômito e arritmia)5. Em contato com o médico
prescritor, a Farmacêutica sugeriu a dosagem sérica de Digoxina e o resultado estava dentro da
faixa aceitável. Entretanto, no 6º dia de internação o paciente apresentou hipomagnesemia e no 8º,
hipocalemia, sinais clássicos da interação entre Digoxina e Furosemida5. Foi realizada a
reposição dos eletrólitos. Conclusão: Cerca de seis medicamentos são prescritos por dia aos
pacientes internados6. Neste relato, a presença diária da Farmacêutica na Hematologia foi
fundamental para a detecção de IMP, alertando ao médico sobre a necessidade da solicitação de

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2398


exames laboratoriais complementares e a realização de medidas corretivas, destacando, desta forma,
a importância das atividades farmacêuticas clínicas.

Palavras-chave: Interações medicamentosas potenciais, Interações digitálicas, Farmácia Clínica.

Referências:

Nies AS. Princípios da terapêutica. In: Hardman JG; Limbird LE. (Org.). Goodman & Gilman: as
bases farmacológicas da terapêutica. 10. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2005, p. 35- 50.

Digoxina. [Bula]. Anápolis: Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A; 2016.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil). Resolução n° 67, de 8 de outubro de 2007.


Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso
Humano em farmácias. Diário Oficial da União 9 out. 2007; Seção 1.

Ooi H, Colucci WS. Tratamento farmacológico da insuficiência cardíaca. In: Hardman JG; Limbird
LE. (Org.). Goodman & Gilman: as bases farmacológicas da terapêutica. 10. ed., Rio de Janeiro.
McGraw-Hill, 2005, p. 679-702.

Micromedex® Healthcare Series: MICROMEDEX 2.0, Greenwood Village, Colorado. [acesso em


21 jun 2017] Disponível em: www.periodicos.capes.gov.br.

Lima REF; Cassiani SHB. Interações medicamentosas potenciais em pacientes de unidade de


terapia intensiva de um hospital universitário. Rev Latino Am Enfermagem 2009:17(2): mar/abr
2009.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2399


Efeito do Artesunato no comportamento reológico do Soluplus® e do Kollidon®
VA 64 como um estudo de pré-formulação para o processo de HME

Daniel Lins de Sales¹, André Luís Marcomini², Pedro Henrique da Rocha Franco³, Fábio Moysés
Lins Dantas4 & Maria Helena Miguez da Rocha-Leão5

1,5
Escola de Química da UFRJ, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Av. Athos da Silveira Ramos, 149;
2
Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, São Carlos, São Paulo, Rodovia
Washington Luís (SP-310), Km 235; 3,4Laboratório de Tecnologia de Materiais Poliméricos do
INT, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Av. Venezuela, 82.

INTRODUÇÃO: Hot-Melt Extrusion (HME) é um processo contínuo, livre de solventes orgânicos,


envolvendo energia térmica e mecânica1 com a finalidade de desenvolver uma dispersão sólida
amorfa (DSA) através da fusão e mistura do sistema fármaco-polímero2. Ela é considerada a melhor
estratégia para aumentar a biodisponibilidade oral de fármacos da classe II do BCS (do inglês,
biopharmaceutics classification system)3. Este é o caso do antimalárico Artesunato (AS), que tem
sido eficaz contra o P. falciparum, normalmente associado aos casos mais severos da doença4.
OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do AS na viscosidade complexa (η*) dos
polímeros Soluplus® e Kollidon® VA64, sendo um estudo de pré-formulação para o processo de
HME. METODOLOGIA: a η* em função da temperatura (T) das misturas AS-polímero foram
avaliadas no reômetro ARES® com geometria placa-placa (d=25,0 mm), Gap= 1,0 mm, ω=5 rad/s,
γ= 0,5%, Ti= 120 ºC, Tf = 90 ºC e taxa de 0,3ºC/min. O setup proposto utilizou temperatura máxima
de 120ºC para evitar a degradação do fármaco. Foram avaliadas misturas de AS-polímero com e
sem a adição de 10% (m/m) de Span 20. RESULTADOS: O gráfico gerado (η* versus T) pela
reometria foi avaliado. Os dados apontaram que a temperatura de amolecimento de ambos os
polímeros, sem adição de Span 20, eram inadequadas para o processamento com o AS, sendo o pior
caso o Kollidon® VA64. Já os testes envolvendo o Span 20 apresentaram resultados satisfatórios.
CONCLUSÃO: Os resultados sugerem um efeito plastificante concedido pelo AS aos polímeros,
uma vez que a mistura apresentou queda na η*. O estudo foi útil para inferir uma faixa de
temperatura ótima para o processo de HME, o comportamento viscoelástico das misturas e a
necessidade de se utilizar Span 20 na formulação.

Palavras-chave: Hot-melt extrusion, Reologia, Polímero, Dispersão sólida amorfa, Artesunato.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2400


Agradecimentos:
Ao Laboratório Farmacêutico da Marinha- LFM que cedeu o Artesunato para o estudo. À empresa
Basf que cedeu o Soluplus® e o Kollidon® VA 64. Ao Prof. Carlos Henrique Scuracchio (UFSCar)
que disponibilizou o laboratório para os estudos de reologia. Ao Pesquisador Samir F. de A.
Cavalcante (CTEx) que disponibilizou vidrarias.

Referência:

Radl S, Tritthart T, Khinast, JG (2010); Chem. Eng. Sci. 65 (15): 1976–88.

Thiry J, Krier F, Evrard B. (2015); Int. J. Pharm. 479(1): 227-40

Williams HD, Trevaskis NT, Charman SA, Shanker RM, Charman WN, Pouton CW, Porter CJH
(2013); Pharmacol. Rev. 65(1): 315-499

Wells S, Diap G, Kiechel J. (2013); Malar. J. 12(68): 1-10

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2401


Controle da qualidade físico-química de albuminas humanas submetidas ao
INCQS
Laryssa Lemos dos Santos1, Mariane Dantas Ramos Batista2, Natália Helena de Azevedo Oliveira3,
Lílian Figueiredo Venâncio4, Renata de Freitas Dalavia Vale5, Anna Maria Barreto Silva Fust6,
Michele Feitoza Silva7 & Kátia Christina Leandro8

1
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, laryssa_lemos@hotmail.com
2
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, marihpharma@gmail.com
3
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, nataliahelena.ao@hotmail.com
4
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, lilian.venancio@incqs.fiocruz.br
5
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, renata.dalavia@incqs.fiocruz.br
6
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, anna.fust@incqs.fiocruz.br
7
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, michele.feitoza@incqs.fiocruz.br
8
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, katia.leandro@incqs.fiocruz.br

O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) realiza análises dos


hemoderivados no Brasil em cooperação com a ANVISA, cuja obtenção é a partir do fracionamento
industrial do plasma humano. A albumina humana é uma proteína e age no controle osmótico do
sangue, na regulação do volume plasmático intravascular e no transporte de ácidos graxos. São
comercializadas como solução injetável, nas concentrações de 20 a 25%. São submetidas às análises
físico-químicas de aspecto, pH e determinação de polímeros e agregados por método de
cromatografia líquida de alta eficiência de gel filtração. Nesta análise, se o produto possui alérgenos
dentro da especificação permitida (inferior ou igual a 5% da área do sinal correspondente aos
polímeros e agregados). Este trabalho visou realizar uma análise dos resultados encontrados na
análise de determinação de polímeros e agregados por CLAE submetidos ao INCQS. Foram
utilizadas informações do Harpya (Sistema de Gerenciamento de Amostras) de 2010 a 2016,
utilizando como filtros: data de entrada, produto e conformidade. Observou-se resultados
satisfatórios nas amostras analisadas nos ensaios de aspecto, pH, polímeros e agregados, estando
dentro das especificações preconizadas na RDC n°46/2000. Com os dados obtidos construiu-se uma
carta controle, visando avaliar o perfil dos resultados no ensaio de determinação de polímeros e
agregados, sendo analisadas 710 amostras no total. Determinou-se uma linha primária e secundária
na faixa de controle de 4,5 a 5,0% para investigação dos detentores com resultados nesta faixa, onde
19 amostras do fabricante A e 3 do Fabricante B obtiveram produtos com resultados dentro da faixa
de investigação. Apesar de não terem ultrapassado o limite superior, um alto índice de amostras em
2013 do Fabricante A estiveram na faixa de controle estabelecida, apontando um possível perfil do
produto deste detentor que deve ser acompanhado. Apesar da oscilação dos resultados, confirmou-
se que um pequeno percentual das amostras (3%) se aproximaram do valor máximo estipulado pela

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2402


legislação. O resultado aponta o alto índice de amostras satisfatórias e realça a importância do
controle da qualidade realizado pelo fabricante e pelo INCQS, contribuindo com o Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária.

Palavras-chave: Albumina Humana, CLAE, Controle da Qualidade.

Agradecimentos: Fiocruz, INCQS, ANVISA e Universidade do Grande Rio.

Referências:

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. RDC N° 46, de 18 de maio de 2000.
Aprova o Regulamento Técnico para a Produção e Controle de Qualidade de Hemoderivados de
Uso Humano. Diário Oficial União. 19 mai.2000.

Matos, G.C. (2006). Estudo de Utilização de Albumina Humana em Hospitais do Rio de Janeiro,
Brasil. Tese apresentada ao Curso de Doutorado em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde
Pública Sergio Arouca como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Saúde Pública.
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, 2006.
160: 11-21.

Takana, K. et al. (2004). Avaliação da Qualidade de Albumina 20% e Imunoglobulina G5%


produzidas pelo método de cromatografia liquida de, no período de 5 anos. Revista do Instituto.
Adolfo Lutz, São Paulo – SP.63(1): 104-110,2004.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2403


Perfil dos detentores de bolsas de sangue do Brasil com enfoque nas substâncias
presentes nas soluções

Mariane Dantas Ramos Batista1, Patryck Gonçalves Santos2, Laryssa Lemos dos Santos3,
Gleyce Carolina Santos Cruz4, Renata de Freitas Dalavia Vale5
Anna Maria Barreto da Silva Fust6, Lilian de Figueiredo Venâncio7 & Michele Feitoza Silva8

1
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, marihpharma@gmail.com
2
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, patryck_15gs@hotmail.com
3
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, laryssa_lemos@hotmail.com
4
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, gleyce.cruz@incqs.fiocruz.br
5
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, renata.dalavia@incqs.fiocruz.br
6
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, anna.fust@incqs.fiocruz.br
7
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, lilian.venancio@incqs.fiocruz.br
8
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, michele.feitoza@incqs.fiocruz.br

O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) é uma unidade da Fundação


Oswaldo Cruz (Fiocruz) que atua em estreita cooperação com a ANVISA e outras entidades. No
Setor de Hemoderivados, Artigos e Insumos de Saúde é realizado o controle da qualidade de bolsas
para coleta de sangue. As bolsas de sangue são classificadas de acordo com a legislação vigente
como produto de risco III e de alta complexidade. Algumas soluções anticoagulantes são utilizadas
para manter a viabilidade e a função das células sanguíneas. Os anticoagulantes mais utilizados
quando se pretende armazenar o sangue são o citrato-fosfato-dextrose-adenina (CPDA), o citrato-
ácido-dextrose (ACD), o citrato-fosfato-dextrose (CPD). O objetivo foi traçar o perfil analítico de
substâncias presentes nas soluções das bolsas de sangue de todos os detentores que submeteram
amostras para análise no período proposto. Foram selecionados e avaliados os resultados obtidos
para amostras de bolsas de sangue com soluções anticoagulantes analisadas e concluídas no INCQS
entre o período de 2006 e 2016, através dos Sistemas SGA e Harpya, pelos filtros: data de análise,
categoria do produto, produto e detentor. Foram avaliados os resultados obtidos para 95 amostras
nos ensaios preconizados para as soluções no período de estudo, sendo que 32% das amostras eram
soluções do tipo CPDA, 33% CPD/SAG, 32% CPD e 3% ACD de 15 diferentes detentores de
registro. Do total das amostras encontradas, 92 foram avaliadas como satisfatórias e apenas 3 foram
insatisfatórias, duas no ensaio de determinação do teor de glicose e frutose monohidratadas e uma
no ensaio de determinação do teor de fosfato. O estudo realizado é uma ferramenta na garantia da
qualidade de resultados seguros no controle da qualidade de produtos. Definiu-se o perfil dos
resultados obtidos para as substâncias presentes nas soluções anticoagulantes de bolsa de sangue.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2404


Com a sistematização dos resultados é possível compreender e realizar avaliações posteriores que
irão correlacionar variáveis do processo de análise, como temperatura ambiente, insumos utilizados,
vida útil da coluna, dentre outros. Destaca, também, a importância do INCQS como laboratório de
referência para o controle da qualidade do produto e sua inserção na discussão regulatória do
mesmo.

Palavras-chave: Bolsas de sangue, Carta-controle, Soluções anticoagulantes.

Agradecimentos: Ministério da Saúde, ANVISA, Fiocruz e INCQS.

Referências:

BRASIL. (2001) Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. RDC N° 185, de 22 de


outubro de 2001. Aprova o Regulamento Técnico que consta no anexo desta Resolução, que trata
do registro, alteração, revalidação e cancelamento do registro de produtos médicos na Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oficial da União. 24 out. 2001.

BRASIL. (2014) Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. RDC N° 35, de 12 de junho
de 2014. Dispõe sobre bolsas plásticas para coleta, armazenamento e transferência de sangue
humano e seus componentes na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oficial da União.
16 jun. 2014.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2405


Determinação de massa como requisito de qualidade em compressas de gaze

Patryck Gonçalves Santos1, Jonas Fernandes Oliveira2, Layz Santos Mars Carneiro3, Lilian de
Figueiredo Venâncio4, Anna Maria Barreto Silva Fust5, Renata de Freitas Dalavia Vale6
& Michele Feitoza Silva7

1
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, pgsantos.office@gmail.com
2
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, jfernandes@poli.ufrj.br
3
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, layz.mars@incqs.fiocruz.br
4
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, lilian.venancio@incqs.fiocruz.br
5
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, anna.fust@incqs.fiocruz.br
6
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, renata.dalavia@incqs.fiocruz.br
7
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, michele.feitoza@incqs.fiocruz.br

O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) é o responsável pela análise de


produtos para a saúde no Brasil avaliando-os em cooperação com os entes do Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária, cumprindo com rigor a regulamentação vigente. Os produtos para saúde
possuem grande diversidade tecnológica, sendo projetados para que seu uso garanta a segurança do
paciente e do operador. Por esse motivo os artigos têxteis usados em procedimentos médicos
demandam um controle rígido da sua qualidade. Destacam-se neste estudo as compressas de gaze que
são utilizadas em curativos e demais procedimentos médicos. São compostas por tecido 100%
algodão ou misto. Possuem baixa densidade de fios, podendo ou não ser estéreis além da eventual
presença de material radiopaco. O objetivo deste trabalho foi correlacionar a pesagem de compressas
de gaze submetidas ao Departamento de Química do INCQS com o preconizado na norma vigente
(ABNT NBR 13843:2009). Foi realizada a pesagem de cada unidade presente na embalagem,
utilizando como filtro o tipo de compressa segundo a norma. No total foram analisados 14 lotes (5
sintéticos, 4 do tipo II e 5 do tipo III) sendo que somente para 12 foi possível o ensaio em triplicata.
Observou-se para as compressas do tipo II (11 fios/cm2) apenas 1 lote não alcançou o valor estipulado
na norma de 0,8 g por unidade. Para os lotes do tipo III (13 fios/cm2) todos os lotes foram
insatisfatórios, pois não atingiram o valor mínimo de 1,0 g por unidade. As compressas de tecido
sintético não possuem valor de referência, pois não apresentam densidade de fios já que seu tecido
não é de algodão. Vale ressaltar também que 5 lotes (2 sintéticas, 2 tipos II e 1 tipo III) apresentaram
variações anormais em sua massa unitária (± 0,1g), refletindo no desvio padrão relativo. De modo
geral 67% dos lotes foram insatisfatórios, excluindo as compressas de tecido sintético. O resultado
deste estudo aponta o alto índice de reprovação para as compressas de gaze realçando a necessidade

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2406


de sua discussão regulatória e a importância do controle da qualidade realizado pelo INCQS
contribuindo com o SNVS.

Palavras-chave: Compressas de gaze, Sintético, Lote, Pesagem.

Agradecimentos: Fiocruz, INCQS e Universidade do Grande Rio.

Referências:

BRASIL. (2013) Agência Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – NBR 13843 de 06 de fevereiro
de 2009. Artigos Têxteis Hospitalares – Compressa de Gaze – Requisitos e Métodos de Ensaio.

BRASIL. (1995) Instituto Nacional De Metrologia, Qualidade E Tecnologia – Inmetro. Portaria n.º
74, de 25 de maio de 1995. Regulamento Técnico Metrológico Estabelece os Critérios para
Verificação do Conteúdo Efetivo de Produtos Pré-medidos, com Conteúdo Nominal Igual, expresso
em unidades do Sistema Internacional de Unidades.. Disponível em: <
http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC000183.pdf >. Acessado em 16 de ago. 2017.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2407


Qualidade das luvas certificadas no Brasil: um estudo de caso

Natália Helena de Azevedo Oliveira1, Jonas Oliveira Fernandes2, Layz Santos Mars Carneiro3,
Gleyce Carolina Santos Cruz4, Lílian de Figueiredo Venâncio5, Anna Maria Barreto Silva Fust6,
Renata de Freitas Dalavia Vale7 & Michele Feitoza Silva8

1
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, natalia.oliveira@incqs.fiocruz.br
2
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, jfernandes@poli.ujrj.br
3
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, layz.mars@incqs.fiocruz.br
4
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, gleyce.cruz@incqs.fiocruz.br
5
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, lilian.venancio@incqs.fiocruz.br
6
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, anna.fust@incqs.fiocruz.br
7
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, renata.dalavia@incqs.fiocruz.br
8
INCQS, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, michele.feitoza@incqs.fiocruz.br

As luvas são produtos médicos submetidos à legislação sanitária e com exigência de certificação
metrológica. São utilizadas durante as rotinas de serviços de saúde, permitem a manipulação de
pacientes de forma segura e contribuem para preservação da integridade física do profissional.
Dentre as legislações vigentes que tratam do controle da qualidade de luvas temos as normas RDC
Nº 55/2011 da ANVISA e a Portaria Nº 332/ 2012 do Inmetro, que estabelecem a certificação
metrológica do produto, além da RDC Nº 185/2001, RDC Nº 56/2001 e a RDC Nº 16/2013 que são
para todos os artigos de saúde. O objetivo deste estudo foi avaliar o aspecto e os dizeres de
rotulagem de luvas utilizadas em 2 serviços de saúde e em 1 laboratório de referência nacional. As
amostras coletadas foram cadastradas no Harpya (Sistema de Gerenciamento de Amostras), na
modalidade de orientação, sendo codificadas por letras: A e B para os serviços e C para o
laboratório. Construiu-se formulários baseando-se nas legislações e com os mesmos avaliou-se 26
lotes de diversas marcas, sendo 18 estéreis e 8 não estéreis. Na análise de rotulagem todas as 26
amostras foram consideradas satisfatórias. No entanto, para 15 delas foram feitas sugestões aos
detentores. No aspecto, 4 amostras foram consideradas insatisfatórias e dentre os motivos observou-
se: presença de furos (1); manchas amareladas com partículas escuras (1), e outras que não estavam
indeléveis (2). Essas características encontradas contrariam a RDC Nº 56/2001 e a RDC Nº
55/2011. Dentre as amostras consideradas satisfatórias no ensaio de aspecto, 20 demandaram
observações e foram sugeridas melhorias aos detentores. O estudo proposto demonstra o impacto da
certificação para o produto luva, já que as amostras foram coletadas após a compulsoriedade e ainda
possibilita a discussão sobre não conformidades relevantes que podem causar danos aos pacientes.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2408


Os resultados alcançados revelam que a certificação metrológica deve ser considerada uma
ferramenta para o SNVS, mas de forma alguma pode substituir o monitoramento sanitário.

Palavras chave: Luvas, Controle de Qualidade, Certificação Compulsória.

Agradecimentos: Ministério da Saúde, FIOCRUZ, ANVISA e INCQS.

Referências:

BRASIL. (2001) Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. RDC Nº 56, de 06 de abril de
2001. Estabelece os requisitos essenciais de segurança e eficácia aplicáveis aos produtos para saúde,
referidos no Regulamento Técnico anexo a esta Resolução. Diário Oficial da União. 10 abr. 2001.

BRASIL. (2001) Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. RDC N° 185, de 22 de


outubro de 2001. Aprova o Regulamento Técnico que consta no anexo desta Resolução, que trata
do registro, alteração, revalidação e cancelamento do registro de produtos médicos na Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oficial da União. 24 out. 2001.

BRASIL. (2011) Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. RDC Nº 55, de 4 de


novembro de 2011. Estabelece os requisitos mínimos de identidade e qualidade para as luvas
cirúrgicas e luvas para procedimentos não cirúrgicos de borracha natural, de borracha sintética, de
mistura de borrachas natural e sintética e de policloreto de vinila, sob regime de vigilância sanitária.
Diário Oficial da União. 07 nov. 2011.

BRASIL. (2012) Instituto Nacional De Metrologia, Qualidade E Tecnologia – Inmetro. Portaria n.º
332, de 26 de junho de 2012. Aprovar a revisão dos Requisitos de Avaliação da Conformidade para
Luvas Cirúrgicas e de Procedimento Não Cirúrgico de Borracha Natural, Borracha Sintética e de
Misturas de Borrachas Sintéticas. Diário Oficial da União. 28 jun. 2012.

BRASIL. (2013) Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. RDC N°16, de 28 de março
de 2013. Aprova o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação de Produtos Médicos e
Produtos para Diagnóstico de Uso In Vitro e dá outras providências. Diário Oficial União. 01 abr.
2013.

Vasconcelos, B. M. et al. (2008). Uso de equipamentos de proteção individual pela equipe de


enfermagem de um hospital do município de Coronel Fabriciano. Revista Enfermagem Integrada –
Ipatinga: Unileste-MG. 1(1), 99-111.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2409


Estudo por análise fatorial visando o desenvolvimento de formulação
fotoprotetora para uma Farmácia Universitária do Estado do Rio de Janeiro

Natália Farias Santos¹, Thalita Martins da Silva2, Carolina Esper Ferreira2, Elizabeth Valverde
Macedo2, Carlos Augusto de Freitas Peregrino2, Eliana de Vares Cação3 & Emeli Moura de
Araújo1.
1
Faculdade de Farmácia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil
(emeliaraujo@id.uff.br); 2LURAEx, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro,
Brasil; 3FAU, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil.

Introdução: A exposição crônica e aguda a radiação violeta aumenta o risco do desenvolvimento


de câncer de pele que é altamente prevalente no Brasil1,2 e estudos demonstram que o uso regular de
protetores solares reduz estes riscos3. O meio primário de medir a eficácia de protetores solares é a
determinação do fator de proteção solar (FPS)4. Objetivo: Desenvolver formulação fotoprotetora
com valor de FPS entre 15 a 30 para uma Farmácia Universitária do Estado do Rio de Janeiro
através de análise fatorial, a fim de determinar quais fatores influenciam significativamente no valor
de FPS. Métodos: Foi realizado um planejamento fatorial completo (33) no Software Statistisca. Os
fatores estudados foram o pH (5, 6 e 7), a concentração do filtro ultravioleta (Avobenzona à 5% e
Metoxicinamato de Octila, nas concentrações de 5, 8 e 10%) e o percentual de gordura na base
galênica (0, 10 e 20,6%), a variável resposta foi o valor de FPS (p<0,05), totalizando 27
experimentos de formulações fotoprotetoras. Após o preparo das formulações o FPS foi
determinado por espectrofotometria segundo o método de Mansur5. Resultados: Após o tratamento
dos dados no Software Statistica, os fatores que mostraram-se estatisticamente significativos, ao
nível de significância de 95% foram: concentração de filtro UV e a composição do veículo.
Observou-se que estes fatores alteram linearmente o valor de FPS, no entanto ambos não possuem
interação sob o outro. Observou-se também que o fator pH não exerceu influência significativa no
FPS, pois seu p-valor deu acima de 0,05 e também não influenciou os demais fatores estudados. Os
valores mais altos de FPS encontrados foram de 18,2, 17,1 e 16,5, obtidos nas formulações com
concentração de 10% de Metoxicinamato de Octila e 0, 20,6 e 10% de gordura na base,
respectivamente. Conclusão: Através da análise fatorial foi possível estudar a influência de
diferentes fatores no FPS de formulações fotoprotetoras, a fim de eleger a formulação que
apresentou maior valor de FPS e como perspectiva será realizado um estudo de estabilidade na
formulação de FPS mais alto a fim de que esta possa ser utilizada na Farmácia Universitária em
questão.
Palavras-chave: Protetor solar, Desenvolvimento, Fator de Proteção Solar, Planejamento Fatorial.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2410


Referências:

Sambandan DR, Ratner, D. (2011); Journal of the American Academy of Dermatology. 64(4):748–
758.

Koifman S, Koifman R J. (2003);. Mutation Research. 544: 305–311.

Bakos L, Wagner M, Bakos RM. et al. (2002); International Journal of Dermatology. 41:557-562.

Brasil. (2012); Resolução - RDC Nº 30 de 1º de junho de 2012. Regulamento técnico mercosul


sobre protetores solares em cosméticos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília,
DF.

Mansur JS, Breder MNR, Mansur MCA et al. (1986); Anais Brasileiros de Dermatologia, Rio de
Janeiro. 61(3):121-24.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2411


Cinema de comédia no ensino de Deontologia Farmacêutica

Lêda Glicério Mendonça¹, Natalia Boechat², Francisco Romão Ferreira³ & Lúcia de La Rocque
Rodriguez4

1
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Rio de Janeiro (IFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil, leda.mendonca@ifrj.edu.br; 2Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil,
boechat.nataliag@gmail.com; 3Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil, fromao@terra.com.br; 4Fundação Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil,
larocque@fiocruz.br

Descrição do estudo
A proposição do uso do cinema de comédia em sala de aula emergiu da necessidade de se encontrar
uma estratégia motivadora para auxiliar na apreensão dos conteúdos da Deontologia e Ética
Farmacêutica, disciplina baseada em normas e leis, campo de pouco interesse dos alunos de
graduação em Farmácia. Essa prática pedagógica já foi utilizada com sucesso em outros contextos e
tomou como base estudos similares conduzidos anteriormente no Programa de Pós-graduação em
Ensino em Biociências e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz. Dessa forma, o trabalho visa discutir a
apropriação do cinema de comédia como estratégia no ensino de Deontologia e Ética Farmacêutica
e analisar, consequentemente, como a sétima arte reflete a imagem do profissional que pesquisa
medicamentos. Para tal, analisamos cinco filmes internacionais, aclamados pela crítica e pelo
público: O inventor da mocidade (1952); O professor aloprado (1963); Júnior (1994); O professor
aloprado (1996) e Sem sentido (1998). Os dados apurados indicaram que a grande maioria dos
discentes apoia o uso do cinema como ferramenta facilitadora e aproximadora de campos de
estudos considerados tão áridos e distantes de sua realidade e indicaram a comédia como gênero
cinematográfico de grande aceitação. No decorrer da análise dos filmes selecionados constatou-se
que a imagem do cientista de medicamentos construída pelo cineasta geralmente é atrelada ao
homem, professor de Universidade, médico ou químico. As farmacêuticas foram excluídas. Quando
o farmacêutico aparece no cinema, sua imagem é atrelada à botica do século XIX. Revela ainda que
o papel da mulher como coadjuvante da ciência sofreu modificações ao longo do tempo, embora
ainda persista. Estes fatos acabam, de certa maneira, tanto refletindo o senso comum como
reforçando esse estereótipo e influenciando ao grande público. Esperamos, com este trabalho, não
apenas contribuir para encorajar o uso do cinema no ensino de Deontologia, mas de forma ampla,
naquelas disciplinas que são de difícil compreensão ou não são apreciadas pela maioria dos alunos,
como também trazer à luz a discussão do papel do farmacêutico como legítimo pesquisador de

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2412


medicamentos, ressaltando que a mulher está ocupando, cada vez mais, uma fatia considerável
desse mercado.

Palavras-chave: Ciência, Arte, Ensino, Deontologia, Gênero

Agradecimento
Ao CAPES pelo o auxílio financeiro à pesquisa realizada.

Referências:

Snyders G. (1994); La alegría en la escuela.

Snyders G. (1995); Feliz na Universidade: estudo a partir de algumas biografias.

Snyders G. (1996); Alunos felizes: reflexão sobre a alegria na escola a partir de textos literários.

Schienbinger L. (2001); O feminismo mudou a ciência?

Cecy C, Oliveira GA, Costa EMMB. (2010); Metodologias ativas: aplicações e vivências em
educação farmacêutica.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2413


Development and Characterization of Nanoemulsion Containing Icaridin as
Insect Repellent

Márcio Robert Mattos da Silva, Raphaela Aparecida Schuenck da Silva, Elisabete Pereira dos
Santos & Eduardo Ricci Júnior1
1
LADEG (Laboratório de Desenvolvimento Galênico), Faculty of Pharmacy, Federal University of
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Introduction: The Icaridin is one of the newer repellents and its use in the development of products
is growing1. The Icaridin is insoluble in water2. Thus, Icaridin was incorporated into the Pluronic
F127® which is a biocompatible polymer widely used by the pharmaceutical and cosmetic
industry3. The formulation based in a nanoemulsion was used to incorporate the repellent. The
association of Pluronic with Icaridin is an innovation, because this association has not been found in
the literature. Aim of study: Development and characterization nanoemulsion containing Icaridin.
Materials & Methods: The repellent Icaridin (Galena), Conserve Novamint® (IPEL), propylene
glycol (Galena), Pluronic F127® (Sigma, MO, USA) and distilled water were used. Preparation of
nanoemulsion: The formulation was prepared by addition of methylisothiazolinone (Conserve
Novamint®) and propylene glycol in an amount of distilled water. Subsequently Pluronic F127®
was dispersed in the aqueous solution and keep in the refrigerator at 8°C. Finally, Icaridin was
slowly incorporated into the micellar dispersion under constant homogenization of an ultrasonic
processor (cycle 1, potency 100%). The amount of the Pluronic F127® in the nanoemulsion was
5%. Characterization of nanoemulsion droplets: Droplet size analysis of nanoemulsion was
determined in triplicate by photon correlation spectroscopy (PCS) in terms of average diameter
using a Zetasizer Nano ZS instrument (Malvern Instruments, UK) at 25 °C. The formulations were
diluted 1:10 with distilled water and analyzed. The organoleptic characteristics color, odor,
appearance and pH (potencial of Hydrogen) were evaluated. Results: The average droplet size of
nanoemulsion and polidispersity index (PDI) were 43 ± 3,98 nm and 0,5 ± 0,1, respectively. These
values may be due to their method of preparation. The nanoemulsion showed a transparent, odorless
and homogeneous appearance. The pH of the formulation was neutral (7,3) and can be administered
to the skin. Conclusions: The formulation was successfully produced. The mean droplet size
demonstrated that the formulation is nanostructured. Safety and efficacy in vivo studies will be next
steps of the project.

Keywords: Nanoemulsion, Droplet size, Pluronic F127® and Icaridin.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2414


References:

Tavassoli M, shayeghi M, Vantandoost H, Abai M, Khoobdel M, Bakhshi H, Rafi F. (2015); J


Entomol and Zool Stud. 3(2): 343-347.

US EPA (2005): 7505C. www3.epa.gov/.../chem.../fs_PC-070705_01-May-05.pdf.

Demirci S, Dogan A, Karakus E, Hahcr Z, Topço A, Demirci E, Sahin F. (2015); Biol Trace Elem.
Res. Doi 10.1007/s12011-015-0338-z.

Batrakova E V, Kabanov A V. (2008) J Control Release. 130(2): 98–106.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2415


Avaliação da qualidade das informações fornecida em sítios de saúde
brasileiros: tratamento farmacológico para insônia.

Stephanie de Moura Araujo Fernandes1, Sabrina Calil Elias2 & Thaísa Amorim Nogueira3.

1
Faculdade de Farmácia - Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil
(stephaniefernandes1000@yahoo.com.br); 2Faculdade de Farmácia - Universidade Federal
Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil (sabrinacalil@idd.uff.br ); 3Faculdade de Farmácia –
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Macaé, Brasil (thata_amorim@yahoo.com.br).

Introdução: Medicamentos para o tratamento da ansiedade e insônia foram o mais vendido no


Brasil. Com destaque para os benzodiazepínicos que ocuparam o topo da lista1. Em paralelo a
crescente utilização dos medicamentos hipnóticos, o aumento da necessidade dos consumidores
a informações sobre os mesmos2. Quando se refere à informação em saúde, a qualidade das
informações impactam a saúde da população. A internet tem importante influência na tomada de
decisão dos pacientes3. Objetivo: Avaliar a qualidade das informações sobre medicamentos
hipnóticos em site de saúde na língua português. Metodologia: Os sites selecionados foram
analisados a partir da aplicação de duas ferramentas, uma ferramenta consolidada que permitiu a
avaliação dos sítios quanto aos critérios técnicos e de conteúdo e o desenvolvimento de uma
fermenta especifica para analise dos critérios farmacológico. Após aplicação das duas
ferramentas os resultados foram analisados estatisticamente para a classificação dos sites em
níveis de qualidade em: ≥ 80 % - boa fonte de informação (B); < 80 ≥ 60 % - precisam de
melhorias para ser considerada boa fonte de informação (M); < 60% - não recomendável como
fonte segura de informação (R). Resultados: Foram avaliados 150 sítios. Critério técnico – 14
sítios ≥ 80% (B); 15 sítios de < 80 ≥ 60 % (M) e 121 sítios < 60% (R). Critério Conteúdo – 24
sítios > 80% (B); 33 sítios de < 80 ≥ 60 % (M) e 93 sítios < 60% (R). Critério farmacológico –
zero sítios > 80% (B); três sítios < 80 ≥ 60 % (M) e 147 sítios < 60% (R). Avaliação final dos
sítios, zero sítios > 80% (B); três sítios < 80 ≥ 60 % (M) e 147 sítios < 60% que engloba os
critérios conteúdo, técnico e farmacológico. Conclusão: Os resultados verificam que muitos
sítios fornecem informações com o nível de intermediário a baixo de qualidade, isto é,
necessitam de melhorias para ser considerada uma fonte boa de informação. No entanto, a
maioria dos sítios analisados não são recomendáveis como fonte segura e de qualidade.

Palavras-chave: Insônia, Medicamentos para insônia, Qualidade da informação, Internet.


CAAE: 62134816.0.0000.5243

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2416


Referências:

BRASIL.(2011) Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Boletim de Farmacoepidemiologia


do SNGPC. v.1, n.1, 8p.

MENDONÇA, A. P. B.; NETO, A. P.(2015) Critérios de avaliação da qualidade da informação


em sites de saúde: uma proposta. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação
em Saúde, v. 9, n. 1. ISSN 1981-6278.

GONDIM, A. P. S.; WEYNE, D. P.; FERREIRA, B. S. P.(2012) Qualidade das informações de


saúde e medicamentos nos sítios brasileiros. Einstein (São Paulo), v. 10, n. 3, p. 335-341. ISSN
1679-4508.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2417


Integração dos conteúdos de Química abordados no laboratório de graduação às
práticas diárias de um Farmacêutico

Yasmin Aguiar Faria Lima¹ & Luci Martins Viana²

1
Graduação em Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal Fluminense,
Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, yasmin_aguiar@hotmail.com;
2
Instituto de Química, Departamento de Química Orgânica, Universidade Federal Fluminense,
Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, gqoluci@vm.uff.br;

Introdução: Muitas vezes, o desinteresse dos alunos dos Cursos de Farmácia por algumas matérias
previstas na matriz curricular é bastante alto. Isso acontece, pois, grande parte dos conteúdos é
simplesmente apresentada aos estudantes sem, necessariamente, informá-los a respeito da sua
aplicabilidade. Nesse sentido, integrar o que é apresentado nas disciplinas iniciais à prática
farmacêutica pode se apresentar como uma excelente ferramenta para consolidar os conhecimentos
de forma lúdica e motivadora1. Objetivo: Dentro deste enfoque, este trabalho tem por objetivo a
proposição de experimentos que propiciem uma integração de conteúdos de disciplinas
experimentais de Química com técnicas básicas da vida profissional do Farmacêutico.
Metodologia: Dessa forma, foram realizados dois experimentos integrados, na disciplina de
Química Orgânica Experimental V, oferecida no segundo período, a uma turma de 12(doze) alunos.
O primeiro consistiu na obtenção dos óleos essenciais de cravo e canela, através da técnica de
hidrodestilação2. Após o cálculo de rendimento da extração e teste do grupo funcional do principal
componente, presente no óleo de cada matriz, foram confeccionadas pomadas com os óleos obtidos,
utilizando vaselina como base. Ao término do experimento os alunos responderam um questionário,
para avaliar a compreensão das práticas, em especial quanto a função de cada um dos componentes
da pomada. As práticas foram realizadas em grupos de 2(dois) alunos, que ao final levaram as
pomadas para casa em recipiente apropriado. Os experimentos foram realizados em duas aulas
práticas de 3(três) horas cada uma, adequados ao tempo de aula. Resultados: As práticas
propiciaram a discussão de temas como extração, polaridade e solubilidade das substâncias. Através
da confecção da pomada, foi feita a integração dos conteúdos de Química com o cotidiano do
Farmacêutico, fomentando o interesse do aluno quanto ao uso de óleos essenciais em formulações
usadas em aromaterapia3. Conclusão: Os experimentos, além de integrar o conteúdo da disciplina
ao cotidiano do profissional de Farmácia, permitiram também ampliar a visão discente no tocante as

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2418


atribuições da futura profissão e a responsabilidade que este deve exercer em suas atividades,
quanto a escolha e qualidade de materiais.

Palavras chave: Óleos essenciais, Hidrodestilação, Pomadas, Aulas experimentais.

Agradecimentos: A Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD/UFF) pela bolsa de monitoria.

Referências:

Ely, CR.; Lindner, EL.; Amaral, LC. (2009); Diversificando em Química: propostas de
enriquecimento curricular. Mediação: Porto Alegre.

O’ Neil, MJ. (Ed.) (2001); The Merck Index: an encyclopedia of chemicals, drugs and biological.
13th ed.; Merck & CO: Rahway.

Santos, AS. (2011); Óleos essenciais: uma abordagem econômica e industrial, Rio de Janeiro,
Interciência.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2419


Contaminação microbiana em monitor de glicemia:
pesquisa de possíveis patógenos

Ana Maria Targa¹

1
Consultora técnica farmacêutica, Resende, Rio de Janeiro, Brasil.
Email: anatarga8@gmail.com
Profissional de saúde, não afiliada a instituição.

Introdução: monitores de glicemia fotométricos permitem que ocorra acúmulo de sangue na


superfície do equipamento, uma vez que a reação ocorre a partir da amostra aplicada na guia da tira-
teste, que fica na região externa do aparelho. No automonitoramento doméstico pacientes diabéticos
não têm o hábito de higienizar o monitor a cada medição, tampouco profissionais de saúde que
utilizam o mesmo monitor em pacientes diferentes, inclusive em ambiente hospitalar.
A ausência de dados em literatura que sinalizem o tipo de contaminação microbiana que pode
ocorrer nestes casos originou o presente estudo. Objetivo: avaliar a possível contaminação
microbiana presente na superfície interna e externa da área onde a amostra de sangue é aplicada em
monitor de glicemia fotométrico. Material: foram utilizados 54 monitores de glicemia marca Accu-
Check Active, sendo 52 de pacientes de automonitoramento doméstico e 02 que eram utilizados
para monitorar pacientes em ambiente ambulatorial (Unidade Básica de Saúde). Método de ensaio:
foi utilizada metodologia e especificação segundo a USP 39, capítulo geral, <61>, <62> e FB 5ª
Edição. A metodologia foi previamente validada e conduzida no Laboratório de Microbiologia do
CONFAR/USP. Foram realizados os seguintes testes: contagem de aeróbios totais e leveduras e
pesquisa dos patógenos P. aeruginosa, S. aureus, E. coli e C. albicans. Na devolução dos monitores
Accu-Check Active foram coletadas informações sobre os pacientes, especialmente em relação à
periodicidade/limpeza do monitor após o uso. Resultados: em 12,96% (7/54) monitores foram
identificadas cepas patogênicas de S. aureus e em 3,70% (2/54) houve contagem de aeróbios totais
superior a 102 UFC/cm2. Relataram limpeza pelo menos uma vez por semana 22 pacientes
(40,74%), incluídos os dois monitores em uso coletivo nas UBSs. Não houve paciente/profissional
de saúde que relatou limpeza após cada medição. Conclusões: a contaminação por aeróbios em
quase 4% dos monitores e contaminação específica por S. aureus em cerca de 13% dos monitores
revela que existe contaminação microbiana em monitores fotométricos. Neste tipo de tecnologia a
amostra entra em contato direto com a superfície do monitor, tornando-se fonte potencial de
contaminação. Esta informação torna-se mais relevante quando se considera o uso coletivo de
monitores.
Palavras-chave: contaminação, monitor, Accu-Chek® Active.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2420


Agradecimentos
Departamento de Microbiologia do CONFAR/USP.

Referências

Accu-Chek®. Monitores de Glicemia. Portal Site. Disponível em www.accu-chek.com.br/


monitores-de-glicemia. Acesso em 10/09/2017.

ANVISA. RDC Anvisa Nº 36, de 25 de julho de 2013. Institui ações para a segurança do paciente
em serviços de saúde e dá outras providências. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2871504/%281%29RDC_36_2013_COMP.pdf/ca75ee
9f-aab2-4026-ae12-6feef3754d13. Acesso em 10/09/2017.

BRASIL. Farmacopeia Brasileira 5ª edição, Volume 1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.


Item 5.5.3 Ensaios Microbiológicos, p. 236-253. Brasília: Anvisa, 2010. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/260079/5ª+edição+-+Volume+1/4c530f86fe83-4c4a-
b907-6a96b5c2d2fc. Acesso em 10/09/2017.

FDA. Letter to manufacturers of blood glucose monitoring systems listed with the FDA; 2010 Sep
30 (Update 12/19/2016). Disponível em: https://www.fda.gov/MedicalDevices/Productsand
MedicalProcedures/InVitroDiagnostics/ucm227935.htm. Acesso em 10/09/2017.

Geaghan MS. Infection transmission associated with point of care testing and the laboratory’s role
in risk infection. eJIFCC. 2014Sep4; 25(2):188-194. Disponível em: www.ncbi.nlm.nih.gov /
pubmed/27683466. Acesso em 10/09/2017.

Manual MSD. Infecções estafilocócicas. Infecções por S. aureus. Versão Saúde para a Família.
Infecções. Disponível em http://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/
infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas/infec%C3%A7%C3%B5es-por-staphylococcus-aureus.
Acesso em 10/09/2017.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria Nº 2.583, de 10 de outubro de 2007. Define elenco de


medicamentos e insumos disponibilizados pelo Sistema único de Saúde, nos termos da Lei Nº
11.347 de 2006, aos usuários portadores de diabetes mellitus. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/prt2583_10_10_2007.html. Acesso em
10/09/2017.

Thompson ND, Perz JF. Eliminating the blood: ongoing outbreaks of hepatitis B virus infection and
the need for innovative glucose monitoring techniques. J Diabetes Sci Technol. 2009Mar; 3(2):283-
8. Disponível em: www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2771515/. Acesso em 10/09/2017.

Thompson ND, Schaefer MK. “Never Events”: Hepatitis B outbreaks and patient notifications
resulting from unsafe practices during assisted monitoring of blood glucose, 2009-2010. J Diabetes
Sci Technol. 2011Nov1; 5(6):1396-1402. Disponível em: www.ncbi.nlm.nih.gov/
pubmed/22226257. Acesso em 10/09/2017.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2421


Plantas herbáceas e árvores nativas com atividade medicinal da floresta escola
do campus Quinta do Paraíso, UNIFESO, Teresópolis/RJ.

Larissa Aparecida Dimas Rodrigues1, Mayara Viana de Almeida1 & Liane Franco Pitombo1
1
Centro Universitário Serra dos Órgãos, Teresópolis/RJ, Brasil, Estrada da Prata s/n, Prata,
Teresópolis, RJ, CEP:25976-340.

O emprego de plantas na prevenção ou cura de enfermidades é uma cultura antiga, mas ainda
presente nos dias atuais1-2. No entanto, a grande maioria das plantas brasileiras utilizadas para fins
medicinais carece de estudos a fim de comprovar sua eficácia e seu reconhecimento como
medicamento3. Além disso, as plantas medicinais são freqüentemente conhecidas por seus nomes
populares, o que gera riscos e confusões, visto que espécies diferentes são conhecidas pelo mesmo
nome em diferentes regiões do país4. Por esta razão é importante atrelar o conhecimento das
propriedades das plantas a seus nomes científicos5, bem como reconhecê-las no ambiente natural,
antes de serem secas e/ou processadas. Os objetivos do presente trabalhado incluem: capacitar os
estudantes na identificação visual de plantas herbáceas e árvores nativas da Mata Atlântica com
propriedades medicinais presentes na Floresta Escola do UNIFESO, preparar excicatas das plantas
herbáceas identificadas, organizar um registro fotográfico das plantas herbáceas e árvores nativas
selecionadas para estudo, e atuar na manutenção da Floresta Escola através da preservação das
coroas das árvores, controle de pragas e competidores, e rega. As plantas herbáceas estudadas
cresceram de forma espontânea no solo da Floresta Escola, sendo identificadas visualmente e
fotografadas durante os intervalos de uso da ceifadeira para corte do capim e competidores. Os
registros fotográficos foram comparados com dados da literatura. As árvores nativas do bioma Mata
Atlântica foram cultivadas na Floresta Escola em meados do ano de 2014, em local de pastagem de
3000m2, no Campus Quinta do Paraíso (UNIFESO – Teresópolis/RJ). Posteriormente foram
listadas as propriedades medicinais e/ou alimentares de todos os vegetais catalogados. Até o
momento foram registradas várias espécies de plantas herbáceas que creceram espontaneamente no
solo da Floresta Escola e que posssuem propriedades medicinais/alimentícias, dentre elas:
alfavacão, caruru, erva de capitão, erva macaé, erva moura, erva de S. João, hortelã, jurubeba,
melissa, picão branco, serralha verdadeira, taioba, tanchagem, entre outras. Entre as árvores da
Mata Atlântica foram identificadas 12 espécies com propriedades medicinais: angico, assa-peixe,
embaúba, goiaba, ipê-roxo, fumeiro, mulungu, pau-jacaré, pata-de-vaca, pitanga, sibipiruna e
panacéia.

Palavras-chave: Árvores nativas, Floresta Escola, Plantas herbáceas, Propriedades medicinais.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2422


Referências:

Junior VFV, et al. (2005); Quím Nova 28 (3): 519-528

Maciel MAM, et al. (2002); Quím Nova 25(3): 429-438

Sobrinho FAP, et al. (2017); Rev Acad: Ciênc Anim 9(2): 195-206

Machado MAB. et al. (2017); Facit Business and Technol Journ 1(2): 31-54

Madeiro AAS, de Lima CR (2017); Interf Cient-Saúde e Amb. 5(2): 41-52

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2423


Avaliação in vitro da capacidade antimicrobiana dos extratos de Uncaria
tomentosa (Willd) D.C.

Thalita Martins da Silva1,2, Carlos Augusto de Freitas Peregrino1, Elizabeth Valverde de Macedo1,
Lenise Arneiro Teixeira2, Luciana Ramires Esper2 & Samanta Cardozo Mourão1,2

1
Laboratório Universitário Rodolpho Albino, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de
Janeiro, Brasil; 2Faculdade de Farmácia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro,
Brasil;

Introdução: A Uncaria tomentosa é uma planta medicinal utilizada na medicina popular para o
tratamento de diversas enfermidades como inflamações e reumatismo. Os crescentes problemas
associados ao limitado espectro de ação dos antibióticos e à resistência múltipla aos mesmos tem
aumentado o interesse pelo estudo dos efeitos antimicrobianos das drogas vegetais. Objetivo: O
presente trabalho avaliou a capacidade antimicrobiana de extratos vegetais de U. tomentosa frente a
patógenos comumente encontrados em ambientes hospitalares. Metodologia: Cepas de
Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa
coletadas de ambientes hospitalares foram testadas utilizando diferentes concentrações (2,5; 5; 10;
20; 30; 40; 50 e 60 mg/mL) dos extratos aquoso, alcoólico e hidroalcoólico (50%) obtidos a partir
da rasura de Uncaria tomentosa e também do extrato etanoico comercial (55 °GL) e extrato seco
comercial de Uncaria tomentosa. Os extratos foram incorporados em meio de cultura apropriado à
avaliação antimicrobiana e os crescimentos microbianos testados utilizando replicador de Steers.
Um total 28 cepas foram avaliadas, sendo 7 de cada espécie microbiana, incluindo a cepas padrão.
Resultados: As cepas de Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa foram
inibidas em diferentes percentuais dependendo do tipo de extrato. Apenas o extrato alcoólico e o
extrato seco comercial foram capazes de inibir 100% das cepas testadas. As cepas de
Staphylococcus epidermidis foram inibidas por todos os extratos testados. Os patógenos Gram-
negativos mostraram-se menos susceptíveis à ação antimicrobiana do extrato vegetal. O aumento da
frequência de micro-organismos resistentes torna importante o desenvolvimento de novas drogas ou
de alternativas complementares à terapia. Mesmo considerando as diferentes polaridades, os
extratos obtidos apresentam atividade antimicrobiana semelhante frente aos microrganismos
testados. Conclusão: Os extratos vegetais de U. tomentosa possuem atividade antimicrobiana
representando grande potencial de contribuição para a saúde pública.

Palavras-chave: Uncaria tomentosa, atividade antimicrobiana, extrato vegetal

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2424


Agradecimentos: Instituto Vital Brazil,

Referências:

Herrera, D et al. (2010); Journal of Oral Science. 52 (3): 473-6


\
Keplinger, K et al. (1998); Journal of Ethnopharmacology. 64: 23-34

Kloucek, P et al. (2005); Journal of Ethnopharmacology. 99: 309-312

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2425


Efeitos do extrato de Euterpe oleracea mart. (açaí) e de bloqueadores do sistema
renina angiotensina sobre a esteatose hepática associada a obesidade

Matheus Henrique Romão1, Izabelle Barcellos Santos1, Graziele Freitas de Bem1, Lenize Costa dos
Reis Marins de Carvalho1, Thamires Barros Tavares1, Amanda Farias de Medeiros1, Ricardo
Andrade Soares1, Dayane Teixeira Ognibene1, Roberto Soares de Moura1, Cristiane Aguiar da
Costa1 & Angela de Castro Resende1

1Departmento de Farmacologia e Psicobiologia, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes,


Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro – Brasil

Introdução: Estudos prévios de nosso grupo mostram que o extrato hidroalcoólico do caroço do
açaí (ASE) apresenta propriedade vasodilatadora1 e produz efeitos antihipertensivo, antioxidante e
hipolipidêmico,2,3 além de reduzir os níveis de renina em modelo de hipertensão4. Portanto, o
objetivo deste estudo foi avaliar o efeito preventivo do tratamento com o ASE sobre as alterações
hepáticas em modelo animal de obesidade, comparando-o com os efeitos de fármacos inibidores do
SRA: enalapril (ENA) e o telmisartam (TEL). Metodologia: Camundongos machos C57BL/6
foram separados em cinco grupos: controle (dieta 10% lipídeos); HF (dieta 60% lipídeos); HF+ASE
(300 mg/kg-1), HF+ENA (30 mg/kg-1) e HF+TEL (10 mg/kg-1). Protocolo aprovado pela
comissão de ética da UERJ (CEUA/034/2015). A dieta foi administrada concomitantemente com
estes tratamentos, realizados por gavagem intragástrica, durante três meses. A massa corporal,
glicemia e pressão arterial foram avaliados durante o período de tratamento. Ao fim do tratamento e
posteriormente ao sacrifício dos animais foram avaliados o peso do fígado, o perfil lipídico hepático
através de kit colorimétrico, a atividade das enzimas antioxidantes e o dano oxidativo através da
peroxidação lipídica e carbonilação de proteínas em homogenato de fígado por espectrofotometria.
A esteatose foi avaliada histologicamente e quantificada por sistema de 36 pontos. Resultados: No
grupo HF houve um aumento do peso, da glicemia e da pressão arterial, alterações prevenidas pelo
tratamento com ASE e ENA. O TEL demonstrou apenas efeito anti-hipertensivo. O tratamento com
ASE e ENA preveniram o aumento dos níveis de triglicerídeos hepáticos observado nos grupos HF
e HF+TEL. O aumento do peso do fígado e a esteatose observados no grupo HF foram prevenidos
pelo tratamento com ASE e ENA. Os níveis hepáticos de colesterol não foram diferentes nos
animais estudados. O tratamento com ASE e ENA preveniram a redução da atividade antioxidante
observada no grupo HF. Conclusão: Nossos resultados indicam que o ASE preveniu os efeitos
deletérios da dieta HF, podendo ter sua eficácia comparada ao ENA. Esses efeitos benéficos do
ASE devem envolver a redução do ganho de peso, o efeito antioxidante e possivelmente a

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2426


modulação do SRA, demonstrando-se uma ferramenta importante no tratamento da esteatose
hepática.

Apoio Financeiro: CNPq e FAPERJ.

Palavras-chave: Obesidade, Esteatose Hepática, Açaí

Referências:

Rocha AP, Carvalho LC, Sousa MA, et al. (2007); Vascul Pharmacol. 46: 97-104.

Oliveira PR, Costa CA, de Bem GF, et al. (2015); PLoS ONE 10(12): e0143721.

De Oliveira PR, da Costa CA, de Bem GF, et al. (2010); J Cardiovasc Pharmacol. 56; 619-626.

Costa CA, Oliveira PR, de Bem GF, et al. (2012); Naunyn-Schmiedeberg's Arch Pharmacol
385:1199–1209

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2427


Desenvolvimento, caracterização e avaliação da atividade fotoproterora de
nanossistemas formados por silicatos minerais e filtros solares inorgânicos.

Juliana Patrão de Paiva(1,2,5)*, Raiane Diniz(1,2,4), Renan Aquino(1,2,4), Bianca Corrêa(3),

Alicia Viviana Pinto(4), Alvaro Leitão(1), Lucio Mendes Cabral(5) e Marcelo de Pádula(2).
(1) Laboratório de Radiobiologia Molecular, IBCCF, UFRJ.
(2) Laboratório de Microbiologia e Avaliação Genotóxica, FF, UFRJ.
(3) Laboratório de Modelagem Molecular & QSAR 3D, FF, UFRJ.
(4) Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, FIOCRUZ.
(5) Laboratório de Tecnologia Industrial Farmacêutica, FF, UFRJ.
* e-mail: jupaiva_rj@hotmail.com

Introdução: A radiação ultravioleta (UV), emitida pelo sol, é capaz de contribuir na geração de
carcinogênese, mesmo em células proficientes em mecanismos de reparo do DNA. Alguns
componentes usados em formulações para fotoproteção possuem características indesejadas,
como o Dióxido de Titânio (TiO2) que apresenta atividade oxidativa, gerando espécies reativas de
oxigênio, porém já foi relatado aumento significativo do FPS após o encapsulamento de TiO 2.
Objetivo: Preparar e caracterizar nanossistemas formados por silicatos minerais (MMT) e filtros
solares inorgânicos (TiO2 e Óxido de Zinco [ZnO]), avaliar seus efeitos letais e mutagênicos
(potencial fotoprotetor) em diferentes cepas da levedura Saccharomyces cerevisiae, a fim de
desenvolver formulações fotoprotetoras. Material e Métodos: Foram irradiadas diferentes cepas
(selvagem e ogg1::TRP1) sob lâmpada de UV-B (taxa de dose = 15 J/m2/s) e simulador solar
(LSS) (taxa de dose = 25 J/m2/s de UV-A e UV-B = 1,2 J/m2/s). A eficácia de fotoproteção é
evidenciada pela sobrevivência celular e a segurança de fotoproteção pela mutagênese.
Resultados e discussão: Após radiação UV-B, a combinação de filtros físicos composta por
MMT+TiO2+ZnO, em diferentes tamanhos de partícula, aumentaram a fração de sobrevivência,
quando comparado ao controle e a frequência de mutação aumentou de 4 a 6 vezes. Portanto,
foram mais eficazes ao proteger as células, porém esta eficácia está atrelada ao aumento número
de mutantes CanR, indicando possível aumento na formação de ERO após uso da radiação UVB.
Após uso da LSS, somente a combinação de filtros em escala nanométrica, provocou aumento na
frequência de mutação, quando comparadas ao controle, ratificando o efeito tóxico do ZnO após
radiação UV. Conclusão: Serão desenvolvidas formulações para proteção solar com diferentes
filtros orgânicos e inorgânicos que apresentaram melhor perfil de fotoproteção nos testes com
levedura S. cerevisiae. Ainda, sugere-se que lesões produzidas pela radiação UV possuem
contribuição oxidativa significativa, o que é biologicamente relevante em termos de danos no DNA.

Palavras-chave: Fotoproteção, Mutagênese, Montmorilonita.

Agradecimentos: CNPq, FAPERJ, FF, IBCCF.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2428


Proposta de implantação da farmácia clínica na Unidade de Pronto Atendimento
24H – UPA 24H
Suzana Maria Bernardino Araújo1
Orientadora: Fernanda dos Santos Zenaide

1 Pós Estácio de Sá, Rio de Janeiro, Brasil; polacow@uol.com.br e vandre-mateus@uol.com.br. Rua


Albert Sabin, 673, Panorama. Teresópolis – RJ CEP: 25963-190
E-mail: suzanamariabernardino@gmail.com

RESUMO

INTRODUÇÃO: A inserção do farmacêutico clínico nas Unidades de Pronto Atendimento 24H


contribui de forma significativa na terapêutica do paciente e na qualidade do serviço prestado, assim
como na redução de custos de uma unidade. Porém estudos evidenciaram que poucos hospitais
brasileiros possuem farmacêuticos clínicos atuantes no serviço de emergência. OBJETIVOS: Criar
uma proposta de implantação do serviço de farmácia clínica na UPA 24H, traçar um fluxograma
estabelecendo diretrizes a serem seguidas; elaborar formulários para coleta de dados obtidos através
da análise das prescrições; propor rotina de visita farmacêutica e estabelecer cronograma de
implantação do serviço de farmácia clínica, com datas definidas, e periodicidade de reuniões com as
equipes envolvidas. METODOLOGIA: Realizado um levantamento bibliográfico dos assuntos
relacionados à farmácia clínica em unidades de pronto atendimento; elaborado instrumento de
coletas dos dados obtidos; selecionados artigos e periódicos no período entre 2000 a 2015.
RESULTADOS: Os problemas relacionados ao medicamento podem ser corrigidos e/ou evitados
com a atuação do farmacêutico clínico. A UPA 24H é uma unidade dinâmica e de alta rotatividade,
necessitando que a implantação deste serviço seja de forma consciente e estruturada, conforme
propõe este estudo. CONCLUSÃO: A implantação do serviço de farmácia clínica na UPA 24H
ratifica a importância do farmacêutico neste ambiente, resultando na qualidade e segurança do
atendimento prestado.

PALAVRAS-CHAVES: Farmácia clínica, Intervenções farmacêuticas, Unidades de Pronto


Atendimento e UPA 24H.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2429


REFERÊNCIAS

MARTINS, HS, Damasceno MCT, Awada SB. (2008); Pronto-socorro – Diagnóstico e


tratamento em emergências. 2a ed. rev. e ampl. São Paulo: Manole.

BRICOLA, S. (2012); Farmácia clínica: Mais do que um conceito, uma prática essencial.
Disponível em: http://portal.crfsp.org.br/comissoes-assessoras/comissoes/2515-comissao-de-
farmacia-clinica.html. Acesso em 02/12/2012.

SOARES, J.C e SILVA, D.L. (2010); A realidade dos serviços prestados UPA 24H na região
sudeste. São Paulo. Editora Atheneu; Pág. 40.

LING apud MIRANDA. (2012); Intervenções realizadas pelo farmacêutico clínico na unidade
de primeiro atendimento. Eisten (São Paulo) vol.10 Nº1 Jan/Mar.2012, p.2.

FAIRBANKS, R.J, HILDEBRAND J.M, KOLSTEE, K.E, SCHNEIDER S.M, SHAH M.N. (2007);
Medical and nursing staff highly value clinical pharmacists in the emergency department.
Emerg Med J. 24(10):716-9.

BROWN J.N, BARNES C.L, BEASLEY B, CISNEROS R, POUND M, HERRING C. (2008);


Effect of pharmacists on medication errors in an emergency department. Am J Health Syst
Pharm. 65(4):330-3.

NUNES, R.M.Z. (2010); Implantação de farmácia clínica na UNIMED de João Pessoa:


Desafios e resultados. Revista Meio de cultura hospitalar. Ano XIII, Nº44.

RODRIGUES, C.M. (2016); Aspectos jurídicos da farmácia clínica e da prescrição


farmacêutica. Academia Nacional de farmácia. São Paulo 28 de julho de 2016. Disponível em:
http://www.academiafarmacia.org.br/02_DrCarlosMagno.pdf Acesso em 16/08/2017.

PILAU R, HEGELE V, HEINECK I. (2014); Atuação do Farmacêutico Clínico em Unidade de


Terapia Intensiva Adulto: Uma Revisão da Literatura. Rev. Bras. Farm. Hosp. Serv. Saúde São
Paulo v.5 n.1 19-24 jan./mar. Disponível em:
http://www.sbrafh.org.br/rbfhss/public/artigos/2014050103000472BR.pdf. Acesso em 25/08/2017.

COSTA J.M, ABELHA L.L, DUQUE F.A.T. (2013); Experiência de implantação do serviço de
farmácia clínica em um hospital de ensino. Rev. Bras. Farm. 94 (3): 250 – 256. Disponível em:
http://www.rbfarma.org.br/files/rbf-v94n3-08.pdfm. Acesso em 25/08/2017.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2430


Desenvolvimento de métodos cromatográficos para análise de heparina injetável

Andreza da Costa de Santana1, Anna Carolina Machado Marinho1, Patricia Conde de Lima1, Ozeias
de Lima Leitao1, Debora Alves Fonseca1, Raissa Lamin Teixeira1, Claudia Maria da Conceicao1,
Filipe Soares Quirino da Silva1 & Silvana do Couto Jacob1

1Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saude, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
E-mails: andreza.santos.costa07@gmail.com; anna.marinho@incqs.fiocruz.br;
patricia.lima@incqs.fiocruz.br; ozeias.leitao@incqs.fiocruz.br; deborallves7@gmail.com;
raissalamin@gmail.com; claudia.conceicao@incqs.fiocruz.br; filipe.soares@incqs.fiocruz.br;
silvana.jacob@incqs.fiocruz.br

O monitoramento dos produtos no mercado e um dos instrumentos valiosos para a efetividade das
acoes de vigilancia sanitaria. E para tanto a pesquisa atribuida as analises laboratoriais se faz
necessario a fim de que se produza conhecimento e se verifique a conformidade dos produtos com
as normas sanitarias1. O desenvolvimento de metodologias fisico-quimicas que sao capazes de avaliar
a qualidade com acuracia dos produtos biol6gicos e um grande desafio para a vigilancia sanitaria. A
heparina (Hep), droga com propriedades anticoagulantes e antitromb6ticas, entra neste contexto
devido aos eventos adversos ocorridos entre 2007 e 2008, onde diversos pacientes apresentaram
reacoes alergicas e levados a 6bito2. Com a mobilizacao da sociedade cientifica e dos
6rgaos reguladores, a investigacao destes lotes suspeitos apontou um grande teor de dermatan
sulfato (DS), impureza prevista em quantidades inferiores a 1%, evidenciando purificacao
ineficiente deste produto biol6gico; e condroetina supersulfatada (OSCS), especie nao-natural, cuja
estrutura e atividade se assemelham a heparina, sendo de dificil deteccao pelos metodos padroes

farmacopeicos em vigor no periodo da crise3,4. Por mais que houvesse a busca por parte dos
compendios oficiais e a literatura em melhorar as analises, ha grande deficiencia de metodos fisico-
quimicos relacionados ao produto acabado. Os compendios oficiais contem diversas metodologias
fisico-quimicas para a materia-prima heparina s6dica e calcica, e para forma farmaceutica injetavel

e preconizado apenas a analise de material particulado e de pH5. O objetivo deste trabalho foi analisar
tres amostras distintas de heparina como produto acabado a partir de metodo
cromatografico de identificacao de Hep, DS e OSCS e metodo cromatografico de quantificacao
relativa de DS e OSCS. Observa-se a presenca de DS na maior parte das amostras analisadas, no
entanto a quantificacao nao pode ser realizada em todos os casos, porque este metodo e menos
sensivel do que o de identificacao. A unica amostra passivel de quantificacao estava dentro do

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2431


limite estabelecido pela Farmacopeia Americana6. Conclui-se que os resultados obtidos pelos
metodos cromatograficos sao complementares ao fornecer uma identificacao e quantificacao
relativa dos componentes das formulacoes de heparina, favorecendo assim uma maior
confiabilidade do produto biol6gico disponibilizado a populacao.

Palavras-chave: Heparina, Controle De Qualidade, CLAE.

Agradecimentos:
A estrutura cedida pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saude. Ao auxilio
financeiro proporcionado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnol6gico e
pela Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria.

Referencias:

Fonseca EP. (2013); Vigilancia Sanitaria em Debate. 1(2): 22-26

Guerrini M, Beccati D, Shriver Z, Naggi AM, Bisio A, Capila I, Lansing J, Guglieri S, Fraser B, Al-
Hakim A, Gunay NS, Viswanathan K, Zhang Z, Robinson L, Venkataraman G, Buhse L, Nasr M,
Woodcock J, Langer R, Linhardt R, Casu B, Torri G, Sasisekharan R. (2008); Nature Biotechnology.
26(6): 669-675.

Trehy ML, Reepmeyer JC, Kolinski RE, Westenberger BJ, Buhse LF. (2009); Journal of
Pharmaceutical and Biomedical Analysis 49: 670-673

Liu L, Linhardt RJ, Zhang Z. (2014); Carbohydrate Polymers 106: 343-350

The United States Pharmacopeia (2016); National Formulary 34: 4188

The United States Pharmacopeia (2016); National Formulary 34: 4193

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2432


Nanoradiofármacos para imagem de câncer de mama: desenvolvimento,
caracterização e imagem em animais induzidos

Luis Filipe Cavalcanti Santos1, Michelle Alvares Sarcinelli2,3, Marta de Souza Albernaz4, Marzena
Szwed5, Alexandre Iscaife3, Kátia Ramos Moreira Leite3, Mara de Souza Junqueira6, Emerson
Soares Bernardes7, Emerson Oliveira da Silva2, Maria Ines Bruno Tavares2, Ralph Santos-Oliveira1

1
Instituto de Engenharia Nuclear, Comissão Brasileira de Energia Nuclear, Rio de Janeiro, Brasil;
2
Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, Brasil; 3Laboratórios de Investigação Médica, Faculdade de Medicina, Universidade de
São Paulo, São Paulo, Brasil; 4Setor de Radiofarmácia, Hospital Universitário Clementino Fraga
Filho, Rio de Janeiro, Brasil; 5Departamento de Termobiologia, Faculdade de Biologia e Proteção
ambiental, Universidade de Lodz, Lodz, Polônia; 6Laboratório de Oncologia Experimental,
Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil; 7Centro de Radiofarmácia,
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), São Paulo, Brasil.

Descrição do Estudo
Introdução: Anticorpos Monoclonais na forma de nanopartículas poliméricas ganham evidência e
conferem a essa nova categoria de medicamento diversas vantagens, principalmente por reduzir o
número de reações adversas e, no caso dos radiofármacos, reduzir também a quantidade de radiação
(dose) administrada ao paciente. Objetivo: Nesse estudo, um nanoradiofármaco foi desenvolvido
utilizando ácido polilático (PLA)/álcool polivinílico (PVA)/montmorillonita (MMT)/nanopartículas
de trastuzumab marcadas com tecnécio-99m (99mTc) para diagnóstico por imagem de câncer de
mama. Materiais e métodos: Além do desenvolvimento do nanoradiofármaco, afim de se obter a
confirmação da formação das nanopartículas, testes de microscopia de força atômica e
espalhamento dinâmico de luz foram realizados, bem como a medição da citotoxicidade da
nanopartícula e sua biodistribuição com o 99mTc em animais saudáveis e induzidos. Esse estudo e
os procedimentos com os animais foram aprovados pela comissão de ética no uso de animais da
Universidade Federal de Pernambuco (CEUA-UFPE) sob o número: 23076020578201327.
Resultados: Os resultados da microscopia de força atômica revelou que as nanopartículas eram
esféricas, com uma faixa de tamanho entre ~200-500 nanômetros. A análise de espalhamento
dinâmico de luz demonstrou que até 90% das nanopartículas produzidas tinham um tamanho de 287
nanômetros com potencial zeta de – 14,6 mV. Os resultados de citotoxidade revelaram que as
nanopartículas eram capazes de alcançar as células do câncer de mama. Os dados de biodistribuição
demonstraram que as nanopartículas de PLA/PVA/MMT/trastuzumab marcadas com 99mTc tinham
uma excelente depuração renal e também uma alta adesão pela lesão, já que cerca de 45% das
nanopartículas de PLA/PVA/MMT/trastuzumab injetadas aderiram à lesão. Conclusão: Os dados

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2433


apoiam as nanopartículas de PLA/PVA/MMT/trastuzumab marcadas com 99mTc como
nanoradiofármacos para o diagnóstico por imagem do câncer de mama.

Keywords: Radiofármaco, nanotecnologia, oncologia, nanomedicina, farmácia nuclear

References:

Mitra A, Nan A, Line BR, Ghandehari H. Nanocarriers for nuclear imaging and radiotherapy of
cancer. Curr Pharm Des. 2006;12(36):4729–4749.

Choi Y-E, Kwak J-W, Park JW. Nanotechnology for early cancer detection. Sensors (Basel).
2010;10(1):428–455.

Mease RC, Lambert C. Newer methods of labeling diagnostic agentswith Tc-99m. Semin Nucl
Med. 2001;31(4):278–285.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2434


A evolução da profissão farmacêutica e um novo modelo de cuidado ao paciente

Claudiana de Jesus Felismino & Larissa Andrade da Conceição

Câmara Técnica de Farmácia Clínica. Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro.
Brasil.

As atividades relacionadas à farmácia tiveram início com a criação das boticas, no século X, época
em que a farmácia e a medicina eram uma única profissão. No final do século XIX e início do século
XX inicia-se o processo da industrialização dos medicamentos, gerando com isso um distanciamento
dos profissionais e pacientes. Diante disso, uma enorme insatisfação por parte dos profissionais deu
origem, na década de 1960 nos Estados Unidos, a um movimento denominado Farmácia Clínica,
tendo como objetivo reaproximar o profissional dos pacientes e da equipe de saúde1,2. No Brasil as
primeiras ações ocorreram com a criação da Lei N.o 8.080/1990 e foi quando se ouviu falar pela
primeira vez em Atenção Farmacêutica. Uma ação complementar a essa foi a criação da Política
Nacional de Medicamentos com o objetivo de garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade
dos medicamentos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados
essenciais. A pratica de Atenção farmacêutica encontra-se inserida no contexto da Assistência
Farmacêutica e não é possível a realização da Atenção Farmacêutica sem a Farmácia Clínica, já que
a mesma fundamenta-se essencialmente no acompanhamento farmacoterapêutico3,4,5,6,7,8. Os primeiros
serviços de farmácia clínica no Brasil aconteceram em 1981 e desde a sua implantação tem se
mostrado promissor, apresentando resultados de redução das reações adversas previsíveis, tempo de
internação, mortalidade e custos. 9,10,11,12,13Com base nesses resultados verificou-se a possibilidade de
se estender o serviço de atendimento clínico farmacêutico aos consultórios farmacêuticos, que se
tornou possível com a regulamentação da atividade através da Resolução 586/2013 e da Classificação
Nacional de Atividades Econômicas21, ações conquistadas pelo Conselho Federal de Farmácia.
Tornando assim uma realidade no Estado do Rio de Janeiro, que conta hoje com cerca de sessenta
farmacêuticos prescritores, possibilitando assim um atendimento farmacoterapêutico aos pacientes
de unidades básicas, fazendo valer o que transcrevia a Política Nacional de Saúde sobre o direito de
saúde universal, sendo dever do estado promover a assistência terapêutica integral. Gerando assim
um novo modelo de cuidado que visa a integralização do profissional as equipes de saúde e melhoria
dos serviços terapêuticos prestados à população14,15,16.

Palavras-chave: Profissão Farmacêutica, Farmácia Clínica, Prescrição Farmacêutica.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2435


Referências

Andries, A. O Surgimento e a evolução da profissão farmacêutica. 2011. Disponível em: <


http://www.ecofarmajr.com.br/2011/09/o-surgimento-e-a-evolucao-da-profissao-farmaceutica/>.
Acesso em: 28/08/2017.

Pereira, L. R. L.; Freitas, O. A evolução da Atenção Farmacêutica e a perspectiva para o Brasil. Rev
Bras Cien Farm 2008; vol. 44, n. 4, out/dez., 2008.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). The role of the pharmacist in the health care
system. Geneva: OMS, 1994. 24p

Brasil. CONSENSO BRASILEIRO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA - PROPOSTA. Atenção


Farmacêutica no Brasil: “Trilhando Caminhos”. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde,
2002. 24p.

Zubioli, A.; Santana, G. M. Prescrição Farmacêutica sem mistérios. O FARMACÊUTICO EM


REVISTA. CRF- PR. Ed 111, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Lei N.º 8.080/1990.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Política Nacional de Medicamentos, 2001.

João, W. S. J. Reflexões sobre o Uso Racional de Medicamentos. Pharmacia Brasileira nº 78 -


Setembro/Outubro 2010.

Pereira, L. R. L. Farmácia Clínica no Brasil: a formação de um profissional capacitado e seu impacto


na construção de uma Assistência Farmacêutica de qualidade no Sistema Único de Saúde.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto.
Ribeirão Preto-SP, 2013.

Brasil. Conselho Federal de Farmácia. Tarcisio José Palhano relata o início e a consolidação da
Farmácia Clínica, no Brasil. Disponível em:< http://www.cff.org.br/noticia.php?id=807> Acesso
em: 29/08/2017.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Manual Brasileiro de Acreditação


Hospitalar / Secretaria de Assistência à Saúde. – 3. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde,
2002.

Ferracini, F. T et al. Implantação e evolução da farmácia clínica no uso racional de medicamentos em


hospital terciário de grande porte. 1 Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.
einstein. 2011; 9(4 Pt 1):456-60.

McMullin ST, Hennenfent JA, Ritchie DJ, Huey WY, Lonergan TP, Schaiff RA, et al. A prospective,
randomized trial to assess the cost impact of pharmacistinitiated interventions. Arch Intern Med.
1999;159(19):2306-9.

BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução 585 de 29 de Agosto de 2013.


Junior, A. A. G et al. Linha Guia do Cuidado Farmacêutico. Uma estratégia para promover o uso
racional de medicamentos e a farmacovigilância no SUS. Belo Horizonte. MG, junho de 2009.
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução 586 de 29 de Agosto de 2013.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2436


Avalia�ao de L-Asparaginase (ASP) por eletroforese em gel de poliacrilamida

Debora Alves Fonseca1, Anna Carolina Machado Marinho1, Patricia Conde de Lima1, Ozeias de
Lima Leitao1, Andreza da Costa de Santana1, Raissa Lamin Teixeira1, Claudia Maria da Conceicao1,
Filipe Soares Quirino da Silva1 & Silvana Couto Jacob1

1
Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
E-mails: deborallves7@gmail.com; anna.marinho@incqs.fiocruz.br;
patricia.lima@incqs.fiocruz.br; ozeias.leitao@incqs.fiocruz.br; andreza.santos.costa07@gmail.com;
raissalamin@gmail.com; claudia.conceicao@incqs.fiocruz.br; filipe.soares@incqs.fiocruz.br;
Silvana.jacob@incqs.fiocruz.br

A L-Asparaginase (ASP) e uma enzima que age diminuindo a concentração de L-asparagina livre
no plasma impedindo a proliferação de células cancerígenas. A ASP atua no tratamento de crianças
com Leucemia Linfoblastica Aguada (LLA) atendidos pelo SUS no âmbito da politica Nacional
para Prevenção e Controle do Câncer. Atualmente, a ASP e o único medicamento disponível com
esse fim. Em janeiro, a Anvisa autorizou, em caráter excepcional, a importação de um novo
fabricante da ASP, uma vez que não possui registro no Pais. Dentre outras ações, a Anvisa solicitou
ao INCQS a avaliação preliminar de diferentes fabricantes (A e B). O primeiro distribuído ao SUS
de forma centralizada entre 2013 e 2016 e o segundo a partir do presente ano 1,2,3. Este trabalho teve
como objetivo avaliar diferentes formulações de ASP mediante a técnica de eletroforese em gel de
poliacrilamida. Foram selecionados dois produtores diferentes com apresentação de 10000UI
frasco-ampola na forma de pó liofilizado, as amostras selecionadas foram diluídas em agua purificada
tipo I ate concentração final de 80µg/mL. Uma amostra de material de referência (MR) foi preparada
concomitantemente, assim como o padrão de proteínas marcadoras Low Range (Bio-Rad®), todas
as soluções foram então submetidas a eletroforese em gel descontinuo de poliacrilamida na presença
do tensoativo aniônico dodecil sulfato de sódio (SDS-PAGE) a 12%. A corrida eletroforetica foi
desenvolvida a 30mA e 110V. Os géis obtidos foram corados com Comassie e Nitrato de prata e
digitalizados no densitometro pelo programa QuantityOne (Bio- Rad®). As amostras sao
provenientes de E. coli e de acordo com a literatura possuem 348 aminoácidos, pI 5,96 e massa molar
(MM) de 37kDa. Com base nos resultados adquiridos podemos concluir que o método utilizado foi
promissor e estudos complementares estao sendo realizados por outras técnicas. E, também, evidente
a importância da Vigilância Sanitária, visando garantir que os mesmos não ofereçam riscos nem
danos a saúde da população.

Palavras-chave: L-Asparaginase, Eletroforese Unidimensional, Vigilância Sanitária

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2437


Referencias:

Junior, JGS. Eletroforese De Proteínas: Guia Teórico-prático (2001); 1a ed. Rio de Janeiro: Interciência
1:125p

Abribat, T.; Sainte Foy Les Lyon. (2012); Pegylated L-Asparaginase. US. License:
2012/0100121 A1, 2012.

Silva FA. Avaliação epidemiológica das leucemias linfoblasticas em crianças brasileiras e


implicação de infecções na sua patogênese. 2009. 123f. Tese (Doutorado em Oncologia) - Instituto
Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2009.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2438


Potencialidades e fragilidades da inserção de ferramentas da Educação a
Distância em cursos de graduação de Farmácia

Márcia dos Angeles Luna Leite¹, Ana Lígia Bender1, Christiane Colet1, Denise Bueno1, Letícia
Abruzzi Ghiggi1, Luciana Oliveira de Carvalho1, Luis César de Castro1.

1
Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil,
Rua São Nicolau, 1070.

Descrição do estudo
Introdução: A quebra de paradigma na educação perpassa pela crescente inserção de ferramentas
da Educação a Distância (EaD) na formação de profissionais da saúde. O Decreto 9.057/20171, que
redefine os aspectos da oferta de cursos à distância, constitui matéria de debate nas instituições de
ensino superior e deve ser estendido à sociedade. O objetivo da atividade em ambiente de fórum
regional compreendeu a contextualização dos pressupostos da educação à distância e a análise
docente das potencialidades e fragilidades do uso desta modalidade.Método: Mediante o emprego
da Técnica do Grupo Nominal2, docentes farmacêuticos e coordenadores de cursos de farmácia de
um estado do Sul do Brasil apontaram e hierarquizaram potencialidades e fragilidades da Educação
a Distância. Resultados: As cinco principais potencialidades do uso da EaD foram: 1º Gestão da
Aprendizagem; 2º Uso da Tecnologia no processo de ensino aprendizagem; 3º Flexibilidade de
horário e local de estudo; 4º Complementariedade ao ensino presencial; 5º Outra forma de interação
no processo de ensino aprendizagem. Os cinco principais fatores apontados como fragilidades
preponderantes no modelo de EaD foram: 1º Limitações para o desenvolvimento de habilidades; 2º
Falta de aproximação interpessoal para a criação do vínculo; 3º Falta de comprometimento do aluno
com as atividades a distância; 4º Falta de formação específica do docente para o uso das novas
tecnologias; 5º Desinteresse do aluno pelas atividades a distância. As discussões apontaram para a
necessidade de apropriação docente quanto à legislação vigente, bem como de atualização quanto às
metodologias educacionais. A percepção da qualificação profissional docente quanto às
metodologias presenciais, e especialmente em modelo à distância, aponta a preocupação objetiva
para com o fortalecimento na formação farmacêutica. Conclusão: Tecnologias de informação
compreendem importantes recursos contemporâneos na construção do conhecimento. Habilidades
específicas, especialmente procedimentais e atitudinais, encontram especial dificuldade para
construção de competências em modelo de EaD.

Palavras-chave: Educação a Distância, Farmácia, Educação farmacêutica.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2439


Referências:

BRASIL. DECRETO Nº 9.057, DE 25 DE MAIO DE 2017. Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394,


de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário
Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, Seção 1, p. 3, 26 mai. 2017.

JONES, J.; HUNTER, D. Qualitative research: consensus methods for medical and health services
research. British Medical Journal, 311, 376-380. 1995.

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2440


Dispensação de medicamentos em um home care no município do Rio de Janeiro
de 2015 a 2016
Andressa Cristina Da Silva De Lima1; Daniela Vieira de Castro Gomes1; Ervylene Trevenzoli de
Sousa1
1 – Universidade Estácio de Sá

Introdução: O termo Home Care, do inglês, pode ser traduzido para a língua portuguesa como
cuidado no lar. O atendimento domiciliar pode ser definido como um conjunto de ações de saúde,
realizados em ambiente domiciliar, por uma equipe multiprofissional em conjunto com os
familiares, visando a recuperação, prevenção, atenção, o cuidado e o bem-estar do paciente. O
farmacêutico juntamente com a equipe multiprofissional, buscará que o paciente possua um
tratamento farmacoterapêutico efetivo. Isto ocorrerá por ações como a Assistência Farmacêutica,
Atenção Farmacêutica e a Farmacovigilância, que juntas promoverão o uso racional de
medicamentos. Objetivo: Avaliar quais medicamentos, por classe farmacológica, foram mais
dispensados em um Home Care, no Município do Rio de Janeiro, no período de janeiro de 2015 a
dezembro de 2016. Metodologia: A pesquisa foi realizada através da análise de dados gerados por
um sistema denominado Incoway (IW), contendo informações quantitativas do processo de
dispensação de todos os medicamentos padronizados pela unidade, sem dados de pacientes, não
sendo necessário a submissão ao CEP. Foram considerados na pesquisa somente fármacos nas
formas farmacêuticas em comprimidos e cápsulas e, dados relevantes a quantidade dispensada de
cada medicamento por classe farmacológica, onde trabalhou-se apenas com cinco principais classes,
sendo elas: antimicrobianos, anti-hipertensivos, analgésicos e anti-inflamatórios e, fármacos que
atuam no sistema nervoso central. Resultados: A Nitrofurantoína, Losartana, Dipirona e Quetiapina
foram os medicamentos mais dispensados no período estudado. Analisando o total do quantitativo
encontrado para esses quatro medicamentos nos 24 meses no estudo, a Quetiapina, um fármaco
agente no sistema nervoso central, apresentou 53% do quantitativo total das medicações mais
dispensadas, perfazendo 43.358 comprimidos dispensados de janeiro de 2015 a dezembro de 2016.
Esses medicamentos mais dispensados, atendem em sua totalidade características de enfermidades
que normalmente são diagnosticadas em pacientes em atendimento domiciliar, onde na maioria dos
casos são idosos. Conclusão: Em virtude do atual aumento na expectativa de vida e o crescente
número de idosos na população, aumentou-se o índice de doenças crônicas ligadas ao
envelhecimento, o uso de medicamentos para essas morbidades e a utilização de serviços de saúde,
como o Home Care.

Palavras-chave: Home Care, Atendimento domiciliar, Dispensação

Revista Brasileira de Farmácia - V99 - N1 - 2018 2441


Revista Brasileira de Farm6cia – ISSN 2176 – 0667 (on line)

Volume 99 Número 1 Janeiro / Abril - 2018

EXPEDIENTE
Editores Emeritos Nuno Alvares Pereira (in memoriam)
Levy Gomes Ferreira
Salvador Alves Pereira (in memoriam)
Editora-chefe Dr. Robson Roney Bernardo

Conselho Editorial Benedito Carlos Cordeiro (Universidade Federal Fluminense) Carla


Valeria Vieira G. Feraz (Universidade Federal Fluminense) Cleverton
Kleiton F. de Lima (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Debora
Omena Futuro (Universidade Federal Fluminense)
Elizabeth Valverde (Universidade Federal Fluminense)
Gabriela Bittencourt G. Mosegui (Universidade Federal Fluminense)
Ilidio Ferreira A/onso (Instituto Hahnemanniano do Brasil)
Ivone Manzalli de S6 (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Luiz Augusto S. de Oliveira (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Maria Eline Matheus (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Maria Letice do Couto (Universidade Gama Filho I ABF)
Maria Rita de Macedo (Escola Nacional de Saúde Publica)
Sabrina Calil Elias (Universidade Federal Fluminense)
Selma Rodrigues de Castilho (Universidade Federal Fluminense)
Vera Lucia Luiza (Escola Nacional de Saúde Publica)

Associação Brasileira de Farmacêuticos


Rua dos Andradas, 96I102 andar - Centro
Rio de Janeiro - RJ - Brasil - 20.051-000
Telefax (0xx21)2263-0791 - (0xx21)2233-3672
www.abf.org.br - abf@abf.org.br
Presidente Dra Aline Coppola Napp
Vice-Presidente Dr Jose Liporage Teixeira
1ª secretário Dra Isabella de Oliveira da Silva
2ª secretario Dr. Alex Sandro Rodrigues Baiense
Tesoureira Dra Alaide dos Santos Rodrigues
Museu Dra Gisele Maria Antunes Tadeu Rocha
Cursos Dra Talita Barbosa Gomes
Biblioteca Dra. Ethel Celene Narvaez Valdez
Revista Dr.. Robson Roney Bernardo
Eventos e Marketing Dr.. F6bio Lima Reis
1º Conselheiro Fiscal Dr. Fabricio Reis do Nascimento
2º Conselheiro Fiscal Dr. Rodrigo Rosando Vieira
3º Conselheiro Fiscal Dra. Valeria Villas Boas Duarte

Brazilian Journal o/ Pharmacy

Vous aimerez peut-être aussi