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Índice de Tabelas

Tabela 1: Qual é a participação da Participação da Rapariga na disciplina de física?


Tabela 2: Durante as aulas de física, as mulheres têm-se voluntariadas em responder e/ou
resolver tarefas no quadro?
Tabela 3: Durante as aulas de física, as mulheres tentem ser mais inteligente do que os seus
colegas?
Tabela 4: As mulheres sentem-se menos aptas em relação aos homens durante as aulas?
Tabela 5: O que você pensa a cerca de física?
Tabela 6: Gostaria de fazer um curso prático como física?
Tabela 7: Nas aulas de física, o(a) professor(a) aponta as mulheres como exemplo a seguir
pelos outros?
Tabela 8: O(a) professor(a) de física, diz-vos que a informação que ensina será útil por vocês
no futuro ou no vosso dia-a-dia?
Tabela 9: Na disciplina de física, tenta ser mais voluntário do que os seus colegas?

Tabela 10: Na sua zona é normal uma mulher fazer curso de física?
Tabela 11: Na sua zona incentivam as mulheres a fazer curso de física?
Lista de Abreviaturas

PEA – Processo de ensino – aprendizagem.


UP – Universidade Pedagógica.
UPN – Universidade Pedagógica de Nampula.
ESN – Escola Secundária de Nampula.
DCNM – Departamento de Ciências Naturais e Matemática
CNM – Ciências Naturais e Matemática
Declaração

Sebastião Sabão Chirrinzane Júnior, estudante desta universidade desde o ano de 2012, curso
de licenciatura em ensino de física com habilidades a electrónica/matemática, em nome da
CNM, declaro serem verdadeiras as informações escritas por mim, resultado dum trabalho
ardo e engenhoso feito em grupo e individualmente, cujo trabalho de campo foi realizado na
cidade de Nampula, concretamente no bairro de Muahivire e Escola Secundária de Nampula,
com supervisão do dr. Momade Chau.

Assinatura

_____________________________________________________
(Sebastião Sabão Chirrinzane Júnior)
Dedicatória

Dedico este trabalho em memória dos meus pais falecidos, Sebastião Sabão Chirrinzane e
Verónica José Massingue, também em memória do meu irmão falecido, Daniel Sebastião
Chirrinzane que tanto queriam me ver integrado neste sucesso académico. Deus os assegure.
E dos meus irmãos: Nelson Sebastião Chirrinzane, Avelina Sebastião Chirrinzane, José
Sebastião Chirrinzane e Eugénio Sebastião Chirrinzane.
Agradecimentos

Em primeiro lugar a Deus pela saúde e coragem, por ter ultrapassado mais um desafio a
minha vida, por permitir que esse dia chegasse, que iluminou e continua iluminado meu
caminho.
Ao meu supervisor dr. Momade Chau, pela sua colaboração e abertura mesmo com os meus
contratempos, e sempre dedicou a sua energia propiciando conhecimentos através de uma
generosa conversa.

A minha família, Nelson Sebastião Chirrinzane, Avelina Sebastião Chirrinzane, José


Sebastião Chirrinzane e Eugénio Sebastião Chirrinzane, que deram me força e coragem, para
que eu chegasse a essa fase e por terem sempre respondido as minhas dificuldades em apoio
financeiro para a realização dos trabalhos académicos.

A todos os docentes do (DCNM) Departamento de Ciências Naturais e Matemática, em


particular os do curso de física que incansavelmente pelo seu apoio incondicional e que ao
longo das aulas para além de ensinar, transmitiram palavras de conselho para o alcance dos
objectivos.

A todos os moradores do bairro de Muahivire, professores e alunos da ESN (Escola


Secundaria de Nampula) pela sua humilde compreensão, paciência e colaboração no
fornecimento das informações que se pretendia pesquisar. Agradecer aos colegas da turma,
que desde 2012, partilhamos os bons e maus momentos académicos.

A todos os meus amigos, Gabriel Manuel Nhabetse, Mércia Fernando Bila, Nércia Fernando
Bila, Dinis Fernando Mondlane, Jaime da Violeta Muthombene, Santos Arnaldo Macie,
Tapite Manuel, Santos Amane, Alberto Muteia Cassamo, César José Matosse e Gueston, que
sempre me apoiaram nos estudos e momentos insólitos.

Agradecer a todos aqueles que de forma directa ou indirectamente contribuíram para a


realização deste do trabalho.
A Fraca Participação da Rapariga no curso de física

Resumo
A percentagem de mulheres no campo da física, é pequena desde a admissão na Universidade.
E este nível baixo de participação se mantém durante todo o ciclo de estudos, assim como
durante o exercício profissional. Não há incentivo específico para as mulheres estudarem em
física. Neste trabalho científico, fez-se uma pesquisa qualitativa onde refletiu-se sobre “A
Fraca Participação da Rapariga no curso de física” e, foi feito um estudo no sentido de
“Compreender os factores que influenciam na fraca participação da mulher no ensino de
Física”, onde levantou-se a seguinte questão: quais as causas da fraca participação da
mulher no curso de Física? Entretanto, o trabalho foi realizado com 32 alunos (8ª 6) e 4
professores da ESN e 4 moradores do bairro de Muahivire. Os resultados obtidos de acordo
com o questionário submetido aos alunos mostram que a fraca motivação proporcionada às
mulheres na sociedade bem como na Escola por parte dos professores é o factor principal
desta problemática. Esse factor acrescenta-se no facto de ao longo da sua formação, a maior
parte das mulheres recebem pouco apoio da sociedade e dependem extensivamente de seu
empenho pessoal. Apesar das políticas implementadas para promoção do género, a sociedade
ainda resiste às mudanças. Diante dessas contatações sugere-se que, são necessários modelos,
exemplos concretos, actividades práticas, professores apaixonados e apoio entusiástico. É
preciso mais professoras mulheres, a servir como modelo para encorajar um número maior de
jovens mulheres a escolher física como carreira profissional.

Palavras – chave: Rapariga, Curso de Física e Motivação da Rapariga.


Introdução
Nos últimos anos, a questão da sub-representação das mulheres no Curso de Física tem sido
objecto de uma ampla discussão, em todo o mundo. A natureza e magnitude do problema
variam entre os países. No entanto, é marcantemente recorrente o facto que a percentagem de
mulheres na Física, em quase todos os países, decresce a cada etapa da carreira académica e
em cada nível de promoção no exercício profissional.
Muitas das mulheres que iniciam o curso de Física acabam por desistir ou acabam assumindo
aquelas ocupações consideradas menos desafiadoras. As mulheres estão sub-representadas na
física.
O presente trabalho científico, tem como tema “A Fraca Participação da Rapariga no Curso
de Física”. O número de mulheres nas ciências é pouco representativo, seja na pesquisa
governamental, na indústria ou no meio académico. “Na maioria dos países, inclusive
Moçambique, apenas cerca de 10% a 12% dos profissionais do campo das ciências físicas,
nos últimos 100 anos, são mulheres. A situação não tem-se alterado significativamente nos
últimos anos”. (D.A. Agrello e R. Garg; 2009).
GROSSI (2000, p. 3), afirma que a mulher era considerada a “primeira propriedade privada
do homem, transformando as relações sociais, inicialmente sob o domínio do matriarcado
(ou seja, do poder das mulheres), para o patriarcado, que seria o poder dos homens”

O trabalho científico em causa, é fruto de uma pesquisa bibliográfica, fontes internéticas,


comunidade académica em geral e também o método de estudo do caso. O trabalho científico
em causa, para ser um trabalho consumado, abre um espaço da sua abordagem.
O trabalho em causa, está estruturado por capítulos, em que o primeiro, além da própria
introdução, compõe Objectivos, dos quais Gerais e Específicos, Problema, Delimitação do
tema, Justificativa, Hipótese, Cronograma, Orçamento. O segundo, Fundamentação teórica. O
terceiro, Metodologia. O quarto, apresentação, análise e tratamentos de dados e o quinto,
apresentação, análise e tratamentos de dados. O sexto, a conclusão e recomendações e por fim
a referência bibliográfica.
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Delimitação do tema
Para (LAKATOS e MARCONI, 2003:126), o tema de pesquisa é o assunto que se deseja
provar ou desenvolver; é uma dificuldade, ainda sem solução, que é mister determinar com
precisão, para intentar, em seguida, seu exame, avaliação crítica e solução.

Para o presente projecto de pesquisa, subordinado ao tema “Fraca participação da rapariga no


curso de física”, a pesquisa será feita ou realizada na cidade de Nampula, concretamente no
bairro de Muahivire e Escola Secundária de Nampula, por serem locais nos quais a massa
feminina escolar é muito forte (elevada) e também por serem zonas em que possibilitaram um
ambiente favorável para a recolha de dados de forma consciente e séria.

1.3. Problema
Para LAKATOS e MARCONI (2002: 26), o problema é uma dificuldade teórica ou prática
de reconhecimento de alguma coisa de real importância para a qual se deve encontrar
solução.
Desde os tempos remotos até a actualidade, a física sempre contou com uma pequena porção
à nível de participação ou aderência por parte de mulheres, que nalgum momento chegou-se a
perceber ou compreender e concluir que a física é uma área masculina. Portanto, este
fenómeno transmitiu-se de gerações em gerações.
Um caso particular é na UP-Nampula (Universidade Pedagógica – delegação de Nampula),
em que do 1º a 4º ano desde o ano que iniciou-se a formar/implementar o curso de física (em
2011), até a actualidade, o numero de mulheres ronda/circunda no intervalo de [1 – 4], na
razão acima de 25 estudantes. Os dados concretos desde 2011 (ano inicial de implementação
do curso de física – UPN) até actualidade são:
 Na turma de 2011 – teve 1 (uma) mulher;
 Na turma de 2012 – teve 4 (quatro) mulheres;
 Na turma de 2013 – tem 2 (duas) mulheres;
 Na turma de 2014 – tem 1 (uma) mulher;
 Na turma de 2015 – tinha 2 (duas) mulheres, em que uma acabou mudando de curso.
 Na turma de 2016 – tem 1 (uma) mulher.
A mulher passa a ser definida de fato praticamente como propriedade privada do homem e
inferior ao mesmo, oprimida pelas sociedades patriarcais vai ser concebida pela sua relação
com a natureza através da sua função biológica como mãe e não como sujeito. (RADL; 1996).
De acordo com citação acima, pode-se dizer que a mulher é considerada uma espécie ou
maquina para produzir filhos e cuidar de casa, isto é, está inserida em um mundo de opressão
e exploração humana. Face a isto e ao exposto anteriormente levar-se-á a cabo a pesquisa
baseada na seguinte questão de partida:
 Quais as causas da fraca participação da mulher no curso de Física?

1.5. Justificativa
Segundo (LAKATOS e MARCONI, 2002:103) a justificativa “consiste numa exposição
suscita, porém completa, das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que
tornam importantes a realização da pesquisa”.
Justificativa é uma apresentação inicial do projecto que preencha factores que determinam a
escolha do tema, sua relação com a experiencia profissional ou académica do autor, assim
como a sua vinculação na área temática e a uma das linhas de pesquisa, argumento relativo a
importância da pesquisa sob o ponto de vista teórico, metodológico, contribuição para o
conhecimento de algumas questões teóricas ou práticas de algumas questões teóricas ainda
não solucionadas. (GIL; 2002).
No passado, a educação da mulher era centrada por inteiro no espaço familiar, isto é, era
educada para a dedicação exclusiva às tarefas familiares e à educação dos filhos. Até meados
do século XV, para a metrópole, a educação da mulher era considerada como desnecessária e
vista com certo descaso, principalmente no que se refere ao campo cultural.
As transformações sociais ocorridas no final do século XX aparecem na história como um
marco da participação das mulheres no processo de construção do conhecimento das ciências.
De acordo com Schiebinger (2001) a formatação das ciências foi constituída por meio de uma
visão binária de homem e mulher, sendo para o masculino demarcado pela razão,
competitividade, lucidez e objectividade e para o feminino juízo de valores rescaldados na
emoção, sensibilidade e trivialidades. É concretamente a partir da ilustração quando “...o ser
humano masculino é identificado com o saber racional, o homem é o ser racional por
excelência...” (RADL, 1996b, p. 11/12).
GROSSI (2000, p. 3), afirma que a mulher era considerada a “primeira propriedade privada
do homem, transformando as relações sociais, inicialmente sob o domínio do matriarcado (ou
seja, do poder das mulheres), para o patriarcado, que seria o poder dos homens”
Até hoje, essa visão ou pensamento, tornou-se sólido nalgumas mentalidades femininas, que
olham a física particularmente como sendo uma área masculina. Nas aulas de física, é comum
as meninas se considerarem menos aptas e até mesmo desencorajadas a participarem das
actividades da aula. O tratamento desigual a profissionais do sexo feminino, em todos os
níveis, tem-se mostrado um dado da realidade, em quase todos os países.
A disparidade de género no meio profissional é associada parcialmente ao papel biológico e
às responsabilidades da mulher como mãe, mas se deve principalmente a concepções
tradicionais, que atribuem à mulher o papel fundamental da maternidade e das tarefas
domésticas, e ao homem o papel de provedor do sustento da família.
A situação, contudo, é ainda mais grave. Muitas das mulheres que iniciam o curso de física
acabam por desistir ou acabam assumindo aquelas ocupações consideradas menos
desafiadoras. As mulheres estão sub-representadas na física.
Nos últimos anos, a questão da sub-representação das mulheres na física tem sido objecto de
uma ampla discussão, em todo o mundo. A natureza e magnitude do problema variam entre os
países. No entanto, é marcantemente recorrente o fato que a percentagem de mulheres na
física, em quase todos os países, decresce a cada etapa da carreira académica e em cada nível
de promoção no exercício profissional.
Portanto, uma das razões que levaram o autor a realizar ou elaborar este projecto de pesquisa,
é o facto de que a física sempre contou com uma proporção comparativamente baixa de
estudantes e pesquisadores do sexo feminino. A percentagem de mulheres na física, em quase
todos os países, decresce a cada etapa da carreira académica e em cada nível de promoção no
exercício profissional. Em alguns ramos da engenharia e especialmente na física, o número de
mulheres é extremamente reduzido, mesmo no nível da graduação.
Recentemente, um volume considerável de estudo tem sido dedicado ao preconceito de
género nas carreiras científicas, incluindo suas causas e consequências. O problema da pouca
representatividade das mulheres no estudo de ciência até na tecnologia é um fenómeno
mundial.
1.2. Objectivos
Segundo PILETTI (2004: 80), objectivos “consistem em uma descrição clara dos resultados
que desejamos alcançar com nossa actividade”.

1.2.1. Objectivo Geral


O projecto tem como objectivo geral:
 Compreender os factores que influenciam na fraca participação da rapariga no curso
de Física.

1.2.2. Objectivos Específicos


Segundo LAKATOS e MARCONI (2002: 93), objectivos específicos “apresentam um
carácter concreto, tem a função intermédia e instrumental permitindo de um lado atingir
objectivos gerais e aplicar situações particulares”.
Em outras palavras, objectivos específicos, estão relacionados e partem dos objectivos gerais,
isto é, é a materialização dos objectivos gerais, e também é a acção daquilo que se pretende
fazer.
Em outras palavras, objectivos específicos, estão relacionados e partem dos objectivos gerais,
isto é, é a materialização dos objectivos gerais, e também é a acção daquilo que se pretende
fazer.
Neste projecto de pesquisa, tem como objectivos específicos:
 Identificar a pré – motivação proporcionada às mulheres na sociedade;
 Verificar a motivação fornecida ao aluno(a) pelo professor a partir do momento que o
aluno(a) entra em contacto com a Física como disciplina (8ª classe);
 Descobrir as diferenças nas participações de alunos e alunas nas aulas de física.

1.4. Hipótese
Segundo LAKATOS e MARCONI (2002: 31), as hipóteses “consistem em oferecer uma
solução possível, mediante uma proposição, ou seja uma expressão verbal sustentável de ser
declarada verdadeira ou falsa. Assim, a hipótese é a proposição que pode vir a ser a solução
do problema.”
Segundo (TRUJILLO, 1974:132) apud (LAKATOS e MARCONI, 2009:137),
Hipótese é uma proposição antecipada à comprovação de uma realidade existencial. É uma
espécie de pressuposição que antecede a constatação dos factos. Por isso se diz que as
hipóteses de trabalho são formulações provisórias do que se procura conhecer e, em
consequência, são respostas para o problema ou assunto da pesquisa.
Relativamente ao problema levantado, serão avançadas 3 hipóteses, consideradas como sendo
as possíveis respostas do problema em causa, que se destacam:
 A fraca pré – motivação fornecida (incutida) socialmente poderá ser um impulso
negativo para a mulher na física.
 A fraca pré – motivação fornecida (incutida) pelos professores a partir do momento
que o aluno(a) entra em contacto com a Física como disciplina (8ª classe) poderá ser
um impulso negativo para a mulher na maneira como vai encarar no futuro.
 A mentalidade emotiva da mulher pode ser um factor desencorajado para a aderência
aos cursos práticos (física).

1.6. Cronograma
De acordo com GIL (1999: 12), a elaboração do cronograma responde a pergunta
“quando?”. A pesquisa deve ser divida em partes, fazendo-se a previsão do tempo necessário
para passar de uma fase a outra.

Quadro 1: Quadro das actividades realizadas neste projecto


Meses
Actividade Maio Junho Julho
Colecta de dados bibliográficos
Entrevista ao pessoal da área
Realização do trabalho
Analise e compilação de dados para o trabalho.
Entrega do trabalho

1.7. Orçamento
Para GIL (2002: 157), “para se ter uma estimativa dos gastos com a pesquisa, convêm que
seja elaborado um orçamento. Para ser adequado, o orçamento devera considerar os custos
referentes a cada fase da pesquisa, segundo itens de despesa”.

Quadro 2: Quadro de Orçamento


No de ordem Designação Quantidade Preço Preço total
(Mtn) (Mtn)
01 Resma 1 120,00 120,00
02 Esferográfica 2 5,00 10,00
03 Lápis 1 5,00 5,00
04 Borracha 1 5,00 5,00
05 Corrector 1 20,00 20,00
06 Fotocopia ----------------- 250,00 250,00
07 Trabalho de impressão ----------------- 200,00 200,00
08 Digitação ----------------- 300,00 300,00
09 Transporte 5 20,00 100,00
10 Flash 1 250,00 250,00
Total 1260,00
Capitulo II: Fundamentação Teórica
2.1. Pré – Motivação Proporcionada às Mulheres na Sociedade
A mulher era um ser destinado à procriação, ao lar, para agradar o outro. Durante o
desenvolvimento das sociedades, a história regista a discriminação homem-mulher,
principalmente em relação à educação. Ao atribuir aos homens a condição de donos do saber
e às mulheres o papel feminino, subordinado ideologicamente ao poder masculino, a história
vem salientar as desigualdades.

Em geral, a revolução científica pouco fez para mudar a ideia vigente sobre a natureza das
mulheres - mais especificamente, a sua capacidade de contribuir para a ciência tanto quanto os
homens. Segundo SPIELVOGEL, Jackson (2014), “os cientistas do sexo masculino usaram a
nova ciência para propagar a visão de que as mulheres eram por natureza inferiores e
subordinadas aos homens e adequadas a desempenhar um papel doméstico como mães. A
distribuição generalizada de livros assegurou a continuação dessas ideias”

Rousseau (GASPARI, 2003, p. 29) detinha um discurso de que a educação feminina deveria
ser restrita ao doméstico, pois, segundo ele, elas não deveriam ir em busca do saber,
considerado contrário à sua natureza. Essa sociedade que lutava tanto por liberdade, passou a
exigir que as mulheres fizessem parte dela, mas como mães, guardiãs dos costumes, e como
seres dispostos a servir o homem.

NIETZSCHE (19992; p.143), na sua concepção, ele define “cabeça oca” os homens que
apoiam a emancipação feminina, a qual ele considera ponto alto para a regressão da mulher e
sua desfeminização. O preconceito às mulheres, evidenciado por vários filósofos contribuirá
para sua não-aceitação no espaço público protelando o acesso às oportunidades.

Para Beauvoir (1980, p.291), uma mulher torna-se plenamente humana quando tem
oportunidade de se dedicar ao exercício de actividades públicas e quando pode ser útil à
sociedade: “[...] É um paradoxo criminoso recusar à mulher toda a actividade pública, vedar-
lhe as carreiras masculinas, proclamar sua incapacidade em todos os terrenos e confiar-lhe a
empresa mais delicada, mais grave que existe: a formação de um ser humano.”

Pré – motivação proporcionada às mulheres na sociedade até a actualidade particularmente na


área de física ou curso de física, sempre foi muito fraco, visto que a mulher era e é submetida
ou é educada para a dedicação exclusiva às tarefas familiares e à educação dos filhos. Até
meados do século XV, para a metrópole, a educação da mulher era considerada como
desnecessária e vista com certo descaso, principalmente no que se refere ao campo cultural.

Cientistas mulheres existem e sempre existiram, mas o reconhecimento de seu trabalho


representados em prémios, melhores postos e salários, deixam a desejar. Muito tempo se
passou da época das caças às bruxas, da idade Média, da Inquisição, em que as mulheres eram
submetidas a torturas, e mortes violentas. Também, a questão de preconceito (o olhar a física
como uma área masculina) é prevalente até hoje, isto é, uma mulher que faz física,
socialmente não é vista como uma “mulher”.

Guerra et all. (2006), Faz referência a algumas cientistas como:


 Maria, a Judia (aprox. 273 a.C.) alquimista que vivia no Egipto e inventou o processo
de banho-maria.
As pesquisadoras que viviam por trás dos homens por causa dos preconceitos
enfrentados:
 Anne-Marie Lavoisier (1758-1836) casada com Antoine Lavoisier. Ela traduzia os
trabalhos do marido do inglês para o francês, acompanhava as experiências, fazia
anotações e ilustrou inúmeras publicações.
 A primeira mulher de Einstein, Mileva Maric (1875-1948) – resolvia os problemas
matemáticos para o marido. Alguns cientistas a consideram co-autora da teoria da
relatividade.

2.1.1. Grandes mulheres da ciência (Física)


 Marie Curie (1867 – 1934)
Esta lista não estaria completa sem a “mãe da Física Moderna”. Curie é famosa por sua
pesquisa pioneira sobre a radioactividade, pela descoberta dos elementos polónio e rádio e por
conseguir isolar isótopos destes elementos. Marie Curie, foi a primeira mulher a receber um
Prêmio Nobel e a primeira pessoa a ser laureada duas vezes com o prémio em 1903 (física),
recebeu novamente o Prémio Nobel em 1911 (química), ambos por seu trabalho sobre
radiação. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Mulheres_na_ci%C3%AAncia, acessada no dia
02/08/2017 – 14: 50).
Entre 1901 e 2016, quarenta e oito mulheres receberam o Prémio Nobel, das quais dezanove
foram em física, química, fisiologia ou medicina.
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Mulheres_na_ci%C3%AAncia, acessada no dia 02/08/2017 –
14: 50).

 Elizabeth Blackwell (1821 - 1910)


Física americana que se tornou conhecida por ser a primeira mulher a praticar medicina nos
Estados Unidos. Fundou a Universidade Médica da Mulher.

 Émilie du Châtelet e Inge Lehmann


Émilie du Châtelet, amiga íntima de Voltaire e física de primeira classe por direito próprio, foi
a primeira cientista a apreciar a importância da energia cinética, em oposição ao momento
linear. Ela repetiu e descreveu a importância de um experimento originalmente concebido por
Willem Gravesande mostrando que o impacto da queda de objectos é proporcional não à sua
velocidade, mas à velocidade ao quadrado. Acredita-se que essa compreensão foi de profunda
contribuição à mecânica newtoniana. Inge Lehmann, uma sismóloga dinamarquesa, sugeriu
pela primeira vez em 1936 que dentro do núcleo fundido da Terra poderia ter um núcleo
interno sólido.
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Mulheres_na_ci%C3%AAncia, acessada no dia 02/08/2017 –
14: 50).

 Cecilia Payne-Gaposchkin (1925)


Em 1925, a doutoranda em Harvard, Cecilia Payne-Gaposchkin demonstrou pela primeira
vez, a partir de evidências sobre os espectros de estrelas, que as estrelas eram constituídas
quase exclusivamente dos elementos hidrogénio e hélio, uma das teorias mais fundamentais
da astrofísica estelar. (POGGE, Richard; 8 de Janeiro de 2006).

2.1.2. Outras Mulheres Destacadas na Física


(https://pt.wikipedia.org/wiki/Mulheres_na_ci%C3%AAncia, acessada no dia 02/08/2017 –
14: 50).
 Em Julho de 1967, Jocelyn Bell Burnell descobriu evidências do primeiro pulsar de
rádio conhecido, o que resultou na premiação do seu supervisor para o Prémio Nobel
de Física de 1974. Ela foi presidente do Instituto de Física de Outubro de 2008 a
Outubro de 2010.
 Bertha Swirles foi uma física teórica que fez uma série de contribuições para a teoria
quântica inicial. Ela foi co-autora do conhecido livro Métodos de Física Matemática
com seu marido Sir Harold Jeffreys.
 A astrónoma Andrea Ghez recebeu um prémio MacArthur "para génios" em 2008 por
seu trabalho em superar as limitações dos telescópios terrestres.
 Maria Goeppert-Mayer foi a segunda mulher ganhadora do Prémio Nobel de Física, ao
propor o modelo de concha nuclear do núcleo atómico. No início de sua carreira, ela
havia trabalhado em cargos não oficiais ou voluntários na universidade onde seu
marido era professor. Goeppert-Mayer é uma de muitos cientistas cujas obras são
comemoradas por um selo dos Estados Unidos.

2.2. Motivação fornecida ao aluno(a) pelo professor a partir da 8ª Classe


A partir dos anos 60 têm sido feitos estudos no âmbito da motivação e atitudes dos alunos
perante a Física (Osborne et al., 2003). Os resultados alcançados têm mostrado que os alunos
aprendem melhor quanto se encontram interessados pela disciplina, e que o interesse baseado
na motivação para aprender possui efeitos positivos quer nos processos de estudo, quer na
quantidade e qualidade dos resultados dos estudos (Hiddi, et al. 2004). Entende-se que a
motivação e a vontade de cada aluno para aprender têm um papel determinante no
desenvolvimento de competências racionais e de autonomia.

Mais recentemente, a motivação é entendida como resultado de um conjunto complexo de


factores motivacionais relacionados com os contextos familiar e escolar, bem como com as
expectativas do próprio aluno. Neste enquadramento têm sido formuladas diversas
perspectivas teóricas sobre a motivação.

No contexto escolar “Há muito tempo que os professores reconhecem factores motivacionais,
ou seja, não intelectuais, como críticos na determinação do desempenho dos seus alunos”
(Sprinthall & Sprinthall, 1993, p. 504).

Por outro lado e de uma forma geral, à ausência de motivação poderão ser associadas atitudes
contraproducentes em sala de aula, a situações de mau comportamento, a estados de
insatisfação e frustração nos alunos, como defendem Miranda e Almeida (2011):
 Motivação íntegra, assim, aspectos cognitivos, afectivos e comportamentais,
organizando-os em torno de construtores mais globais, como por exemplo, às metas ou
objectivos de realização, atribuições causais ou as percepções pessoais de
competência. (p. 273)

2.2.1. Conceito de Motivação


Segundo Birch e Veroff (1970: 37) “o estudo da motivação é uma busca de explicações para
alguns dos mais intricados mistérios da existência humana: suas próprias acções.” Esse
entendimento nos remete a perceber a motivação como um tema amplo e de difícil
entendimento, tendo em vista a diversidade de comportamentos e reacções do ser humano.

Segundo PILETTI (1988: 63), “Sem motivação não há aprendizagem. Pode ocorrer
aprendizagem sem professor, sem livro, sem escola e sem uma porção de outros recursos.
Mas mesmo que existam todos esses recursos favoráveis, se não houver motivação não
haverá aprendizagem.”

A motivação fornecida aos alunos em geral, pelos professores a partir do momento em que o
aluno(a) entra em contacto com a Física como disciplina (8ª classe), tem sido muito fraca
devido à escassez dos especialistas da área (falta de professores formados e/ou qualificados de
física), e também a não existência dos especialistas nas escolas. Muito dos casos, as escolas
optam em delegar os professores que tem a inclinação (na física) para leccionar, afectando
negativamente não só o abandono na física concretamente por parte das mulheres, mas sim o
próprio processo de ensino e aprendizagem (PEA).

É necessário aos professores, tentar criar situações que auxilie seus alunos a conseguirem se
sentir motivado a aprender. Um desses pontos é conseguir atrair a atenção dos alunos, criando
possibilidades para que eles alcancem seus objetivos, permitindo discussões, debates e que
sejam dadas condições para que eles avaliem o próprio desempenho em sala de aula. Tais
experiências aumentam a auto-estima e conseqüentemente favorecem a aprendizagem.

A motivação não deve ser um aspecto necessário apenas aos alunos. É preciso que os
professores também estejam motivados, pois, do contrário, será muito difícil que este consiga
atrair a atenção dos alunos, fazendo com que estes sintam entusiasmo e interesse em realizar
as tarefas.
2.3. Participação dos Alunos nas Aulas de Física
Nas aulas de física, é quase normal as mulheres se considerarem menos capazes (aptas) em
relação aos rapazes, em parte por causa da fraca motivação incutida socialmente, a falta de
professores qualificados na área, e também a questão do preconceito na física (de olhar-se a
física como uma área dos homens e não das mulheres).
Capitulo III: METODOLOGIAS E TÉCNICAS
Todo o processo que visa o alcance de um determinado objectivo carece do emprego de
método como via para a sua consecução.

Segundo (LAKATOS e MARCONI, 2009:44), Método é o “caminho pelo qual se chega a


determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo
reflectido e deliberado”.

Por outro lado, para (NERICI, 1978:15) apud (LAKATOS e MARCONI, 2009:45), método“é
o conjunto coerente de procedimentos racionais ou prático – racionais que orienta o
pensamento para serem alcançados conhecimentos válidos”.

Na presente investigação pretendeu-se obter informação e compreender o objecto de estudo: a


relação da motivação dos alunos para física com os resultados escolares. Não se tratando de
um estudo extensivo, mas sim do estudo de um grupo específico de alunos (os alunos da
turma 6 do 8º ano em que coincidiu com o período em que estive em contacto com os alunos,
no âmbito do estágio pedagógico como professor de física, inseridos num contexto específico
(Escola Secundária de Nampula, no ano lectivo 2015), a estratégia de pesquisa escolhida para
realizar a investigação foi o Estudo de Caso e pesquisa bibliográfica. A recolha de informação
foi feita ao longo de todo o2º trimestre do 2015, a partir da aplicação de um questionário
(inquérito), entrevista e observação participativa dos alunos em ambiente de sala de aula.

3.1. Metodologias
A metodologia utilizada para a elaboração do trabalho em causa é:
 Método de estudo de caso e;
 Método de pesquisa bibliográfica.

3.1.1. Método de Estudo de Caso


Segundo YIN apud GIL (1999: 73), estudo de caso é “um estudo empírico que investiga um
fenómeno actual dentro do seu contexto da realidade, no qual são utilizados várias fontes de
evidência”.
Com isto, quer dizer que este caso, a investigação pressupõe uma abordagem concreta em que
a investigação procurou inteirar-se em quais as razões ou factores que influenciam na fraca
participação da mulher no curso de física.

O método de estudo de caso, permitiu ao pesquisador familiarizar-se e viver a questão do


factor social sobre a pré-motivação fornecida (incutida) a mulher, que impede a socialização
ao curso de física e também da pré-motivação fornecida pelos professores a partir do
momento que o aluno(a) entra em contacto com a Física como disciplina (8ª classe).

3.1.2. Método de Pesquisa Bibliográfica


Gil, Antônio Carlos (2002: 44):
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os
estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas
desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos
exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas. As pesquisas sobre
ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca
de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente
mediante fontes bibliográficas.

No método de pesquisa bibliográfica, pretendeu-se conhecer a mentalidade emotiva da mulher


para a aderência aos cursos práticos (física), com base na conduta passada e actual da posição
da mulher na sociedade, que, segundo Dias (1997), inevitavelmente sofreu alterações
afectivas em seu quotidiano onde a mulher deixou o papel de cuidadora e passou a trabalhar
fora de casa junto ao homem, passando, portanto a responsabilidade da educação dos filhos
para os pais, marido e esposa, não apenas à mãe. Também, o conceito e/ou conteúdo da
motivação da mulher a nível educacional e assim como social.

3.2. Técnicas de colecta de dados


MARCONI e LAKATOS (1992:107), consideram “técnicas como um conjunto de
preconceitos ou processos de que se serve uma ciência […] correspondem, portanto, a parte
prática de colecta de dados”.

As técnicas usadas neste trabalho são:


 Observação participativa;
 Inquérito e;
 Entrevista.
3.2.1. Observação Participativa
Observação é uma técnica de colecta de dados para conseguir informações utilizando os
sentidos na obtenção de determinados aspectos de realidade. Não consiste apenas em ver e
ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que se deseja estudar. (LAKATOS e
MARCONI; 2009: 275).

Observação participativa é uma tentativa de colocar o observador e o observado do mesmo


lado, tornando-se o observador um membro do grupo de modo a vivenciar o que eles
vivenciaram e trabalhar dentro do sistema de referência deles. (MANN; 1970: 96 apud
LAKATOS e MARCONI; 2009: 277).

Esta técnica de colecta de dados, permitiu o pesquisador inteirar-se na questão do grau de


participação nas aulas de física, isto é, certificar as diferenças nas participações de alunos e
alunas nas aulas de física.

A observação participante decorreu nas aulas de física da turma em estudo (turma 6 do 8º


ano), designadamente, em aulas observadas, quando leccionadas pelo Professor, e em aulas
por mim leccionadas em regime integral no 8º ano. As observações foram realizadas com o
objectivo de aprofundar o conhecimento acerca das atitudes dos alunos em ambiente de sala
de aula.

3.2.2. Inquérito
Com o objectivo de conhecer, sob o ponto de vista do aluno, a motivação escolar para a
disciplina física, e a percepção relativamente às estratégias de aprendizagem utilizadas na sala
de aula, foi aplicado um questionário aos alunos.

Segundo SILVA, Edna Lúcia da e MENEZES, Estera Muszkat (2001 – 33)


Questionário: é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por
escrito pelo informante. O questionário deve ser objetivo, limitado em extensão e estar
acompanhado de instruções As instruções devem esclarecer o propósito de sua
aplicação, ressaltar a importância da colaboração do informante e facilitar o
preenchimento.

O instrumento permitiu uma análise qualitativa da percepção do aluno face ao ambiente de


aprendizagem promovido pelo professor, dos processos motivacionais dos alunos e das
estratégias de aprendizagem e metacognitivas com que os alunos se identificam (Cordeiro,
Figueira & Matos, 2011). Essa análise foi realizada a partir do estudo da forma como se
caracteriza a motivação resultante (controlada versus autónoma).

Através dessa técnica, foram aplicados um questionário aos 32 alunas da Escola Secundária
de Nampula turma 6 8º ano, e aos 4 professores de física da Escola Secundária de Nampula,
com o objectivo de perceber as causas da fraca participação da mulher no curso de Física.

3.2.3. Entrevista
De acordo com SILVA, Edna Lúcia da e MENEZES, Estera Muszkat (2001 – 33):
Entrevista: é a obtenção de informações de um entrevistado, sobre determinado
assunto ou problema. A entrevista pode ser:
 Padronizada ou estruturada: roteiro previamente estabelecido;
 Despadronizada ou não-estruturada: não existe rigidez de roteiro. Podem-se
explorar mais amplamente algumas questões.

Para esta pesquisa, usou-se a entrevista despadronizada ou não-estruturada, com vista a


explorar com mais abrangência as perguntas. Esta técnica de colecta de dados, permitiu o
pesquisador inteirar-se na questão do grau de participação nas aulas de física, isto é, certificar
as diferenças nas participações de alunos e alunas nas aulas de física. Também, da
mentalidade emotiva da mulher como um factor desencorajado para a aderência aos cursos
práticos (física) e assim como a pré – motivação proporcionada às mulheres na sociedade.

Esta técnica, foi dirigida aos 4 moradores do bairro de Muahivire. A aplicação da técnica
consistiu numa escolha aleatória particularmente de vários níveis académicos, desde
licenciatura até nível básico (8ª classe), através de uma conversa face a face. Foi uma técnica
que permitiu a recolha de dados com o objectivo de comprovar as várias hipóteses do
problema, através de respostas e opiniões diversificadas em relação ao tema.

3.3. Universo
De acordo com LAKATOS e MARCONI (2002:41), “Universo ou população é um conjunto
de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos umas características em
comum”.

Portanto, pode entender-se como universo o grupo composto por indivíduos que tenham
características comuns e que sejam no entanto objecto que se pretende tratar ou seja, o
universo representa a totalidade de indivíduos com características comuns. Para a pesquisa
que se propunha realizar, tinha como universo Escola Secundária de Nampula e Bairro de
Muahivire.

3.4. Amostra.
Amostra é uma pequena e representativa parte de um conjunto em estudo (Universo).
Desta feita a amostra da pesquisa foi de 40, dos quais 32 alunos da Escola Secundária de
Nampula 8ª 6, 4 professores de física da escola mencionada, e 4 membros do bairro de
Muahivire.

3.5. Tipos de amostra.


Na pesquisa usou-se a amostra aleatória, que consistiu em conversar casualmente com o
grupo alvo. Esta, permitiu que os envolvidos expusessem com muita profundeza sobre o
fenómeno decorrente sobre as causas da fraca participação da mulher no curso de física.

3.6. Tipos de Pesquisa


Para a pesquisa, seleccionou-se a pesquisa qualitativa do tipo descritiva.

3.6.1. Pesquisa Qualitativa


Segundo GIL (2002: 90), a pesquisa qualitativa, é caracterizada como sendo uma tentativa de
compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos
entrevistados em lugar de produção de medidas qualitativas ou características
comportamentais.

Em outras palavras, pode-se afirmar que na pesquisa qualitativa, as amostras são reduzidas, os
dados são analisados em seu conteúdo psicossocial e os instrumentos de colecta não são
estruturados.

A escolha da pesquisa qualitativa deveu-se ao facto de esta puder proporcionar uma visão
objectiva dos aspectos implicados a participação da mulher no curso de física.
Capitulo IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E TRATAMENTOS DE DADOS
Os dados a serem apresentados, resultam de uma investigação feita ou realizada na cidade de
Nampula, concretamente no bairro de Muahivire e Escola Secundária de Nampula. A escola
vem existindo desde o tempo colonial. A escola secundária de Nampula foi “fundada em 1962
com o nome de liceu Almirante Gago Coutinho que começou a funcionar na Escola Primária
Dona Filipa de Lencastre actualmente escola primária 7 de Abril”. (Direcção da escola).

O foco principal do estudo centrou-se na fraca participasão da mulher no curso de fisica. Para
a obtenção das informações pretendidas, o autor apoiou-se a técnica de entrevista, inquérito e
observação, tendo dirigido a entrevista para 4 membros do bairro de Muahivire. Inquérito para
4 professores e 32 alunos da Escola Secundária de Nampula.

4.1. Apêndice (A): Dados da entrevista dirigida aos moradores do bairro de Muahivire.
Neste item, autor vai apresentar dados colhidos aos moradores do bairro de Muahivire. As
perguntas ou questões dirigidas aos moradores, foram as mesmas, de forma a evitar-se desvios
distracções. De forma a colher dados seguros e de forma séria e consciente, escolheu-se
aleatoriamente os quatro (4) membros de acordo com o seguinte nível académico e sexo:
 Nível superior (Licenciatura – rapaz)
A primeira questão, o autor quis saber: Neste bairro, existem mulheres que fazem curso
de física?
Como resposta, disse que sim existe, mas não excede duas.

Na 2ª pergunta, quis saber: Nesta zona é normal uma mulher fazer curso de física?
Como resposta, disse que sim, embora são poucas que fazem.

Outra pergunta dirigida foi: Nesta zona incentivam as mulheres a fazer curso de física?
Se não porquê?
Como resposta, disse que não, porque no bairro, há défice de pessoas formadas nesta área e
é muito temida, não só para as raparigas, mas sim pelos rapazes.

A última pergunta dirigida foi: Na sua opinião, o que deve ser feito para que as
mulheres possam a fazer curso de física?
Como resposta disse: É preciso implementar palestras a cerca dos benefícios do próprio curso
às mulheres.
 Nível médio (12ª classe – rapaz)
Neste bairro, existem mulheres que fazem curso de física?
Resposta: não

Nesta zona é normal uma mulher fazer curso de física?


Resposta: não

Nesta zona incentivam as mulheres a fazer curso de física? Se não porquê?


Resposta: Não, porque as mulheres não tem muito domínio na disciplina de física e também
não tem bom aproveitamento.

Na sua opinião, o que deve ser feito para que as mulheres possam a fazer curso de física?
Resposta: é necessário que os professores, elaborem testes especiais às mulheres

 Nível básico (10ª classe – rapariga)


Neste bairro, existem mulheres que fazem curso de física?
Resposta: Sim

Nesta zona é normal uma mulher fazer curso de física?


Resposta: Não

Nesta zona incentivam as mulheres a fazer curso de física? Se não porquê?


Resposta: Não, porque até as que fazem esse curso, falam mal dela, dizem que é lésbica.

Na sua opinião, o que deve ser feito para que as mulheres possam a fazer curso de física?
Resposta: fazer palestras nos bairros e consciencializar as pessoas do bairro, que este curso é
para qualquer pessoa, tanto homem assim como mulher.

 Nível básico (8ª classe)


Neste bairro, existem mulheres que fazem curso de física?
Resposta: Sim

Nesta zona é normal uma mulher fazer curso de física?


Resposta: Sim
Nesta zona incentivam as mulheres a fazer curso de física? Se não porquê?
Resposta: Não, porque até nas escolas, os professores diziam que física era para os fortes e
para fazer tem que ter muita força.

Na sua opinião, o que deve ser feito para que as mulheres possam a fazer curso de física?
Resposta: oferecer bolsas de estudo para as mulheres irem fazer curso de física.

Segundo os dados colhidos no apêndice A (dados da entrevista dirigida aos moradores do


bairro de Muahivire), na primeira questão, 3 dos quatro moradores, equivalentes a 75%
afirmaram que no bairro de Muahivire há raparigas que fazem o curso de física.

Neste bairro, existem mulheres que fazem curso de física?

25%

Os que responderam sim


75% os que responderam nao

Fonte: adaptado pelo autor

Na segunda, 2 dos quatro moradores, equivalentes a 50% afirmaram que no bairro de


Muahivire é normal assim como não uma mulher fazer curso de física, o que demonstrou
incerteza nos dados devido ao equilíbrio dos dados.

Nesta zona é normal uma mulher fazer


curso de física?

50% 50% Sim


não

Fonte: adaptado pelo autor


Na terceira, 4 dos quatro (4) moradores, equivalentes a 100% afirmaram que no bairro de
Muahivire, não há incentivo para as mulheres fazerem curso de física e que para tal, tem-se
que implementar políticas adequadas para a promoção das mulheres no curso de física.

Nesta zona incentivam as mulheres a fazer


curso de física? Se não porquê?
0%

NÃO
SIM

100%

Fonte: adaptado pelo autor

4.2. Apêndice (B): Questionário dirigido aos professores de física da Escola Secundária
de Nampula
Sem precisar de se identificar, responde com clareza as questões, marcando com “X” ou “bolinho” nas alíneas
que achar certo ou correcto. As suas respostas vão ajudar o pesquisador na elaboração do trabalho científico para
obtenção de grau de licenciatura.

1. Qual é a participação da Participação da Rapariga na disciplina de física?


A Forte B Razoável C Fraca D Muito fraca.

Tabela 1: Afirmações relacionadas e a frequência com qual ocorre na exposição das


ideias enunciadas dos indivíduos.
Afirmações Frequência absoluta Frequência relativa percentual
Forte 0 0%
Razoável 1 25%
Fraca 2 50%
Muito fraca. 1 25%
Total 4 100%
De acordo com os dados colhidos, 50% afirmaram que a participação da rapariga na disciplina
de física é fraca, 25% para razoável e os restantes 25% para muito fraca.

2. Durante as aulas de física, as mulheres têm-se voluntariadas em responder e/ou


resolver tarefas no quadro?
A Não B Sim C As vezes D Nunca

Tabela 2: Afirmações relacionadas à pergunta acima.


Afirmações Frequência absoluta Frequência relativa percentual
Não 1 25%
Sim 2 50%
As vezes 1 25%
Nunca 0 0%
Total 4 100%

Neste iten, 50% afirmaram que as mulheres, têm-se voluntariadas em responder e/ou resolver
as tarefas no quadro, os 25% responderam que não, e os restantes 25% responderam as vezes.

3. Durante as aulas de física, as mulheres tentem ser mais inteligente do que os seus
colegas?
A Não B Sim C As vezes D Nunca

Tabela 3: Afirmações relacionadas à pergunta acima.


Afirmações Frequência absoluta Frequência relativa percentual
Não 2 50%
Sim 1 25%
As vezes 0 0%
Nunca 1 25%
Total 4 100%

Nesta parte, da questão: Durante as aulas de física, as mulheres tentem ser mais inteligente do
que os seus colegas? 50% Responderam que não, 25% responderam que sim, e os restantes
25% que nunca.

4. As mulheres sentem-se menos aptas em relação aos homens durante as aulas?


A Não B Sim C As vezes D Nunca
Tabela 4: Afirmações relacionadas à pergunta acima.
Afirmações Frequência absoluta Frequência relativa percentual
Não 3 75%
Sim 1 25%
As vezes 0 0%
Nunca 0 0%
Total 4 100%

Para a pergunta: As mulheres sentem-se menos aptas em relação aos homens durante as
aulas? 75% Responderam que não e os restantes 25% responderam que sim.

4.3. Apêndice (C): Questionário dirigido aos 32 alunos da Escola Secundária de


Nampula
Sem precisar de se identificar, responde com clareza as questões, marcando com “X” ou “bolinho” nas alíneas
que achar certo ou correcto. As suas respostas vão ajudar o pesquisador na elaboração do trabalho científico para
obtenção de grau de licenciatura.

1. O que você pensa a cerca de física?


A Fácil B Razoável C Difícil D Muito difícil.

Tabela 5: Afirmações relacionadas à pergunta acima.


Afirmações Frequências
Fácil 10
Razoável 13
Difícil 6
Muito difícil 3
Total 32

Com base nos dados acima colhidos, 13 das 32 alunas, correspondentes a 41%, afirmaram que
a física é uma ciência razoável. 10 das 32 alunas, correspondentes a 31%, afirmaram que a
física é uma ciência fácil. 6 das 32 alunas, correspondentes a 19%, afirmaram que a física é
uma ciência difícil. E 3 das 32 alunas, correspondentes a 9%, afirmaram que a física é uma
ciência muito difícil.
O que você pensa a cerca de física?

9%
31%
19%
FÁCIL
RAZOÁVEL
DIFÍCIL
41% MUITO DIFÍCIL

Fonte: adaptado pelo autor

2. Gostaria de fazer um curso prático como física?


A Sim B Talvez C Não D Não Sei

Tabela 6: Afirmações relacionadas à pergunta acima.


Afirmações Frequências
SIM 17
TALVEZ 3
NÃO 5
NÃO SEI 7
Total 32
Neste item, 17 das 32 alunas, correspondentes a 53%, afirmaram que gostariam de fazer um
curso prático como física.

Gostaria de fazer um curso prático como


física?

22%
SIM

16% 53% TALVEZ


NÃO
9%
NÃO SEI

Fonte: adaptado pelo autor


3. Nas aulas de física, o(a) professor(a) aponta as mulheres como exemplo a seguir
pelos outros?
A Não B Sim C Talvez D Não Sei

Tabela 7: Afirmações relacionadas à pergunta acima.


Afirmações Frequências Frequência relativa percentual
Não 23 72%
Sim 6 19%
Talvez 2 6%
Não Sei 1 3%
Total 32 100%

Nesta parte, 23 das 32 alunas, equivalentes a 72%, afirmaram que nas aulas de física, o(a)
professor(a) não aponta as mulheres como exemplo a seguir pelos outros.

4. O(a) professor(a) de física, diz-vos que a informação que ensina será útil por
vocês no futuro ou no vosso dia-a-dia?
A Não B Sim C As vezes D Não Sei

Tabela 8: Afirmações relacionadas à pergunta acima.


Afirmações Frequências Frequência relativa percentual
Não 8 25%
Sim 9 28%
As vezes 14 44%
Não Sei 1 3%
Total 32 100%
Nesta parte, 14 das 32 alunas, correspondentes a 44%, afirmaram que O(a) professor(a) de
física, as vezes diz-vos que a informação que ensina será útil para elas no futuro ou no dia-a-
dia.

5. Na disciplina de física, tenta ser mais voluntário do que os seus colegas?


A Não B Sim C Talvez D Não Sei
Tabela 9: Afirmações relacionadas à pergunta acima.
Afirmações Frequências Frequência relativa percentual
Não 12 38%
Sim 17 53%
Talvez 2 6%
Não Sei 1 3%
Total 32 100%
Neste item, 17 das 32 alunas, equivalentes a 53%, afirmaram que na disciplina de física,
tentam ser mais voluntário do que os seus colegas.

6. Na sua zona é normal uma mulher fazer curso de física?


A Sim B Não C Talvez D Não Sei

Tabela 10: Afirmações relacionadas à pergunta acima.


Afirmações Frequências Frequência relativa percentual
Sim 9 28%
Não 15 47%
Talvez 5 16%
Não Sei 3 9%
Total 32 100%
Neste item, 15 das 32 alunas, correspondentes a 47%, afirmaram que na sua zona ou bairro
não é normal uma mulher fazer curso de física.

7. Na sua zona incentivam as mulheres a fazer curso de física?


A Não Sei B Talvez C Não D Sim

Tabela 11: Afirmações relacionadas à pergunta acima.


Afirmações Frequências Frequência relativa percentual
Não Sei 2 6%
Talvez 4 13%
Não 18 56%
Sim 8 25%
Total 32 100%
Para este item, 18 das 32 alunas, equivalentes a 56%, afirmaram que na sua zona ou bairro,
não incentivam as mulheres a fazer curso de física.

Através da técnica de observação participativa usada na sala de aulas, percebeu-se que as


mulheres sentiam-se mais inspiradas a explorar a física, isto é, participavam e colaboravam
nas aulas e demonstravam interesse em resolver e/ou responder as questões colocadas.
Capítulo V: VERIFICAÇÃO DAS HIPÓTESES

Para a verificação das hipóteses, o autor ou pesquisador baseiou-se nos dados e/ou resultados
obtidos através da técnica de inquérito, entrevista e observação. Sendo estas, necessários para
uma boa verificacao das hípoteses, na opinião do pesquisador ou autor do trabalho, por se
tratar de um trabalho de campo.

5.1. Hipótese 1: A fraca pré – motivação fornecida (incutida) socialmente poderá ser um
impulso negativo para a mulher na física.

Esta hipótese foi validada, mediante a pergunta 3 do apêndice “A” que pretendia saber dos
quatro (4) moradores do bairro de Muahivire de vários niveis academicos, isto é, do nível
básico (8ª classe) até ao nivel superior (licenciatura), se na zona incentivavam as mulheres a
fazer curso de física? Se não porquê? 4 dos quatro (4) moradores, equivalentes a 100% foram
unânimes em responder que no bairro de Muahivire, não há incentivo para as mulheres
fazerem curso de física e que para tal, tem-se que implementar políticas adequadas para a
promoção das mulheres no curso de física. Pergunta 7 do apêndice “C” que tinha como
objectivo procurar saber dos 32 alunos (8ª 6) da Escola Secundária de Nampula se zona deles
incentivam as mulheres a fazer curso de física? 18 dos 32 alunos, equivalentes a 56%,
afirmaram que na sua zona ou bairro, não incentivam as mulheres a fazer curso de física. Em
que 6 dos 32 alunos, correspondentes a 19% absteram-se.

5.2. Hipótese 2: A fraca pré – motivação fornecida (incutida) pelos professores a partir
do momento que o aluno(a) entra em contacto com a Física como disciplina (8ª classe)
poderá ser um impulso negativo para a mulher na maneira como vai encarar no futuro.

Esta hipótese foi validada, mediante a pergunta 2 do apêndice “B” que pretendia saber dos
professores de física da Escola Secundária de Nampula, se durante as aulas de física, as
mulheres têm-se voluntariadas em responder e/ou resolver tarefas no quadro? 2 dos quatro (4)
moradores, equivalentes a 50% foram unânimes em responder que que as mulheres, têm-se
voluntariadas em responder e/ou resolver as tarefas no quadro, pergunta 3 do apêndice “C”
que tinha como objectivo procurar saber dos 32 alunos (8ª 6) da Escola Secundária de
Nampula, se nas aulas de física, o(a) professor(a) aponta as mulheres como exemplo a seguir
pelos outros? 23 dos 32 alunos, equivalentes a 72%, afirmaram que nas aulas de física, o(a)
professor(a) não aponta as mulheres como exemplo a seguir pelos outros. Pergunta 4 do
apêndice “C” que pretendia saber dos 32 alunos (8ª 6) da Escola Secundária de Nampula, se
o(a) professor(a) de física, diz-vos que a informação que ensina será útil por vocês no futuro
ou no vosso dia-a-dia? 14 dos 32 alunos, correspondentes a 44%, afirmaram que o(a)
professor(a) de física, as vezes diz-vos que a informação que ensina será útil para elas no
futuro ou no dia-a-dia e 8 dos 32 alunos, correspondentes a 25%, reponderam que não.

5.3. Hipótese 3: A mentalidade emotiva da mulher pode ser um factor desencorajado


para a aderência aos cursos práticos (física).

Esta hipótese não foi validada, mediante a pergunta 2 do apêndice “B” que pretendia saber
dos professores de física da Escola Secundária de Nampula se durante as aulas de física, as
mulheres tentam ser mais inteligente do que os seus colegas? 2 dos quatro (4),
correspondentes a 50% responderam que não, 25% responderam que sim, e os restantes 25%
que nunca. Pergunta 4 do apêndice “B” que tinha como objectivo procurar saber se as
mulheres sentiam-se menos aptas em relação aos homens durante as aulas? 3 dos quatro (4),
correspondentes a 75% responderam que não e os restantes 25% responderam que sim.
Pergunta 1 do apêndice “C” que tinha como objectivo procurar saber dos 32 alunos (8ª 6) da
Escola Secundária de Nampula, o que pensavam a cerca de física? 13 das 32 alunas,
correspondentes a 41%, afirmaram que a física é uma ciência razoável. 10 das 32 alunas,
correspondentes a 31%, afirmaram que a física é uma ciência fácil. 6 das 32 alunas,
correspondentes a 19%, afirmaram que a física é uma ciência difícil. E 3 das 32 alunas,
correspondentes a 9%, afirmaram que a física é uma ciência muito difícil. Pergunta 5 do
apêndice “C” que tinha como objectivo procurar saber dos 32 alunos (8ª 6) da Escola
Secundária de Nampula, se na disciplina de física, tentavam ser mais voluntários do que os
seus colegas? 17 das 32 alunas, equivalentes a 53%, afirmaram que na disciplina de física,
tentam ser mais voluntário do que os seus colegas.
CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

6.1. Conclusão
O presente trabalho de investigação científica, preconiza de várias observações, o autor da
pesquisa, professores e alunos da Escola Secundária de Nampula, moradores do bairro de
Muahivire e a sociedade em geral, tendo colhido conhecimento sobre “A Fraca Participação
da Rapariga no Curso de Física”, chega-se a uma conclusão segundo a qual, esse factor
acrescenta-se no facto de as mulheres receberem pouco apoio da sociedade e/ou comunidade.
Apesar das políticas implementadas para a promoção do género, a sociedade ainda resiste às
mudanças.

Nesse sentido, na opinião do pesquisador, para que mais mulheres optem por uma carreira em
física, é preciso estarmos atentos desde o início de sua trajectória de estudo, isto é, a partir do
momento que a aluna entra em contacto com a Física como disciplina (8ª classe). Durante a
pesquisa, percebeu-se que as mulheres se sentem mais inspiradas a explorar a física, quando
compreendem como esses campos podem ser aplicados para tornar o mundo melhor.

6.2. Recomendações
O autor desta pesquisa dispõe as seguintes recomendações:
 É necessário mais que uma ideologia amorfa. São necessários modelos, exemplos
concretos, actividades práticas, professores apaixonados e apoio entusiástico. É
preciso mais professoras mulheres, a servir como modelo para encorajar um número
maior de jovens mulheres a escolher física como carreira profissional.

 Com um pouco de perseverança, as mulheres deixarão de ver a física como uma “área
masculina”, e passarão a considerá-la como uma plataforma concreta sobre a qual
construir seu futuro. Acredita-se, de fato, que as mulheres, enquanto grupo, não
necessitam de tratamento especial, senão de oportunidades iguais.
BIBLIOGRAFIA

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