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Incêndio de grandes proporções destrói o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista

Ainda não há informações sobre as causas do fogo; ninguém se feriu, mas a maior
parte do acervo foi destruída. Instituição tem 200 anos de história e foi residência de
um rei e dois imperadores.
Por Lívia Torres, Matheus Rodrigues, Nathalia Toledo, Ricardo Abreu e Lilia Teles, G1
Rio, GloboNews e TV Globo 02/09/2018 20h07 Atualizado há 23 horas Incêndio
destrói o Museu Nacional no Rio de Janeiro .Um incêndio de grandes proporções
destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do
Rio.
O fogo começou por volta das 19h30 deste domingo (2) e foi controlado no fim da
madrugada desta segunda-feira (3). Mas pequenos focos de fogo seguiam queimando
partes das instalações da instituição que completou 200 anos em 2018 e já foi
residência de um rei e dois imperadores.
A maior parte do acervo, de cerca de 20 milhões de itens, foi totalmente destruída.
Fósseis, múmias, registros históricos e obras de arte viraram cinzas. Pedaços de
documentos queimados foram parar em vários bairros da cidade.
Segundo a assessoria de imprensa do museu e o Corpo de Bombeiros, não há feridos.
Apenas quatro vigilantes estavam no local, mas eles conseguiram sair a tempo. As
causas do fogo, que começou após o fechamento para a visitantes, serão investigadas.
A Polícia Civil abriu inquérito e repassará o caso para que seja conduzido pela
Delegacia de Repressão a Crimes de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia
Federal, que irá apurar se o incêndio foi criminoso ou não. Foto mostra a tentativa de
conter o incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro (Foto: Reuters/Ricardo Moraes)
Falta d'água atrapalhou bombeiros Pesquisadores e funcionários do Museu Nacional se
reuniram com o Corpo de Bombeiros para tentar auxiliar no combate das chamas. O
objetivo era orientar o trabalho dos bombeiros numa tentativa de impedir que o fogo
chegasse a uma parte do museu que contém produtos químicos. Alguns deles são
inflamáveis e usados na conservação de animais raros.
Bombeiros precisaram pedir caminhões-pipa para auxiliar no combate ao incêndio.
Segundo o comandante-geral, coronel Roberto Robadey Costa Junior, a falta de carga
em hidrantes atrasou o trabalho em cerca de 40 minutos. Foi necessário retirar água do
lago que fica na Quinta da Boa Vista para ajudar no controle das chamas. O palácio já
foi residência da família real brasileira e abriga o Museu Nacional, que é a instituição
científica mais antiga do Brasil (Foto: Reuters/Ricardo Moraes) O palácio já foi
residência da família real brasileira e abriga o Museu Nacional, que é a instituição
científica mais antiga do Brasil (Foto: Reuters/Ricardo Moraes)
O palácio já foi residência da família real brasileira e abriga o Museu Nacional, que é a
instituição científica mais antiga do Brasil (Foto: Reuters/Ricardo Moraes) Grande parte
do Museu Nacional destruída pelas chamas .Bombeiros tentam controlar incêndio que
atinge o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista. 'Tragédia', diz diretor do Museu
Histórico Nacional, Paulo Knauss, considerou o incêndio "uma tragédia". À GloboNews,
Paulo lembrou que o museu foi residência da família real e sede da 1ª Assembleia
Constituinte do Brasil.
"É uma tragédia lamentável. Em seu interior há peças delicadas e inflamáveis. Uma
biblioteca fabulosa. O acervo do museu não é para a história do Rio de Janeiro ou do
Brasil. É fundamental para a história mundial. Nosso país está carente de uma política
que defenda os nossos museus", afirmou Paulo Knauss.
Fogo destrói o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista (Foto: Reprodução/TV Globo)
Fogo destrói o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista (Foto: Reprodução/TV Globo)
Falta de verba e reforma
Apesar de sua importância histórica, o Museu Nacional também foi afetado pela crise
financeira da UFRJ e está há pelo menos três anos funcionando com orçamento
reduzido, segundo reportagem de maio do Bom Dia Brasil de maio deste ano. A
situação chegou ao ponto de o museu anunciar uma "vaquinha virtual" para arrecadar
recursos junto ao público.para reabrir a sala mais importante do acervo, onde fica a
instalação do dinossauro Dino Prata. A meta era chegar a R$ 100 mil. Morador de São
Cristóvão filmou o início do incêndio.
Dois séculos de história O Museu Nacional é uma instituição autônoma, integrante do
Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro e vinculada ao
Ministério da Educação. Como museu universitário, vinculado à Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), tem perfil acadêmico e científico. O museu contém um
acervo histórico desde a época do Brasil Império. Destacam-se em exposição:o mais
antigo fóssil humano já encontrado no país, batizada de "Luzia", pode ser apreciado na
coleção de Antropologia Biológica, entre outros; a coleção egípcia, que começou a ser
adquirida pelo imperador Dom Pedro I; a coleção de arte e artefatos greco-romanos da
Imperatriz Teresa Cristina; as coleções de Paleontologia que incluem o Maxakalisaurus
topai, dinossauro proveniente de Minas Gerais. O Museu Nacional foi enredo da
Imperatriz Leopoldinense no carnaval de 2018 (veja fotos).
Chamas destruíram um dos mais importantes acervos históricos e científicos do Brasil
Repercussão O presidente Michel Temer enviou nota sobre o incêndio: "Incalculável
para o Brasil a perda do acervo do Museu Nacional. Hoje é um dia trágico para a
museologia de nosso país. Foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e
conhecimento. O valor para nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao
prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos
brasileiros".
Em nota, o Ministério da Educação lamentou "o trágico incêndio ocorrido neste
domingo no Museu Nacional do Rio de Janeiro, criado por Dom João VI e que completa
200 anos neste ano. O MEC não medirá esforços para auxiliar a UFRJ no que for
necessário para a recuperação desse nosso patrimônio histórico", diz o comunicado. A
Fundação Roberto Marinho lamentou profundamente a destruição de um dos maiores
acervos arqueológicos, etnográficos, científicos e culturais do país. "É uma tragédia e
uma perda irreparável hoje e para as futuras gerações. Perde o patrimônio histórico e
cultural, perde a ciência, perde a educação, perde o Brasil, perde o mundo", diz em
nota.
O governador Luiz Fernando Pezão também se pronunciou: "É um dia de profunda
tristeza para todos nós brasileiros. Difícil expressar tamanha perda de construção e
acervo de valores inestimáveis. Perdemos uma referência do país. Perdem o
patrimônio histórico mundial, a cultura, a ciência, a educação. Perdem os brasileiros e o
mundo. Manifesto a minha solidariedade aos funcionários do museu".
O prefeito Marcelo Crivella se manifestou por uma rede social: "Trágico incidente que
destruiu um palácio marcante da nossa história. É um dever nacional reconstruí-lo das
cinzas, recompor cada detalhe eternizado em pinturas e fotos e ainda que não seja o
original continuará a ser para sempre a lembrança da família imperial que nos deu a
independência, o império, a primeira constituição e a unidade nacional". O ministro da
Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse à GloboNews que um contrato de revitalização do
Museu Nacional foi assinado em junho, mas não houve tempo para que o projeto
pudesse acontecer, e a "tragédia" fosse evitada. Segundo ele, houve "negligência" em
períodos anteriores.
De acordo com a assessoria de imprensa da UFRJ, o reitor Roberto Leher, diretores e
diversos especialistas do Museu Nacional foram à Quinta da Boa Vista acompanhar o
trabalho de combate ao incêndio. Ao G1, a assessoria afirmou que os especialistas
estão auxiliando os bombeiros a identificar a localização dos diversos itens do acervo
do museu, e vários itens do acervo foram retirados. A assessoria do reitor afirmou que
ele está acompanhando os trabalhos e, por isso, ainda não poderia se pronunciar.

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