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Tabela 10: Na sua zona é normal uma mulher fazer curso de física?
Tabela 11: Na sua zona incentivam as mulheres a fazer curso de física?
Lista de Abreviaturas
Sebastião Sabão Chirrinzane Júnior, estudante desta universidade desde o ano de 2012, curso
de licenciatura em ensino de física com habilidades a electrónica/matemática, em nome da
CNM, declaro serem verdadeiras as informações escritas por mim, resultado dum trabalho
ardo e engenhoso feito em grupo e individualmente, cujo trabalho de campo foi realizado na
cidade de Nampula, concretamente no bairro de Muahivire e Escola Secundária de Nampula,
com supervisão do dr. Momade Chau.
Assinatura
_____________________________________________________
(Sebastião Sabão Chirrinzane Júnior)
Dedicatória
Dedico este trabalho em memória dos meus pais falecidos, Sebastião Sabão Chirrinzane e
Verónica José Massingue, também em memória do meu irmão falecido, Daniel Sebastião
Chirrinzane que tanto queriam me ver integrado neste sucesso académico. Deus os assegure.
E dos meus irmãos: Nelson Sebastião Chirrinzane, Avelina Sebastião Chirrinzane, José
Sebastião Chirrinzane e Eugénio Sebastião Chirrinzane.
Agradecimentos
Em primeiro lugar a Deus pela saúde e coragem, por ter ultrapassado mais um desafio a
minha vida, por permitir que esse dia chegasse, que iluminou e continua iluminado meu
caminho.
Ao meu supervisor dr. Momade Chau, pela sua colaboração e abertura mesmo com os meus
contratempos, e sempre dedicou a sua energia propiciando conhecimentos através de uma
generosa conversa.
A todos os meus amigos, Gabriel Manuel Nhabetse, Mércia Fernando Bila, Nércia Fernando
Bila, Dinis Fernando Mondlane, Jaime da Violeta Muthombene, Santos Arnaldo Macie,
Tapite Manuel, Santos Amane, Alberto Muteia Cassamo, César José Matosse e Gueston, que
sempre me apoiaram nos estudos e momentos insólitos.
Resumo
A percentagem de mulheres no campo da física, é pequena desde a admissão na Universidade.
E este nível baixo de participação se mantém durante todo o ciclo de estudos, assim como
durante o exercício profissional. Não há incentivo específico para as mulheres estudarem em
física. Neste trabalho científico, fez-se uma pesquisa qualitativa onde refletiu-se sobre “A
Fraca Participação da Rapariga no curso de física” e, foi feito um estudo no sentido de
“Compreender os factores que influenciam na fraca participação da mulher no ensino de
Física”, onde levantou-se a seguinte questão: quais as causas da fraca participação da
mulher no curso de Física? Entretanto, o trabalho foi realizado com 32 alunos (8ª 6) e 4
professores da ESN e 4 moradores do bairro de Muahivire. Os resultados obtidos de acordo
com o questionário submetido aos alunos mostram que a fraca motivação proporcionada às
mulheres na sociedade bem como na Escola por parte dos professores é o factor principal
desta problemática. Esse factor acrescenta-se no facto de ao longo da sua formação, a maior
parte das mulheres recebem pouco apoio da sociedade e dependem extensivamente de seu
empenho pessoal. Apesar das políticas implementadas para promoção do género, a sociedade
ainda resiste às mudanças. Diante dessas contatações sugere-se que, são necessários modelos,
exemplos concretos, actividades práticas, professores apaixonados e apoio entusiástico. É
preciso mais professoras mulheres, a servir como modelo para encorajar um número maior de
jovens mulheres a escolher física como carreira profissional.
1.3. Problema
Para LAKATOS e MARCONI (2002: 26), o problema é uma dificuldade teórica ou prática
de reconhecimento de alguma coisa de real importância para a qual se deve encontrar
solução.
Desde os tempos remotos até a actualidade, a física sempre contou com uma pequena porção
à nível de participação ou aderência por parte de mulheres, que nalgum momento chegou-se a
perceber ou compreender e concluir que a física é uma área masculina. Portanto, este
fenómeno transmitiu-se de gerações em gerações.
Um caso particular é na UP-Nampula (Universidade Pedagógica – delegação de Nampula),
em que do 1º a 4º ano desde o ano que iniciou-se a formar/implementar o curso de física (em
2011), até a actualidade, o numero de mulheres ronda/circunda no intervalo de [1 – 4], na
razão acima de 25 estudantes. Os dados concretos desde 2011 (ano inicial de implementação
do curso de física – UPN) até actualidade são:
Na turma de 2011 – teve 1 (uma) mulher;
Na turma de 2012 – teve 4 (quatro) mulheres;
Na turma de 2013 – tem 2 (duas) mulheres;
Na turma de 2014 – tem 1 (uma) mulher;
Na turma de 2015 – tinha 2 (duas) mulheres, em que uma acabou mudando de curso.
Na turma de 2016 – tem 1 (uma) mulher.
A mulher passa a ser definida de fato praticamente como propriedade privada do homem e
inferior ao mesmo, oprimida pelas sociedades patriarcais vai ser concebida pela sua relação
com a natureza através da sua função biológica como mãe e não como sujeito. (RADL; 1996).
De acordo com citação acima, pode-se dizer que a mulher é considerada uma espécie ou
maquina para produzir filhos e cuidar de casa, isto é, está inserida em um mundo de opressão
e exploração humana. Face a isto e ao exposto anteriormente levar-se-á a cabo a pesquisa
baseada na seguinte questão de partida:
Quais as causas da fraca participação da mulher no curso de Física?
1.5. Justificativa
Segundo (LAKATOS e MARCONI, 2002:103) a justificativa “consiste numa exposição
suscita, porém completa, das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que
tornam importantes a realização da pesquisa”.
Justificativa é uma apresentação inicial do projecto que preencha factores que determinam a
escolha do tema, sua relação com a experiencia profissional ou académica do autor, assim
como a sua vinculação na área temática e a uma das linhas de pesquisa, argumento relativo a
importância da pesquisa sob o ponto de vista teórico, metodológico, contribuição para o
conhecimento de algumas questões teóricas ou práticas de algumas questões teóricas ainda
não solucionadas. (GIL; 2002).
No passado, a educação da mulher era centrada por inteiro no espaço familiar, isto é, era
educada para a dedicação exclusiva às tarefas familiares e à educação dos filhos. Até meados
do século XV, para a metrópole, a educação da mulher era considerada como desnecessária e
vista com certo descaso, principalmente no que se refere ao campo cultural.
As transformações sociais ocorridas no final do século XX aparecem na história como um
marco da participação das mulheres no processo de construção do conhecimento das ciências.
De acordo com Schiebinger (2001) a formatação das ciências foi constituída por meio de uma
visão binária de homem e mulher, sendo para o masculino demarcado pela razão,
competitividade, lucidez e objectividade e para o feminino juízo de valores rescaldados na
emoção, sensibilidade e trivialidades. É concretamente a partir da ilustração quando “...o ser
humano masculino é identificado com o saber racional, o homem é o ser racional por
excelência...” (RADL, 1996b, p. 11/12).
GROSSI (2000, p. 3), afirma que a mulher era considerada a “primeira propriedade privada
do homem, transformando as relações sociais, inicialmente sob o domínio do matriarcado (ou
seja, do poder das mulheres), para o patriarcado, que seria o poder dos homens”
Até hoje, essa visão ou pensamento, tornou-se sólido nalgumas mentalidades femininas, que
olham a física particularmente como sendo uma área masculina. Nas aulas de física, é comum
as meninas se considerarem menos aptas e até mesmo desencorajadas a participarem das
actividades da aula. O tratamento desigual a profissionais do sexo feminino, em todos os
níveis, tem-se mostrado um dado da realidade, em quase todos os países.
A disparidade de género no meio profissional é associada parcialmente ao papel biológico e
às responsabilidades da mulher como mãe, mas se deve principalmente a concepções
tradicionais, que atribuem à mulher o papel fundamental da maternidade e das tarefas
domésticas, e ao homem o papel de provedor do sustento da família.
A situação, contudo, é ainda mais grave. Muitas das mulheres que iniciam o curso de física
acabam por desistir ou acabam assumindo aquelas ocupações consideradas menos
desafiadoras. As mulheres estão sub-representadas na física.
Nos últimos anos, a questão da sub-representação das mulheres na física tem sido objecto de
uma ampla discussão, em todo o mundo. A natureza e magnitude do problema variam entre os
países. No entanto, é marcantemente recorrente o fato que a percentagem de mulheres na
física, em quase todos os países, decresce a cada etapa da carreira académica e em cada nível
de promoção no exercício profissional.
Portanto, uma das razões que levaram o autor a realizar ou elaborar este projecto de pesquisa,
é o facto de que a física sempre contou com uma proporção comparativamente baixa de
estudantes e pesquisadores do sexo feminino. A percentagem de mulheres na física, em quase
todos os países, decresce a cada etapa da carreira académica e em cada nível de promoção no
exercício profissional. Em alguns ramos da engenharia e especialmente na física, o número de
mulheres é extremamente reduzido, mesmo no nível da graduação.
Recentemente, um volume considerável de estudo tem sido dedicado ao preconceito de
género nas carreiras científicas, incluindo suas causas e consequências. O problema da pouca
representatividade das mulheres no estudo de ciência até na tecnologia é um fenómeno
mundial.
1.2. Objectivos
Segundo PILETTI (2004: 80), objectivos “consistem em uma descrição clara dos resultados
que desejamos alcançar com nossa actividade”.
1.4. Hipótese
Segundo LAKATOS e MARCONI (2002: 31), as hipóteses “consistem em oferecer uma
solução possível, mediante uma proposição, ou seja uma expressão verbal sustentável de ser
declarada verdadeira ou falsa. Assim, a hipótese é a proposição que pode vir a ser a solução
do problema.”
Segundo (TRUJILLO, 1974:132) apud (LAKATOS e MARCONI, 2009:137),
Hipótese é uma proposição antecipada à comprovação de uma realidade existencial. É uma
espécie de pressuposição que antecede a constatação dos factos. Por isso se diz que as
hipóteses de trabalho são formulações provisórias do que se procura conhecer e, em
consequência, são respostas para o problema ou assunto da pesquisa.
Relativamente ao problema levantado, serão avançadas 3 hipóteses, consideradas como sendo
as possíveis respostas do problema em causa, que se destacam:
A fraca pré – motivação fornecida (incutida) socialmente poderá ser um impulso
negativo para a mulher na física.
A fraca pré – motivação fornecida (incutida) pelos professores a partir do momento
que o aluno(a) entra em contacto com a Física como disciplina (8ª classe) poderá ser
um impulso negativo para a mulher na maneira como vai encarar no futuro.
A mentalidade emotiva da mulher pode ser um factor desencorajado para a aderência
aos cursos práticos (física).
1.6. Cronograma
De acordo com GIL (1999: 12), a elaboração do cronograma responde a pergunta
“quando?”. A pesquisa deve ser divida em partes, fazendo-se a previsão do tempo necessário
para passar de uma fase a outra.
1.7. Orçamento
Para GIL (2002: 157), “para se ter uma estimativa dos gastos com a pesquisa, convêm que
seja elaborado um orçamento. Para ser adequado, o orçamento devera considerar os custos
referentes a cada fase da pesquisa, segundo itens de despesa”.
Em geral, a revolução científica pouco fez para mudar a ideia vigente sobre a natureza das
mulheres - mais especificamente, a sua capacidade de contribuir para a ciência tanto quanto os
homens. Segundo SPIELVOGEL, Jackson (2014), “os cientistas do sexo masculino usaram a
nova ciência para propagar a visão de que as mulheres eram por natureza inferiores e
subordinadas aos homens e adequadas a desempenhar um papel doméstico como mães. A
distribuição generalizada de livros assegurou a continuação dessas ideias”
Rousseau (GASPARI, 2003, p. 29) detinha um discurso de que a educação feminina deveria
ser restrita ao doméstico, pois, segundo ele, elas não deveriam ir em busca do saber,
considerado contrário à sua natureza. Essa sociedade que lutava tanto por liberdade, passou a
exigir que as mulheres fizessem parte dela, mas como mães, guardiãs dos costumes, e como
seres dispostos a servir o homem.
NIETZSCHE (19992; p.143), na sua concepção, ele define “cabeça oca” os homens que
apoiam a emancipação feminina, a qual ele considera ponto alto para a regressão da mulher e
sua desfeminização. O preconceito às mulheres, evidenciado por vários filósofos contribuirá
para sua não-aceitação no espaço público protelando o acesso às oportunidades.
Para Beauvoir (1980, p.291), uma mulher torna-se plenamente humana quando tem
oportunidade de se dedicar ao exercício de actividades públicas e quando pode ser útil à
sociedade: “[...] É um paradoxo criminoso recusar à mulher toda a actividade pública, vedar-
lhe as carreiras masculinas, proclamar sua incapacidade em todos os terrenos e confiar-lhe a
empresa mais delicada, mais grave que existe: a formação de um ser humano.”
No contexto escolar “Há muito tempo que os professores reconhecem factores motivacionais,
ou seja, não intelectuais, como críticos na determinação do desempenho dos seus alunos”
(Sprinthall & Sprinthall, 1993, p. 504).
Por outro lado e de uma forma geral, à ausência de motivação poderão ser associadas atitudes
contraproducentes em sala de aula, a situações de mau comportamento, a estados de
insatisfação e frustração nos alunos, como defendem Miranda e Almeida (2011):
Motivação íntegra, assim, aspectos cognitivos, afectivos e comportamentais,
organizando-os em torno de construtores mais globais, como por exemplo, às metas ou
objectivos de realização, atribuições causais ou as percepções pessoais de
competência. (p. 273)
Segundo PILETTI (1988: 63), “Sem motivação não há aprendizagem. Pode ocorrer
aprendizagem sem professor, sem livro, sem escola e sem uma porção de outros recursos.
Mas mesmo que existam todos esses recursos favoráveis, se não houver motivação não
haverá aprendizagem.”
A motivação fornecida aos alunos em geral, pelos professores a partir do momento em que o
aluno(a) entra em contacto com a Física como disciplina (8ª classe), tem sido muito fraca
devido à escassez dos especialistas da área (falta de professores formados e/ou qualificados de
física), e também a não existência dos especialistas nas escolas. Muito dos casos, as escolas
optam em delegar os professores que tem a inclinação (na física) para leccionar, afectando
negativamente não só o abandono na física concretamente por parte das mulheres, mas sim o
próprio processo de ensino e aprendizagem (PEA).
É necessário aos professores, tentar criar situações que auxilie seus alunos a conseguirem se
sentir motivado a aprender. Um desses pontos é conseguir atrair a atenção dos alunos, criando
possibilidades para que eles alcancem seus objetivos, permitindo discussões, debates e que
sejam dadas condições para que eles avaliem o próprio desempenho em sala de aula. Tais
experiências aumentam a auto-estima e conseqüentemente favorecem a aprendizagem.
A motivação não deve ser um aspecto necessário apenas aos alunos. É preciso que os
professores também estejam motivados, pois, do contrário, será muito difícil que este consiga
atrair a atenção dos alunos, fazendo com que estes sintam entusiasmo e interesse em realizar
as tarefas.
2.3. Participação dos Alunos nas Aulas de Física
Nas aulas de física, é quase normal as mulheres se considerarem menos capazes (aptas) em
relação aos rapazes, em parte por causa da fraca motivação incutida socialmente, a falta de
professores qualificados na área, e também a questão do preconceito na física (de olhar-se a
física como uma área dos homens e não das mulheres).
Capitulo III: METODOLOGIAS E TÉCNICAS
Todo o processo que visa o alcance de um determinado objectivo carece do emprego de
método como via para a sua consecução.
Por outro lado, para (NERICI, 1978:15) apud (LAKATOS e MARCONI, 2009:45), método“é
o conjunto coerente de procedimentos racionais ou prático – racionais que orienta o
pensamento para serem alcançados conhecimentos válidos”.
3.1. Metodologias
A metodologia utilizada para a elaboração do trabalho em causa é:
Método de estudo de caso e;
Método de pesquisa bibliográfica.
3.2.2. Inquérito
Com o objectivo de conhecer, sob o ponto de vista do aluno, a motivação escolar para a
disciplina física, e a percepção relativamente às estratégias de aprendizagem utilizadas na sala
de aula, foi aplicado um questionário aos alunos.
Através dessa técnica, foram aplicados um questionário aos 32 alunas da Escola Secundária
de Nampula turma 6 8º ano, e aos 4 professores de física da Escola Secundária de Nampula,
com o objectivo de perceber as causas da fraca participação da mulher no curso de Física.
3.2.3. Entrevista
De acordo com SILVA, Edna Lúcia da e MENEZES, Estera Muszkat (2001 – 33):
Entrevista: é a obtenção de informações de um entrevistado, sobre determinado
assunto ou problema. A entrevista pode ser:
Padronizada ou estruturada: roteiro previamente estabelecido;
Despadronizada ou não-estruturada: não existe rigidez de roteiro. Podem-se
explorar mais amplamente algumas questões.
Esta técnica, foi dirigida aos 4 moradores do bairro de Muahivire. A aplicação da técnica
consistiu numa escolha aleatória particularmente de vários níveis académicos, desde
licenciatura até nível básico (8ª classe), através de uma conversa face a face. Foi uma técnica
que permitiu a recolha de dados com o objectivo de comprovar as várias hipóteses do
problema, através de respostas e opiniões diversificadas em relação ao tema.
3.3. Universo
De acordo com LAKATOS e MARCONI (2002:41), “Universo ou população é um conjunto
de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos umas características em
comum”.
Portanto, pode entender-se como universo o grupo composto por indivíduos que tenham
características comuns e que sejam no entanto objecto que se pretende tratar ou seja, o
universo representa a totalidade de indivíduos com características comuns. Para a pesquisa
que se propunha realizar, tinha como universo Escola Secundária de Nampula e Bairro de
Muahivire.
3.4. Amostra.
Amostra é uma pequena e representativa parte de um conjunto em estudo (Universo).
Desta feita a amostra da pesquisa foi de 40, dos quais 32 alunos da Escola Secundária de
Nampula 8ª 6, 4 professores de física da escola mencionada, e 4 membros do bairro de
Muahivire.
Em outras palavras, pode-se afirmar que na pesquisa qualitativa, as amostras são reduzidas, os
dados são analisados em seu conteúdo psicossocial e os instrumentos de colecta não são
estruturados.
A escolha da pesquisa qualitativa deveu-se ao facto de esta puder proporcionar uma visão
objectiva dos aspectos implicados a participação da mulher no curso de física.
Capitulo IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E TRATAMENTOS DE DADOS
Os dados a serem apresentados, resultam de uma investigação feita ou realizada na cidade de
Nampula, concretamente no bairro de Muahivire e Escola Secundária de Nampula. A escola
vem existindo desde o tempo colonial. A escola secundária de Nampula foi “fundada em 1962
com o nome de liceu Almirante Gago Coutinho que começou a funcionar na Escola Primária
Dona Filipa de Lencastre actualmente escola primária 7 de Abril”. (Direcção da escola).
O foco principal do estudo centrou-se na fraca participasão da mulher no curso de fisica. Para
a obtenção das informações pretendidas, o autor apoiou-se a técnica de entrevista, inquérito e
observação, tendo dirigido a entrevista para 4 membros do bairro de Muahivire. Inquérito para
4 professores e 32 alunos da Escola Secundária de Nampula.
4.1. Apêndice (A): Dados da entrevista dirigida aos moradores do bairro de Muahivire.
Neste item, autor vai apresentar dados colhidos aos moradores do bairro de Muahivire. As
perguntas ou questões dirigidas aos moradores, foram as mesmas, de forma a evitar-se desvios
distracções. De forma a colher dados seguros e de forma séria e consciente, escolheu-se
aleatoriamente os quatro (4) membros de acordo com o seguinte nível académico e sexo:
Nível superior (Licenciatura – rapaz)
A primeira questão, o autor quis saber: Neste bairro, existem mulheres que fazem curso
de física?
Como resposta, disse que sim existe, mas não excede duas.
Na 2ª pergunta, quis saber: Nesta zona é normal uma mulher fazer curso de física?
Como resposta, disse que sim, embora são poucas que fazem.
Outra pergunta dirigida foi: Nesta zona incentivam as mulheres a fazer curso de física?
Se não porquê?
Como resposta, disse que não, porque no bairro, há défice de pessoas formadas nesta área e
é muito temida, não só para as raparigas, mas sim pelos rapazes.
A última pergunta dirigida foi: Na sua opinião, o que deve ser feito para que as
mulheres possam a fazer curso de física?
Como resposta disse: É preciso implementar palestras a cerca dos benefícios do próprio curso
às mulheres.
Nível médio (12ª classe – rapaz)
Neste bairro, existem mulheres que fazem curso de física?
Resposta: não
Na sua opinião, o que deve ser feito para que as mulheres possam a fazer curso de física?
Resposta: é necessário que os professores, elaborem testes especiais às mulheres
Na sua opinião, o que deve ser feito para que as mulheres possam a fazer curso de física?
Resposta: fazer palestras nos bairros e consciencializar as pessoas do bairro, que este curso é
para qualquer pessoa, tanto homem assim como mulher.
Na sua opinião, o que deve ser feito para que as mulheres possam a fazer curso de física?
Resposta: oferecer bolsas de estudo para as mulheres irem fazer curso de física.
25%
NÃO
SIM
100%
4.2. Apêndice (B): Questionário dirigido aos professores de física da Escola Secundária
de Nampula
Sem precisar de se identificar, responde com clareza as questões, marcando com “X” ou “bolinho” nas alíneas
que achar certo ou correcto. As suas respostas vão ajudar o pesquisador na elaboração do trabalho científico para
obtenção de grau de licenciatura.
Neste iten, 50% afirmaram que as mulheres, têm-se voluntariadas em responder e/ou resolver
as tarefas no quadro, os 25% responderam que não, e os restantes 25% responderam as vezes.
3. Durante as aulas de física, as mulheres tentem ser mais inteligente do que os seus
colegas?
A Não B Sim C As vezes D Nunca
Nesta parte, da questão: Durante as aulas de física, as mulheres tentem ser mais inteligente do
que os seus colegas? 50% Responderam que não, 25% responderam que sim, e os restantes
25% que nunca.
Para a pergunta: As mulheres sentem-se menos aptas em relação aos homens durante as
aulas? 75% Responderam que não e os restantes 25% responderam que sim.
Com base nos dados acima colhidos, 13 das 32 alunas, correspondentes a 41%, afirmaram que
a física é uma ciência razoável. 10 das 32 alunas, correspondentes a 31%, afirmaram que a
física é uma ciência fácil. 6 das 32 alunas, correspondentes a 19%, afirmaram que a física é
uma ciência difícil. E 3 das 32 alunas, correspondentes a 9%, afirmaram que a física é uma
ciência muito difícil.
O que você pensa a cerca de física?
9%
31%
19%
FÁCIL
RAZOÁVEL
DIFÍCIL
41% MUITO DIFÍCIL
22%
SIM
Nesta parte, 23 das 32 alunas, equivalentes a 72%, afirmaram que nas aulas de física, o(a)
professor(a) não aponta as mulheres como exemplo a seguir pelos outros.
4. O(a) professor(a) de física, diz-vos que a informação que ensina será útil por
vocês no futuro ou no vosso dia-a-dia?
A Não B Sim C As vezes D Não Sei
Para a verificação das hipóteses, o autor ou pesquisador baseiou-se nos dados e/ou resultados
obtidos através da técnica de inquérito, entrevista e observação. Sendo estas, necessários para
uma boa verificacao das hípoteses, na opinião do pesquisador ou autor do trabalho, por se
tratar de um trabalho de campo.
5.1. Hipótese 1: A fraca pré – motivação fornecida (incutida) socialmente poderá ser um
impulso negativo para a mulher na física.
Esta hipótese foi validada, mediante a pergunta 3 do apêndice “A” que pretendia saber dos
quatro (4) moradores do bairro de Muahivire de vários niveis academicos, isto é, do nível
básico (8ª classe) até ao nivel superior (licenciatura), se na zona incentivavam as mulheres a
fazer curso de física? Se não porquê? 4 dos quatro (4) moradores, equivalentes a 100% foram
unânimes em responder que no bairro de Muahivire, não há incentivo para as mulheres
fazerem curso de física e que para tal, tem-se que implementar políticas adequadas para a
promoção das mulheres no curso de física. Pergunta 7 do apêndice “C” que tinha como
objectivo procurar saber dos 32 alunos (8ª 6) da Escola Secundária de Nampula se zona deles
incentivam as mulheres a fazer curso de física? 18 dos 32 alunos, equivalentes a 56%,
afirmaram que na sua zona ou bairro, não incentivam as mulheres a fazer curso de física. Em
que 6 dos 32 alunos, correspondentes a 19% absteram-se.
5.2. Hipótese 2: A fraca pré – motivação fornecida (incutida) pelos professores a partir
do momento que o aluno(a) entra em contacto com a Física como disciplina (8ª classe)
poderá ser um impulso negativo para a mulher na maneira como vai encarar no futuro.
Esta hipótese foi validada, mediante a pergunta 2 do apêndice “B” que pretendia saber dos
professores de física da Escola Secundária de Nampula, se durante as aulas de física, as
mulheres têm-se voluntariadas em responder e/ou resolver tarefas no quadro? 2 dos quatro (4)
moradores, equivalentes a 50% foram unânimes em responder que que as mulheres, têm-se
voluntariadas em responder e/ou resolver as tarefas no quadro, pergunta 3 do apêndice “C”
que tinha como objectivo procurar saber dos 32 alunos (8ª 6) da Escola Secundária de
Nampula, se nas aulas de física, o(a) professor(a) aponta as mulheres como exemplo a seguir
pelos outros? 23 dos 32 alunos, equivalentes a 72%, afirmaram que nas aulas de física, o(a)
professor(a) não aponta as mulheres como exemplo a seguir pelos outros. Pergunta 4 do
apêndice “C” que pretendia saber dos 32 alunos (8ª 6) da Escola Secundária de Nampula, se
o(a) professor(a) de física, diz-vos que a informação que ensina será útil por vocês no futuro
ou no vosso dia-a-dia? 14 dos 32 alunos, correspondentes a 44%, afirmaram que o(a)
professor(a) de física, as vezes diz-vos que a informação que ensina será útil para elas no
futuro ou no dia-a-dia e 8 dos 32 alunos, correspondentes a 25%, reponderam que não.
Esta hipótese não foi validada, mediante a pergunta 2 do apêndice “B” que pretendia saber
dos professores de física da Escola Secundária de Nampula se durante as aulas de física, as
mulheres tentam ser mais inteligente do que os seus colegas? 2 dos quatro (4),
correspondentes a 50% responderam que não, 25% responderam que sim, e os restantes 25%
que nunca. Pergunta 4 do apêndice “B” que tinha como objectivo procurar saber se as
mulheres sentiam-se menos aptas em relação aos homens durante as aulas? 3 dos quatro (4),
correspondentes a 75% responderam que não e os restantes 25% responderam que sim.
Pergunta 1 do apêndice “C” que tinha como objectivo procurar saber dos 32 alunos (8ª 6) da
Escola Secundária de Nampula, o que pensavam a cerca de física? 13 das 32 alunas,
correspondentes a 41%, afirmaram que a física é uma ciência razoável. 10 das 32 alunas,
correspondentes a 31%, afirmaram que a física é uma ciência fácil. 6 das 32 alunas,
correspondentes a 19%, afirmaram que a física é uma ciência difícil. E 3 das 32 alunas,
correspondentes a 9%, afirmaram que a física é uma ciência muito difícil. Pergunta 5 do
apêndice “C” que tinha como objectivo procurar saber dos 32 alunos (8ª 6) da Escola
Secundária de Nampula, se na disciplina de física, tentavam ser mais voluntários do que os
seus colegas? 17 das 32 alunas, equivalentes a 53%, afirmaram que na disciplina de física,
tentam ser mais voluntário do que os seus colegas.
CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
6.1. Conclusão
O presente trabalho de investigação científica, preconiza de várias observações, o autor da
pesquisa, professores e alunos da Escola Secundária de Nampula, moradores do bairro de
Muahivire e a sociedade em geral, tendo colhido conhecimento sobre “A Fraca Participação
da Rapariga no Curso de Física”, chega-se a uma conclusão segundo a qual, esse factor
acrescenta-se no facto de as mulheres receberem pouco apoio da sociedade e/ou comunidade.
Apesar das políticas implementadas para a promoção do género, a sociedade ainda resiste às
mudanças.
Nesse sentido, na opinião do pesquisador, para que mais mulheres optem por uma carreira em
física, é preciso estarmos atentos desde o início de sua trajectória de estudo, isto é, a partir do
momento que a aluna entra em contacto com a Física como disciplina (8ª classe). Durante a
pesquisa, percebeu-se que as mulheres se sentem mais inspiradas a explorar a física, quando
compreendem como esses campos podem ser aplicados para tornar o mundo melhor.
6.2. Recomendações
O autor desta pesquisa dispõe as seguintes recomendações:
É necessário mais que uma ideologia amorfa. São necessários modelos, exemplos
concretos, actividades práticas, professores apaixonados e apoio entusiástico. É
preciso mais professoras mulheres, a servir como modelo para encorajar um número
maior de jovens mulheres a escolher física como carreira profissional.
Com um pouco de perseverança, as mulheres deixarão de ver a física como uma “área
masculina”, e passarão a considerá-la como uma plataforma concreta sobre a qual
construir seu futuro. Acredita-se, de fato, que as mulheres, enquanto grupo, não
necessitam de tratamento especial, senão de oportunidades iguais.
BIBLIOGRAFIA
BEAUVOIR. In: Nova Enciclopédia de Biografias. Rio de Janeiro: Planalto Editorial, 1979.
v. 1. p.120.
BILAC, E. D. (1992). Sobre as transformações nas estruturas familiares no Brasil. Notas
muito preliminares. Texto apresentado no Seminário Família Brasileira – Desafios nos
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