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SANTA TERESA
2017
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SANTA TERESA
2017
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4
2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 5
3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 6
3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 6
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 6
4 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 7
5 METODOLOGIA................................................................................................. 13
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................. 13
5.2 PREPARAÇÃO DA BASE DE DADOS ........................................................... 14
5.3 OBTENÇÃO E PROCESSAMENTO DOS DADOS DE CAMPO ..................... 15
5.4 GEOPROCESSAMENTO E ANÁLISES GEOESTATÍSTICAS DOS DADOS . 15
6 RESULTADOS ESPERADOS ............................................................................ 16
7 RECURSOS ....................................................................................................... 17
8 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES .................................................................... 17
9 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 19
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1 INTRODUÇÃO
Por muitos anos e até o presente momento, a adubação é realizada com base na
média da demanda nutricional das áreas de cultivo. Esta realidade remonta à época
em que o predomínio da fertilização se dava pela aplicação manual de adubos
minerais de forma localizada, mas sem considerar a variabilidade espacial da
demanda nutricional do solo na superfície de aplicação.
Esta prática tem gerado suspeita sobre sua eficiência, uma vez que problemas dela
decorrentes começaram a se tornar cada vez mais conhecidos e o crescimento
desuniforme das plantas em resposta às aplicações de adubo tornou-se um dos
exemplos mais marcantes, visto que em toda a área e para a mesma espécie e
variedade cultivada se aplicava quantidades iguais de um determinado fertilizante.
Com o intuito de reduzir custos e economizar tempo e recursos, viabilizou-se o uso do
sistema de irrigação para aplicação de fertilizantes a partir da injeção de adubos
minerais na água de irrigação. Esta técnica de combinar a fertilização com a irrigação
ficou conhecida como fertirrigação.
No entanto, a aplicação da fertirrigação também tem se baseado na média da
demanda nutricional das áreas cultivadas. A falta de adubo em certas áreas e o
excesso em outras se tornou um dos maiores problemas advindos da adubação pela
média, pois acarreta desperdício de insumo, perda de produtividade agrícola,
desgaste de material, investimento ineficiente, gasto desnecessário, entre outros.
Entretanto, geralmente a fertirrigação está associada a sistemas de irrigação
localizada e isso possibilita precisar e disponibilizar quantidades de nutrientes mais
condizentes com a demanda real do solo, visto que este sistema de irrigação pode ser
operado individualizando-se os talhões da área total de cultivo.
Com o emprego da geoestatística pode-se determinar com precisão, quanto cada
talhão da área total demanda de nutriente. Isso subsidia a aplicação da fertirrigação
de modo a garantir uma fertilidade do solo que seja mais condizente com a demanda
nutricional de cada planta da cultura de interesse presente na área cultivada.
Dado que será a análise química do solo a informação de base para definição dos
teores nutricionais da fertirrigação e que sua aplicação pode ser individualizada por
talhão em decorrência de ocorrer via irrigação, propõe-se com este projeto o emprego
da técnica de geoestatística em software de Sistema de Informações Geográficas
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2 JUSTIFICATIVA
O retorno ou prejuízo econômico da produção agrícola são determinados em parte
pela qualidade ou eficiência de aplicação dos adubos. Na fertirrigação, essa realidade
não é diferente, e uma recomendação desequilibrada e em quantidades inadequadas
compromete a obtenção da produtividade máxima econômica.
As perdas econômicas com a fertirrigação ocorrem em função de inúmeros fatores,
mas dentre eles, dois são evidentes e de grande frequência: o gasto desnecessário e
o gasto insuficiente. O primeiro refere-se ao gasto acima do necessário para obter
uma dada produtividade agrícola, e o segundo aquele que não proporcionou uma
quantidade de adubo suficiente ao atendimento nutricional das plantas.
O gasto desnecessário provém da recomendação que superestima a demanda real
de nutrientes do solo e induz à aquisição ou aplicação de adubo em quantidades
acima do necessário. O gasto insuficiente decorre da recomendação que subestima a
demanda real de nutrientes do solo e induz à aquisição ou aplicação de menos adubo
do que o solo precisa para fornecer às plantas em quantidades ideais, gerando perdas
na produção agrícola e, então, no seu retorno econômico.
Evitar estes prejuízos com a otimização do emprego da fertirrigação a partir de
estimativas mais precisas da demanda real de nutrientes do solo é um dos motivos
pelos quais o presente projeto tem sua relevância garantida. Além do aspecto
econômico, a produtividade agrícola deixará de ter sua determinação baseada na
média para considerar a variabilidade espacial da fertilidade do solo.
A partir desta consideração e empregada a geoestatística para estimar os valores de
demanda nutricional entre os pontos de amostragem, se possibilitará uma nova
metodologia a ser adotada para fertilização do solo, visto que sua confiabilidade e
reprodutibilidade científica serão garantidas.
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3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Aplicar as ferramentas de agricultura de precisão e as técnicas de geoestatística para
estimar as demandas nutricionais do solo, por meio de análises dos semivariogramas
obtidos por Krigagem, visando demonstrar que essas ferramentas são de grande
potencial para a definição de recomendações de adubação confiáveis e aplicáveis à
técnica da fertirrigação.
4 REVISÃO DE LITERATURA
A agricultura praticada hoje se baseia em valores médios. Após a amostragem do
solo, o resultado de uma amostra composta é considerado para toda a área de cultivo,
implicando em recomendações padrão para toda a área amostrada. Sendo praticada
pela “média”, esta agricultura resulta em grandes variações na produção dentro dos
talhões. Assim, surge a AP, capaz de gerenciar a variabilidade espacial dos fatores
envolvidos na produção agrícola (MOLIN, 2004).
A ideia da AP consiste em conhecer o solo e as características relacionadas que
originam a variabilidade espacial da produção para otimizar a aplicação dos insumos.
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Logo, na AP, a entrada dos fertilizantes deve ser estrita às demandas e a mais
econômica possível (SEARCY, 1997).
Conforme Silva et al. (2007), a AP possibilita um planejamento mais racional do
manejo de fertilizantes, e a expectativa da redução de custos deve-se, principalmente,
à aplicação dos insumos somente onde é realmente necessário e não,
indiscriminadamente, em toda a área cultivada, como feito tradicionalmente.
Baseada no conceito de economia e racionalização de insumos, a adoção da AP
tornou-se estratégica do ponto de vista operacional, visto que permite o
gerenciamento da adubação a partir da amostragem criteriosa do solo que caracteriza
a variabilidade espacial da sua fertilidade química (MOLIN, 2004).
Balastreire (2000) discute a redução da poluição ambiental possibilitada pela AP, dado
que menores quantidades de insumos são aplicadas localizadamente. Para Silva et
al. (2007), aumentar a produtividade e reduzir os custos são benefícios dessa
tecnologia, que permite racionalizar o uso dos insumos e minimizar os potenciais
impactos negativos da atividade ao meio ambiente.
O fator mais correlacionado com a produtividade das culturas é a disponibilidade de
água e de nitrogênio (LI et al., 2002). O manejo adequado da irrigação proporciona
suprimento adequado de água, melhor utilização dos nutrientes pelas plantas e maior
produtividade (UPADHYAYA et al., 1999). A fertirrigação, aplicação de fertilizantes
através da irrigação, oferece aumento da eficiência de adubação e do uso de
nutrientes conforme as demandas da cultura (Dasberg e Bresler, 1985).
Entretanto, a uniformidade de distribuição dos fertilizantes na água de irrigação deve
ser garantida (Sousa e Sousa, 1993). Logo, não basta saber a localização exata no
talhão e sua respectiva quantidade requerida de fertilizantes, o dimensionamento do
sistema de irrigação para que se tenha um alto índice de uniformidade de distribuição
de água é imprescindível (Sousa et al., 1998).
Diversos estudos demonstram que a variabilidade espacial dos atributos do solo em
áreas de cultivo confirma a suma importância da implementação das técnicas de AP
(SERRANO et al., 2010). Amado et al. (2009) apontam que conhecer a variabilidade
espacial dos atributos do solo e da cultura permite analisar a variação da produtividade
e melhorar o manejo das áreas agrícolas.
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Na AP, o uso dos insumos é feito com aplicações localizadas, possíveis apenas com
estudo da área e mapeamento da variabilidade espacial dos atributos do solo, visando
identificar e quantificar suas demandas locais. A análise da variabilidade espacial é
realizada por um conjunto de técnicas, como a geoestatística, que considera como
essencial a localização geográfica e a dependência espacial entre variáveis
regionalizadas (GUEDES et al., 2008).
Uma variável regionalizada é uma função com distribuição espacial que varia de um
ponto a outro, com continuidade aparente, mas cujas variações não podem ser
representadas por uma função matemática simples (MATHERON, 1971).
Com a estatística clássica, a heterogeneidade espacial não é significativa a ponto de
influenciar a representatividade dos valores médios, sendo normalmente ignorada
(Chaves e Farias, 2009). O emprego de técnicas da geoestatística pode resolver este
impasse. Com a geoestatística pode-se analisar a dependência espacial entre os
valores e, ainda, realizar os respectivos mapeamentos por meio da Krigagem,
mediante o conhecimento do semivariograma gerado (Lemos Filho et al., 2008).
De acordo com Vieira (2000), quando um determinado parâmetro ou propriedade varia
de um local para o outro com certo grau de organização e continuidade, expressando
uma dependência espacial, não se deve ignorar a importância de que a estatística
clássica deve ser complementada pela geoestatística.
Mishra e Coulibaly (2009) explicam que a geoestatística fundamenta-se em dois
conceitos, basicamente: o semivariograma (análise do comportamento espacial das
variáveis) e a Krigagem (cálculo dos valores preditos com seus erros associados).
O semivariograma é um gráfico que relaciona as semivariâncias com as distâncias,
permitindo descrever a estrutura da variabilidade espacial de um fenômeno
regionalizado espacialmente. A Krigagem, por sua vez, consiste num interpolador que
prediz, não tendenciosamente e com variância mínima, os valores não observados
(CRESSIE, 1993).
A semivariância é uma medida da dissimilaridade, onde seu valor é tanto maior quanto
menos associadas estiverem as variáveis entre si (TEIXEIRA, 2013). Para Opromolla
et al. (2006), a função de semivariância, que gera o semivariograma, é uma das mais
utilizadas na geoestatística para determinação da dependência espacial das variáveis.
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N
1
γ* (h) = ∑[Z(Xi)- Z(Xi+h)]2 (1)
2N(h)
i=1
em que:
γ *(h) = valor do semivariograma estimado para a distância h; e
N(h) = número de pares de valores medidos.
Xi e Xi + h = locais de amostragens separados por uma distância h; e
Z(Xi) e Z(Xi + h) = valores medidos das variáveis nos locais correspondentes.
em que:
Z* ( X0 ) = valor estimado no ponto X0 não amostrado;
Z ( Xi ) = valor obtido por amostragem no campo;
N = número de valores medidos Z( Xi ), envolvidos na estimativa; e
λ i = peso associado ao valor medido na posição Z ( Xi ).
5 METODOLOGIA
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O presente projeto prevê a condução do estudo proposto em área agrícola ocupada
com lavoura de café Conilon (Coffea canephora) em altitude média de 125 metros,
com espaçamento de 3,5 x 1,0 m (2.857 plantas ha -1) situada no município de
Montanha, norte do estado do Espírito Santo (ES), nas coordenadas 40°10'09" de
longitude Oeste e 18°8'50" de latitude Sul, conforme Figura 2.
7992880
7992600
7992600
µ
7992320
7992320
0 25 50 100 150
m
6 RESULTADOS ESPERADOS
A expectativa que se tem com a realização deste trabalho é de um grande avanço na
área técnica e científica da produção vegetal. Esta visão decorre do fato de que a
agricultura praticada hoje é uma continuidade de muitos anos de tradição e dificuldade
de inovação, principalmente em pequenas e médias propriedades.
Entretanto, desenvolvido e validado este projeto, será possível estender suas
potencialidades de aumento da produtividade agrícola, menor custo, máxima
potencialidade econômica e conservação dos recursos naturais também às pequenas
e médias propriedades rurais que até então não podiam adotar a agricultura de
precisão devido aos seus altos custos.
Obviamente, não se espera que o produtor rural possua autonomia completa sobre os
procedimentos necessários à implementação desta metodologia no campo de
produção. Porém, é inegável que o suporte oferecido pela mesma será de grande
valia em retorno agrícola e econômico ao produtor, apesar deste requerer
temporariamente assistência técnica nos trabalhos de geoprocessamento.
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7 RECURSOS
Os recursos utilizados serão próprios do autor deste projeto ou disponibilizados pelo
Instituto Federal do Espírito Santo Campus Santa Teresa, tais como: hardware
(computador Desktop ou PC), software de SIG (ArcMap®/ArcGIS 10.2) e Microsoft
Office Excel, trados para coleta de solo e equipamentos e reagentes para análises do
solo. Os recursos estão disponíveis e com simples autorização para uso.
8 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Meses do ano
Etapa (Detalhamento das atividades)
Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Revisão bibliográfica X X X X X X
Analisar o semivariograma X
9 REFERÊNCIAS
CRESSIE, N. A. Statistics for spatial data, New York: Jonh Wiley & Sons, 1993.
928p.
LI, H.; LASCANO, R. J.; BOOKER, J.; WILSON, L. T.; BRONSON, K. F.; SEGARRA,
E. State-space description of field heterogeneity: water and nitrogen use in cotton.
Soil Science Society of America Journal, Madison, v.66, n.2, p.585-595, 2002.
SOUSA, V.F.; FOLEGATTI, M.V.; ARAGÃO, E.C.; REBELO, A.L.F; BASTOS, E.A.
Avaliação de um sistema de fertirrigação por microaspersão numa área
cultivada com banana. In: Avances en el Manejo del Suelo y Agua en la Ingenieria
Rural Latinoamericana. Editora de La UNLP (Universidad Nacional de La Plata), La
Plata, Argentina, 1998.
UPADHYAYA, S. K.; ROSA, U. A.; EHSANI, M.; KOLLER, M.; JOSIAH, M.;
SHIKANAI, T. Precision farming in a tomato production system. ASAE paper n.
991147. St. Joseph: ASAE, 1999. 23p.