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1.

INTRODUÇÃO

Fungos, também denominados mofos ou bolores, são microrganismos


eucarióticos como as leveduras, multicelulares e filamentosos. É de conhecimento
secular que a atividade de fungos ocasiona alterações no sabor e na qualidade dos
alimentos. Algumas destas alterações são desejáveis, como na fabricação de queijos.
Todavia, em muitos casos, os fungos podem causar transformações indesejáveis nos
alimentos, produzindo sabores e odores desagradáveis, causados por diferentes graus de
deterioração (DINIZ, 2002).
Micotoxinas são metabolitos secundários, aparentemente sem qualquer função
no metabolismo normal dos fungos. Elas são produzidas, ainda que não exclusivamente,
à medida em que o fungo atinge a maturidade. São moléculas um tanto quanto
diferentes, com estruturas que variam de simples anéis heterocíclicos apresentando peso
molecular de até 50 Da, a grupos de 6 a 8 anéis heterocíclicos irregularmente dispostos
e com peso molecular total >500 Da e que não apresentam imunogenicidade. Estudos
têm revelado a existência de, pelo menos, cerca de 400 diferentes micotoxinas
(BETINA, 1984).
A definição de micotoxina não é algo fixo em decorrência da diversidade de sua
estrutura química, de suas origens, dos efeitos biológicos e de serem produzidas por
uma vasta espécie fúngica, mas de acordo com cada especialista envolve-se ao seu
interesse e competência. Por exemplo, um clínico geral classificaria essas substâncias
pelos efeitos nos órgãos afetados.
As micotoxinas podem entrar nas cadeias alimentares humana e animal por meio
de contaminação direta ou indireta. A contaminação indireta de alimentos e rações
ocorre quando um ingrediente qualquer foi previamente contaminado por um fungo
toxigênico, e mesmo que o fungo tenha sido eliminado durante o processamento, as
micotoxinas ainda permanecerão no produto final. A contaminação direta, por outro
lado, ocorre quando o produto, o alimento ou a ração, se torna contaminado por um
fungo toxigênico, com posterior formação de micotoxinas (FREIRE, 2007)
Entre as micotoxinas de grande interesse para a Saúde Pública e de importância
agroeconômica estão as Aflatoxinas, Ocratoxinas, Tricotecenos, Zearalenona,
Fumonisinas e os Alcalóides do Ergot. É importante ressaltar que uma única espécie de
fungo é capaz de produzir uma ou várias micotoxinas, e uma mesma micotoxina pode
ser produzida por diferentes espécies de fungos (HUSSEIN &; BRASEL, 2001).
A historia das micotoxinas começa em 1960, quando um surto de mortes
inexplicáveis de Perus no Reino Unido foi investigado. O surto ficou mundialmente
conhecido como ‘Doença X dos perus’. Investigações posteriores levaram à conclusão
que o problema estava na ração que estava contaminada com uma substância
fluorescente produzida pelo Aspergillus flavus, um fungo filamentoso produtor de
grandes quantidades de aflatoxinas (BENNETT & KLICH, 2003; CALVO, 2005).
Neste surto de alfatoxicose, 100.000 aves morreram em consequência da presença da
micotoxina na ração (farelo de amendoim) importada do Brasil, levantando sérias
restrições ao comércio exterior brasileiro (ROSA, 1985).
A legislação brasileira, através da Resolução RDC Nº 274, do Ministério da
Saúde, datada de 15/10/2002, dispõe que alguns alimentos para o consumo humano,
como o amendoim, o milho em grão e o leite, podem ter uma concentração máxima de
0,5ng, enquanto que a União Européia permite teores de Aflatoxina mais restritos para
alguns alimentos comuns à nossa legislação, variando de 2 a 5ng/kg. Já a Instrução
Normativa nº13 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) de
27/05/2004, dispõe que se houver algum lote de mercadoria devolvida por
importadores, ou por resultado de inspeção ou fiscalização, este poderá ser liberado para
o consumo humano ou animal se o resultado da primeira análise for igual ou menor que
o limite de 30 e 50 ng/kg (ANVISA, 2011).
Portanto, como objetivo, o presente trabalho visa estudar a incidência da
micotoxina Aflatoxina presente em alimentos e quais seus efeitos adversos em animais
e humanos tanto no Brasil, quanto no mundo nos últimos 20 anos, através de um
levantamento bibliográfico estatístico e epidemiológico.
É importante ressaltar que o consumo de alimentos com a presença de toxinas
liberadas por fungos prejudica a saúde, muitas vezes ingeridos sem o conhecimento
dessa causalidade, pessoas são contaminadas. Devido essa contaminação, podem leva-
las a óbito. A contaminação pode ocorrer desde o plantio até a mesa do consumidor,
com isso ter o conhecimento do histórico do alimento e seu devido manuseio até o
consumo, pode reduzir a presença de toxinas.
2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar a incidência da micotoxina Aflatoxina presente em alimentos e seus efeitos


em animais e humanos no mundo e no Brasil nos últimos 20 anos.

2.2 Objetivos Específicos

 Realizar levantamento bibliográfico sobre Aflatoxina no mundo e no Brasil nos


últimos 20 anos.
 Verificar dados epidemiológicos e estatísticos da incidência de Aflatoxinas em
animais e seres humanos.
 Comparar dados analisados de revisão bibliográfica, segundo o país, ano,
manifestações clínicas, alimento contaminado, óbitos e outros.
REVISÃO

Os fungos filamentosos são organismos eucariontes e multicelulares, sendo


extremamente comuns na natureza, onde vivem como sapróbios, podendo ser utilizados
na medicina e a indústria, porém devido ao fato de poderem estar presentes em diversos
alimentos e assim contaminá-los causando sua deterioração, os fungos se tornam um
problema de saúde pública (VECCHIA; FORTES, 2007).
Os fungos filamentosos possuem um papel de patógenos oportunistas, além
disso, ao causar a deterioração de alimentos podem produzir toxinas que causam uma
variedade de doenças e síndromes clínicas tanto em animais como no homem. Estas
toxinas são conhecidas como micotoxinas, e são o produto do metabolismo secundário
fúngico e podem causar doenças conhecidas como micotoxicoses (MURRAY, 2006).
As micotoxicoses ocorrem quando há ingestão das toxinas através dos alimentos
contaminados, e podem desencadear desde uma doença aguda a uma doença crônica,
levando a uma morte rápida ou a formação de tumores (MURRAY, 2006).
Entre os gêneros fúngicos envolvidos na produção de micotoxinas destacam-se:
Aspergillus sp.,Penicillium sp. e Fusarium sp. As espécies de Aspergillus sp.e
Penicillium sp. costumam contaminar alimentos durante a secagem e armazenamento
enquanto que as espécies de Fusarium sp. contaminam as plantas antes ou depois da
colheita (HERMANNS, 2006).
A contaminação dos alimentos depende de crescimento fúngico e pode ocorrer
no campo, durante e após a colheita, transporte, processamento e armazenamento do
produto (SABINO, 1996). As micotoxicoses já foram consideradas com “doenças da
omissão” (FORGACS, 1962).
As micotoxinas têm grande estabilidade química por isso, mesmo após a
remoção dos fungos na industrialização as toxinas permanecem no alimento (LOPES,
2005).
Os sinais e sintomas das micotoxicoses vão desde lesões de pele, sintomas de
hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, neurotoxicidade, hematotoxicidade ou
genitotoxicidade, podendo chegar à morte. As micotoxinas podem ainda apresentar
efeitos mutagênicos, teratogênicos, carcinogênicos ou imunossupressores (COLE &
COX, 1981; JECFA, 1995, 1998, 2001). Os efeitos são decorrentes de três mecanismos
primários: alteração do conteúdo nutricional, da absorção e do metabolismo; alteração
na função endócrina e neuroendócrina; e supressão do sistema imune (COUNCIL FOR
AGRICULTURAL SCIENCE AND TECHNOLOGY, 1989).
Em climas tropicais e subtropicais como o Brasil, favorecem o crescimento dos
fungos e ainda pelos efeitos advindos das estocagens de grandes quantidades de
alimentos, principalmente grãos oleaginosos em depósitos inadequados (úmidos e
quantes), são frequentes os acidentes pela ingestão de alimentos mofados atingindo o
homem e principalmente os animais, quando, no falso juízo de um aproveitamento
condicional do alimento alterado organolepticamente, este é transformado em ração
animal (QUEIROZ, 1995). As micotoxinas são termoestáveis resistindo a temperaturas
de aproximadamente 270 °C possuem baixo peso molecular, resistem à ação de enzimas
do sistema digestivo (ASTOZIZ; SUAREZ, 2005).
Os surtos de micotoxicoses são normalmente sazonais, devido a condições
climáticas particulares que favorecem o crescimento fúngico e/ou a produção de
toxinas. A umidade e a temperatura são dois fatores críticos. Fatores geográficos,
susceptibilidade da variedade e condições de armazenamento também interferem 5 na
produção de micotoxinas, sendo que várias toxinas podem ser produzidas
simultaneamente (BULLERMAN, 1984; VALENTE SOARES, 1987)

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