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Teste de persistência visual.

No seguinte quadro existem pelo menos 3 figuras.


Quais figuras você vê?

13/03/2010 Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 1


Perfil Pessoal

Como você se posiciona sobre esses assuntos? (5-verdadeiro; 4-provavelmente


verdadeiro; 3-nem provável nem improvável; 2-provavelmente falso; 1-falso)

a) ( ) Algumas pessoas podem ver o futuro.


b) ( ) Algumas pessoas podem ler a mente de outras pessoas.
c) ( ) Algumas pessoas podem mover objetos somente pela força da mente.
d) ( ) Poltergeists podem mover objetos físicos.
e) ( ) Espaçonaves alienígenas já pousaram na Terra.
f) ( ) Algumas pessoas tem sido abduzidas por extraterrestres.
g) ( ) A possessão por demônios é um fato bem estabelecido.
h) ( ) Além do corpo físico, as pessoas têm um corpo astral não físico.
i) ( ) Algumas pessoas podem projetar o corpo astral para fora do corpo físico e viajar a
lugares distantes.
j) ( ) Após a morte do corpo físico, as pessoas podem reencarnar em outro corpo físico.
k) ( ) A posição do Sol, das estrelas e dos planetas no momento do nascimento afeta o caráter
e o destino das pessoas.
l) ( ) Anjos existem.
m) ( ) A eficiência dos tratamentos alternativos de saúde é hoje um fato inquestionável.

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TADI – Tratamento e Análise de Dados/Informações
Prof. Camilo Rodrigues Neto

OBJETIVOS DA DISCIPLINA
• Apresentar uma visão histórica do desenvolvimento do método
científico, do contexto social e dos atores envolvidos nesse
processo.

• Permitir ao aluno um olhar crítico sobre a ciência, seu método e o


papel da criatividade nesse processo.

• Capacitar a definição de um tema e a construção de argumentos


para um plano de pesquisa, bem como a apresentação de seus
resultados na forma de artigos e relatórios.

13/03/2010 Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 3


Programa TADI
1. Conhecimento confiável e Crenças duvidosas: a) vendo o que se espera ver; b)
algo a partir de nada
2. Conhecimento confiável e Crenças duvidosas: a) muito a partir de pouco; b)
determinantes motivacionais e sociais
3. Lógica: dedução e indução
4. Falácias
5. Método científico
6. Ciência e pseudociência
7. Formas de aquisição de conhecimento e Comunicação científica
8. Comunicação e Redação científica
9. P1: primeira prova
10. Representação gráfica de informação quantitativa
11. Estatística descritiva – medidas de tendência central
12. Estatística descritiva – medidas de dispersão
13. Estatística descritiva – exercícios
14. P2: segunda prova
15. SUB: prova substitutiva

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10-3 Tivemos aula Aula 11
Aula 1
Corpus Christi
12-7 Cadastro
Aula 7
Avaliação Final do 1º
semestre. Aula 4

12-7 INÍCIO DA Aula 12


RECUPERAÇÃO. Palestra

Aula 8
23-7 FINAL DA
RECUPERAÇÃO. Aula 5

Aula 13
26-7 Avaliação Final Aula 2
dos alunos que
realizaram as provas Aula 9 - P1
de recuperação.
Tiradentes

Aula 14 – P2
Aula 3

Aula 10

Aula 6

Aula 15 – Sub
Semana Santa
TADI – Tratamento e Análise de Dados/Informações
Prof. Camilo Rodrigues Neto

Aula 1. Conhecimento confiável e Crenças duvidosas:


a) vendo o que se espera ver; b) algo a partir de nada

Veremos como as pessoas avaliam as evidências da


experiência do dia a dia para fazer julgamentos, formar crenças e
tomar decisões, bem como algumas vezes interpretam
equivocadamente essas evidências para fazer julgamentos
equivocados, formar crenças duvidosas e embarcar em ações
contraprodutivas. Também veremos o papel do estado emocional
nesses julgamentos.
Ao final dessa aula, você deve ser capaz de identificar e
evitar os determinantes cognitivos mais comuns de crenças duvidosas,
tais como ordem no aleatório, ilusão de agrupamento, confirmation
bias ou tendência à confirmação, a primeira impressão, heurísticas
falhas, reconstrução cognitiva, lembrança seletiva, evidências
anedóticas, julgamento de representatividade, falácia da reversão ...

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Quais os determinantes das Crenças duvidosas?

• Determinantes cognitivos (ação de adquirir um conhecimento)


Aula 1 – Vendo o que se espera ver: avaliação tendenciosa (enviesada) de dados
ambíguos e inconsistentes
– Algo a partir de nada: percepção e interpretação equivocadas de dados
(informação) aleatórios
Aula 2 – Muito a partir de pouco: interpretação equivocada de dados incompletos e
não representativos

• Determinantes motivacionais e sociais


– Vendo o que se quer ver: determinantes motivacionais das crenças
– Acreditando no que é dito: efeitos tendenciosos da informação de segunda
mão
– O apoio imaginário dos outros: impressões exagerados de apoio social

• O que fazer então?


– Desafiando crenças duvidosas: o papel da ciência

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BIBLIOGRAFIA

- APPOLINÁRIO, Fábio, Metodologia da Ciência, Filosofia e Prática da Pesquisa. São Paulo:


Pioneira Thomson Learning, 2006, 209 p.

- BOOTH, Wayne C., COLOMB, Gregory G. e WILLIAMS, Joseph M., A arte da pesquisa. São
Paulo: Martins Fontes, 2005, 352 p.

- DE WAAL, Frans, Eu, primata: por que somos como somos? São Paulo: Companhia das Letras,
2007, 328 p.

- GILOVICH, Thomas. How We Know What Isn't So: The Fallibility of Human Reason in
Everyday Life. New York: Free Press, 1993, 216 p.

- GOULD, Stephen Jay. Acerca de heróis e tolos na ciência. In: Darwin e os grandes enigmas
da vida. São Paulo: Martins Fontes, 1987, p. 199-204.

- NAVEGA, Sérgio. Pensamento Crítico e Argumentação Sólida. São Paulo: Publicações


Intelliwise, 2005, 312 p.

- SAGAN, Carl, O Mundo Assombrado pelos Demônios. São Paulo: Companhia das letras, 2006,
512 p.

- SCHICK Jr, Theodore e VAUGHN, Lewis. How to think about Weird Things. 4.ed.. New York:
Mc Graw Hill, 2005, 338 p.

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Um problema: qual a coisa certa a fazer?

Imagine que você é o responsável pela segurança de um aeroporto internacional.


Um encarregado do embarque da American Airlines telefona para informá-lo
que uma pessoa com reserva para o próximo vôo recusa-se a embarcar
alegando que ela é uma vidente e sente que há uma bomba no avião.
Você se encontra com a vidente e a reconhece de programas de auditório (Tio
Santos) e entrevistas (Josiel 11:30 h). Você se lembra vagamente de tê-la
ouvido afirmar ter usado sua percepção extra-sensorial para resolver várias
investigações criminais importantes.
Apesar de estar um pouco agitada por causa da bomba, ela parecia em seu
perfeito juízo. Você ordenou a retirada de todos do avião e chamou o
esquadrão anti-bombas para uma busca.
Nenhuma bomba foi achada, mas o vôo teve de ser cancelado. Sua ação fez com
que centenas de pessoas perdessem suas conexões. A companhia aérea teve
de providenciar novos vôos para os passageiros, diárias de hotel e
transporte terrestre, incluindo a vidente.
Você acha que fez a coisa certa?

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Um problema: qual a coisa certa a fazer?

Em sua defesa, você diz que “Nos dias atuais não se pode ignorar
nada.”

Sua chefe discorda. Ela diz que até onde ela saiba, nenhuma
vidente, em lugar algum, nunca descobriu uma bomba utilizando
seus poderes extra-sensoriais. Ela diz que você não deveria ter-
se impressionado pela aparência normal da vidente, nem pela sua
fama ou pelo fato dela ter aparecido em programas de TV.

Ela diz que você deveria ter detido e questionado a vidente. Sua
chefe considera demiti-lo e solicitar a prisão da vidente por
fazer ameaças contra um vôo.

Quem tomou a melhor atitude, você ou sua chefe?


Por quê?

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Um problema: qual a coisa certa a fazer?

• Ter achado uma bomba teria validado a percepção extra-


sensorial?
E se a vidente tivesse escondido a bomba para auto
promoção?
• Algumas pessoas seguem regras muito estritas: “Não se pode
ignorar nada” é muito seguro! É preciso ignorar as coisas
improváveis!
Era necessário ignorar a vidente, pois poderes extra-
sensoriais são tão efetivos quanto usar dados ou tirar a
sorte com moedas!
• E se ela argumentasse que o papagaio dela havia dito,
telepaticamente, que havia uma bomba no avião?
Você teria tido a mesma atitude?

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Por que preocupar-se com crenças duvidosas?

• Algumas espécies estão em risco de extinção:

– Em 15 anos, 90 % dos Rinocerontes africanos foram mortos por seus chifres que,
acredita-se, na forma de pó combata febre, dor de cabeça e também seja
afrodisíaco

– Centenas de Ursos negros na fronteira da China e Coréia têm sua vesícula


utilizada como digestivo (não se tem notícia de ursos com problemas digestivos)

– Pênis de focas são utilizados como afrodisíacos (para o que mais poderia ser?)

• Este é apenas parte do custo da superstição:

– Uso de “confrey” in natura e de diversos outros chás é um potencializador do


câncer de fígado

– Uso de tratamentos médicos de eficiência questionável podem colocar a vida dos


doentes em perigo

• Podem haver implicações indiretas:

– Pensamento claro e objetivo sobre o mundo é muito precioso e difícil de obter e


deve ser cuidadosamente incentivado

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Quais as razões de tantas crendices?

• Por que tantas pessoas acreditam em coisas que não são verdadeiras?
• Como crenças questionáveis ou errôneas são formadas?
• Ex: Percepção Extra Sensorial (PES), astrologia, projeção astral, cristais, OVNIs
...
• Objetivo: estudo do julgamento e racionalidade humanas e as condições em que
elas falham
• Não é porque as pessoas não tenham contato com informação pertinente: elas
estão em geral cientes dos dados
• Não é porque as pessoas sejam estúpidas ou ingênuas: temos (enquanto seres
humanos) um aparato intelectual muito bom para processar grandes quantidades
de informação.
• As falhas resultam do mau uso ou do uso em condições adversas das estratégias
em geral válidas.
• Muitas das imperfeições dos processos cognitivo e inferencial não apareceriam
em condições ideais. Mas o mundo não joga limpo: em vez de fornecer informação
clara que nos abilitasse a conhecer melhor, ele apresenta-nos informação
confusa, aleatória, incompleta, não representativa, ambigua, inconsistente,
impalatável ou de segunda mão. São frequentemente as tentativas fracassadas de
lidar com essas limitações que mina nossas tentativas inferenciais (heurísticas) e
produzem fatos que simplesmente não são corretos.

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O que vemos é real ? De fato existe ?

• Em geral, o que vemos é real e isso ajuda-nos a


sobreviver num mundo em constante mudança.

• Mas às vezes devemos perguntar duas vezes se


estamos certos ou errados:
– quando outros não vêem o que vemos;
– quando estamos em contradição;
– em situações especiais e pouco comuns.

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Sentidos e percepção:
os limites da percepção

Uma imagem pode ter múltiplas percepções, mas pode também


não ter nenhuma: se a imagem/objeto não tem nada em comum
com a experiência do observador, ele pode não perceber nada.

Essa ambigüidade na percepção é


explorada em tecnologias de
camuflagem bem como no mimetismo
da “mariposa pavão”.

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Sentidos e percepção
• Constância perceptiva: é a percepção de um objeto ou qualidade (forma,
tamanho, cor) como constante mesmo sob diferentes condições. Isso
nos ajuda a identificar objetos.
• Existem diversos tipos de constância:
– constância da grandeza em relação ao tamanho dos objetos;
– constância da forma em relação ao formato de objetos conhecidos;
– constância da cor, que depende da qualidade e quantidade de luz
recebida;
– constância do objeto (objetos não desaparecem), constância da
distância (objetos distantes são considerados próximos), constância
do movimento (correção da velocidade de objetos a diferentes
distâncias) e constância da localização (objetos permanecem parados
quando andamos).
• A constância perceptiva é particularmente importante porque, graças a
ela, o mundo surge-nos com relativa estabilidade, permitindo antecipar
ações e estratégias.
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Constância do tamanho:
Qual objeto é o maior?

St Louis Gateway Arch

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Constância do tamanho:
Qual objeto é o maior?

Andrea Mantegna (1431-1506)

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Constância do tamanho:
Outros exemplos

• Ilusão de Ponzo

• O paralelogramo de Sandor

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Constância do tamanho:
Outros exemplos

• As constâncias perceptivas dependem também do contexto socio-


cultural.

• A percepção de Ocidentais diferem do povo Zulu, África do Sul, no


teste de Müller-Lyer.

• O mundo ocidental é dominado por linhas verticais e horizontais,


enquanto os Zulus vivem num mundo circular, o que os torna menos
susceptíveis a essa ilusão (Segall, Campbell, Herskovitz 1966 cited in
Chandler 1998).

• Búfalos e o povo de Bu Mbuti

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Constância da forma:
Que objeto é este?

Viking I, 1976

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Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo
Constância da forma

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Constância da forma

Patrick Costello
flickr.com/photos/patrick_c/2257773090
Namibia

Kevin Pieper
http://www.pbase.com/kpieper/image/92791171
Death Valley National Park 27
Constância da forma:
Que objeto é este?

• EUA: figura de um homem


• Índia: um coelho
• Samoa: uma mulher saudando
• China: um macaco colhendo arroz

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Constância da forma:
Que objeto é este?

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Constância da forma:
Que objeto é este?

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Constância da forma:
Que objeto é este?

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Constância da cor:
Qual a cor dos botões e dos retângulos?

• A cor percebida dos objetos permanece relativamente constante


mesmo sob condições de iluminação distintas (desde que a luz
incidente não seja monocromática)

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Constância da distância (princípio da adjacência)
Objetos distantes são considerados próximos

• A atmosfera muda a cor da lua

• A Lua parece maior no


horizonte

• A atmosfera achata a Lua, pois


funciona como prisma
• `
• A lua está mais distante no
horizonte e é 1,5 % menor

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Mais uma ilusão de nossos sentidos.
Qual das figuras está parada?

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Expectativas e alucinação

• Vimos que as ilusões são, não somente divertidas, mas que


revelam a maneira como processamos a informação.

• Somos freqüentemente levados ao erro, porque os sentidos são


adaptados para funções específicas em ambientes determinados.

• Outra fonte de engano é a alucinação.

• Enquanto a ilusão é uma sensação real, porém atribuída a uma


causa incorreta, a alucinação é a percepção na ausência de
estímulo, que a(s) pessoa(s) pode(m) ou não acreditar que é real.

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Cientistas também se enganam

• Em 1903, uma nova forma de radiação, os raios–N foram


descritos por René P. Blondlot da Universidade de Nancy.
• Observação fotográfica: mudanças no brilho de uma descarga
elétrica de diversos materiais submetidos a raios–X.
• Muitas confirmações de cientistas franceses, mas nenhuma
reprodução independente (Lord Kelvin), causou grande comoção
científica.
• O físico americano, Robert W. Wood, foi a Nancy e participou do
experimento, com sucesso.
• Mas, em 1904, descreveu o ocorrido na revista NATURE,
afirmando tratar-se de um fenômeno subjetivo.

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Expectativas e auto-engano

• Este caso ilustra o preconceito ou a inclinação do


experimentador a favor de um determinado resultado.

• No caso, patriotismo foi a causa principal do auto-


engano.

• A França havia sido derrotada pela Alemanha na


guerra Franco-Prussiana em 1870 e após a importante
descoberta de Wilhelm Röntgen dos raios–X, em 1895,
havia uma corrida por novas descobertas.

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Engano ou fraudes?

• Os raios–N não são uma exceção na ciência:


– em 1850 propriedades semelhantes haviam sido
observadas, em outro país, pelo Barão von Reichenbach;
– em 1779, em Viena, também foi relatado por Franz
Mesmer.

• Parece claro que Reichenbach conhecia o trabalho de


Mesmer e que os (colaboradores) franceses de Blondlot, o
trabalho de Reichenbach.

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Falhas de memória

• Até aqui, vimos dois tipos comuns de enganos: ilusões e


alucinações. Podemos acrescentar à esta lista, a imprecisão da
memória.
• Como a percepção, a memória passa também por processos
interpretativos e é constantemente reconstruída.

• Além disso, estados de fadiga, estresse emocional e de


consciência alterada, particularmente em circunstâncias limites
de nossos sentidos, podem alterar a percepção e a lembrança que
temos dos fatos.
• Assim, o que percebemos e lembramos é determinado, não
somente por nossos sentidos, mas também pelo que conhecemos,
esperamos, acreditamos e pelo nosso estado fisiológico no
momento.

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Efeito Forer

• Temos grande habilidade de fitar dados a teorias, tais como


quiromancia, Tarot, astrologia, bioritmo, grafologia.
• Nossas personalidades não são fixas e constantes. Em geral,
somos:
– tímidos e certas situações, extrovertidos em outras . . .
– . . . espertos em certas tarefas, lerdos em outras . . .
– . . . generoso um dias, egoísta no dia seguinte . . .
– . . . independentes em um grupo, mas passivos noutro.
• Dessa maneira, é freqüentemente possível achar aspectos de nós
mesmos que se ajustam a descrições vagas.

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Mesmo texto, dois momentos

XXXX XXXX

Rua Que Sobe e Desce ...


XXXX XXXX
Rua Que Sobe e Desce ...

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Qual a regra nessa seqüencia de números? (2, 4, 6)

• Hipótese: ...
• Tentativas ...

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Qual a regra nessa seqüencia de números? (2, 4, 6)

• Qual a regra nessa seqüencia de números? (2, 4, 6)


• Hipótese: regra é 3 números pares em seqüencia.
• Tentativas: (8, 10, 12) e (100, 102, 104), ambas corretas.

• Hipótese ERRADA!

• Nova hipótese: ...


• Novas tentativas: ...

13/03/2010 Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 45


Qual a regra nessa seqüencia de números? (2, 4, 6)

• Nova hipótese: a regra é 3 números em seqüencia.


• Nova tentativas: (9, 11, 13) e (93, 95, 97), ambas corretas.

• Hipótese ERRADA!

13/03/2010 Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 46


Confirmation bias . . .
. . . ou Tendência à confirmação
• Qual a regra nessa seqüencia de números? (2, 4, 6)
• Hipótese: a regra é 3 números pares em seqüencia.
– Tentativas: (8, 10, 12) e (100, 102, 104), ambas corretas.

• Hipótese : a regra é 3 números em seqüencia.


– Novas tentativas: (9, 11, 13) e (93, 95, 97), ambas corretas.

• A regra é quaisquer três números em ordem crescente.


• O sucesso teria sido muito maior se se tivesse mantido duas
hipóteses em mente, uma que refutasse a outra.
• Confirmation bias refere-se à pratica de procurar por evidências
que confirmem a hipótese, em detrimento das evidências que a
refutem.
13/03/2010 Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 47
Confirmation bias . . .
. . . ou Tendência à confirmação

• Hipótese: “Todos os cisnes são brancos”


• Mesmos que examinemos um milhão de cisnes brancos,
isso não confirma a hipótese.
• Entretanto, basta um único cisne negro para rejeitar a
hipótese.

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Erro de disponibilidade: ignorando evidências importantes.

• Erro de disponibilidade: o confirmation bias pode ser


exacerbado pelo erro de disponibilidade, que é a
tendência a apoiar nossos julgamentos em informação
facilmente acessível e anedótica em vez de em
informação confiável.

– Ex: Viagens aéreas são mais seguras que elevadores, mas


acidentes aéreos são mais lembrados e por isso parecem mais
freqüentes.
– Ex: Conheço um desses vendedores de seguros. Não se pode
confiar em nenhum deles.

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Erro de disponibilidade: iludido pela visibilidade.

• Ao chegar nos EUA para trabalhar no projeto nuclear,


Enrico Fermi foi apresentado a um grande general
americano.
– O que é um grande general?
– Um que venceu 5 batalhas consecutivas.
– E quantos grandes generais tem os EUA?
– Uns poucos por cento.

• Mas as chances de 5 vitórias consecutivas ao acaso


são +/- 3 %

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Erro de disponibilidade: ignorando hipóteses mais simples.

• Em 1858 a Virgem Maria apareceu em Lourdes, na França, e


confirmou o dogma da imaculada concepção, proclamada havia
apenas 4 anos pelo Papa Pius IX.

• Algo como 100 milhões acorreram ao santuário e Igreja Católica


reconheceu 65 casos como cura miraculosa desde então.

• Outras explicações:
– As chances de cura são +/- de um em 1 milhão, o mesmo de ganhar na
loteria ou sofrer um acidente de avião na viagem para Lourdes.
– As chances de cura espontânea de câncer é de algo entre 1 em
10.000 e 1 em 100.000 casos, então se somente 5 % dos peregrinos
tinham câncer, isso já explicaria entre 500 e 50 dos milagres.

13/03/2010 Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 51


Heurística representativa . . .
. . . quando a intuição falha.

• Heurística representativa:
– “Patrícia tem 31 anos, é solteira, extrovertida, e inteligente. Ela é
graduada em filosofia. Enquanto estudante, ela preocupou-se muito
com questões como a descriminação e a justiça social. Também
participou de manifestações contra as usinas nucleares.”
• Qual das afirmações é a mais provável:
a) Patrícia é uma vendedora de seguros;
b) Patrícia é caixa de um banco;
c) Patrícia é caixa e ativista do movimento feminista.
• Acrescentar o feminismo torna mais representativa a descrição,
mais também torna a opção (c) menos provável.

• Semelhantes se atraem? (na China, prescrição de morcegos para


cegos, na Europa, pulmões de raposas para asmáticos, na
grafologia, a letra revela a personalidade).

13/03/2010 Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 52


Contra todas as chances . . .
. . . apenas coincidências?

• Quais são as chances de:


– lembrar de um amigo distante a décadas só para achar seu nome no
obituário, 5 minutos depois;
– sonhar que a casa do vizinho pegou fogo, anotar o sonho, e depois de
3 dias ver o incêndio;
– ler no horóscopo que conhecerá alguém que mudará sua vida e
encontrar a garota que se tornará sua mulher no dia seguinte.
• Essas histórias são só coincidências?
• Quais são as chances de nesta sala (com 60 estudantes)
encontrarmos pelo menos dois nascidos no mesmo dia?
a) menor que 1/1000 = 0,1 %;
b) 1/365 ~ 0,3 %;
c) ~ 50 %;
d) ~ 75 %;
e) maior que 99 %

13/03/2010 Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 53


Contra todas as chances . . .
. . . o destino os uniu.

• Quais são as chances de nesta sala (com 60


estudantes) encontrarmos pelo menos dois nascidos
no mesmo dia?

• Aldeia Numaboa, O paradoxo do aniversário Disponível em:


http://www.numaboa.com/almanaque/curiosidades/339-aniversario. Acesso
em: 15 out. 2008.

13/03/2010 Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 54


Como funciona o jogo do bicho?
Se você não tem palpite, lembre de algum sonho e procure a banca de bicho. A maioria delas tem
um livrinho de sonhos para você aprimorar sua aposta. Escolhido o bicho ... a aposta, pode ser
feita de várias formas.
• Milhar na cabeça - você escolhe os quatro números e aposta apenas nele para o primeiro
prêmio.
• Milhar do primeiro ao quinto - você escolhe os quatros números e aposta que ele vai estar
entre os cinco números sorteados.
• Grupo - você escolhe o bicho e aposta no grupo.
• Dezena do primeiro ao quinto - você escolhe a dezena e aposta que a dezena vai estar entre
os cinco premiados.
• Centena na cabeça - você escolhe uma centena e aposta que a centena vai dar em primeiro
lugar.
• Grupo de dezena - você escolhe três dezenas diferentes e aposta que ela vai estar entre os
cinco premiados.

• Os prêmios do jogo do bicho são tabelados. Os maiores prêmios são de 3 mil vezes o valor
apostado. Assim, se você apostar R$ 1,00 no milhar na cabeça e der seu número, você ganha
R$ 3 mil. O menor é 5 vezes o valor do prêmio. Assim, se você apostar R$ 1,00 no grupo do
coelho e der coelho, você ganha R$ 5,00. O dinheiro você recebe no mesmo dia ou no dia
seguinte.
• Como funciona o jogo do bicho, por Luís Indriunas. Disponível em:
http://pessoas.hsw.uol.com.br/jogo-do-bicho4.htm. Acesso em: 21 ago. 2008.

13/03/2010 Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 55


Contra todas as chances. . .
. . . o Jogo do Bicho.

• Sonhos proféticos: uma pessoa normal tem +/- 250


sonhos por noite; se 1 em 1000 forem sobre bichos ou
números qual a probabilidade de ser o bilhete sorteado
no Jogo do Bicho apostando no cachorro (Cachorro: 17,
18, 19, 20)?
– Sorteio entre 0000 e 9999
– (250 sonhos/1000) x (4 dezenas/100 possibilidades) = 1 %
– com 200 alunos, em média 2 serão premiados todos os dias
no que sonharam

• Com tantos sonhos e tantos eventos significantes na vida,


não é surpreendente:
– que as pessoas acertem no bicho que sonharam;
– que alguns deles “prevejam” a morte ou o acidente de um
ente querido.

13/03/2010 56
Se precisar de algum palpite,
você ainda pode procurar por ajuda ...

XXXX XXXX

Rua Que Sobe e Desce ...


XXXX XXXX
Rua Que Sobe e Desce ...

13/03/2010 Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 57


Teste de “confirmation bias”
(propensão, preconceito, predisposição, influência)

Informei que se tratava de um teste de acuidade


visual e que existiam pelo menos 3 figuras.

Quais figuras você vê?


• Não informei que tipo de figuras
• Informei que eram figuras geométricas
• Informei que eram figuras de animais
• Informei que eram figuras de frutas
Mais algumas crenças duvidosas: quais delas têm uma explicação
aceitável utilizando-se a Ilusão de agrupamento ou a Falácia da reversão?

• Considere as seguintes estatísticas (Gallup, 2001):


– 54 % acredita na força da mente para acura de doenças de outros;
– 50 % acredita na percepção extra-sensorial;
– 42 % acredita em casas assombradas;
– 41 % acredita na possessão por demônios;
– 36 % acreditam em telepatia;
– 33 % acredita que extraterrestres já visitaram a Terra;
– 32 % acredita em clarividência;
– 28 % acredita na comunicação com os mortos;
– 28 % acredita na influência dos astros;
– 26 % acredita em bruxas;
– 25 % acredita em reencarnação.
• E ainda:
– Mais gente acredita na percepção extra sensorial do que na Evolução;
– Existem 20 vezes mais astrólogos do que astrônomos nos EUA;
– Muitos utilizam o poder curativo dos cristais.

13/03/2010 Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 59


Sumário da aula passada: os limites da experiência pessoal.

• Ilusões, sentidos e os limites da percepção:


– constância da grandeza em relação ao tamanho dos objetos;
– constância da forma em relação ao formato de objetos
conhecidos;
– constância da cor, que depende da qualidade e quantidade de
luz recebida;
– princípio da adjacência: objetos distantes são considerados
próximos.

• Alucinações:
– expectativas e auto-engano;
– imprecisão da memória, que é constantemente reconstruída.
Sumário da aula passada: os limites da experiência pessoal.

• Existem diversas maneiras pela qual nossa percepção pode


nos enganar.

• Somos freqüentemente levados ao erro porque os sentidos,


e nosso cérebro, são adaptados para funções específicas
em ambientes determinados.

• Além disso, tendemos a valorizar demasiadamente a


experiência sensorial, nossa e de pessoas em quem
confiamos.
Sumário da aula passada: os limites da experiência pessoal.

• Vimos que:
– o estudo de ilusões e alucinações pode lançar luz sobre os
princípios da percepção
– o estudo de falsas crenças nos permite compreender os
princípios de julgamento e racionalidade humanos

• Não obstante todas essas falhas, não deve-se perder


de vista o quanto freqüentemente estamos certos.

• Nossa expectativa é que com treinamento e método


possamos minimizar muitos dos problemas e obter
conhecimento confiável.
13/03/2010 Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 62

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