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CYTEF 2016 − VIII Congresso Ibérico | VI Congresso Ibero-Americano de Ciências e Técnicas do Frio

Coimbra-Portugal, 3-6 maio, 2016

ANÁLISE DA CONDIÇÃO OPERACIONAL DE UMA CENTRAL DE


TRATAMENTO DE AR INSTALADA EM UMA PLANTA DA REGIÃO
SUL DO BRASIL
Gustavo F. M. Nascimento1*, Fernando R. Winter1 E Pedro A. S. Junior2*

1: Ecoeficiência Engenharia ltda.


Rua Domingos André Zanini, 277, Sala 912, Barreiros, São José, Santa Catarina, Brasil
e-mail: gustavo@ecoeficiencia.eng.br, fernando@ecoeficiencia.eng.br
web: http://www.ecoeficiencia.eng.br

2: Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Rua José Lino Kretzer, 608, Praia Comprida, São José,
Santa Catarina, Brasil
e-mail: pedroarmando@ifsc.edu.br web: http://www.sj.ifsc.edu.br

Resumo: Este trabalho tem por objetivo a determinação das condições de operação de uma
Central de Condicionamento de Ar, instalada em uma planta industrial localizada na Região
Sul do Brasil. Para isso foram utilizados dados das condições climáticas internas do
ambiente climatizado e também do ambiente externo, com o intuito de determinar o ponto de
insuflamento ideal do condicionador para a manutenção dos set-points de temperatura e
umidade relativa especificados para o ambiente. Após a determinação do ponto de
insuflamento ideal para cada par de pontos das condições climáticas externas e internas,
dividiu-se a carta psicrométrica em cinco regiões, considerando os processos necessários
para que a o ar externo atinja o ponto de insuflamento determinado. Após esta divisão
classificou-se os pontos de ar externo nestas regiões da carta. Posteriormente, utilizaram-se
os dados de controle da central de tratamento de ar (comandos de abertura de válvulas) para
determinar o percentual de tempo em que o equipamento operou de forma eficiente. Os
resultados encontrados mostraram que a operação da central de tratamento de ar avaliada
opera de forma eficiente em 56,5 % do período analisado.

Palavras-chave: Eficiência Energética, Condicionamento de Ar, Otimização e Controle.


Gustavo F. M. Nascimento, Pedro A. S Junior e Fernando R. Winter

1. INTRODUÇÃO
Condicionadores de ar utilizam diversos processos psicrométricos para que o ar insuflado, seja o
externo ou o interno, seja capaz de manter as condições do ambiente interno em um set-point
especificado. Os processos utlizados dependem das características construtivas do equipamento e das
condições de insuflamento para a manutenção do set-point no ambiente a ser condicionado. Este, por
sua vez, é determinado a partir das condições do ar externo, ou do próprio ar interno, dependendo do
tipo de renovação de ar realizado. A seção seguinte apresenta as características do equipamento
avaliado, que promove o condicionamento de ar em um dos setores produtivos de uma planta
industrial localizada na Região Sul do Brasil.

1.1. Características operacionais do equipamento avaliado


A Central de tratamento de ar avaliada realiza o tratamento do ar em série, como pode ser visualizado
na Figura 1a, enquanto a Figura 1b mostra uma fotografia parcial do equipamento avaliado.

a) Desenho esquemático da Central de tratamento de b) Fotografia parcial da Central de tratamento de


ar avaliada. ar avaliada.
Figura 1 – Desenho esquemático e fotografia do equipamento avaliado.

A Figura 1a possibilita observar qual é a sequência de tratamentos que o ar pode sofrer para que se
atinja a condição ideal de insuflamento no ambiente. Cada componente e a respectiva função exercida
dentro da unidade de condicionamento de ar estão descritos a seguir:
 Filtro: retém o particulado presente no ar;
 Serpentina de resfriamento: promove o resfriamento e a desumidificação do ar utilizando água
gelada proveniente dos chillers;
 Serpentina de aquecimento: aquece o ar utilizando o vapor gerado nas caldeiras;
 Ventilador: responsável pela circulação do ar no equipamento e no ambiente climatizado;
 Umidificador: através da injeção de vapor faz a umidificação do ar;
 Serpentina de reaquecimento: promove o reaquecimento do ar utilizando vapor;
 Damper de controle: controla a vazão de ar a ser climatizada.
A sequência de processos de condicionamento que o ar precisa passar para atingir a condição
necessária de insuflamento depende da temperatura e da umidade absoluta do ar externo succionado
pela unidade. Na unidade avaliada, o controle destes processos não é realizado de forma automática e
requer a intervenção do operador.

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Gustavo F. M. Nascimento, Pedro A. S Junior e Fernando R. Winter

3. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
Esta seção apresenta as condições climáticas externas e internas ao ambiente condicionado pelo
equipamento analisado.

3.1. Condições climáticas externas


Para caracterizar o clima da região na qual a planta se localiza, foram utilizados os dados das
condições climáticas coletados por medidores posicionados próximos ao local onde o equipamento
está instalado. A Figura 2a ilustra o comportamento da temperatura e a Figura 2b da umidade relativa
do ar ao longo do período analisado, além dos valores médios destas grandezas neste período.
40 100
Média: 21,1 ºC Média: 71,9 %
35

80
30
Temperatura [°C]

Umidade relativa [%]


25
60

20

40
15

10
20

5
Tempo de amostragem de 5 minutos Média semanal Tempo de amostragem de 5 minutos Média semanal

0 0
ago set nov jan mar abr jun ago set nov jan mar abr jun
Data Data

a) Temperatura externa média. b) Umidade relativa externa média.


Figura 2 – Temperatura e umidade externa média.

O gráfico da Figura 2a mostra a elevada amplitude térmica da região. No verão a temperatura pode
chegar a 40 °C, enquanto que no inverno atinge valores inferiores a 5 °C.

3.2. Condições climáticas internas


A Figura 3a e a Figura 3b a seguir ilustram a temperatura e a umidade relativa do ar interno, bem
como os valores médios para todo o período analisado.
40 100
Média: 23,5 ºC Média: 65,8 %
35

80
30
Temperatura [°C]

Umidade relativa [%]

25
60

20

40
15

10
20

0 0
ago set nov jan mar abr jun ago set nov jan mar abr jun
Data Data

a) Temperatura interna média. b) Umidade relativa interna média.


Figura 3 – Temperatura e umidade interna média.

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Gustavo F. M. Nascimento, Pedro A. S Junior e Fernando R. Winter

4. CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO DO CONDICIONADOR AVALIADO


Com o intuito de avaliar a condição operacional do equipamento analisado quanto aos seus processos
psicrométricos convém, primeiramente, segregar os pontos de ar externo em função da sua posição na
carta psicrométrica [1] em relação ao ponto de insuflamento correspondente. Os pontos de ar externo
foram classificados em cinco regiões.
A Figura 4 ilustra a carta psicrométrica com as regiões nas quais os pontos de ar externo foram
classificados em relação a um ponto de insuflamento qualquer. Os pontos classificados na Região 1
possuem umidade absoluta menor que a do insuflamento e estão localizados à esquerda da reta de
umidificação com vapor. Os pontos classificados na Região 2 localizam-se à direita da reta de
umidificação com vapor e possuem umidade absoluta menor que o insuflamento. Já os pontos na
Região 3 possuem temperatura e umidade absoluta maior que a do insuflamento e localizam-se abaixo
da linha de resfriamento e desumidificação com água gelada. Os pontos aos quais foi atribuída a
Região 4 possuem temperatura e umidade absoluta maiores que do insuflamento e estão localizados
acima da linha de resfriamento e desumidificação com água gelada. Os pontos restantes, cuja
temperatura é menor e a umidade maior que a do insuflamento, foram classificados na Região 5.
Após a classificação dos pontos em regiões determinou-se os processos psicrométricos necessários
para que o ponto de ar externo atinja o de insuflamento correspondente. Para atingir o ponto de
insuflamento, pontos na Região 1 deveriam utilizar vapor de umidificação e aquecimento e pontos nas
regiões 2 e 3, resfriamento com água gelada e umidificação com vapor. Já pontos nas regiões 4 e 5
deveriam utilizar resfriamento e aquecimento em serpentinas de água gelada e vapor, respectivamente.

Figura 4 – Processos psicrométricos necessários para atingir o insuflamento em cada região.

Dessa forma, é possível avaliar a condição operacional do condicionador de ar avaliado através dos
comandos da válvula de umidificação, de aquecimento e de reaquecimento coletados do sistema
supervisório. Considerou-se que o condicionador opera de forma ineficiente se não utiliza
umidificação com vapor quando o ar externo localiza-se nas regiões 1, 2 e 3 e o utiliza quando o ponto
de ar externo localiza-se nas regiões 4 e 5. Além disso, o equipamento também opera de forma
ineficiente se os pontos nas regiões 2 e 3 utilizam vapor para aquecimento ou reaquecimento.
A utilização destes insumos foi determinada através da análise dos comandos de válvula de vapor de

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Gustavo F. M. Nascimento, Pedro A. S Junior e Fernando R. Winter

umidificação e de aquecimento. Os pontos de insuflamento foram definidos a partir do determinado


em [2], através de um balanço térmico entre a carga térmica externa e a interna para que o set-point
seja atingido. O set-point foi fixado em 23,5 °C de temperatura e 65,8% de umidade relativa do ar.
A Tabela 1 apresenta a quantidade e o percentual do número de pontos que operam de maneira
eficiente em cada região. Estes valores estão representados de maneira gráfica na Figura 5.

Tabela 1 – Número de pontos em cada região.

Número de pontos Percentual de eficiência


Região
Eficiente Ineficiente [%]
1 29.233 3.613 89,0
2 5.568 2.684 67,5
3 5.053 3.239 60,9
4 6.268 15.571 28,7
5 5.573 14.614 27,6
Total 51.695 39.721 56,5

40.000

Eficiente Ineficiente
35.000

30.000
Número de pontos

25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

0
1 2 3 4 5
Região

Figura 5 – Número de pontos em cada região.

Os resultados apresentados na Tabela 1 mostram que o condicionador avaliado é mais eficiente


quando há a necessidade de umidificar o ar utilizando injeção de vapor. Em pontos onde a umidade
absoluta é maior que a do insuflamento o equipamento continua utilizando vapor de umidificação,
tornando a operação ineficiente. É possível notar também que, no geral, este conjunto operou de forma
eficiente em pouco mais da metade de todo o período analisado.

5. CONCLUSÕES
Este trabalho buscou utlizar dados históricos das condições climáticas externas e internas do ambiente
a ser condicionado para determinar o percentual de tempo em que o condicionador utiliza os processos
corretos para atingir o ponto de insuflamento ideal para que o set-point de temperatura e umidade
relativa seja alcançado. Para isso os pontos de ar externo foram classificados em cinco regiões

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Gustavo F. M. Nascimento, Pedro A. S Junior e Fernando R. Winter

considerando sua posição em relação ao seu respectivo ponto de insuflamento. Após esta classificação
foram utilizados dados de controle do equipamento (comandos de abertura de válvulas) para
determinar se os processos psicrométricos corretos estão sendo utilizados para manter o set-point de
temperatura e umidade relativa no ambiente interno. Os resultados encontrados mostram que o
equipamento avaliado utiliza os processos corretos em 56,5 % do período avaliado.

REFERÊNCIAS
[1] ASHRAE Handbook - Fundamentals. American Society of Heating, Refrigerating and Air-
Conditioning Engineers, Inc., Atlanta, 2005.
[2] Incropera, F. P.; Dewitt, D. P. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. 4ª ed. Rio
de Janeiro: LTC, 1998.

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