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Diretor Editorial Clauss M Rotate © informative da Compus cha de cadastro no final deste liv Ciro Flamarion Cardoso ¢ Ronaldo Vain Organizadores ‘Ana Maria Mauad - Edgard Ferreira Neto « Eulé’.: _. Lobo Francisco Carlos Teixeira da Silva Francisco Faleon « ! abe Castro Jacqueline Hermann « Jodo Fragoso « Luciano R. Figueiredo Magali Engel + Manolo Florentino « Maria Yedda Linhares Mary Del Priore - Rachel Soihet- Ronald Raminelli Sheila de Castro Faria - Virginia Fontes Dominios da Histéria Ensaios de teoria e metodologis, SUMARIO INTRODUGAO . UISTORIAE PARADIGMAS RIVAIS Gre Meenerien Contos Panis 1 ‘TERKITONIOS DO HisroRIADOR ARwAS, PRONTBIRAS, DILEMAS Capiruo 1 may HISTORIA RCONOMICA . Joa Frags « Manoa Meratina Captruto 2 Sth HisTOnia Soci... . Hele Corn CaPiTULo 3 hs HISTORIA & PODER Francica Falan Cariruto 4 HISTORIA Das IDEias Bronce Balen CapiruLos TLSTORIA DAS MENTALIDADES B HisTORIA CULTURAL HonaldeVainfas a 45 61 1 127 Pawre I Caatios DR INVPSTIGAGAO FE LINHAS DE PESQUISA CAPITULO 6 | HISTORIA AGRARIA Maria Yedda Linhares CapiruLo 7 HISTORIA URBANA. . Rowold Raina CAPITULO 8 HISTORIA DAS PAISAGENS rac Carls Vesa da Sik CAPITULO 9 HISTORIA EMPRESARIAL, Haat 1 Soho CaPfruLo 10 HISTORIA DA FAMILIA E DEMOGRARIA HISTORICA, Seite de Castres Paria CaPiTuLo 11 HISTORIA DO COTIDIANO EPA VIDA PRIVADA Mary Del Prive CAPITULO 12 HISTORIA DAS MULHERES ©... Rucker GartruLo 13 Hisrowia x Mega Enel XUALIDADE, Gariruto 14 HISTORIA ETNIA. Extend Feria Neto CaPiruto 15 HISTORIA DAS RELIGIOES £ RELIGIOSIDADES Jacque Herman = 165 195 - 203 - 217 24t 259 215 297 = 313 - 329 Pare 1 Moneiaas Teonicias # Novos. INSTREMENTOS METODOLIGICOS: ALGUNS DXB CaptruLo 16 HIsTORIA MODELOS... 2... Virgie Pontes Capéruto 17 HISTORIA E ANALISEDETEXTOS . .. . wee Giro Weamarion Cards Rona Vales CapiruLo 18 HISTORIA g IMAGEM: Os EXEMPLOS Da FOTOGRAFIA S BOCINEMA neers Gre Memarion Catdoss eA Mara Slew CaPiTULo 19 HISTORIA INFORMATICA: O Uso DO COMPUTADOR . Linn R Furey ConcLusio ‘CAMINHOS E DESCAMINHOS DA HISTORIA... . Renal Vainfar ENCIAS BIRLIOGRAPICAS - 355 375 = 401 419 441 451 HISTORIA DAS IDEIAS Francivco Raleon Pluralidade disciplinar e conceitual. Da histéria das idéias a histéria intelectual ¢/ou cultural Phuratidaile diseiplinar E mpresa dificil esta de problematizar as celagSes ence idéias e hist6ria no campo da historiografta. Como ndo lembrar, por exemn- plo, que hé vinte anos, 0 ugar das idéias estava na ordem do di estariam as idéias, no caso brasileiro, fora do lugar ou no lugar? Ainda hoje, quantas ¢ quantas vezes lemosfouvimos referéncias a umn suposto “nivel das dias”, sem esquecer as imagens que fazem das idéias enti- dades capazes de revelar/desnudar, ou de expressar/traduzir, desde que, evidentemente, nao estejam descoladas da realidade, Mais vivas do que nunca dentro da “oficina da hist6ria", as idéias produzem um efeito de sentido um tanto ambiguo toda vez que tentamos associd-las& historia — que vem a ser exatamente a histiria das idfias? Um disciplina que tem as idéias como seu objeta? Ou se traca de invescigar a existéneis c trajetéria das idéias, de algumas idéins ‘pens, quem sabe da propria hist6ria? 3 Como disciplina histérica, a historia das idéias, apesar de sua imponente longevidade € prestigio, teve contra si dois grandes ad- versérigs: a tradigGio marxista ¢ a historiograia francese dos Annes. A if vontade desta, talvez a mais difundida entre n6s, foi sincetizada desde sempre por Lucien Febvre aoe referira uma “historia de idéias descamacas”, Além dessus inimizades bastante conhecidas, a hist6ria das idéias luta eontsa a ubiqiiidade de seu proprio objeco — as idéias — que, em termos académico-disciplinaces, é reivindicado também pela histéria da filosofia e por diversas outras disciplinas das ciéncias human: ‘Aoacloparmos idéiase historia a ambigdidade deste iltimo termo permite leitura da expressio dai resuleante segundo duas claves bem diversas: como proposigao ontolégica que afirma existéncia “real” das dias na Aistéria (no sentido de matéria do conhecimento histérico); = como proposigéo epistemoligica que garante a validade de um certo tipo de coahecimento historico no qual as idéias constituem seu objeto. A primeira proposicdo conduziu 3 elaboragio de “histdrias”, em diferentes tempos c lugares, baseadas na premissa de que as idéias se apresentamidesenvolvem na histéria de maneira independence ou stucGnoma em relagdo 3s demais regides ou instincias do real, quando’ nip se afiema que 86 clas, as idéias, so “reais”. A segunda proposigao, ora aceita, ora recusada no curso da historiografia ocidental, constitu 0 tema especifico deste capitulo. No atualidade, a histéria das iééias constitui apenas uma dentre as varias disciplinas histéricas que possuem como objeco comum, mas io necessariamente cxclusivo, as ideas, Segundo Chartier, “ern Fran- 2, ahistéria das ideias praticamente no existe, nem como nagio, nem Como disciplina..c « hstéria inelectual parece ter chegado demasiado tarde”.' Tal sicuagdo ja fora exposta por Bhrard na década de 1960, ¢ sua evidéneia mais incisiva esti no conteade ds diversas publieagbes edicadas aoy temas da avert histoire — nicnhum eles menciona sequera hist6ria das idéias.*A historiografia francesa contempla coisas pareeidas como a hist6ria social das id¢ias, ow a histdria sociocultural, além, & claro, da histéria das mentalidades, Nao seri portant na bistoringrafia francesa contempordnes que se poderd encontrar a historia das idéias mas, sim, em outras tradighes historiogrsficas, como a germénica au a italiana e, principalmente, a anglo-saxdnia (britaniea ¢ norte-americana). O historiador norte- americano Robert Darton, por exemplo, descreve quatro tipos de disciplinas que de alguma forma estudam as idéias:' (1) a histéria das idéias propriamente dita — 0 estudo do pensamento sistemético, ou 92, scja, as idéias geralmente expostas em tratados filoséficos; a historia intelectual — o estudo do pensamento informal, el Opinio, mavimentos literarios; (3) a historia social das idéias —- 0 estudo das ideologias e da difusio das idéias; (4) a histéria cultural — © estudo da cultura no sentido antropol6gico, inclusive as concepgées ou visses de mundo ¢ as mentalidades. A multiplicidade de denominagdes conduziu em alguns casos a tentativas de estabelecer correspondéncias entre algumas delas, em- bora nem sempre bem-sucedidas. Segundo Chartier, diferengas ter- minolégicas © conceituais apenas demonstram a inexisténcia de.um objeto comum homogéneo. Boa parte dos historiadores prefere.hoje om dia'a denominagto Aistiria inelectual, cujo campo abrangeria 0 conjunto das formas de pensamento, em lugar da tradicional hise6ria das idgias. © consenso é significative quando se trata de afiemar as conextes entre a histéria intelectual e a histéria sociale, ainda, os lagos com a antropologia e a sociologia. Esta progressiva incorporagio do sociale, a seguir, da culeural € descrita por Darnton como fruto de uma histéria intelectual que, partindo do nivel letrado ou das elites, eami= nhou lencamente rumo ao nivel iletrado ou popular. fe As concepgées de historiadores como Charticr e Darnton, apesar de diferentes, partitham do projeto de subsumir a tradicional histéria das idéias em alguna outra especiaizagio mais nova ou modem que santo poderia ser a histéria intelectual como a cultural. No entanto, ‘existe um dado interessante 8 margem desses esforgos a persistén- ia de uma historia das idias, distinca daquelas outras denominagSes, sobretudo no ambiente cultural anglo-saxtnio, ' K,rioger*sublinha o fato de que a distingao terminoldyiea nite histéria das idéias e hist6ria intcteceval, apesat de recente, incorporar 1a verdade: uma diferenga bastance antiga em tcrmos dos conteddos ¢ métodos de cada uma diclas, A historia das idéias remete a textos nos ‘guais 03 conccitos articulados constituem os agentes histéricos' pri. ios, vindo a seguir as pessoas dos portadores desses coneeitos, ‘enquanto as chamadas relagées externas sio entendidas como simples condigées de existéncia das idéias propriamente ditas, tratese, segundo 0 mesmo autor, de uma Aistiria que até ponco tempa atrds nd

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