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Introdução
Neste tema, estudaremos as finanças públicas, as quais abrangem a
emissão de moeda e títulos públicos, a captação de recursos pelo Estado, sua
gestão e seu gasto, para atender às necessidades da coletividade e do próprio
Estado.
Na captação dos recursos, são estudadas as diversas formas de
receitas, obtidas em decorrência do patrimônio do Estado, do seu
endividamento ou por força do seu poder tributário. Uma vez captados os
recursos impõe-se a sua administração até o efetivo dispêndio.
Agora vá até o material digital e veja o que mais o professor Alcides tem
a dizer sobre o conteúdo que veremos hoje. Não perca!
Problematização
Os bens públicos são aqueles normalmente oferecidos pelo governo,
tendo a caracterização de que o seu consumo por um indivíduo ou por um
grupo de indivíduos não prejudica o consumo pelos demais sujeitos.
Destaca-se que mesmo que alguns se beneficiem mais do que outros,
todos podem desfrutar do bem. De outra forma, pode-se afirmar que os bens
públicos são aqueles em que o seu consumo é indivisível ou mesmo “não rival”,
dado que não existe rivalidade quanto a quem consumirá mais de um ou outro
bem.
Temos como exemplos de bens públicos tangíveis (que podem ser
Função alocativa
A função alocativa é aquela que atribui ao Estado a responsabilidade
pela alocação dos recursos existentes na economia quando, pela livre iniciativa
de mercado, isso não ocorrer.
Um bom exemplo dessa função é quando o Estado realiza obras que
trarão grandes benefícios à população. Um caso polêmico, mas revestido da
função básica de alocação dos recursos pelo Estado, é a transposição do Rio
São Francisco, que, mesmo trazendo custos ambientais e sociais negativos
para parte da população do sertão nordestino, resulta em um significativo
aumento do bem-estar da própria população, levando água, saúde e riqueza a
uma região bastante castigada pela seca.
Função distributiva
A função (re)distributiva é representada de fato pela melhoria na
chamada distribuição da renda gerada na economia. Políticas de tributação
progressiva da renda com a consequente adoção por parte do governo de
programas como o “Bolsa Família” representam claramente uma política
Função estabilizadora
A função estabilizadora está diretamente associada às Políticas Fiscal e
Monetária realizadas pelo governo. A Política Fiscal é implementada tanto por
meio do aumento dos gastos do governo quanto pela redução dos tributos, a
diferença encontra-se apenas em qual será a variável impactada diretamente.
No caso do aumento dos gastos, a variável estimulada inicialmente é o
próprio gasto:
( DA = Y = C + I + G + X – M)
( DA = Y = C + I + G + X – M)
A função reguladora
Com o processo de desestatização implementado pelo Estado brasileiro
no fim dos anos 1970, e intensificado a partir dos anos 1990, surgiu a
necessidade de que esse mesmo Estado passasse a controlar as atividades
em que antes atuava diretamente, constituindo para isso uma série de
Agências Reguladoras. Estas passaram a ter como missão a regulação dos
serviços públicos concedidos à iniciativa privada nos moldes dos regimes de
concessão de rodovias, portos, distribuição de energia elétrica e telefonia.
Vimos toda a evolução das funções do governo, certo? Então, agora,
procure no material digital o vídeo do professor Alcides, pois ele comentará
cada uma delas para que você entenda com mais clareza esse assunto.
Poder de mercado
O poder de mercado pode ser interpretado com a posição dominante
exercida por uma empresa ou grupo de empresas em um determinado
mercado, seja ele de bens ou de serviços.
Para esclarecer melhor o significado de poder de mercado, podemos
citar a posição exercida pela Microsoft no que se refere à produção e venda de
softwares (sistema operacional, aplicativos) utilizados em computadores. A
Bens públicos
Os bens públicos são aqueles normalmente oferecidos pelo governo,
tendo a caracterização de que o seu consumo por um indivíduo ou por um
grupo de indivíduos não prejudica o consumo pelos demais sujeitos.
Destaca-se que mesmo que alguns se beneficiem mais do que outros, todos
podem desfrutar do bem.
De outra forma, pode-se afirmar que os bens públicos são aqueles em
que o seu consumo é indivisível ou mesmo “não rival”, dado que não existe
rivalidade quanto a quem consumirá mais de um ou outro bem. São exemplos
de bens públicos tangíveis (que podem ser tocados) as praças e as ruas, e de
bens públicos intangíveis a segurança pública, a justiça e a defesa nacional.
Uma questão importante sobre os bens públicos é que o seu consumo
não pode estar passivo de exclusão – princípio da não exclusão –, de tal forma
que, por exemplo, quando o policiamento extensivo é colocado à disposição da
população de um determinado bairro, todos serão beneficiados pela decisão
governamental.
A existência do princípio da não exclusão no consumo dos bens públicos
é que leva à existência das “falhas de mercado”. Isso ocorre pelo fato de que
como o governo não consegue mensurar o quantum do bem público está
sendo consumindo por cada indivíduo, ele não conseguirá repartir o ônus
imposto à sociedade na forma da tributação, que é justamente a fonte de
recursos para o oferecimento de bens públicos. A partir desse conceito é
possível afirmar que o custo marginal de provisão de bens públicos é igual a
zero, uma vez que o custo por si só já é dado.
Devido ainda ao princípio da não exclusão, passam a existir na
economia os chamados “free riders” ou “caronas”, os quais se beneficiam dos
bens públicos sem pagar nada por isso, alegando que não precisam do bem
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Externalidades
As externalidades representam a forma como as ações de determinado
indivíduo ou empresa impactam nos demais indivíduos. A existência de
externalidades implica que os chamados custos e benefícios privados –
ocorridos em função da ação da iniciativa privada – sejam diferentes dos
custos e benefícios sociais dessas mesmas ações.
O que queremos dizer é que os preços negociados entre consumidores
e produtores refletem apenas na negociação privada, sendo necessária a
presença do Estado imputando, por exemplo, a tributação ou os subsídios
fiscais como forma de corrigir as externalidades ocorridas.
As externalidades subdividem-se em positivas e negativas. Um bom
exemplo de externalidade positiva, e que nos dias de hoje é tão importante,
seria se um indivíduo fizesse a limpeza geral da casa visando à eliminação de
possíveis focos de reprodução dos mosquitos transmissores da dengue. Nessa
situação, o benefício privado será superior ao custo privado, da mesma forma
que o consequente benefício social será muito maior do que o custo social de
adoção da medida.
Já as externalidades negativas são ações que de forma direta ou indireta
prejudicam os demais indivíduos que participam da sociedade. Um caso
clássico de externalidade negativa é quando as empresas despejam produtos
poluentes nos rios, o que tende a tornar o custo social superior ao custo
privado, especialmente pelo fato de que as comunidades ribeirinhas serão
diretamente atingidas.
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Assimetria de informações
As informações assimétricas representam um grande problema ao bom
funcionamento do mercado. Modelos claros de assimetria estão presentes em
todos os ramos de negócios que envolvem consumidores e produtores. Assim,
um bom exemplo é aquele referente aos componentes de determinados
alimentos industrializados; a omissão ou o excesso de informações, que são na
verdade inverídicas, tornam o consumidor passivo às manipulações das
empresas, e o resultado natural é a perda de bem-estar do consumidor.
Outra atividade econômica em que a existência de informações
assimétricas torna-se perversa é o mercado financeiro. O mascaramento dos
balanços de empresas que possuem ações negociadas em bolsas tende a
provocar a incorreta precificação, lesando assim os investidores em valores
mobiliários.
Atenção: a regulamentação (imposta por leis) e a regulação
governamental (tribunais, secretarias e conselhos) devem inibir essa prática
ilegal, procurando tornar o mercado o mais “perfeito” possível.
Outro exemplo de informação assimétrica ocorre no mercado de seguros
em geral, inclusive aquele relacionado aos planos de saúde que, por sua
natureza, não deixam de ser um seguro feito por cada participante do plano.
Intrínsecos à assimetria de informações existem os problemas denominados de
risco moral (moral hazard) e de seleção adversa.
Imagine uma pessoa que acaba de fazer um plano de saúde.
Naturalmente, é bem possível que ela tenha menos incentivo para cuidar de
sua saúde do que antes, sendo a esse tipo de comportamento que atribuímos o
conceito de risco moral, ou seja, tende a existir na medida em que o possuidor
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Monopólios naturais
Partimos do princípio de que os mercados competitivos são os que
melhor representam as inter-relações entre consumidores e produtores, com o
objetivo de atingir o maior nível de bem-estar econômico e social. Esses
mercados seriam aqueles menos propícios à existência de “falhas de mercado”
pela própria noção de atomização, ou seja, nem os consumidores nem as
empresas possuem poder de barganha para impor custos adicionais aos
demais participantes.
Os mercados competitivos caracterizam-se por apresentarem baixos
custos à entrada de novas empresas, de tal maneira que nenhuma empresa
tenha condições de manipular os preços dos bens e serviços oferecidos. De
forma contrária, existem na economia os chamados monopólios naturais, que
seriam mercados em que apenas uma única empresa produzindo geraria
custos mais baixos para a formação dos preços de venda do que várias
empresas produzindo.
Bom, o que ocorre na verdade é que, no caso dos monopólios naturais,
os custos de entrada no mercado são altíssimos, de forma que o custo por
unidade de produção (custo médio) diminui à medida que aumenta a escala de
produção da empresa. Setores de produção de gás, energia e telefonia são
bons exemplos dessa estrutura de mercado.
No que concerne às “falhas de mercado”, a existência de monopólios
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Mercados incompletos
O mercado completo é aquele em que o custo de produção é inferior aos
preços que os consumidores estão dispostos a pagar. Em outras palavras,
trata-se do mercado em que existe a possibilidade de ganhos por parte dos
produtores. Já o mercado incompleto é aquele em que, mesmo com os custos
de produção abaixo dos preços que os consumidores estão dispostos a pagar,
os bens ou serviços não são ofertados.
A “falha de mercado” representada pelos mercados incompletos existe
principalmente nos países em desenvolvimento, em que o sistema financeiro
não é suficientemente desenvolvido, em termos de riscos, para financiar no
longo prazo as atividades produtivas.
Observação: perceba que para todo investimento deve existir um prazo
mínimo de carência para que o produtor possa gerar caixa e honrar seus
compromissos. Caso o sistema financeiro não aceite a tomada de risco da
carência dos investimentos, será inexistente o oferecimento de fundos para as
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Desemprego e inflação
O funcionamento dos mercados por meio das inter-relações entre
consumidores e produtores é insuficiente para que sejam evitados os
problemas de inflação, caracterizado pelo aumento geral e contínuo dos
preços, e de desemprego, definido como a parte da população
economicamente ativa que se encontra desempregada involuntariamente.
As pressões de demanda realizadas pelos consumidores tende a
suplantar a oferta de bens e serviços, o que ocasiona a elevação dos preços.
Políticas de controle do crédito ou de aumento das taxas de juros são bons
instrumentos de intervenção governamental para corrigir a “falha de mercado”
chamada inflação.
O desemprego existe em toda a economia e ocorre porque o mercado
não é capaz de gerar vagas suficientes para todos aqueles que entram no
mercado de trabalho a cada dia. No entanto, destaca-se que o governo pode
minimizar tais problemas, realizando atividades interventivas que visem à
colocação de novos trabalhadores no mercado de trabalho.
Programas como o primeiro emprego do Governo Federal – que trazem
em contrapartida benefícios às empresas, especialmente em termos de carga
tributária – são ações voltadas à minimização dos problemas da “falha de
mercado” chamada desemprego.
Riscos pesados
Sabe-se que o setor privado tem como objetivo a geração de lucro,
apesar de determinadas atividades, mesmo potencialmente geradoras de lucro
futuro, não serem efetivadas. O problema em si é muito parecido com o
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Revendo a problematização
Muito bem! Agora que você já estudou melhor o assunto, que tal
responder à pergunta feita no início deste material? A pergunta era a seguinte:
no que diz respeito aos bens públicos, semipúblicos e privados, indique a
opção que não se aplica aos bens públicos.
Opção 1: Bens públicos são os bens que o mecanismo de preços não
consegue orientar os investimentos a fim de efetuar sua produção.
Opção 2: Bens semipúblicos satisfazem ao princípio da exclusão, mas
são produzidos pelo Estado.
Opção 3: Serviços de saúde e saneamento são bens públicos, uma vez
que seus custos podem implicar preços muito altos para que as pessoas
pobres possam ter acesso a eles.
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a. Alocativa.
b. Estabilizadora.
c. Distributiva.
d. De crescimento econômico.
a. Função estabilizadora.
b. Função distributiva.
c. Função monetária.
d. Função alocativa.
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