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A CARVÃO
VEGETAL
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 01
2 . FONTES DE ENERGIA PRIMÁRIA ............................................................... 02
3. FONTES TERMO-REDUTORAS ..................................................................... 04
4. ASPECTOS TÉCNICOS ENTRE A SIDERURGIA A CARVÃO VEGETAL
E COQUE NO BRASIL. ........................................................................................ 06
4.1 CARACTERÍSTICAS DO TERMO REDUTOR ...................................... 06
4.2. GARANTIA DE SUPRIMENTO ............................................................. 07
4.3. PREVISÃO DE PREÇOS ......................................................................... 07
4.4. TECNOLOGIA CONHECIDA E DOMINADA ...................................... 09
4.5. FLEXIBILIDADE DE ESCALA .............................................................. 10
4.6. VANTAGENS SOCIAIS .......................................................................... 10
5. A PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL NO BRASIL. ................................ 11
5.1. ORÍGEM DA MATERIA PRIMA. ........................................................... 11
5.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS DOS PROCESSOS DE
CARBONIZAÇÃO UTILIZADOS NO BRASIL .................................................. 13
5.2.1. PROBLEMAS AMBIENTAIS ........................................................... 13
6. IMPACTOS AMBIENTAIS DO CARVÃO MINERAL .................................. 15
6.1 CICLO DE PRODUÇÃO E USO DO CARVÃO ...................................... 16
6.1.2 EXTRAÇÃO DO MINÉRIO ............................................................... 16
6.1.3 PREPARAÇÃO E PURIFICAÇÃO DO CARVÃO ........................... 17
6.1.4 TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO .......................................... 18
6.1.5 COMBUSTÃO .................................................................................... 18
7. SIDERURGIA A CARVÃO VEGETAL E COQUE E O CICLO DO
CARBONO ............................................................................................................. 22
8. CONCLUSÃO .................................................................................................... 26
9. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 28
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1. INTRODUÇÃO
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2 . FONTES DE ENERGIA PRIMÁRIA
HIDRAULICA
ENERGIA
NUCLEAR HEOLICA
RENOVÁVEL
DIRETA
ENERGIA BIOMASSA
SOLAR
PETRÓLEO
NÃO
GÁS NATURAL
RENOVÁVEL
CARVÃO
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países, o que lhes confere uma conotação política mais importante que a econômica,
seja pela alta dependência do mundo por estes insumos, seja pela utilização do poder
conferido pela posse das riquezas para a criação de alternativas de desenvolvimento
que lhes garantam a futura sobrevivência”.
O relatório “Beiyond Petroleum”, em seu volume 1 (Biomass Energy
Chains), 1975, já concluía: “nem todos os riscos e custos sociais e ambientais podem
ser convertidos em seus equivalentes em moeda, porque, paras certos casos, ainda
não existe tecnologia disponível e talvez ene venham a existir, que possa garantir a
eliminação destes riscos. Como exemplo, os problemas de resíduos nucleares e a
recuperação de terras após a mineração a céu aberto de carvão mineral são
problemas ainda não resolvidos. De outro lado a geração de energia por processos
térmicos transfere sempre energia para o ambiente, resultando em elevações de
temperatura.
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principalmente, transporte. Quanto as demais formas renováveis de energia como o
álcool de cana-de-açúcar, o seu aproveitamento ainda esta comprometido em larga
escala com programas de desenvolvimento tecnológico que permitam a sua
transformação e disponibilidade contínuas.
Há um grande potencial de geração de energia renovável de biomassa nos
trópicos. O sol fornece a Terra cerca de 700w/m2, de energia. A média de insolação
de da região intertropical bem a média do potencial disponível para a capitação
fotossintética. O rendimento possível para captação e fixação de energia nas plantas,
pode chegar a 2% (BORGES e COLOMBAROLI, 1978). Tem-se assim, um imenso
potencial a ser explorado.
3. FONTES TERMO-REDUTORAS
1. carvão mineral;
2. carvão vegetal;
3. derivados do petróleo;
4. gás natural.
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Salvo a injeção de óleo combustível nas ventaneiras dos altos fornos, as duas
últimas fontes mencionadas são utilizadas principalmente para a redução direta, tem
aplicação bastante limitada.
O termo-redutor siderúrgico mais importante é o coque.
Os combustíveis fosseis são carentes em todo mundo, sobretudo na faixa
tropical do hemisfério sul. Esses recursos energéticos encontram-se em poder de
poucos países, que controlam o seu mercado.
O carvão mineral, insumo básico para a siderurgia convencional, ainda que
abundante, apresenta sua reservas concentradas em poucos países.
Pode-se verificar pelo QUADRO 3. a posição delicada dos países que
dependem do da importação de carvão mineral para sua siderurgia, tanto no que diz
respeito a garantia do seu abastecimento, quanto aos preços que deverá pagar no
futuro por esta matéria prima.
PAÍS %
RÚSSIA 38,72
ESTADOS UNIDOS 26,67
CHINA 14,33
ÍNDIA 1,70
EUROPA 11,21
AFRICA 1,70
AMERICA DO SUL 0,14
JAPÃO 0,14
OCEANIA 3,55
RESTO DO MUNDO 1,84
TOTAL 100,00
QUADRO 3. Reservas Mundiais de Carvão
Economicamente Recuperáveis.
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Para o caso do Brasil, sobretudo Minas Gerais, o carvão vegetal ocupa lugar
de destaque entre as opções energéticas para a produção de gusa. Os países carentes
de energia fóssil, desde que apresentem condições favoráveis, podem possuir
siderurgia carvão vegetal como termo-redutor.
Esta condição é plenamente exeqüível mediante um planejamento adequado,
sobretudo para aqueles países de elevado índice de insolação e clima adequado a
produção econômica de biomassa com fins energéticos.
O carvão vegetal possui baixos teores de cinza (não mais que 3%) e enxofre
(praticamente zero). O baixo teor de cinzas permite trabalhar com menor volume de
escória, resultando economia em fundentes (menos que 100Kg/ton de gusa,
enquanto o coque produz cerca de 260Kg/ton de gusa produzido). O baixo teor de
enxofre resulta na produção de gusa com mínimo teor desta impureza nociva,
permitindo que o produto seja utilizado diretamente em aciarias ou fundições e
dispensando o tratamento de dessulfuração, necessário quando se utiliza carvão
mineral. Além disso, o carvão vegetal é cerca de dez vezes mais reativo na reação de
regeneração do CO, gás redutor responsável pela redução do minério de ferro.
Entretanto a baixa densidade do carvão vegetal, associada a alta friabilidade e
pequena resistência a compressão, geram grande quantidade de finos (20 a 30%) e
limitam o tamanho dos altos fornos. A tecnologia atual prevê o total aproveitamento
destes finos pela sua injeção nas ventaneiras dos altos fornos ou para a obtenção de
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sínter e briquetagem, com economia energética e sem inconvenientes de eliminação
de rejeitos. A baixa densidade do carvão vegetal (são necessários 3 m.d.c. de carvão
vegetal/ ton. de gusa produzido) também influencia no tempo de residência da carga
metálica, que demora cerca de duas vezes mais, em relação ao coque, quando este
termo redutor é utilizado.
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diminuição no preço pago pelo carvão vegetal, o que pode provocar o aumento na
tendência de substituição deste insumo pelo de origem fóssil, muitas vezes mais
viável economicamente.
Um fator que esta sendo considerado no controle dos custo e na formação de
preços do carvão vegetal é o transporte. Portanto a inexistência de um sistema
adequado de transporte, é uma das grandes limitações para a competitividade entre
as materiais primas. Verifica-se que, em condições desfavoráveis, o transporte pode
significar um aumento de até 50% nos custos do carvão posto na usina (ALFARO,
1985).
Segundo ALFARO, 1985, o fornecimento de carvão vegetal torna-se cada vez
mais problemático, uma vez que as áreas de produção estão cada vez mais se
distanciando dos centros consumidores, provocando um aumento no preço do
produto, devido ao aumento do custo do transporte, no caso rodoviário.
Outro fator importante a ser considerado nos custos de produção do carvão
vegetal é o valor da terra. Com o passar do tempo fica mais difícil a obtenção de
terras próximas aos centros consumidores, contínuas de boa produtividade.
Normalmente os fatores que contribuem para isto são a expansão da fronteira
agrícola, expansão urbana, demanda imobiliária, etc. Estes fatores inviabilizam
muitas vezes a aquisição de grandes faixas de terras para a implantação d
reflorestamentos.
O aumento produtividade florestal também afeta sobremaneira a redução dos
custos do carvão vegetal, podendo significar, a depender da taxa de desconto, um
aumento na renda do empreendimento mais que proporcional à produtividade
(BERGER, 1975 citado por ALFARO, 1985).
MAGALHÃES, 1993, comenta que o futuro do carvão vegetal esta
intimamente ligado a capacidade do setor em responder os seguintes desafios:
substituir o carvão nativo pelo de reflorestamento, em 100%, conforme
prevê a legislação atual e mesmo assim gerar um produto de qualidade e
baixo custo, conforme as necessidades da siderurgia;
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incorporar novos plantios próximos às usinas, com vistas a cumprir a
legislação atual;
remunerar a madeira em pé de eucalipto em níveis que permitam a
concorrência com os demais seguimentos consumidores de madeira como
a celulose, exportação de toras e o crescente mercado de madeira serrada.
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4.5. FLEXIBILIDADE DE ESCALA
abertura de estradas;
geração de empregos e atividades indiretas;
oportunidade de capacitação para os trabalhadores rurais e seus
dependentes.
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De acordo com GOMES et alii, 1988, aliados a estes benefícios, pode-se
implantar programas de fomento florestal, significando uma alternativa de renda aos
pequenos produtores. Estas plantações geralmente ocupam terras marginais
(pastagens degradadas, solos de baixa fertilidade, etc.) que normalmente não seriam
utilizadas. Porém, apesar da viabilidade econômica desta alternativa, muitas vezes
não são bem aceitas pelos pequenos produtores, principalmente por ser este um
investimento a longo prazo. Já a utilização de coque não apresenta vantagens sociais
relevantes, pois a mediada que este substitui o carvão, pode significar em redução de
reflorestamentos e, consequentemente, redução de empregos e renda internamente.
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trabalhando com material lenhoso heterogêneo, o que impossibilita a adoção de
técnicas mais aprimoradas. De acordo com CARVALHO e MUNIZ, 1996 a
fronteira do carvão acelerou-se a partir da edição da lei florestal de Minas Gerais,
em dezembro de 1991, que faculta ao estado controlar e fiscalizar o processo de
produção e consumo de recursos florestais, desde a licença de desmatamento
concedida ao proprietário rural até o acompanhamento dos planos de auto-
suprimento das siderúrgicas. Segundo os mesmos autores, calculo-se que, em 1996,
6 milhões de metros cúbicos de carvão vegetal, aproximadamente 25% do carvão
consumido pela siderurgia mineira, foram extraídos das matas de Goiás, Mato
grosso do Sul e Bahia. CARVALHO e MUNIZ, 1996 relatam que o cerrado mineiro
esta reduzido a 25% da sua cobertura original.
O cronograma estabelecido por esta lei ainda programava para este ano
(1999), que a totalidade do carvão consumido pelas usinas siderúrgicas e de ferro-
gusa deverão ser extraídos de florestas plantadas ou manjadas, meta que não deverá
ser atingida, apesar de alguns avanços ambientais. Em 1998, segundo a
ABRACAVE, 75% do carvão consumido pela indústria siderúrgica originou-se de
florestas homogêneas.
O reflorestamento com eucalipto, ainda constitui-se na alternativa mais viável
para o Brasil, no que diz respeito a madeira para os mais diversos fins, apresentando
incrementos médios anuais superiores às outras espécies já testadas (nativas ou
exóticas). Além disso, a grande diversidade genética deste gênero (Eucaliptus),
torna-o apto a ocupar as mais diferentes condições edafoclimatológicas, desde que
manejado corretamente. Segundo BARROS et alii, 1998, a experiência mineira na
produção de madeira para energia, apesar de ter cometido erros no passado, tem
grande possibilidade de adequar novas tecnologias, principalmente no que diz
respeito ao melhoramento aliado ao correto manejo do solo, tornando possível
maiores produtividades e melhor qualidade da madeira de eucalipto para o uso
energético.
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5.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS DOS PROCESSOS DE CARBONIZAÇÃO
UTILIZADOS NO BRASIL.
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Entre os GNC’s estão incluídos CO2, CO, H2 e os hidrocarbonetos (CnHm).
Entre estes gases, o que pode ocasionar maiores problemas é o monóxido de
carbono, porém devido as suas baixas concentrações, não é tão relevante. O maior
problema do CO2 produzido, diz respeito a sua contribuição para o efeito estufa,
entretanto, quando a madeira é produzida de forma sustentável, pode se garantir que
o carbono emitido é reaprizionado na floresta em crescimento, incorporando-se
novamente ao ciclo.
Segundo PIMENTA, 1998 os COC’s são os maiores responsáveis pelos
efeitos nocivos do processo convencional de carbonização. Alguns dos compostos
presentes nesta fração (compostos fenólicos, hidrocarbonetos poli aromáticos)
quando não recuperados são potencialmente tóxicos e até carcinogênicos, mesmo a
baixas concentrações.
As emissões de particulados também constitui-se um problema ambiental
importante, entretanto a sua quantificação e avaliação dos efeitos é dificultada, pois
tais emissões estão sempre associadas às microgoticulas de alcatrão.
PIMENTA, 1998, ressalta que mesmo não sendo viável a recuperação dos
compostos orgânicos condensáveis, esta se justificaria pela redução da emissão de
poluentes e diminuição considerável da insalubridade do ambiente de trabalho. De
qualquer forma, é importante lembrar que a atualmente só é possível a recuperação
dos COC’s em empresas, cuja a estrutura o permita. Em pequenas carvoarias que
utilizam fornos rudimentares, isto torna-se inviável também tecnicamente. Assim, é
preciso a introdução de tecnologias que tornem viáveis a recuperação destes
compostos a menores custos e em escalas menores.
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6. IMPACTOS AMBIENTAIS DO CARVÃO MINERAL
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fonte energética não se restringem a nível local, (chuvas ácidas, metais
pesados, resíduos, etc.) sendo necessário que muitas destas decisões
tenham caráter regional, nacional e até internacional, pois emissões
gasosas, por exemplo, pode se tornar um problema generalizado;
d) finalmente, os efeitos sobre o clima, decorrentes da utilização de
combustíveis fósseis ( principalmente petróleo, carvão e gás natural) e
renováveis (madeira, álcool, resíduos, etc.) deveriam ser considerados
,quanto a emissão de CO2, (que esta relacionado com o aquecimento
global) nos planos de desenvolvimento de todos os países, com prioridade,
sempre que possível, pela alternativas sustentáveis economicamente e
ambientalmente.
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causando problemas ainda maiores quando essas áreas vizinhas são densamente
povoadas. Outra desvantagem deste processo diz respeito a remoção do solo e da
vegetação local. Diminuição significativa na produção de material particulado,
tradicionalmente é conseguida com a borrifação de água durante a extração,
entretanto neste processo é gerado outro problema: água contaminada, inclusive com
sais, óxidos metálicos, etc., sendo necessário para este caso a adoção de técnicas,
como a coleta e tratamento destes efluentes líquidos, para minimizar os possíveis
riscos de poluições de solo, cursos d’água e lençol freático.
A exploração subterrânea de carvão apresenta-se como atividade de risco,
além de proporcionar perigo para a saúde dos mineiros, (principalmente
relacionadas a doenças respiratórias, provocadas pela inalação de pó de carvão)
existe sempre a possibilidade de explosões (presença de gases inflamáveis) e
inundações (água contida nos lençóis subterrâneos). Atualmente a freqüência com
que tais problemas acontecem é minimizada, pela utilização de modernos sistemas
de segurança, proteção individual, ventilação e monitoramento. Além disso, a
mecanização do processo aumentou bastante a relação: tonelada de carvão
produzido por hora por homem, o que significa menor exposição de trabalhadores a
tais condições, que apesar das mudanças, continuam sendo bastante insalubres.
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Outro problema inerente ao carvão mineral é a alta quantidade de enxofre,
que durante o uso energético, pode resultar na emissão de óxidos altamente
prejudiciais ao meio ambiente. Uma das alternativas mais eficientes para a
separação do enxofre, são através de processos químicos, porém estes são
relativamente caros, onerando os custos de produção, além de outros inconvenientes
tais como: problemas para o armazenamento dos resíduos extraídos e diminuição do
potencial energético do carvão tratado.
6.1.5 COMBUSTÃO
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O carvão diferencia-se dos outros combustíveis fósseis usuais, por que possui uma
composição bem mais complexa, com a presença bem mais elevada de substâncias
minerais não-combustíveis (cinzas) e outros elementos como o enxofre e nitrogênio.
Esta elevada heterogeneidade do produto inicial (e final)da combustão do carvão,
pode conduzir a dois problemas cruciais em sua utilização:
a) Dióxido de carbono
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Parte do problema pode ser minimizado pela utilização de carvões com teores
relativamente mais baixos de nitrogênio e enxofre e/ou aplicação de tecnologias de
combustão que minimizem a formação dos SOx e NOx, aliados a sistemas de
retenção destes gases, principalmente os SOx.
O principal problema associado a estes gases diz respeito a possibilidade, de
causar diminuição significativa do pH das precipitações, causando o fenômeno
denominado chuva ácida.
Segundo BELLOMO et alii, 1981, existem estudos que indicam que cerca de
50% do acréscimo da acidez das precipitações ocorridas no sul do Canadá, era
originada das emissões da zona industrial do norte dos EUA. O mesmo autor relata
ainda que a maior parte das chuvas ácidas que ocorrem em seu território têm origem
nas emissões do norte europeu.
c) Particulado
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As emissões de monóxido de carbono, apesar de problemáticas devido a
toxicidade deste gás, podem ser evitadas com o controle mais eficiente da
combustão, o que reduz sobremaneira tais emissões.
O radônio, gás nobre radioativo, passa em sua totalidade parra a atmosfera
durante o processo de combustão. Por enquanto as possibilidades de contaminação
radioativa do ambiente pela utilização de carvão são relativamente baixos, porém
por ser uma emissão potencialmente perigosa, se fazem necessários maiores estudos
sobre o assunto e, caso necessário, a adoção de tecnologias para minimizar tal
problema.
Parte dos voláteis emitidos pela coqueificação e até combustão do carvão
podem ser recuperados através da condensação de tais substâncias, o que já pode
reduzir sobremaneira parte do problema causado pelos mesmos.
e) Cinzas
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7. SIDERURGIA A CARVÃO VEGETAL E COQUE E O CICLO DO
CARBONO.
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A melhor alternativa para minimizar os problemas causados pelas massivas
emissões de CO2 , é a captura destas através da produção de biomassa, inclusive a
florestal.
Segundo PONCE e KUMAR, 1998 uma análise sistêmica leva à conclusão
que a atual mudança climática global é causada por dois tipos de combustão: 1) a
combustão fóssil e 2) a combustão artificial permanente e indireta. Estas combustões
devolvem níveis de dióxido de carbono à atmosfera bem maiores do que os níveis
dos agentes de carbono geológicos e biológicos naturais. As sociedades modernas
não poderão continuar apostando somente na combustão fóssil (natural) para
sustentar o desenvolvimento econômico. Para um desenvolvimento ser sustentável,
ele deverá ser redefinido a tal ponto que minimize a combustão artificial indireta
permanente.
Desta forma, uma alternativa viável, comprovadamente, para diminuir as
emissões de carbono oriundas da atividade siderúrgica e, ao mesmo tempo ser um
meio de imobilizar dióxido de carbono, seria a utilização de biomassa neste
processo. Um caso típico é a produção de ferro gusa usando como termo-redutor o
carvão vegetal, de madeira de florestas plantadas de eucalipto, conforme é
observado no QUADRO 4.
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Observando o QUADRO 4., verifica-se que a utilização de carvão vegetal
como termo-redutor siderúrgico, proporciona ganhos em termos de não emitir SOx,
como também por reter CO2. Isto acontece porque o dióxido de carbono consumido
durante a produção de ferro gusa é “aprisionado” em um reservatório dinâmico.
Assim se considerarmos uma floresta de ciclo de sete anos, o carbono, consumido na
forma de dióxido, durante o processo siderúrgico, pelo consumo do carvão vegetal,
será obtido novamente com o crescimento da floresta de seis anos que será colhida
no ano seguinte. Além disso, existe uma quantidade maior ainda de carbono na
biomassa das florestas plantadas nos anos anteriores, que, se cultivada de forma
sustentável, torna-se um reservatório “permanente” de CO2.
O consumo de madeira para a produção de 6.379.570 ton. de ferro gusa a
carvão vegetal foi de 23.600.000 m3 em 1997, sendo que 75% desta, oriunda de
reflorestamentos com eucalipto (ABRACAVE, 1998).
Se considerarmos, de acordo com o QUADRO 4., podemos dizer que tal
produção de gusa contribui com o aprisionamento, na biomassa de reflorestamentos,
de aproximadamente 121.340.000 ton. de dióxido de carbono.
Apesar de tais vantagens do carvão vegetal, o carvão mineral ainda é mais
utilizado, de forma geral, na siderurgia devido aos seus custos serem mais baixos na
grande maioria das vezes. Entretanto, os custos ambientais da produção siderúrgica
a coque, deve ser considerado, tanto pelas emissões de dióxido de carbono, quanto
de SO2. No QUADRO 5. pode-se verificar, quantitativamente, as emissões de CO2
SO2 na produção de ferro gusa a partir de carvão mineral e de coque.
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QUADRO 4. Balanço de CO2, O2 e SO2 na Produção de Gusa com Carvão Mineral.
Consumo Kg de C O2 Kg de O2 Kg deSO2
(kg/ton. Gusa) Produzido Consumido produzido
MINERAÇÃO 902,8
COQUEIFICAÇÃO 528,4 694,6 6,2
REDUÇÃO (COQUE) 660 1750 1336 8.0
O2 MINÉRIO -386
SOMA (REDUÇÃO) 1750 950 8,O
BALANÇO 2278,4 1644,6 14,2
FONTE: SAMPAIO e RESENDE, 1998
Vê-se, pelo QUQADRO 5. que uma tonelada de ferro gusa a partir de coque
produz emissões de 1750 kg de CO2, 8,0 Kg de SO2 e o consumo de 950 kg de O2.
Tais emissões são bastante significativas; a siderúrgica Usiminas, por exemplo,
libera anualmente 48 mil toneladas de SO2. ( GUERRA, 1993 citado por
CARVALHO e MUNIZ, 1996).
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8. CONCLUSÃO
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resíduos (briqutagem, injeção de finos nas ventaneiras dos altos fornos, etc.) e
melhoria de processos.
Desta forma há ainda um grande potencial de melhoria das produtividades e
redução de custos ainda a serem explorados, o que demonstra as possibilidades para
uma matéria-prima renovável (carvão vegetal) em relação ao carvão mineral, que
tende, mesmo que há um horizonte a longo prazo, se esgotar . Além disso, os preços
do coque sempre estarão a mercê do mercado internacional.
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9. BIBLIOBRAFIA
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BARROS et alii, Efect of Fertilization on the Productivity and Economic Return
Of Eucalyptus Grandis. In: Brazilian Experieces in the Production of Euca-
Lyptus for Energy. 99 – 106. David Winrok International/IPEF/SIF, 1998.
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