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ECONÔMICA
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
ENGENHARIA ECONÔMICA
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) aluno(a),
Seja muito bem-vindo(a) a nossa disciplina. É com imenso prazer que eu, professora
Andréia, apresento a você o nosso livro Engenharia Econômica, que foi escrito com todo
carinho.
Como o engenheiro de produção precisa tomar decisões o tempo inteiro, a Engenharia
Econômica é uma disciplina que se faz necessária para o curso de Engenharia de Produ-
ção, pois é por meio dela que conhecemos os fundamentos/ferramentas para a tomada
de decisão.
Antes de iniciar nosso estudo, apresentarei um pouco da história da engenharia econô-
mica. O estudo dessa área iniciou-se nos Estados Unidos, em 1887, após a publicação do
livro “The Economic Theory of Railway Location”, de Arthur Wellington, sobre a viabilidade
econômica para o setor de ferrovias norte-americano. De lá para cá, a engenharia eco-
nômica tornou-se uma importante área de estudo para todos os profissionais, tanto de
empresas privadas quanto de organizações públicas, que precisam fazer escolhas, ou
seja, tomar decisões.
Toda a dinâmica da engenharia de produção é baseada na matemática financeira, que
tem como preocupação o valor do dinheiro no tempo. Então, posso citar como exem-
plos de aplicação da engenharia econômica:
■■ A escolha entre transportar material manualmente ou comprar uma correia
transportadora.
■■ Decidir se a rede de abastecimento de água será com tubos finos ou grossos.
■■ Comprar uma determinada máquina a prazo ou à vista.
Para tomar as decisões citadas acima, é necessário um estudo econômico sobre o im-
pacto de cada escolha. Para isso, deve-se levar em consideração alguns fatores, como
conjuntura econômica, taxa de juros, retorno/rentabilidade do investimento, entre ou-
tros, que iremos discutir ao longo da nossa disciplina.
O nosso livro foi estruturado em cinco unidades. Na primeira, farei uma introdução ao
estudo da economia. Você compreenderá quais são, de fato, as variáveis de estudo da
economia e os princípios que regem as ciências econômicas. Na sequência, discutire-
mos duas grandes áreas de estudo da economia: microeconomia e macroeconomia. As
três primeiras unidades têm um significado especial, pois, para tomarmos decisões, é
importante conhecermos o ambiente no qual a empresa está inserida. E, claro, como
esse ambiente afeta a tomada de decisão.
APRESENTAÇÃO
UNIDADE I
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
13 Introdução
14 Significado de Economia
17 Princípios de Economia
32 Considerações Finais
UNIDADE II
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
39 Introdução
52 Equilíbrio de Mercado
66 Os Custos de Produção
67 Considerações Finais
UNIDADE III
FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS
75 Introdução
76 Introdução à Macroeconomia
82 Políticas Macroeconômicas
92 Considerações Finais
SUMÁRIO
UNIDADE IV
101 Introdução
UNIDADE V
127 Introdução
153 Conclusão
155 Referências
157 Gabarito
Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
I
UNIDADE
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar o significado de economia.
■■ Compreender o motivo que faz com que a economia seja a ciência da
escolha.
■■ Discutir os princípios de economia.
■■ Conhecer os conceitos básicos de economia.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Significado de economia
■■ Princípios de economia
■■ Conceitos básicos de economia
13
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) a nossa primeira unidade do livro Engenharia Econômica.
Esta é uma unidade muito importante para o entendimento da disciplina, pois
nela você conhecerá os fundamentos econômicos que darão suporte às tomadas
de decisão que fazem parte da engenharia econômica, além de ser de extrema
relevância para todas as pessoas que procuram compreender, ainda que de forma
geral, o mundo e a sociedade na qual vivemos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para isso, a unidade está dividida em três tópicos: no primeiro, iremos estu-
dar o significado de economia, em outras palavras, o que, de fato, as ciências
econômicas estudam, tenho certeza que muitos irão se surpreender, pois muitas
pessoas acreditam que economia ensina a economizar ou mesmo a investir na
bolsa de valores, o que não é real. A economia envolve muito mais do que sim-
ples variáveis, ela é a grande responsável por alocar, ou seja, distribuir os recursos
que são limitados entre as pessoas. Por essa razão, é uma ciência tão complexa.
Após entender o significado e a importância da economia, veremos os prin-
cípios básicos que a regem. São dez princípios que unificam as ideias centrais da
economia e dão uma noção sobre o que, realmente, ela trata. Não se preocupe,
nesse momento, em decorar todos eles. Procure entendê-los e, com o anda-
mento da nossa disciplina, essas ideias serão aprofundadas e ficarão mais claras.
No terceiro e último tópico da primeira unidade, estudaremos alguns concei-
tos econômicos básicos, conceitos esses que darão suporte para o entendimento
da disciplina como um todo. Então, fique atento(a) e, caso não tenha ficado muito
claro algum conceito, volte e releia com muita atenção.
Assim, ao final desta unidade, você será capaz de compreender conceitos
econômicos fundamentais que influenciam a sociedade como um todo, seja
governo, empresas, famílias (consumidores) e os outros países.
É importante observar que a forma como esta primeira unidade foi estruturada
inicia o estudo da economia não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Ou seja, os
fundamentos da economia são iguais em qualquer país, seja em países considerados
ricos ou em países em desenvolvimento. Os conceitos básicos sempre estarão presentes.
Bons estudos!
Introdução
I
SIGNIFICADO DE ECONOMIA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Redução na oferta.
■■ Desemprego.
■■ Inflação.
■■ Alterações na taxa de câmbio.
■■ Carga tributária.
■■ Aumento da taxa de juros, entre outros.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
15
As palavras recursos escassos estão em negrito, pois a escassez, que pode ser
definida como a situação em que os recursos são limitados, é a culpada por todos
os problemas econômicos. Então, podemos afirmar que a economia tem como
objeto de estudo a escassez. Se os recursos fossem ilimitados, não haveria economia.
É importante observar que a escassez está relacionada a diversas variáveis,
como tempo, dinheiro, espaço físico, matéria-prima, mão de obra, seja especiali-
zada ou não, entre outras. Por esse motivo, está presente em todas as economias,
seja em países ricos, como os Estados Unidos, que é a maior economia do mundo,
seja em países em desenvolvimento, como os países do continente africano.
Já necessidades ilimitadas estão destacadas, pois, diferente da escassez, os
desejos humanos são ilimitados, ou seja, nunca terminam. Por exemplo, temos
R$ 50,00 para ir ao shopping comprar uma blusa. Chegando lá, compramos uma
blusa, mas, logo, desejamos uma calça ou uma bolsa e assim sucessivamente.
Resumindo, temos um sério problema:
Recursos escassos X Necessidades humanas ilimitadas
Escassez de bens
Problema!
Significado de Economia
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
suficiente para satisfazer os que o querem. A primeira lição da política é des-
considerar a primeira lição da economia”.
Fonte: Thomas Sowell (2011).
Com base no que discutimos até agora, você percebeu que a Ciência
Econômica procura responder, mesmo que de forma parcial, questões como:
■■ Como os preços são determinados?
■■ Como reduzir a inflação?
■■ Como melhorar a distribuição de renda de um país?
■■ Como fazer com que aumente o número de empregos?
■■ Qual são as funções do governo?
■■ Por que uma crise internacional afeta a economia nacional?
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
17
■■ O que produzir?
■■ Quanto produzir?
■■ Para quem produzir?
■■ Como produzir?
PRINCÍPIOS DE ECONOMIA
Princípios de Economia
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
um determinado problema e acaba acarretando outros. Por exemplo: uma forma
de fazer com que um país cresça é aquecendo a demanda. Porém, ao aumen-
tar a demanda, os preços sobem e gera inflação. Então, o objetivo inicial, que
era fazer com que o Produto Interno Bruto (PIB) aumentasse, acabou por fezer
com que a taxa de inflação também aumentasse. Nesse caso, existe um tradeoff
entre crescimento e inflação.
E a situação apresentada acima reflete a tomada de decisão. Ou seja, “nada é
de graça”, como diz o provérbio. Na economia, nada é de graça também, pois sem-
pre que queremos alguma
coisa, precisamos abrir mão
de outra coisa que gostamos.
Assim, precisamos tomar
decisões, fazer escolhas e
renunciar a algo em decor-
rência de outro objetivo.
Por exemplo: neste
momento, você dedicou,
digamos, duas horas do seu
dia para estudar a disciplina
Engenharia Econômica. Para
isso, você teve que abrir mão
de outra atividade, como ver
televisão. Agora, você tem
outra escolha: você pode
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
19
dividir as duas horas entre estudar e ver televisão. Nesse caso, você estará abrindo
mão de uma hora de estudo para assistir uma hora do seu programa favorito. Essa
foi sua escolha. Diariamente, ou melhor, a toda hora, temos tradoffs e precisa-
mos fazer escolhas. O governo e as empresas também precisam tomar decisões
a toda hora.
Princípio 2: O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la
Como enfrentamos diversos tradeoffs, ao tomar decisão, é necessário compa-
rar os custos com os benefícios gerados para cada alternativa possível. Porém nem
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sempre o custo de uma ação é muito claro, mesmo assim, precisa ser avaliado.
Por exemplo: você resolveu se matricular no curso de Engenharia de Produção
da Unicesumar. Como benefício, você tem enriquecimento do conhecimento,
novas oportunidades de emprego, aumento salarial, entre outros. Por outro lado,
você tem custo, com a mensalidade, dedicação (terá que abrir mão de outras ati-
vidades por algumas horas, em função de estudar), entre outros.
A situação apresentada é chamada de custo de oportunidade, que é definido
por Mankiw (2012) como aquilo de que você abre mão para obter outro item.
No nosso exemplo, você abriu mão de parte do seu salário, hoje, para pagar a
mensalidade e de parte do seu dia para estudar, em função de cursar uma gradu-
ação, para ter, futuramente, aumento salarial, novas oportunidades de emprego
e aumento de seu conhecimento.
Então, o custo de oportunidade está presente em todas as situações de esco-
lha. Nós sempre precisamos levar em consideração, ao tomar uma decisão, do
que estamos abrindo mão, ou seja, custos e benefícios daquela ação; assim como
a empresa e o governo que precisam, também, analisar o custo de oportunidade
sempre.
Princípios de Economia
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
empresa venderá a esse valor,
pois o custo marginal des-
ses 10 passageiros é muito
pequeno, quase insignifi-
cante, e eles irão consumir
alimentos a bordo, o que
mostra o custo marginal.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
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Qual foi um tradeoff importante que você enfrentou recentemente? Sua es-
colha foi racional? Você levou em consideração os custos e benefícios da sua
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ação?
Fonte: a autora.
Princípios de Economia
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ao decidir a oferta. O preço formado pela relação entre demanda e oferta reflete
o preço de mercado por bens e serviços e o custo da manufatura.
No entanto, é importante observar que o governo pode e deve, em mui-
tos casos, tomar medidas de forma a impedir que o mercado se ajuste sozinho.
Medidas essas como impostos, subsídios, entre outras.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
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Princípios de Economia
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
serviços, gerando infla-
ção. Por outro lado, quando
temos muita demanda, as
empresas precisam con-
tratar mais trabalhadores,
gerando aumento no nível
de empregos.
Resumindo: no curto
prazo, o aumento da
demanda, gera inflação e
reduz o desemprego.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
25
Agora que você já conhece os dez princípios que regem a economia, discutire-
mos alguns conceitos básicos que serão fundamentais para o entendimento das
demais unidades do livro. Procure relacionar os princípios que estudamos com
os conceitos que irei apresentar a você. Preparado(a)?
OPORTUNIDADE
BEM QUANTIDADE
X (roupas) 180 160 150 130 100 60
Y (alimentos) 10 20 30 40 50 60
Ponto 1 2 3 4 5 6
Quadro 1: Quantidade de cada bem que pode ser produzido dada a quantidade de fatores de produção
disponível
Fonte: a autora.
Caso a economia queira produzir tanto o bem X quanto o bem Y, ela deverá
“abrir mão” de determinada quantidade de um bem para produzir o outro. Por
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
exemplo, para produzir 20 unidades de y, a empresa deverá deixar de produ-
zir 20 unidades de x, ou, para 30 unidades de y, deverá deixar de produzir 20
unidades de x. Para ficar mais fácil, vamos visualizar essa situação por meio
do Gráfico 1.
Alimentos
(toneladas)
6
60
50 5
40 4
3
30
2
20
1
10
0 60 100 130 150 160 180
Roupas
(milhares)
Gráfico 1: Curva das possibilidades de produção ou curva de transformação da situação hipotética
apresentada
Fonte: a autora.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
27
Alimentos
(toneladas)
6 8
60
50 5
40 4
3
30 7
2
20
1
10
0 60 100 130 150 160 180
Roupas
(milhares)
Gráfico 2: Pontos de produção que estão fora da curva das possibilidades de produção
Fonte: a autora.
Alimentos
(toneladas)
6 8
60
50 5
40 4
3
30 7
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2
20
1
10
0 60 100 130 150 160 180
Roupas
(milhares)
Gráfico 3: Deslocamento da curva das possibilidades de produção dada uma mudança tecnológica
Fonte: a autora.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
29
Bens e serviços podem ser definidos como tudo aquilo capaz de atender uma
necessidade humana. Lembrando que as necessidades humanas são ilimitadas
e cada pessoa tem a sua necessidade. Os bens podem ser classificados de duas
formas principais: em relação a sua raridade e em relação a quem os oferta. No
que diz respeito à raridade, os bens e serviços podem ser:
1. Livres – são aqueles bens nos quais a quantidade é ilimitada e podem ser
obtidos sem nenhum esforço humano, por esse motivo, não têm preço, e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a economia não se preocupa com eles, por exemplo, mar, rio, lagoa, oxi-
gênio, entre outros.
2. Econômicos – são bens e serviços limitados (escassos), têm valor de mer-
cado e precisam de esforço humano para produzi-los, por exemplo, carro,
computador, caneta, entre outros. Os bens e serviços econômicos são os
bens estudados pela economia.
Os bens econômicos podem ser classificados, quanto a sua natureza, em:
a. Materiais – são bens tangíveis e que podem ser estocados. Por exemplo,
computador, sapato, roupa etc. Podem ser:
I. Consumo – bens duráveis e de consumo imediato. Exemplo: roupa.
II. Intermediário – necessários para fabricação de bens de consumo.
Exemplo: matéria-prima.
III. Capital – permitem produzir bens. Exemplo: máquinas.
b. Imateriais ou serviços – são intangíveis, não podem ser estocados e, assim
que são consumidos, acabam, como uma consulta médica, uma aula ou
uma consultoria.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
exemplo, a segurança pública e o corpo de bombeiros.
b. Privados – são bens ou serviços ofertados pelas empresas e têm como
características serem disputáveis e exclusivos, ou seja, só quem pagar pelo
bem poderá levá-lo para casa, e o consumo de uma pessoa exclui o con-
sumo da outra, como uma roupa ou um alimento.
Para melhor visualizar a classificação dos bens quanto a quem os oferta, veja o
Quadro 2:
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
31
AGENTES ECONÔMICOS
Para fabricar bens e serviços, comprar produtos, pagar tributos, regular a econo-
mia, entre outros, ou seja, para fazer com que a economia gire, são necessários
os agentes econômicos, que podem ser definidos como uma pessoa de natureza
física ou jurídica que, por meio de suas ações, contribui para o funcionamento
do sistema econômico. Esses agentes podem ser classificados em:
a. Empresas – também são conhecidas como unidades produtivas, são
responsáveis pela produção e comercialização dos bens e serviços. As
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b. Recursos humanos – é a contribuição do ser humano na produção. Podem
ser físico ou intelectual. Como trabalho físico, temos o trabalho de um
agricultor no campo. Já uma consulta médica é considerada um traba-
lho intelectual.
c. Capital – são bens utilizados no processo produtivo, como máquinas,
construções, infraestrutura, entre outros.
Atualmente, além dos três fatores de produção clássicos que citamos anterior-
mente, ainda temos a capacidade empresarial e o empreendedorismo como
fatores de produção, pois é fundamental a tomada de decisão dos empresários
quanto à utilização dos recursos produtivos. A tecnologia também pode ser con-
siderada um fator de produção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
33
Considerações Finais
1. Explique, utilizando o conteúdo estudado na primeira unidade, como a econo-
mia está presente em sua vida.
2. Cite três exemplos de tradeoffs importantes com que você se depara na sua vida,
seja pessoal ou profissional.
3. Vamos supor que você esteja pensando se vai tirar férias ou não. Para sua deci-
são, você está pesquisando pacotes de viagens. Sabendo que os custos da via-
gem são monetários e os benefícios são psicológicos, como você pode comparar
os custos com os benefícios?
4. Por que a tecnologia é a melhor alternativa para resolver o problema econômico,
considerando principalmente que os recursos são escassos?
35
Imagine a seguinte situação: uma moça Para alguns, a decisão de aproveitar a pro-
escreve um e-mail ao namorado e lê um moção de gasolina pode parecer sem
livro de 150 páginas enquanto espera numa sentido, mas, para outros, trata-se de uma
fila que durou mais de três horas. O motivo medida bastante razoável. O que acontece
disso é que um determinado posto de gaso- é que, para todos nós, a decisão de comprar
lina está fazendo uma superpromoção e ou não a gasolina é basicamente a mesma:
vendendo o litro do combustível a R$1,99, comparamos os custos com os benefícios.
para inaugurar novos postos da mesma Precisamos fazer escolhas o tempo todo,
rede. porque não temos tudo que queremos.
A promoção durou das dez horas ao meio Após estudar a primeira unidade no nosso
dia de um sábado e os consumidores só livro, você sabe que não é possível con-
poderiam adquirir 69 litros. “Estou na fila seguir estudar ou trabalhar 40 horas por
desde que ela se formou. Nunca vi o preço semana, jogar futebol, andar de bicicleta,
da gasolina tão baixo e acho que isso não praticar surfe, ir ao cinema, ler um romance
vai acontecer de novo”, contou Vera, que e, ainda, sair pra se divertir com os ami-
dirigiu cerca de 14 quilômetros e chegou ao gos. Simplesmente não há tempo para fazer
posto oito horas, mas já encontrou sete car- tudo isso; é preciso escolher algumas ativi-
ros a sua frente. “Como meu carro já estava dades e deixar de lado as demais. É disso
na reserva, coloquei R$ 2 e continuei”, escla- que trata a economia: a compreensão dos
receu Vera. motivos que levam as pessoas a fazerem o
que fazem. A economia é um campo fas-
“Acho que já gastei mais do que vou colocar cinante!
no tanque agora”, contou João, ao chegar
à bomba, depois de uma hora e meia de A economia analisa as decisões tomadas
espera. Uma mulher tentou furar a fila, o pelas pessoas e pelas empresas no que se
que deu início a uma discussão. João desis- refere ao trabalho, consumo, investimento,
tiu de esperar e, ao ir embora, bateu em contratação de funcionários e precificação
um carro. “Eu queria sair daquela confusão. de serviços. Estuda, também, o funciona-
Essa gente é louca! Tudo isso pra economi- mento de economias inteiras e a interação
zar uns trocados”, disse João, ao registrar o entre elas; o motivo para haver recessão em
boletim de ocorrência. alguns momentos e crescimento em outros;
a diferença dos padrões de vida de um país
As pessoas desse relato se sacrificaram para outro e a disparidade de riqueza entre
para comprar 15 galões de gasolina por um as pessoas.
preço promocional de R$1,99. Na época, o
litro de gasolina custava R$2,70.
Fonte: a autora.
MATERIAL COMPLEMENTAR
O livro da economia
Diversos autores
Editora: Globo livros
Sinopse: Escrito por professores e estudiosos de maneira simples e
acessível, este é um livro completo e atualizado sobre economia. Nele,
há breves biografias de economistas, citações dos grandes pensadores,
linha do tempo com os principais acontecimentos, entre outros.
Para entender um pouco mais sobre o significado e conceito de economia, acesse o vídeo no link
disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lsg3UziSd54>. Acesso em: 14 jul. 2015.
Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
FUNDAMENTOS
II
UNIDADE
MICROECONÔMICOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender a famosa lei oferta e demanda.
■■ Compreender as forças de mercado.
■■ Conhecer como o preço e quantidade são formados.
■■ Verificar os custos de produção.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Forças de mercado: demanda e oferta
■■ Equilíbrio de mercado
■■ Os custos de produção
39
INTRODUÇÃO
Introdução
II
Uma das principais leis da economia, talvez a principal, é a famosa lei da oferta
e demanda. Essa lei é a base para diversas explicações de fenômenos econômi-
cos e a discutiremos neste
tópico. Mas já adianto a
você: quando a demanda for
maior que a oferta por algum
bem ou serviço, o preço se
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
eleva. Caso contrário, se
a demanda for mais baixa
que a oferta, o preço reduz.
Vamos entender o motivo da
situação apresentada acima?
TEORIA DA DEMANDA
A teoria da demanda tem como objetivo tratar das necessidades dos consumidores, ou
seja, procura explicar o comportamento do consumidor ao escolher bens e serviços.
Na unidade I, você viu que qualquer economia procura responder a quatro
perguntas básicas: o que produzir? Quanto produzir? Para quem produzir? Como
produzir? Destas, as três primeiras são respondidas pela teoria do consumidor.
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
41
Q
Gráfico 4: Representação da curva de demanda
Fonte: a autora.
Outro motivo que faz com que a curva de demanda seja negativamente
inclinada é o chamado efeito renda, que nos diz que, ao aumentar a renda, o
consumidor irá demandar quantidades maiores de um determinado bem e quan-
tidades menores de outros bens.
Resumindo, a demanda é negativamente inclinada, pois, conforme o preço
altera, a quantidade demandada altera também (efeito substituição) e alterações
na renda alteram a quantidade demandada (efeito renda).
Para facilitar a explicação acima, vou mostrar um exemplo. José, nosso con-
sumidor, deseja ir ao cinema ver os filmes que acabaram de ser lançados. Nesse
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
caso, cinema é nosso bem. Dependendo do preço do ingresso, José está disposto
a ir mais de uma vez ao mês ao cinema, conforme Tabela 3:
P
15
12
10
0 1 2 3 4 5
Q
Gráfico 5: Representação da curva de demanda de José para ingressos de cinema
Fonte: a autora.
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
43
a. Renda
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pessoa tem um aumento de renda, passa a demandar mais daquele bem.
Nesse caso, a curva de demanda se desloca para a direita, ou seja, para cima.
■■ Inferior – quando há aumento da renda, a pessoa passa a consumir menos
daquele bem. Por exemplo, se José, nosso consumidor, tiver um aumento
de salário, ele passará a consumir mais carne de primeira. Nesse caso, a
curva de demanda para carne de segunda se desloca para a esquerda, ou
seja, para baixo.
■■ Consumo saciado – independente da renda, a quantidade demandada será
a mesma, ou seja, mesmo que José passe a receber um salário maior ou o
preço do bem reduzir, ele não irá demandar mais ou menos quantidades,
por exemplo, de sal. Nesse caso, a curva de demanda não se desloca, pois
não há aumento ou redução da demanda.
Bens complementares são os bens que são consumidos juntos, como café e açú-
car, arroz e feijão, pão e manteiga etc. Então, se o preço de um bem aumentar
(café), a quantidade demandada de café e do seu complementar, que é o açúcar,
reduzirá, deslocando a curva de demanda para a esquerda.
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
45
Como são bens que podem ser substituídos, quando o preço de um aumen-
tar, por exemplo, da manteiga, a quantidade demandada de manteiga cairá e a
quantidade demandada do seu substituto, no caso, da margarina, aumentará.
Nesse caso, a curva de demanda de manteiga se desloca para a esquerda, ou seja,
a demanda por manteiga reduz ,e a curva de demanda de margarina se desloca
para a direita (aumenta a demanda de margarina).
d. Propaganda/Marketing
Outro fator que afeta a curva de demanda é a expetativa que o consumidor tem
em relação ao futuro. Se José acredita que receberá um aumento daqui a noventa
dias, a demanda dele, hoje, aumentará, caso contrário, se ele está em aviso pré-
vio, a demanda dele reduzirá.
f. Fatores Climáticos
g. Hábitos/costumes.
h. Entre outros
Citei alguns fatores que afetam a curva de demanda, mas temos diversos outros. É
importante lembrar que qualquer fator que aumente a demanda deslocará a curva de
D’
D
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Q
Gráfico 6: Deslocamento da curva de demanda para a direita
Fonte: a autora.
D
D’
Q
Gráfico 7: Deslocamento da curva de demanda para a esquerda
Fonte: a autora.
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
47
TEORIA DA OFERTA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Q
Gráfico 8: Representação da curva de oferta
Fonte: a autora.
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
49
4 O
3
2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1
Q
0 7 12 16 18
Gráfico 9: Representação da curva de oferta para empresa hipotética de sanduíches congelados
Fonte: a autora.
Agora que você conhece o conceito de oferta, vou apresentar alguns fatores que
afetam positiva e negativamente a curva de oferta. Assim como na demanda,
o preço do bem ou serviço afeta a curva de oferta, mas não a desloca. Quanto
maior for o preço, maior será a quantidade ofertada. Caso contrário, se o preço
diminuiu, a quantidade ofertada também diminuiu.
Já os fatores que afetam e deslocam a curva de demanda, segundo Mendes
(2009), são:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a. Preço dos insumos
b. Tecnologia
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
51
d. Políticas do governo
e. Influências especiais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O O’
Q
Gráfico 10: Deslocamento da curva de oferta para a direita
Fonte: a autora.
1 Subsídio é um tipo de imposto negativo, em que o governo paga uma parte dos custos de produção para
os produtores aumentarem ou passarem a produzir aquele produto.
O’ O
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Q
Gráfico 11: Deslocamento da curva de oferta para a esquerda
Fonte: a autora.
EQUILÍBRIO DE MERCADO
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
53
E
P’
D
Q’
Q
Gráfico 12: Equilíbrio em um mercado competitivo
Fonte: a autora.
Equilíbrio de Mercado
II
Acontece quando o governo fixa o preço mínimo que seria vendido no mer-
cado. Esse instrumento tem como objetivo beneficiar o produtor, de forma a
garantir um nível de preço superior ao preço de equilíbrio. Um exemplo seria
o mercado de trabalho, por meio de fixação do salário mínimo. Outro mer-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cado que participa dessa política é o mercado agrícola, no qual o governo se
compromete a adquirir a produção, caso o preço de mercado esteja abaixo do
preço fixado.
Acontece quando o preço vendido no mercado está muito alto e o governo, com
o objetivo de defender o consumidor, estabelece um preço máximo para que as
empresas possam vender seus produtos. O preço máximo será sempre menor
do que o preço de equilíbrio, ou seja, abaixo de P’.
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
55
c. Subsídios
ESTRUTURAS DE MERCADO
a. Grau de concentração
Equilíbrio de Mercado
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
preço aumentar, a quantidade demandada será a mesma, pois não há substi-
tutos próximos.
A diferenciação pode ser obtida de diferentes formas. Mendes (2009) cita:
ingredientes de qualidade superior, prêmios oferecidos, serviços especiais, como
entrega delivery e embalagens especiais como formas de a empresa diferenciar
seu produto e, consequentemente, aumentar seu preço.
Você saberia me dar um exemplo de um produto homogêneo e um dife-
renciado? Em geral, produtos agropecuários, como soja e milho in natura, são
produtos homogêneos, pois a soja do produtor A é igual a soja do produtor B.
Como produtos diferenciados, podemos citar os produtos semi-industrializados
e os industrializados, como comida congelada, roupas, sapatos etc.
c. Barreiras à entrada
Barreiras à entrada podem ser definidas como o grau de dificuldade que uma
nova empresa tem em fazer parte do mercado. E podem ser:
■■ Economia de escala – acontece quando a empresa aumenta a quantidade
produzida e consegue reduzir seu custo médio no longo prazo. Existem
diversas formas de conseguir gerar economia de escala, como especia-
lização da mão de obra, utilização de tecnologia, compra de fatores de
produção em grandes quantidades, entre outros.
■■ Desvantagens de custo – ocorre quando a empresa que deseja fazer parte
do mercado tem alguma desvantagem em custo, como pouca experiên-
cia no setor, pouco domínio tecnológico, ou, ainda, grande necessidade
de propaganda.
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
57
Com base no que foi discutido, os mercados podem ser classificados quanto à
competitividade em:
■■ Competitivos – concorrência perfeita e concorrência monopolística.
■■ Pouco competitivos – oligopólio.
■■ Sem competição – monopólio.
Equilíbrio de Mercado
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
perfeita o preço é determinado no mercado, por meio da oferta e demanda, e é
praticamente o mesmo para todos os vendedores.
■■ Produtos homogêneos
■■ Perfeito conhecimento
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
59
2. Monopólio
Os produtos são altamente diferenciados, ou seja, são únicos. Nesse caso, o con-
sumidor não consegue substitui-lo por outro.
■■ Não há concorrência
Equilíbrio de Mercado
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As duas primeiras afetam o custo fixo, reduzem ou, até mesmo, eliminam o lucro
da empresa e mantêm o preço para o consumidor. Já o imposto sobre vendas
afeta os custos variáveis e reduz a quantidade produzida.
É importante observar que, mesmo sendo uma única empresa, se o monopo-
lista quiser aumentar sua venda, ele deverá reduzir o preço do seu produto. Uma
estratégia utilizada pelo monopolista para vender mais é por meio da política
de discriminação de preços. Essa é uma prática que ocorre quando um mono-
polista vende o mesmo produto a consumidores diferentes e a preços diferentes.
Para isso, é necessário:
1. Separar os mercados fisicamente, de modo que um consumidor não con-
siga comprar no outro mercado.
2. Verificar a elasticidade-preço da demanda de cada mercado. Para o mer-
cado/consumidor mais elástico, o monopolista coloca um preço mais
baixo e, para o mercado mais inelástico, o preço é mais alto. Desse modo,
a empresa monopolística consegue aumentar sua receita.
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
61
Então, você percebeu pelos exemplos que não é somente uma empresa mono-
polística que pratica a discriminação de preços, essa é uma prática comum em
outras estruturas de mercado também.
3. Concorrência monopolística
Equilíbrio de Mercado
II
■■ Produtos diferenciados
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como são muitas empresas que fazem parte do mercado, a concorrência é enorme,
então, a empresa consegue controlar (definir), um pouco, seu preço em razão
dos produtos serem diferenciados, mas esse controle é pequeno.
O grau de dificuldade que uma nova empresa tem em fazer parte desse mercado
é baixo, ou seja, existe uma
barreira à entrada, mas esta
é bem baixa.
A maioria das empre-
sas no mundo real pertence
a essa estrutura de mercado.
Podemos citar restaurantes,
padarias, lojas de roupas,
lanchonetes, entre outros.
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
63
4. Oligopólio
São poucas empresas que fazem parte do mercado, podemos contá-las. Não
existe um número exato que define se um setor faz parte do oligopólio ou
não, apenas sabemos que são poucas empresas que ofertam produto naquele
mercado.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2 Parcela de mercado refere-se à porcentagem da quantidade que cada empresa vende naquele mercado.
Equilíbrio de Mercado
II
O grau de dificuldade que uma nova empresa tem em fazer parte do mercado é
médio, em outras palavras, existe um certo grau de dificuldade, mas não chega
a ser tão alto como no caso do monopólio.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Os produtos podem ou não ser diferenciados
Como são poucas as empresas no oligopólio, não é difícil ter acordos de pre-
ços e quantidades, acordos esses indesejáveis aos consumidores e que devem ser
evitados. São indesejáveis porque levam a uma produção baixa e a preços altos,
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
65
um preço fixado por ela. Vale lembrar que preço sugerido não é proibido,
pois a empresa só está sugerindo um preço, e não obrigando os estabele-
cimentos a venderem o bem àquele preço pré-definido.
c. Preços predatórios – é uma situação em que uma grande empresa define
seus preços abaixo do custo de produção, para eliminar a concorrente,
que, em geral, é uma empresa menor, do mercado, e, depois, aumenta
esses preços.
d. Vendas casadas – situação na qual dois produtos só são vendidos jun-
tos, ou seja, o consumidor não consegue comprar os bens separadamente.
Lembrando que promoções e produtos tipo combo (TV por assinatura +
internet banda larga) não são considerados venda casada, pois o consu-
midor pode adquirir os produtos/serviços separadamente, mesmo que
a um preço maior.
Temos que ter muito cuidado ao analisar uma possível prática ilegal, como
as vendas casadas e fixação de preço de revenda, pois a “indução” não é ile-
gal, o que não pode acontecer é o consumidor não ter escolhas. Se existe
escolha, a prática passa a ser legal.
Fonte: a autora.
Equilíbrio de Mercado
II
OS CUSTOS DE PRODUÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
custos de oportunidade que discutimos na unidade I do nosso livro. Os custos são:
São as despesas que a empresa tem ao produzir. Quanto mais ela produzir, maio-
res serão os custos variáveis. Exemplo: matéria-prima, energia elétrica etc.
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
67
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
II
preços baixos e por que não dizer com excelente qualidade, as empresas desejam
obter lucro e, por isso, desejam vender seus produtos ao preço mais alto possível.
Mas sabemos que na “vida real” nem somente a vontade do consumidor é
satisfeita e nem somente a da empresa, e sim existe um acordo não formal entre
consumidores e empresas para formarem o preço e a quantidade dos bens e dos
serviços que serão negociados. A essa situação chamamos de equilíbrio de mer-
cado, equilíbrio esse que é alterado a toda hora por diversos fatores que foram
explicados ao longo da unidade.
A partir de agora, você, de fato, é capaz de explicar a tão famosa lei da econo-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mia, que é a lei da oferta e da demanda, e como essa lei afeta nossas vidas, desde
quando nascemos até a nossa morte. A lei da oferta e da demanda é importante,
também, para o estudo de outras áreas da economia, como a macroeconomia,
que você estudará na próxima unidade.
Espero que esta segunda unidade tenha sido proveitosa e que você tenha se
encantando ainda mais com essa fantástica ciência que é a economia. Todos os
assuntos tratados aqui são de suma importância, pois, para um indivíduo tomar
decisões, deve conhecer o ambiente no qual ele e sua empresa se encontram. Só
assim terá subsídios para tomar as melhores decisões econômicas.
Um forte abraço!
Prof.ª Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
69
Microeconomia
Robert S. Pindyck e Daniel L. Rubinfeld
Editora: Pearson
Sinopse: Em sua sétima edição, Microeconomia está
ainda mais abrangente. Com o objetivo de atender à
necessidade dos alunos de compreender plenamente
como a microeconomia pode ser utilizada na prática,
oferece uma nova abordagem à teoria microeconômica,
realçando sua relevância e aplicação no processo de
tomada de decisão tanto no setor privado como no
público.
Os pontos de destaque desta edição: mais de cem
exemplos apresentados para ilustrar a teoria exposta no
texto, contém base de dados e discussões atualizadas sobre
itens, como análise da demanda, do custo e da eficiência de mercado, formulação de estratégias
de preços, decisões de investimentos e produção e análise da política pública. Há novas seções
sobre temas fundamentais da área, como economia comportamental e capital humano. Uma
obra riquíssima em detalhes e altamente recomendável a todos os interessados nos assuntos de
Economia, Marketing e Negócios.
Roger e Eu (1989)
Michael Moore
País de origem: EUA
Gênero: documentário
Tempo de duração: 1h31min
Sinopse: Um documentário muito interessante que mostra o
impacto do desemprego na relação entre oferta e demanda
de toda uma comunidade é o filme Roger e Eu. Este é um
documentário sobre o fechamento de 11 fábricas da GM em
Flit, no estado do Michigan, nos EUA, na década de 1980, o que
gerou 30 mil desempregos e afetou a vida econômica da cidade.
Material Complementar
Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
FUNDAMENTOS
III
UNIDADE
MACROECONÔMICOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Introduzir os conceitos macroeconômicos.
■■ Conhecer alguns conceitos macroeconômicos básicos.
■■ Compreender o impacto da taxa de juros na economia.
■■ Entender como o sistema tributário afeta a empresa.
■■ Estudar a influência da política cambial na produção.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Introdução à macroeconomia
■■ Conceitos macroeconômicos básicos
■■ Política monetária
■■ Política fiscal
■■ Política cambial
75
INTRODUÇÃO
Introdução
III
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
Neste tópico, daremos início ao estudo da segunda grande área de estudo da eco-
nomia, a macroeconomia. Você, certamente, já ouviu/leu em jornais, revistas,
telejornais, internet, entre outros, as seguintes manchetes:
■■ A taxa de inflação ultrapassou a meta e o governo aumenta a taxa SELIC.
■■ Trabalhamos 150 dias para pagar impostos.
■■ O dólar fechou em alta.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Balança comercial brasileira foi superavitária no mês de outubro.
Ao final dos próximos dois tópicos, você entenderá cada um dos temas citados
acima, entre outros relacionados e os motivos pelos quais o governo aumenta,
por exemplo, a taxa de juros, ou injeta dólar no mercado, ou corta gastos.
Como você sabe, as políticas macroeconômicas são fundamentais para a
estabilidade e crescimento econômico. Sem a interferência do governo, provavel-
mente os preços seriam instáveis e, talvez, nem haveria crescimento econômico,
e sim algumas empresas de alguns setores cresceriam, mas a economia como
um todo não.
É importante observar que, mesmo com um governo ativo, a economia é
uma ciência social complexa e o governo, ao tentar solucionar um problema,
acaba trazendo consequências negativas sob o ponto de vista de outro objetivo,
ou seja, para melhorar um lado, acaba piorando o outro. Por exemplo, uma forma
de gerar empregos e, consequentemente, aumentar a renda nacional é aumen-
tar a produção. Porém, com a renda mais alta, as pessoas tendem a
demandar mais, o que pode acarretar inflação. Então, você per-
cebeu que o problema inicial, aumentar o número de empregos,
acarretou uma alta nos preços, ou seja,
ao tentar solucionar um problema,
outro foi criado.
Depois do meu exemplo,
você deve estar se pergun-
tando o que fazer então, certo?
FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS
77
A resposta a essa pergunta não é fácil. O que sabemos é que o governo deve
utilizar as políticas macroeconômicas e seus instrumentos para atingir o obje-
tivo naquele momento, dada a situação econômica nacional e mundial atual, e
alterar a política quando a conjuntura econômica também mudar.
E é isso que o governo faz! Por isso, as políticas macroeconômicas envol-
vem a atuação do governo no que diz respeito à oferta e a demanda agregada,
com o objetivo de estabilizar a economia (controlar a inflação), distribuir renda,
permitir que o país cresça e se desenvolva, gerar empregos etc. Sandroni (2003)
define política econômica como sendo um conjunto de medidas que o governo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução à Macroeconomia
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
car recursos em áreas que, se ele não atuar, não ofertarão os serviços necessários,
já que o setor privado não
fará essa oferta de serviços.
Por exemplo: o saneamento
básico, que exige um investi-
mento muito elevado e, nem
sempre, haverá empresa pri-
vada disposta a fazê-lo.
Diante das funções
do governo, é importante
definirmos, então, os bens
públicos, que são bens de
uso coletivo cuja princi-
pal característica é não conseguirem excluir os agentes econômicos que não
paguem, por exemplo, os impostos. Ex.: meteorologia, defesa nacional e servi-
ços de despoluição.
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2008), o governo, ao utilizar a polí-
tica macroeconômica, deve ter como objetivos:
■■ Alto nível de emprego.
■■ Estabilidade de preços.
■■ Distribuição de renda socialmente justa.
■■ Crescimento econômico.
FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS
79
Ou seja, o governo deve buscar esses quatro objetivos listados. É importante res-
saltarmos que, conforme Vasconcellos e Garcia (2008), os objetivos de alto nível
de emprego e de estabilidade de preços são de curto prazo ou conjunturais, são
objetivos que o governo tenta atingir mais rapidamente, pensando na conjun-
tura atual. Já os objetivos de distribuir renda e de crescimento econômico são
objetivos de longo prazo, ou os chamados objetivos estruturais, eles fazem parte
da estrutura econômica e, para serem alcançados, é necessário um tempo maior.
Vamos discutir um pouquinho cada um desses objetivos da política
macroeconômica.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução à Macroeconomia
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Antes de iniciar nossas discussões sobre as polí-
ticas econômicas, é importante que você entenda
alguns conceitos que a macroeconomia utiliza.
Vamos lá?
Balanço de Pagamentos – é elaborado
pelo Banco Central. É um mecanismo contá-
bil em que constam todas as transações feitas
entre residentes e não residentes no Brasil.
Balança Comercial – é uma das contas
que compõe o Balanço de Pagamentos. Nela,
constam todas as compras e vendas de mer-
cadorias do e para o exterior.
Déficit – significa o valor negativo em
alguma conta. Por exemplo, quando o Brasil
compra mais do exterior do que vende, dize-
mos que teve déficit comercial (é contabilizado
na Balança Comercial).
IED – Investimento Estrangeiro Direto – recursos estrangeiros que entram
em um país com destino à produção. Por exemplo: compra de empresas já cons-
tituídas, formação de novas empresas, abertura de filiais, entre outros.
Índice de Gini – é utilizado para medir a igualdade e/ou desigualdade de
renda, ele varia entre 0 e 1, sendo 0 a mais completa igualdade e 1 a mais com-
pleta desigualdade.
FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS
81
Índice de Gini
O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um ins-
trumento para medir o grau de concentração de renda em determinado
grupo. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos
mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (alguns apresentam de zero
a cem). O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm
a mesma renda. O valor um (ou cem) está no extremo oposto, isto é, uma só
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
POLÍTICAS MACROECONÔMICAS
POLÍTICA MONETÁRIA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dessa definição, percebemos que essa política influencia nossa vida diariamente
e, muitas vezes, não nos damos conta disso. Você já havia pensado nisso?
Vamos verificar, agora, quais são as funções da moeda. De acordo com Souza
(2007), as funções da moeda podem ser divididas em: meio de troca, reserva de valor,
medida de valor e padrão para pagamento diferido no tempo. Vejamos cada uma
dessas funções. A função meio de troca está relacionada à possibilidade que temos
de trocar moeda por produtos e serviços que demandamos, ou seja, a moeda nos
ajuda muito por nos facilitar as trocas e, embora não pensemos muito nisso, nem
sempre foi assim, já tivemos muitas mercadorias que foram utilizadas como moeda.
A moeda serve como reserva de valor por ter a máxima liquidez e por ter
um poder de compra, assim, essa função está intimamente relacionada à função
de meio de troca. A medida de valor é porque, por meio da moeda, classificamos
quanto vale determinada mercadoria. Já o padrão para pagamento diferido no
tempo é uma função que nos permite negociar algo (produto, serviço) em uma
FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS
83
data e que o seu pagamento seja feito no futuro, ou seja, por conta da existência
da moeda, podemos combinar um preço, hoje, para alguma negociação, e esse
pagamento ser feito daqui a 30 ou 60 dias e assim por diante.
Por que nós demandamos moeda? Sei que você deve estar assustado(a)
com essa pergunta e deve ter respondido: é óbvio que sabemos. Mas sabemos
na prática, vejamos, a seguir, na teoria, quais são os motivos que nos levam a
demandarmos moeda:
Motivo especulação: você quer manter seus recursos em moeda para poder
utilizá-los em algo que seja vantajoso para você, mas aqui estamos falando de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Políticas Macroeconômicas
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
irá elevar o depósito compulsório, dessa forma, sobrará menos recursos para os
bancos emprestarem (ou reemprestarem).
Taxa de Redesconto: também chamada de empréstimos de liquidez por
alguns autores, a Taxa de Redesconto é a taxa que os bancos comerciais pagam ao
Banco Central quando precisam de dinheiro emprestado. Por exemplo, digamos
que um banco comercial precisa de recursos, ele pode conseguir esses recursos em
outros bancos, mas, em última instância, se ele não conseguir empréstimos com
seus pares, ele recorrerá ao Banco Central. A taxa de juros cobrada pelo Banco
Central dos bancos comerciais é a chamada taxa de redesconto. Se o governo
deseja que haja uma elevação da quantidade de dinheiro em circulação, ele irá
diminuir o valor dessa taxa, em contrapartida, se quiser que haja uma redução
na quantidade de dinheiro na economia, ele eleva essa taxa.
Até aqui, falamos da política monetária focando na moeda, suas funções e
os instrumentos da política monetária. Mas há outra variável que está intima-
mente ligada à política monetária, e essa está sempre presente nos noticiários,
como evidenciado na introdução desta unidade: a famosa taxa de juros.
Podemos entender por juros o preço do uso do dinheiro. Por que pagamos
juros de um empréstimo? Porque não temos os recursos no momento e, mesmo
assim, o utilizamos! Então, a taxa de juros é o pagamento por essa utilização
do dinheiro. A definição da taxa de juros está atrelada à política monetária. De
acordo com Gremaud et al. (2007 p. 285), taxa de juros é o que se ganha pela
aplicação de recursos durante determinado período de tempo, ou, alternativa-
mente, aquilo que se paga pela obtenção de recursos de terceiros (tomada de
empréstimo) durante determinado período de tempo.
FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS
85
que as demais taxas são estabelecidas. Muitas vezes, você vê o valor da SELIC e
diz: mas no cheque especial estou pagando muito mais do que isso! Ou no car-
tão de crédito, no financiamento, entre outros. Volto a dizer, a SELIC serve de
base para as demais taxas de juros, é como se fosse um indicador de tendência
ou um sinalizador que o governo usa para mostrar aos demais agentes econô-
micos o que ele quer no futuro próximo ou no curto prazo.
A definição da SELIC é feita pelo COPOM – Comitê de Política Monetária
do BACEN – Banco Central, por meio de reuniões mensais que, provavelmente,
você já deve ter ouvido ou lido alguma notícia a respeito. Sempre que a definição
da SELIC acontece (uma vez por mês, em uma quarta-feira) essa informação é
bastante divulgada, justamente por causa daquilo que conversamos agora mesmo,
a intenção do governo é informar o que ele deseja dos agentes econômicos por
meio de sua decisão de elevar, manter ou reduzir a SELIC.
Políticas Macroeconômicas
III
utilizando muito a moeda para as mais diversas funções e ele deseja que isso seja
reduzido, ele praticará política monetária contracionista. Aí, você pode me dizer:
mas quando o governo vai querer desaquecer a economia? Quando, por exem-
plo, a inflação estiver muito elevada. E como se faz essa política? A ferramenta
mais utilizada, no Brasil, é a taxa de juros, mas todos os instrumentos de polí-
tica monetária citados anteriormente são e podem ser utilizados.
Já política monetária expansionista funciona no sentido inverso. Se o governo
acha que a economia está desaquecida e ele pretende estimular essa economia,
poderá reduzir a taxa de juros, o que levará os agentes econômicos a reaquece-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
rem a economia.
POLÍTICA FISCAL
FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS
87
Quando o governo tem superávit em suas contas, significa que ele arrecadou
mais do que gastou e isso pode ser traduzido como uma política contracionista,
ou seja, ele está recebendo mais impostos e taxas da população. Por que se chama
política contracionista? Porque, com essa atitude, o governo está arrecadando
mais dinheiro do que gastando, assim, o dinheiro tem girado menos na econo-
mia e, por consequência, gerado menos empregos, menos crescimento.
Já quando o governo tem déficit em suas contas, ele gastou mais do que arre-
cadou. Podemos dizer que ele está fazendo uma política fiscal expansionista, isso
porque, se o governo gasta mais do que arrecada, ele está estimulando a economia
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
por meio da injeção de recursos. Aqui, cabe uma observação bastante importante:
e a qualidade desses gastos? Muitas vezes, apenas gastar para injetar dinheiro
na economia não é uma boa estratégia, é preciso saber em que se está gastando.
A função da política fiscal é a de ajudar o governo a atingir seus objetivos
para uma nação e, assim, o governo a utiliza mediante os seus gastos e arrecada-
ções. A maior parte das arrecadações do governo brasileiro se dá pelos impostos.
De acordo com Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. (2008), o Brasil sempre uti-
lizou a estrutura tributária para estimular setores da economia.
Como a política é bastante utilizada pelo governo brasileiro e sua arreca-
dação vem principalmente dos impostos, vamos discutir um pouco sobre esses
impostos. De acordo com Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. (2008, p. 179), a
forma como são estruturados os sistemas tributários determina o impacto dos
impostos tanto sobre o nível de renda como sobre a organização econômica, a
distribuição de renda, a competitividade da economia, entre outros fatores. Nesse
sentido, podemos analisar vários aspectos.
Primeiro, podemos distinguir os impostos em impostos diretos e impostos
indiretos. Os impostos diretos são aqueles que incidem sobre a renda e o patri-
mônio, enquanto os impostos indiretos incidem sobre o consumo.
Impostos diretos: os principais impostos diretos no Brasil são o Imposto
de renda – IR pessoa física e jurídica, o IPVA – Imposto sobre a Propriedade de
Veículos Automotores, o IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano, o ITR
– Imposto Territorial Rural, entre outros. Esses impostos são todos diretos, o
que significa dizer que eles incidem sobre a renda do cidadão ou da empresa, ou
sobre a propriedade de algo.
Políticas Macroeconômicas
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Impostos Neutros: dizemos que o sistema de cobranças de impostos é
neutro quando a sua participação na renda das pessoas é a mesma, indepen-
dentemente do nível de renda.
Impostos Regressivos: chamamos de sistema regressivo quando a partici-
pação dos impostos na renda das pessoas diminui conforme a renda aumenta,
ou seja, quem ganha menos paga mais.
Impostos Progressivos: damos o nome de sistema progressivo quando a
participação dos impostos na renda das pessoas aumenta conforme a renda
aumenta, ou seja, quem ganha mais paga mais.
Por último, podemos analisar os impostos em relação à eficiência econômica
e ao fomento da economia. Nesse sentido, devemos analisar se o governo está
interferindo no mercado no sentido de sobretaxar determinados bens e serviços
desincentivando sua produção ou o contrário. Em suma, os impostos fazem com que
um produto ou serviço se torne mais caro ou mais barato, independentemente da
eficiência de quem o oferta, e o governo deve estar atento a esse efeito dos impostos.
FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS
89
O governo pode decidir, e decide, como, quando e para que utilizará seus recursos,
essa é uma maneira de fazer política fiscal. O governo decide, também, sobre as alí-
quotas de impostos e isso é política fiscal. Vamos ver, a seguir, um exemplo prático.
Exemplo: no ano de 2008, houve uma crise internacional mais localizada, a
princípio, nos Estados Unidos, batizada de crise das hipotecas, com ela houve,
de modo geral, uma redução no consumo mundial, e o Brasil acabou passando a
vender menos para o resto do mundo, já que este estava em crise. Um dos meca-
nismos utilizados pelo então Presidente Lula foi o de reduzir o IPI dos automóveis,
objetivando reduzir seu preço e elevar sua demanda. Consequência: com a redu-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“O peso dos tributos sobre o preço final dos alimentos no Brasil chega a
16,9%. Nos dez maiores países da Europa, corresponde, em média, a 5,1%;
nos EUA, só 0,7%”.
Fonte: Skaf; Teixeira (2012).
É dentro da política fiscal que o governo decide onde fará seus investimentos,
dessa forma, ela influencia diretamente os cidadãos. Além disso, é por meio dessa
política que verificamos se o governo está endividado ou não, de onde têm vindo
e pra onde estão indo seus recursos.
Políticas Macroeconômicas
III
POLÍTICA CAMBIAL
A política cambial é aquela que busca manter ou atingir uma taxa de câmbio que
seja considerada boa para a economia. Junto à política cambial, alguns autores
trabalham a chamada polí-
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tica comercial, que se refere
a mecanismos de incentivo
ou desincentivo às exporta-
ções e às importações.
Ao estudarmos teo-
ria econômica, devemos
ter em mente que ela tem
uma gama imensa de vari-
áveis, mas, quando falamos
em economia, é muito difí-
cil que ninguém se manifeste
e comente sobre o DÓLAR!
Acredito que, para falarmos
de política cambial, instigar você, aluno(a), na questão da moeda Norte Americana
seja uma boa estratégia, afinal de contas, quem nunca sonhou com uma viagem
internacional, com um produto importado e, de repente, se lembrou: mas tenho
que pagar em dólares? Esse, simplificadamente, é o “mundo” da política cambial.
Como vimos anteriormente, o governo tem alguns objetivos nas suas políti-
cas macroeconômicas e, dentro da política cambial, o que é que o governo pode
ou poderia fazer? Vamos começar por entender um pouquinho sobre o câmbio.
Câmbio é uma palavra de origem espanhola que significa troca, então, quando
pensamos no dólar, na verdade, estamos pensando quanto vai custar esse dólar,
ou seja, de quantos reais eu preciso para comprar ou trocar por um dólar.
FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS
91
Nas palavras de Gremaud et al. (2007, p. 369), a taxa de câmbio é o valor que
uma moeda nacional possui em termos de outra moeda nacional. Dessa forma,
podemos comparar o Real ao Dólar, ao Euro e assim por diante; bem como pode-
mos comparar Euro ao Dólar, Euro ao Franco.
Um país pode adotar regimes cambiais diferentes. No caso do Brasil, você
sabe qual é o regime cambial adotado atualmente? Vejamos quais são os regi-
mes que a literatura traz e, depois, você nos responde em qual desses o Brasil
se encaixa:
Regime de câmbio fixo: nesse regime cambial, mantém-se a taxa de câm-
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Qualquer transação que seja realizada com o exterior é influenciada pela taxa de
câmbio, ela pode determinar se certo produto será ou não adquirido. Pensando
dessa maneira, podemos entender que governos possam se utilizar desse artifí-
cio, ou dessa política, buscando atingir algum objetivo para sua economia.
Vamos tratar do nosso caso específico, do mercado brasileiro. Quem demanda
dólar? Quem oferta dólar? Em outras palavras, quem compra e quem vende
dólares?
Políticas Macroeconômicas
III
Os demandantes de dólares:
■■ Turistas que viajam para o exterior.
■■ Pessoas ou empresas que importam produtos (compram produtos do
exterior).
■■ Pessoas ou empresas que contraíram dívidas no exterior e precisam
saldá-las.
■■ Filiais de empresas cujas sedes são no exterior (ao remeterem lucros e
dividendos).
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Os ofertantes de dólares:
■■ Pessoas ou empresas que exportam seus produtos.
■■ Turistas estrangeiros que vêm ao Brasil.
■■ Investidores estrangeiros que investem no Brasil.
■■ Quem faz empréstimos no exterior.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS
93
Existem três políticas econômicas principais: monetária, que tem como vari-
áveis a taxa de juros e a quantidade de moeda em circulação, consequentemente,
ela afeta diretamente o crédito e o consumo; a política fiscal, que gera tanta polê-
mica, que mexe com os gastos e arrecadação do governo; por último, a política
cambial, que é a relação entre Brasil e outros países, sendo fundamental para o
comércio internacional.
As políticas econômicas precisam atuar juntas para, de fato, atingir os objeti-
vos do governo e, assim, gerar bem-estar social, pois, se o governo implementar
separadamente as políticas econômicas, um objetivo pode ser atingido, mas outros
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problemas serão causados. Você pode estar se perguntando, mas se há tantas fer-
ramentas, por que algumas coisas ainda dão errado? Por que aqueles objetivos
das políticas macroeconômicas nem sempre são alcançados? Temos que lhe dizer
que a ciência econômica não é exata, ela é uma ciência social e, por isso, envolve
muitas variáveis e envolve as incertezas, as decisões do ser humano, enfim, não
há uma fórmula mágica, uma receita pronta para se melhorar uma nação.
Espero que, de agora em diante, você se sinta ainda mais instigado(a) quando
ouvir notícias a respeito do crescimento da economia, ou sobre os impostos.
Um forte abraço,
Profª Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
Considerações Finais
1. Explique com suas palavras quais variáveis a macroeconomia estuda.
2. Por que o Brasil é um país considerado rico, mas sua população é tão carente?
3. Explique as três políticas macroeconômicas: monetária, fiscal e cambial, apre-
sentando definição, objetivos e instrumentos de cada política apresentada.
4. Relacione as variáveis de estudo da macroeconomia com a engenharia econô-
mica.
95
O Comitê de Política Monetária (Copom) foi do Banco Central divulgar, em Carta Aberta
instituído em 20 de junho de 1996, com o ao Ministro da Fazenda, os motivos do des-
objetivo de estabelecer as diretrizes da polí- cumprimento, bem como as providências
tica monetária e de definir a taxa de juros. e prazo para o retorno da taxa de inflação
A criação do Comitê buscou proporcionar aos limites estabelecidos.
maior transparência e ritual adequado ao
processo decisório, a exemplo do que já Formalmente, os objetivos do Copom são:
era adotado pelo Federal Open Market “implementar a política monetária, definir
Committee (FOMC) do banco central dos a meta da Taxa Selic e seu eventual viés,
Estados Unidos e pelo Central Bank Council, e analisar o Relatório de Inflação”. A taxa
do banco central da Alemanha. Em junho de juros fixada na reunião do Copom é
de 1998, o Banco da Inglaterra também a meta para a Taxa Selic (taxa média dos
instituiu o seu Monetary Policy Committee financiamentos diários, com lastro em títu-
(MPC), assim como o Banco Central Euro- los federais, apurados no Sistema Especial
peu, desde a criação da moeda única em de Liquidação e Custódia), a qual vigora
janeiro de 1999. Atualmente, uma vasta por todo o período entre reuniões ordi-
gama de autoridades monetárias em todo nárias do Comitê. Se for o caso, o Copom
o mundo adota prática semelhante, facili- também pode definir o viés, que é a prerro-
tando o processo decisório, a transparência gativa dada ao presidente do Banco Central
e a comunicação com o público em geral. para alterar, na direção do viés, a meta para
a Taxa Selic a qualquer momento entre as
Desde 1996, o Regulamento do Copom reuniões ordinárias.
tem sido atualizado no que se refere ao
seu objetivo, à periodicidade das reuniões, As reuniões ordinárias do Copom divi-
à composição e às atribuições e competên- dem-se em dois dias: a primeira sessão às
cias de seus integrantes. Essas alterações terças-feiras e a segunda às quartas-feiras.
visaram não apenas aperfeiçoar o processo Mensais desde 2000, o número de reuniões
decisório no âmbito do Comitê, como tam- ordinárias foi reduzido para oito ao ano a
bém refletiram as mudanças de regime partir de 2006, sendo o calendário anual
monetário. divulgado até o fim de junho do ano ante-
rior. O Copom é composto pelos membros
Destaca-se a adoção, pelo Decreto 3.088, da Diretoria Colegiada do Banco Central
em 21 de junho de 1999, da sistemática de do Brasil: o presidente, que tem o voto de
metas para a inflação como diretriz de polí- qualidade; e os diretores de Administra-
tica monetária. Desde então, as decisões ção, Assuntos Internacionais e de Gestão
do Copom passaram a ter como objetivo de Riscos Corporativos, Fiscalização, Orga-
cumprir as metas para a inflação defini- nização do Sistema Financeiro e Controle
das pelo Conselho Monetário Nacional. de Operações do Crédito Rural, Política
Segundo o mesmo Decreto, se as metas Econômica, Política Monetária, Regulação
não forem atingidas, cabe ao presidente do Sistema Financeiro, e Relacionamento
Institucional e Cidadania. Também partici- o chefe do Depep, sem direito a voto, os
pam do primeiro dia da reunião os chefes diretores de Política Monetária e de Polí-
dos seguintes departamentos do Banco tica Econômica, após análise das projeções
Central: Departamento de Operações Ban- atualizadas para a inflação, apresentam
cárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), alternativas para a taxa de juros de curto
Departamento de Operações do Mercado prazo e fazem recomendações acerca da
Aberto (Demab), Departamento Econô- política monetária. Em seguida, os demais
mico (Depec), Departamento de Estudos membros do Copom fazem suas ponde-
e Pesquisas (Depep), Departamento das rações e apresentam eventuais propostas
Reservas Internacionais (Depin), Departa- alternativas. Ao final, procede-se à vota-
mento de Assuntos Internacionais (Derin), ção das propostas, buscando-se, sempre
e Departamento de Relacionamento com que possível, o consenso. A decisão final -
Investidores e Estudos Especiais (Gerin). A a meta para a Taxa Selic e o viés, se houver
primeira sessão dos trabalhos conta ainda - é imediatamente divulgada à imprensa ao
com a presença do chefe de gabinete do mesmo tempo em que é expedido Comu-
presidente, do assessor de imprensa e de nicado através do Sistema de Informações
outros servidores do Banco Central, quando do Banco Central (Sisbacen).
autorizados pelo presidente.
As atas em português das reuniões do
No primeiro dia das reuniões, os chefes de Copom são divulgadas às 8h30 da quinta-
departamento apresentam uma análise da -feira da semana posterior a cada reunião,
conjuntura doméstica abrangendo inflação, dentro do prazo regulamentar de seis dias
nível de atividade, evolução dos agregados úteis, sendo publicadas na página do Banco
monetários, finanças públicas, balanço de Central na internet (“Atas do Copom”) e
pagamentos, economia internacional, mer- para a imprensa.
cado de câmbio, reservas internacionais,
mercado monetário, operações de mercado Ao final de cada trimestre civil (março,
aberto, avaliação prospectiva das tendên- junho, setembro e dezembro), o Copom
cias da inflação e expectativas gerais para publica o documento “Relatório de Infla-
variáveis macroeconômicas. ção”, que analisa detalhadamente a
conjuntura econômica e financeira do País,
No segundo dia da reunião, do qual par- bem como apresenta suas projeções para
ticipam apenas os membros do Comitê e a taxa de inflação.
Fonte: Definição (online).
97
Editora: Unesp
Sinopse: Qual foi a lógica que permeou as decisões em política
fiscal no país dos anos 1960 ao governo Lula? Nesta obra, o autor
demonstra que os debates e as ações de política econômica
dos sucessivos governos basearam-se em modelos teóricos
estabelecidos, com os quais seus representantes se identificavam.
Até mesmo alterações nessas teorias repercutiram, ele diz, em
reformas na área fiscal.
Para saber um pouco mais sobre a evolução da taxa de inflação nos últimos anos, acesse o link
disponível em: <http://www.bcb.gov.br/Pec/metas/TabelaMetaseResultados.pdf>.
Para conhecer um pouco mais sobre a história da moeda, sugiro que acesse o site da Casa da
Moeda e faça uma “viagem” sobre esse assunto:
<http://www.casadamoeda.gov.br/portalCMB/menu/cmb/sobreCMB/origem-dinheiro.jsp>.
Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
MATEMÁTICA FINANCEIRA:
IV
UNIDADE
TAXA DE JUROS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender os princípios da matemática financeira.
■■ Diferenciar a utilização das taxas de juros.
■■ Efetuar cálculos sobre taxa de juros.
■■ Entender o significado de amortização.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Introdução à matemática financeira
■■ Taxa de juros simples
■■ Taxa de juros compostos
■■ Amortização
101
INTRODUÇÃO
Introdução
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sões corretas. E nada mais pertinente para nos auxiliar do
que a própria matemática financeira.
Porém, como afirmam Pilão e Hummel (2013), é
importante observar que não é necessário sermos espe-
cialistas em matemática para fazer uso da matemática
financeira. Você, provavelmente, deve estar se pergun-
tando: então não utilizaremos a matemática para os
cálculos financeiros?!
Sim, a matemática é utilizada, mas as ferramentas
utilizadas são relativamente simples, como progressões
aritméticas, progressões geométricas e a combinação
de ambas, que dão a base para os cálculos das taxas de
juros simples e compostos. Então, uma variável que é fun-
damental para os estudos da matemática financeira é a taxa de juros.
Por taxa de juros, podemos entender a remuneração que recebe uma pessoa,
seja ela física ou jurídica, que empresta capital para outra pessoa (física ou jurí-
dica), ou seja, os juros são uma forma de remuneração do capital utilizado. Em
outras palavras, é uma espécie de pedágio que uma pessoa cobra por emprestar
o fator de produção “capital” para outra pessoa. E é sempre expresso em porcen-
tagem sobre o montante emprestado.
Salário Aluguel
Trabalho Terra
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Administração Técnica
Capital
Lucros Royalty
JUROS
Figura 1: Remuneração pelos fatores de produção
Fonte: Pamplona e Montecechi (1999).
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levar em consideração tanto os juros quanto o tempo para tomar a melhor decisão.
Nessa mesma situação, encontram-se as empresas. Elas também precisam
analisar as taxas de juros e o tempo pelo uso de um determinado capital e, assim,
tomar as decisões mais corretas. Então, é importante observar que os termos
“taxa de juros” e “tempo” estão diretamente relacionados, ou seja, não podemos
falar em um excluindo o outro.
Existe relação direta entre taxa de juros e o tempo. Ao tomar decisões, é ne-
cessário analisar ambas as variáveis e como elas estão associadas
Fonte: a autora.
O anúncio acima tem um equívoco. Você sabe qual é o erro? O erro consiste
na data, já que o valor final do produto é diferente, mas as datas finais também
são diferentes. Assim, o princípio básico da matemática financeira, que não pode
somar ou subtrair qualquer quantidade de dinheiro que não esteja na mesma
data, foi desrespeitado.
Mas se não podemos comparar o valor do dinheiro no presente com o valor
desse mesmo dinheiro no futuro, então, como faremos? A resposta para essa per-
gunta é simples: devemos levar em consideração o tempo do fluxo financeiro,
ou seja, entrada e saída de capital!
Mas, antes de iniciar nossos cálculos financeiros, quero apresentar a você
alguns conceitos que fazem parte da matemática financeira e que precisam estar
bem claros.
JUROS
Como discutimos acima, os juros são uma espécie de aluguel/investimento pelo
capital utilizado. Dependendo da ótica, os juros se posicionam no fluxo de caixa
como custo financeiro para quem paga e remuneração para quem empresta o
capital.
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FORMA PERCENTUAL TRANSFORMAÇÃO FORMA UNITÁRIA
20% a.a. 20/100 0,20 a.a.
10% a.t. 10/100 0,10 a.t.
5% a.m. 5/100 0,05 a.m.
Quadro 4: Formas de apresentação da taxa de juros
Fonte: a autora.
Atenção!
Não confunda juros com taxa de juros
CAPITAL (PV)
Capital principal ou valor presente são conceitos similares e é qualquer valor
monetário disponível para empréstimo ou investimento em um determinado
período de tempo.
MONTANTE (FV)
O montante, também chamado de valor futuro, é o valor do capital inicial que
foi somado aos juros gerados no período em que o capital foi empregado.
TEMPO OU PERÍODO (t ou n)
Conforme vimos nos conceitos discutidos acima, todas as operações financei-
ras estão relacionadas a um tempo definido. Independentemente do tempo ser
de curto ou de longo prazo, ele sempre terá um fim. E o tempo é um importante
parâmetro para o cálculo dos juros.
REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO
Ouvimos muito falar em capitalização. Porém, o que esse conceito significa?
Capitalizar é o cálculo de juros e a incorporação desses juros ao capital inicial
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M = 10.000,00 (1,09)
M = 10.9000,00
FLUXO DE CAIXA
O fluxo de caixa é a representação gráfica do conjunto de receitas (entradas) e
despesas (saídas) em um determinado intervalo de tempo. Em outras palavras,
o fluxo de caixa é a relação dos pagamentos e recebimentos que uma pessoa
física ou jurídica deverá honrar em um determinado período de tempo (PILÃO;
HUMMEL, 2013).
O diagrama do fluxo de caixa é representado da seguinte forma:
Entradas de Caixa
0 1 2 3 4 5 6 tempo
Saídas de Caixa
(sem2: escala)
Figura Representação gráfica do fluxo de caixa
Fonte: a autora.
dependerá do contrato. Um
período começa quando o
outro termina (n-1).
Na figura do fluxo de caixa, você está
visualizando setas para cima e para baixo. As setas para
cima são as entradas (receitas) e têm valor positivo. Já as setas para baixo
são as saídas (despesas) e têm valor negativo.
Agora que você já compreendeu os fundamentos da matemática financeira,
vamos discutir com mais detalhes as taxas de juros simples e compostas.
JUROS SIMPLES
Os juros mais simples para se calcular são, como o nome diz, os juros simples.
Utilizamos os juros simples tanto para calcular um empréstimo quanto para
uma compra a crédito.
Eu sei que você está ansioso(a) para iniciar nossos cálculos. Porém, antes
de iniciarmos, é preciso que você se familiarize com algumas simbologias, já
que utilizará, basicamente, fórmulas da matemática financeira. Apesar de ter-
mos visto muitas das simbologias a seguir, vamos relembrá-las?
Juros Simples
IV
Outra simbologia que precisa estar clara é o tempo, ou seja, é importante estar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
claro a qual período da taxa de juros refere-se, isto é, o período de capitaliza-
ção. Por que é importante conhecer o tempo? Porque todas as vezes que uma
taxa de juros for representada ela estará acompanhada da unidade tempo e, ao
fazer os cálculos dos juros, é necessário equivaler todos os tempos, ou seja, o “i”
e o “n” precisam estar na mesma unidade. As expressões tempo são abreviadas
da seguinte forma:
1) M = C (1 +i. n)
2) M = C + J
3) J = C . i. n
Juros Simples
IV
Resolução: Se queremos saber o valor dos juros, queremos calcular “J”. Então,
utilizaremos a terceira fórmula:
J=C.i.n
Em que: J = valor que queremos encontrar
C = R$ 1000,00
I = 10% = 0,10 a.a.
N = 1 ano
Substituindo: J = 1000 . 0,10 . 1
J = 100,00
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Atenção!
As taxas de juros e o período devem ser expressos na mesma unidade de tempo.
Caso não estejam, é necessário fazer a equivalência.
Exemplo 3: Vamos supor que João não saiba qual é o valor à vista do note-
book que ele adquiriu e gostaria da sua ajuda para descobrir. Lembrando que
João comprou um notebook em quatro vezes, com valor total de R$ 2.900,00, a
uma taxa de juros de 8% a.m. Qual era o valor do produto à vista?
M = C (1 +i.n)
2900 = C (1 + 0,08 . 4)
2900 = C + 0,32C
2900 = 1,32 C
C = 2196,97
É importante observar que a diferença do valor à vista do notebook nos
exemplos 1 e 2 são diferentes em razão da aproximação, ou seja, foram utiliza-
das para o cálculo duas casas decimais.
aplicada durante seis meses. Nesse caso, teremos juros anual, mas a aplicação
será apenas de seis meses. Vamos calcular o montante nessa situação? Precisamos
fazer a equivalência da taxa de juros.
Como fazer a equivalência das taxas de juros? Como a função da taxa de
juros simples é linear, basta dividirmos ou multiplicarmos a taxa do período
conhecido em relação ao período desejado, conforme cada caso.
Um exemplo citado por Pilão e Hummel (2013) é: para uma taxa de juros
de 2% a.m, teremos uma taxa trimestral de 0,02 (3) = 0,06 ou 6% a.t. Se a taxa
for anual, 0,02(12) = 0,24 ou 24% a.a., pois um trimestre é composto por três
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Atenção!
Antes de iniciar qualquer cálculo, veja se a forma como a taxa de juros está apre-
sentada é a mesma do período de aplicação do capital. Caso não seja, é preciso
fazer a equivalência.
JUROS COMPOSTOS
Juros Compostos
IV
a taxa de juros é composta, ao final do segundo ano, João teria R$ 550,00 + 10%
= R$ 605. E, ao final do terceiro ano, R$ 605 + 10% = R$ 665,50.
Se você fosse João e não levando em consideração a inflação, qual opção
você escolheria? R$ 500,00 agora ou R$ 665,50 daqui a três anos? Certamente, a
segunda opção, de investir o
montante durante três anos,
é a mais rentável.
Nos juros compostos, a
capitalização ocorre a cada
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período que a taxa de juros
é aplicada. Por exemplo, se
o tempo de aplicação de um
certo capital for de dois anos
e a taxa de juros for mensal,
teremos vinte e quatro perí-
odos de capitalização, pois:
2 anos = 24 meses. Se a taxa de juros for bimestral, serão 12 períodos de capita-
lização, pois: 2 anos = 12 períodos, e assim por diante.
Da mesma forma que foi estudado no regime de capitalização simples, no
regime de capitalização composta o montante será:
M=C+J
Função exponencial
Toda relação de dependência, em que uma incógnita depende do valor da
outra é denominada função. A função denominada como exponencial pos-
sui essa relação de dependência e sua principal característica é que a parte
variável representada por x se encontra no expoente. Observe:
Y = 2x
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Y = 3x+4
Y = 0,5x
Fonte: Noé (2015, online).
M = C (1 + i)n
Juros Compostos
IV
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EQUIVALÊNCIA DE JUROS EM JUROS COMPOSTOS
A taxa de juros composta deve seguir a mesma regra da taxa de juros simples,
ou seja, devemos sempre considerar o número de período com o período da
taxa de juros apresentada. Porém, como as taxas de juros compostas obedecem
à função exponencial, a conversão é um pouco mais trabalhosa e precisaremos
de uma fórmula específica.
I = [(1 + i)n] - 1
Em que: I = taxa de juros para o período maior
i = taxa de juros para o período menor
N = número de períodos necessários para compor o maior
Substituindo na fórmula:
I = [(1 + 0,05)12] - 1
I = (1,05)12 - 1
I = 1,80 – 1
I = 0,80 ou 80% a.a.
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
É mais utilizado em compras que serão pagas com prazos menores e no crédito
direto ao consumidor. Assim, as parcelas são constantes, as taxas de juros reduzem
com o tempo e a amortização aumenta com o tempo. Conforme figura abaixo:
Juros
Prestação
Amortização
n
Figura 3: Sistema da amortização francês
Fonte: Pamplona e Montevechi (1999).
Sistemas de Amortização
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Juros
Prestação
Amortização
n
Figura 4: Sistema de amortização constante
Fonte: Pamplona e Montevechi (1999).
S = P - ka
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
1. Explique, com suas palavras, os seguintes termos:
a. Juros.
b. Taxa de juros.
c. Montante.
d. Capital.
e. Amortização.
5. Se uma pessoa investir R$ 10.000,00 por 10 anos a uma taxa de 30% a.a, qual será
o montante ao final dos 10 anos?
6. Com base nos dados do exercício 5, calcule o montante ao final dos 10 anos pelo
regime de capitalização composto.
121
Depois de se tornar a Kroton Educacional tura, abrindo mais cursos, mais vagas e até
S/A a empresa resolveu abrir o seu capi- comprando faculdades menores, além de
tal, através de oferta de ações. Segundo liquidar as dívidas de longo e curto prazo
Cafardo (2007) “A Kroton Educacional, que irão aumentar seu índice de liquidez.
empresa que administra o Grupo Pitágo-
ras, de Minas, abriu o capital no mês de A abertura de capital vai trazer profissiona-
julho e conseguiu R$ 374,7 milhões.” lismo e melhor gestão para as instituições,
isto significa mais qualidade de forma que
O motivo que o grupo resolveu abrir o só assim elas sobreviverão ao mercado cada
capital foi com a intenção de conseguir vez mais concorrido do ensino superior pri-
investidores brasileiros ou estrangeiros e vado brasileiro.
usar o dinheiro para expandir sua estru-
APRESENTAÇÃO DA OFERTA
Para abertura do capital a Kroton desem- Por estes motivos que a empresa deve estar
bolsou uma quantia significativa com ciente na decisão da abertura do capital e
comissões dos intermediários financeiros, se realmente terá um retorno considerável
despesas estimadas com auditoria externa, em relação a todo o investivento realizado.
advogados e consultores, preparação da
documentação e taxas de registro na CVM.
O esforço dos federais em servir de referên- De acordo com o estudo feito, o Banco do
cia no universo dos cinco maiores bancos Brasil oferece uma linha de crédito que se
do país fica evidente, sobretudo no finan- chama BNDES automático. É um financia-
ciamento em longo prazo, por isso caso a mento de longo prazo para a realização
Kroton escolhesse um banco para a cap- de projetos de investimentos da empresa:
tação de recursos seria o Banco do Brasil implantação, ampliação, recuperação e
ou Caixa Econômica que têm as menores modernização de ativos fixos. O banco
taxas do mercado. Mesmo com taxas redu- exige para a contratação a garantia de hipo-
zidas vale a pena lembrar que os juros, IOF teca, duplicatas, máquinas e equipamentos
(Imposto Sobre Operações Financeiras) e admitindo a coobrigação dos controlado-
a TARC (Tarifa de abertura/Renovação de res da empresa. O valor do financiamento
crédito) não ficam de fora aumentando é até R$10.000.000,00. O que poderia ser
consideravelmente o valor do empréstimo. contratado devido ao porte da empresa.
V
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
DA ENGENHARIA
UNIDADE
ECONÔMICA E A TOMADA
DE DECISÃO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer os princípios básicos da engenharia econômica.
■■ Entender a importância da análise econômica.
■■ Compreender a engenharia econômica em diversos cenários.
■■ Analisar os investimentos.
■■ Identificar os métodos de análise de investimento.
■■ Tomar decisões.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Princípios da engenharia econômica
■■ Importância da análise econômica
■■ Engenharia econômica em diversos cenários
■■ Introdução à análise de investimento
■■ Métodos de análise de investimento
■■ Tomada de decisão
127
INTRODUÇÃO
Introdução
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Bons estudos!
Ao tomar uma decisão, dez princípios precisam estar claros (PILÃO; HUMMEL,
2013), os quais chamaremos de princípios da engenharia econômica. Vamos
conhecê-los?
Princípio 1: Não existe decisão a ser tomada quando temos uma única
alternativa. Ou seja, para tomarmos decisão, precisamos ter opções. Exemplo:
comprar uma nova máquina ou continuar com a antiga?
Princípio 2: Só podem ser comparadas alternativas homogêneas para se com-
parar o seu resultado. Em outras palavras, se estivermos analisando alternativas
diferentes (heterogêneas), não poderemos assumir qual delas é a melhor. Por
exemplo, uma empresa pretende comprar um imóvel. Porém ela tem duas opções:
um imóvel no valor de R$ 350.000,00 em um bairro nobre e um outro imóvel no
valor de R$ 90.000,00 em um bairro popular. Nesse caso, são alternativas total-
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mente diferentes, não tendo como fazer comparações sem homogeneizar os dados.
Princípio 3: Apenas as diferenças de alternativas são relevantes. Se todas
as alternativas tiverem série de custos ou receitas iguais, essas características
não serão relevantes. Nesse caso, precisaremos comparar as diferenças e, assim,
tomar as decisões.
Princípio 4: Os critérios para decisão de alternativas econômicas devem
reconhecer o valor do dinheiro no tempo, ou seja, precisamos analisar os inves-
timentos com tempo igual.
Princípio 5: Não devem ser esquecidos os problemas relativos ao raciona-
mento de capital. Esse princípio significa que não adianta existir uma alternativa
se o capital próprio mais o capital de terceiros não for suficiente para cobrir as
necessidades do capital da alternativa.
Princípio 6: Decisões separáveis devem ser tomadas separadamente, ou
seja, todos os problemas e alternativas econômicas de investimento devem ser
cuidadosamente avaliados para determinar qual o número, tipo e sequência das
decisões necessárias.
Princípio 7: Deve-se sempre atribuir um certo peso para cada grau rela-
tivo de incertezas associado à previsões efetuadas. Assim, ao fazer uma escolha,
sempre deve ser levado em consideração o risco daquele projeto. Como risco,
podemos nos referir à probabilidade de se obter resultados insatisfatórios. Uma
forma de minimizar os riscos é por meio do uso de técnicas corretas.
Princípio 8: As decisões devem levar em consideração os eventos qualitati-
vos não quantificáveis monetariamente. Esse princípio significa que a seleção de
alternativas requer que as possíveis diferenças entre alternativas sejam claramente
especificadas. Sempre que possível, essas diferenças devem assumir uma uni-
dade quantificável comum (unidade monetária). Assim, fornece a base para a
seleção de projetos.
Princípio 9: Realimentação de informações.
As informações sempre precisam estar atualiza-
das para possibilitarem a melhor tomada de
decisão.
Princípio 10: Dados econômicos/geren-
ciais. Ao analisar alternativas, deve-se ter
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cidade financeira.
Sabemos que todas as pessoas, sejam físicas ou jurídicas, tomam decisões. Para
isso, têm disponíveis computadores, matemática financeira, técnicas e mode-
los para auxiliá-las. E a engenharia econômica proporciona os métodos para a
tomada de decisão, sempre pensando no futuro, pois aquilo que for feito hoje,
afetará a empresa futuramente.
Os números utilizados em uma análise de engenharia econômica são, segundo
Blank e Tarquin (2008), estimativas que esperamos ocorrer. E essas estimativas
envolvem três elementos: fluxo de caixa, tempo de ocorrência e taxas de juros.
Os elementos citados já foram discutidos nas unidades anteriores.
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Black e Turquin (2008) propõem as seguintes etapas:
■■ Descrição da alternativa – compreensão básica daquilo que o problema
requer para a solução. Inicialmente, poderemos ter várias alternativas,
mas algumas delas serão inviáveis. Somente as alternativas viáveis serão
analisadas.
■■ Fluxos de caixa – os fluxos de caixa devem ser analisados para cada alter-
nativa viável.
■■ Análise usando engenharia econômica – cálculos que consideram o
valor do dinheiro no tempo são realizados nos fluxos de caixa de cada
alternativa viável.
■■ Escolha da alternativa – os valores da medida do valor são comparados e
uma alternativa é escolhida. Essa etapa é o resultado da engenharia econô-
mica. Para essa etapa, os métodos de análise de investimento são utilizados.
que significa investir? Vou responder a essa pergunta com um exemplo. Imagine
você que um(a) executivo(a) de uma grande empresa é informado(a) que uma
das linhas de produção da fábrica está obsoleta e, por isso, apresenta custos cada
vez mais altos de produção e altos índices de refugo do produto. Nesse caso, você
tem duas alternativas: substituir o equipamento por um novo ou modernizar
o equipamento existente. O
que você escolheria?
O exemplo que citei
acima é uma situação nor-
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caixa futuros. Para isso, três elementos precisam estar presentes: o valor do inves-
timento inicial, fluxos de caixa incremental da vida do projeto e valor residual.
Assim, os métodos de análise de investimentos são baseados nos retor-
nos dos fluxos de caixa do projeto em análise. A construção do fluxo de caixa
necessita de uma enorme quantidade de informações passadas e projeções de
resultados futuros.
Mas como o fluxo de caixa é representado?
O fluxo de caixa é representado na escala horizontal, com marcadores dos
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Fluxos de caixa mal elaborados podem conduzir a decisões desastrosas.
Fonte: a autora.
1 2 3 4 5
3.000
Figura 5: Representação do fluxo de caixa
Fonte: a autora.
para a tomada de decisão. Claro que, como o objetivo principal de uma organi-
zação é o lucro, os critérios puramente monetários devem ser analisados com
muito cuidado.
Porém, ao tomar uma decisão, outros fatores precisam ser levados em con-
sideração, como: os objetivos estratégicos da empresa, a conjuntura econômica,
situação política e gerencial, impactos ambientais, dentre outros. Ou seja, todos
os fatores que afetam a empresa precisam ser analisados e somente depois a deci-
são é tomada.
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TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA)
Resolução:
VA = VN /(1+i)n
VA = 14.500,00/(1+ 0,12)
VA = 10.320,81
Ap = (1+i)n - 1 . PMT
i(1+i)n
Ap = (1+0,12)3 - 1 . 4.300,00
0,12(1+0,12)3
Ap = 2,40183. 4.300,00
Ap = 10.327,87
Como é ao final de cada mês, também é postecipado, porém a taxa está expressa
em anos. É necessário calcular a taxa efetiva ao mês antes de aplicar a fórmula:
(1+0,00949)36 - 1
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Ap = . 341,00
0,00949(1+0,00949) 36
Ap = 0,40499 . 341,00
0,01333
Ap = 10.357,61
Conclusão: A opção “C” é a melhor, pois é a que apresenta maior valor presente.
Exemplo: A empresa Cia Brasileira Ltda. está analisando dois projetos: projeto A
e projeto B. O projeto A exige um investimento inicial de R$ 4,5 milhões e o pro-
jeto B R$ 5 milhões. Os fluxos de caixa de cada projeto são representados abaixo:
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ANO PROJETO A (R$ MIL) PROJETO B (R$ MIL)
0 -4,5 -5
1 1.500 3.000
2 1.500 2.000
3 1.500 1.000
4 1.500 1.000
5 1.500 500
Médias de entrada 1.500 1.500
n
FC j
FC 0 0
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j=1 (1+i) j
Atenção!
Como são projetos com investimento inicial diferente, é necessário usar a técni-
ca de investimentos incrementais.
■■ c) Valor Presente Líquido (VPL)
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n
Fc t
VPL
t=0 (1+i) t
Em que: VPL = valor presente líquido
FC = fluxo de caixa
T= período
i = custo do capital (taxa de juros)
O projeto que apresentar o melhor valor presente líquido, ou seja, quanto maior
for o valor da VPL, mais vantajoso é o projeto. O VPL é utilizado para análise
de investimento isolado e único, ou seja, que não se repete.
Exemplo: Vamos supor que a Cia Brasileira Ltda. dispõe de R$ 18.000 para tro-
car um certo equipamento industrial. A empresa está analisando dois projetos.
O projeto A exige investimento inicial de R$ 14.000 e gera saldo líquido anual
de R$ 5.000 por sete anos. Já o projeto B exige investimento inicial de R$ 18.000
e gera saldo líquido anual de R$ 6.500 por sete anos. Sabendo que a TMA da
empresa é de 30% a.a., calcula-se a VAUE de cada projeto.
VAUE a = -14000. 0,3568 + 5000
= 3,7780
VAUE b = -1800 . 0,3568 + 6500
= 76,28
VAUE a < VAUE b, então, o projeto B é mais vantajoso.
TOMADA DE DECISÃO
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Os estudos de substituição utilizam uma terminologia própria, apesar de estrei-
tamente relacionada com termos que discutimos anteriormente. Esses termos
novos são (BLANK; TARQUIM ,2008):
a. Defensora e desafiante – são nomes dados às alternativas exclusivas. A
defensora é o ativo que está instalado e a desafiante é a provável substi-
tuição. Assim, a desafiante é a melhor das alternativas escolhidas.
b. Valores VA – são utilizados como a principal medida econômica de com-
paração entre a defensora e a desafiante.
c. Vida útil econômica (VUE) – é o número de anos em que ocorre o menor
VA dos custos. Os cálculos de equivalência para determinar a VUE esta-
belecem a vida útil da defensora, em um estudo de substituição. Ao final
da vida útil, o equipamento precisa ser substituído. Porém como sabe-
mos a vida útil de um ativo?
ANO (1) VM (2) COA (3) RC (4) VA DO COA (5) VA TOTAL (6) = (4)+(5)
1 9.000 -2500 -5300 -2500 -7800
2 8.000 -2700 -3681 -2595 -6276
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Resolução:
VA total = -P(A/P;i3) + VM(A/F;i3)-[VP do COA1;COA2;COA3 ](A/P;i3)
= -13000(A/P;10%;3)+6000(A/F;10%;3)-2500(P/F;10%;1) + 2700(P/F;10%;2)
+ 3000(P/F;10%;3)(A/P;10%;3)
= -3415 – 2717
= -6132
A VUE da defensora é de 3 anos e o valor VA é de R$ -6132.
d. Custo de aquisição da defensora – é a quantidade de investimento ini-
cial P utilizada para a defensora. O valor de mercado (VM) atual é a
estimativa correta a ser utilizada para P, em relação à defensora, para um
estudo de substituição. Esse valor pode ser obtido por avaliadores pro-
fissionais, revendedores ou liquidantes, que conhecem o valor do ativo.
O valor esperado ao final do ano 1 torna-se o valor de mercado do início
do ano seguinte e assim sucessivamente.
e. Custo de aquisição da desafiante – é a quantidade de capital que pre-
cisa ser recuperada (amortizada) quando se substitui uma desafiante por
uma defensora. Essa quantia sempre será igual a P, o custo de aquisição
da desafiante. Em outras palavras, o custo de aquisição da desafiante é
o investimento inicial estimado necessário para adquiri-la e instalá-la.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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aceitos pela literatura, como o método da taxa interna de retorno, entre outros.
Outro fator que precisa ser considerado ao analisar os investimentos é saber
se realmente aquele ativo precisa ser substituído ou não. A substituição só é acon-
selhável se a taxa mínima de atratividade no novo projeto for maior do que do
projeto antigo. Caso contrário, o projeto deverá ser rejeitado.
Discutimos, também, como a engenharia econômica faz parte do processo
de tomada de decisão. Iniciamos nossa discussão falando sobre os fundamen-
tos da engenharia econômica e como ela está presente no ambiente empresarial.
Na sequência, discutimos os métodos de análise de investimento. Vimos
que existem quatro técnicas principais que irão auxiliar o engenheiro de produ-
ção a tomar as melhores decisões, ou seja, escolher o investimento/projeto mais
viável dentre tantas opções.
Então, você percebeu que tomar uma decisão não é algo tão simples, pois
nos deparamos diariamente com inúmeras opções de investimento, umas viá-
veis, outras nem tanto, e escolher qual projeto é o melhor futuramente requer
diversas análises. Mas tenho certeza de que hoje você está apto a tomar as melho-
res decisões.
Um forte abraço,
Profª Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
1. Explique o motivo que faz com que o estudo da engenharia econômica seja tão
importante para o profissional de engenharia de produção.
2. Quais são os dez princípios da engenharia econômica?
3. Explique, com suas palavras, o que é análise de investimento.
4. A empresa Cia Brasileira Ltda. está analisando dois projetos: projeto A e projeto
B. O projeto A exige um investimento inicial de R$ 6 milhões e o projeto B R$5,5
milhões. Os fluxos de caixa de cada projeto são representados abaixo. Com base
no método de payback, qual projeto a empresa deverá escolher?
5. Vamos supor que a Cia Brasileira Ltda. dispõe de R$20.000 para trocar um certo
equipamento industrial. A empresa está analisando dois projetos. O projeto A
exige investimento inicial de R$ 16.000 e gera saldo líquido anual de R$6.000 por
seis anos. Já o projeto B exige investimento inicial de R$20.000 e gera saldo líqui-
do anual de R$ 7.500 por seis anos. Sabendo que a TMA da empresa é de 30%a.a.,
calcule a VAUE de cada projeto.
6. Explique os três fatores que sinalizam à empresa a necessidade de substituição
de um ativo.
TIPOS DE INVESTIMENTOS
Existem dois tipos de investimentos:
Investimentos em renda fixa: são atrelados a um índice ou juro fixado, podem ser
divididos em pré-fixados, quando se estabelece o juro desde o início da operação ou
pós-fixados, cujo valor só será conhecido com o decorrer do tempo. Nesse tipo de inves-
timento o investidor tem previsão do quanto será o valor resgatado, sendo assim corre
menos risco que um investimento de renda variável.
Os investimentos mais populares em renda fixa são:
Caderneta de Poupança que é o investimento mais simples e popular do Brasil, o Banco
Central define a remuneração, que é igual em todas as Instituições; Fundos DI que são
fundos atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e que têm o objetivo de
acompanhar os juros de mercado.
Há também outras aplicações como: Fundos de Renda Fixa, CDBs e debêntures, entre outras.
Investimentos em renda variável: são investimentos que não são atrelados a um índice
fixo, sua principal característica é a impossibilidade de predeterminar a rentabilidade do in-
vestimento. Possuem alto risco de perda, mas em compensação possuem alta rentabilidade.
Os investimentos mais conhecidos em renda variável são:
Ações: são partes de uma empresa, pode-se definir como títulos nominativos negociá-
veis que representam uma fração do capital social de uma empresa;
Fundos de ações: é grupo de ações escolhidas por um grupo de profissionais do mer-
cado de ações que é dirigido por alguma empresa ou banco especializado em finanças
e investimentos.
Clubes de investimento: é um tipo de associação sem personalidade jurídica e com fins
lucrativos que é composto por pessoas físicas interessadas em investir no mercado de
capitais e que terão seus interesses guiados por um gestor encarregado de tomar conta
do processo de tomada de decisão.
Antes de decidir pelo tipo de investimento que irá optar, existem características comuns
e específicas, tanto para renda fixa como para renda variável, que o investidor deve co-
nhecer para ver qual delas irá se adequar melhor a sua situação financeira e também
qual define melhor o seu perfil.
Além dessas características deve-se atentar a três principais aspectos presentes em
qualquer modalidade: o risco, a rentabilidade e a liquidez:
a. Risco
Risco é a medida de incerteza referente a um retorno esperado. De acordo com Roos,
Westerfield e Jaffe (2002, p. 189) “os investidores só aplicacarão num título com risco se
seu retorno esperado for suficientemente elevado para compensar esse risco”.
151
Para Seabra (2010, p. 01), “o risco está associado ao grau de incerteza sobre o investi-
mento no futuro. Quanto maior o grau de incerteza, maior o risco e maior o retorno
esperado e vice-versa”. E complementa dizendo que “todo investidor deve escolher suas
aplicações entre o menor risco possível e o maior retorno possível”.
É importante que o investidor conheça o nível de risco existente nas operações que
pretende fazer para que não haja perdas futuras, uma maneira de diminuir o risco é di-
versificar o que significa combinar diferentes tipos de investimentos com características
distintas. Seabra (2010) diz que “ os ativos com características distintas tendem a obter
retornos distintos e a seguir diferentes tendências. O objetivo da diversificação é conse-
guir os melhores retornos potenciais para um determinado nível de risco”.
A diversificação é uma técnica utilizada com o único propósito da redução de riscos atra-
vés da alocação de investimentos entre vários instrumentos, setores ou outras categorias.
b. Rentabilidade
É o retorno sobre o capital investido. Quando se faz um investimento, por exemplo, na
poupança, a diferença entre o valor que foi investido e o valor que foi resgatado caracte-
riza-se como a rentabilidade desse investimento. Segundo Tavares (2010, p. 01),
Nos investimentos, rentabilidade é o retorno sobre o capital investido
em determinado ativo financeiro. Ele pode ser dado através de taxa de
juros prefixadas (os títulos públicos LTN e NTN-F, por exemplo), pós-fixa-
das (LFT, título indexado à taxa SELIC, CDBs, entre outros), mistas (pou-
pança, que rende 0,5% a.m. + TR ou NTN-B, que rende em torno de 6%
a.a. + IPCA) ou baseadas na valorização (como no caso das ações, que
a diferença entre o preço de compra e o preço de venda determina a
rentabilidade, podendo ser positiva ou negativa). (TAVARES, 2010 p. 01).
Na maioria das vezes o conceito de rentabilidade é confundido com o conceito de lucra-
tividade. De acordo com Lavergel (2011, p.01) “enquanto lucratividade reflete os ganhos
imediatos do negócio, a rentabilidade mostra qual é o retorno sobre o investimento que
foi feito na empresa a longo prazo”.
c. Liquidez
Além da rentabilidade deve-se levar em conta, antes da escolha de um investimento,
qual o seu nível de liquidez, ele vai avaliar o potencial do investimento de ser trans-
formado em dinheiro novamente quando for preciso. A liquidez de seus investimentos
sempre dependerá do prazo em que poderá manter seu dinheiro aplicado.
Liquidez é a facilidade que um ativo pode ser convertido em dinheiro, quanto maior a
liquidez, maior a facilidade de convertê-lo em moeda. Em uma análise financeira a liqui-
dez mede a capacidade de uma instituição em honrar os seus compromissos, ou seja,
a capacidade de pagamento da empresa de suas obrigações nos prazos estabelecidos.
Fonte: Nunes (2012, online).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Análise de investimento
Nelson Casarotto Filho e Bruno Hartman Kopittke
Editora: Atlas
Sinopse: Este livro apresenta didaticamente os conceitos
necessários à análise de alternativas de investimento, com exemplos
práticos apoiados em planilhas Excel, suas funções financeiras
e recursos gráficos. Para que alunos e professores possam
tirar máximo proveito dos modernos recursos da informática,
acompanha o seguinte material complementar: planilhas Excel
(tabelas de juros compostos; capítulo por capítulo, exemplos práticos
descritos no livro; solução dos problemas) e apresentações em PowerPoint (correspondentes
ao texto, em capítulos). A obra trata dos seguintes tópicos: matemática financeira, empréstimos
ou financiamentos, métodos de análise de investimentos, orçamento de capital, substituição de
equipamentos, elaboração do fluxo de caixa, leasing, precificação de ativos (CAPM e APM), análise
de riscos (árvores de decisão, função utilidade) e custo médio ponderado de capital (WACC)
Engenharia Econômica
Leland Blank e Antony Tarquim
Editora: Mc Graw Hill
Sinopse: Este é um dos livros mais utilizados atualmente na
disciplina engenharia econômica, pois foi elaborado para enfatizar
as ferramentas que os estudantes usarão na prática profissional. Este
livro apresenta diversos exemplos em diferentes áreas da engenharia
econômica.
153
CONCLUSÃO
UNIDADE 1
1. A economia está presente em todos os aspectos do nosso dia a dia, pois o tem-
po inteiro fazemos escolhas e sofremos impacto das decisões do governo e das
empresas.
2. Estudar e trabalhar; consumir e investir; lazer e trabalhar.
3. A comparação se dá via o custo de oportunidade, ou seja, se você viajar, irá satis-
fazer um desejo/necessidade psicológica, mas terá custo monetário. Porém, para
você não ter custo monetário, terá que abrir mão dos benefícios psicológicos da
viagem.
4. A tecnologia faz com que a empresa consiga produzir mais utilizando menos
recursos produtivos e/ou em menor tempo.
UNIDADE 2
UNIDADE 3
UNIDADE 4
1.
a. Juros – aluguel pelo capital utilizado.)
b. Taxa de juros – remuneração pelo capital empregado.
c. Montante – valor do capital inicial mais juros.
d. Capital – valor monetário disponível.
e. Amortização – pagamento parcial de uma dívida.
a. R$ 31.200
b. R$ 31.800
c. R$ 32.400
d. R$ 33.000
4. R$ 208.000
5. R$ 40.000
6. R$ 137,858.
UNIDADE 5
Deve-se sempre atribuir um certo peso para cada grau relativo de incertezas as-
sociados a previsões efetuadas.
As decisões devem levar em consideração os eventos qualitativos não quantifi-
cáveis monetariamente.
Realimentação de informações.
Dados econômicos/gerenciais.
3. Análise de investimento envolve decisões de investimentos, principalmente de
longo prazo.
4. A empresa deve escolher o projeto B, pois a empresa recupera o capital investido
em três anos. Já no projeto A, a recuperação do capital é em 4 anos.
5. VAUE a = R$ 304
VAUE b = R$ 380
6. Desempenho reduzido, Alteração de necessidade, Obsolescência.